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INSTITUTO PEDAGÓGICO DE

MINAS GERAIS

Módulo Específico
Apostila 6 – Desenvolvimento da sociedade e
natureza
Coordenação Pedagógica – IPEMIG
Em parceria com a FACEL

Belo Horizonte – 2010


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
1 A EVOLUÇÃO DA VIDA E O SURGIMENTO DO HOMEM ................................ 4
2 AS TRANSFORMAÇÕES DAS PAISAGENS ...................................................... 7
3 A EVOLUÇÃO CULTURAL DO HOMEM ............................................................. 8
3.1 A evolução do homem .................................................................................... 11
4 A NATUREZA E A SOCIEDADE COM A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA ............... 12
5 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E A NATUREZA ................................................ 14
5.1 As mudanças relacionadas à revolução Industrial .......................................... 16
6.A VISÃO DA NATUREZA PÓS REVOLUÇÃO INDUSTRIAL............................. 18
7 AÇÕES DA SOCIEDADE PERANTE O SEU
DESENVOLVIMENTO .......................................................................................... 21
7.1 As conferências internacionais ........................................................................ 24
7.2 Agenda 21 e o desenvolvimento sustentável .................................................. 25
8- EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UM CAMINHO PARA A CONQUISTA DA
CIDADANIA ........................................................................................................... 30
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 31
AVALIAÇÃO .......................................................................................................... 32
3

INTRODUÇÃO

Prezados alunos,

O Instituto Pedagógico de Minas Gerais oferece o Curso de Pós Graduação


em Meio Ambiente e Sustentabilidade aos profissionais das áreas relacionadas ao
meio ambiente.

A Educação Ambiental é um instrumento de melhoria da qualidade de vida, a


partir da formação de cidadãos conscientes de sua participação local no contexto de
conservação ambiental global.

Para ela, o desafio do educador ambiental é com o futuro da vida, já que tem
o intuito de formar uma atitude ecológica nas pessoas. Um dos propósitos desse
educador é a visão socioambiental, que afirma que o meio ambiente é um espaço de
relações culturais, sociais e naturais.

Em 1988, a Constituição Federal e a Constituição de alguns Estados da


Federação, declaram a garantia a todos do direto ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado em que a educação ambiental está calcada. Em 1994 foi criado o
PRONEA – Programa Nacional de Educação Ambiental e em 27 de abril de 1999, foi
instituída a Política Nacional de Educação Ambiental, estabelecendo as linhas de
atuação formal e não formal, para promover ações que estimulem a visão crítica e a
postura pró-ativa por todos os setores da sociedade.

Assim, o Curso tem como objetivos capacitar profissionais para a prática


pedagógica relacionada à preservação ambiental. Então, o IPEMIG elaborou esse
material condizente com a especialização em Meio Ambiente e Sustentabilidade em
que há conteúdos sobre o meio ambiente relacionados à diferentes autores. A
apostila oferece recursos teóricos e metodológicos e reforça o conhecimento da
área.

Ao final, há uma avaliação contendo 10 questões fechadas (múltipla escolha)


bem como o gabarito a ser preenchido. Vocês terão dois meses a contar do
recebimento da apostila para responder as questões, as quais salientamos,
encontram-se todas no decorrer da apostila e enviar suas respostas, no gabarito,
para o endereço eletrônico abaixo ou via Correios (ECT).

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1 A EVOLUÇÃO DA VIDA E O SURGIMENTO DO HOMEM

A idade do Planeta Terra é calculada em 4,5 bilhões de anos. Esse tempo é


um tempo geológico que ultrapassa, em muito, o tempo de vida do ser humano. É
importante termos sempre em mente que esse planeta, tal como o conhecemos
hoje, é resultado de um longo processo de transformações e que esse processo
continua, mesmo que durante nossa vida nós não possamos identificar tais
mudanças. E que mudanças são essas?

Na evolução da Terra, vários acontecimentos, como mudanças climáticas,


atividades vulcânicas, terremotos, alteração do nível do mar etc. interferiram na
formação do que hoje conhecemos como superfície terrestre. Ora, se todos esses
acontecimentos influenciaram a formação do quadro físico do planeta – distribuição
das terras e mares, formação de cadeias montanhosas, distribuição das jazidas de
recursos naturais, diversidade da cobertura vegetal –, então imaginamos que tais
acontecimentos também influenciaram a origem e a distribuição dos seres vivos.
Isso significa que durante esses 4,5 bilhões de anos muitas espécies surgiram, se
transformaram, se adaptaram às mudanças climáticas ou simplesmente
desapareceram.

Observamos, assim, que o tempo geológico é bem diferente do tempo que


acostumamos a contar em nossa vida cotidiana. Como é possível, então, dividir o
tempo geológico para entendermos a evolução da Terra?

A maneira de segmentar o tempo para explicar a formação e a evolução da


Terra é denominada escala geológica. Assim, os 4,5 bilhões de anos foram divididos
em eras e períodos geológicos, de acordo com os registros fósseis encontrados nas
rochas que compõem a superfície do planeta. À medida que os fósseis foram sendo
encontrados e estudados, foi possível montar uma espécie de quebra-cabeça que
revelou a história da evolução da vida no planeta.

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Fonte: http://altamontanha.com/colunas.asp?NewsID=1448

Como podemos observar na tabela da escala geológica, o aparecimento das


formas mais complexas de vida ocorreu na era Paleozoica, quatro bilhões de anos
após a formação do planeta. Antes disso, a vida havia surgido e se mantido na
forma de organismos muito simples, unicelulares, e somente há aproximadamente
500 milhões de anos é que organismos multicelulares se formaram e começaram a
povoar os mares do planeta. De lá para cá, muitas espécies se extinguiram e outras
tantas evoluíram, num longo processo denominado sucessão de espécies: primeiro
os peixes, depois os anfíbios, seguidos pelos répteis e mamíferos.

Há cerca de 2 milhões de anos, a espécie humana começou a se estabelecer


no planeta. Desde então, começamos a interferir nos processos naturais de uma
forma completamente diferente das demais espécies, principalmente nos últimos
200 anos da nossa história.
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Tal como as demais espécies, a espécie humana também apresentou sua


própria evolução biológica, adaptando-se às condições do meio e transformando-o.
Sabemos que há uma diferença entre nosso ancestral Ramapithecus, que viveu na
savana africana há aproximadamente 12 milhões de anos, e o Homo sapiens
sapiens, forma atual da espécie humana.

Para se tornar Homo sapiens sapiens, o homem passou por um processo


evolutivo que se iniciou como Homo habilis, espécie com o corpo ereto que utilizava
algumas ferramentas para aproveitar melhor os elementos da natureza necessários
à sua subsistência. Quando a espécie humana descobriu o fogo como técnica de
defesa e para o aprimoramento de utensílios e de instrumentos de trabalho, tornou-
se Homo erectus. Continuando sua evolução, tornou-se Homo sapiens, considerado
o primeiro hominídeo a ser capaz de desenvolver rituais e cerimônias relacionadas à
sua vida cotidiana. Posteriormente, a descoberta das técnicas de cultivo e a
domesticação de alguns animais possibilitou sua sedentarização, transformando-o
em Homo sapiens sapiens.

