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UMA DANÇA EM RODA PSICO - CORPORAL

- O Método de Movimento Harmônico do Sistema Rio Aberto Internacional -


*
Maristela Afonso de André

Este texto tem o objetivo de apresentar o método das Aulas de Movimento Harmônico

que fazem parte do Sistema de Desenvolvimento Harmônico do Homem do Instituto Rio Aberto

Internacional.

Mostra de que modo esta “dança em roda psico – corporal” é utilizada com etapa de

mobilização psico - corporal preparatória de processos de expansão da autoconsciência ,

orientados para uma visão transpessoal. O método de mobilização psico-corporal do Sistema

Rio Aberto prepara grupos de participantes para processos psicoterapeuticos,

socioterapeuticos, sociodramaticos, sistêmicos familiares e os organizacionais, dentre outros.

Este texto mostra ainda afinidades e especificidades do método em relação ao das Danças

Circulares Sagradas, criadas nos anos 60 na Comunidade de Findhorn, Escócia, pelo

coreógrafo Bernard Wosien.

I) INTRODUÇÃO: AS BASES DO SISTEMA RIO ABERTO

O Sistema Rio Aberto teve origem nos anos 60 em Buenos Aires, foi criado por Maria Adela Palcos.
Dentre seus mestres e inspiradores se destacam Susana Milderman e Aníbal Sabatini. Em 1966, Maria
Adela instalou o “Instituto Rio Abierto”, origem do instituto internacional de mesmo nome, que hoje opera
na Argentina, no Brasil, Uruguai, México, Itália, Espanha, Israel e em outros países.
(a)
O Sistema desenvolveu vários instrumentos de natureza psicoterapêutica, a partir de consciência
corporal. Um de seus instrumentos é objeto deste texto: as Aulas de Movimento Harmônico.
Destacamos alguns dos princípios básicos do Sistema do Instituto Internacional Rio Abierto:
 O homem é um ser energético que absorve, dá e transforma energia constantemente e está
imerso num campo energético universal, do qual é parte integrante. Sua razão de ser está unida à do
universo. Sua sensação de vazio e solidão vem da falta de consciência do caráter holográfico da realidade,

*
Coordenadora do Espaço Vila Nova de crescimento Interior, pós graduada em psicologia, terapeuta psico corporal e transpessoal, psicodramatista. Formada
pelo Instituto Rio Abierto Internacional, em Buenos Aires; pela escola DEP – Dinâmica Energética do Psiquismo; pela Escola Role Playing de sóciopsicodrama,
por Marisa Greeb; pela escola Ágora de Bioenergética; em Constelações Familiares, pela equipe de Bert Hellinger, e em Constelações Sistêmicas
Organizacionais – CRT: 24.962.
Contato: (011) 3842.5342 – maristela@gmail.com Site: www.espacovilanova.com.br
a
O Sistema inclui: massagem energética e corretiva; processos de cunho terapêutico psico - corporal (denominados “trabajo sobre si”) em grupo e individuais,
bem como técnicas de meditação.
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de que ele é o universo, de que ele é uma peculiar e única manifestação das qualidades da unidade
cósmica.
 A contigüidade e a interpenetração energética ocorre entre todos os entes no universo, animados
ou inanimados, ocorre inclusive entre as pessoas, os desejos e os impulsos de um são do outro.
 O homem é uma pluralidade, um eu central, vazio, em torno do qual fluem personagens justapostos
e contrapostos. Os personagens pelos quais o homem se manifesta se cristalizam ao longo da vida,
condicionando a pessoa a uma mecanicidade psíquica. Dissolvendo-a, ele resgata a sua fluidez natural,
essencial à alegria de viver, à esperança.
 Cada personagem se manifesta por “plásticas” ou modos psicofísicos de estar, de mover-se, de
relacionar-se. Observando cada personagem em movimento percebemos um modo próprio de respirar, de
perceber, de sentir, de responder, de conhecer.
 A cada “plástica” enrijecida corresponde uma cronificação de estados emocionais reativos e
compulsivos nas situações de vida, o apego a máscaras protetoras, a personagens reconhecidos como
sendo a própria identidade da pessoa. Ao nível da mente, estes estados cerceiam a autonomia no dia a
dia, a liberdade de escolhas, o livre arbítrio.
Qualquer processo de desenvolvimento humano exige mobilizar esse ser energético que é o homem.
Começa revitalizando o corpo, fortalecendo seu vínculo com a vida, conferindo ao corpo flexibilidade,
tônus, amplitude e liberdade de movimentos, espontaneidade.
Segue resgatando emoções escondidas sob as “máscaras”, que vão se dissolvendo, tanto as
associadas com paixões tristes”(b), tais como o ressentimento, mágoa, o ódio, o medo, etc., como as
emoções associadas a “paixões alegres”(b), como prazer, alegria, paz, confiança, esperança. Estas
emoções dão vida e estória a infinitos personagens, que se revelam, aos poucos, para além das máscaras.
O Sistema do Instituto Rio Aberto se propõe a promover a desmecanização corporal e psíquica da
pessoa, o que lhe permite fluir com liberdade e autoconsciência por múltiplas plásticas e personagens e se
desprender de cada um paulatinamente, passando pelo processo com consciência de si mesmo.
O transito fluido por vários modos psico - físicos de se manifestar permite às pessoas, no instante do
(1)
vazio, a transcender a todos, a transcender às falsas identidades aos apegos egóicos2,5 e a se perceber
em profunda harmonia, holograficamente em unidade com o Todo. (1;2c;5).

