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FILOSOFIA

O DOMÍNIO DO DISCURSO ARGUMENTATIVO – A


PROCURA DA ADESÃO DO AUDITÓRIO
Tanto na lógica formal como na lógica informal o objetivo
consiste em distinguir os argumentos válidos dos
inválidos e os bons dos maus. Em ambas, estabelecem-se
critérios objetivos que, com o maior rigor possível, serão
capazes de determinar quando a conclusão de um
argumento é verdadeiro ou provável, caso as premissas
também o sejam.

ARGUMENTOS

DEDUTIVOS NÃO DEDUTIVOS


INDUTIVOS, POR ANALOGIA, POR
AUTORIDADE
VALIDADE ASPETOS CONCRETOS
DA ARGUMENTAÇÃO.
FORÇA DOS
ARGUMENTOS
LÓGICA
FORMAL
LÓGICA
ESQUEMA DO
INFORMAL MANUAL, PÁG. 82

No entanto, estas não são as únicas disciplinas que


estudam os argumentos, existindo também a retórica,
vulgarmente caracterizada como a arte da persuasão.
Assim é caracterizada, uma vez que consiste na arte de
falar com eloquência, onde o orador faz (ou tenta)
convencer o auditório a aderir aos pontos de vista que
defende.

Apesar de também estudar os argumentos, a retórica já


não assenta em descobrir e estabelecer a veracidade ou
probabilidade destes, mas, sim, na compreensão e
capacidade persuasiva da argumentação na comunicação.

A retórica conserva características gerais já


apresentadas por Aristóteles, sendo estas:

 o uso de recursos estilísticos como meio de


persuasão;
 uso da linguagem comum;
 pretende modificar crenças, atitudes e
comportamentos do auditório;
 tem maior preocupação com a sedução do auditório
do que com a verdade.

Aristóteles estabeleceu três tipos de argumentação


legítima, uma delas sendo a retórica, abordada em cima.
As outras duas consistem na demonstração - a prova de
algo -, partindo de premissas vistas como verdadeiras
para obter uma conclusão do mesmo tipo; e a dialética,
onde há um debate entre pessoas com dois pontos de
vista, cujo objetivo é estabelecer a verdade através de
argumentos justificados, não existindo aqui a ideia de
vencer o outro ou persuadi-lo.
DISTINÇÃO ENTRE DEMONSTRAÇÃO E
ARGUMENTAÇÃO INFORMAL
A demonstração diz respeito ao domínio do
constringente (deduz conclusões a partir das premissas
universalmente estabelecidas, segundo regras puramente
formais), centrando-se na análise e validade dos
argumentos, evidenciando a relação necessária entre a
verdade das premissas e a da conclusão. É um processo
de inferência impessoal e tem como características o uso
de uma linguagem superficial e não equívoca, onde se
avalia a validade um raciocínio, além de que visa-se uma
verdade universal e necessária.

Já a argumentação diz respeito ao domínio do verosímil,


centrando-se nos efeitos da comunicação, atendendo a
um processo de negociação racional de consensos. A
argumentação procura a adesão do auditório, enquanto
que a outra mostra uma prova, logo, esta consiste num
processo pessoal. Apoia-se numa linguagem natural e
equívoca, assentando-se na comunicação, diálogo e
discussão.

A demonstração é vista como válida ou inválida, caso


cumpra ou não as regras de inferência dedutiva, ao passo
que a argumentação avalia-se como forte ou fraca,
dependendo da adesão ou do acordo.

O discurso argumentativo é uma exposição sobre


determinado assunto que visa influenciar os
pensamentos, os sentimentos e a ação do recetor, por
isso, o seu objetivo é a persuasão.
De forma a cativar o auditório, o orador recorre a
estratégias discursivas que se adequem a este, no que
toca a características psicológicas, às suas crenças,
conhecimentos e valores. Temos vários exemplos de
estratégicas utilizadas, sendo mais usados os seguintes:

 Exemplos e analogias, isto é, situações reais e


fictícias que ajudam na compreensão da mensagem;
 Metáforas e alegorias: apela-se à imaginação com o
mesmo motivo do anterior;
 Repetição de uma ideia de forma a insistir naquela
ideia-chave;
 Alteração do tom de voz para cativar e emocionar o
auditório;
 Uso de emoções, como a dramatização para produzir
emoções favoráveis;
 Linguagem gestual;
 Ironia, podendo alterar o tom de voz ou fazendo
gestos ou expressões, recorrendo-se, muitas das
vezes, a um sorriso.

