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Paramahansa Yogananda_____________________________________Círculo de Meditação de Vitória/ES

A Sabedoria do Bhagavad Gita

(Por Brother Anandamoy, discípulo monástico de


Paramahansa Yogananda desde 1948. Esta
palestra foi proferida numa Convocação da SRF no
Westin Bonaventure Hotel, Los Angeles, Califórnia)

Boa noite. É bom estar com vocês outra vez. Parece que estivemos juntos na semana
passada, não? O tempo passa rápido... esperem até vocês ficarem mais velhos, ele
passa ainda mais rápido. Eu estou muito feliz de dar as boas vindas a vocês, nesta
Convocação. Eu me lembro de quando iniciamos no começo dos anos 50, tivemos 200
pessoas atendendo à Convocação na sala da Índia em Hollywood. Eu trabalhava lá em
cima, na cozinha, preparando três refeições por dia para todos, e eu não era um bom
cozinheiro (risos). Mas isto não importava, os devotos comiam a minha comida assim
mesmo, porque a Convocação é sempre um evento cheio de felicidade.

Então, agora, a sabedoria do Bhagavad Gita, sabem, o Gita é tão vasto, o que posso
fazer numa palestra tão curta? Decidi então que vou revisar com vocês alguns dos pontos
práticos, que a gente deve saber, lembrar-se de e colocar em prática. Agora, aviso a
vocês, isto é diferente do que eu costumava fazer nos primeiros anos – isto é dieta
pesada... (risos). E vocês estão sorrindo, fico feliz de ver isto... espero que vocês ainda
estejam sorrindo quando eu concluir a palestra... (risos).

Então... quero iniciar com um ponto que todos vocês sabem, por ler a Autobiografia de um
Yogi, e outros livros do Mestre.... acho que isto é a pedra fundamental, não apenas do
Bhagavad Gita, mas da religião em geral, e da própria vida. Isto agora é Deus falando não
apenas para Arjuna, mas para cada um de nós:

“Para ti, que nada reclama... (isto significa que


nós temos que estar completamente abertos e
receptivos para receber a verdade) revelarei
agora o sublime mistério – a natureza imanente e
transcendente do espírito. Possuindo a realização
intuitiva desta sabedoria, deverás escapar de todo
o mal.”

O mal aqui significa sofrimento. E o que isto significa? Significa que Deus não é um
homem sentado num trono no paraíso, ou no Monte Kaylas, ou em Vaikunta, ou onde
quer que seja que os escritos religiosos ou mitologia lhe digam, Deus é a consciência
infinita da bem aventurança. Esta é a absoluta realização. Transcendente significa que
Ele está além da criação, e imanente significa que Ele permeia toda a criação, você e eu.
E atingir este nível de consciência é a meta da nossa existência.

No entanto isto é difícil de lembrar, porque o mundo vai te dizer: “não, não é nada disto, é
outra coisa”. O mundo vai te dizer: “eu posso te dar a satisfação absoluta”, nunca!
Percebam que não é suficiente ter o entendimento intelectual desta verdade. Temos que
ter o que Krishna se refere como realização intuitiva. Isto significa experiência da
consciência infinita da bem aventurança. Este é o objetivo da vida.

Existe uma famosa senhora Suíça, Dra. Elizabeth Kubler Ross, talvez vocês tenham
ouvido falar dela. O trabalho da sua vida foi dar aconselhamento às pessoas que estavam
enfrentando a morte eminente ou que tinham doenças terminais. E ela disse:
“considerando que a autopreservação é o mais poderoso instinto no homem, o fim da

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vida, encarar a morte, o medo da morte, é o que há de pior”, e ela conclui: “não é. Depois
de falar com milhares de pessoas, de modos de vida completamente distintos, eu
descobri que, o pior sentimento que aflige pessoas no final da vida, é a sensação: eu não
vivi realmente”.

Isto significa que as pessoas dizem ou sentem que vieram para este mundo com o
objetivo de conquistar algo muito especial, e que não fizeram nada em relação a isto.
Concluem então: “minha vida foi em vão”. Ela diz ainda: “muitas destas pessoas tiveram
vidas extremamente bem sucedidas, tiveram uma boa família, profissão, carreiras, muitas
delas eram famosas, mas nada disto foi suficiente”, mas as pessoas não sabem
exatamente o que faltou, elas não sabem.

Ela diz: “eu deveria ter sido mais amoroso com as pessoas”. É normal sentir-se assim,
mas isto não é a resposta, não é a solução. Muitas pessoas escrevem para nós ou falam
conosco em aconselhamento e dizem: “eu sinto que tenho uma missão muito especial a
cumprir”, mas todos pensam em termos de missões externas, e nós dizemos: sim, sim,
você tem uma missão especial a cumprir, e o que é? Autorrealização. A realização de
Deus. A realização de que nós somos esta consciência infinita. A consciência da bem
aventurança.

Próximo ponto: No começo não havia nada, a não ser esta consciência infinita, e você e
eu éramos parte desta consciência. Não existiam pessoas ou personalidades, apenas a
alma. Esta consciência decidiu então que teria uma criação. Espero que vocês entendam
isto, porque vocês estavam lá, tomando esta decisão (risos). Então parte desta
consciência, consciência pura, começou a vibrar, se tornou OM, se tornou a vibração
cósmica, e isto projetou o universo inteiro com todas as suas diferentes formas de vida,
um drama colossal e como este drama não seria uma peça de teatro muito interessante
se todos os atores mantivessem a consciência divina, Deus colocou um feitiço hipnótico
em tudo e em todos e nós esquecemos quem nós somos, o que nós somos e acabamos
nos identificando com esta coisa pequena (Brother aponta para o corpo), nosso pequeno
papel, e com o drama. Então Krishna diz:

“Ó Arjuna, desde o nascimento as criaturas são


imersas na ilusão da ignorância, que brota das
preferências e aversões.”

