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Programa de Educação

Continuada a Distância

Curso de
Auditoria de Enfermagem

Aluno:

EAD - Educação a Distância


Parceria entre Portal Educação e Sites Associados
Curso

Auditoria de Enfermagem

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na bibliografia consultada.

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SUMÁRIO

Módulo I
Conceito e Histórico
Auditoria em Saúde
Enfermagem: um Breve Histórico
Auditoria de Enfermagem: Conceitos
Regulamentação da Auditoria de Enfermagem
Finalidades da Auditoria de Enfermagem
Atividades do Enfermeiro Auditor
Classificação da Auditoria de Enfermagem

Módulo II
Auditoria de Enfermagem na Conta Hospitalar
Ferramentas utilizadas para Auditoria de Enfermagem na Conta Hospitalar
Tabela AMB
Contratos e Tabelas
Protocolos
Custos Hospitalares
Revista Simpro
Revista Brasíndice
Resolução COREN e COFEN
Resolução CRM e CFM
Instrumento para elaboração de indicadores
Exemplo de instrumento para elaboração de indicadores
Manuais Padronizados
Rol de Procedimentos
Manual de Padronização de Medicação
Tabela de Gotejamento de Soluções

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Módulo III
Padrão das cobranças hospitalares
Diária Hospitalar
Uso de salas
Serviços de enfermagem
Admissão de RN
Aspiração de secreção orotraqueal
Balanço hídrico
Cateterismo Vesical
Controle de pressão venosa central
Curativos
Orientação de enfermagem para alta
Enteroclisma
HGT
Lavagem Gástrica
Lavagem Vesical Contínua
Lavagem Vesical Intermitente
Preparo para Colonoscopia
Aplicação de Quimioterapia
Retirada de pontos
Sistema de Controle e Manutenção de Diálise Peritonial
Sistema de Drenagem de Tórax Simples ou Contínua
Heparinização de Cateter Totalmente Implantável
Nebulização
Tricotomia
Sondagem Nasogástrica ou Nasoenteral
Punção Venosa
Uso de Equipamentos e Monitorização
Monitor de Capnografia
Monitorização da Temperatura
Monitor da Pressão Intracraniana

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Monitor da Freqüência Cardíaca
Ventilação Mecânica
Berço Aquecido
Bomba de Infusão
Colchão Antidecúbito
Fototerapia
Oxigenoterapia
Cobrança de Medicamentos e Soluções
Exemplo de Prescrição Médica Utilizada em Hospital

Módulo IV
Glosas Hospitalares
Perfil do Enfermeiro Auditor
O Enfermeiro Auditor na Atuação em Hospitais
O Enfermeiro Auditor Atuando em Operadoras de Saúde
Enfermeiro Auditor na Elaboração de Pacotes
Glosas Hospitalares
Perfil do Enfermeiro Auditor
O enfermeiro Auditor na atuação em Hospitais
Enfermeiro Auditor na Elaboração de Pacotes
Glossário
Bibliografia Consultada

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MÓDULO I

Auditoria: Conceito e Histórico

A auditoria prática teve seu início na área contábil, principalmente a partir


da Revolução Industrial no século XVIII, com o surgimento das indústrias e do
capitalismo, sendo consolidada e conceituada na Inglaterra como um meio para
garantir a estabilidade econômica e financeira das empresas que surgiram neste
período.
Segundo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, no Novo Dicionário da
Língua Portuguesa, as palavras “auditoria” e “auditor” vêm do latim “auditore” e
significam auditoria: cargo de auditor, lugar ou repartição onde o auditor exerce
suas funções, exame analítico ou pericial que segue o desenvolvimento das ações
contábeis, desde o início até o balanço, auditagem; auditor: aquele que ouve –
ouvidor; (...); perito-contador encarregado da auditoria (...).
A evolução do termo auditoria e as questões práticas que o envolvem,
vieram como conseqüência das mudanças nos padrões de vida e conquistas do
próprio ser humano, então é impossível falar da história da auditoria sem entender
as modificações e evoluções que ocorreram até a criação e manutenção das
indústrias.
Nos milhões de anos que precederam a Mesopotâmia, o progresso foi
muito lento. Em uma primeira longa fase, o homem dedicou suas energias
principalmente a colocar em funcionamento as técnicas elementares para sua
sobrevivência, através da defesa e ataques contra agruras da natureza e outros
seres vivos hostis.
Mais tarde, a partir do então homem de Neanderthal, o homem consegue
elaborar sistemas culturais mais refinados e abstratos, com o objetivo de
compensar as frustrações, dores e inseguranças por meio de ilusões como o culto
aos mortos e a magia, o erotismo desvinculado com a procriação e o acúmulo de
bens de qualidade.
No final desta fase evolutiva, o homem aprendeu a caminhar em posição

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ereta, transformando os membros superiores em ágeis utensílios e produtores de
utensílios; aprendeu a cultivar a terra, em vez de esperar a disponibilidade dos
frutos; aprendeu a dominar o fogo; facilitou o transporte, aprendendo a desfrutar do
menor atrito dos corpos redondos quando giram em torno de um eixo.
O desenvolvimento psíquico do ser humano teve como conseqüência o
impulso gerador de invenções materiais, organizações de comunidades e avanços
tecnológicos. Foram fundadas as primeiras cidades e as primeiras escolas e
inventadas a escrita, a matemática e a astronomia. No final do século XVIII surge a
indústria, milhões de camponeses e artesãos se transformam em trabalhadores
“subordinados”, os tempos e os locais de trabalho passam a não depender mais da
natureza, mas das regras empresariais e dos ritmos da máquina.
Os detentores do poder, ou, donos das indústrias, tinham preocupação
fundamental com aquilo que era produzido (produto) e o retorno daquilo que era
vendido (bens); foi nesse cenário que a contabilidade começou a criar formas e um
tempo depois a auditoria, que passou a fiscalizar todos os processos envolvidos na
industrialização, principalmente no que dizia respeito ao retorno econômico.
A AUDIBRA – Instituto de Auditoria Interna do Brasil – que fala sobre a
função da auditoria dentro das organizações, denominada como auditoria interna,
descreve a auditoria interna como uma função de avaliação independente, criada
dentro das organizações para avaliar suas atividades, como um serviço a essa
mesma organização.
Kurcgant (1991) define a função de auditoria como sendo a avaliação
sistemática e formal de uma atividade ou processo de trabalho, por alguém não
envolvido diretamente na execução desta atividade, para determinar se essa
atividade está sendo levada a efeito de acordo com seus objetivos, verificando se
os resultados obtidos através da avaliação são satisfatórios ou insatisfatórios.
Gil (2000) descreve a auditoria como uma função da organização
institucional que visa à revisão, avaliação e emissão de opinião referente a todo o
ciclo administrativo, entendendo-se como ciclo administrativo o planejamento, a
execução e o controle, considerando a auditoria importante em todos os momentos
e/ou ambientes das entidades.

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A partir destes conceitos pode-se dizer que a Auditoria está relacionada à
avaliação das atividades desenvolvidas nas organizações e o produto do trabalho,
buscando por uma análise coerente e objetiva a mudança ou aprimoramento de
processos para obtenção de um resultado positivo e verificação de rotinas
ineficientes.

