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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


FACULDADE DE FILOSOFIA

Discente: Lucas Cabral Ferraz de Lima

A Renovação dos ​Studia Humanitatis e​ a reflexão sobre a loucura

Belém/Pará
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“A loucura é diagnosticada pelos sãos, que não se submetem a diagnóstico. Há um limite em


que a razão deixa de ser razão, e a loucura ainda é razoável. Somos lúcidos na medida em que
perdemos a riqueza da imaginação.”​ Carlos Drummond de Andrade

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1.Introdução.
Uma série de repressões e linearidades no pensamento geral, digamos no sentido de
não podermos levar ao ato da questionação de “verdades” impostas, porém, seriam
“verdades” essas argumentos falaciosos? Transformando doutrinas que seriam para salvação
da alma em dogmas para propiciação de um poder, mantê-lo e melhorá-lo. Se houvesse
dúvidas quanto a esse, perderia seu cargo de verdade. Então eis que, como uma revolução no
sentido da astronomia, -o retorno periódico de um corpo astral a um ponto da própria órbita- o
pensamento humano volta-se para si, e para o outro, não como divindade, mas
reconhecimento do eu quanto ao mundo e o universo.
Quanto às relações do mundo exterior, há o surgimento de grandes cidades, torna-se
mais intenso o comércio e transporte, devido a evolução tecnológica e conhecimento de
outras culturas, essas que conectam-se por toda Europa. Grandes caravanas de mercadorias
também trazem novos conhecimentos do mundo, alguns que até que sejam contra o
dogmatismo do catolicismo, e até influenciando o mesmo, como o esoterismo. Toda essa
busca por poder representavam os grandes ícones da época, conquistar um poder político e
atingir prestígios com sua riqueza material.
Em meio tais transações, temos o movimento cultural ,-no sentido da leva de outras
culturas a outro ambiente, havendo um encontro e conflito entre as mesmas- adjacente, sua
comercialização. Dentre as negociações, umas das que mais davam lucro e movimentavam o
comércio, era a venda de pinturas. Justos essas que, eram usadas para educação de fiéis, visto
que, majoritariamente a população era analfabeta, logo, quem financiava tais obras eram os
bispos e a igreja, uma forma de iconoclastia, -adorar imagens- portanto, a arte visual e os
ensinos falados eram de extrema importância. As pinturas usadas em capelas e igrejas, com
técnicas para o aprimoramento da catequização do fiel, profundidade, luz, realismo e
imaginação, para representação de outro plano comparado ao vosso. A retórica, para o
discernimento das palavras, estética da palavra, a fonologia do dito e técnicas de
convencimentos.
Diante aos tumultos causados pelo movimento cultural e comercial pela Europa,
tem-se uma quebra e um novo modo de pensamento a surgir, já que tais encontros geram
angústias a serem respondidas, indagações de si, do que se conhece do conhecimento vigente

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e o estrangeiro, essas questões atribuídas pela diversidade que encontra-se o ser na época.
Surge uma grande onda criativa humana, pela observação da natureza, sem ser pelos olhares
de Deus, e sim um olhar autoral do humano. Começa as percepções da natureza em que vive,
fazendo o uso das ciências para aproximar-se da realidade, através da matemática, direito,
medicina e a física. Adjacente, a filosofia para o entendimento político, novo olhar teológico e
vivencial.
Em vista desse conjunto, temos que, o contato com outras culturas é de extrema
importância para a renovação dessa era, visto que, devido a certos ocorridos -Peste Negra,
Guerra dos Cem Anos e revoltas populares- propiciou que a Europa recorre-se a recursos de
unificação e comercialização, tornando-se mais una. As artes começam a não ser somente
catequizantes, como também, instrumento de crítica para o sistema dogmático imposto.
Nas pinturas temos entre várias, as obras de Bosch, com estilo de pintura flamengo,
trazendo de suas importunações mais profundas ao exterior, suas representações de pecados e
loucura, de forma única e minuciosa. Na literatura, entre várias, temos o ​Elogio da Loucura
de Erasmo de Rotterdam, que traz uma crítica de forma a recorrer aos clássicos gregos,
usando da risada e a sátira para abordar sobre o sistema que estava impostos. Dentre todas as
formas de expressão, vemos o crescimento e evolução do pensamento humano, visto que na
época era necessário ter, de forma metafórica, Aretê ao seu lado, como a decisão de Hércules
ao escolher o caminho da Mesma.
2. Renovação do Pensamento.
Imaginemo-nos em um sistema social, esse que não nos permite pensarmos sobre o eu,
no caso, nós mesmos, só podemos ter tal consciência de si se formos fazer o uso da “palavra”
aos olhos do Divino, o deus cristão, para refletirmos sobre os humanos, de tal forma que, ao
usarmos um conhecimento como fosse-se próprio, ou de sapiência puramente humana, mais
especificamente, sem usar o termo Deus para dar-nos a instrução do saber, seríamos
queimados, castigados ou excomungados da igreja
Então, eis que ocorre aos estudiosos a dúvida de tal sistema. Os estudos provém
majoritariamente de escritas antigas, de uma forma evolutiva do pensamento, por que não
voltar a esses estudos antigos e revitaliza-los para novas análises? Justo este fator que
acontece. Começa-se uma dinamização do pensamento, recuperar essas provectas concepções,
trazendo-as para seu contemporâneo, essa reflexão que traz a volta do olhar do eu, não