Isto significa que, quando o bebê nasce, a primeira coisa que ele experimenta são as
sensações dos sentidos. E como nós nascemos neste reino de dualidade, o sentimento
reage imediatamente, o sentimento está lá e reage: “eu gosto disto, eu não gosto daquilo”,
completamente identificado com o corpo. E o Mestre diz em relação a este verso: “Desde
o nascimento, os seres humanos descendem para a ilusão, de forma que eles se
disponham a brincar pelo menos por um pequeno tempo.” Vocês perceberam este
detalhe? Brincar por um pequeno tempo? Com Deus? “E então, motivados pela
sabedoria ou pelo sofrimento causado pelo mau comportamento, eles farão o esforço de
retornar para sempre para a sua casa eterna e abençoada – a consciência divina.”

Porém a maioria das almas permanece neste drama bem mais tempo do que deveriam.
Elas brincam por um loooooooooooooongo tempo (risos), finalmente elas chegam a um
ponto quando dizem: “Chega. Não quero mais. Estou farto deste drama, quero ir pra
casa”. Então elas descobrem que não é tão fácil assim. Por quê? Devido a certos hábitos
que criamos e que nos amarram a este plano material. Sabem, ver televisão é algo muito

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fácil não? Nós tivemos uma pergunta numa Satsanga: “Se meditar é tão bom pra você,
porque é tão difícil meditar?” (risos).

Bem, é exatamente por causa destes maus hábitos. Como eu disse, ver TV é algo muito
fácil de fazer, mas depois de assistir TV você tenta meditar, e você não consegue meditar,
porque todos aqueles comerciais, todo aquele lixo que você viu ainda reverbera na sua
mente e você não consegue, como a Bíblia diz, se aquietar, e saber que você é Deus. E
estas palavras da Bíblia são a exata definição da Yoga. Aquietar-se, e perceber a bem
aventurança interna da alma Deus dentro de você.

Próximo ponto: Como disse, desde o primeiro momento, o bebê tem experiências com
os sentidos, e o sentimento está lá, reagindo imediatamente e gradualmente os princípios
mentais começam a se desenvolver. O que direi agora é algo que as pessoas não sabem.
E eu não estou me referindo à mente superconsciente e subconsciente, refiro-me à mente
consciente. Existem duas. E as pessoas não sabem disto. Existem duas e cada uma
delas tem funções específicas, assim como nomes específicos em Sânscrito. A primeira
delas que desenvolvemos é chamada de MANAS. Esta é a mente inferior. A mente
superior é chamada de BUDDI, está é a faculdade superior do discernimento e da
sabedoria. Muitas pessoas neste mundo ignorante nunca chegam a ela.

Agora direi a vocês o que é Manas. O Gita é muito claro sobre ela e sua definição.
Primeiro: Manas é a coordenadora dos chamados cinco instrumentos de conhecimento.
Refiro-me especificamente aos nossos cinco sentidos, através dos quais ganhamos o
conhecimento deste mundo material. Além disto, Manas é responsável pelos cinco
instrumentos de AÇÃO – e estes também estão listados no Gita: as mãos, tudo o que
você pode fazer com as mãos. Seus pés, você pode andar. Sua língua, você pode falar.
Os órgãos de excreção e os órgãos sexuais. Este é o “pacote” de Manas. Perceberam o
tamanho do problema? É bem ruim não? (risos).

Percebam, uma pessoa pode ter todo tipo de conhecimento intelectual, pode saber tudo
sobre ciência e tecnologia, e ainda assim ser totalmente controlado por Manas. E como
nós vivemos numa sociedade ignorante, que não sabe nada disto, que é o que chamo de
“sociedade da satisfação instantânea” governada por Manas, ela busca a satisfação
absoluta no mundo exterior. Certo? Satisfação instantânea. E então, o bebê, desde o
começo da vida, começa a experimentar prazer e dor, e começa sua busca por mais e
mais prazer. Não é isto? Assim que a criança cresce e fica mais velha, mais e mais ela
busca a satisfação instantânea, a diversão instantânea. Ficando ainda um pouco mais
velha e se tornando um adolescente ou pré-adolescente, chegam então as maiores
tentações – não é isto? – álcool, drogas, sexo...

Há algum tempo, uma senhora me ligou, e disse – “[...] tem uma mulher, psicóloga, que
tem um programa no radio, o senhor tem que ouvi-la, ela é muito boa [...]” (risos). O
horário do programa não era compatível com a minha agenda, mas de fato ouvi o
programa um dia. E a primeira coisa que ela comentou foi que a gente ouve falar que
cada vez mais adolescentes estão se envolvendo com drogas. Talvez ela tenha
mencionado pré-adolescentes, não me recordo bem, mas certamente se referiu aos
adolescentes. E ela disse que quando ouvimos algo assim, nossa reação imediata é
pensar que devemos passar a informação correta a estes garotos, eles têm que saber do
perigo que estão correndo, e então ela disse: “[...]este não é o problema. Eles sabem. O
problema é, eles não estão nem aí [...].” E eu pensei – exatamente! Por quê? Manas. Eles
são governados pela mente inferior. Manas não tem nenhuma capacidade discriminativa,
ela nunca questiona quais serão as consequências se você fizer isto ou aquilo, nada

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disto. Governados por Manas, você culpa os garotos? Eles não sabem disto. Nossa
sociedade não sabe estas coisas, ela não sabe que o treinamento, o desenvolvimento
sistemático da mente superior – Buddi – é necessário. Nossa sociedade não ensina isto,
nosso sistema educacional não ensina isto. Eles não sabem.

