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CoNotcloNAMENTo cLAsstco
se pensarmos, por exemplo, em comportamentos como escrever
um texto, assistir a um progÍz;ma de televisão, veremos que estes
Ivan P. pavlov (Lg49-1936), um fisiologista
russo, deu início são rcalizados pelo indivíduo como forma de influenciar o seu
em 7902 ao desenvorvimento dos estudos
áo chamado condicio- ambiente, ou seja, estamos diante de comportamentos operantes,
namento clássico. Ele é considerado um
dos primeiros cientistas definidos como fespostas (comportamentos) determinadas por suas
da ârea da psicorogia a dekar de estudar
os fenômenos subjetivos relações com as consequências.
do comportamento humano.
Pavlov rcalizou uma série de experimentos
que resultou na
base desse conceito. Estudou o comportamento
reflexo, que en- CosntcloNAMENTo oPERANTT: SrusNrR
volve as respostas não voluntárias (o sugar
do bebê quando lhe é
colocado um objeto na boca, arrepiar quando
sente oar frio etc.), Ao condicionamento clássico de Pavlov, também chamado
e demonstrou que, através da aprendizagem,
um novo estímulo, condicionamento respondente, apoiado no comportamento re-
definido como estímuro neutÍo, pode vir a
reflexa já existente (reflexo condicionado).
ericiar uma resposta flexo, Burrhus Frederic Skinner (1904-1990), acrescentou o seu
Para merhor compreender o funcionamento
conceito-chave de condicionamento operante, compreendendo o
to, pensemos no experimento de pavrov
do condicionamen- compoftamento dos organismos não influenciado apenas por alte-
com cães: verificou que rações ambientais antecedentes. Nesse caso, o indivíduo, ao com-
esses animais, em presença de uma
comida, apresentavam o reflexo portar-se, provoca alterações no ambiente e este, ao mesmo tempo,
de sal-'vação' sem que houvesse a necessidade
de aprend izagem alten o modo como ele se comporta (Glassman eHadad,2006)'
para que assim ocorresse. No entanto,
descobriu que iocando uma Skinner foi um dos psicólogos mais conhecidos dos Estados
campainha e apresentando imediatamente
seguidas associações, o som ouvido passava
a comida ao cão, após Uàidos. Nascido na Pensilvània, nttma famíha em que o paí eta
a evocaï a mesma um advogado reconhecido, iâ na sua infância demonstrou grande
resposta que a comida, ou seja, a sarivação.
o som era um estímuro interesse pela leitura, boas habilidades manuais e um reconhecido
neutro, mas ao ser pareado com a comida
também passava a ericiar talento paraliterattra. Graduou-Se em Hawarde passou a dedicar-se
a Íesposta de sarivação; mesmo sem
a apresentação do arimento à pesquisa. No entanto, foi apenas após seu doutorado, em 1'931',
o animal jâ salivava.
E como poderia ser retirado esse comportamento e muitas pesquisas, que Skinner difundiu o que ele denominou
de salivar análise experimental do comportamento e foi o propositor do beha-
mediante o som do repertório do cão?
Isso ocorreria se, ao soar viorismo radical, que considerava os estados mentais inacessíveis
seguidas vezes a campainha, nãomais
fosse apresentado o arimen- ao estudo científico.
to ao cão. Teríamos, então, a exdnção da rãspost
a de salivação Realizou experimentos com Íatos em laboratório, colocando-os
mediante a exposição do som.
A importância do condicionamento crássico pafa em caixas-gaiolas, em que eles, ao tocaÍ uma alavanca, recebiam
behavioristafoi a de demonstrar que é possíver
a escola alimento, água. Ou seja, os ratos aprendiama associar o comporta-
contiorar respostas mento de pressionarvmaalavanca com o recebimento de alimento'
involuntárias-reflexas associando-as a
determinados estímuros. Daí, sempre que estivessem com fome, pressionavam a alavanca.