Sinteticamente, o objetivo do movimento harmônico pode ser assim descrito: liberar as energias
estagnadas no nosso corpo e mente, entrar em sintonia com o caudal de energia cósmica que nos
atravessa de alto a baixo, fixar-nos à base terrestre de onde recebemos apoio, resgatar o prazer da
vitalidade, ampliar a percepção da nossa condição corpórea em suas múltiplas facetas, libertar as
sensações e as emoções, expressá-las com espontaneidade, iluminando e dando sentido ao plano
b
Spinosa
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psicológico, resgatar os sentimentos sutis de paz, compreensão amorosa, afeto, generosidade, compaixão,
gratidão. O movimento harmônico leva a pessoa a passar por uma redescoberta contínua da própria
identidade, passando através de invólucros sucessivos, visitando com freqüência crescente estados
anímicos e mentais compatíveis com os do núcleo essencial da personalidade, com o “si mesmo”,
percebendo-se como manifestação subjetiva e única das qualidades da essência universal, sendo ao
mesmo tempo vazio e plenitude (1;2c).

II) CARACTERÍSTICAS DE UMA AULA DE MOVIMENTO HARMÔNICO

1. Ela é em roda e é imitativa. Na maior parte do tempo, o focalizador se move, dança fazendo parte
integrante da roda. Assim, os participantes desbloqueiam suas mentes e são conduzidos pelo “centro
motor do corpo”(1), ao entregar-se à sugestão da “plástica” do focalizador, o que ao mesmo tempo o relaxa
e concentra a sua atenção. Em alguns momentos é a “plástica” de um participante aluno que é imitada
pelos demais, diversificando o “vocabulário de movimentos”, dos demais. Em outros, o movimento é
subjetivo e espontâneo, cada um se move por minutos seguindo apenas o fluxo da sua intuição, cada um
de acordo com a mobilidade corporal já desenvolvida até então.(1;2c).