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limitando a isso, mas olhar o outro, uma concepção mais humanística. Dessa forma no ​studia
humanitatis (​ estudos humanos), tem-se a implementação dos textos antigos e uma reforma de
matérias estudadas, poesia, a filosofia, história, matemática, e a eloquência, por sua vez, a
retórica. Tem-se como um do precursores desse pensamento Francisco Petrarca, porém,
deve-se tratar com minuciosidade seus ditos, para não confundir-nos.
É preciso, contudo, interpretar com prudência o ideal de imitação (​imitatio)​ dos
antigos, proposto como o objetivo maior e mais sublime dos humanistas por
Petrarca, um de seus mais notáveis representantes. A imitação não seria mera
repetição, de resto impossível, do modo de vida e das circunstâncias históricas dos
gregos e romanos, mas a busca de inspiração em seus atos, suas crenças, suas
realizações, de forma a sugerir um novo comportamento do homem europeu. Um
comportamento calcado na determinação da vontade, no desejo de conquistas e no
anseio do novo. Petrarca considerava que a idade de ouro dos antigos, submersa sob
o “barbarismo” medieval, poderia e deveria ser recuperada, mas graças à energia e à
vontade de seus contemporâneos. (SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento, 6. ed,
São Paulo. Editora da Unicamp, 1988. pág, 14)

Entendemos então, a premissa não seria uma abolição ou revogação dos ensinos dados
na época, como muitos condenavam, esses que tinham até grandes poderes políticos para a
eliminação dos humanistas. A proposição era, na verdade, uma renovação na forma dos
Studia Humanitatis ​(estudos humanos),entre eles, recorrendo às grandes obras dos clássicos
gregos. Com essa volta, poderiam reinterpretar, obter os ensinamentos alí dados e usá-los para
uma nova visão do evangelho, reivindicando um lugar mais primordial ao humano, este que
faz algo sem a luz de Deus.
Dado a quantidade de conteúdo obtida com essa volta aos estudos antigos, há uma
grande evolução na força de argumentação dos humanistas, visto que, em relação a
eloquência e a retórica, há grandes escritos vindos dos antigos, o uso das palavras e arguição
em um discurso. Esses fatores, também servem para transferir o que foi-se instruído para sua
realidade, dessa forma, não tardou até que trouxessem a influência dessa sapiência para a
contemporaneidade de seu tempo.
A evolução do pensamento humanista pode dar-se quando encontra-se as
divergências, entre os mesmos e os conservadores. Surge então, a crítica a cultura tradicional
da época. Separando-se de um raciocínio que consistia-se em, pensar no mundo
transcendente, refletindo sobre a alma e Deus, como humilhar-se e render-se para salvar-se do

