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Falando por você 11/02/2019

Bom dia radiouvintes da Rádio Rural; do programa Rádio Comunidade e


do programa Falando por você!
Caríssimos ouvintes, fui hoje pela manhã cedinho caminhar na Ilha de
Sant’Ana. Como já disse semana passada, a ilha é belíssimo espaço público
para caminhadas; para encontrar os amigos; para passeios das famílias etc.
Lembrei também que a prefeitura faz um esforço para manter o espaço
limpo e sempre encontramos alguém cortando ou aparando a grama que
nesses dias cresce devido às chuvas. É um espaço que as pessoas também
usam para piqueniques ou pequenas festas e até mesmo pequenos
churrascos particulares. Na segunda pela manhã, principalmente, sempre
encontramos lixo com resto de comida; garrafas de vidro ou de plástico
vazias; copos descartáveis etc. Os gatos que ali vivem se aproveitam para
fazer suas refeições matinais da segunda-feira. Alguns acondicionam seus
lixos em sacos ou sacolas plásticas e deixam ali no pé das árvores a espera
dos garis que certamente passarão na segunda pela manhã cedo. Outros
apenas encostam o lixo produzido no pé das árvores, aí vem o vento e
copos descartáveis e tudo mais tomam contam da Ilha. Uma pena! Hoje
cedo me deparei com pequeno lixo que continha umas três garrafas de
bebida alcoólicas vazias: uma cidra cerezer; uma garrafa de catuaba e outra
que não identifiquei só com o olhar. Parece que alguém fez alguns
coquetéis, pois ao lado dessas garrafas e jogadas no chão encontravam-se
cascas de limão; de maracujá e, parece-me, de laranja. Deve ter sido uma
festa ótima. Ao redor da árvore também era possível ver copos descartáveis
com restos de bebidas e outros que já se espalhavam no entorno. Uma pena
que nossas festas tão bonitas terminem sempre em lixo. Pior ainda quando
não temos o mínimo de educação e cuidado com o espaço público e com a
natureza. Olhamos a natureza sempre de fora. Parece que nós homens não
somos partes da natureza. Esquecemos que fomos criados como
coroamento dessa mesma natureza: “Então Deus disse: ‘Façamos o homem
à nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre
as aves do céu, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre
todos os répteis que se arrastam sobre a terra’.” Tudo já estava criado
quando o homem foi criado. O reinado que temos sobre a natureza não
pode se converter em um reinado de destruição. Há quinze dias nós
acompanhamos a tragédia de Brumadinho em Minhas Gerias. Uma tragédia
que é fruto da ganancia; do querer lucrar mais etc. Nós precisamos explorar
a natureza a nosso favor, mas também devemos conserva-la, pois somente
conservando-a nós também nos conservamos; conservamos a nossa
espécie. Não adianta exploramos o espaço a procura de uma nossa casa.
Essa é a nossa casa comum. Devemos ensinar isso a nossos filhos e eles
devem aprender isso na escola. Em outubro desse ano, o Papa Francisco
receberá os bispos de diversos países para pensar a Amazônia, os povos
que ali vivem e sua conservação.
Carlão, hoje pela manhã vinha pensando sobre o que falar nesse nosso
encontro de hoje. Pensei em retomar o discurso sobre a fé que havia
iniciado semana passada. Aí, na abertura do Rádio Comunidade ouvi você
dizer três palavras importantes que tem a ver com a nossa maneira de
encarar a vida: ter fé; fazer tudo com vontade e bola pra frente. Essas três
coisinhas que Carlão disse hoje deve ser o programa de vida de Carlão. O
modo como ele encara o seu dia-a-dia, seu trabalho, sua relação com os
amigos e com a família. Acho que podemos também tomar isso como
indicativo para a nossa vida. Eu penso o seguinte, se isso serve para alguém
pode também servir para mim.
O que significa ter fé? No evangelho de hoje, a fé é o que move as
multidões em busca de Jesus. Elas ouviam dizer que Jesus estava em um
determinado lugar e para lá levavam os seus doentes para serem curados:
“Percorrendo toda aquela região, levavam os doentes deitados em suas
camas para o lugar onde ouviam falar que Jesus estava. E, nos povoados,
cidades e campos onde chegavam, colocavam os doentes nas praças e
pediam-lhe para tocar, ao menos, a barra de sua veste. E todos quantos o
tocavam ficavam curados”. A fé em Jesus é o que movimenta as pessoas a
procura-lo. Quem não tem fé fica parado, pois perde a confiança em si, a