E o que dizer dos adultos? A mesma coisa. A maioria das pessoas é governada por
Manas. Recentemente eu li sobre a estatística do endividamento médio dos lares
americanos - eles têm dívidas de mais de 11 mil dólares. E a economia deste país vai de
vento em popa. E por que isto acontece? Porque as pessoas gastam mais do que tem?
Buscando o prazer, não é isto? Repetidas vezes ouvi o Mestre falar para várias
audiências: “[...] vocês tem que saber distinguir entre necessidades necessárias e
necessidades desnecessárias”. Porque na verdade a gente não precisa de muita coisa.
Mas as pessoas buscam a satisfação, satisfação instantânea, em coisas externas. Agora,
o Gita diz:

“Ó Arjuna, como prazeres externos têm origem nos contatos


externos, e tem um começo e um fim, eles causam apenas
sofrimento. Nenhum sábio (nenhuma pessoa inteligente)
busca a felicidade neles”.

Nosso Guru comenta esta passagem e diz: “[...] porém, não tendo nenhum padrão de
comparação com as experiências superiores, os homens se perdem, e buscam o prazer
no mundo externo, em coisas externas, onde eles nunca o irão encontrar, NUNCA [...]” e
portanto, nosso Guru conclui: “[...] assim se criam os desejos [...]”.

O Mestre faz então um comentário muito interessante: “[...] o desejo é, portanto, a lei
fundamental que mantém esta criação funcionando. E enquanto não pusermos um fim
nos desejos, não haverá fim para a reencarnação [...]”. Isto significa que nós voltamos a
este plano material outra vez, outra vez, e mais outras tantas vezes.

Próximo ponto: Percebam que é aqui que o Gita começa (risos), mas eu quis dar os
pontos externos primeiro, de forma que a gente realmente entenda – por que temos a
necessidade de fazer introspecção. Temos que entender agora, a partir das citações que
já foram dadas, o que é que você quer? Você quer a consciência da bem aventurança,
certo? E o mundo diz: “não, que nada, vem aqui, você consegue isto de mim”. Portanto
vocês já viram um homem de negócios que não tem contabilidade? Homens de negócios
são pessoas práticas, não? Eles querem saber se estão ganhando ou perdendo dinheiro,
mas quando se trata das suas próprias vidas a maioria das pessoas não tem
contabilidade alguma. Estão totalmente perdidas, e por quê? Porque elas não sabem qual
é o objetivo da vida, e é por isso que eu enfatizo tanto, é por isto que o Gita enfatiza tanto:
o seu objetivo é Deus, é isto que você quer, é a consciência infinita da bem aventurança.
Então é a introspecção que nos mostra onde estamos indo. Estou indo na direção do meu
objetivo ou estou mergulhando mais fundo na ilusão? Isto então nos leva à guerra.

A famosa guerra dentro de nós. Este assunto é, por si só, extremamente complexo. Se
vocês lerem o Gita, especialmente os comentários do Mestre, vocês verão que ele é
muito complexo. Enormes exércitos dos dois lados, mas não tenho tempo agora de
comentar sobre todo este assunto, quero ir direto ao principio mais básico. É uma guerra,
você pode resumir, entre o Ego identificado com o corpo, e a alma. E se vocês
entenderam o que eu disse antes, é muito claro – a alma quer voltar pra casa. Unidade
com Deus. Consciência infinita da bem aventurança. E o Ego diz: “quero ficar aqui”
(risos).

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Vejam só: o Ego é auxiliado por Manas, lembram o que Manas é? É obvio, não? A alma é
auxiliada por Buddi, a mente superior, então a guerra começa. Agora, a pior coisa é, o
pior inimigo é o Ego. O Ego identificado com o corpo. E se você quer conquistar um
inimigo, você tem que entender bem o que ele é, como ele trabalha. Quero então passar
para vocês uma série de pontos interessantes, de forma que vocês realmente entendam.
Porque vocês estão totalmente envolvidos por esta guerra. Certo? A maioria das pessoas
no mundo é totalmente ignorante a respeito disto, não existe guerra alguma neles, eles
estão na consciência do mundo, sabe? Completamente perdidos na consciência
mundana.

Agora, vocês sabem o que são pecados? Pecados são, vocês sabem, que cada religião
tem na sua base leis básicas, certas regras para viver uma vida correta. Para viver em
harmonia com as leis de Deus. Na Bíblia você tem os Dez Mandamentos, nos Yoga
Sutras e no Bhagavad Gita você tem as coisas que você deve e não deve fazer, regras
básicas. E se você se coloca contra estas regras, isto é pecado. E isto trás o sofrimento.
E você não quer sofrer, certo?

O Mestre disse que, baseado no Gita, “pecado e sofrimento (a transgressão das leis
divinas e o consequente sofrimento) são inseparáveis da consciência do Ego.” E ainda
tem mais um problemas – hábitos, maus hábitos. Sabem, nós adquirimos estes maus
hábitos de forma completamente inocente, não é mesmo? Apenas por viver neste mundo
louco, que é totalmente ignorante. Você então entra no caminho espiritual e conclui: “eu
tenho maus hábitos.” Tem alguém aqui que não tenha maus hábitos ou que nunca os
tenha tido (risos)? E vocês lembram que alguns deles são extremamente difíceis de se
livrar, não é mesmo? E vocês sabem o porquê é tão difícil? Eu vou lhes dizer o porquê. O
Mestre disse: “o Ego tem apego a eles. E não os deixa ir embora”.

