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Introdução
Logo após a evocação o Bàbáláwò parte o Obì, que se for do desejo poderá ser jogado
para saber se o culto foi bem aceito, e esta água levada a Èsù. Se aceito o Obì cairá
com dois gomos virados para baixo e dois gomos virados para cima (imagem da
dualidade macho e fêmea) caso o resultado seja Aláàfia, ou seja os quatro gomos
virados para cima, Ifá terá aceito o Obì, quando então o Sacerdote dividirá o Obì entre
todos as pessoas que irão consultar com ele iniciando os trabalhos do dia.
Na comemoração anual de Ifá, o sacerdote oferece em sua homenagem: màrìwò,
frango, peixes, cabra, Ìgbín (caracol), inhame, osuka omu, pedaço de tecido e Obì. O
osuka omu, será colocado sobre a imagem de Ifá junto com três inhames amarrados, e
assim o Bàbáláwò pronunciará as palavras do culto que em Yorùbá são:
Ifá, mo pe o
Òrúnmìlà, mo pe
Ela mo pe, omo oyigi
Òrúnmìlà mo pe
Et'eti ke gb'ure
Aaya olupe, uupe re ire o
Aaya olupe uupe re ire o
Aaya olupe, pe re ire o
Apeje apemu
Ape ni gbogbo dukia ninu odun yi
Ki o ni apawisi ioni
Ki o ni uwere a nise
Ki o ni wonran niboju ti nmo
Ki o wa gbohun awo loni
Após encerrar esta evocação o Bàbáláwò reza para todos os presentes na festa e
partirá o Obì aceito por Ifá, distribuindo pequenos pedaços a cada um. Como oferenda
será imolada uma cabra em cujo sangue ficará na imagem de Ifá até o dia seguinte.
Quando chegar ao quinto dia, o Bàbáláwò consultará Ifá, a fim de obter as previsões
do ano, e de acordo com o resultado serão oferecidos novos sacrifícios e oferendas de
objetos, conforme a resposta do Òrìsà, para que tudo transcorra da melhor forma
possível.
No sétimo dia o Bàbáláwò oferece uma festa, na qual se come e bebe encerrando
desta forma o Culto anual a Ifá.
Entendendo o Orí:
Quando nascemos, o Orí (cabeça), é o primeiro Òrìsà que recebemos, nele trazemos as
impressões que estão gravadas no inconsciente, a nossa origem no universo. Ligados a
ele por nosso Elédà, (mente superior), e fonte da inteligência para a sobrevivência no
Aiyê (Terra), e dele (Orí), geramos toda a força propulsora que nos conduz em nossa
jornada não somente para a vida em si mas também na saúde, prosperidade e
equilíbrio, o qual está diretamente ligado ao Òrum (Céu), portanto aquele que conhece
o próprio destino, da mesma forma que nos conduzirá na passagem do mundo físico
ao espiritual, Ikú (a morte).
Assim, Orí = origem do ser = Elédà (mente superior), está ligado ao Òrum, e ao
mesmo tempo ligado a Terra (Aiyê), sobrevivendo após a morte para transmutar a
morte física para a vida do espírito, e desta forma guardando em sua memória as
marcas de sua origem.
"O pensamento provoca a ação", "a ação provoca a reação", e todos os frutos colhidos
serão a resposta de nossa conduta, de nosso equilíbrio tanto mental como emocional, e
isto é ter bom Orí, que saudaremos Olorire, e para aqueles com um mau Orí diremos
Olori Burúkú, aquele de cabeça ruim, fraca.
Olódùnmarè, nosso Deus maior nos deu a perfeição, deixando conosco a sabedoria
transcendente, a qual somente poderá ser compreendida com um bom Orí, assim diz o
Oríkì (reza), "Nada se faz sem um bom Orí”, nem mesmo nosso corpo tem comando,
não anda, não prospera, não tem alegrias, não tem saúde.
Neste processo tão poderoso, aquele que for iniciado em seu Culto estará agregando a
si uma permissão para obtenção de um poder muito maior perante Olódùnmarè, assim
existindo a necessidade por parte dos Sacerdotes conhecedores plenos da extensão
deste mesmo poder avaliar o candidato com muita clareza e assim permitindo ou não
esta iniciação.
Nem todos estão habilitados a carregarem em seu Orí, esta força que liga o ser com o
sagrado. Seus Sacerdotes, apoiados nos conhecimentos milenares, carregados por uma
cultura de tradições em botânica, mineralogia, zoologia conseguem unir os elementos
da natureza à energia vital de cada indivíduo procurando o equilíbrio entre as forças
espirituais e materiais de cada um, esta união da ciência com o mundo espiritual
precisa de mentes sãs.
Ikin-Ifá e Èsù-Ifá
Por conclusão, quando o iniciado recebe estes elementos sagrados o seu equilíbrio
espiritual será completo, representando a unidade entre aquilo que se pensa e aquilo
que se faz.
Aquele que vive somente dentro da razão concentra na parte central do seu corpo esta
energia, e viverá sempre tenso; dores de cabeça; mau-humorado, é um ser nervoso.
Quando ao contrário a pessoa se agita muito mais do que faz, serão aqueles que não
sabem nem o que fazem, nem para onde ir, e vivem se debatendo de um lado para o
outro sem sentido ou objetivos.
O equilíbrio está em pensar, e fazer. O Orí cria objetivos, os pés correrão os mundos, e
as mãos farão o que precisa.
A manutenção deste enorme bem recebido terá que ser cumprido, sob muitas formas:
Ao se levantar de manhã, em jejum sem falar com ninguém deverá orar para eles.
Todas as sextas-feiras farão sua oferenda da semana. A cada 30 dias, sua oferenda de
mês. E a cada ano será feita festa em sua homenagem. Todos os preceitos, oferendas
ou qualquer coisa que fará sempre será sob a orientação de um Bàbáláwò, nenhum
outro grau hierárquico dentro de nossa religião está apto para dar orientação sob a
conduta e procedimento para os filhos de Ifá. É bom que se diga que na África,
Bàbáláwò não são possuídos pelos Eleguns, e este um título é usado no Brasil
indiscriminadamente por pessoas que não conhecem a profundidade de seus reais
fundamentos.