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AULA 1
As informações com as quais você terá contato não exaurem o tema, mas
são um incentivo a novas pesquisas e ao aprofundamento.
CONTEXTUALIZANDO
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quis entrar no pensamento de alguém para saber o que esta pessoa iria fazer ou
estava planejando? Já tentou adivinhar o que algumas pessoas iriam fazer
somente olhando para elas e tentando descobrir quais as próximas ações? É
neste intuito que os estudos da neurociência têm provocado mudanças
significativas na maneira como vivemos e vemos nosso mundo, nossas ações,
nossas responsabilidades, nossas atitudes, nossas relações e nossos
sentimentos.
E com este turbilhão de sentidos e emoções temos a interação das mídias
off-line e on-line indubitavelmente interferindo no fornecimento das informações
processadas por nossos cérebros e na influência comportamental por meio da
persuasão cognitiva e do processo de sugestão cerebral.
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Fonte: Doodley, 2018.
Muito tem-se falado sobre esta linha de estudos, porém é preciso entender
os conceitos básicos que estão por detrás deste termo neuromarketing, pois é a
aplicação de duas áreas distintas com um mesmo objetivo – estudar o
comportamento humano.
Conforme a American Marketing Association (AMA, 2018) “marketing é a
atividade, conjunto de instituições e processos para criar, comunicar, entregar e
trocar ofertas que tenham valor para clientes, clientes, parceiros e a sociedade
em geral”.
De acordo com Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010), o marketing passou
por evoluções significativas para a projeção e abertura de mercado por parte das
empresas. Este amadurecimento de mercado por parte do marketing deu-se de
forma tal que podemos identificar na tabela a seguir.
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Marketing 1.0 Marketing 2.0 Marketing 3.0
Marketing centrado Marketing voltado Marketing voltado
no produto para o consumidor para os valores
Conceito de Desenvolvimento de
Diferenciação Valores
Marketing produto
Diretrizes de Posicionamento do
Especificação do Missão, visão e
marketing da produto e da
produto valores da empresa
empresa empresa
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A permutação entre as diferentes áreas de interação com os
consumidores propicia uma nova interação entre empresas e clientes, tornando
a relação mais estreita, intimista e rápida.
O marketing 4.0, no qual é identificado o relacionamento econômico digital
com o consumidor, Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017) evidenciam:
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a pesquisa da BrightHouse. O site da BrightHouse Neurostrategies,
como era chamado, foi rapidamente retirado e a nova empresa
desapareceu da atenção do público.
Muito antes desse tipo de trabalho adquirir seu neuro-prefixo, no
entanto, e muito antes de a Emory University e a BrightHouse
anunciarem sua parceria, as empresas patrocinaram pesquisas
neurofisiológicas sobre temas de marketing - por exemplo, estudando
as reações dos consumidores à programação televisiva com
eletroencefalografia (EEG). De nota, quatro anos antes do
termo neuromarketing ser cunhado, os professores Gerald Zaltman e
Stephen Kosslyn, da Universidade de Harvard registrou uma patente
para “Neuroimagem como ferramenta de marketing”; no entanto,
Zaltman rapidamente mudou seu foco para a “Técnica de Elucidação
da Metáfora Zaltman”, uma entrevista estruturada que não emprega
tecnologia de imagem, e Kosslyn parece não estar envolvido no
neuromarketing até 2008, quando se juntou ao conselho consultivo de
uma empresa chamada NeuroFocus.
Mais recentemente, pesquisadores propuseram definições conflitantes
de neuromarketing, preferindo vê-lo como essencialmente um campo
científico e não como um negócio. Especificamente, Lee e seus
colegas definiram o neuromarketing como bolsa acadêmica: “um
campo de estudo válido” e não simplesmente “a aplicação de técnicas
de neuroimagem para vender produtos”. Algumas empresas que
descrevem suas atividades como neuromarketing não publicaram seus
resultados em pares. Revistas, no entanto, e seus esforços parecem
contidos em grande parte dentro do setor privado. Assim, em contraste
com Lee e seus colegas, Hubert e Kenning viram o neuromarketing
como uma atividade comercial e não como um campo acadêmico
voltado para a erudição. Eles propõem que o campo mais amplo da
pesquisa do consumidor neurocientífico (ao que Lee e seus colegas se
referem como neuromarketing) deveria ser rotulado de “neurociência
do consumidor”, e eles definem o neuromarketing mais estreitamente
como “a aplicação dessas descobertas no escopo da prática gerencial.”
Uma comparação útil pode ser feita com a neuroeconomia, uma
disciplina acadêmica que estuda vários aspectos da tomada de decisão
econômica. Esse campo também atraiu a atenção recentemente e
frequentemente usa tecnologia de imagem, mas é mais claramente
uma disciplina acadêmica. Comentaristas recentes ecoam a distinção
acima entre bolsa de estudos e aplicação, afirmando que a
neuroeconomia deve ser considerada à parte de investigações
específicas para fins de marketing. Neuroeconomia passou por um
extenso desenvolvimento teórico como campo, e já produziu uma
riqueza de evidências sobre a tomada de decisões em contextos do
mundo real. Pesquisadores em neuroeconomia geralmente usam
objetos comumente reconhecidos como produtos de consumo para
estudar conceitos gerais como processamento sensorial, escolha e
avaliação de perdas e recompensas, mas esses estudos não são feitos
para uma determinada empresa ou aplicativo de marketing. Por
exemplo, McClure e colegas examinaram as respostas dos sujeitos à
Coca-Cola e Pepsi usando fMRI. Esse modelo foi escolhido para
entender a percepção sensorial de símbolos culturais comuns, não
para ajudar a Coca-Cola Company ou a PepsiCo em seu design de
marketing. Mais amplamente, muita pesquisa em neurociência e
psicologia é potencialmente útil para entender a escolha e a
preferência, mas não é neuroeconomia (ou neuromarketing) em si. A
comunidade de neuroeconomia agora compreende mais de uma dúzia
de centros de pesquisa de base universitária, uma sociedade científica
e uma considerável literatura que inclui vários livros didáticos.