Porque as Aulas de Movimento Harmônico São Principalmente em Roda


1. Os participantes de uma aula fluem em mandalas dinâmicas, potencializando a harmonia e a
criatividade de cada um e a todos. Potencializa ao mesmo tempo a expansão e a autoconsciência,
especialmente porque o participante é sempre convidado a se perceber enquanto se move.
2. Cada um e todos vão pulsando em movimentos sucessivos, de recolhimento e expansão em
movimentos centrípetos e centrífugos, de estar consigo e se expandir para estar com os demais.
Cada um se move segundo seu eixo vertical, aspirando erguer-se para além de si; segundo o eixo
sagital avançando e retrocedendo, ora para o centro do círculo, ora para a ampliação dos limites da roda.
O transito por várias “plásticas” corporais enriquece o elenco de movimentos. Destacam-se a
plásticas gregas apolínea, a dionisíaca e plástica orientalista. A postura do corpo nem sempre é ereta, pois
a altura média e a baixa são também visitadas. Muitas são as estratégias: rastejar, engatinhar, mover-se
sobre três ou quatro apoios, imitar movimentos de animais, brincadeiras infantis, coreografias de danças
de diversas modalidades. Este método estimula o uso de um elenco inesgotável de estratégias na criação
de movimentos corporais propiciadores de diversidade e de harmonia, em que corpo e mente estão
irmanadas.
A roda comunica, formam-se pares e se desfazem, criam-se vínculos anímicos, harmonias na diversidade,
emerge o prazer de conviver. A mandala se desloca num fluxo ondulante, gira em ritmo, a alegria de todos
cresce, cresce a amplitude da aura do grupo, o “eu transpessoal” (1;2;3;5) se liberta. Os véus que encobriam a
realidade essencial da alma se dissolvem a cada instante.
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c: a obra (2) da bibliografia apresenta um sistema de movimento corporal que tem semelhanças com o do movimento harmônico do Sistema Rio Aberto.

A Ativação e a Harmonização dos Chacras (1; 2; 4d)

Uma das referencias da metodologia das aulas de movimento é a mobilização do campo energético do
homem através dos inúmeros sensores pelos quais se dá o intercâmbio com a energia sutil do meio
circundante. Ativar a harmonizar estes sensores denominados “chacras” nas culturas da Índia, é um dos
recursos para potencializar a evolução do homem, para que ele possa manifestar mais flexível e
plenamente o seu potencial de ser, com crescente autoconsciência.
Associar revitalização, flexibilidade e expansão corporal com a concentração mental e com
autoconsciência é tradição de todas as formas de yoga e de tradições chinesas, também é a tônica do
Sistema Rio Aberto.
Em cada aula o focalizador escolhe musicas e movimentos corporais que estimulem uma vitalidade
saudável, a vibração positiva de cada um dos sete centros energéticos ou chacras principais e suas áreas
corporais e psíquicas de influência (1; 4).

Uma aula de movimento harmônico começa com o que denominado: “etapa de esvaziamento”: a partir
da postura ereta, os participantes se inclinam, com a intenção de realizar um “esvaziamento energético” ,
uma liberação das energias estagnadas que carregamos, aprisionadas no nosso corpo físico, no nosso
campo vital, no nosso campo áurico(1). O método admite que nossa evolução e bem estar depende do
exercício humilde do desapego do passado, do desapego de memórias que bloqueiam nossas emoções e
sentimentos. Efetuado o desapego, torna-se possível a re - conecção com a verdadeira força, com
energias vindas da fonte de luz e amor universais. Acolhe-se nesse momento a energia sutil que penetra
por nosso centro coronário (o 7o chacra, na coroa da cabeça), permitindo que ela percorra através de nós
até o centro coccígeno, (o 1o chacra), seguindo por nossas pernas e pés e adentranda à terra.
A partir desta etapa os participantes da aula passam a se revitalizar a partir do 1 o chacra, a energia
sutil que desceu até a terra pode então subir naturalmente, o que vai permitir a todos se apropriar do
caudal energético reativado, o que vai permitir o trabalho seguinte, de ativação, expressão, harmonização
dos sete centros energéticos, conforme veremos.
Para ativar o 1o chacra (o centro coccígeo(1), o do contato com a terra), os alunos imitam movimentos
repetitivos e pulsantes, com ênfase na percussão dos pés, nas pernas e quadris e com postura que
rebaixa o centro de gravidade do corpo, como nas artes marciais e em várias danças tribais. Os
movimentos fortalecem os membros inferiores, elevam a carga vital, propiciam a sensação de segurança,
de presença aqui e agora, o desejo de estar, de viver. Musicas percussivas tribais, africanas e indígenas
são freqüentemente usadas. Apóiam-se em instrumentos de percussão e no canto.
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d: merece destaque uma das contribuições das obras (2) e (4): a citação pertinente das áreas anatômicas mobilizadas cada etapa da aula de movimento.

