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(61) 3255-8900 - http://www.ebserh.gov.br
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
CAPÍTULO I
A gestão hospitalar é complexa por envolver múltiplas atividades administrativas e assistenciais, com
díspares atores e interesses conflitantes, distribuídas em uma extensa cadeia produtiva cujo resultado
final é a prestação de vastos serviços ambulatoriais e hospitalares. Em geral, a depender do porte e do
nível de complexidade da organização hospitalar, os gastos com materiais e medicamentos são altos
como proporção das despesas correntes totais, sendo expressivo o arsenal de materiais/medicamentos
a serem administrados. Nesse contexto, uma programação de compras eficiente e uma logística de
suprimentos bem administrada é uma fronteira promissora para a minimização de custos, geração de
economia potencial e de vantagens competitivas relevantes para a instituição, além da melhora
significativa na qualidade da assistência prestada (VECINA; REINHARDT, 2002).
A gestão da logística hospitalar deve atender simultaneamente tanto requisitos financeiros como
operacionais, exigindo uma abordagem estratégica e operacional de modo a sustentar toda cadeia de
suprimentos, buscando sempre resultados globais (BARBIERI, 2006). A organização dos processos
institucionais visa otimizar tempo e recursos, por meio da padronização dos fluxos de abastecimento
com vistas a permitir a identificação tempestiva dos dados de consumo, bem como variação nas
demandas, possibilitando uma melhor gestão de estoque, diminuição do risco de falta ou desperdício
de produtos, redução de compras emergenciais e da prática de preços excessivos, garantia de poder de
barganha nos processos administrativos e a consequente minimização dos custos. A gestão por
processos é adotada pela Ebserh, impulsionando, dentre outras questões, a harmonização dos
processos semelhantes (fluxo de produtos e serviços), independente da sua subordinação hierárquica,
promovendo a geração de condutas e controles padronizados, como fruto da evolução do processo de
gestão.
A gestão de demanda de recursos materiais na saúde não pode ser vista como atividade que finda em
si mesma, mas sim como um sistema que possa gerar e armazenar informações valiosas para suporte e
posterior tomada de decisão, especialmente aquelas relacionadas ao atendimento seguro e eficiente
aos pacientes. Autores como Bowersox, Closs e Cooper (2006) afirmam que, “[...] um processo eficaz de
gestão da demanda deve desenvolver uma previsão integrada e consistente que apoie as necessidades
de seus usuários, como finanças, marketing, vendas, compras e logística”.
A Ebserh, tendo por missão ensinar para transformar o cuidar, busca implementar as melhores práticas
em todos os processos institucionais e, no campo da gestão de suprimentos, identificar e sanar
deficiências, por vezes existentes, na cadeia de suprimentos em suas unidades hospitalares. Trabalhar
de modo confiável, com base em modelos de previsão da necessidade de ressuprimento de produtos
para saúde e medicamentos em uma unidade hospitalar, consiste em realizar estudos minuciosos e
específicos, devido às incertezas que configuram o comportamento da demanda dos serviços
oferecidos por um hospital. Nesse contexto, a elaboração da proposta de melhoria dos processos
logístico-hospitalares visa otimizar os recursos existentes e minimizar os riscos à saúde do paciente.
A proposta deste regulamento no âmbito da Rede Ebserh, bem como as competências aqui definidas,
dentre outras normas, atende às disposições estabelecidas na Instrução Normativa SEDAP nº 205 de 8
de abril de 1988 que determina, entre outras funções, o seguinte:
Considera-se ainda, para instrução deste regulamento, que o Serviço de Planejamento de Tecnologias
em Saúde - SPTS é o “Serviço” estabelecido na Administração Central da Rede Ebserh, responsável
pelos processos de gestão de tecnologias em saúde. Por este motivo, a regulamentação aqui definida
aplica-se as Unidades de Almoxarifados, ligadas as Gerências Administrativas e as Unidade de
Abastecimento Farmacêutico, ligadas as Gerências de Atenção à Saúde, nas Unidades Hospitalares
ligadas a Ebserh.
Seção 2 - Da classificação
§1º São bens patrimoniais permanentes os materiais que têm as seguintes características tomadas em
conjunto:
II - Possibilidade de incorporação a outro bem sem a perda de sua identidade física, podendo ser
retirados sem prejuízo das características do principal; e
III - Possibilidade de recuperação diante de avarias decorrentes do uso regular, não se caracterizando
pela fragilidade ou perecibilidade, não sendo quebradiços ou deformáveis.