Vale mencionar que a dita teoria não
explic a as aprendiza_ Sua teoria resulta na convicção de que os comportamentos
gens vinculadas aos nossos comportamentos
voluntários. Assim, podem Ser goveÍnados. E o que ele busca são as leis que permitem
18 Pstcotocta DA ÀrRtNDlzAcÉM
SKINNER 19
pode, nesse momento, não se dirigir ao aluno, mas, ao contrário, atenção, notas) até chegar à resposta desejada de ler o texto.
imediatamente o fazer diante de um mau compoÍtamento. Skinner (2007) chamou esse processo de rnodela.Sern, ou seia, um
Em suma: processo de reforçamento por aproximação sucessiva de uma res-
posta (esperada), em que o operante é o resultado de um contínuo
Reforçador positivo = aumenta a resposta (recompensa) processo de modelagem. "O condicionamento operante modela o
J comportamento como o escultor modela a atgila" (p. 101).
Retirad.a = redução da resposta
ParaBaum (2006), o convívio de uma ctiança numa cultura
Reforçador negativo = aumenta a resposta (fuga, esquiva, alívio) humana necessita de uma modelagem contínua, sem a qual seria
j provavelmente impossível aprender tudo de que precisa. Num
Punição = redução da resposta (castigo, penalidade) processo de aquisição de uma nova resposta, o instrumento funda-
mental da modelagem é o reforço, ou seja, a consequência de uma
Esses conceitos envolvem a compreensão de que dentro do açào quando ela é percebida por aquele que a pratica. No entanto,
condicionamento operante, o foco está sobre o que o indiuíduo essa necessidade de reforço, na medida em que o compoftamento
faz, as circunstâncias sob as quais faz e as consequências de sua ocorre, pode ser modificada. Por exemplo, a crLanç que está na
a.ção. Essa tríade, em seu conjunto, é definida por Skinner por alfabetização inicialmente tem seu compoÍtamento de ler reforçado
contingências do comportamento e deve ser objeto de análise, o pelo professor ou pelos pais e, posteriormente, pode ser reforça-
que permite compreender por que determinadas ações acontecem da pelo fato de conseguir ler sozinha Seus textos, Seus livros de
em situações distintas e coffÌ determinadas consequências. Enfim, história, não havendo mais a necessidade daqueles reforçadores.
quando um reforçador se dâ imediatamente depois de uma res- Dentro do condicionamento operante, um fator a ser consi-
posta, resulta num aumento ou diminuição na probabilidade de derado é que o reforçamento deve obedecer à contiguidade, isto
que essa resposta ocorra novamente sob circunstâncias similares. é, ele deve ocorrer imediatamente após a resposta pretendida, au-
Devemos lembrar que o valor (a importância) do reforçador é mentando a frequência da mesma. Desse modo, quando o aluno,
determinado pela própria pessoa e depende da privaçáo do orga- por exemplo, que resiste em ir ao quadro negro escrever algo que
nismo pan detetminado estímulo. No seu experimento com ratos, lhe foi solicitado, se ele o faz, ainda que reclamando, o professor
estes apresentam maior possibilidade de aperrar a alavanca para deverâelogiar de imediato essa conduta, aumentando as chances de
obter água se estiverem sem beber âgua por algum tempo. Com essa resposta de ir ao quadro, quando solicitado, acontecerde novo.