E não é apenas isto. O Ego sugere à sua mente que você é incapaz de superá-los. Isto
significa que o Ego afirma que você não é forte o suficiente, que você não é espiritual o
suficiente, que você não consegue superar seus maus hábitos. Isto é extremamente
malévolo não? Agora, lembrem-se do que vou lhes dizer: quando estes pensamentos
chegarem ate você, isto é Satã falando com você. E quando Satã lhe diz que você não
tem força suficiente, sabem, nós somos a alma. E o que é a alma? É um raio da
consciência de Deus. É Deus dentro de nós. E esta alma é essencialmente onipotente.
Mas o Ego quer paralisar este poder da alma, e diz – “você nunca conseguirá”. Tenham
cuidado, lembrem-se disto. O problema é que nós estamos tão identificados com o Ego
que não conhecemos a nossa alma ainda, porque isto vem através das práticas
espirituais.

Então, e se Satã disser a vocês: “você não consegue superar os maus hábitos, você não
tem força e espiritualidade suficientes”, o que você faz? O que você faz se Satã lhes
disser estas coisas? Vocês dizem pra ele ir para o inferno (risos).

Espero que vocês entendam que eu nunca xingo (risos), eu estou agora estritamente
discutindo território (risos). Na verdade uma vez um homem chegou até o Mestre e
perguntou: “Senhor, é verdade que o inferno existe?” E os olhos do Mestre dançavam de
alegria quando Ele respondeu: “e onde é que você pensa que está agora?” (risos).

Então é isto, nós estamos realmente no inferno, nós estamos nesta ilusão, governados
pelo Ego e Manas, este é exatamente o lugar de onde queremos sair. Então, o que
devemos fazer quando estes pensamentos negativos chegarem? Você afirma – eu sou a
alma, eu sou um filho de Deus, eu posso vencer.

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Você faz então o seu melhor esforço para viver uma vida correta, em harmonia com as
leis de Deus, é assim que você supera o Ego e Manas, e agora vem a mais poderosa
arma para conquistar o Ego – Pranayama – o controle da energia. Esta é a principal
chave científica da Yoga, que se perdeu nas Eras da escuridão, porque a humanidade
perdeu o conhecimento das forças sutis da criação – energia, eletricidade, energia
atômica, todas estas coisas são perdidas, o conhecimento delas se perde. E agora que a
ciência está trazendo este conhecimento de volta, podemos entender o que a ciência de
Pranayama significa. É por isto que Mahavatar Babaji e nossa linha de Gurus trouxeram
esta ciência de volta. Este é a época propícia para esta missão especial, estas grandiosas
técnicas cientificas são disponibilizadas outra vez para a humanidade.

Se você entender o principio – ele é muito claro e simples – o controle da energia. O


Mestre diz: “onde estiver a tua energia lá estará a sua consciência”, vocês sabem pelas
lições, nós sabemos que a maioria da energia que usamos entra diretamente pela
medula, que é a “boca de Deus” da Bíblia, segue para os chacras, centros espirituais, e
então desce a coluna e sai pelo sistema nervoso para os órgãos dos sentidos, deixando-
nos perdidos na consciência da matéria.

Com estas técnicas de Pranayama, controle da energia, gradualmente aprendemos a


interiorizar esta energia outra vez, a conduzimos para a parte superior da coluna vertebral
e gradualmente conseguimos ter as experiências superiores. Conseguimos então ver a
diferença. No Gita, Krishna faz uma analogia com a tartaruga que recolhe os seus
membros dentro do casco. O Gita diz que se você, assim como a tartaruga, recolher as
suas faculdades, energia e mente para o interior, você terá a experiência da sua alma.

Outra passagem do Gita diz: “Sem dúvida, a mente é inquieta e desgovernada (isto é
Manas, difícil de domar), no entanto, pela prática da Yoga e pelo desapego a mente
poderá ser controlada.”

Portanto, pela prática de Yoga, pela meditação, você aprende, pela prática correta das
técnicas, a recolher a energia e se interiorizar. Por desapego entenda-se renúncia. O Gita
se refere constantemente a isto – renúncia. Este é um dos principais pontos dos
ensinamentos. No entanto percebam que Krishna era um dono de casa, tinha família. Ele
ensinou esta ciência a Arjuna, que era um dono de casa e tinha família. Renúncia, aqui no
Gita, não significa ser um monge. É mais profundo que isto. Significa renunciar, de uma
vez por todas, a ideia de que alguma coisa deste mundo possa nos trazer a realização
absoluta.

Então, você vá em frente, pratique da melhor forma que puder, viva uma vida correta,
cumpra com as suas responsabilidades com a família e tudo o mais, execute o seu papel,
tente executá-lo sem visar a satisfação do seu Ego, faça-o bem, para satisfazer ao Diretor
do Filme, sabe? Deus? Combine tudo isto com a pratica regular da meditação, e das
técnicas.

Próximo ponto: Chega uma nova fase e muitos devotos não a compreendem, não
sabem como lidar com ela e tem uma atitude incorreta. E é muito importante que todos
entendam isto bem – quando começamos no caminho espiritual tudo é glorioso, nós
estamos recebendo um grande presente de Deus, e não sabemos que isto é um presente
de Deus, achamos que é tudo natural. Falo especificamente daquele entusiasmo inicial,
usado pra fazer a bola rolar, digamos assim. Você então se sente maravilhoso, porque de
repente você tem um novo caminho a seguir, sua vida faz sentido, você tem um objetivo,
você se sente tão fantástico que muitos dos seus maus hábitos são deixados de lado

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porque não fazem mais parte da sua nova vida, você se sente tão bem que quer converter
o mundo inteiro (risos) e até o seu cachorro e o seu gato tem que se tornar vegetarianos
(risos).