Auditoria em Saúde

A industrialização acelerada e a migração da população do campo para as


cidades, principalmente a partir da década de 50, fizeram com que a demanda por
assistência médica aumentasse drasticamente. Era preciso atuar sobre o corpo e
garantir a capacidade produtiva do trabalhador.
Em conseqüência disto houve o aparecimento da assistência médica da
previdência privada, a organização das instituições que prestavam serviços à
saúde, bem como a elaboração, pela esfera política, de ações para o atendimento
das necessidades de saúde da população.
Nesse sentido, as instituições prestadoras de atendimento à saúde passam
a ser também o foco para iniciação de uma auditoria diferente da contábil,
entretanto utilizando alguns parâmetros para mensurar e/ou fiscalizar o retorno
econômico e a qualidade do serviço prestado na empresa.
A auditoria na área da Saúde tem sua iniciação a partir do desenvolvimento
da Auditoria Médica que envolve desde o período em que o médico começou a se
inserir dentro das Instituições de Saúde até o momento em que surgiram as
Cooperativas Médicas, as Seguradoras e as Auto-Gestões, como conseqüência de
uma incapacidade pública de gerir atendimento à saúde.
A inserção do médico nas instituições de saúde tornou-se um marco para o
crescimento e amadurecimento dos hospitais, bem como a concentração de um
monopólio conceitual e próprio de tratamento a enfermidades e/ou moléstias
constituindo-se o hospital em uma verdadeira empresa.
A mesma Revolução Industrial que modificou os preceitos da época do
século XVIII, também instaura o Capitalismo e, com isso, o hospital que até então

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era visto como um refúgio para doentes e pobres, reestrutura-se e impõe a figura
do médico como gerador de diretrizes internas, no topo da hierarquia.
Até a década de 20, aqueles que necessitavam de assistência médica eram
obrigados a comprar serviços de profissionais liberais. Aos despossuídos restavam
duas alternativas: a medicina popular (leigos, curadores, práticos, benzedeiros, etc.)
ou o auxílio das Santas Casas de Misericórdia destinadas ao tratamento e amparo
aos indigentes e pobres.
Com as diversas modificações de cunho econômico e social que a
industrialização trouxe consigo, ocorreu o aparecimento da assistência médica da
previdência privada. Em 1923, com a aprovação da lei Eloy Chaves, surge a
previdência social no Brasil e cria-se a primeira CAP - Caixa de Aposentadoria e
Pensões, dos ferroviários, a qual se seguiram outras CAP’s formadas por
categorias urbanas, com maior poder de mobilização e pressão.
As CAP’s eram organizadas por empresas administrativas e financiadas por
empresários (1% da renda) e trabalhadores (3%). Em 1930, já existiam 47 CAP’s,
mas que forneciam cobertura a apenas 142.464 beneficiários. Em 1936, o país
contava com 183 CAP’s, mas a imensa maioria da população permanecia excluída
do acesso aos serviços de saúde, restando-lhes a compra de serviços privados, o
amparo das instituições de benemerência e desassistência.
A partir do estado novo de Getúlio Vargas, sob a doutrina do seguro e com
orientação de economia dos gastos, teve início a implantação dos Institutos de
Aposentadorias e Pensões (IAP’s), estruturados por categorias profissionais e não
mais por empresas. O primeiro IAP foi o dos marítimos, criado em 1933, seguindo-
se o dos comerciários e bancários (1934), industriários (1936) e o dos servidores do
Estado e trabalhadores em transporte de cargas (1938).
Durante o segundo governo Vargas e o de JK, os IAP’s experimentaram
considerável ampliação de sua estrutura, principalmente a hospitalar. A grande
maioria dos hospitais públicos brasileiros foi constituída neste período.
Concomitantemente, cada vez era mais adotado o modelo de saúde americano,
incorporando-se indiscriminadamente tecnologia numa visão de saúde
hospitalocêntrica e, naturalmente, de alto custo, favorecendo o fortalecimento da

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indústria de medicamentos e equipamentos hospitalares.
Em 1960, foi aprovada a Lei Orgânica da previdência que garantiu a
uniformização dos benefícios. Mas as condições concretas para implantação do
novo modelo surgem com a instauração da Ditadura Militar, a partir de 1964.
Incrementou-se o papel regulador do estado e a expulsão dos trabalhadores do
controle da Previdência Social.
Com o passar dos anos o avanço da ciência conclui sobre diversos fatores
quanto à cura ou prevenção de doenças; dentre estes estão o uso de
antibioticoterapia, as cirurgias por vídeo, as restrições às pessoas doentes, os
tratamentos domiciliares, entre outros, assim como os custos da assistência à
saúde tornam-se mais caros tanto para quem buscava o serviço como para quem
oferecia.
Houve alterações decorrentes da assistência médica; tais modificações
ocorreram principalmente nos anos 60, com a fusão das caixas de Previdência e
Assistência médica por atividade profissional, os chamados IAP – Instituto de
Aposentadoria e Pensões, onde surgiu o INPS – Instituto Nacional de Previdência
Social.
Juntamente ao INPS que assumiu boa parte da assistência médica pública,
surgiu o chamado Sistema Supletivo de Assistência Médica composto pelas
Medicinas de Grupo, Cooperativas Médicas, Seguradoras de Saúde e Auto-
Gestões de Assistência Médica em empresas públicas e privadas.
Esse sistema supletivo nasceu através de uma abertura de Lei criada pela
previdência social, em que se permitia ao empregador optar por repassar parte do
desconto devido à Previdência para empresas privadas de Assistência Médica. O
crescimento deste sistema está relacionado à ineficiência da previdência em gerir
Assistência Médica Pública.
Em 1976, o Ministério da Previdência sistematizou e organizou o processo
de avaliação dos serviços médicos prestados através da auditagem médica e
administrativa das contas a serem pagas; foi a Ordem de Serviços SAM 039.32 do
INAMPS, de 28/12/1976.
Segundo Junqueira (2001), essa Ordem estabeleceu a avaliação técnico-

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administrativa das unidades próprias do INAMPS e de terceiros conveniados,
mediante o acompanhamento e o controle formal e técnico dos serviços com
abrangência. Os mecanismos utilizados para tal eram:
a) Auditagem médica assistencial;
b) Revisão Técnica e administrativa das contas médicas;
c) Análise de informações.
Este primeiro modelo de auditoria médica gerou descontentamento pela
forma de operacionalização, principalmente por proporcionar ao médico qualidade
de auditor nas funções contábeis e administrativas, causando manifestações
consideráveis que por fim forçaram os CRM a contextualizar tal prática ao auditor e
auditado, surgindo em 1981 o primeiro parecer do CRM do Paraná que foi
desenvolvido pelo CRM do RS e CFM.
Em 1984, um estudo desenvolvido por conselheiros do Paraná intitulado
“Auditoria Médica e suas implicações” tornou-se Norma Operacional de Auditoria
Médica; no ano de 1994, o Conselho Federal de Medicina descreveu parecer sobre
a Auditoria Médica, expondo que o auditor tem o direito de analisar os atos
auditados, dispondo do máximo de informações para que possa emitir uma correta
apreciação.
A crescente preocupação pelo tema acabou por lançar o Decreto
Presidencial 1.652 de 28/09/95 que regulamenta o Sistema Nacional de Auditoria
no âmbito do Sistema Único de Saúde, e em 1996 o Ministério da Saúde, através
da Coordenação Geral de Controle, Avaliação e Auditoria (CAUDI), editou o Manual
de Normas de Auditoria para todo país, definindo as finalidades da auditoria.
A Auditoria Médica, segundo o Conselheiro Relator Dr. Paulo Eduardo
Behrens, e aprovada em sessão Plenária do Conselho Federal de Medicina em
07/04/99 refere-se às atividades de fiscalização, controle e avaliação dos
procedimentos e atendimento prestado com intuito de adequação e qualidade,
detectando distorções e propondo medidas para um melhor desempenho.
Segundo Loverdos (1999), Auditoria Médica é a análise à luz das boas
práticas de assistência à saúde e do contrato entre as partes: paciente, médico,
hospital e patrocinador do evento, dos procedimentos executados, aferindo sua

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execução e conferindo os valores cobrados, para garantir que o pagamento seja
justo e correto.
Sem dúvida, a auditoria surgiu como uma necessidade de avaliação
sistemática do processo, na área contábil, ou nas demais áreas que incluem o
termo. A importância dada à auditoria nos tempos atuais é uma questão de
sobrevivência e estabilidade em grandes instituições; o mero papel fiscalizador
atribuído no século XVIII consolida-se hoje como educador e capacitador.
O desenvolvimento da Auditoria nos serviços de Atendimento à Saúde
diferencia-se bruscamente dos demais tipos de Auditoria, uma vez que permite
avaliar e aprimorar as rotinas das organizações trabalhando com atividades onde o
produto é subjetivo, necessitando profissionais com conhecimento especializado
para desenvolver tal técnica agregando resultados satisfatórios.