Fonte: SENAC/2009

Considerando todo o tempo de formação e evolução da Terra, a presença da


espécie humana no planeta é recente, representando apenas 0,001% desse tempo.
Mas, embora recentes, os seres humanos geraram impactos importantes, sobretudo
a partir de sua fixação, crescimento e posterior expansão para várias regiões do
planeta.
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2 AS TRANSFORMAÇÕES DAS PAISAGENS

As paisagens sempre se transformaram em função do trabalho dos agentes


naturais – água, vento, neve, sistema vulcânico, terremoto e clima. Mas foi o
aparecimento do ser humano sobre a Terra, há aproximadamente 2 milhões de
anos, que teve um efeito direto na aceleração do ritmo de transformação das
paisagens naturais.

As sociedades humanas foram capazes de transformar as paisagens e, em


alguns casos, domesticar alguns dos elementos naturais, criando paisagens
artificiais que, com o passar do tempo, foram naturalizadas.

Um dos casos mais conhecidos de domesticação da paisagem natural são os


famosos pôlderes encontrados na Holanda, país que tinha grande parte das terras
submersas. Entre os séculos XV e XVII, numerosos diques e canais de escoamento
da água foram construídos na região para proteger o litoral dos efeitos de
inundações em períodos de marés cheias, e também foram aterradas as áreas
cobertas de água, representando um aumento considerável da superfície cultivável
do país.

Assim, os ambientes construídos tomam um espaço cada vez mais amplo. As


cidades, as superfícies cultivadas, as atividades de mineração são alguns dos
exemplos que conferem uma grande responsabilidade ao homem sobre as
transformações ambientais.

Desde 1920, trabalha-se com a noção de homem como agente geológico


para indicar a capacidade do ser humano em modelar e transformar a paisagem de
várias maneiras, podendo, inclusive, criar um continente.

Entretanto, essa capacidade de modelar a paisagem pode trazer problemas


na dinâmica dos ecossistemas, cujas consequências, muitas vezes, não são
passíveis de controle. É importante ter em mente que essa capacidade foi sendo
progressivamente adquirida ao longo da evolução, primeiro lentamente, depois mais
rapidamente. Todavia, ela não significa pleno controle dos fenômenos associados à
dinâmica planetária. Ao contrário, tal tentativa de controle reflete-se, na atualidade,
na chamada crise ambiental.
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3 A EVOLUÇÃO CULTURAL DO HOMEM

A teoria mais aceita sobre a origem e a disseminação dos grupos humanos,


em função das descobertas de fósseis, é a de que o ser humano surgiu na África
Oriental e, a partir daí, tenha migrado para outras regiões. Essa migração se deu
em várias direções e foi possível porque houve períodos intercalados de secas
prolongadas e de glaciações que baixaram o nível dos oceanos, facilitando os
deslocamentos humanos.
Há cerca de 10 mil anos, no entanto, os oceanos se elevaram, atingindo
níveis próximos aos atuais. O impacto mais imediato disso foi o isolamento das
populações que, nessa época, já estavam disseminadas pela Europa, Ásia, Oceania
e América. Tal isolamento propiciou o desenvolvimento bastante diferenciado das
espécies animais e vegetais, como também as diferenciações culturais.

Para a maioria dos autores, as sociedades nômades e as sociedades


coletoras foram progressivamente se tornando sedentárias. Essa mudança
corresponde à passagem do período Paleolítico, caracterizado pelas sociedades
nômades, para o período Neolítico, das sociedades sedentárias. A esse período de
importantes mudanças e concentração de inovações denominamos Revolução
Neolítica.

O período Neolítico é geralmente demarcado entre 8.000 e 5.000 anos a.C.


Foi nessa época que o ser humano conseguiu controlar melhor o uso do fogo e
aprendeu a transformar argila em cerâmica. Posteriormente, passou a fundir os
metais encontrados na natureza e utilizá-los como ferramentas mais resistentes e
eficientes para a realização de tarefas que asseguravam sua sobrevivência.

Além dessas técnicas, o desenvolvimento da agricultura e a domesticação de


animais para criação também constituíram importantes inovações.

Vários fatores podem explicar a concentração de inovações nesse período.


Os arqueólogos e os historiadores apontam a sedentarização das sociedades como
condição necessária para que as técnicas se desenvolvessem. Por quê? Porque as
técnicas para a produção da cerâmica, por exemplo, demandavam tempo para a
secagem do material, e as sociedades nômades não dispunham desse tempo.

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Também não podiam transportar seus alimentos em potes passíveis de se quebrar e


que representavam mais peso para ser levado em seus deslocamentos.

No que diz respeito à agricultura, admite-se, em linhas gerais, que a atividade


tenha surgido nos vales e várzeas, como os do rio Nilo, no Egito, os dos rios Tigre e
Eufrates, na Mesopotâmia, e os dos rios Amarelo e Azul, na China. Essas áreas
eram consideradas privilegiadas para a fixação do homem e o consequente
desenvolvimento da agricultura, pois apresentavam inundações periódicas que
constituíam o adubo natural do solo. Os artefatos de cerâmica serviam, entre outros,
para armazenar os alimentos.

Assim, a fixação de grupos humanos está diretamente ligada ao


desenvolvimento da agricultura. É possível haver agricultura sem fixação de grupos
humanos, mas não pode haver sedentarização sem essa atividade. Por isso as
inovações que apontamos foram tão importantes, uma vez que significaram a
capacidade de as sociedades humanas modificarem e controlarem a natureza.

Mas se, por um lado, a agricultura permitiu o crescimento populacional, por


outro a ampliação das terras cultivadas diminuiu a variedade de espécies nos
ecossistemas que progressivamente eram utilizados para o cultivo. Foi um processo
contínuo de criação de ambientes artificiais pela introdução de espécies
domesticadas, de novas técnicas e de práticas de manejo que interferiram na
dinâmica desses ecossistemas. Lembramos que antes de adotar práticas mais
conservacionistas, como a rotação de culturas, a queimada foi e ainda é muito
utilizada no preparo do solo para a agricultura. Até hoje, muitos pesquisadores
indagam se as savanas africanas, por exemplo, podem ser consideradas ambientes
naturais ou, ao contrário, seriam resultado da utilização da prática de queimada no
preparo do solo, num período longínquo da história da humanidade.

Essa evolução também representou uma mudança na relação sociedade-


natureza, confirmando que todas as sociedades estabelecem uma relação com a
natureza em função de uma certa ideia que têm a respeito dela. Isso significa que,
em cada período histórico, há uma ideia de natureza que é construída e que,
portanto, representa o fundamento da cultura dessa sociedade.

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Nas sociedades nômades e coletoras, a ideia de natureza revestia-se de um


caráter sagrado. Tratava-se de uma noção orgânica, isto é, todos os seres vivos
pertenciam ao mesmo mundo, não havia separação entre espírito e matéria, entre
natureza animada e inanimada. Essa ideia corresponde ao que se denomina, hoje,
de visão sacralizada da natureza: os frutos e as coisas da terra, assim como os
demais elementos da natureza, eram considerados deuses ou entes sagrados,
respeitados pelo seu poder de propiciar a vida. Os cultos sagrados dessas
sociedades reverenciavam a Terra e seus elementos constituintes e, portanto, suas
religiões eram predominantemente politeístas.

Algumas dessas sociedades, ainda que submetidas ao ritmo da natureza,


provocaram uma mudança fundamental na maneira de se relacionar com ela. Isso
significou uma mudança no modo de pensar, e assim uma outra idéia de natureza
passou a ser construída.