II - De uso coletivo, quando sua utilização for efetuada por vários usuários.
II - Ocioso, quando, embora esteja em perfeitas condições, não está sendo usado há pelo menos doze
meses;
III - Recuperável, quando estiver avariado, mas sua recuperação for possível e orçada em no máximo
50% (cinquenta por cento) de seu valor de mercado;
IV - Antieconômico, quando sua manutenção for onerosa ou seu rendimento for precário, em virtude
de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsoleto; e
V - Irrecuperável, quando não mais puder ser utilizado para o fim a que se destina, devido à perda de
suas características, aos riscos decorrentes de contaminações, ou em razão da inviabilidade econômica,
que se caracteriza quando a sua recuperação orçar acima de 50% (cinquenta por cento) do valor de sua
aquisição.
CAPÍTULO II
Art. 5º Os materiais e medicamentos são adquiridos mediante: compra, cessão, doação ou avaliação,
considerando-se:
I - Compra: toda modalidade de aquisição remunerada de um bem, para fornecimento de uma só vez
ou parcelado, à vista de documento comprobatório próprio (nota fiscal, fatura ou outro documento
fiscal equivalente) e vinculado à Nota de Empenho (NE) ou outro instrumento equivalente
regularmente emitido;
II- Cessão: modalidade de movimentação do insumo do acervo, com transferência gratuita de posse e
troca de responsabilidade, entre órgãos ou entidades da Administração Pública;
IV - Avaliação: identificação de um insumo de propriedade das Unidades Hospitalares que não dispõe
de documentação específica.
Art.6º. São documentos hábeis para o recebimento dos materiais e medicamentos nos almoxarifados
ou na Unidade de Abastecimento Farmacêutico:
I - Nota Fiscal;
Parágrafo único. Quando obtido através de doação o insumo será incluído no estoque, de acordo com
o respectivo termo ou processo.
§ 1º Quando o insumo não corresponder com exatidão ao que foi pedido, ou ainda, apresentar faltas
ou defeitos, o Gestor de Almoxarifado e Gestor da UAF, providenciará junto ao fornecedor a
regularização da entrega para efeito de aceitação.
§ 4º O exame qualitativo poderá ser feito por técnico especializado e/ou pela Comissão de
Padronização, não podendo a área técnica negar-se a fazer a avaliação solicitada.
§ 5º A avaliação deverá ser realizada em 3 (três) dias úteis, à partir da solicitação, para preenchimento
do Termo de Conformidade correspondente ao material vistoriado.
Art.10. Após a conferência e o aceite do insumo, quando o item for entregue parcialmente, o
colaborador designado providenciará o envio, via Sistema Eletrônico de Informações-SEI ou, caso não
Seção 3 - Da armazenagem
Art.13. O insumo será considerado em estoque após o cumprimento das formalidades de recebimento
e aceitação e incorporação do mesmo ao sistema de controle utilizado pela instituição.
I - Protegidos contra furto e roubo, perigos mecânicos, ameaças climáticas, luz, umidade, bem como de
insetos e roedores;
II - Quando de menor validade deverão ser estocados a frente e à esquerda de modo a serem
fornecidos em primeiro lugar com a finalidade de evitar as perdas por vencimento no estoque,
obedecendo a regra do FEFO ("First-Expire, First-Out" ou Primeiro que Vence é o Primeiro que Sai.);
IV - Estocados em lugar de fácil acesso e próximo das áreas de expedição, quando possuírem grande
movimentação, sempre que possível;
V - Estocados na parte mais afastada das áreas de expedição quando possuírem pequena
movimentação, sempre que possível;
VI - Estocados com afastamento mínimo de 50 cm de pisos, parede e tetos, devendo ainda ser utilizado
o acessório de estocagem adequado;
VII - A organização e o armazenamento não devem prejudicar o acesso às saídas de emergência, aos
extintores de incêndio ou à circulação de pessoal especializado para combater o incêndio (Corpo de
Bombeiros);
VIII - Quando da mesma classe deverão ser concentrados em locais adjacentes, a fim de facilitar a
movimentação, inventário, e estocagem:
IX - Os insumos pesados ou volumosos devem ser estocados nas partes inferiores das estantes e porta-
estrados, eliminando-se os riscos de acidentes ou avarias e facilitando a movimentação.