E depois de algum tempo, algo acontece. Aquele entusiasmo inicial começa a diminuir, e
você fica na escuridão. Alguns Santos se referem a este período como a “Noite escura da
Alma”. Teve uma senhora que escreveu pra mim há alguns anos atrás: “no começo eu
senti que Deus e o Guru me carregavam, depois eles me jogaram no chão” (risos), “e eu
agora me sinto abandonada e furiosa”.

Agora percebam: Deus e o Guru não nos jogam no chão. Mas esta é uma nova fase que
mais ou menos todos os devotos têm que passar, algumas vezes mais de uma vez, e é
um período para nos ensinar a crescer espiritualmente. Crescer. As experiências
espirituais no começo não são normalmente puras. Existe a sensualidade, vocês têm que
entender isto. Os verdadeiros sentidos estão no corpo astral e não no físico. Então
quando você medita pode ver vários tipos de cores, filmes, sua imaginação desempenha
um grande papel. Suas emoções (risos), e não são sentimentos puros, vou lhes contar
uma experiência: ela ocorreu enquanto o Mestre estava aqui. Um jovem entrou no
Ashram, e depois de algum tempo ele começou a conversar conosco, dizendo que ele
ouvia o Mestre. Que o Mestre falava com ele interiormente enquanto ele meditava. Eu era
bem novo no Ashram, aquilo não me pareceu correto e eu lhe perguntei: mas esta voz
que fala com você interiormente – o Mestre te diz as mesmas coisas que diz pra nós? E
ele respondeu: “claro que não. O que ouço é a voz interior. Estes são os reais
ensinamentos”.

Aquilo não me pareceu correto de forma alguma, mas naquela época eu não estava em
posição de dar conselhos (risos), então mantive minha boca fechada. Eu pensei: o Mestre
sabe o que está acontecendo então é problema dele (risos). Bom, depois de alguns
meses aquele jovem deixou o Ashram. Aí eu quis saber de todo jeito, fui até o Mestre e
disse: Senhor, ele disse que ouvia a sua voz interiormente. Era realmente o Senhor
falando com ele? E o Mestre disse: “não, era apenas uma projeção da própria mente
subconsciente dele. E eu tentei avisá-lo, mas ele não me acreditava”.

Percebam que a maioria das experiências iniciais – sabem o que o Mestre dizia sobre
elas? “Um yogi iniciante busca entretenimento espiritual, portanto a maioria das
experiências que as pessoas têm no começo são alucinações, projeções”. Agora, nós
temos que entender isto, nós vivemos numa sociedade de satisfações instantâneas certo?
E nós estamos acostumados a ter satisfações instantâneas. Então as pessoas começam
no caminho espiritual e querem ter experiências espirituais instantâneas. Elas querem ter
Deus AGORA. Isto não é possível. Por quê?

Porque não somos suficientemente puros no começo. Não temos ainda o domínio dos
nossos instrumentos – a energia vital, a mente, as emoções, tudo isto. Portanto neste
estágio não é possível receber a experiência de Deus. Os puros, essenciais aspectos de
Deus. Não é possível. Eu comparo esta situação com a de um homem que quer se tornar
um concertista de piano. O que acontece? Ele inicialmente já entra no teatro para dar um
show? Claro que não. A primeira coisa que ele faz é praticar, praticar, praticar, até que ele
atinja o total domínio do piano, não é assim? É uma situação muito similar no caminho
espiritual.

Não apenas isto. Quando começamos no caminho estamos na consciência do Ego,


certo? E como vocês se sentem se uma pessoa recém-chegada vai até você todo dia e te

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diz: dê-me isto, dê-me aquilo e me dê aquilo outro? Esta pessoa te ama? Claro que não.
Mas a maioria dos devotos entra no caminho espiritual exatamente com esta atitude –
chegam para Deus e dizem: dê-me isto, dê-me aquilo e me dê aquilo outro. Não é assim?
Esta atitude tem que ser eliminada. O Ego tem que ir embora, o egoísmo tem que ir
embora. A ausência de egoísmo é uma das mais básicas e importantes chaves na
meditação. E é por isto que Jesus disse: “os puros de coração verão a Deus”,
exatamente! Nós temos que superar o egoísmo, de forma que possamos amar a Deus
com pureza. Eu Te dou meu amor, eu pratico as técnicas, e depende de Ti me dares o
que achares correto. Sempre se lembrem – isto é amor puro, amor sem egoísmo.

Agora é importante que vocês entendam porque o Gita enfatiza a importância da


continuidade dos esforços. E se você tiver interrupções, o que é bem fácil de acontecer
durante este período inicial, quando dizemos: oh, eu não quero meditar, não consigo
resultado algum com a meditação, é melhor assistir televisão, melhor ir ao cinema, a uma
festa e todas estas coisas. E então dias, semanas, meses podem se passar sem a prática
da meditação. E então vem um período extremamente perigoso – porque é dito que se
houver uma interrupção nas suas práticas, a mente retorna rapidamente à esfera de
influência da matéria, ao seu ponto de repouso habitual – Manas. Consciência mundana.
E é exatamente neste período que muitos devotos deixam o caminho espiritual, retornam
outra vez ao domínio dos seus maus hábitos e se perdem na ilusão. Cuidado. Se
mantenha meditando.