Essa ruptura no modo de ver e se relacionar com a natureza representou um


processo de dessacralização, ou seja, a natureza e os frutos por ela oferecidos
deixaram de ser considerados sagrados. A maioria dos estudiosos se reporta à
filosofia grega de Platão e de Aristóteles, base da moderna civilização ocidental,
para mostrar que no século V a.C. a ideia de que a natureza existia para servir ao
ser humano começou a ser esboçada.

Posteriormente, a incorporação da filosofia grega pela tradição judaico-cristã,


segundo a qual o homem teria sido criado à imagem e semelhança de Deus,
completou a separação entre o espírito e a matéria, homem e natureza. Essa
separação foi traduzida pela concepção do antropocentrismo, em que o homem era
o centro do universo e, assim, o único ser capaz de dominar a natureza. Surgiram,
então, as religiões monoteístas, que se tornaram hegemônicas no mundo ocidental,
discriminando e reprimindo as práticas religiosas politeístas, baseadas na
sacralização da natureza.

A importância dessa ruptura reside no fato de que o ser humano, fora da


natureza, estaria livre para dominá-la, transformando-a em mercadoria. É, pois,
nesse sentido que se considera a gênese das sociedades modernas, fundamentada
nesse processo de dessacralização da natureza.

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3.1 A Evolução do Homem

Em que pesem as descobertas da ciência, a questão sobre a evolução


humana ainda desperta uma grande curiosidade. Sabe-se que suas raízes estão na
própria evolução das espécies animais, porém ainda não se consegue explicar todo
o processo. O aparecimento da espécie humana ocorreu em áreas tropicais,
principalmente na África, enquanto sua dispersão para outras regiões da Terra
indica sua enorme capacidade de adaptação. Mas essa dispersão é muito recente
na evolução, sendo datada em cerca de 2 milhões de anos.

As imposições e facilidades do meio em muito contribuíram para as diversas


modificações ocorridas na espécie: adoção da postura ereta; modificação do
aparelho digestivo e de mastigação, tornando o ser humano capaz de alimentar-se
de praticamente tudo; crescimento do cérebro; estabelecimento da linguagem;
criação de rituais de celebração; capacidade de fabricação de utensílios etc. Todas
essas mudanças ilustram bem como a espécie humana foi se diferenciando dos
outros animais, atingindo o atual estágio de capacidade de intervenção não só no
ambiente, mas em sua própria biologia.

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4 A NATUREZA E A SOCIEDADE COM A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA

Ao compreendermos que a noção de natureza é resultado de contextos


históricos e que duas ou mais visões de natureza podem coexistir, devemos então
nos indagar sobre como foi possível a alguns sistemas filosóficos tornarem-se
dominantes.

Um dos elementos que sustenta a construção do conceito de natureza é dado


pelo avanço da ciência. Ora, a ciência não pode ser considerada uma sucessão
linear de eventos, já que em seu desenvolvimento encontramos debates,
questionamentos, conflitos e rupturas de paradigmas, isto é, de maneiras de pensar.
São essas mudanças e rupturas que denominamos revoluções científicas.

Mas o que mudou na maneira de pensar que interferiu na noção de natureza


no mundo ocidental?

Os séculos XVII e XVIII foram marcados por uma forte reação às crenças
religiosas que caracterizaram a Idade Média e pela emergência da possibilidade de
representar o mundo quantitativamente. Esse novo modo de pensar privilegiava o
conhecimento do mundo como produto da razão, da dedução intelectual e da
realização de experiências científicas.

No século XVII, a ética antropocêntrica, em que o ser humano era o modelo


do mundo, começou a influenciar a ciência. Essa visão apoiava-se na oposição
homem/natureza, ou seja, o homem constituía um ser fora da natureza e, por
conseguinte, poderia dominá-la. De modo esquemático, observamos essa influência
nas ciências aplicadas por meio de dois pensadores: Galileu (1564-1642) e
Descartes (1596-1650).

A descoberta de Galileu de que a Terra não constituía o centro do universo


representou um dos principais elementos da mudança paradigmática que
caracterizou o século XVII. Essa descoberta permitiu que os cientistas
desenvolvessem uma explicação lógica do funcionamento do universo à imagem de
uma máquina, cujas engrenagens funcionavam em perfeita sintonia, constituindo o
que hoje conhecemos como paradigma mecanicista.

A afirmação do paradigma mecanicista apoiava-se na ética antropocêntrica


que pressupunha, então, que a natureza podia ser apreendida pela razão.
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As revoluções científicas não se limitaram às ciências aplicadas, tendo


também atingido as ciências naturais, especialmente a Biologia. As descobertas e
viagens científicas realizadas no século XIX em todo o planeta resultaram no
conhecimento da distribuição geográfica da grande maioria das espécies. Parte
dessas descobertas deveu-se a Charles Darwin, que desenvolveu a teoria da
seleção natural das espécies.

A constatação da magnitude do tempo geológico foi um parâmetro decisivo


para que Darwin pudesse compreender o comportamento das diferentes populações
de plantas e animais, percebendo que o funcionamento da natureza era o de uma
rede complexa de interações entre os organismos. Dessa forma, ele considerou a
espécie humana como o resultado de uma evolução, e não como criação de Deus.

A explicação racional e lógica oferecida pela teoria da evolução reforçou a


ideia de que a natureza segue seu caminho, independentemente de uma vontade
superior. Será essa maneira de pensar, caracterizada pelo antropocentrismo e pelo
racionalismo, apoiados nas ciências aplicadas e nas ciências naturais, que vai
nortear, no século XIX, o desenvolvimento dos meios de se explorar a natureza. Os
interesses na organização e no financiamento das pesquisas nessas duas áreas do
conhecimento são atribuídos, pela maioria dos autores contemporâneos, às
necessidades do sistema capitalista nascente.

Dessa forma, podemos concluir que a noção de natureza e as relações


homem/natureza são construções sociais e históricas e, como tais, variam ao longo
do tempo e entre as diferentes culturas.

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5 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E A NATUREZA

No século XIX, o conhecimento científico tornou-se o meio quase exclusivo de


compreensão do mundo. Os avanços em todas as áreas de conhecimento
propiciaram uma nova explosão em termos de inovações, aqui referida não como
fatos isolados que convergiram num dado momento, mas sim como um processo
que compreende períodos de intensa atividade e períodos mais ou menos longos de
lentas transformações.

Essa explosão de inovações deu início ao que se convencionou chamar de


Revolução Industrial, caracterizada como a passagem de um sistema técnico,
baseado no trabalho de artesãos, para um sistema apoiado na indústria. Ela é o
marco que situa a origem do próprio sistema capitalista.

A Revolução Industrial teve início na Inglaterra, em fins do século XVIII, e em


outros países da Europa, nas duas primeiras décadas do século XIX. A conjuntura
favorável a essa revolução foi a da escassez. Até meados do século XVIII, a energia
que movia todo o sistema de produção provinha da madeira, gerando grandes áreas
desmatadas. Foi, portanto, a prática de uma economia destruidora que gerou a
necessidade de invenções e inovações. No entanto, para caracterizar um período
como esse é preciso entender que as invenções e inovações estavam integradas à
produção.

