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UC Métodos e Técnicas de Investigação: Intensivos

Aula 3, 30 setembro 2019

I. A investigação empírica em ciências sociais:


a especificidade dos métodos intensivos
Professora Adriana Albuquerque

adriana_albuquerque@iscte-iul.pt

Licenciatura em Ciência Política (2.º ano) | ISCTE-IUL


Ano letivo 2019/20
Plano da aula
► As metodologias intensivas
► Definição

► Os objetivos e processos da pesquisa intensiva

► Problemas e controvérsias: objetividade, validade e fiabilidade

► As fontes da pesquisa intensiva

► Formação de grupos + escolha de temas


Definições “enciclopédicas”…
Métodos extensivos Métodos intensivos
► Conjunto de abordagens ► Conjunto de abordagens metodológicas
metodológicas cujo propósito é cujo propósito é contribuir para a
explicar um fenómeno social explicação de um fenómeno social
através da identificação de através da compreensão dos seus
padrões e extrapolar conclusões mecanismos de funcionamento,
para um número elevado de casos focando um caso particular e
analisando-o na sua complexidade

(predomínio de) Dados quantitativos (predomínio de) Dados qualitativos


Lógica dedutiva (teoria geral → caso particular) Lógica indutiva (caso particular → teoria geral)
Procura de regularidades Procura de singularidades
… e ainda…
Pesquisa multimétodo
► Abordagem que combina estratégias extensivas e intensivas para analisar
um fenómeno social na sua generalidade (ex.: estatísticas) e nas suas
particularidades (ex.: estudos de caso comparativos)

Algumas controvérsias…
► Alguns autores defendem a redundância dos mixed methods (Silverman, 2017)
► Outros defendem-nos como forma de integrar o princípio da triangulação no
centro da pesquisa social (Denzin e Lincoln, 2005)
Porquê a pesquisa intensiva?
Objetivos (de acordo com Ragin, 1994: 82-91)

Interpretar fenómenos Analisar a Desenvolver teoria


“Dar voz a…”
histórica e socialmente diversidade ► No confronto com
► Um dos objetivos significativos Procura de casos a bateria
da “investigação-

‣ Compreender “singulares” / conceptual


ação”
significados outliers adotada no início,
► Prioridade analítica atribuídos pelas o investigador
Procura de
às narrativas dos

pessoas a eventos narrativas identifica


sujeitos estudados históricos ou a contraditórias face inadequações ou
pertencentes a momentos lacunas → novos
à norma
grupos biográficos → história esquemas
sociológica
marginalizados oral / de vida analíticos
Porquê a pesquisa intensiva?
Alguns exemplos…

“Dar voz a…” Interpretar fenómenos Analisar a Desenvolver teoria


histórica e socialmente diversidade
… produção cultural … a centralidade do
de jovens negros na significativos … crianças de classe
periferia
… as memórias da trabalhadora com “corpo” na formação da
guerra colonial sucesso escolar classe operária
Porquê a pesquisa intensiva?
Quais são os princípios da investigação
Entrada no terreno: intensiva? (Ragin, 1994: 85-91)
procura da complexidade
► “Cada caso é um caso”: não ir com
demasiadas leituras feitas nem com
instrumentos de recolha fechados
Estreitamento progressivo
(teoricamente orientado) ► Escolha do caso: procurar singularidades no
do “olhar” “óbvio” e comunalidades no “estranho”
Saída do terreno: ► Uso de conceitos “sensibilizadores”: guiam a
identificação dos aspetos entrada no terreno
mais relevantes / inovadores
Imersão no terreno: permanência

prolongada e recolha sem julgamento das


representações e práticas
► Clarificação conceptual: conceitos iniciais são reavaliados pelo confronto com a
realidade observada
David Silverman realça que a pesquisa social
está (falsamente) associada a alguns
estereótipos…
Dados qualitativos Dados quantitativos
Subjetivo Objetivo
Parcial / Ideologicamente Geral / Ideologicamente
comprometido isento
Especulativo Explicação causal

Ausência de rigor científico?

… será que correspondem à realidade?