E agora vem o que Babaji disse, quando deu iniciação em Kriya a Lahiri Mahasaya:
“quando você der iniciação em Kriya repita estas majestosas palavras do Bhagavad Gita:
mesmo uma prática pequena desta real religião lhe protegerá dos enormes medos e
colossais sofrimentos inerentes aos repetidos ciclos de nascimento e morte”. E o Mestre
disse: “esta é uma mensagem de encorajamento a todos os devotos que ainda não
atingiram nenhum progresso aparente.” Porque enquanto você se mantiver no caminho,
fazendo um esforço sério, existirá o progresso e a ocorrerá a purificação, e muita. Mas é
um processo tão sutil que você não o percebe, você tem que ter fé.

Eu quero dar a vocês dois exemplos. Primeiro: quando você recebe uma das técnicas –
Hong Só, Om, Kriya – você começa a praticar e nada em especial acontece. Por quê? Por
causa dos velhos hábitos, a energia vai para fora, para fora, fora, e com ela a mente. E
com estas técnicas você aprende, gradualmente, a controlar a energia. E em meditação,
aprende a reverter este fluxo. Este progresso contínuo, onde você aprende mais e mais a
interiorizar a consciência e a energia, de fato acontece, funciona sem falhas.

Vou lhes contar uma experiência que tive, não foi uma experiência pessoal, foi algo que
eu vi – aconteceu no começo dos anos 60, quando a nossa amada presidente Sri Daya
Mataji deu uma iniciação em Kriya na capela da Sede Central. Cerca de cem pessoas
estavam recebendo a iniciação e alguns dos monges também estavam lá. Ela explicou a
técnica de Kriya, como parte da cerimônia, e então disse que iria demonstrar para todos
como ela é feita. Então ela se sentou, fechou os olhos, tomou uma respiração de Kriya,
uma corrente de Kriya, e nós esperamos (risos), esperamos e nada acontecia. Por
bastante tempo. Ela estava totalmente interiorizada, totalmente absorvida interiormente,
depois da metade de uma Kriya. Vou lhes dizer, aquilo foi impressionante e aquilo foi o
resultado de, sabem, as pessoas dizem que ela é uma santa. E como é que você se torna
um santo?

Aquilo foi o resultado de anos de prática fiel, regular, correta. Por isto digo a vocês, se
mantenham praticando porque, mais e mais, vocês desenvolverão a habilidade de

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interiorizar a sua consciência e energia. Outra coisa que acontece e você não percebe por
um longo tempo – enquanto você pratica, ocorre uma mudança na vibração de cada
célula do seu corpo. E o corpo precisa ser preparado, precisa mudar, é uma preparação
necessária, deixando o corpo pronto para o eventual despertar da Kundalini.

Outra coisa acontece gerando purificação – o seu karma vai embora. A razão porque não
conseguimos ter a percepção de Deus é a enorme quantidade grosseira de karma que
possuímos, e isto precisa ser eliminado. Ouçam isto agora, o Gita diz: “os homens cheios
de devoção, que praticam ininterruptamente os meus preceitos (significa a prática regular,
todos os dias praticando um pouco) sem achar defeitos (sem se queixar que não estão
chegando a lugar algum) acabam ficando livres de todo o karma.”

E o Mestre explica dizendo: “se você é um estudante da SRF, e com completa devoção
pratica a Kriya Yoga (e as outras técnicas também), o aumento da intensidade de força
vital fluindo através do seu cérebro cauterizará as sementes que gerariam a
reencarnação, sementes escondidas nas trilhas secretas do seu cérebro e da mente
subconsciente.”

Esta é a razão, eu quero dizer isto, porque o Gita enfatiza isto demais – você deve manter
seu foco na execução das ações corretas e não nos resultados das suas ações. Aqui o
Gita se refere a uma lei divina – se existe uma determinada ação, uma ação correta, os
resultados acontecerão automaticamente – isto é uma lei. Mas se uma pessoa está
praticando e não se concentra na ação, na ação correta, na correta execução destas
técnicas e sim se concentra em querer saber o que irá ganhar com isto, ela não vai
praticar corretamente. Ela vai ficar tensa, pois tentará forçar os resultados a aparecerem.
Cuidado com isto. Pratique, é assim que você se torna maduro como devoto. Você pratica
corretamente, regularmente e com fé. Fazendo assim você inevitavelmente atingirá o seu
objetivo.

Próximo ponto: Nós falamos aqui, eu citei, a devoção. Por que devoção? Isto é outro
assunto em si mesmo e uma grande parcela dos nossos ensinamentos. E eu quero
mencionar um ponto especifico: a razão básica pela qual nós devemos desenvolver e
praticar a devoção. Eu me lembro, em 1950, o Mestre estava no deserto para se
concentrar na interpretação do Gita, e eu estava lá por algum tempo trabalhando com
construção na parte exterior do retiro. O Mestre saía todos os dias, esta foi a melhor fase
da minha vida, eu via o Mestre todo dia, duas ou três vezes, em algumas ocasiões quatro
vezes por dia. Ele saía, falava comigo, me ministrava algum treinamento e de vez em
quando me dava uma pedra preciosa da sabedoria do Gita, na passagem que ele estava
interpretando no momento. Uma vez ele saiu e me disse “sempre se lembre – Kriya Yoga
combinada com devoção funciona como matemática, nunca falha”, nunca me esqueci
disto. Agora, por quê? Por que devoção?