Grande parte dos historiadores costuma assinalar essa integração a partir do


momento em que a Inglaterra operou uma mudança importante em sua política de
patentes. As patentes, antes concedidas para enriquecer os favoritos do rei,
formando verdadeiros monopólios nas mãos de poucos privilegiados, passaram a
ser publicadas como forma de premiar os inventores. Tal fato não só provocou um
século fértil em invenções mecânicas no país, como também acabou com o mistério
e o sigilo do artesanato (DRUCKER, 1993).

Um segundo fator, de ordem política, deve ser mencionado. Houve, nessa


época, uma mudança nas políticas coloniais, quando a formação dos impérios
coloniais passou a se apoiar na constituição de mercados consumidores,
assinalando uma importante diferença. Em várias regiões colonizadas pelos países
europeus, os colonizadores redirecionaram a política de exploração e extração

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simples dos recursos naturais para uma política de formação de um mercado


consumidor para seus produtos.

Finalmente, há ainda um terceiro fator. As inovações técnicas exigem


investimentos e, portanto, é necessário que antes de um período de inovações haja
uma acumulação de capital que viabilize esses investimentos. Ora, nessa época a
Inglaterra era uma potência comercial que controlava todo o comércio mundial,
propiciando a necessária acumulação de capital, com o propósito de realizar os
investimentos em novas formas de produzir.

Assim, a Revolução Industrial traduziu a afirmação do progresso técnico como


elemento fundamental da civilização do Ocidente. Os sistemas técnicos criados ao
longo dos séculos XVIII e XIX eram intensivos em recursos naturais, uma vez que
consumiam grande quantidade de matéria-prima ou de recursos naturais para
produzir uma quantidade relativamente pequena de artigos ou energia.

Esses sistemas atuavam como aceleradores do ritmo da natureza pela


concentração cada vez maior de energia, pois sempre que ocorre um processo de
transformação, uma energia é liberada para o meio ambiente, intensificando alguns
processos de ordem natural. As novas tecnologias da época, como as invenções na
área da mecânica, por exemplo, exigiam uma concentração de energia diferente
daquela do artesanato praticado nas pequenas unidades fabris.

Mas além das invenções mecânicas, também surgiram, em 1830, os


primeiros resultados de pesquisas químicas relativas à produção de substâncias não
naturais, como foi o caso dos fertilizantes.

E, assim, uma outra noção de natureza ia sendo construída. As diferentes


regiões do mundo passaram a ser incorporadas pela dinâmica das conquistas
territoriais, tecnológicas e predadoras do sistema capitalista que se tornava
dominante. A necessidade de compreensão dos mecanismos de funcionamento da
natureza tinha o objetivo primordial de conhecê-la melhor para, então, melhor
explorá-la e controlá-la.

A consolidação da Revolução Industrial e do sistema capitalista como modelo


no mundo ocidental constituiu, assim, a imposição de novas relações entre ser
humano, natureza e produção.

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Essa foi, pois, a mudança fundamental que se processou neste período, em


relação à noção de natureza. A natureza deveria seguir o ritmo da produção, e não o
contrário. Com os avanços em todas as áreas de conhecimento foi possível
consolidar, no plano econômico, a ideia de que natureza era aquilo que seria útil e
passível de ser transformado pelos diferentes processos de produção.

Todo esse processo que acabamos de analisar não ocorreu sem resistências,
diante dos problemas ambientais que começaram a surgir. No fim do século XIX, as
críticas ao modo industrial de exploração deram origem ao que hoje conhecemos
como Ecologia.

5.1 As mudanças relacionadas à revolução Industrial

Como sabemos, a Revolução Industrial iniciou-se na Inglaterra, no final do


século XVIII, e posteriormente espalhou-se pelo continente europeu, principalmente
para Alemanha, França e Bélgica. Depois, ela englobou outros países e foi
importada pelos Estados Unidos. Somente no final do século XIX e início do século
XX é que esse processo atingiu a Rússia e o Japão.

Devemos ter em mente que a Revolução Industrial está intimamente


associada ao aparecimento do sistema capitalista e ocorreu como um fato urbano.

Quais seriam então as condições históricas que propiciaram o surgimento


desse longo processo na Inglaterra?

Primeiro, o acúmulo de capital oriundo das atividades comerciais inglesas


permitiu o aparecimento de uma nova classe social – a burguesia. Segundo, o
cercamento dos campos, impedindo os camponeses de obter acesso à terra e
obrigando-os a migrar para a cidade. Terceiro, a indústria estabeleceu um novo
regime de trabalho, diferente daquele do feudalismo: o trabalho assalariado. Desse
modo, a Revolução Industrial não só propiciou um novo sistema econômico como
também transformou a cidade num centro de produção, diferente da agricultura
medieval.

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Mas será que os ingleses seriam mais inteligentes que os demais povos
europeus e, por isso, foram os primeiros a realizar a Revolução Industrial?

Na verdade, a Inglaterra no século XVIII passava por um período favorável


em termos de disponibilidade de capital para a realização de investimentos com
retornos mais lentos. A riqueza gerada pelo comércio de especiarias produzidas
pelas colônias, os frutos da pirataria e o próprio crescimento do mercado interno
propiciaram a realização dos investimentos necessários à atividade industrial.

Mas a Revolução Industrial gerou também importantes consequências


sociais. Os camponeses transformados em operários, embora recebendo salários,
eram submetidos a regimes de exploração extremada, trabalhando entre 16 e 18
horas por dia e geralmente considerados apenas como instrumentos mecânicos.

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6 A VISÃO DA NATUREZA PÓS REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

As noções de progresso e de crescimento econômico estão intimamente


ligadas à imagem e aos significados atribuídos à natureza pelas sociedades
industriais. Essa associação é importante, pois é através dela que podemos
entender a maneira pela qual uma certa visão de natureza toma sentido dentro de
uma estrutura econômica.

No mundo ocidental, a visão de que a natureza constituía uma fonte de


recursos foi fundamental no desenvolvimento do sistema capitalista.

Sabemos que na evolução das sociedades houve períodos de crise e de


crescimento. Nos períodos de crise observamos a retração das atividades
econômicas, e nos períodos de crescimento a expansão dessas atividades. É
importante lembrar ainda que, em períodos de crise, a redução do ritmo das
atividades econômicas não significa, necessariamente, uma redução da degradação
do meio ambiente. Ao contrário, em situações de crise a falta de investimentos na
recuperação e na modernização dos equipamentos pode acelerar os processos de
degradação.

No século XIX, as novas formas de produzir, para atender ao consumo em


grande escala, passaram a ser feitas em unidades de produção cada vez maiores e
geograficamente concentradas.

Essa concentração física da produção foi acompanhada de uma concentração


de capitais, acarretando a necessidade de um espaço bem mais amplo para realizar
os investimentos em unidades de produção. Por outro lado, as novas tecnologias
precisavam de novas fontes de energia e de maiores quantidades de recursos
naturais. A saída encontrada foi a de reproduzir esse sistema em algumas regiões
do mundo, subordinando os ecossistemas das regiões colonizadas ao ritmo da
sociedade industrial.

Esse conjunto de transformações operadas no modo de produzir caracterizou


o que se denomina sociedade industrial. Segundo Raymond Aron (1981, p. 73), a
sociedade industrial é definida como “a sociedade em que a indústria, a grande
indústria, seria a forma de produção mais característica”.
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A denominação sociedade industrial corresponde, assim, a um período


dominado pela racionalidade, pela ideia de progresso e de mudança, no sentido de
ruptura com o passado.