Enfermagem: um breve histórico

A atenção à saúde dos indivíduos e populações, ao longo da história dos


homens, vem sendo desenvolvida de muitas formas e nem sempre foi espaço
exclusivo de atuação profissional e nem envolveu uma única abordagem
diagnóstico- terapêutica.
Alguns trabalhos de saúde surgem quando o sistema industrial se instala e
se desenvolve a ponto de exigir trabalhadores mais habilitados. Neste período, os
sistemas de assistência à saúde ampliam seus objetivos de modo a dar conta de
uma necessidade social que desponta, ou seja, a de preservar a mão-de-obra
treinada para os postos de trabalho então existente.
Segundo Vaz (1996) a saúde é um universo concreto como produto das
relações do ser humano, sua expressão pode ser vista nas formas biológicas do
indivíduo e nas estruturas das ações coletivas. As ações situam-se exteriormente
ao mundo e constituem-se em expressão e condição de desenvolvimento das
formas biológicas frente à individualidade do sujeito como ser social.
Com isso, a prática em saúde, tem suas origens em necessidades
determinadas socialmente e se volta para o atendimento delas. Como o trabalho

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através de seus agentes, transforma a natureza pra satisfazer carências e constrói
o mundo da saúde e suas teorias, nas suas infinitas particularidades. O conjunto de
práticas que se institucionalizam para a intervenção no processo saúde-doença são
diversidades da unidade – trabalho em saúde.
Leooardi et al. (1999) afirma que o trabalho em saúde é essencial para a
vida humana e que faz parte do setor de serviços; inclui-se como um trabalho da
esfera não-material e se completa diante de sua realização. Diferencia-se por não
possuir como resultado um produto material, sendo o produto indissociável do
processo que o produz.
Formulando o processo de trabalho segundo as bases teóricas de Marx
(1980), pode-se considerar que o processo de trabalho dos profissionais de saúde
tem como finalidade a ação terapêutica de saúde, como objetivo os indivíduos ou
grupos doentes, sadios ou expostos a risco, como instrumental de trabalho as
condutas que representam o nível técnico do conhecimento que é o saber em
saúde e o produto final é a própria prestação da assistência de saúde que é
produzida no mesmo momento em que é consumida.
Inseridos neste processo de trabalho estão as profissões que integram o
trabalho em saúde, dentre elas a enfermagem. Para melhor entender a posição
ocupada pela enfermagem atualmente, é necessário realizar uma retrospectiva
histórica desde o seu surgimento, pois certamente várias situações atuais
vivenciadas pela profissão enfermagem possuem aporte histórico que descrevem
suas causas.
Nery & Vanzin (2000), caracterizam a história da enfermagem como
possuidora de duas fases, Pré-Profissional e Profissional, sendo que a primeira
constitui-se basicamente pelo surgimento do profissional “enfermeiro” sem
formação científica enquanto a segunda caracteriza-se pela fundação das escolas
de enfermagem que permitiram embasamento científico aos profissionais.
Os inúmeros relatos de enfermagem referem-se à era cristã, onde os
religiosos desenvolviam a caridade cuidando dos doentes; o cristianismo aumentou
o número de pessoas ligadas à Igreja que queriam salvar a sua alma através do
cuidado aos enfermos assim como o número de instituições para hospitalização

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daqueles que necessitavam.
Conforme Almeida (1986) as atividades realizadas pelas enfermeiras em
instituições hospitalares caracterizavam-se pela independência, ou seja, suas
ações pressupunham ordens médicas ou planos terapêuticos, parecia que a
enfermagem e a medicina eram dois trabalhos com objetos e objetivos diferentes,
que não se relacionavam em momento algum.
O capitalismo que se instala neste período necessita do corpo como força
do trabalho; com isso inicia-se a reestruturação do conceito e objetivos dos
hospitais; o objetivo nesta fase começa a ser a cura, e o médico que até então não
fazia parte desta instituição, cristaliza-se no topo da hierarquia hospitalar e passa a
dirigir todas as práticas advindas da divisão do trabalho no hospital. Assim, a
prática de enfermagem de independente passa a ser uma prática dependente e
subordinada à prática médica.
Percebe-se então, que a enfermagem desde o seu surgimento com o
chamado “cuidado religioso” Almeida (1986); caracteriza-se pela institucionalização,
ou seja, o trabalho voltado para assistência aos enfermos dentro dos hospitais,
primeiramente independente, enquanto o hospital era visto como um refúgio a
pobres e doentes e, logo após dependente de planos terapêuticos descritos por
médicos, quando os objetivos das instituições hospitalares centralizaram-se na
cura.
A história da enfermagem não pode ser sintetizada sem a menção de
alguns nomes que realmente difundiram as bases da enfermagem até os dias
atuais; dentre eles cita-se Florence Nightingale com início real da enfermagem na
Inglaterra e Ana Nery, considerada a primeira enfermeira do Brasil.
Na segunda metade do século XIX, na Inglaterra vitoriana, industrial,
moralista e progressista, um grupo de mulheres dedica-se a cuidar de doentes
durante a Guerra da Criméia; dentre elas destaca-se a figura de Florence
Nightingale, que demonstra grande dedicação e preocupação ao cuidar dos
soldados doentes.
Florence começou a assumir papel importante na sociedade pelo seu
reconhecimento com a preocupação em cuidar os doentes. Passou a influenciar

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assuntos militares e legislativos, reformulando hospitais, elaborando políticas
sanitárias internas e externas, e finalmente lançando para o mundo as bases da
enfermagem como profissão.
Segundo George (1993), a enfermagem organizada começou sob a
liderança de Florence Nightingale. Antes de seu tempo, o trabalho de cuidar de
doentes era realizado por pessoas incapacitadas. Construíam hospitais em locais
onde os pobres sofriam com mais freqüência devido ao ambiente do que à doença
que os trouxera para lá, predominavam em todo o lugar cirurgias sem anestesia,
com pouca ou nenhuma higiene.
Os preceitos de Florence acerca da enfermagem constituem o fundamento
básico sobre o qual se pratica a enfermagem atualmente. O conceito central que é
mais refletido nos escritos de Nightingale é a interação entre o indivíduo e o
ambiente além da contribuição fundamental para a profissionalização e capacitação
das “pessoas que cuidam de doentes”, ou seja, os enfermeiros.
Florence (1969) afirma que existe uma necessidade de uma preparação
formal e sistemática para a aquisição de um conhecimento de natureza distinta
daquele buscado pelos médicos, que os fundamentos permitam manter as
condições necessárias ao organismo para não adoecer ou se recuperar de
doenças.
Conforme Almeida (1986), Florence introduziu treinamento aos agentes da
enfermagem abordando técnicas disciplinares de enfermagem a fim de delimitar o
espaço social que cada trabalhador da saúde deve ocupar na hierarquia hospitalar,
em especial na hierarquia do pessoal de enfermagem; o treinamento era realizado
em níveis de complexidade, tarefas de cuidados diretos dirigidas aos elementos
menos categorizados socialmente e tarefas de gerência aos elementos mais
categorizados socialmente.
Com o crescimento abrupto das instituições hospitalares e desenvolvimento
da ciência médica, cada vez mais se tornou necessária mão-de-obra para
desenvolver o trabalho atribuído à enfermagem; para tal, começou a ser utilizado o
pessoal elementar, que consistia em indivíduos com outras funções que eram
treinados no próprio local de trabalho para cumprir as exigências da demanda do