isso, é impoítante que seja observado o tipo do reforçador presente E o que ocorre se uma pessoa que recebia reforçamento por
3 a sua relaçáo com a resposta. um determinado comportamento, não o receber mais? Há a possi-
Assim, nessa teoria, ao ensinar uma criança a\et, por exemplo, bilidade de que aconteça uma queda na resposta, uma cessação,
necessitamos elaborar um programa de reforços educacionais, em quando o reforçamento é descontinuado, podendo resultar na
que as respo-stas adequadas, em suas unidades, sejam reforçadas extinção do comportamento. Por outro lado, se o comportamento
:om frequência, a fim de se chegar ao objetivo comportamental. já estiver instalado, ele pode se manter por bastante tempo sem
Até porque não se aprende a ler um texto de um momento para o necessidade de estímulo reforçador frequente, como é o caso do
rutro; pode-se aprender as letras, as sílabas, as palavras, as frases comportamento de birra em que os pais acabam dando o doce
3tc., e, em cada etapa a criança vai sendo reforçada (com elogios, para que acriança pare de grrtar, espernear, chorar, ainda que não
22 PsrcoLociA oA ApRtNDlzAcEM SKTNNER 23
a reforcem todas as vezes com o doce solicitado. No futuro, em Nesse casol pafa o efetivo estabelecimento de comportamentos,
condições semelhantes, é provável que a criança repita o mesmo a escola proporciona a aplicação de condicionamentos através de
comportamento, pois em algum momento obteve a consequência vma gama variada de reforçadores artificiais (elogios, notas, pro-
esperada: o doce. moções, diplomas etc.).
Vemos, portanto, que, em nosso cotidiano, nem sempre um o autor esclarece que a educação trabalha muito mais com a
reforço é dado continuamente, ainda assim aprendizagens ocorrem aquisição de novos comportamentos do que com a sua manutenção
e os comportamentos persistem, mesmo com um reforço intermí- e, nessa perspectiva, prepara seus alunos Para situações futuras,
tente. A exemplo disso, nem sempre somos elogiados quando co- que pfovavelmente irão ocorrer em determinadas circunstâncias,
zinhamos, mas continuamos a fazê-lo. Hâ vfuiaspossibilidades de que jâ nào estaráo vinculadas ao âmbito escolar. E determinando
reforçamento, que skinner definiu pot esquernas de reforçamento, ou não a manutenção de tal compoftamento, o qual é definido
como reforçar sempre, ou a cada período, ou a cada determinado pela sua ,,utilidade" pan a família, par^ a sociedade. Os objetivos
número de respostas. educacionais, ao sefem definidos antecipadamente, devem buscar
Quando, por exemplo, estou com sede (em pleno verão) e vou a possibilidade de proietar a modelagem de um adulto'
alé a geladeira buscar por âgua. E assim o faço, pois, em minha Em Suma, ensinar consiste no arranio de contingências de refor-
história de vida, é a resposta que mais me proporcionou reforçado- que a educação
ço sob as quais educandos aprendem, lembrando
res (acabar com a minha sede). No entanto, pode nào haver âgua está relacionada com a cultura na qual o indivíduo está inserido e
nesse local, e o que farei é ir buscar sànar minha sede de outras que se compõe de todas asvarííweís que o afetamde algum modo
formas: tomar âgua da torneira, comptá,-la em uma lanchonete, no i e que são dispostas por outras pessoas.
supermercado, ou seja, vou fecofrer a outros comportamentos que Falcone (2006) esclarece que o condicionamento operarrte i^
I
fu raçeo ENS rNo-AIRENDT zAGEM avahaçào e revisão das atividades, em consonância aos obietivos
fins. como se pôde constatar, é um planejamento da atividade do
De acordo com a perspectiva teórica de skinner, quando se aluno, mais do que da do Professor.