Na sociedade ocidental, o atual momento histórico está sendo denominado


pós-modernidade. Embora o termo não constitua um consenso, ele vem se impondo
como referência importante desde os anos 1960, para caracterizar, uma vez mais, a
ruptura com o passado.

Em linhas gerais, a pós-modernidade se caracteriza pela descoberta de que


há incertezas no processo de conhecimento, de que as explicações científicas são
necessariamente parciais e de que não há uma versão única de progresso. Trata-se
de um termo que descreve um processo de reestruturação política, econômica e
cultural.

Assim, o fundamental é desconstruir o que se entendia como progresso e


como invariabilidade das condições ambientais. Para muitos autores, pós-
modernidade significa a ênfase ao imediato e ao evidente, a substituição do fato pela
aparência e da palavra pela imagem. Para outros, a pós-modernidade caracteriza-se
pela consciência da incerteza e pela compreensão das interações entre elementos
dissociados. É nesse sentido de associação de elementos dissociados que se
pretende compreender o meio ambiente como elemento em mudança permanente.

Do ponto de vista do movimento ecológico, começa a despontar a noção de


que, apesar do avanço técnico, há uma situação de dependência do ser humano em
relação à natureza, mas que não tem nada de subordinação. Ao contrário, ela
remete à ideia de compromisso e integração, o que pressupõe que a natureza deixe
de ser vista como o grande e inesgotável reservatório de recursos e passe a ser
entendida como uma questão que toca as próprias raízes do ser humano e sua
sobrevivência.

Para os movimentos ecológicos, a base para a compreensão do atual período


pós-moderno está no conceito de cidadania ambiental que esses movimentos
trouxeram à tona. Fundamentada na ideia de compromisso, a cidadania ambiental
coloca a defesa do meio ambiente no campo político. Esse é o desafio para a
compreensão das relações sociedade/natureza como sendo diferenciadas e

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traduzindo as diversas formas com que cada sociedade se relaciona com a


natureza.

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7 AÇÕES DA SOCIEDADE PERANTE O SEU DESENVOLVIMENTO

A elaboração de políticas e programas que contemplassem as preocupações


com as questões ambientais é um fato recente na história das sociedades. Alguns
fatores contribuíram para que essa questão fosse integrada às agendas políticas
nacionais e internacional.

Entre esses fatores citamos a mudança na escala dos problemas ambientais,


as pressões dos movimentos ambientalistas, o crescente interesse da mídia,
contribuindo para a formação e a conscientização da sociedade, bem como a
publicação de obras de cunho científico, como a do livro Primavera Silenciosa, de
Rachel Carson.

Inicialmente, as instituições internacionais limitavam-se a tratar de problemas


como condições de saneamento e poluição das águas em alguns países
subdesenvolvidos. A convergência desses fatores contribuiu para provocar
mudanças nas instituições internacionais, visando implementar programas
específicos de recuperação e conservação do meio ambiente e também coordenar
as negociações internacionais para a implantação desses programas.

Assim, na década de 1970 ocorreram fóruns específicos que permitiram, de


um lado, uma ampla discussão sobre o futuro da humanidade e, de outro, o encontro
de chefes de governo dos diferentes países integrantes da ONU – Organização das
Nações Unidas. Dentre os exemplos mais conhecidos podemos citar o Clube de
Roma, criado por especialistas de várias áreas e que publicou, em 1968, o famoso
relatório Os Limites do Crescimento, também conhecido por Relatório do Clube de
Roma ou Relatório Meadows, já citado anteriormente.

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ONU: um breve histórico

A ONU – Organização das Nações Unidas – é uma instituição de


âmbito internacional, com sede em Nova York. Ela foi criada após a Segunda
Guerra Mundial, no esforço de manter a paz e prevenir outro conflito de
proporções mundiais. Tinha o objetivo de contribuir para o estabelecimento de
novas relações entre os Estados e seus cidadãos, de modo a garantir-lhes
direitos internacionais baseados nos direitos humanos. Com isso, os Estados
também passaram a ter o papel de garantir e proteger esses direitos que, a
partir de então, passaram a ser universais.

Em 1948 foi proclamada a Declaração dos Direitos Humanos, que


uniformizou os direitos humanos, econômicos, civis, sociais e culturais,
estabelecendo um novo marco para o controle e a tutela internacionais em
tempos de paz. Desde então, a ONU vem criando novos mecanismos, por
meio de tratados e convenções, para garantir esses direitos, incentivar a
cooperação entre os países e manter a paz em casos de conflitos
internacionais.

A ONU também patrocinou as Conferências das Nações Unidas sobre o Meio


Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), que deveriam possibilitar a elaboração
de acordos entre os países. A primeira dessas conferências foi realizada em 1972,
na cidade de Estocolmo, Suécia, e nela a tônica das discussões entre os
governantes concentrou-se em três pontos: ampliação do uso da energia nuclear,
desmatamentos em grande escala e uso intensivo de combustíveis fósseis.

Na Conferência de Estocolmo, o reconhecimento de que esses problemas


apresentavam interesse global foi assim definido: “A proteção e a melhoria do meio
ambiente são uma questão de grande importância que afeta o bem-estar das
populações e o desenvolvimento econômico no mundo inteiro” (MCCORMICK, 1992,
p. 105).

Dessa conferência surgiu o conceito de eco desenvolvimento, para definir


uma estratégia de desenvolvimento fundamentada na utilização racional dos
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recursos locais e na disseminação do conhecimento técnico para as populações


rurais isoladas em países do Terceiro Mundo. Apesar de destacar a
responsabilidade dos países industrializados na degradação do meio ambiente e de
fazer uma série de recomendações para um plano de ação que incorporasse o eco
desenvolvimento no processo de tomada de decisão nos respectivos países, a
implantação dessas recomendações ficou a desejar.

A Conferência de Estocolmo é, até hoje, um marco na história das Nações


Unidas e na agenda política mundial, devido ao seu impacto na opinião pública
internacional e aos resultados alcançados nos diversos países, como, por exemplo,
a criação de agências, secretarias e ministérios do Meio Ambiente.

Os desdobramentos da Conferência de Estocolmo foram a realização, entre


1972 e 1992, de uma série de conferências temáticas, entre as quais podemos citar:
Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (Bucareste, 1974;
México, 1984 e Cairo, 1994); sobre Habitação (Vancouver, 1976; Istambul, 1996);
sobre Desertificação (Nairóbi, 1977) e sobre Energia (Nairóbi, 1981).

Além dessas conferências, a criação do Programa das Nações Unidas para o


Meio Ambiente (PNUMA) foi um dos maiores avanços. Ele fomentou várias
atividades, propostas e programas de ação para serem implementados no plano
internacional. Vejamos alguns deles.

Em 1975, o PNUMA publicou o relatório O que fazer?, que retomou parte das
discussões de Estocolmo, mas não formulou uma lista de recomendações. Ele
contribuiu, no entanto, para manter o debate em torno das questões ambientais.

Em 1987, o PNUMA publicou o relatório Nosso Futuro Comum, que


desenvolveu a noção de desenvolvimento sustentável, muito próxima daquela de
eco desenvolvimento. Convocou as pessoas a mudarem seus modos de vida e de
conduzir seus negócios, como a única maneira de evitar níveis inaceitáveis de
sofrimento humano e estragos ambientais.