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mercado.
O uso funcional destas pessoas favorece a função de supervisão e
gerência de enfermagem que era desenvolvida basicamente pelas chamadas
“enfermeiras – chefes” – pessoas de classe social elevada – enquanto as pessoas
treinadas pelas enfermeiras eram consideradas os auxiliares de enfermagem.
Começa aí, a primeira categorização informal da enfermagem.
No Brasil, a enfermagem teve seu marco, através de Anna Justina Ferreira
– Anna Nery. Viúva, com 51 anos de idade, movida pelo amor, Anna Nery escreve
um pedido para ser voluntária, na guerra Brasil-Paraguai em 1865, em que seus
três filhos e dois irmãos lutavam. Tendo o pedido aceito, dedicou-se aos cuidados
dos feridos, improvisando hospitais e obtendo o título de “Enfermeira–Mãe dos
Brasileiros”.
Nery & Vanzin (2000) descrevem que Anna Nery foi o maior vulto de
enfermagem no período Pré-Profissional, destacando-se pela sua coragem,
dedicação e amor aos feridos nos campos de batalha, durante a Guerra Brasil-
Paraguai, se consagrando como a primeira enfermeira do Brasil.
A partir destes acontecimentos começam a ser fundadas as primeiras
Escolas de Enfermagem no Brasil, com o objetivo de capacitar através de
conhecimentos científicos os profissionais enfermeiros. A primeira escola de
enfermagem do Brasil teve o nome de Anna Nery.
Conforme Pires (1998), em termos educacionais, o que veio servir de
referência para a formação do enfermeiro, foi a criação da escola de enfermagem
Anna Nery, seguindo o modelo de ensino embasado em Florence Nightingale, da
Inglaterra do século XIX; seu currículo foi considerado padrão para o
desenvolvimento de outras escolas.
A Escola Anna Nery, que deveria atuar principalmente nas áreas
preventivas da saúde, contraditoriamente exercia a formação de suas alunas no
Hospital Geral do Departamento de Saúde Pública, embora os currículos de
enfermagem tenham surgido sob a perspectiva preventiva da saúde, a formação do
enfermeiro era voltada para a assistência, para o cuidado direto ao paciente, já
caracterizando a assistência hospitalar.

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Uma questão que deve ser relevada na formação do profissional enfermeiro
é a exigência de sua formação, que passou efetivamente de nível médio para
superior somente no ano de 1962.
A Lei n°. 775/49 franqueava perspectivas de nível superior para a
profissão. Em 1961, com Lei n º. 2995/56, as escolas passam a exigir segundo grau
completo dos candidatos. Através do Parecer nº. 271/62, do conselho Federal de
Educação, o currículo mínimo de enfermagem instituído adota perfil totalmente
curativo, e a formação preventiva torna-se uma especialização facultativa.
Os currículos de enfermagem só sofrem novas modificações em função da
“Reforma Universitária” que, através da Lei nº 5540/68 deu origem ao parecer n°
163/72 e à resolução n° 04/72. Atualmente, através do parecer n° 314/94, que
alterou o currículo mínimo que havia sido aprovado pelo parecer anterior, continua
valorizando o paciente hospitalizado e a ação técnica do enfermeiro.
Em 1973, a partir do Decreto-Lei nº 5.095 de 12 de julho, criam-se os
Conselhos Federal e Regional de Enfermagem, sendo considerados órgãos
disciplinadores do exercício da profissão de enfermeiro e demais categorias,
Conselho Federal caracterizando-se pela jurisdição em todo o território nacional,
tendo como subordinados os Conselhos Regionais que se estabelecem em todos
os estados.
E, em 1986, mediante o Decreto da Lei n° 7.498 de 25 de junho, o exercício
da enfermagem torna-se livre em todo território nacional. Diante da divulgação
desta Lei, a enfermagem inicia sua categorização oficial, ou seja, subdivide-se pelo
grau de habilitação e função, sendo que o parágrafo único desta Lei regulamenta o
exercício de enfermagem privativamente ao Enfermeiro, Técnico de Enfermagem,
Auxiliar de Enfermagem e Parteira.
A LEP – Lei do Exercício Profissional define as atividades do enfermeiro e
dos demais membros da equipe de enfermagem. Dentre as atividades estão a
prestação de “cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica que exijam
conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões”.
Leopardi (1999) esclarece que o gerenciamento da assistência de
enfermagem é feito pelo enfermeiro que domina os conhecimentos relativos ao

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exercício do trabalho assistencial da enfermagem e tem alguma autonomia para
avaliar necessidades assistenciais do paciente, decidindo sobre cuidados, o que
aproxima do trabalho do tipo profissional.
Atualmente a grande parte dos trabalhadores de enfermagem é contratada
em instituições formais, ou seja, hospitais ou clínicas, públicas ou privadas, o que
retoma historicamente a inserção e o surgimento da profissão enfermagem
embasando todos os preceitos pelo qual a enfermagem atua.
A institucionalização do enfermeiro congrega funções como supervisão e
liderança da equipe de enfermagem tendo-se em vista que o pessoal que integra
esta equipe geralmente totaliza um percentual de 70% nas organizações e que a
realização de seus papéis como profissionais possibilita o objetivo das instituições
de saúde na prestação de assistência voltada à prevenção e tratamento dos
indivíduos.
Segundo Kurcgatn (1991), a função supervisão é caracterizada como uma
função administrativa que envolve um processo de orientação contínua de pessoal
com a finalidade de desenvolvê-lo e capacitá-lo para o serviço; os enfermeiros
enquanto elementos supervisores desenvolvem atividades variadas dependendo do
cargo que ocupam.
Marquis & Huston (1999) conceitua liderança como um processo que
concretiza a administração de pessoal nas organizações, condutas e coordenação
de grupos; é o processo de movimentar um grupo ou grupos em alguma direção por
meios em sua maioria não–coercivos.
Entende-se através da breve revisão histórica, do surgimento do
profissional enfermeiro até sua atuação nos dias de hoje, a preconização deste
profissional em âmbito institucionalizado, assumindo papéis igualmente
desenvolvidos durante o século XVIII e XIX. Entretanto, evidencia-se pela situação
atual do enfermeiro, que a práxis da enfermagem evolui no sentido de aprimorar
funções no intuito de prestar uma assistência de enfermagem adequada ao
paciente e interação profissional com os demais profissionais que compõem a
equipe.
As mudanças econômicas e ações políticas frente ao atendimento à saúde

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proporcionaram dia a dia uma abertura no mercado de trabalho e diferenciação na
atuação do profissional enfermeiro que passou a agir não exclusivamente no
atendimento direto ao doente, mas também em funções administrativas. Cita-se:
Educação Continuada, Enfermagem do Trabalho, Vigilância Sanitária, Auditoria de
Enfermagem, entre outros.
Cada vez mais são elaboradas Resoluções pelo Conselho Federal de
Enfermagem que viabilizam e norteiam as ações dos enfermeiros em diferentes
áreas conforme a apresentação do campo de trabalho; sem dúvida, consiste numa
conquista do profissional que envolveu os ideais de atendimento a saúde para
caracterizar outras áreas que fomentam o seu conhecimento.