(197 2)
objetiva proceder a uma avaliaçã.o no que tange à adequação ou Analisando o processo ensino-apr endizagem, skinner
que
não de determinado procedimento de ensino, é preciso centrar-se considera que simplesmente "aprender fazendo" nã.o faz com
nas respostas emitidas em sua prâtica, ou seja, no alcance ou não um aluno aptenda. Apenas praticar, não significa que o aluno te-
do resultado que o mesmo fomece em relação ao que era esperado, nha aprendido a fazer de modo eficaz e também náo vaí elevar a
avaliando, assim, a sua eficiência (Luna, 2oor.Em consonància probabilidade de ocoffef novamente a fesposta emitida. O autor
com esse enfoque, os aspectos internos, as va"jâveis internas, são alerta para a importância da transmissão da cultura aos alunos e
abandonados como explicação, pois de nadavale elucidar e asso- que aos mesmos deve ser propiciado o acúmulo de conhecimen-
ciar as dificuldades dos alunos, por exemplo, ao seu desinteresse, à tòs, de prâticas sociais, de aptidões etc., o que náo é possível por
sua desmorivação, pois estas não nos proporcionam o apren dizado uma simples descobena. Os alunos não aprendem exclusivamente
sobre o modo como eles aprendem, revelam apenas quem está fazendo, ou mesmo ptaticando; estar em contato com o arnbiente
"interessado" em aprender. Assim, há nesse caso a necessidade de não resulta diretamente na aprefidizagem. Como já explicitamos,
mudanças nas condições ambientais. isso requer um comportamento e as suas consequências diretas,
Desse modo, deve-se analisar o comportamento do aluno a numa utrltzaçáo de técnicas específicas'
fim de verificar suas necessidades de aprendizagem, bem como o Numa abordagem comportamental, as contingências de reforço
repertório (de comportamentos, aprendizagens) que ele traz para as são essenciais para que ocorra a aprendizagem e o esquema em
situações de ensino eainda as consequências capazes de interagir que essas contingências surgem é o que vaí indícat a frequência
com ele e manter seu comportamento e, assim, estabelecer quais do comportamento aPrendido.
são os esúmulos c^pazes de reforçar o comportamento desejável de Para explicar o fato de que alguns alunos preferem determina-
seus alunos. o professor teria como tarefa descrever o repertório das atividades em sala de aula e não outras, como ler um livro de
de seus alunos e, com isso, planejar o que seria neces sârio para história, realizat operações matemâticas, ou escrever um texto, é
que estes atinjam o que se queira que eles alcancem. Aumentam importante que nos voltemos pafaahistória de interações passadas
as chances de esse professor obter sucesso se puder observar seus desses alunos com o seu ambiente. IsSo permite compreendef por
alunos em outros ambientes, como fora da sala de aula, nasbrinca- que certas consequências são reforçadoras, ou sáo tncapazes de
deiras, narua, buscando compreender os esquemas de reforçamento mantef o comportamento, ou ainda aversivas para outros. Além
presentes. Tarefa essa que nã.o é nada fâcil, pela necessidade e disso, agimos de determinados modos e, em relação a estes, há
inviabilidade de organizar um experimento com todo o seu rigor sempre consequências. Se elas são positivas pxa o organismo' a
científico; o que de modo algum exclui das escolas a presença do tendência é repetir tais comportamentos'
behaviorismo em seu cotidiano. O comportamento de ler setâ mantido, por exemplo, se hou-
Assim, de um modo geral e sob esta perspectiva, um bom ver algum valor reforçador, como o elogio, a expressão, o sorriso
ensino exige que o professor planeje as atividades dos educandos do práfessor, dos pais. A leitura pode promover ^ habilidade de