Como resultado desse relatório, a ONU realizou, nos moldes de Estocolmo, a


Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento,
conhecida como Eco 92, Rio-92 ou Cúpula da Terra. A conferência ocorreu no Rio
de Janeiro, de 3 a 14 de junho de 1992, e contou com a participação de governantes

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e chefes de Estado para negociar estratégias de ação conjunta. Três temas


entraram na pauta dessas negociações: meio ambiente e desenvolvimento,
convenção internacional sobre as mudanças climáticas e convenção sobre
biodiversidade.

Da Eco 92 resultou a Agenda 21, documento assinado pelos 170 chefes de


Estado presentes, assinalando um conjunto de medidas a serem adotadas pelos
respectivos países para alcançar o desenvolvimento sustentável.

Em 1995, as Conferências de Berlim e de Copenhague, menores que a Rio-


92, retomaram o tema das mudanças climáticas e indicaram claramente a
necessidade de reduzir as emissões de poluentes. Propuseram uma mudança
estrutural nas políticas agrícolas e industriais e enfatizaram a necessidade de se
promover um desenvolvimento social.

Em 2002, foi realizada a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento


Sustentável, a Rio+10, em Joanesburgo (África do Sul). Convocada para ser uma
avaliação da primeira década do que se poderia chamar “era ambiental”, o encontro
frustrou as expectativas de grandes avanços, ao emitir um documento final de
propostas consideradas muito genéricas e pouco mobilizadoras.

De tudo o que foi visto, devemos destacar que a realização dessas


conferências indica que os problemas de degradação e conservação do meio
ambiente vêm assumindo um caráter de natureza política.

As conferências mostram a necessidade de negociação entre as nações, pois


envolvem diretamente os interesses de países desenvolvidos e não desenvolvidos.
E embora todos tenham uma parcela de responsabilidade na degradação das
condições de vida, não há qualquer dúvida sobre o fato de que a degradação
ambiental provocada pelos países desenvolvidos, como, por exemplo, no aumento
do efeito estufa, é muito maior do que a dos países subdesenvolvidos.

7.1- As conferências internacionais

Muitas críticas podem ser feitas em relação ao caráter oficial das conferências
sobre o meio ambiente e desenvolvimento, realizadas no âmbito da Organização
das Nações Unidas. Entre elas está o fato de as decisões e as agendas
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estabelecidas ficarem, muitas vezes, como indicativos, não se constituindo em


programas efetivamente implementados. Tais críticas enfatizam a necessidade de
se tomar medidas mais ousadas que, a curto prazo, diminuam os níveis de
desigualdade social, promovendo uma conciliação entre metas econômicas e
ecológicas.

No caso da Rio-92, sua relevância deve-se ao fato de ela ter adquirido uma
amplitude global.

Devemos mencionar ainda o aumento considerável de ONGs que vêm


pressionando para a adoção de uma perspectiva que integre as diferentes
dimensões do desenvolvimento, deixando de lado a lógica setorial que, geralmente,
predomina nesse tipo de conferência.

A partir dessas considerações, poderíamos indagar como a sociedade civil e


as instituições públicas podem intensificar a sua participação nas discussões,
influindo mais nos processos decisórios internacionais. Mas como aproximar a
sociedade do processo de discussão sobre as questões ambientais globais? Qual
seria o papel da mídia nesse processo? E das instituições educacionais?

7.2- Agenda 21 e o desenvolvimento sustentável

As conferências da ONU podem ser consideradas marcos importantes no


processo de negociação entre países. Na Rio-92, o resultado dessas negociações
foi apresentado na forma de um documento assinado por 170 chefes de Estado, do
qual constavam cerca de duas mil recomendações. Esse documento, como já vimos,
é a Agenda 21, um programa de ações para o século XXI, visando reestruturar as
relações econômicas mundiais a partir de um engajamento firme dos países
signatários, na construção de um novo modelo de desenvolvimento: o
desenvolvimento sustentável.

A Agenda 21 é o resultado de negociações entre países. Foi um processo


longo, que não se resumiu aos dias da conferência propriamente ditos. As
negociações foram iniciadas em 1990, e durante os dois anos que antecederam a
Rio-92 vários fóruns foram organizados pelos diferentes órgãos da ONU e também
por ONGs.
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Nessa fase de negociação prévia contemplaram-se problemas como dívida


externa dos países subdesenvolvidos, financiamento ao desenvolvimento, comércio
internacional, pobreza e desenvolvimento, desigualdades entre os padrões de
consumo dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos e acesso à tecnologia.
Percebemos que o leque de questões é vasto e que encontrar soluções e elaborar
programas de ação requer tempo e muita negociação.

No texto final da Agenda 21 ficou estabelecido o reconhecimento de que os


principais problemas causadores da degradação ambiental eram os desníveis entre
os padrões de consumo, o acesso desigual às tecnologias de ponta e as condições
de vida das populações.

A partir desse reconhecimento, o documento foi dividido em seções que


tratam dos seguintes temas:

- dimensões sociais e econômicas do desenvolvimento – relações entre meio


ambiente, pobreza, saúde, comércio, dívida externa, padrões de consumo e
população;

- conservação e gerenciamento dos recursos para o desenvolvimento –


diversas maneiras de gerenciar os recursos, visando assegurar a biodiversidade e o
desenvolvimento sustentável;

- fortalecimento dos grupos sociais – apoio a mecanismos de participação de


setores organizados da sociedade e de grupos minoritários que contribuem para o
desenvolvimento sustentável;

- meio de implementação das propostas – modo de financiamento e alocação


de recursos financeiros para a implementação da Agenda 21.

Podemos perceber que os temas tratados ameaçam grandes interesses de


vários setores. Quando a Agenda 21 trata dos diferentes níveis de consumo, por
exemplo, está, em grande parte, se referindo ao consumo de combustíveis fósseis,
que representam a maior contribuição para o aumento do efeito estufa.

Ora, sabemos que a energia fóssil é a base do sistema energético de quase


todos os países do mundo. Entretanto, países como os Estados Unidos recusam-se
a estabelecer programas nacionais de redução do consumo desse tipo de
combustível ou participar de arranjos institucionais globais concebidos para financiar
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essa redução, pois isso comprometeria o desempenho das empresas americanas de


petróleo.

A Agenda 21 também é responsável pela capacitação de recursos humanos


que é um instrumento fundamental do desenvolvimento sustentável. Essa
capacitação busca a melhoria da qualidade de vida, entendida como o acesso à
saúde, ao saneamento, à habitação, à energia etc. Acredita que o potencial de
transformação das sociedades está diretamente relacionado aos diferentes grupos
que as compõem e à sua capacitação para compreender as relações entre natureza
e sociedade e, também, para explorar os avanços tecnológicos e criar novas
tecnologias ambientalmente e adequadas.

É nesse contexto que a Educação Ambiental tem assumido uma grande


importância nos últimos anos. Devemos lembrar, no entanto, que o Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), criado em 1973, já se referia à
necessidade de se promover esse tipo de educação em todas as ações e programas
dos organismos internacionais.

Vários autores concordam, no entanto, que o Tratado de Educação Ambiental


para as Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, assinado pelas ONGs
que organizaram uma reunião paralela à Rio-92, constitui um salto importante na
valorização da Educação Ambiental.