Auditoria de Enfermagem: conceitos

Com o passar dos anos, o custo da assistência à saúde tornou-se foco para
administradores e dirigentes com o objetivo principal de intervir em práticas
inadequadas de prestação de serviços, qualificar a cobrança da conta hospitalar,
bem como evoluir para mudanças e aprimoramento de processos, chegando ao
ápice de prestar o melhor serviço pelo menor preço.
O enfermeiro, profissional integrante da equipe de saúde, contribui no
desenvolvimento de ações pela busca de um cuidado eficaz e eficiente, elaborando
através de preceitos técnicos científicos, modelos de atendimentos focados na
qualidade, redução de custos e estabilidade econômica das instituições e sistemas
de saúde; concretiza-se aí a auditoria de enfermagem.
A auditoria de enfermagem existe há muitos anos, entretanto enfatiza hoje,
além da qualidade do serviço prestado pela equipe de enfermagem, a questão dos
custos hospitalares e adequação na cobrança das contas hospitalares,
principalmente por ter o enfermeiro a capacidade técnica e visão holística diante
das ações desenvolvidas na prestação do serviço à saúde.
Segundo Kurcgant (1991), Auditoria em Enfermagem é a avaliação
sistemática da qualidade da assistência de enfermagem prestada aos pacientes,
podendo ser verificada através das anotações de enfermagem no prontuário do

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paciente e/ou das próprias condições deste.
Dunn e Morgan (in Kurgant 1991) definem auditoria de enfermagem como
uma avaliação das condutas da assistência de enfermagem realizada ao paciente,
obtendo-se resultados que são utilizados como o comparativo entre a assistência
de enfermagem prestada e os padrões da assistência de enfermagem considerados
como aceitáveis.
Segundo Marquis & Huston (1999), a realização da auditoria de
enfermagem em organizações para atendimento à saúde proporciona aos
administradores e dirigentes um meio de aplicar o processo de controle para
determinação da qualidade dos serviços prestados.
Segundo Motta (2003) trata-se da avaliação sistemática da qualidade de
assistência de enfermagem prestada pela análise dos prontuários,
acompanhamento do cliente “in locu” e verificação da compatibilidade entre o
procedimento realizado e os itens que compõem a conta hospitalar cobrados,
garantindo um pagamento justo mediante a cobrança adequada.
A integração qualidade/custos é o principal binômio na auditoria; não é
possível no atual cenário sócio-econômico permitir perdas monetárias, mesmo que
seja no intuito de promover ou restituir a saúde. A eficiência nas cobranças das
contas hospitalares e a redução de custos são fatores que permitem a manutenção
de uma qualidade adequada aos pacientes.
Segundo Almeida (1990), o hospital deve restringir os gastos no que for
possível, sem danos para o paciente e se constituir com o máximo de economia.
Para tal é essencial o envolvimento de toda a equipe de enfermagem com a
questão relativa aos custos de maneira geral e em especial, com os custos relativos
à assistência prestada.
O envolvimento da equipe de enfermagem requer o conhecimento frente às
questões de custos, cobranças e objetivos das organizações de saúde em que
atuam; uma maneira coerente é o desenvolvimento de treinamentos para ampliar o
saber dos profissionais de saúde e capacitar e/ou reciclar para o exercício da
profissão, sanando dúvidas que acabam por prejudicar os processos internos.
Chiavenato (1981) menciona que o treinamento é um esforço dirigido no

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sentido de equipe, com a finalidade de fazer a mesma atingir, o mais
economicamente possível, os objetivos da empresa. Neste sentido, o treinamento
não é despesa, mas investimento precioso, cujo retorno é altamente compensador
para a organização.

Regulamentação da Auditoria de Enfermagem

Em 2001 foi elaborada pelo Conselho Federal de Enfermagem a


Resolução 266 que dispõe sobre as atividades do enfermeiro auditor em suas
diferentes atuações; esta resolução direciona o exercício profissional, impondo
restrições e estabelecendo diretrizes para o desenvolvimento das funções, sem
fugir dos primórdios da profissão enfermagem. Cita-se:
A RESOLUÇÃO – COFEN Nº. 266/2001 dispõe sobre as atividades do
Enfermeiro Auditor, capitulada em 09 (nove) partes:
I – É da competência privativa do Enfermeiro Auditor no exercício de suas
atividades:
• Organizar, dirigir, planejar, coordenar e avaliar, prestar consultoria,
auditoria e emissão de parecer sobre os serviços de Auditoria de
Enfermagem.
II – Quanto integrante de equipe de Auditoria em Saúde:
a) Atuar no planejamento, execução e avaliação da programação de
saúde;
b) Atuar na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais
em saúde;
c) Atuar na elaboração de medidas de prevenção e controle
sistemático de danos que possam ser causados aos pacientes
durante a assistência de enfermagem;
d) Atuar na construção de programas e atividades que visem a
assistência integral à saúde individual e de grupos específicos,
particularmente daqueles prioritários e de alto risco;
e) Atuar na elaboração de programas e atividades da educação

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sanitária, visando à melhoria da saúde do indivíduo, da família e da
população em geral;
f) Atuar na elaboração de contratos e Adendos que dizem respeito à
assistência de enfermagem e de competência do mesmo;
g) Atuar em bancas examinadoras, em matérias específicas de
enfermagem, nos concursos para provimento de cargo ou
contratação de enfermeiro ou pessoal técnico de enfermagem, em
especial enfermeiro auditor, bem como provas e títulos de
especialização em auditoria de enfermagem, devendo possuir título
de especialização em auditoria de enfermagem;
h) Atuar em todas as atividades de competência do Enfermeiro Auditor,
de conformidade com o previsto nas Leis do Exercício da
Enfermagem e Legislação pertinente;
i) O enfermeiro auditor deverá estar regularmente inscrito no COREN
de sua jurisdição onde presta o serviço, bem como ter seu título
registrado, conforme dispõe a Resolução COFEN Nº. 261/2001;
j) O enfermeiro auditor, quando da constituição de empresa prestadora
de serviço de auditoria e afins, deverá registrá-la no COREN da
jurisdição onde se estabelece e se identificar no COREN da
jurisdição fora de seu foro de origem, quando na prestação de
serviços;
k) O enfermeiro auditor, segundo a autonomia legal conferida pela Lei
e Decretos que tratam do Exercício Profissional de Enfermagem,
para exercer sua função não depende da presença de outro
profissional;
l) O enfermeiro Auditor tem autonomia em exercer suas atividades sem
depender de prévia autorização por parte de outro membro auditor,
enfermeiro ou multiprofissional;
m) O enfermeiro auditor para desempenhar corretamente seu papel,
tem direito de acessar os contratos e adendos pertinentes à
Instituição a ser auditada;