especificando o que eles deverã.o fazer, e em que circunstâncias, decifrar novas palavtas e com o tempo o relaxamento, o prazeÍ'
e estabelecer as consequências. Nesse processo, deverâ haver Skinner QAOD ressalta que há muita diferença entfe mantef um
26 Psrcorocra DÂ ApRtNDlzAcEM SKTNNER 27
aluno lendo pelo valor reforçador no comportamento de ler ou outfas, a de traçar objetivos que sejam significativos e conteúdos
pela possibilidade de ser reprovado se não o fizer. por isso, o en- que contemplem esta significação. A programaçào compreende,
sino deve ser cuidadosamente planejado para que gradativamente ainda, alguns elementos considerados básicos, levando em conta
o aluno possa emitir o comportamento desejado mesmo sem que conteúdos e objetivos específicos, aos quais o professot deverâ
ocorram os reforçadores externos. estar atento. Entre eles, tem-se:
Mais uma vez destacamos que cabe a quem "ensirìa" ser capaz a) É importante estabelecer, em cada disciplina, o que o
de arranjar as contingências de reforço (e para isso deve ter uma aluno não sabe e organizar-se pate- ensiná-lo, proceder a
boa formação e conhecimento da teoría comportamental) de for- observações, análise e avaliaçào do grau de preparo, paÍa
ma a facihtar a aprendizagem. Nessa lógica, se o professor é visto determinadas aprendi zagens, dos conhecimentos prévios'
como quem "ensina bem" é possível indicar que ele facilitaa aqui- b) Ao considerar as dificuldades do aluno, devem-se ensinar
sição de uma resposta pelo indivíduo, pois para Skinner (Ig72; 4) as primeiras coisas primeiro, ou seja, organizar a sequência
"ensinar é o ato de facilitar a aprendizagem" . A qualidade do ato de ensino numa progressão correspondente às suas dificul-
de ensinar do professor, e do método utilizad,o por ele, tem relação dades; definir que atividades o aluno deverá realizar para
direta com o ato de aprender do aluno. processo que é facilitado atingir os objetivos propostos. Como, por exemplo, pata
com o conhecimento do professor de como o aluno aprende e, poder realizar os cálculos de multiplicaçào, a criança deve
com isso, de qual a melhor forma de ensiná-lo. aprender noções de quantidade, dominar a aprendizagem
Se o aluno não aprende, possivelmente é porque o modo como somatória, de agrupamento, a tabtada etc.
ele aprende e o que faz com que ele aprenda, de alguma maneira, c) Ao organizar um ensino, deve-se planejâ-lo tendo em vista
náo foram compreendidos pelos responsáveis pelo ensino. o aluno e mantendo-o permanentemente em atividade.
Por fim, Skinner (1972) considera que toda criança ao nascer d) É necessário que se criem condições p^ra a autoavaliaçâo
possui potencial biológico par^ aprender alguma coisa, o que não e que a prâttca do feedback seja constante, de modo a
significa, por outro lado, que o conhecimento nasce junto com ela. possibilitar, se necessâtio, um replanejamento em busca
do sucesso na aprendizagem; avaliaçào do programa, dos
processos de ensino e dos alunos.
O pnorussoR E A INSTRUÇÃo IRoGMMADA e) O planejamento requer a atenção para que se organizem
etapas pequenas e que só se avance com o domínio de
Ao proceder a uma anâIise sobre o ensino empreendido, etapas anteriores, haiavistaque um acúmulo de dificuldades
Skinner (1972) defende que deve ocoffer com a aplica.çã,o de um pode resultar em desestímulo para o aluno'
programa constituído de uma sequência do material educativo Para tornar o aluno competente em determinada matétia, é
(textos programados), que resulta na divisão desse em pequenas fundamental que os reforços sejam contingentes ao fim de cada
partes, em unidades simples e, a serem ensinadas passo a passo. passo (mesmo que pequeno), em que a conclusão seia adequada.