“A educação ambiental para uma sustentabilidade equitativa é um processo


de aprendizagem permanente, baseado no respeito a todas as formas de vida. Tal
educação afirma valores e ações que contribuem para a transformação humana e
social e para a preservação ecológica. Ela estimula a formação de sociedades
socialmente justas e ecologicamente equilibradas, que conservem entre si relação
de interdependência e diversidade. Isto requer responsabilidade individual e coletiva
a nível local, nacional e planetário” (LEONARDI, 1997, p. 203).

Leonardi (1997) mostra que a definição de Educação Ambiental é bastante


influenciada pelas diversas formas de se compreender o próprio meio ambiente.
Assim, a autora aponta quatro concepções distintas:

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- biológica, em que predominam as ideias de educação para a proteção,


conservação e preservação das espécies, dos ecossistemas e do planeta como um
todo;

- cultural, que se preocupa com uma postura ética para promover o


conhecimento do universo;

- política, cuja ênfase está voltada para o desenvolvimento da democracia, da


cidadania, da participação popular e da autogestão;

- econômica, que privilegia a geração de empregos em atividades ambientais


e a participação de indivíduos e grupos nas decisões políticas.

A partir da contribuição de todas essas concepções, a autora citada acima,


entende que a Educação Ambiental tem como objetivo:

“Contribuir para a conservação da biodiversidade, para a auto-realização


individual e comunitária e para a autogestão política e econômica, mediante
processos educativos que promovam a melhoria da qualidade do meio ambiente e
da qualidade de vida” (LEONARDI, 1997, p. 205).

Para atender a esse objetivo, a Educação Ambiental deve respeitar quatro


princípios básicos, como veremos.

- Não-neutralidade

A Educação Ambiental é uma ação política no sentido de promover a


transformação social pela reflexão crítica.

- Interdisciplinaridade

A Educação Ambiental deve mobilizar conhecimentos técnico-científicos de


várias disciplinas, como forma de compreensão das relações homem/natureza.

- Valorização estético-cultural

A Educação Ambiental deve privilegiar as diferenças culturais e étnicas dos


povos, bem como seus conhecimentos sobre o meio em que vivem.

- Cidadania

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A Educação Ambiental deve favorecer a criação de uma consciência ética e


facilitar a participação democrática dos indivíduos e grupos como cidadãos.

Devemos tomar cuidado para não considerar a Educação Ambiental como a


“salvação da lavoura”, como o instrumento capaz de solucionar todos os problemas
e desafios que nos são colocados. Ela deve ser vista como um projeto de longo
prazo e em permanente transformação. As formas de ação e os agentes da
Educação Ambiental são múltiplos e necessitam de constante capacitação para
promover uma ação interativa, questionadora e reflexiva, com o objetivo de
consolidar uma cidadania ecológica.

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8 EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UM CAMINHO PARA A CONQUISTA DA


CIDADANIA

A ideia de se promover a Educação Ambiental não é nova. A Conferência de


Estocolmo, realizada em 1972, já recomendava que os países implantassem
programas de Educação Ambiental.

No Brasil, somente em 1984 é que o Conselho Nacional de Meio Ambiente –


Conama – estabeleceu as diretrizes para as ações de Educação Ambiental,
mostrando uma defasagem entre as recomendações dos participantes das
Conferências da ONU e a implantação dos programas sugeridos. Essa defasagem
resulta da grande dificuldade, no plano interno, de readequação das instituições para
cumprir as metas fixadas, mas, principalmente, da falta de vontade política para
essa implementação. Devemos lembrar que a constituição do Conselho Nacional do
Meio Ambiente data de 1980, oito anos após o Brasil ter assinado os acordos e
compromissos estabelecidos na Conferência de Estocolmo. Mas foi somente a
Constituição de 1988 que estabeleceu a exigência da Educação Ambiental nos
níveis federal, estadual e municipal.

Outra conferência, a de Tbilisi, realizada na Georgia, em 1977, estabeleceu


que o objetivo final da Educação Ambiental é formar cidadãos ativos. Esse é um
ponto de extrema importância, pois formar cidadãos ativos significa capacitá-los para
participar, requerer seus direitos, questionar e defender valores.

No Brasil, essas ideias ainda não tomaram a forma de um programa curricular


amplo. Todavia, algumas experiências pioneiras foram realizadas. A maioria delas,
no entanto, foi realizada a partir de 1993, um ano após a realização da Rio-92. O
grande problema parece ser a falta de continuidade e ampliação dessas
experiências, quando formar cidadãos exige uma prática contínua e duradoura.

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REFERÊNCIAS

Agenda 21 Brasileira. Bases para a discussão, da Comissão de Políticas de


Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional. Brasília: 2000.

ARON, Raymond. Dezoito lições sobre a sociedade industrial. Brasília: EDUNB,


1981.

CRESPO, S. Educar para a sustentabilidade: a educação ambiental no programa


Agenda 21. In: NOAL, Fernando Oliveira (Org.); REIGOTA, Marcos (Org.);
BARCELOS, Valdo Hermes de Lima (Org.). Tendências da Educação ambiental
brasileira. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 1998.

GRUN, Mauro. Ética e educação ambiental: a conexão necessária. Campinas:


Papirus, 1996.

LEIS, H. R. A modernidade insustentável: as críticas do ambientalismo à sociedade


contemporânea. Petrópolis : Vozes, 1999

LEONARDI, M. L. A educação ambiental como um dos instrumentos de superação


da insustentabilidade da sociedade atual. In: CAVALCANTI, Clovis (Org.). Meio
ambiente, desenvolvimento sustentável e políticas públicas. São Paulo: Cortez,
1997.

POINTING, C. História verde do mundo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995.

ROQUE, A. P.; CORREA, S. O ciclo social da ONU: construção e implementação de


uma agenda global. In: FORUM BRASILEIRO DE ONGS E MOVIMENTOS SOCIAIS
PARA O MEIO AMBIENTE E O DESENVOLVIMENTO. Brasil século XXI: os
caminhos da sustentabilidade cinco anos depois da Rio-92. Rio de Janeiro: Fase,
1997.

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AVALIAÇÃO

Questão 01:

A Terra tem uma idade estimada em 4,6 bilhões de anos e, durante este tempo, os
seres vivos surgiram, se modificaram e muitos desapareceram. Estude as
afirmativas a seguir e marque a opção INCORRETA a respeito do processo
evolutivo.

a) Alguns cientistas admitem que os primeiros organismos vivos utilizavam o


alimento encontrado no meio (hipótese heterotrófica).
b) Acredita-se que os primeiros seres vivos surgiram na água e lentamente
invadiram os continentes.
c) O estudo dos fósseis forneceram inúmeros indícios da vida primitiva, seja através
dos seres petrificados, ou dos restos químicos por eles produzidos.
d) Pode-se considerar que as vitórias-régias e elódeas (plantas aquáticas) sejam
mais primitivas que os pinheiros e sequoias.
e) A evolução do cavalo, constatado pelos fósseis, mostram como um pequeno
animal de 60 cm de altura e três dedos se modificou até o aspecto atual.