XII - A organização nas prateleiras deve ser feita de modo a manter voltada para o lado de acesso ao
local de armazenagem a face da embalagem (ou etiqueta) contendo a marcação do item, permitindo a
fácil e rápida leitura da identificação e das demais informações registradas;
XIII – quando for necessário o empilhamento do insumo, deve-se obedecer às orientações contidas na
embalagem para a segurança e altura das pilhas.
Art.16. As áreas de estocagem deverão ser providas de boa iluminação, climatização, controle de
pragas e ainda de estruturas de estocagem adequadas para o armazenamento.
Art.17. Deverá ser realizado nas áreas de estocagem o controle diário de temperatura e umidade, tendo
registro escrito, em formulário padronizado e disponível para verificação.
Seção 4 – Do estoque
Art.19. Os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo histórico ou pelo valor realizável
líquido, dos dois o menor, exceto:
a. Os estoques adquiridos por meio de transação sem contraprestação devem ser mensurados pelo seu
valor justo na data da aquisição;
b. Os bens de almoxarifado devem ser mensurados pelo preço médio ponderado das compras, em
conformidade com o inciso III do art. 106 da Lei 4.320/1964.
Art.20. O valor de custo dos estoques deve incluir todos os gastos de aquisição e de transformação,
bem como outros gastos incorridos para torná-los disponíveis para uso. O custo de aquisição
compreende:
a. O preço de compra;
c. Frete (transporte);
d. Seguro;
e. Manuseio; e
Art.23. Cabe aos responsáveis das unidades do hospital, a indicação ao gestor de almoxarifado de no
mínimo 2 (dois) requisitantes de materiais e medicamentos.
Parágrafo Único. Os requisitantes poderão ser alterados pelo responsável da unidade demandante, a
qualquer momento, mediante formalização junto aos Gestores de Almoxarifado e UAF;
Art.24. As RMs deverão ser preenchidas no sistema de gestão de estoque ou formulário padronizado,
informando obrigatoriamente, o nome da unidade demandante, CPF do paciente, os materiais e
medicamentos e as quantidades desejadas.
Art.25. Cabe à Unidade Demandante, após avaliação do quantitativo ainda disponível no setor, solicitar
no sistema a quantidade que complete as cotas pactuadas.
Art.26. Os produtos solicitados deverão ser separados em conformidade com a RM para materiais e
com a prescrição médica para medicamentos e serão disponibilizados para que o requisitante ou
funcionário devidamente autorizado faça a conferência dos itens e quantidades solicitadas para o
recebimento formal do material.
Art.27. Os materiais e medicamentos que apresentarem desvio de qualidade devem ser informados ao
Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente e notificados no Aplicativo de Vigilância em
Saúde e Gestão de Riscos Assistenciais-VIGIHOSP para investigação e comprovação, devendo ser
trocados junto às Unidades de Almoxarifados ou UAF, que adotarão as medidas junto ao fornecedor
para a substituição dos produtos.
Art.28. As Unidades Demandantes deverão planejar seu consumo e o armazenamento dos materiais e
medicamentos, estabelecidos através das cotas, para que não haja sobras ou desperdícios.
CAPÍTULO III
Art.32. É responsabilidade dos Gestores a elaboração do Termo de Referência, com apoio das áreas
técnicas que utilizam os produtos, realizando o levantamento, consolidação, avaliação e análise das
quantidades necessárias de material.
§1º O Termo de Referência (TR) deverá descrever, obrigatoriamente, o código Catmat, código do
sistema de estoque e código padronizado Ebserh (se houver), a descrição, a quantidade e a unidade de
medida a ser adquirida.
§2º Na elaboração do TR, deverão ser priorizados os descritivos do Catálogo Padronizado de Produtos
para Saúde da Rede Ebserh assim como o Catálogo de Medicamentos Selecionados em uso na Rede
Ebserh.
§ 3º Todo pedido de itens não padronizados, deverá ser encaminhado à respectiva Comissão de
Padronização (de produtos para saúde ou medicamentos), que analisará o pedido seguindo a normas
vigentes.
§ 5º Os Gestores deverão apoiar a fase de aceitação de produtos e habilitação técnica dos licitantes
delegando, quando necessário, a avaliação dos materiais e medicamentos e dos documentos técnicos.
Art.33. Os Gestores deverão pactuar, com os chefes das Unidades Demandantes, em conjunto com as
áreas técnicas, as cotas máximas e mínimas, para distribuição dos materiais e medicamentos, de
acordo com a necessidade dos pacientes, o perfil assistencial e com as metas contratualizadas com o
Gestor SUS.