Encontramos três tipos de discurso:

Na demonstração, o discurso informativo ou referencial,


caracterizado pela objetividade, neutralidade e
imparcialidade do emissor. Serve para informar e para
que o público compreenda a informação apresentada,
proporciona-lhes conhecimento sobre algo ou aprofunda
o tema em concreto.
Na argumentação, há o discurso persuasivo ou
argumentativo que, como já fora abordado, consiste em
seduzir o público, de o convencer quanto a algo, apelar.

Entre os dois, enquadra-se o discurso expressivo ou


emotivo, um discurso subjetivo que tem como objetivo
comover e emocionar, marcado por sinais de pontuação,
principalmente as reticências e pontos de exclamação.

ARGUMENTAÇÃO E AUDITÓRIO: ethos, pathos e logos


A comunicação argumentativa supõe um orador, um
auditório e um discurso. Aristóteles distinguiu três
formas de argumentação.

No que toca à dimensão do orador denominou como


ETHOS – alguém que propõe-se a exercer uma certa
influência, tentando agradar, persuadir, seduzir,
convencer com base em discursos e argumentos
racionais.

Quanto à disposição do auditório chamou de PATHOS –


pessoa(s) que o orador pretende influenciar. Este tem de
decifrar as intenções e caráter do orador.

E, por fim, à organização do discurso intitulou de LOGOS


– conjunto de argumentos organizados de modo a
persuadir; tipo e estrutura dos discursos.
QUEM A QUEM SE QUAL O ARGUMENTO
ARGUMENTA? DIRIGE? APRESENTADO?

ORADOR AUDITÓRIO DISCURSO

ETHOS PATHOS LOGOS

AUTORIDADE,
PAIXÕES E ESTILO E
CREDIBILIDADE,
EMOÇÕES, ARGUMENTOS DO
CONFIANÇA,
NECESSIDADES, DISCURSO,
INSPIRAÇÃO, FORÇA
CRENÇAS E FIGURADO E
MORAL E CARÁTER DO
VALORES DO LITERAL
ORADOR
AUDITÓRIO
ESQUEMA DO MANUAL, PÁG. 88

A Hermenêutica consista na interpretação e análise do


discurso argumentativo de forma avaliá-lo. Esta divide-
se na parte teórica e na parte prática, assentando quatro
aspetos na primeira e um na última.

Primeiramente, verificamos se os argumentos utilizados


são aceitáveis ou razoáveis, salientando que ser aceitável
não equivale a ser verdadeiro.

Exemplo:

 O ser humano morre.

O homem é um ser humano.

Logo, o homem morre.

Este exemplo trata-se de um argumento verdadeiro, pois


é impossível não morrermos.
 Até hoje bilhões de seres humanos morreram sem
completar 200 anos de vida. No futuro, nenhum ser
humano chegará a essa idade.

Aqui já se trata de um argumento aceitável, uma vez que


não há garantia que alguém, futuramente, não chegue a
viver até os 200 anos.

Partimos de seguida para a relevância dos argumentos.


Se sem essas premissas o argumento continuasse a fazer
sentido, então estas não têm relevância para o
argumento, não contribuem para tal.

Posterior a esse, o suporte do argumento, para que se


aceite a demonstração feita. E, por, fim, a
refutabilidade, onde se confronta os argumentos
propostos pela outra pessoa.

Tudo isto encaixa-se na parte teórica, pertencendo à


parte prática a reconstrução do argumento a partir da
utilização de paráfrases e esquematizações lógicas para
se realçar as estruturas e limites do argumento.

PRINCIPAIS TIPOS DE ARGUMENTO NÃO DEDUTIVOS


Tal como referi no primeiro esquema, os argumentos não
dedutivos abordam os argumentos indutivos, analógicos e
de autoridade.

Os argumentos indutivos são argumentos cujas


conclusões, embora que possa não derivar
necessariamente das premissas, é, de certa forma,
apoiada por estas ou plausível. Temos como exemplos a
generalização e a previsão.

Uma generalização é um argumento como:

 O Chico, a Margarida e a Leonor do 12ºA são bons


alunos.

Logo, todos os alunos do 12ºA são bons alunos.

Ou seja, na generalização parte-se de um grupo que


possuem uma determinada propriedade e daí conclui-se
que todos desse grupo têm essa mesma propriedade –
parte-se do particular para o geral.

Utilizando sempre a estrutura de “Alguns A são B. Logo,


todos os A são B”.

Já as previsões partem, geralmente, de algo do passado


(apresentado nas premissas), terminando, na conclusão,
em algo que acontecerá. Por exemplo:

 Todos os homens com quem a Taylor se relacionou,


traíram-na.
Logo, o próximo homem com quem ela se relacionar,
trai-la-á.