Questão 2:

Assinale a alternativa que NÃO se relaciona com as transformações das paisagens:

a)Avenida Paulista, o maior símbolo da modernidade e da vida agitada de quem vive


na capital de São Paulo. Prédios altos, inúmeros escritórios, bancos e lojas e o
constante vai e vem de ônibus, carros e motos dão a esse famoso cenário um
aspecto acinzentado e barulhento, característico das grandes metrópoles. No fim do
século 19, mais precisamente em 1891, ano em que foi criada, a via não tinha
pavimentação, o tráfego era de animais de carga e as margens tinham muita grama
e árvores. Havia poucas residências - na verdade, palacetes. No início do século 20,
por lá passaram a circular os bondes elétricos e somente nove anos depois é que o
asfalto finalmente chegou.
b)Não se sabe ao certo a partir de que período a floresta amazônica passou a ser
ocupada pelos seres humanos. A própria história da chegada do homem ao
continente americano continua bastante controversa. Diversas disciplinas científicas
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estudam e oferecem teorias sobre a dinâmica desses deslocamentos humanos,


como a arqueologia, a etnografia, a linguística, a genética, a paleoecologia, entre
outras. Além disso, existem teorias e descobertas divergentes, que sugerem o início
da ocupação no continente, e na sua porção sul americana, desde 50 mil, até 10 mil
anos atrás.
c)Designa-se por Pangeia o continente que, segundo a teoria da deriva continental,
existiu até há 200 milhões de anos, durante a era Mesozoica, porém, há relatos
também de 540 milhões de anos. A palavra origina-se do fato de todos os
continentes estarem juntos (pan do grego, pâs, pâsa, pân, todo, inteiro) e exprime a
noção de totalidade, universalidade, formando um único bloco de terra (gea) ou
Géia, Gaia ou Ge como a Deusa que personificava a terra com todos os seus
elementos.Milhões de anos se passaram até que a Pangeia se fragmentou, dando
origem a dois mega-continentes. Separação esta que ocorreu lentamente e se
desenvolveu deslocando sobre um subsolo oceânico de basalto.
d)homo sapiens, como espécie, tem como característica o desejo de entender e
influenciar o ambiente à sua volta, procurando explicar e manipular os fenômenos
naturais através da filosofia, artes, ciências, mitologia e da religião. Esta curiosidade
natural levou ao desenvolvimento de ferramentas e habilidades avançadas. O ser
humano é a única espécie conhecida capaz de criar o fogo, cozinhar seus alimentos,
vestir-se, além de utilizar várias outras tecnologias. Os humanos passam suas
habilidades e conhecimentos para as próximas gerações e, portanto, são
considerados dependentes da cultura.

Questão 3;

De acordo com a evolução cultural do homem podemos afirmar que:

a)O Antropocentrismo se refere à perspectiva de análise que tende a enfatizar a


importância do ser humano na natureza, que é vista como se tivesse sido criada
para o benefício do próprio homem.
b)O Paleolítico é o período da história da evolução da sociedade humana durante o
qual os grupos humanos deixaram a coleta direta de vegetais e a caça, passando a
dedicar-se à agricultura e à pecuária.

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c)Neolítico é o período da evolução da história humana anterior ao paleolítico


caracterizado pela existência de grupos humanos que realizavam atividades de caça
e coleta, exclusivamente. A ausência ou a precariedade dos utensílios empregados
nessas atividades era outra característica do período.
d)Pousio são aqueles que creem em muitos deuses, como nas civilizações grega e
romana.

Questão 4:

“A produção é a interação do homem e da natureza; se este processo deve ser


organizado pela intermediação de um mecanismo regulador de troca, é necessário
então que o homem e a natureza acompanhem este funcionamento; eles devem ser
submetidos à oferta e à demanda, isto é, eles devem ser tratados como
mercadorias, como bens produzidos para a venda. Do homem (sob o nome de
trabalho), da natureza (sob o nome de terra) tudo poderia ser feito para ser
negociado”.

O trecho acima se refere à qual época da história?

a)Revolução Científica
b) Revolução Industrial
c) Feudalismo
d) Evolução do Homem

Questão 5:

“Foi a primeira atitude mundial em tentar organizar as relações de Homem e Meio


Ambiente. A sociedade científica local já detectava graves problemas futuros por
razão da poluição atmosférica provocada pelas indústrias.”

O trecho se refere:

a) Agenda 21
b) Pnuma
c) Conferência de Estocolmo
d) Eco-92

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Questão 6:

São ações da sociedade que estão relacionadas ao desenvolvimento sustentável,


EXCETO:

a)Avaliar o conteúdo da Agenda 21 e as propostas de organização e participação da


sociedade civil.
b)Conhecer os atuais desdobramentos das medidas e dos programas propostos
pela Organização das Nações Unidas.
c)Conhecer e refletir sobre as propostas, diretrizes e experiências da Educação
Ambiental.
d)Entender como o progresso se tornou um dos pilares da sociedade industrial e os
pontos essenciais das críticas formuladas a essa fundamentação.

Questão 7:

Assinale a alternativa CORRETA:

a) O processo de Pnuma deve contar, exclusivamente, com o apoio do governo


local. Vontade política é o fator mais decisivo para o sucesso ou fracasso da
iniciativa.
b) Agenda 21 foi um dos principais resultados da conferência Eco-92 ou Rio-92,
ocorrida no Rio de Janeiro, Brasil, em 1992. É um documento que estabeleceu a
importância de cada país a se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a
forma pela qual governos, empresas, organizações não-governamentais e todos os
setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas
socioambientais.
c) ECO-92 vem se constituindo em um instrumento de fundamental importância na
construção dessa nova ecocidadania, num processo social no qual os atores vão
pactuando paulatinamente novos consensos e montando uma Agenda possível
rumo ao futuro que se deseja sustentável
d) Conferência de Estocolmo, que tem provado ser um guia eficiente para processos
de união da sociedade, compreensão dos conceitos de cidadania e de sua
aplicação, e é hoje um dos grandes instrumentos de formação de políticas públicas
no Brasil.

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Questão 8:

A prática da Educação Ambiental foi exigência estabelecida na:

a) CONAMA
b) Conferência de Estocolmo
c) Eco-92
d) PNUMA

Questão 9:

Para os movimentos ecológicos, a base para a compreensão do atual período pós-


moderno está no conceito de cidadania ambiental. Assinale a afirmativa
INCORRETA:

a)A cidadania ambiental estabelece relações entre sociedade e natureza. a


cidadania ambiental coloca a defesa do meio ambiente no campo político.
b)A cidadania ambiental estabelece relação entre os níveis de qualidade de vida e
de desenvolvimento social de uma sociedade e os seus problemas ambientais
c)A cidadania ambiental compreende que a prática da Educação Ambiental foi
outorgada na conferência de Tbilisi.
d)A cidadania ambiental estuda as diversas formas com que cada sociedade se
relaciona com a natureza.

Questão 10:

Ações que minimizam os impactos ambientais, EXCETO:

a) Reconhecer a importância da CONAMA

b) Entendimento do processo evolutivo da vida e origem do homem.

c) Compreender o desenvolvimento da sociedade com o período da Revolução


Industrial e científica.

d) Acordos mundiais sobre o meio ambiente

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GABARITO

Nome do aluno:_______________________________________
Matrícula:___________
Curso:_______________________________________________
Data do envio:____/____/_______.
Ass. do aluno:
______________________________________________

DESENVOLVIMENTO DA
SOCIEDADE E NATUREZA
1)___ 2)___ 3)___ 4)___ 5)___

6)___ 7)___ 8)___ 9)___ 10)___

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