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mundo “perverso”. Já os humanistas, chegavam a parecer-se com Heráclito, grande filósofo
grego, pensavam no aqui e agora, como as coisas são cambiáveis, e a guerra que existe entre
nós e a natureza, dando uma nova concepção do que seria nosso destino, dando-nos o poder
de decidirmos nosso caminho, sem a predestinação e a grande dependência de Deus.
Em torno dessa volta citada, o outro lado, o clero, ainda pregava a total submissão do
humano para a igreja e a onipotência de Deus, vendo desta forma, torna-se herético o
pensamento humanista para a época, visto que, esse mesmo valorizava o que havia de divino
no indivíduo, o próprio humano percebendo-se como indivíduo. Consequentemente, sérias
perseguições são empregues aqueles que seguem o novo pensamento, havendo a morte de
importantes ícones do humanismo1.
Desta forma, vemos a renovação do pensamento ocorrida com a inserção do
pensamento humanista, como a construção de um novo sentido de ver o mundo pode afetar os
humanos em geral, reprimindo ou aceitando. Observamos também, a importância da cognição
de relações entre as concepções pensadas nos tempos passados, vemos que o olhar para si é
imensamente perigoso para aquilo/aquele que nos coibi, mentalizar nossa condição e o que
nos condiciona, faz-nos compreender - não por completo- melhor nossa existência. Como a
conjectura humanística, que enxergam-se como humanos.
3. A Arte Repensada.
Diante a um mundo que limitava-se ao sagrado, que qualquer desrespeito ou
divergência desse mesmo, tinham como exemplo de sacrilégio, então, eis que, como uma
porta selada por um ser divino, em que este castigaria qualquer um que tentasse conhecer o
que há atrás desta, cortando-nos com uma foice, queimando-nos vivo, castrando-nos,
exilar-nos da sociedade, excomungar-nos ou selar-nos a ter uma vida marasmática e vazia,
esta porta que se abre aos artistas e toda sua criatividade oprimida. Um novo olhar é lançado
sobre as pinturas e literaturas.
A produção artística, portanto, acaba se tornando um dos focos principais desse
confronto. As atividades e os campos de reflexão que mais preocupavam os
pensadores renascentistas aparecem condensados nas artes plásticas: a filosofia, a
religião, a história, a arte, a técnica e a ciência. Acompanhando a intenção da

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Dante e Maquiavel conheceram o exílio, Campanella e Galileu foram submetidos a tortura, Thomas Morus foi
decapitado por ordem de Henrique VIII, Giordano Bruno e Etiene Dolet foram condenados à fogueira pela
Inquisição, Miguel de Servet foi igualmente queimado vivo pelos calvinistas de Genebra. (SEVCENKO,
Nicolau. O Renascimento, 6. ed, São Paulo. Editora da Unicamp, 1988. pág, 16)

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burguesia de ampliar o seu domínio sobre a natureza e sobre o espaço geográfico,
através da pesquisa científica e da invenção tecnológica, os cientistas também iriam
se atirar nessa aventura, tentando conquistar a forma, o movimento, o espaço, a luz,
a cor e mesmo a expressão e o sentimento. A arte renascentista é uma arte de
pesquisa, de invenções, inovações e aperfeiçoamentos técnicos. Ela acompanha
paralelamente às conquistas da física, da matemática, da geometria, da anatomia, da
engenharia e da filosofia. Basta lembrar a invenção da perspectiva matemática por
Brunelleschi, ou seus instrumentos mecânicos de construção civil, ou os
instrumentos de engenharia civil ou militar inventados por Leonardo da Vinci, ou as
pesquisas anatômicas de Michelangelo, ou o aperfeiçoamento das tintas a óleo pelos
irmãos Van Eyck, ou os estudos geométricos de Albrecht Durer, entre tantos outros.
(Idem. Pag. 25)