Adaptado de Silverman (1998: 79)
Voltando à aula anterior (epistemologia
científica)…
Problema da objetividade na pesquisa intensiva
► Como garantir que o mesmo fenómeno, se estudado por 2 investigadores
diferentes, será explicado da mesma forma?
► Por um lado, se os procedimentos de recolha de dados forem estandardizados
(ex.: guiões de entrevista / observação)…
► … por outro lado, os investigadores intensivos/qualitativos assumem a
impossibilidade de total imparcialidade no estudo dos seus objetos → contacto
direto e prolongado com o campo de pesquisa

Apesar de ser difícil, o investigador deve permanentemente questionar a objetividade


das suas observações reportando-se ao quadro conceptual com que se muniu no início
da pesquisa (construção do objeto) → os “erros” e dificuldades devem sempre ser
assumidos / teorizados na escrita dos outputs
Voltando à aula anterior (epistemologia
científica)…
Problema da validade na pesquisa intensiva
► Generalização de observações sem amostras representativas
► Utilização dos dados recolhidos de forma ilustrativa e não compreensiva (ex.:
excertos “anedóticos” de entrevistas)
► O investigador recolhe apenas testemunhos coincidentes e não contraditórios
→ princípio da diversidade na pesq. intensiva posto em causa

Soluções possíveis:
► Técnica de amostragem teórica (Ragin, 1994: 98): o(s) caso(s) é Entrevistas
escolhido segundo critérios de comparação com outros
► As informações obtidas são trianguladas com outras fontes
Voltando à aula anterior (epistemologia
científica)…
Problema da fiabilidade na pesquisa intensiva
► Nas ciências sociais, as formas de recolha e classificação dos dados devem ser
explicitadas aos leitores, devido à possibilidade de “contaminação” por noções
pré-científicas – desde os indicadores usados no inquérito até às grelhas de
análise do conteúdo
► No entanto, é difícil para as pesquisas qualitativas cumprirem este requisito no
atual panorama científico, baseado em publicações de 15 páginas – onde
inserir os detalhados diários de campo e as transcrições de entrevistas?
As principais fontes e técnicas da pesquisa
intensiva

Documentação Observação Inquirição Audiovisuais


• Pessoal: • Não- • Entrevista • Primárias:
cartas, diários, participante semi-diretiva etno-
… • Participante / • Entrevista documentário
• De arquivo: etnográfica biográfica , vídeo e
estatísticas, fotografia
relatórios, … • Secundárias:
Media
Como classificar os métodos de pesquisa?
Alguns critérios possíveis…
Técnicas de
Papel da Amostra / Tipo de Foco da
Objetivo Objeto recolha de
teoria universo dados análise
dados
Medir; Regularidades Construção Diferentes; Quantitativos Estruturas Inquéritos
Extensivo

quantificar; ; observações; de hipóteses dimensão ou tratados sociais por


classificar; efeitos generalizávei elevada como tal questionário;
verificar; s estatísticas
testar… (dedução) secundárias;

Compreender Singularidades Resultado da Coincidentes Qualitativos Ação Entrevistas;


; “dar voz ; processos; pesquisa ; pequena social Observação
Intensivo

a…” mecanismos empírica dimensão natural;


(indução / (ao limite análise de
“grounded pode ser um documentos
theory”) único caso) ; fotografia /
vídeo; …

Nota importante: estes são critérios ideal-típicos (Weber); a maior parte das investigações em ciência social combina princípios “mistos”
>> Próxima aula…
‣ Planeamento: fontes e técnicas de recolha de dados em pesquisa intensiva –
documentação e inquirição
‣ Leituras:
‣ Raymond Lee (2000), “Dados recuperados: registos pessoais e episódicos”, in
Métodos não-interferentes em pesquisa social, pp. 131-166
‣ Ghiglione e Matalon (2005), “Como inquirir?: as entrevistas”, in O Inquérito – Teoria
e Prática, pp. 63-104
‣ John Scott (1990), “Assessing documentary sources”, in A Matter of Record –
Documentary Sources in Social Research, pp. 19-35
‣ Trabalho autónomo dos alunos: pensar num tema / local para realizar trabalho de
grupo → para ajudar, consultar capítulo de Beaud e Weber (2007), “Escolher um
tema e um campo”, in Guia para a Pesquisa de Campo – Produzir e Analisar Dados
Etnográficos, pp. 21-40
Referências bibliográficas
► Denzin, Norman e Yvonna Lincoln (2005), “Introduction: the discipline and
practice of qualitative research”, em Norman Denzin e Yvonna Lincoln, The
SAGE Handbook of Qualitative Research, Los Angeles, SAGE, pp. 29-71

► Silverman, David (2017), Doing Qualitative Research, Thousand Oaks, SAGE

► Silverman, David (1998), “Qualitative/Quantitative”, em Chris Jenks, Core


Sociological Dichotomies, Thousand Oaks, SAGE, pp. 78-95

► Ragin, Charles (1994), Constructing Social Research, Thousand Oaks, Pine


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