O 2o chacra (o do cordão umbelical (1)


, o do ponto “hara” dos indianos e “ki” dos chineses) é igualmente
fundamental e nenhuma aula prescinde da tarefa de ativá-lo. Através dele se ativa a carga energética da
pessoa e a energia ampliada vai de distribuir por todo o corpo, proporcionando vitalidade ao corpo e
ativando a libido, o desejo de se manifestar em qualquer plano da existência, em qualquer proposta de
vida. Ativar o ponto hara corresponde a ativar a intencionalidade de cada de assumir esta vida (1; 3; 5).
Obtêm-se maior mobilidade de toda área pélvica, glúteos, virilha, face interna das pernas e dos pés.
Musicas brasileiras tradicionais como o samba, o xote, o baião, o frevo, o forró, além das musicas
árabes, de dança do ventre, ciganas e indianas populares, são perfeitas para suscitar movimentos pélvicos
naturais, prazerosos. Diversos movimentos de aulas, nesta etapa se inspiram nessas danças.

O método, em geral, propõe que uma aula trabalhe primeiro os chacras 1 e 2 para propiciar auto
confiança, vitalidade e sustentabilidade psíquica, preparando a pessoa para trabalhar o seu campo
vibratório emocional (3).

O 3o chacra (o do plexo solar, da área digestiva alta) traz a autoconsciência da força da vida, a
consciência do poder pessoal de ser um “eu” distinto dos demais. Através do estímulo saudável desse
chacra, a pessoa organiza mentalmente sua experiência emocional. Com sua ativação, os órgãos
digestivos se nutrem, se purificam. Nele são reconhecidas e compreendidas as emoções que nos
percorrem, percebemos o “outro” como alguém distinto de nós mesmos, acessamos estados de bem estar,
de coragem, percebemos os desequilíbrios da paixão, que nos atravessam. Acessamos sentimentos
ternos, ficamos tomados pelo amor-paixão, possessivo, egóico (5).
Para trabalhar o terceiro chacra, são realizados movimentos de lateralidade e de torção do tronco, de
fechar-se e abrir-se. A expressão passageira de emoções passionais tristes ou densas (ódios, angustias,
mágoas) é bem-vinda nesta etapa de aula, o focalizador conduz o grupo a passar por elas sem retê-las,
deixando-se fluir e se dispondo a contemplar a si mesmo na sucessão multicolorida de emoções que se
sucedem, sejam agradáveis ou desagradáveis.
Às vezes a estratégia da aula inclui trabalhar emoções opostas, complementares ou apenas distintas
entre si. Inúmeras “plásticas corporais” carregadas de conteúdos emocionalmente fortes são vivencidas no
trabalho associado ao 3o chacra, as pessoas se investem de personagens associados às “plásticas”, como
atores de um teatro, numa performance interiormente carregada de emoções. Nele vão se tornando, pouco
a pouco, expectadoras de si mesmas, ao passar conscientemente pelo fugaz instante de desapego de
emoções que se sucedem.
É a etapa psico - corporal mais expressiva da aula de movimento harmônico.
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São ideais as musicas passionais tais como tangos, guaranias, boleros, musicas românticas de
amores perdidos, de ódios contidos, de magoas, de lutas, de contradições, indecisões, angústias, duvidas,
suscitam naturalmente os movimentos necessários a liberação de energias paralisadas no 3 o chacra, o
“chacra do ego”. O trabalho em roda auxilia a interlocução dos participantes, eles percebem uns nos outros
espelhos, seus opostos, complementos de si mesmo, suas “máscaras” se dissolvem aos poucos, fluem
para além das máscaras com que se protegem de sentir.
Em aulas com finalidades especiais, esta etapa é ampliada, para preparar os grupos para o
aprofundamento da consciência de si mesmo, inclusive por processos psicoterapeuticos, e
sócioterapeuticos, que contribuem para a transformação de desequilíbrios psico - corporais e psico -
sociais e para o comprometimento individual e grupal com as mudanças interiores.
Não é objetivo deste texto tratar extensamente destas estratégias, apenas apontar a aula de
movimento harmônico como uma grande contribuição de “aquecimento”, a processos de auto consciência
pelo resgate da vitalidade, da alegria, da flexibilidade, da espontaneidade, da consciência corporal e psico-
corporal. A conquista destas qualidades é preciosa para um posterior “trabalho sobre si mesmo” (1) , método
desenvolvido pelo próprio Instituto Rio Aberto, ou para processos terapeuticos socio - psico - dramáticos,
de terapias bioenergéticas, sistêmicas familiares e organizacionais, inclusive em terapias com abordagem
individual.
Nestas situações especiais muitas vezes a aula de movimento harmônico termina com a mobilização
do 30 chacra e o processo segue para as dinâmicas de grupo próprias para o “aquecimento específico” do
trabalho terapêutico subseqüente.