confiança nos outros e na vida. Por isso Carlão diz “bola para frente”! O
começo de tudo é a fé; a fé gera esperança de dias melhores e a esperança
nos faz buscar; sair de nós mesmos e confiar! O começo de tudo é a fé.
O profeta Isaias dizia o seguinte: “Se não acreditardes, não
compreendereis.” Praticamente todos os filósofos e teólogos cristãos que
refletiram sobre a fé, citaram esse passo de Isaias. Por um lado, ele indica
que a fé, a crença, a confiança é a base do nosso conhecimento sobre Deus
e sobre o mundo. A fé é o começo daquilo que sabemos sobre Deus e sobre
as coisas. Primeiro temos fé e depois buscamos entender. A fé nos diz que
Deus é o nosso criador, nosso pai, nosso protetor providente... depois a
gente tenta entender o que significa tudo isso. Tudo está complicado,
embolado ou abraçado pela fé. Ela é o que nos sustenta nas nossas
fragilidades. Posso até não entender, mas no horizonte da minha fé vou
buscando um sentido. Essa busca de sentido é o que faz ser gente. Por isso,
Carlão diz, “Bola pra frente”! A fé nos impulsiona a compreender os
mistérios de Deus e da vida. Às vezes somos arrogantes enquanto homens!
Nossa racionalidade nos cega e pensamos que podemos saber de tudo! A fé
nos diz que não podemos compreender tudo; não podemos saber de tudo;
que somos limitados na nossa compreensão dos mistérios divinos e nos
mistérios da vida. A razão não pode tudo. Por isso, diante das coisas que
não compreendemos; que não aceitamos por não compreendermos é
necessário um pouquinho de fé; um pouquinho de confiança em Deus e nos
outros; na nossa família e nos nossos amigos.
Por fim, é necessário ainda pensar numa terceira coisa. Primeiramente
dissemos que a fé nos impulsiona a seguir em frente. Diante do
desconhecido, daquilo que nos amedronta; do que não entendemos... a fé
nos diz: siga em frente. Acredite que você vai entender! Tenha paciência!
Deixe a arrogância da razão de lado e abra espaço para o desconhecido que
deve ser acolhido no horizonte da fé. Antes de tudo compreenda que você
não vai compreender tudo. Aceite a sua ignorância sobre muitas coisas.
A terceira coisa que ia dizer tem a ver com a vontade. Diz Jacques
Ranciere, filósofo francês, em o Mestre ignorante, que todos os homens
possuem inteligência iguais. Somos iguais quanto a nossa inteligência.
Qualquer homem pode conhecer o que quiser. Pode aprender o que quiser.
Pode aprender uma nova língua. Pode aprender uma nova ciência. E isso
tudo sozinho! Basta que alguém nos acorde do nosso sono. Que alguém nos
diga que somos capazes quanto à inteligência. Somos intelectualmente
iguais. A diferença entre os homens não está na inteligência, mas na
vontade. Esse é o grande problema do nosso tempo. Por isso, Carlão disse
hoje que devemos fazer as coisas com vontade: primeiro ter fé; segundo
fazer as coisas com vontade e bola pra frente!
É isso! Decretamos que todos os homens são iguais na inteligência. A
diferença está na vontade. Em fazer as coisas com empenho, com vontade
ou em simplesmente fazer. Quem faz as coisas por fazer, está fadado ao
fracasso. O fracasso não tem a ver com a inteligência. Tem a ver com
vontade. Muitos são professores por serem; muitos são radialistas por
serem; muitos são políticos porque os pais foram; os avós foram... não são
por vontade; não implicam a vontade própria no que fazem. Daí o resultado
é sempre medíocre. Por isso, temos tantos professores medíocres; tantos
radialistas medíocres; tantos políticos medíocres... não é porque são
burros... é por não quererem.
Quem é pai ou professor ou mestre de algum ofício sabe como é difícil
ensinar a quem não quer aprender. Culpamos a inteligência, mas o
problema é a vontade. Os melhores mestres na escola ou em qualquer
ofício serão aqueles que souberem reconhecer que todos somos iguais na
inteligência; que não é necessário que alguém explique ou ensine o que se
pode aprender sozinho.... o melhor mestre será aquele que consiga “dobrar”
e direcionar a vontade dos seus estudantes para que eles entendam que
podem o que querem.
Nesse inicio de semana; nesse início de ano letivo, de ano de trabalho e de
lutas pensemos: coloquemos a fé como base e como luz da inteligência; a
vontade como poder fazer o que desejarmos com nossa inteligência
iluminada pela fé e o entusiasmo de seguir em frente poderá contaminar a
nossa vida.

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