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n) O enfermeiro auditor, para executar suas funções de auditoria, tem
direito de acesso ao prontuário do paciente e toda a documentação
que se fizer necessária;
o) O enfermeiro auditor, no cumprimento de sua função, tem o direito
de visitar/entrevistar o paciente, com o objetivo de constatar a
satisfação do mesmo com o serviço de enfermagem prestado, bem
como a qualidade. Se necessário, acompanhar os procedimentos
prestados no sentido de dirimir quaisquer dúvidas que possam
interferir no seu relatório.
III – Considerando a interface do serviço de enfermagem com os diversos
serviços, fica livre a conferência da qualidade dos mesmos no sentido de coibir
o prejuízo relativo à assistência de enfermagem, devendo o enfermeiro auditor
registrar em relatório tal fato e sinalizar aos seus pares auditores, pertinentes à
área específica, descaracterizando sua omissão.
IV – O enfermeiro auditor, no exercício de sua função, tem o direito de
solicitar esclarecimento sobre fato que interfira na clareza e objetividade dos
registros, com fim de se coibir interpretação equivocada que possa gerar
glosas/desconformidades infundadas.
V – O enfermeiro, na função de auditor, tem o direito de acessar, in loco,
toda a documentação necessária; é vedada a retirada dos prontuários ou cópias
da instituição, podendo, se necessário, examinar o paciente, desde que
devidamente autorizado pelo mesmo, quando possível, ou por representante
legal.
Havendo identificação de indícios de irregularidades no atendimento do
cliente, cuja comprovação necessite de análise no prontuário do paciente, é
permitida a retirada de cópias exclusivamente para fins de instauração de
auditoria.
VI – O enfermeiro auditor, quando no exercício de suas funções, deve ter
visão holística, como qualidade de gestão, qualidade de assistência e quântico-
econômico-financeiro, tendo sempre em vista o bem estar do ser humano
enquanto paciente/cliente.

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VII – Sob o prisma ético:
a) O enfermeiro auditor, no exercício de sua função, deve fazê-lo com
clareza, lisura, sempre fundamentado em princípios constitucional,
legal, técnico e ético;
b) O enfermeiro auditor, como educador deverá participar da
interação interdisciplinar e multiprofissional, contribuindo para o
bom entendimento e desenvolvimento da Auditoria da
Enfermagem, e Auditoria em Geral, contudo, sem delegar ou
repassar o que é privativo do enfermeiro auditor;
c) O enfermeiro auditor, quando integrante de equipe
multiprofissional, deve preservar sua autonomia, liberdade de
trabalho dos membros da equipe, respeitando a privacidade, o
sigilo profissional, salvo os casos previstos em lei, que objetive a
garantir do bem estar do ser humano e a prevenção da vida;
d) O enfermeiro auditor, quando em sua função, deve sempre
respeitar os princípios profissionais, legais e éticos no
cumprimento com o seu dever;
e) A competência do enfermeiro auditor abrange todos os níveis onde
há a presença da atuação de profissionais de enfermagem;
VIII – Havendo registro no Conselho Federal de Enfermagem da Sociedade
de Auditoria em Enfermagem de caráter Nacional, as demais organizações
Regionais deverão seguir o princípio estatutário e regimental da Sociedade
Nacional.
IX – Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Federal de
Enfermagem.
As Instituições de Saúde que estabelecem um serviço de auditoria de
enfermagem organizado e bem conduzido proporcionam benefícios para os
clientes/pacientes, para instituição e para profissão. Os pacientes serão
beneficiados com a possibilidade de receber uma assistência de melhor qualidade;
a instituição porque fornece a verificação do alcance dos objetivos e auxílio no
controle de custos e cobranças das contas hospitalares; e para profissão porque

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possibilita indicadores de assistência.

Finalidades da Auditoria de Enfermagem

As principais finalidades do serviço de auditoria segundo Kurcgant (1991)


são: Identificar áreas deficientes do serviço de enfermagem, auxiliando nas
decisões quanto ao remanejamento e aumento de pessoal; Identificar áreas de
deficiência em relação à assistência de enfermagem; fornecer dados para melhoria
da qualidade do cuidado de enfermagem, obter dados para programação,
reciclagem e atualização do pessoal de enfermagem.
Com a modernização do serviço de auditoria de enfermagem, ou seja, a
implantação de uma análise também voltada para eficiência da cobrança da conta
hospitalar e controle no pagamento das empresas de Planos de Saúde aos
prestadores pode-se incluir como finalidades deste serviço a compatibilização das
cobranças dos procedimentos e das anotações de enfermagem na conta hospitalar
com o plano terapêutico adotado para o tratamento do paciente.
A auditoria de enfermagem é capaz de avaliar a qualidade do serviço
prestado ao paciente e indicar ao serviço de educação continuada da instituição os
principais enfoques de treinamento e/ou reciclagem conforme a necessidade que foi
apresentada diante do resultado da auditoria.
As anotações de enfermagem são de suma importância para realizar a
auditoria de enfermagem principalmente quando esta auditoria é feita através dos
registros. Diante das anotações de enfermagem é possível verificar a qualidade e
também efetuar uma correta cobrança dos procedimentos realizados enquanto o
paciente foi atendido.
É essencial, para que o serviço de auditoria de enfermagem cumpra suas
funções adequadamente e com subsídios, os registros de enfermagem, mesmo não
sendo finalidade da auditoria de enfermagem a melhora dos registros isto ocorre
como conseqüência.

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Atividades do enfermeiro auditor
As responsabilidades da Enfermeira Auditora, segundo Motta (2003) são:
• Agir dentro dos princípios éticos e legais;
• Conhecer e dominar o contrato firmado entre hospital e operadora dos
planos de saúde;
• Conhecer os aditivos contratuais;
• Atualizar seus conhecimentos sobre os temas médicos que sofrem
mudanças constantes devido ao desenvolvimento tecnológico;
• Aprimorar seus conceitos sobre os novos produtos lançados no mercado,
materiais e medicamentos;
• Ter embasamento e conhecimento para conversar e negociar;
• Fundamentar com conteúdos baseados em evidências seus conceitos,
antes de expô-los;
• Conhecer todos os documentos que compõem o prontuário do paciente;
• Ser claro e transparente no momento da análise das contas hospitalares;
• Ter noção básica de auditoria;
• Conhecer a Instituição;
• Envolvimento pelo cuidado do paciente;
• Capacidade de trabalhar em grupo;
Segundo Souza (2000), o enfermeiro auditor tem diversas atividades:
análise de contas hospitalares, análise da qualidade de assistência de enfermagem
e as condições de estruturas básicas para prestação desta assistência, emissão de
parecer, detecção de vazamento de recursos econômicos na instituição, através de
uso de materiais e medicamentos, podendo propor alternativas, principalmente
quando este é um auditor interno, educador por meio de interação multidisciplinar.
O enfermeiro auditor pode trabalhar nas instituições de saúde, como auditor
interno, realizando a auditoria das contas hospitalares, auditoria da qualidade
assistencial, auditoria de materiais, realização de justificativas e recursos de glosas
hospitalares, participação na realização dos contratos de prestação de serviços,
participação da implantação de novos serviços principalmente no que diz respeito à
questão de custo–benefício e elaboração de relatórios de auditoria.