Retornando àquele bebê, lembram-se do bebê? Suas primeiras experiências –


experiências dos sentidos. O sentimento está exatamente lá e reage – eu gosto disto, não
gosto daquilo – agora, se vocês se recordam da citação que fiz no começo sobre
preferências e aversões numa passagem posterior do Gita Krishna diz outra vez:
“preferências e aversões. Verdadeiramente estes dois são inimigos do homem” o Mestre
explica dizendo: “os sentimentos egoístas dos homens (este não é o sentimento puro do
amor, é o sentimento comum, o sentimento do Ego que reage à preferências e aversões),
que se expressam como preferências e aversões, são inteiramente responsáveis pela
prisão da alma ao corpo e ao ambiente terreno”.

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Se você pensar bem sobre isto, se você analisar descobrirá que é exatamente assim. Não
é mesmo? Nós vivemos neste mundo dualístico e em todos os momentos estamos em
contato com os sentidos, temos experiências, encontramos pessoas, condições e
circunstâncias da vida, e o que acontece com o nosso sentimento? Para fora, para fora –
eu gosto disto, eu detesto aquilo. Não é verdade? É assim que somos atirados na
confusão, no misturador de concreto do mundo. E onde está Deus? – em lugar nenhum.
Não para a nossa consciência. Nós estamos envolvidos em brincar com o mundo e seus
problemas.

Claro, Deus é onipresente, você está na presença de Deus agora mesmo, o tempo todo.
Mas se a nossa consciência está sempre direcionada para fora, Deus não existe. Então,
não é lógico dizer que ao invés de dissipar constantemente este sentimento, você deve
transmutá-lo e entregá-lo para Deus? Assim nos tornamos receptivos a Ele, nos abrimos
às suas bênçãos. Por que vocês acham que o maior mandamento na Bíblia é amar a
Deus com todo o seu coração, mente, alma e força? Isto é, em uma sentença – Raja
Yoga, Kriya Yoga. Amar a Deus com toda a sua força é Pranayama, controle da energia.
Mas por que amar a Deus?

Para nos levar de volta a Ele. E Deus responde ao nosso amor. Sabem, quando eu digo
que Deus é a consciência infinita da bem aventurança, isto não significa que é uma
consciência abstrata. Existe um aspecto humano em Deus que é muito doce – amor. E
Deus reage ao nosso amor, do mesmo jeito que um ser humano reage ao nosso amor. E
existe outro aspecto – amor e devoção ao Guru. Porque o Guru é o braço de Deus
descendo ao nosso nível para nos carregar, para nos mostrar o caminho e para nos
ajudar o tempo todo.

E eu me lembro de uma vez que o Mestre estava falando com um grupo de nós e Ele
disse: “se você estiver em sintonia comigo eu posso assumir o seu Karma, mas se você
não estiver em sintonia comigo não conseguirei fazer isto porque você me tranca do lado
de fora”.

E é mesmo assim, se você realmente compreende estes ensinamentos, verá que o seu
Karma vai embora através da pratica das técnicas e através da sua devoção o Guru
assume o resto. E Ele não precisa de um corpo físico para fazer isto. Eu sei. Eu sei.

Próximo ponto: Este é um ponto muito interessante, mas muitas pessoas não o
compreendem. O negócio é este – você se mantém caminhando, não é mesmo? Com fé,
da melhor forma que puder. E o Mestre diz que, enquanto você caminha e faz o seu
esforço, você experimentará algumas derrotas desencorajadoras. Você tropeçará um
bocado ao longo do caminho. Porque você não é perfeito ainda, você ainda não tem o
completo domínio sobre as coisas e cometerá erros.

Agora, este é um ponto muito interessante, e vocês vão gostar disto (risos). Isto também
pertence ao processo de desenvolvimento espiritual, acreditem ou não.

Eu espero que vocês me entendam corretamente, porque não quero dizer que sejamos
descuidados, ou que devemos cometer erros de propósito, não, eu não quero dizer isto de
forma alguma. Mas acho que nós somos sempre criativos o suficiente para cometer erros,
não é mesmo? (risos) Espontaneamente (risos). Vocês conseguem imaginar uma pessoa
que é bem sucedida em tudo o que faz? O tempo todo? O que acontece com uma pessoa
assim?

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Antes de mais nada, ele acha que é tudo uma habilidade natural, certo? Muito
provavelmente ele se tornará orgulhoso – isto é o Ego em ação. Orgulho espiritual é um
dos piores obstáculos do caminho. Além disso, ele não sentirá nenhuma compaixão por
aqueles que seguem tropeçando pelo caminho. E a pior coisa é – ele pensará que
conseguirá fazer tudo sozinho. E ninguém consegue fazer isso sozinho, a ilusão de Maya
é muito poderosa. Você precisa de ajuda. E muita.

Uma vez o Mestre estava no jardim da Sede Central, alguns monges e eu estávamos com
ele, que conversava informalmente conosco. Um homem entrou pelo portão e se juntou a
nós. Esse homem era um dos primeiros iniciados em Los Angeles, um dos primeiros
Kriyabans. Eu ainda me lembro de como fiquei surpreso pela forma casual que ele
cumprimentou o Mestre, o Guru. Não expressou devoção, nem reverência, e o homem
virou-se e disse para nós monges – “eu já fiz mais de um milhão de Kriyas”, imaginem
como me senti, pois eu não tinha nem começado ainda (risos), o Mestre ainda não tinha
me dado a iniciação em Kriya. Eu olhei para o Mestre e ele não parecia nem um pouco
impressionado com aquilo. Então o homem continuou com uma conversa fiada, sobre
assuntos superficiais, e afinal disse: “bom, agora tenho que ir. Bye, bye”, e foi-se embora.