À medida que cada etapa é vencida, o aluno é aàequadamente É importante utihzar o reforçador adequado para a resposta ade-
reforçado. Desse modo, para ele a organizaçã,o da prograrnação do quada. Assim, uma programaçã'o de ensino, se bem conduzida e
ensino orienta-se pela definição da sequência do material educativo, planejada, poderá levar ao sucesso do aluno. Skinner (1972) te-
pelos objetivos a serem almejados e pelo planejamento da avalia- vela que o professor tem papel fundamental no planejamento das
ção do progÍama. Tal organização envolve preocupações, dentre condições de aprendizagem, pois é de sua responsabilidade que
28 Psrcoroct DA ApRtNDlz^ctM Srrrntr 29
o aluno aprenda e, assim, uma avaliação do trabalho do professor do aos educadores e à instituição escolar definir a pÏogram^ção do
deve estar relacionada ao que o aluno aprendeu e não ào q.r" estudo. Esse aspecto do uso da máquina de ensino representa para
o
professor ensinou. Skinner (1972:25) que "a professora pode começar a funcionar,
A parte mais representativa do sistema educacional é o pro- não no lugar de uma máquina batata, mas através dos contatos
fessor. Para compreendêJo é preciso compreender as contingên- intelectuais, culturais e emocionais daquele tipo todo especial que
cias que reforçam o seu comportamento de ensinar. Nessa esfera, testemunh^m a s)^ {ratvfeza de ser humano"'
ele afirma que a remuneração pode, em algum momento, ser um para que essas máquinas possam ser utilizadas de maneÍa
atrativo para o trabalho do professor, mas efetivamente o compor- eficaz, é necessário que a resposta do aluno a algum questio-
tamento de ensinar emitido nas aulas é reforçado por outras con- namento, preferencialmente, não seia escolhêìa entre múltiplas
sequências, entre as quais se destaca o resultado da aprendizagem opções (reconhecê-la), e sim lembrála. Além disso, Para o aluno
do aluno, ou seja, "o efeito sobre o estudant e é a consequência aprender um compoftamento complexo, a mâquina deve fornecer
mais importante na modelagem do comportamento do professor" uma sequência bem estrururada de passos, em que gradualmente
(Skinner, 7972:239).
o aluno se lance rumo a alcançat o objetivo final'
Para que o professor possa realizar_se é preciso, então, que Skirrner(1972)aftrmaqueépossívelensinarumalunoaestudar
no pfocesso de ensinar ele dê conta de organizar as contingências e que pxa tanto deve-se ensinar-lhe técnicas de autogovernol a
de reforços essenciais para o arcance das respostas desejadas em fim de que possam ser aumentadas as possibilidades de que o que
relação ao aprendizado escolar. euanto maior for a capacrdade foi visto ou ouvido seja lembrado. Estudar por si mesmo também é
e
eficiência dos professores, possivelmente mais fortes ,"iao a apto- um comportamento e, poftanto, também deve ter sido aprendido
priaçã.o e o desenvolvimento da cultura. para poder ser realizado. Assim, ensinar o aluno a estudar por si
mesmo é fazer com que ele seja capaz de controlar o seu próprio
comportamento de aPrender.
-por
MÁqUINns DE ENsINAR: UMA P.SSIBILIDADE DE APRENDER fim, de acordo com essa peÍspectiva, tanto a mâq]d,ina de
ensinar quanto a instrução programada buscam levar o aluno a
Skinner (1972) aponte- como método eficaz em sala de aula estudar individualmente, sem intervenção direta do professof, com
as máquinas de ensinar, que são aparelhos com a r-rtirização
de apoio de um matertal previamente elaborado e organizado, com
passos graduais no processo de aprendizagem. Assim, o reforço aplicaçâo e reforçamento gradual, adaptado às possibilidades do
é dado por um sinal indicando o acerto da resposta do aprendiz educando, segundo seu ritmo próprio, maturidade e conhecimen-
à pergunta feita pela mâquina, imediatamente após cada tos anteriores.
resposta
correta. A máquina é programada de modo a permitir a apresen_
taçào gradual do conteúdo de forma a fazer a modelagem, como
também pode resolver o problema de toÍnar o reforço contingente SnIt DE AULA: A PUNIçÃO E OUTROS INTERIERTNTES
ao comportamento, apresentando-o imediatamente após este.
skinner acreditava que, justamente por exercer funções simples, Ao observarmos as salas de aula,verifrcamos, em boa medida,
as máquinas iriam livrar os professores de tais tarefas.
o papel da a eScaSSeZ com que são apresentados os refOrçadores positivos aos
mâquina consistiria em reforçar ou não a resposta do aluno, caben- alunos. Em alguns casos, o próprio aluno é capaz de observar o
30 PsrcoLocrr oÁ ÂTREND I ZÂG EM SKTNNER 31