O 4o chacra (o do centro cardíaco) é o do amor incondicional, o do desapego amoroso, o da


compaixão. Conecta o indivíduo consigo mesmo e com os outros, se associa a uma nova freqüência
vibratória, suave, mais sutil do que os anteriores.
A “cura energética” (1;3;5) do grupo, em circulo, se torna palpável nesta etapa da aula. O 4 a chacra e sua
região de influência ativam a integração do ente divino, de alta freqüência vibratória, (que é o homem),
com o ente animal, imanente, corporificado (que ele também é).
Os movimentos de ativação do chacra cardíaco envolvem o segmento dorsal da coluna, os omoplatas,
o peito, a face interna os braços, as palmas das mãos, envolvem gestos de oferenda, de acolhimento, de
expansão e de recolhimento, favorecem a convergência dos participantes ao centro da roda e a reabertura
da roda numa “auto entrega” do corpo e da mente, abrindo o peito e os braços. É a etapa do desapego.
Os movimentos trazem leveza, um fluir ondulante da roda, girando ou pulsando, em alta freqüência
vibratória. Os sentimentos ternos, os de amor e beleza coroam esta etapa.
O 5o chacra (o laríngeo) é o responsável pela comunicação, pela criatividade, pela auto manifestação
do homem corporificado e de seus objetivos nesta vida(1;3;5). Os movimentos trabalham a região cervical da
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coluna, pescoço, garganta, boca, ombros, dorso de braços e mãos. Dentre os recursos utilizados temos a
emissão de sons, de falas, canções, mantras, orações cantadas, próprias da manifestação da qualidade do
4o chacra na vida. Os cantos corais, sons harmônicos, favorecem a liberação do 5 o chacra e dos dois
seguintes, de nivel vibratório ainda mais sutil do que este.
É propícia, nesta etapa, a integração de uma aula de movimento, com trabalhos de auto expressão
artística individual ou grupal, através da fala, escrita, pintura, desenho, moldagem em argila ou quaisquer
outros materiais.
O 6o chacra (frontal) é chamado centro da visão(1), é o da visualização de imagens-pensamento, o da
intuição sutil, o do sensação de plenitude, de êxtase.(2;3;5)
Este chacra é mobilizado pelo desbloqueio dos movimentos dos olhos, orelha, nariz, sobrancelhas,
pela flexão rotatória da cabeça e pela dissolução do foco do olhar, em favor de um olhar contemplativo que
acolhe as imagens do mundo externo, sem ir a busca de nenhum objetivo especifico.
Musicas de alta freqüência vibratória e o exemplo daquelas de corais litúrgicos, os sons harmônicos,
os sinos tibetanos, dentre outros, ativam este chacra.
O 7o chacra (coronário) faz a conexão do ser humano com o plano transpessoal, universal, favorece a
integração completa do ser, no vazio - plenitude dos estados de meditação preconizados por todas as
tradições místicas(1;2;3;5). Este chacra é ativado, inicialmente, no inicio da aula, na etapa de esvaziamento(1),
e é reativado mais profunda e conscientemente ao final da aula. Os movimentos são de alongamento
segundo a linha vertical, sempre mantendo a percepção consciente da estrutura corporal, a consciência da
vibração das costas, da coluna, do fluxo da energia ascendente que flui desde a base do cóccis até a
coroa do crânio e da energia descendente que vem do alto e penetra em cada participante pela coroa.(1;3;5)
Os olhos semi cerrados favorecem a concentração, para a percepção dos planos transcendentes.
A musica do silencio profundo é o espelho deste chacra, sons guturais favorecem o silêncio interior.
A ativação do coronário está umbilicalmente conectada com a ativação consciente do conhecimento
de nossa missão nesta vida(1), com o “canal da intencionalidade desta vida”(3; 5). Por ele percebemos que
somos o eixo através do qual o céu se manifesta na terra, somos instrumento da manifestação da
Consciência Cósmica no planeta. Nosso sentimento é de plenitude, amor incondicional, paz, gratidão, de
certeza absoluta do sentido de nossa existência temporária nesta vida, no contexto da eternidade

