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ZONAS ECONÔMICAS ESPECIAIS: NOVOS RUMOS

NA INSERÇÃO DA ECONOMIA CHINESA NO


CONTINENTE AFRICANO?

Aluno: Luiz Marcelo Michelon Zardo


Orientador: Dr. André Moreira Cunha

Porto Alegre, 22 de outubro de 2019


Introdução

Contexto
● Criação de uma miríade de zonas econômicas especiais chinesas em países africanos, sendo sete
delas através de iniciativa do MOFCOM

Problema/Hipótese
● Verificar se o diagnóstico de que se estaria diante de uma mudança de orientação por parte do
governo chinês no que tange à internacionalização de sua economia no continente africano pode
ser corroborado por dados empíricos ou, em oposição, consiste em uma análise precipitada
Introdução

Metodologia
● Recorreu-se tanto a fontes secundárias quanto a fontes primárias, como relatórios de instituições
financeiras multilaterais e informes de think-thanks baseados em pesquisas de campo e em
entrevistas com os envolvidos nos projetos.

Referencial Teórico
● No que se refere aos determinantes políticos, em uma leitura realista das relações internacionais,
e, no que se refere aos determinantes econômicos, em uma interpretação à luz do paradigma
ownership-location-internalisation (OLI), de John Dunning.
O “Going Global” e as ZEEs no Continente Africano
● ZEEs na China : um processo de learning by doing.
● Going Global Strategy (1999) - três grandes pilares:
(a) liberalização comercial, (b) acesso a fontes de
recursos primários, (c) a inovação no principal motor
de crescimento econômico.
● Concentração dos investimentos em países
emergentes (ênfase na modalidade resource-seeking)
O “Going Global” e as ZEEs no Continente Africano
● Fatores políticos na seleção dos receptores -> busca
por soft power.
● Going Global 2.0 (2005): ratifica-se a primazia do
terceiro pilar, estando a amizade com mundo
emergente já consolidada.
● Nessa perspectiva, há que se falar no advento de uma
nova lógica de exportação de investimentos do tipo
market-seeking, que passaria a disputar influência com
o modelo resource-seeking.
Zonas Econômicas Especiais (ZEEs) para a África:
Seleção dos Beneficiários e Implementação
● ZEEs no exterior -> ideia lançada no décimo primeiro plano quinquenal, sendo ratificada, no caso
africano, quando da realização da terceira cúpula China-África (FOCAC), em 2006.
● Processo de seleção: conglomerados de empresas apresentam projetos, os quais são analisados,
declaradamente por critérios técnicos, pelo MOFCOM. Os vencedores do processo seletivo
recebem (apenas a posteriori) subsídios e empréstimos de longo prazo, além do acesso linhas de
financiamento do CADFun e, ainda, o reembolso pelo governo central chinês de metade dos gastos
logísticos com a implantação. Alguns governos provinciais e municipais adicionariam novos
benefícios.
● Projetos não homologados -> zonas econômicas específicas não homologadas, no termo de Pairault
(2019)
Zonas Econômicas Especiais (ZEEs) para a África:
Seleção dos Beneficiários e Implementação
● Projetos vencedores: teriam lugar na Zâmbia, na Nigéria (dois projetos), no Egito, nas Ilhas Maurício,
na Etiópia e na Argélia, sendo excluídos, pois, Cabo Verde e Tanzânia, que não foram alvo de
nenhuma proposta apesar de terem demonstrado forte interesse em receber uma ZEE e
constituírem, provavelmente, os maiores aliados políticos da China no continente.
● Divisão tripartite de responsabilidades: conglomerados (investimentos nas plantas e pelo
provimento das condições de infraestrutura internas à ZEE), Estados africanos (obras necessárias na
área externa às ZEEs, como investimentos em infraestrutura necessários para conectá-las aos
centros urbanos e às zonas portuárias) e governo chinês (concessão de apoio financeiro e logístico às
empresas nacionais).
● Atividades econômicas previstas: ênfase em atividades industriais, com exceção da zona de
Chambeski, na Zâmbia.
Eixos econômicos Composição Vantagens buscadas Qualidade
institucio
nal

Suez (Egito) Setor siderúrgico e indústria Joint-venture entre a gigante estatal chinesa Fatores geopolíticos, grande mercado Média/alta
de alta tecnologia em geral TEDA e quatro parceiros egípcios interno, possibilidade de utilizar a região
como polo exportador

Lekki (Nigéria) Parque industrial robusto, Fundo de Desenvolvimento China-África e Fatores geopolíticos, acesso ao robusto Média/baix
variado e completo múltiplas empresas chinesas, destacando-se a mercado consumidor e a matérias-primas a
estatal China Railway Construction Corporation

Ogun (Nigéria) Parque industrial robusto, Sociedade extensa, envolvendo 40% de Fatores geopolíticos, acesso ao robusto Média/baix
variado e completo participação nigeriana (sendo 20% do governo mercado consumidor e a matérias-primas a
de Lagos) e múltiplas empresas chinesas, com
destaque para a estatal CCECC.