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A auditoria das contas hospitalares é a análise da compatibilização entre o
que foi gasto com o paciente e o que está sendo cobrado, utilizando-se de tabelas
específicas que contêm a rotinização de cobrança contratada com cada convênio.
O enfermeiro auditor indica ao setor de faturamento itens que podem ser cobrados
mediante o atendimento prestado; através de sua visão técnica possui
conhecimento sobre materiais e medicamentos que foram utilizados no tratamento
do paciente, fazendo com que ocorra uma cobrança justa, e também com menos
probabilidades de glosas.
A auditoria da qualidade assistencial é feita pelo acompanhamento direto à
equipe de enfermagem no desenvolvimento de suas técnicas e/ou pela análise do
prontuário do paciente. Esta auditoria visa avaliar como estão sendo desenvolvidos
os cuidados de enfermagem, conclui sobre o cumprimento de rotinas hospitalares e
aponta necessidades de pessoal, treinamento e/ou reciclagem.
Atuando na auditoria de materiais, o enfermeiro tem a capacidade de
avaliar e detectar quais os tipos de materiais que são ineficientes na prestação do
cuidado ao paciente e que, mesmo sendo considerados de baixo custo pelo setor
de compras hospitalares, não satisfazem a necessidade, acarretando em uso
duplicado e/ou atendimento inadequado ao paciente. Nessa auditoria se observa
também além da questão da qualidade do material, o ressarcimento que este
material terá diante do convênio. Aplicam-se aqui as mudanças de rotinas internas
como uso de coberturas de curativos, entre outros, que necessitam de uma
avaliação qualiquantitativa.
A realização de justificativas e recursos de glosas pelo enfermeiro auditor
permite que a instituição não tenha perdas financeiras significativas neste quesito,
uma vez que o enfermeiro realizando este acompanhamento e enviando recurso de
glosa ao convênio está concomitantemente analisando como estão sendo feitas as
cobranças hospitalares; é uma retro alimentação do sistema. Possuindo o
conhecimento técnico científico frente aos diversos tratamentos oferecidos aos
pacientes, o enfermeiro possui propriedade para realizar um recurso de glosa
eficiente.
Na participação de contratos de prestação de serviço, o enfermeiro auditor

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interno envolve-se na negociação de valores de materiais e medicamentos que
serão ressarcidos ao prestador pela operadora de saúde bem como na elaboração
da tabela de diárias, taxas, equipamentos e gases hospitalares, proporcionando
uma variedade de cobrança compatível com os itens que poderão ser utilizados na
instituição, pelo usuário.
Uma auditoria de enfermagem interna atua também na implantação de
novos serviços institucionais a partir da verificação dos indicadores internos e
comparação com indicadores aceitos. Por exemplo, pode-se verificar o percentual
de pacientes que após a alta da unidade de terapia intensiva vão para a unidade
clínica e/ou cirúrgica e retornam à UTI; neste caso em específico podemos verificar
a razão da volta do paciente à UTI e um dos motivos poderá envolver o preparo da
equipe de enfermagem em receber um paciente após a alta da UTI (entre outros
relacionados a outros profissionais); pode-se sugerir, neste caso, a abertura de uma
unidade intermediária ou a capacitação dos funcionários para o atendimento a este
tipo de paciente.
A atividade de enfermeiro auditor também pode ser desenvolvida nos
Planos de Saúde. Neste caso, o auditor atua principalmente: na participação do
credenciamento da rede de atendimento, na análise de contas hospitalares no
ressarcimento aos prestadores de serviço, na realização de glosas hospitalares
quando houver a necessidade, na negociação de novas rotinas com o enfermeiro
auditor hospitalar, na visitação do usuário do plano de saúde quando o mesmo
estiver internado, na elaboração de grupos de saúde preventiva junto aos usuários
do plano de saúde e na elaboração de relatórios de auditoria.
A rede de credenciamento diz respeito aos prestadores de serviços físicos
e jurídicos que o Plano de Saúde deverá possuir; o enfermeiro auditor participa da
visitação e vistoria do local a ser credenciado, juntamente com os demais
profissionais da equipe de auditoria, avaliando principalmente as condições dos
cuidados de enfermagem a serem prestados aos usuários; no processo de
credenciamento também ocorrerá o contrato de prestação de serviço no qual o
enfermeiro do plano deve participar nas questões que envolvem valores e tabela a
ser utilizada para ressarcimento de: diárias, taxas, equipamentos e gasoterapia.

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Após o atendimento do usuário no prestador de serviço (hospital,
ambulatório ou clínicas) a instituição gera uma conta hospitalar que é enviada ao
plano de saúde; o auditor enfermeiro do plano de saúde realiza a análise da conta
hospitalar, verificando a compatibilização entre os itens cobrados e contratados,
efetuando as glosas quando julgar necessário.
É de suma importância a comunicação entre o enfermeiro auditor interno e
o enfermeiro auditor do plano de saúde, uma vez que proporciona a negociação
frente à implantação de novas rotinas e mudança no uso de materiais, ocasionando
também a qualidade da assistência prestada ao usuário.
A visitação do paciente ocorre quando este estiver sendo atendido pela
unidade prestadora de serviços; neste caso, o enfermeiro auditor realiza a visita
com o intuito de verificar a satisfação do cliente frente ao atendimento da rede
credenciada, e realizar o acompanhamento e fechamento da conta hospitalar
diariamente junto ao enfermeiro auditor do hospital.
O trabalho com a prevenção de doenças e/ou agravos é realizado pelo
enfermeiro auditor enquanto integrante da equipe do Plano de Saúde. Refere-se ao
mapeamento e perfil dos usuários bem como a inserção de medidas de promoção e
prevenção evitando internações e atendimentos hospitalares freqüentes,
proporcionando uma melhor qualidade de vida aos usuários.
Os relatórios de auditoria são realizados tanto na atuação do enfermeiro
auditor interno como no plano de saúde e constitui-se no resultado da auditoria
realizada. Estes relatórios servem de subsídios para adequação de rotinas e
modificação de planos de trabalho, e contêm indicadores que representam a
situação em forma de registro.

Classificação da auditoria de enfermagem

Quanto aos tipos de Auditoria cita-se a Pré-Auditoria ou Auditoria


Prospectiva; trata-se da avaliação dos procedimentos antes de sua realização;
Auditoria Concorrente ou Pró-Ativa, análise pericial ligada ao evento no qual o
cliente está envolvido; Auditoria Retrospectiva trata-se da análise pericial dos

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procedimentos realizados, após a alta do paciente.
Cerqueira (1977) descreve três tipos de auditoria aplicáveis ao serviço de
enfermagem: Auditoria Retrospectiva, administração da qualidade dos serviços
prestados após a alta do paciente; Auditoria Operacional corresponde o método
concomitante ou concorrente (durante o ato do atendimento); Auditoria de Plano de
Cuidados avalia o planejamento e a execução das ações assistenciais de
enfermagem.
Quanto às formas de intervenção, a Auditoria é classificada em Interna ou
Externa. A Auditoria Interna é realizada pelo enfermeiro dentro da instituição
hospitalar com ações alocadas como enfermeira Auditora da Educação Continuada
ou Enfermeira Auditora no serviço de faturamento.
Quanto ao tempo a auditoria classifica-se em: contínua ou periódica. A
Auditoria Contínua avalia em períodos determinados sendo que a revisão seguinte
sempre se inicia a partir da última. A Auditoria Periódica examina também em
tempos estabelecidos, porém não se prende à continuidade.
Quanto à natureza, a Auditoria classifica-se em: normal ou específica. A
Auditoria Normal se realiza em períodos determinados com objetivos regulares de
comprovação. A Auditoria Específica atende a uma necessidade do momento.
Quanto ao limite a auditoria classifica-se em total ou parcial. A Auditoria Total
abrange todos os setores da instituição. A Auditoria Parcial é limitada a alguns
serviços.
Na realização da Auditoria de Enfermagem são propostas algumas etapas
e princípios por diferentes autores, as quais permitem um desenvolvimento da
função de maneira a manter a prioridade da essência da qualidade e identificação
de atos falhos que necessitam reformulação dentro da instituição em que a técnica
estiver sendo desenvolvida.
Sá (1977) aponta alguns princípios a serem utilizados na realização da
Auditoria de Enfermagem que são: exame de instrução de Serviços expedidos pela
administração, exame de Instrução expedida pelo serviço especializado e Exame
dos Registros.
Kurcgant (1991) propõe a realização da auditoria de enfermagem em três

