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"Em nosso regime político, o Estado não poderá, decerto, impedir que, graças à organização de escolas
privadas de tipos diferentes, as classes mais privilegiadas assegurem a seus filhos uma educação de classe
determinada; mas está no dever indeclinável de não admitir, dentro do sistema escolar do Estado, quaisquer
classes ou escolas, a que só tenha acesso uma minoria, por um privilégio exclusivamente econômico. Afastada
a idéia de monopólio da educação pelo Estado, num país em que o Estado, pela sua situação financeira, não
está ainda em condições de assumir a sua responsabilidade exclusiva, e em que, portanto, se torna necessário
estimular, sob sua vigilância, as instituições privadas idôneas, a ‘escola única’ se entenderá entre nós, não como
uma conscrição precoce arrolando, da escola infantil à universidade, todos os brasileiros e submetendo-os
durante o maior tempo possível a uma formação idêntica, para ramificações posteriores em vista de destinos
diversos, mas antes como a escola oficial, única, em que todas as crianças, de 7 a 15 anos, todas ao menos
que, nessa idade, sejam confiadas pelos pais à escola pública, tenham uma educação comum, igual para todos."
26 nomes:
Fernando de Azevedo
Afranio Peixoto
A. de Sampaio Doria
Roquette Pinto
J. G. Frota Pessôa
Raul Briquet
Mario Casassanta
C. Delgado de Carvalho
J. P. Fontenelle
Noemy M. da Silveira
Hermes Lima
Attilio Vivacqua
Paulo Maranhão
Cecilia Meirelles
Garcia de Rezende
Nobrega da Cunha
Paschoal Lemme
Raul Gomes.
O manifesto dos educadores "Mais uma vez convocados", reafirmação do "Manifesto dos Pioneiros da Educação
Nova", de 1932, veio à luz em 1° de julho de 1959. Redigido novamente por Fernando de Azevedo, contou com
189 assinaturas, entre as quais as de Anísio Teixeira, Florestan Fernandes, Caio Prado Júnior, Sérgio Buarque
O "Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova", datado de 1932, consolidava a visão de um segmento da elite
intelectual que, embora com diferentes posições ideológicas, vislumbrava a possibilidade de interferir na
organização da sociedade brasileira do ponto de vista da educação. Redigido por Fernando de Azevedo, o texto
foi assinado por 26 intelectuais, entre os quais Anísio Teixeira, Afrânio Peixoto, Lourenço Filho, Roquette Pinto,
Delgado de Carvalho, Hermes Lima e Cecília Meireles. Ao ser lançado, em meio ao processo de reordenação
política resultante da Revolução de 30, o documento se tornou o marco inaugural do projeto de renovação
educacional do país. Além de constatar a desorganização do aparelho escolar, propunha que o Estado
organizasse um plano geral de educação. O movimento reformador foi alvo da crítica forte e continuada da Igreja
Católica, que naquela conjuntura era forte concorrente do Estado na expectativa de educar a população, e tinha
sob seu controle a propriedade e a orientação de parcela expressiva das escolas da rede privada.
Entre os principais destaques pelos Pioneiros da Educação Nova, podem ser destacadas algumas questões
inovadoras e de grande contribuição. O primeiro delas diz respeito à própria caracterização da educação
brasileira.
O Manifesto era a favor de uma educação mista, pública, laica, gratuita, e obrigatória. Assim o Estado deveria se
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11/08/2019 (2) EJesus Jesus
comprometer pela obrigação de educar o povo, pois essa responsabilidade, a princípio era atribuída somente à
família. O Estado deveria se adequar tendo escolas de qualidade e gratuita, possibilitando assim a consolidação
do direito biológico dos indivíduos à educação e, tendo em vista os interesses dos indivíduos em formação e a
favoráveis à escola mista e, questionando os princípios da educação católica, defendia uma educação laica, o
que distanciaria a educação de pontos religiosos e traria uma proximidade das questões sociais, dando
O Manifesto dos Pioneiros também priorizava pela afinidade entre diferentes níveis da educação entre si, e
destes níveis com o nível de desenvolvimento psico-biológico dos alunos, bem como uma interação entre a
organização escolar que levasse em conta as necessidades sociais daquela época, visando com isso atingir a
funcionalidade educativa de maneira mais abrangente. Uma das principais críticas a respeito da educação
brasileira naquele momento é de que se tinha a visão que o ensino era realizado de forma fragmentada, sem
Outras questões mencionadas pelo Manifesto de 1932 ligam-se à pontos da unidade versus uniformidade da
educação nacional. A cobrança de um sistema de organização educacional que deveria gerar a unidade, porém
não a uniformidade educativa. Ou seja, a unidade educativa deveria contar com ao grande número presente
quando se comparam vários estados brasileiros, afim de que a educação se firmasse mais relevante e benéfica
para todos: para os estados e seus governos, de forma a abranger a sociedade como um todo e em cada região
Portanto, para que se entendam as bases do Movimento Renovador e do Manifesto, é extremamente necessário
compreender algumas palavras e conceitos inovadores que, como já mencionado anteriormente, são inspirados
em diversas áreas do saber. Além de atingir na questão do ensino superior no Brasil, o Manifesto clamava que
toda a Educação deveria ser vista como uma constituição, em profunda interação com a vida prática e
motivadora do progresso inovador. Deveria receber adiantamento prioritário nos planos do Estado,
principalmente seus primeiros anos, que representariam o início da formação dos indivíduos. O planejamento da
educação deveria contar com o apoio da pedagogia, bem como da filosofia e outras ciências. Seria de
Graças a esse Movimento conhecido como Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, pioneiros esses DA
A educação no Brasil demorou a acontecer, mas veem caminhando para a formação de cidadão responsável
Hoje as escolas não se preocupam mais em encher a cabeça das crianças com informações momentâneas e
conteúdos não só as matérias obrigatórias pelo currículo escolar, como também trabalhar temas transversais
"O aprendizado significativo acontece quando uma informação nova é adquirida mediante um esforço deliberado
por parte do aprendiz em ligar a informação nova com conceitos ou proposições relevantes preexistentes em
Seguindo a linha de pensamento de aprendizado significativo, ocorre como menciona o Manifesto de 1932, não
adianta ensinar de forma fragmentada e sim trazer a realidade do aluno para dentro da sala de aula,
aproveitando a base de conhecimento que o aluno já possui. Na atualidade o professor deve estar muito bem
preparado, pois as crianças acompanham noticiário e tem acesso a todo tipo de informação, principalmente com
relação à internet.
Resgatando o ideário liberal definido no "Manifesto dos Pioneiros", o "Mais uma vez convocados" se posicionava
contra o discurso da Igreja Católica sobre a "liberdade de ensino", discurso esse que se transformou em
plataforma política do deputado Carlos Lacerda, para defender a atuação da rede privada de ensino na oferta da
educação básica. O manifesto prossegue reafirmando a educação como bem público e dever do Estado. Nele
reaparece a proposta dos pioneiros da educação nova, de uma escola pública, laica, obrigatória e gratuita.
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