Por fim, os argumentos de autoridade, que fornecem


como justificação para a conclusão o facto de ela ter
sido emitida por algo ou alguém considerada uma
autoridade na matéria. Vemos este tipo de exemplos no
Sermão de Santo António Aos Peixes, quando, o
pregador, no caso, Padre António Vieira, recorre a
Cristo, por exemplo, citando frases em latim da bíblia
para comprovar os seus argumentos: “O que se há-de
fazer ao sal que não salga, Cristo disse logo: Quod si sal
evanuerit, in quo salietur? Ad nihilum valetultra, nisiut
mittaturforas et conculcetur ab hominibus.”

OUTROS TIPOS DE ARGUMENTOS


Para além dos argumentos não dedutivos, temos mais
quatro tipos de argumentos.

Argumento com base em exemplos é um deles, dando


suporte ao seu argumento com exemplos que lhe dê
forças, partindo-se, assim, de casos particulares.

Argumentos sobre causas onde se mostra a relação entre


dois fenómenos sendo um a causa do outro. Por exemplo,
“Riscar o fósforo é a causa da chama”, pois é algo
necessário para que o fósforo acenda. Se não for
riscado, não acenderá.

Argumentos dedutivos nos quais a conclusão tem que


derivar necessariamente das premissas.

Entinema é um argumento dedutivo em que se omite uma


das premissas. Por exemplo, se se disser “O aborto é um
crime porque é imoral”, subentende-se “Todos os crimes
são imorais”.
PRINCIPAIS TIPOS DE FALÁCIAS INFORMAIS
Antes de mais, uma falácia informal consiste num error
de raciocínio, podendo ser ou não intencional, que se
associa ao conteúdo exposto nas proposições do
argumento ou na linguagem. Muitas das vezes, o erro não
é óbvio.

Estas falácias podem apresentar uma ideia que é falsa


como verdadeira intencionalmente (sofista) ou não
intencionalmente (paralogismo).

Falácia contra a pessoa

Consiste em atacar pessoalmente o opositor e não as


suas afirmações/ideias.

 João afirma que viu Pedro a cometer um crime.

Mas toda a gente sabe que o João já esteve preso.

Logo, o que o João afirma não é verdade.

Apelo à ignorância

Argumenta-se que uma afirmação é verdadeira ou falsa,


pelo simples facto de não a conseguir comprovar de
outra forma.

 Existe vida noutro planeta, pois nunca provaram o


contrário.
Post hoc

Esta falácia consiste na ideia de que dois eventos que


ocorram em sequência cronológica estão
necessariamente interligados através de uma relação
causa efeito.

 Depois de ter comido um chocolate, vomitei.


Logo, o chocolate provoca o vómito.

Petição de princípio

Usamos como prova aquilo que estamos a tentar provar,


ou seja, provamos a conclusão tendo como premissa a
própria conclusão.

 Não falta ninguém, porque está cá toda a gente.

Derrapagem (ou “bola de neve”)

Aqui assume-se que um acontecimento desencadeará


outro(s). O erro assenta no facto dos acontecimentos
seguintes serem improváveis.

 Se legalizarem as drogas, todos quererão


experimentar o que resultará num mundo de
drogados.
Boneco de palha (ou espantalho)

A tese do adversário é distorcida de forma a se atacar


mais facilmente. É, na verdade, uma das argumentações
mais utilizadas.

 A minha mãe quer que estude mais, no entanto, a


privação de tempo de ócio pode levar à depressão e
a outros problemas mentais. Impedir uma pessoa de
fazer algo para além de estudar/trabalhar é algo
incorreto.

Falso dilema

Apresentam-se duas alternativas como sendo as únicas,


fazendo acreditar que não há mais alternativas
disponíveis.

 Ou és hétero ou és homossexual. Se és rapariga e


sentes-te atraída por um rapaz, concluis que és
heterossexual.

Falácia da ambiguidade

Uma frase ou palavra é usada sem clareza. Encontrei


três categorias dentro desta que caracterizam esse
mesmo problema.

Equívoco: a mesma palavra pode ser usada com dois


significados diferentes
Temos como exemplo a confusão de uma afirmação de
“pode” com uma de “deve”:

 Acho que hoje deve chover.

Anfibologia: a construção da frase permite atribuir-lhe


diferentes significados

 O João conversava com o Mário sentado no muro.

Aqui fica a questão de qual dos dois se encontrava


sentado no muro.