A recorrência de expressa-se nas artes era extremamente vigente, tal que, fazia-se o
uso de todas as ciências para incrementar o mesmo. O uso da matemática era seriamente
importante, fazendo o uso da matemática euclidiana para a melhor conceituação de espaço nas
pinturas, obtendo uma percepção mais aprimorada de como exercer a materialização das
coisas na mesma. Dessa forma, o modo de olhar a pintura torna-se único, já que partimos da
apreensão do pintor para a representação sobre a tela, portanto, imaginemos uma obra em que,
vemos com magistralidade a descrição por imagens de uma paisagem com pessoas e belos
anjos, todos bem detalhados, a profundidade do ambiente, como fica fosco a longa distância, e
como a luz se esvai de um lado para outro do painel, tudo isso, demonstrado minuciosamente
no quadro.
A literatura também é fortemente influenciada. Por sua vez, uma série de gêneros
poéticos são reutilizados, a expressão do “eu” torna-se uma corrente incrível, com uma
imensa série de obras renascentistas, e com elas provém o nacionalismo quanto às línguas
nacionais. Dentre os gêneros mais explorados, temos a poesia lírica, com a sublimação da
paixão intensa e seus limites, a poesia pastoral, baseado nos poemas bucólicos de Virgílio, a
epopéia, legitimando os Estados monárquicos, procurando enaltecer e glorificar sua nações
que emergiram naquela época, contamos conjuntamente o teatro, voltando-se mais a tragédia
e comédia. Houve além do mais, a escrita crítica e irônica que vemos plenamente com
Erasmo de Rotterdam, que vai ser de extrema importância para movimentos e repensamentos
do período.

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3.1 Reflexão Sobre a Loucura no Contexto do Renascimento, Forma Crítica e
Representável.
A concepção de loucura é um dos termos que mais sofre mutabilidade. Como o fogo
de Heráclito, sempre cambiável, as alternâncias que fazem justo esse e todos existirem, como
no tempo, nunca estável, sempre fugindo como a água que escorre de nossas mãos, porém,
através da memória podemos pensar na mesma (Loucura). A memória sendo usada como
modo de função para remeter o que pensamos sobre loucura, como fazemos o uso da referida,
se a abraçamos como uma musa, ou se é uma pequena pedra, que corrompe-nos como as
“malícias” do pensar. É neste ponto que a loucura torna-se importante no renascimento, o que
ela/Ela é? Para este fecho temos dois autores, ambos renascentistas, Hieronymus Bosch e
Erasmo de Rotterdam.
A primeiro modo vamos usar a obra de Bosch, “A Extração da Pedra da Loucura”, que
encontra-se logo abaixo. O que sabe-se do percorrido com certeza desta obra, é que o rei
Felipe II da Espanha o comprou dos herdeiros de Felipe de Guevara, enviando-o ao Palácio
do Escorial em 15742. A mensagem que observamos na parte superior e inferior da tela, está
escrita em flamengo, sendo traduzida como: “Mestre, tira fora esta pedra, meu nome é Das
Lubbert”. Das Lubbert era um personagem da literatura holandesa de gênero satírico,
representando a estupidez. A retirada da pedra é uma alusão a loucura, porém, quem seria o
louco? Percebemos a variedade de personagens no decorrer da obra, o paciente ingênuo, que
submete-se a operação, a mulher, que equilibra um livro sobre a cabeça -alegoria aos livros de
conjuros de bruxas-, o padre e o charlatão, que opera3.
É provável que a inspiração de Bosch, tenha vindo de alguma comédia ou um drama
popular, cujo sentido não escapou a ninguém. O crânio escavado com uma flor -um
lírio ou uma tulipa- e a bolsa perfurada por um punhal constituem o significado
alegórico da pintura: a operação apresentada aqui teria como objetivo extrair
dinheiro dos tolos. (Abril Coleções, Grandes Mestres/ Bosch. São Paulo: Abril 2011.
Pag. 92 (Tradução de Simone Novaes Esmanhotto)

2
​Retirado de Abril Coleções, Grandes Mestres/ Bosch. São Paulo: Abril 2011. Pag. 92 (Tradução de Simone
Novaes Esmanhotto)
3
Idem, Pag. 92.

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1ªimagem. A Extração da Pedra da Loucura ​(1494. Óleo sobre madeira [48x35 cm]. Museu Prado,
Madri.