§ 1 º. A cota será apurada a partir do histórico de consumo de cada Unidade Demandante, podendo ser
adaptada para mais ou para menos em decorrência de fatos específicos que fujam à rotina da unidade
em determinado período.
I. A responsabilidade dos trabalhos inerentes às unidades sob sua competência, bem como
delegar atividades para as equipes sob sua gestão;
II. Organizar, armazenar, controlar e distribuir os estoques dos materiais e medicamentos sob seu
escopo de armazenamento;
III. Elaborar, mediante plano de ressuprimento, os pedidos de empenho de materiais, visando a
manutenção dos estoques;
IV. Encaminhar os empenhos, feitos pela Unidade de Programação Orçamentária Financeira, para
os fornecedores;
V. Acompanhar e monitorar o cumprimento das ordens de fornecimento e entregas conforme o
estabelecido nas Atas de Registro de Preços ou contrato de fornecimento;
VI. Acionar os fornecedores quando necessário para o atendimento dos empenhos enviados bem
Art.37. Sempre que for evidenciado aumento expressivo no consumo ou indício de irregularidade nos
pedidos, os Gestores de almoxarifado deverão averiguar e comunicar ao Gestor de Suprimentos, para
devidas providências.
I. A responsabilidade dos trabalhos inerentes às unidades sob sua competência, bem como
delegar atividades para as equipes sob sua gestão;
II. Elaborar em consonância com a Gestão do Setor de Farmácia, com as Unidades de Dispensação
Farmacêutica e de Farmácia Clínica, estratégias de suprimento e ressuprimento, alinhadas às
diretrizes da Comissão de Farmácia e Terapêutica, visando o acesso perene, sintonizado com os
protocolos institucionais e uso racional;
III. Participar ativamente das atividades técnicas no âmbito da Assistência Farmacêutica elaboradas
e programadas, contribuindo com informações referente ao processo de suprimento dos
materiais/medicamentos farmacêuticos;
IV. Organizar, armazenar, controlar e distribuir os estoques dos medicamentos da instituição;
V. Elaborar, mediante plano de ressuprimento, os pedidos de empenho de medicamentos, visando
a manutenção dos estoques;
VI. Encaminhar os empenhos, feitos pela Unidade de Programação Orçamentária Financeira, para
os fornecedores;
VII. Acompanhar e monitorar o cumprimento das ordens de fornecimento e entregas conforme o
estabelecido nas Atas de Registro de Preços ou contrato de fornecimento;
VIII. Acionar os fornecedores quando necessário para o atendimento dos empenhos enviados bem
como tirar dúvidas ou pedir esclarecimentos quanto aos produtos entregues;
IX. Gerenciar, de forma articulada com os demais almoxarifados e área técnica, quando couber, o
recebimento de produtos de modo que os materiais e medicamentos adquiridos atendam todos
os pré-requisitos técnicos estabelecidos, bem como todos os requisitos administrativos e legais;
X. Acompanhar e controlar as aquisições de medicamentos e o seu uso racional, de acordo com as
CAPÍTULO IV
DO INVENTÁRIO
Art.40. O inventário é o instrumento de controle para a verificação dos saldos de estoques nos
almoxarifados. Será realizado anualmente ou em condições especiais com o objetivo de evidenciar a
existência física dos saldos registrados nos demonstrativos financeiros e nos sistemas de controle de
estoque.
Art.41. O Inventário Geral de Estoques de cada almoxarifado será realizado por comissão devidamente
designada, devendo conter membros não pertencentes aos almoxarifados a serem inventariados,
conforme Norma Operacional de Inventário Físico de Estoques de Almoxarifado, instituída
pela Resolução-SEI nº 82, de 10 de maio de 2018, publicada no Boletim de Serviço nº 475, de 10 de
outubro de 2018.
Art. 42 Os procedimentos a serem adotados para as ações específicas de inventário estão na Resolução
SEI nº 82 de 10 de outubro de 2018, que normatiza todos os procedimentos referentes a essa atividade.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BARBIERI, José Carlos; MACHLINE, Claude. Logística hospitalar: teoria e prática. São Paulo: Saraiva,
2006.
BRASIL. Boas práticas para estocagem de medicamentos. Central de Medicamentos, 1989.
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VECINA NETO, Gonçalo; REINHARDT FILHO, Wilson. Gestão de recursos materiais e de medicamentos.
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