Ênfase: sugere um significado contrário ao que se


realmente diz.

 Agora, não estou no telemóvel.

Dá-se ênfase com o “agora” que a pessoa em questão


está, habitualmente, no telemóvel.

Sofisma por extrapolação

Retira-se uma conclusão abusiva das premissas.

 O João mentiu-me, dizendo que tinha ido às


compras. Logo, se o João mentiu-me, ele é um
mentiroso.

Falácia ad verecundiam (apelo à autoridade não


qualificada)

Apela à palavra ou reputação de alguma autoridade com o


objetivo de se validar o argumento.

 Jesus não faria isso que fizeste.


Falácia ad populum

Nesta falácia, responde-se a um argumento ou afirmação


a partir duma referência a uma opinião geral.

 Esta é a marca mais vendida na Europa, por isso,


deverias comprar os seus produtos.

Falácia ad terrorem

Apele-se ao terror, mostrando as desagradáveis


consequências que advém caso não se faça ou aceite algo.

 Se fizeres isso, podes ser expulso.

Falácia ad misericordiam

Longe de se basear em factos, apela-se à piedade com


base em intenções ou em determinadas situações para
conseguir que este seja aceite

 Espero que gostes desta prenda. Estive três meses


a pormenorizá-la com o maior cuidado, só para ti.

Falácia ad baculum

Funciona como pressão psicológica sobre o auditório com


a intenção de que este concorde com que lhe é imposto

 cu fazes o que eu quero ou ponho-te de castigo.


FILOSOFIA, RETÓRICA E DEMOCRACIA
Os gregos sempre deram importância ao poder da
palavra mas é com o aparecimento e desenvolvimento da
democracia, no século V a.c., que a retórica (arte de bem
falar) torna-se algo essencial, claramente na política. O
que importa é a eficácia persuasiva, por isso, é um
requisito fundamental dominar a retórica.

O termo democracia é de origem grega composta por


DEMOS (povo) e KRATOS (poder). Assim se conclui que
é um regime político em que a soberania é exercida pelo
povo ou cidadãos. No entanto, na Grécia Antiga, nem
todos eram considerados cidadãos, excluindo-se desse
termo as mulheres, os estrangeiros e os escravos,
abordando o termo “cidadãos” os homens gregos livres
de ou com mais de 18 anos. Somente a eles lhes eram
assegurados os seguintes direitos:

Isocracia: igualdade no acesso ao poder

Isonomia: igualdade perante a lei

Isegoria: igualdade no acesso à palavra

OS SOFISTAS
Sofistas foram um tipo específico de professor na
Grécia Antiga e no Império Romano, que era, sábios
itinerantes, educadores políticos, ensinando áreas como
música, política, matemática e atletismo. Temos como
principais e mais conhecidos sofistas Górgias, Hípias,
Trasímaco, entre outros.

Os sofistas forneciam instrumentos linguísticos e


discursivos para o domínio da argumentação e da
eloquência persuasivas.

O seu ensino centrava-se em três artes complementares


e organizava-se em dois momentos.

O primeiro momento abordava a dialética (a arte de bem


argumentar) e a erística (arte de bem disputar),
formando o segundo momento a retórica (arte de bem
falar).

Primeiro
Momento [teórico]

Dialética: Erística
Debate onde há ideias Arte argumentativa com o objetivo de vencer uma
diferentes discussão e não de descobrir a verdade de uma questão

Além das duas artes, faz também parte do primeiro


momento o que tem como nome Kairos.
Kairos

Consiste no “momento certo”


ou “oportuno” de intervir no
discurso
Segundo
Momento [prático]

Retórica

Arte de falar bem, de se comunicar de forma clara e conseguir


transmitir ideias com convicção

SÓCRATES E PLATÃO
Diferente dos sofistas, a filosofia socrática e platónica
procura verdades universais e impessoais, importando-se
com o conhecimento da verdade, deixando de lado a
persuasão.

O método dialético utilizado por Sócrates caía numa


sequência de perguntas e respostas. Este método envolve
duas máximas, sendo estas a ironia e a maiêutica.

Arte de interrogar, tendo Arte de dar


como objetivo fazer com nascimento,
que o auditório reconheça a aprofunda o
sua ignorância e conseguir conhecimento,
levá-lo/conduzi-lo para fora procura-o, e orienta
destas. o interlocutor
BIBLIOGRAFIA

“Clube das Ideias”, 11º

http://armazemresumostk.webcindario.com/argumenta
caoeretoricafranciscocubal.pdf

https://pt.slideshare.net/norbas/argumentao-e-
retrica-15126947

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