A loucura, portanto, fica como um ser ou algo enigmático, então para especificarmos
melhor, usaremos a loucura como uma deusa, assim em “O Elogio da Loucura” de Erasmo de
Rotterdam. Esta entidade nos permite pensarmos, agirmos e lidarmos com os tormentos do
mundo, sem nos preocupar, agindo como se estivessemos certos, -independente de estar de
fato ou não-. Age em todos os lados, seja no fanatismo dogmático, ou a vontade de
expressar-se a fazer cujo nosso desejo, usamo-La a cada momento que necessitamos ter a
razão contra uma onda de contrariedades, ou ir a favor dessa onda que quebra paradigmas de
cada era.

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3.2 Reflexões e Identificações Entre Dante e Bosch
As ações terrenas, são aquelas que permanecem em nossas memórias, porque somente
através delas podemos refletir nossa atuação passada no mundo, e como agir perante certas
bifurcações das decisões de nossas vidas. Tanto Dante quanto Bosch, buscavam essas
reflexões do agir, porém, de que forma poderiam demonstrar o resultado deste pensamento?
Das duas formas, (tanto de Bosch como de Dante) percebemos a forte ligação com a criação
de imagens, dessa forma, acreditavam que seu mundo estava (os humanos) estava perdido no
pecado, não sabendo o trágico fim do pecador.
Então, já que para o humano medievo a explicação da vida dar-se pelo sagrado, sendo
este, falado de diferentes formas e expressões de arte, atentemo-nos para a imagem, a
representação não é real, mas uma forma de mostrar uma experiência imaginativa e relatoria
do autor. Percebemos a necessidade, o mundo demanda de personificações por imagem e
literatura, principalmente no mundo desconhecido, assim, o ser leigo aprende a dar sentido
aos elementos da mentalidade. Para uma compreensão mais ampla, vemos a similaridade de
um fragmento da ​Divina Comédia, Inferno,​ Canto XXXIV,no verso 52, com a obra de Bosch
Tríptico do Jardim das Delícias Terrenas, na parte do Inferno Musical.

1. Imagem. ​Bosch. ​Tríptico do Jardim das Delícias, O Inferno Musical. (1480 - 1490. Óleo sobre madeira (220 x
97 cm)) Museu do Prado, Madri.

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Percebemos que, logo ao centro do inferno musical de Bosch, tem-se um lago
congelado, destinado a condenação de certas almas, porém, antes deste ser representados
pelas mãos do pintor, foi-se dito na ​Divina Comédia, Inferno, ​Canto XXXIV, verso 52, “As
águas de Cocito congelava, justo as mesmas a águas congeladas na pintura. O rio gelificado,
destinado aos traidores de coração frio e nefasto.
Temos mais uma identificação entre os dois ícones, logo.

2. Imagem. ​Bosch. ​Tríptico do Jardim das Delícias, O Jardim das Delícias (1480 - 1490, Óleo sobre
madeira [220 x 195 cm] Museu do Prado, Madri)

Em ​Divina Comédia, Inferno, ​Canto XIV, versos 79 e 80, “Como em Bulicame se


inicia, que as pecantes repartem entre si”. Bulicame, era o lago perto de Viterbo, de águas
quentes, que alimentava piscinas de banhos termais, estas geridas por prostitutas. A luxúria e
os prazeres a espreita do humano.
Portanto, percebemos que de fato, artistas da época não queriam a mera convivência
dos olhares ou da leitura quanto as suas obras, uma semelhança com eloquência, entre a
natureza e a expressão, queriam transpassar suas angústias, tormentos e revitalizações que
encontravam-se, uma mudança e renovação do próprio ser para consigo, não limitando-se a
isso, mas olhar o outro por conseguinte. Um humanismo.

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Bibliografia:
SEVCENKO, ​Nicolau. O Renascimento - 6. ed. - São Paulo: Campina, SP: Editora da
Universidade Estadual de Campinas, 1988.
BOSCH / Abril Coleções: Tradução de Simone Novaes Esmanhotto. São Paulo: Abril 2011.
[Coleção Grandes Mestres; v. 19]
Ernst ​H. KANTOROWICZ, «A realeza centrada no homem: Dante», em Os dois corpos do
rei: um estudo sobre teologia política medieval, trad. Cid Knipel Moreira, São Paulo:
Companhia das Letras, 1998, pp. 273-299
Alighieri ​Dante, (1981). ​A Divina Comédia​. São Paulo: Ed. Abril

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