(1;2;6;7)
III) O MOVIMENTO HARMÔNICO E AS DANÇAS CIRCULARES SAGRADAS

Ambas as concepções partem da visão do ser humano como um ser de luz, elemento de uma realidade
cósmica holográfica, ambas tem raízes na Filosofia Perene. A valorização da dança em roda e da mandala
dinâmica estão intimamente ligadas a tais raízes, ao desejo de transcendência. Referendam as palavras
de Roger Garaudy: “A dança é um modo total de viver o mundo”.
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Ambos os métodos são dinâmicos e criativos, seu repertório se renova, colhendo inspiração em
tradições milenares de danças étnicas circulares de múltiplas culturas, da dança moderna, admitindo-as
como dimensões da mesma totalidade. O método do Rio Aberto o faz ao assimilar arquétipos das danças
de múltiplas tradições e ao se beneficiar também da tradição do yoga.
Ambos vêem o corpo como foco de luz cósmica, cálice no qual a Consciência Cósmica se manifesta, a
ambos ativam a vitalidade, dissolvem tensões, a harmonia de movimentos do grupo é crescente. (1;2; 6)
Reconhecem que, à medida que a comunicação dos participantes da roda se potencializa, estados
meditativos em grupo são atingidos e o campo áurico de todos vai se harmonizando e se ampliando.
Os métodos de ambas estimulam a transcendência de si mesmos e até do próprio grupo, a sintonia com
a natureza, com o cosmos.