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etapas, segundo o método Phaney. A primeira etapa avalia os dados referentes à
identificação do paciente e da instituição, a segunda é realizada ao exame do
prontuário, com o preenchimento de formulários específicos pelo enfermeiro e na
terceira os resultados são analisados e o auditor define a qualidade do serviço.
Cerqueira (1977) prescreve para o desenvolvimento da auditoria de
enfermagem as seguintes etapas: Definição de padrões, Verificações de
prontuários (registros/anotações), Entrevista com pacientes e Avaliação e
Julgamento Final.
Ribeiro (1972) especifica alguns requisitos para implantação da Auditoria de
Enfermagem em Instituições de Saúde, entre outros:
• Serviço de Enfermagem organizado com objetivos claros;
• Programas de trabalhos coerentes com os objetivos estabelecidos;
• Interpretação da assistência ao paciente como um trabalho de
responsabilidade multiprofissional;
• Estrutura organizacional que favoreça o serviço de enfermagem a
desenvolver suas atividades de planejamento, implantação, coordenação
e controle, visando à melhoria da qualidade dos serviços prestados;
• Definições de medidas ou critérios de avaliação, seguidos de guia que
permita a identificação de diferenciação para sua correção;
• O prontuário deve exibir todas as anotações referentes à assistência de
enfermagem, observando a técnica de registros.
São imprescindíveis em qualquer forma de auditoria adotada as anotações
dos cuidados prestados ao paciente no prontuário pela equipe de enfermagem.
Essas anotações caracterizam a assistência realizada bem como os horários e
servem, acima de tudo, como uma comunicação entre todos os membros da equipe
multiprofissional envolvida no tratamento do paciente.
Conforme Cianciarullo (1997), a comunicação é um dos temas mais
pesquisados em enfermagem devido a sua complexidade, à importância que tem
na qualidade da assistência prestada e por se relacionar direta ou indiretamente
com todas as ações cuidativas do enfermeiro.
Silva & Dias (1999) afirmam que o registro da prática da enfermagem

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garante a individualidade do cuidado ou qualidade da assistência, dependendo de
como esse registro é realizado, isto é, sempre que a realidade não for captada e
houver dúvida sobre a mensagem, o cuidado fica no plano da invisibilidade, ou
conforme nosso foco, no plano das perdas.
Os registros de enfermagem no prontuário do paciente servem para
realização das cobranças dos procedimentos realizados durante a permanência do
cliente em âmbito hospitalar e como documento legal judicialmente aceito para
comprovação da realização dos cuidados, dos horários em que foram realizados e
o profissional que realizou.
Uma das formas utilizadas para estruturar as anotações de enfermagem
fornecendo subsídios sobre os cuidados prestados as pacientes é a utilização do
Processo de Enfermagem, atividade privativa do profissional enfermeiro, mas que
envolve toda equipe de enfermagem no momento da execução da prescrição de
enfermagem.
Segundo Brunner & Suddarth (1998), o processo de enfermagem é
considerado a essência da enfermagem; trata-se de um sistema deliberado para
identificação e resolução dos problemas de saúde no sentido de atender aos
problemas de saúde da pessoa e às necessidades da enfermagem.
As etapas para o desenvolvimento do Processo de Enfermagem
diferenciam-se conforme a delimitação dos autores; alguns estão envolvidos
diretamente com as teorias de enfermagem, todavia há componentes comuns
citados:
• Histórico de enfermagem: coleta sistemática de dados para determinar o
estado de saúde do paciente e identificar quaisquer problemas de saúde
atuais ou potenciais;
• Diagnóstico: identificação dos dois tipos de problemas do paciente.
Diagnóstico de enfermagem, problemas de saúde atuais ou potenciais
que podem ser manuseados pelas intervenções de enfermagem
independentes. Problemas interdependentes, certas complicações
fisiológicas que as enfermeiras monitorizam para detectar o início ou a
evolução da condição;

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• Planejamento: desenvolvimento de metas e um plano de cuidados
designado para assistir o paciente na resolução dos problemas
diagnosticados;
• Implementação: atualização do plano de cuidados através da prescrição
de enfermagem;
• Evolução: determinação das respostas do paciente às prescrições de
enfermagem e da extensão do alcance das metas estabelecidas.
Em quaisquer umas das etapas citadas são necessárias as anotações e/ou
registros dos dados encontrados, o que permite uma facilitação e clareza na
comunicação entre os membros da equipe. A utilização do Processo de
Enfermagem permite sistematizar a assistência de enfermagem norteando a
caracterização dos recursos humanos e materiais, facilitando a avaliação da
assistência prestada e oferecendo contribuição aos indicadores de custos e
rendimentos, indicando também áreas que requeiram aprimoramento.
Para Kurcgant (1991) a Sistematização da Assistência de Enfermagem
(SAE) é importante, como:
• Agente de comunicação, pois o seu registro serve de intercomunicação
para toda equipe prestar o atendimento individualizado;
• Agente na educação contínua, pois na reunião de informações junto à
equipe o enfermeiro identifica as dúvidas e acrescenta conhecimento
não somente para equipe como para si próprio;
• Catalisadora de Atividades, pois com o planejamento seguro de suas
atividades, a equipe terá mais tempo para executar a assistência, se
todas as ações de enfermagem estão registradas, isto é, prescritas para
cada paciente, dispensará outros registros;
• Indicadora de Controle e Avaliação, pois além de retratar a qualidade do
atendimento que é dado ao paciente, reflete o grau de preparo da
equipe, fornece elementos para a pesquisa, sendo também um
instrumento de supervisão.
A operacionalização da SAE em âmbito hospitalar é limitada, muitas vezes,
pela falta de estrutura organizada, seja no número de profissionais enfermeiros,

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conhecimento dos enfermeiros quanto ao planejamento da assistência,
complexidade do atendimento, rotatividade dos pacientes ou falta de interesse da
esfera administrativa em discutir o tema.
Com isso, em algumas instituições, não há utilização do Processo de
Enfermagem em todas as suas etapas e para todos os seus pacientes (ou pelo
menos não há registros); mas sim, a realização da Prescrição de Enfermagem –
Fase Implementação – geralmente realizada em Unidades de Cuidados Intensivos
e Cuidados Prolongados e/ou demais clínicas com especialidades restritas.
As conseqüências são exigências de anotações pela equipe de
enfermagem diante de todos os procedimentos realizados no momento em que é
executado, o que ainda é uma das grandes dificuldades da maioria das instituições.
Os problemas organizacionais acabam por prejudicar a própria instituição, pois
além de não haver subsídios para avaliar a qualidade do serviço prestado
(anotações de enfermagem) também concorre a perda econômica da instituição
que não pode realizar a cobrança de alguns procedimentos pela falta de registros
de enfermagem.
As ações do enfermeiro auditor dentro da instituição hospitalar ainda são
limitadas pela escassez dos registros de enfermagem o que dificulta e atrasa a
realização das cobranças e avaliação do cuidado. É imprescindível que os
profissionais de saúde se conscientizem acerca da comprovação de seus atos.

--------------------------FIM DO MÓDULO I--------------------------

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