Etiópia Oriental Indústria elétrica, metalúrgica Consórcio composto pelos grupos privados Acesso a um dos mercados consumidores Média/baix
(Etiópia) e de construção civil Jiangsu Yonggang (desistente) e Jiangsu que mais crescem na África a
Qiyuan

Chambeski Mineração. Contudo, na Grupo privado China Nonferrous Mining Co. Acesso a matérias-primas e ao mercado Média
(Zâmbia) ramificação de Lusaka Group consumidor local
predominam a indústria
alimentícia, eletrônica e
tabageira

Jinfei (Maurícia) Variados ramos dos setores Liderado pelo conglomerado privado Jinfei com Possibilidade de utilizar a região como polo Muito alta
industrial e de serviços participação de complexos de diferentes ramos exportador
dos setores industrial e de serviços
Conclusões
● A criação de ZEEs no continente africano revela-se coerente com as diretrizes do Going
Global 2.0, incrementando as possibilidades de obtenção de vantagens de localização,
propriedade e internalização, contrastando com a demasiada ênfase no primeiro tipo de
vantagem até então.
● Apesar de não serem mais tão importantes quanto outrora, demonstrou-se que fatores
políticos continuam sendo relevantes para a alocação dos investimentos chineses na África. O
nível de qualidade institucional, contudo, não parece ter efeitos significativos nas decisões de
Pequim para alocação de inversões.
● Comprova-se, assim, o poder explicativo do Paradigma Eclético em nosso estudo de caso,
fazendo-se ressalva sobre a necessidade, para uma explicação holística, de que o acrônimo
OLI incorpore uma quarta letra referente a fatores geopolíticos, vinculados às ambições do
Zhongnanhai em termos do lugar a ser ocupado pela China nas relações internacionais.
Conclusões
● Ganham espaço empresas privadas e investimentos no setor secundário (com destaque para
indústrias de alta tecnologia) nos investimentos chineses na África.
● A ênfase resource-seeking passa a perder espaço para a market-seeking.
● Há também de se convir que as ZEEs representam um grande ativo para a inserção definitiva
da economia chinesa na África e, ainda, para o fortalecimento de Pequim como grande ator
político internacional. Logo, enquanto os Estados Unidos acirram seus mecanismos de
proteção comercial e adotam, em sua política externa, uma redução na prioridade concedida
ao mundo emergente, a China logra seguir alavancando sua presença no continente,
fortalecendo-se relativamente na balança de poder mundial.
● Persistem ainda diversos desafios: proliferação de zonas não homologadas, fracasso de
algumas (ex: Etiópia), falta de integração com as cadeias de valor locais, barreiras culturais.
Principais Referências
● ANTONIO, Nelson Santos; MA, Shaozhuang. China’s Special Economic Zones in Africa: Context, Motivations and Progress. Euro Asia Journal of
Management, Hong Kong, v. 25, n. 44, dez. 2016.
● BRÄUTIGAM, Deborah; XIAOYANG, Tang. African Shenzhen: China's special economic zones in Africa. The Journal of Modern African Studies,
Cambridge, v. 49, n. 1, p.27-54, mar. 2011.
● ______. “Going Global in Groups”: Structural Transformation and China’s Special Economic Zones Overseas. World Development, v. 63, n. 3, p. 78-91,
2014.
● CHEN, Wenjie; DOLLAR, David; TANG, Heiwai. Why Is China Investing in Africa? Evidence from the Firm Level. World Bank Economic Review, v. 32,
n. 3, out. 2018, p. 610-632.
● CUNHA, André Moreira. A China e o Brasil na Nova Ordem Internacional. Revista de Sociologia e Política (UFPR. Impresso), v. 19, p. 9-29, 2011.
● DANNEMBERG, Peter; KIM, Yejoo; SCHILLER, Daniel. Chinese Special Economic Zones in Africa: a new species of globalisation? African-East-Asian
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● DUNNING, John. The Ecletic Paradigm (OLI) of International Production: Past, Present and Future. Economics of Business, v. 8, n. 2, 2001.
● GALANTE, Ângela Mara Duarte. As Zonas Econômicas Especiais Chinesas em África. Dissertação (mestrado) - Universidade de Aveiro. Programa de
Pós-Graduação em Estudos Chineses, Aveiro, 2014.
● GRIMM, S.; RANK, M. M.; SCHIKERLING, E. Transparency of Chinese aid: An analysis of the published information on Chinese external financial
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● MILAN, Marcelo; SANTOS, Leandro Teixeira dos. Determinantes dos Investimentos Diretos Externos Chineses: Aspectos Econômicos e Geopolíticos.
Contexto Internacional., Rio de Janeiro , v. 36, n. 2, p. 457-486, dez. 2014.
● PAIRAULT, Thierry. China in Africa: Phoenix nests versus Special Economic Zones. Working Paper. Disponível em:
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● ZHU, Zhiqun. Going Global 2.0: China’s Growing Investment in the West and Its Impact. Asian Perspective, v. 42, n. 2, 2018.

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