Na primeira etapa de uma aula de movimento harmônico o grupo segue, em roda, a coreografia de um
facilitador e a semelhança com os métodos de dança circular sagrada é significativa, o que pode permitir
uma rica associação de métodos.
Nas danças circulares sagradas o repertório de coreografias do focalizador é previamente escolhido,
seguindo tradições de danças conhecidas ou de danças criadas para tal finalidade. Em princípio, a
coreografia de uma dança é constante, salvo variantes da tradição.
No caso do método do Rio Aberto, as coreografias não se restringem às práticas das tradições, embora
um observador atento de uma aula de movimento harmônico reconheça claramente a presença de
movimentos e posturas arquetipicas que constam de inúmeras danças étnicas inspiradoras das danças
circulares sagradas.
O focalizador, no método do Rio Aberto utiliza um repertório básico de movimentos, comum a todos os
praticantes do método do Sistema Rio Aberto. As coreografias de uma aula, porém, em geral são únicas.
São influenciadas pelos conhecimentos, experiências, aptidões, estado emocional, intenção de cada
focalizador, para aquela aula, naquele dia. Em simpósios internacionais de focalizadores do Sistema Rio
Aberto é notável observar que os originários da Argentina, do Brasil, do México, da Itália, da Espanha se
movem de modo peculiar, refletindo nitidamente os modos de estar no mundo, os arquétipos próprios das
suas respectivas culturas. Por exemplo, (e) a mobilidade dos quadris no grupo da Espanha é notável e seu
tronco não é afeito a se curvar, os ombros permanecem grandiosamente estruturados enquanto a
sensualidade se expressa sedutora; os movimentos do grupo do México trazem o perfume inconfundível
da terra-mãe, das tradições autóctones da região; os participantes do Brasil trazem um corpo moldável,
fluido, sensualidade brejeira e coração aberto, mas a sustentabilidade das pernas não tem a solidez da dos
mexicanos. É freqüente o interesse dos focalizadores do Sistema em freqüentar as aulas de outros
focalizadores, com o intuito de ampliar seu “repertório de movimentos”, bem como de mergulhar no
“espírito da dança” de um colega, de aprender com sua estratégia de aula, com seu modo de fazer a
9
(1)
“leitura corporal” das necessidades de estímulos do grupo de participantes, durante uma aula. A “leitura”
permite ao focalizador construir intuitivamente uma aula sincrônica com os participantes.
e: observações da autora no Simpósio Internacional do Instituto Rio Aberto realizado em Nápoles, Itália, 1998.

Numa segunda etapa da aula de movimento harmônico, inúmeras estratégias são utilizadas, em geral
são distintas das utilizadas nas danças circulares.
Uma delas consiste no estímulo ao movimento corporal espontâneo, vindo das emoções e sentimentos
de cada participante. O focalizador, atuando agora como um facilitador, estimula o movimento espontâneo
dos participantes, a exemplo do que ocorre na dança moderna do século XX, vinda com Izadora Duncan e
Martha Grahan. A intenção desta etapa do trabalho é favorecer uma manifestação flexível, criativa,
expansiva, emocional e afetiva, da pessoa e do grupo, levar os participantes a expressar suas “plásticas”.
Nos grupos mais experientes, coreografias de grande beleza e de uma harmonia insuspeitada
freqüentemente emergem nesta etapa.

A terceira etapa da aula de movimento harmônico é a de síntese, harmonização e transcendência.


São usadas diversas estratégias de dança em roda assemelhadas à das danças circulares sagradas de
cunho meditativo. A harmonia energética do grupo amplia o campo áurico grupal, ocorre a transcendência
(1;3;5)
do estado energético do grupo, pela sincronicidade com campos vibratórios sutis . Emerge a sensação
coletiva de união, amor, desapego, compaixão, gratidão, de unidade Cósmica. Tal fenômeno é observado
também em aulas típicas de danças circulares sagradas (6;7).

BIBLIOGRAFIA

(1) Palcos, Maria Adela; Textos de Referência do Sistema Rio Abierto Internacional, 1970/2000 (apostilas).

(2) Adam, Sisi et alii; “Este Cuerpo es Suyo”, editora Kier; Buenos Aires, 1989.

(3) Breenan, Barbara; “Mãos de Luz”, ed. Pensamento; São Paulo, 1987.

(4) Sztejnhauer, Ana Michaela; monografia do curso de “DEP - Dinâmica Energética do Psiquismo”:

“Movimento Harmônico e Equilíbrio Energético: A Dança Cósmica”; S.Paulo, 1996 (mimeo).