Depois que ele foi embora, o Mestre disse para nós: “ele ainda pensa que pode fazer tudo
sozinho, eu tentei avisá-lo, mas ele não escuta. Devido à sua prática fiel ao longo dos
anos, ele chegará até a porta, mas não será capaz de cruzá-la nesta vida”.

Eu nunca me esqueci disto. Nós precisamos de ajuda. Sister Gyanamata, a grande


discípula do Mestre disse: “tudo o que tenho, tive que trabalhar duro pra conseguir”, e ela
tinha muito pouco contato com ele, contato pessoal. Ela disse ainda: “peça que o Mestre
te ajude – repetidamente. No começo da sua meditação – peça a Ele que te ajude.
Durante o dia, seja lá o que for que estiver fazendo – peça a Ele que te ajude”. Ele vai te
ajudar. Ele vai. Acredite-me, eu sei. E agora chegamos a duas passagens do Gita, e estas
passagens... estamos no fim agora... pelo amor de Deus (risos), esta é uma das minhas
passagens favoritas do Gita.

“[...] mesmo que você seja o maior pecador entre todos os


pecadores (isto significa: mesmo que você seja o pior de
todos) exclusivamente pelo uso do bote da sabedoria você
cruzará com segurança todo o mar do pecado [...]”

Percebam que a sabedoria aqui mencionada não é meramente intelectual, é a sabedoria


de perseverar no caminho, praticando as técnicas, seguindo e aplicando os
ensinamentos. E o Mestre explica: “Através destas palavras o Gita dá esperança até aos
desesperançados” (é disto que eu gosto) (risos). “Este maravilhoso consolo é baseado
numa verdade espiritual – a alma é perfeita, por ser um raio da consciência de Deus.
Consequentemente, (prestem atenção agora porque isto é sensacional) ela NUNCA
poderá ser maculada”.

Pensem sobre isto. E o Mestre continua dizendo: “apesar de sucumbir ao mal por algum
tempo, ou por longos períodos, o homem pode obstruir a perfeição interna da sua alma,
mas NUNCA a conseguirá destruir. Assim que ele remove a ilusão que o envolve, o
homem descobre que ele sempre foi perfeito, assim como Deus é perfeito, e que isto
NUNCA FOI DIFERENTE”.

Isto não é sensacional? Este é o despertar do sonho da ilusão. E agora passarei para
vocês a outra passagem do Gita. Lembram que eu falei no começo que Deus colocou um
feitiço hipnótico sobre toda a criação, sobre todos nós, o feitiço da ilusão, que nos fez

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esquecer quem nós somos, o que nós somos? Portanto, nesta última passagem do Gita,
observem que é Deus falando.

“[...] é realmente difícil ir além da influencia da Minha Ilusão


Cósmica Divina [...]”

E o Mestre diz: “uma pessoa hipnotizada é incapaz de escapar do potente feitiço, até que
ela obtenha a ajuda do hipnotizador”. E esta ajuda vem através do Guru. Mantenham isto
em mente. Mantenham-se praticando e se mantenham próximos ao Guru. E ele irá te
ajudar a mudar muitas coisas. Você não sabe ainda o quanto você já progrediu, MAS ELE
SABE, e irá guiá-lo e ajudá-lo por todos os passos do caminho, cada passo – eu sei.
Então ele te levará até o ponto onde você estará pronto, quando ELE julga que você está
pronto para ser despertado. Este é o despertar final do feitiço de Maya. E então você
atingirá a realização: EU SOU O ESPÍRITO, EU SOU O ESPÍRITO, eu não sou aquele
idiota que cometeu todos aqueles erros (risos), eu não sou aquele pobre coitado que
passou por tanto sofrimento, eu sou a alma, sou um raio da consciência de Deus, EU
SOU UM COM ELE.

Leiam a Autobiografia de um Yogi, leiam aquele poema – Samadhi, em que o Mestre o


descreve. O Mestre dizia que temos que ler este poema frequentemente, porque esta É A
EXPERIENCIA, ESTE É O DESPERTAR. Quando você descobre quem você é, o que
você é, e que você é um com Deus.

Então, sabem, quando você lê o Gita, a Bíblia, ou as outras escrituras, você não
consegue entendê-las completamente. Superficialmente sim, os princípios básicos – amar
a Deus e coisas assim, viver uma vida correta – isto é compreendido com facilidade. Mas
os aspectos mais profundos, os aspectos esotéricos, a gente não consegue entender. E
agora o nosso Guru nos deu a explicação das escrituras, todo o nosso ensinamento está
lá e é muito claro. Além disto, ELE nos deu a chave, as técnicas, e ELE está andando do
nosso lado, nos ajudando através do caminho. Mantenha-O próximo a você, Daya Mataji
dizia:

“O Mestre está sempre perto de mim porque eu o mantive


perto. Ele é real pra mim porque eu o mantive real”.

E você precisa desenvolver isto. Mantenha o Guru próximo a você. Ele vai te ajudar. Ele
vai te liderar até a vitória. Sem falhas. Não ache que todas as suas habilidades são
naturais, faça o melhor esforço que puder com devoção a Deus e ao Guru e se mantenha
próximo ao seu Guru. ELE vai te liderar até a vitória, JAI GURU.

“JAI” significa vitória. JAI GURU (Brother Anandamoy faz um Pronam para todos na
palteia).

Mensagem final do Mestre no Bhagavad Gita:

“Assim como Deus falou com Arjuna Ele falará com


você. Assim como ele elevou a consciência e o espírito
de Arjuna, Ele elevará o seu. Assim como Ele conferiu a
Arjuna a suprema visão espiritual, Ele conferirá a
iluminação a você.”

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