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2º Argumento
o Divergências de opinião: Se alguma opinião estivesse devidamente
justificada não haveria razão para outras pessoas razoáveis não a
aceitarem
3º Argumento
o Argumento da ilusão: os nossos sentidos iludem-nos frequentemente,
o que mostra que não são dignos de confiança
Descartes escolhe um método, a dúvida, e decide rejeitar como falso tudo o que
não for absolutamente indubitável. Todas as nossas crenças terão de ser
submetidas à dúvida e só serão aceites como justificadas se passarem no teste.
Passar no teste é tentarmos duvidar delas e não conseguirmos. Assim se chega
a uma crença indubitável. A dúvida é uma suspensão do juízo; tem uma função
catártica, liberta o espírito dos erros, dos preconceitos, que o podem perturbar ao
longo do processo de procura da verdade e impedir a reconstrução, com fundamentos
sólidos, do edifício do saber (exercício voluntário)
11. Explicar as causas da dúvida (os argumentos da ilusão dos sentidos, do sonho
e a hipótese do génio maligno).
• Duvidou dos dados dos sentidos – não são fontes seguras de
conhecimento, pois se os sentidos nos enganaram antes não podemos estar
certos de que não nos enganam sempre; é como desconfiar de alguém que
já por várias vezes nos enganou.
• Argumento do sonho ou a não distinção entre o sonho e a vigília: duvidou
/ rejeitou tudo o que até então tinha entrado na sua mente porque nos sonhos
tudo se passa como se estivéssemos realmente acordados. Ora, se as
experiências que temos num caso e noutro são idênticas, como podemos
saber que, neste preciso momento não estamos a sonhar? Descartes conclui
que não podemos saber e que, portanto, tudo pode não passar de ilusão. O
argumento dos sonhos leva-o à conclusão de que podem ser falsas todas as
crenças que possuímos sobre o mundo. Será o mundo físico uma ilusão?
E, enquanto sonhamos acreditamos que tudo está a acontecer na realidade
e não apenas na nossa cabeça. Estamos a sonhar, mas parece que estamos
realmente acordados. Mesmo nos sonhos acreditamos que 2+2=4. Por isso,
independentemente de estarmos a sonhar ou não, há certas coisas que
parecem absolutamente certas – como é o caso das verdades matemáticas.
Mas, nem sequer isso escapa à dúvida. Assim, duvidou das noções e
demonstrações matemáticas, de todos os conhecimentos resultantes do
raciocínio.
• Hipótese do génio maligno: É uma experiência mental que consiste em imaginar
uma espécie de divindade enganadora que usa o seu enorme poder para se divertir
à nossa custa. Essa divindade manipula sistematicamente os nossos pensamentos
sem nos apercebermos disso. O poder desse génio seria tal que conseguiria causar
na nossa mente todas as crenças que bem lhe apetecesse. Por exemplo: enganar-
nos sempre que pensamos que 2+2= 4, fazendo-nos pensar que isso é verdade,
mesmo não o sendo. Quem sabe se a verdade não será: 2+2= 5? É possível,
portanto, que estejamos a ser sistematicamente enganados pelo génio maligno
quando acreditamos que 2+2=4. Logo, talvez o resultado do nosso raciocínio
matemático seja falso.
12. Mostrar o significado e o papel das operações da razão.
As operações da razão são:
• Intuição: apreensão direta e imediata de noções simples, evidentes e indubitáveis
/ ideias inatas; fonte de todo o conhecimento – é através dela que se atinge os
primeiros princípios. (ex. Princípios matemáticos)
• Dedução: encadeamento de intuições, ato pelo qual a razão conclui, a partir de
verdades conhecidas com certeza, outras verdades que lhe estão
necessariamente ligadas.
Entre as ideias inatas que possuímos, encontra-se a noção de um ser perfeito, um ser
omnisciente, omnipotente e sumamente bom. A ideia de ser perfeito servirá de ponto
de partida para a investigação relativa à existência do ser divino.
19. Saber que o conhecimento do mundo só é possível depois de se saber que Deus
existe.
Descartes passou em revista o conteúdo da sua razão e encontrou, uma outra
ideia, e só uma, que se lhe impõe com igual evidência: ideia de extensão. Causa:
Deus. A ideia de extensão materializa-se em algo real na natureza; extensão é a
propriedade fundamental da matéria, dos corpos e do espaço. Descartes chega,
assim, à conclusão que tem corpo, que existe o mundo à sua volta e constata-os
pelas sensações que estes provocam, sendo estas garantidas por Deus. O Mundo
não é o sonho pois é uma crença fundada na veracidade divina. Pelos sentidos
descobre-se muitas coisas, mas não são o fundamento do conhecimento. Por
isso, Descartes é racionalista.