(5) Basso, Thedda; Pustilnik, Aidda; “O Inconsciente Emergente”, editora ICDEP; SP, 2000.

(6) Wosien, B.; “Dança, um Caminho para a Totalidade”, editora Trion; São Paulo,2000.

(7) Wosien, M.G.; “Danças Sagradas”, editora Del Prado; Madri, 1997.

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CONCEITOS BÁSICOS DO SISTEMA RIO ABERTO DE TERAPIAS PSICOCORPORAIS
(SÍNTESE)
 O homem é um ser energético que absorve, dá e transforma energia constantemente e está
imerso num campo energético universal, do qual é parte integrante. Sua razão de ser está unida à do
universo. Sua sensação de vazio e solidão vem da falta de consciência do caráter holográfico da realidade,
de que ele é o universo, ele é uma peculiar e única manifestação das qualidades da unidade cósmica.
 A contigüidade e a interpenetração energética ocorre entre todos os entes no universo, animados
ou inanimados, ocorre inclusive entre as pessoas, os desejos e os impulsos de um são do outro.
 O homem é uma pluralidade, um eu central (vazio), em torno do qual fluem personagens
justapostos e contrapostos. Os personagens pelos quais o homem se manifesta se cristalizam ao longo da
vida, condicionando a pessoa a uma mecanicidade psíquica. Dissolvendo-a, ele resgata a sua fluidez
natural, essencial à sua alegria de viver, à esperança.
 Cada personagem se manifesta por “plásticas” ou modos psicofísicos de estar, de mover-se, de
relacionar-se. Observando cada personagem em movimento percebemos um modo próprio de respirar, de
perceber, de sentir, de responder, de conhecer.
 A cada “plástica” enrijecida corresponde uma cronificação de estados emocionais reativos e
compulsivos nas situações de vida, o apego a máscaras protetoras, a personagens reconhecidos como
sendo a própria identidade da pessoa. Ao nível da mente, estes estados cerceiam a autonomia no dia a
dia, a liberdade de escolhas, o livre arbítrio.
Qualquer processo de desenvolvimento humano exige mobilizar esse ser energético que é o homem.
Começa revitalizando o corpo, fortalecendo seu vínculo com a vida, conferindo ao corpo flexibilidade,
tônus, amplitude e liberdade de movimentos, espontaneidade.
Segue resgatando emoções escondidas sob as “máscaras”, que vão se dissolvendo, tanto as
emoções associadas a “paixões alegres”c, como prazer, alegria, paz, confiança, esperança, como as
associadas com paixões tristes”1, como o ressentimento, o ódio, o medo, etc. Estas emoções dão vida e
estória a infinitos personagens, que se revelam para além das máscaras.
O Sistema do Instituto Rio Aberto se propõe a promover a desmecanização corporal e psíquica da
pessoa, o que lhe permite fluir com liberdade e autoconsciência por múltiplas plásticas e personagens e se
desprender de cada um paulatinamente, passando pelo processo com consciência de si mesmo.
O transito fluido por vários modos psico-físicos de se manifestar eles lhe permite, no instante do vazio,
a transcender a todos, a transcender às falsas identidades 1 aos apegos egóicos2,5 e a se perceber em
profunda harmonia, em unidade com o Todo. 1,2,5.

c
Spinosa
11
O movimento harmônico ou dança em roda psicocorporal próprio do Sistema Rio Aberto,
visa libertar os sentidos, as sensações e as expressá-las com prazer, iluminando e dando sentido ao plano
psicológico. Leva à redescoberta contínua da identidade, através de invólucros sucessivos, visitando com
freqüência crescente estados anímicos e mentais compatíveis com os do núcleo essencial da
personalidade, com o “si mesmo”, percebendo-se como manifestação subjetiva e única das qualidades da
essência universal, sendo ao mesmo tempo vazio e plenitude.

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