Em contraste, os fundamentos acadêmicos do neuromarketing como
um campo são difíceis de identificar. Não está claro no momento se o
neuromarketing se qualifica como um campo acadêmico e, se isso
acontece, o que o distingue da neuroeconomia. Encontramos apenas
um punhado de relatórios acadêmicos sobre os resultados do
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neuromarketing patrocinado pela indústria. Em 2002, cientistas da
Universidade de Ulm, na Alemanha, apoiada pela Daimler Chrysler,
publicou um relatório sobre a percepção visual de automóveis, 26 e
cientistas da UCLA recebeu financiamento parcial da consultoria
política FKF Research para analisar as reações neurais de
republicanos registrados e Democratas às faces dos candidatos
presidenciais. Curiosamente, algumas empresas também realizaram
estudos de neuromarketing, mas não publicaram seu trabalho em
periódicos revisados por pares. Por exemplo, pesquisadores do
Laboratório de Neurociência Cognitiva Social da Caltech fizeram uma
parceria com a Lieberman Research para ajudar os estúdios de
Hollywood a selecionar trailers de filmes. Mas, além desses poucos
casos, não está claro até que ponto o neuromarketing difundido é ou
mesmo exatamente o que é. Assim, várias questões críticas
permanecem: o neuromarketing envolve mais do que esse punhado de
empresas? Como essas empresas se apresentam e o próprio
neuromarketing? Até que ponto os profissionais médicos e acadêmicos
estão envolvidos em seu trabalho? Quais alegações eles estão
fazendo? Quais são as obrigações éticas dos profissionais da área
médica, incluindo psiquiatras, em relação a essa nova prática? Para
examinar esses temas, realizamos um estudo exploratório para captar
a percepção do alcance, variedade e frequência das principais
características das empresas de neuromarketing. Uma vez que uma
quantidade cada vez maior de informações médicas está sendo
oferecida pela Internet, decidimos examinar esses problemas por meio
de sites de neuromarketing.
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2.1 Cicatrizes da infância
Toda cicatriz na pele remete a algo que você fez e deixou uma marca
profunda nas diferentes faixas epiteliais. Essas marcas são, normalmente, para
o resto de sua vida, assim como cicatrizes de cirurgias, por exemplo. O processo
de “cicatrizes da infância” no que diz respeito às questões de aspectos do
neuromarketing quer remeter ao processo de cristalização da memória (memória
de longo prazo) na área cerebral chamada hipotálamo, localizada dentro da
região do diencéfalo.
Todo o processo de recordação ou memória que já tenha certo tempo de
ocorrência nos permite inferir que esta memória é caracterizada como sendo de
longo prazo e permeia as nossas recordações, propiciando o acesso de
fragmentos ou partes ou memória inteira da ação daquele momento passado.
Você por acaso se lembra do que estava fazendo no dia 11 de setembro
de 2001? Lembra-se do que ocorreu nesse dia? E no ano de 2014? Caso não
se lembre, em 2001 ocorreu o ataque terrorista às Torres Gêmeas na cidade de
Nova Iorque e também ao Pentágono. Já em 2014 tivemos a copa do mundo no
Brasil, mas provavelmente você já sabia disso. Essas recordações estão fixadas
de maneira permanente, pois foram marcantes para sua vida naquele momento.
Essas marcas de longo prazo fazem parte do processo de memória que
condicionam nossos comportamentos, nossos sentidos, nossa sensação de
medo, prazer, desgosto, injustiça, satisfação e desejo.
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Um dos motivos pelos quais copiamos e depois replicamos
comportamentos é que estamos o tempo todo tentando manter nossa aparência
social e conjugal para que possamos ser aceitos na sociedade ou, como preferir,
no bando. Esse aceite social determina nossas escolhas, visto que estamos
constantemente num processo de interação com o meio e partimos do
pressuposto da aprovação dos nossos pares.
Um exemplo que podemos verificar constantemente é a questão de lojas
em promoção, as quais mobilizam pessoas para compras. Os clientes passeiam
pelas calçadas ou shoppings centers com sacolas da loja, demonstrando o poder
de compra e incitando inconscientemente outras pessoas a passarem pela frente
da loja e, pelo menos, olharem o que teria de tão benéfico para que tantas outras
pessoas estejam consumindo. O que torna a aceitabilidade maior referente à
loja, pois se uma massa de pessoas está a consumir na loja, significa para o
“animal humano” que ali não representa perigo e que pode ser um lugar seguro
de se estar.
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TEMA 4 – A DIVISÃO TRINA DO CÉREBRO: SISTEMA LÍMBICO
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Além das estruturas mencionadas anteriormente, é nesta área do cérebro
que se processam as emoções, as quais podem ser isoladamente ou em
conjunto da raiva, da tristeza, do medo, do desprezo, do nojo, da felicidade e/ou
da surpresa. Vale ressaltar que a emoção da raiva é iniciada no sistema
reptiliano, R-complex, e depois desencadeada nas demais áreas cerebrais, pois
essa emoção está ligada diretamente às questões de sobrevivência e
reprodução.
Conforme Roxo et al. (2011), MacLean trouxe estudos efetivos em relação
ao processo do sistema límbico, assim refere-se:
TROCANDO IDEIAS
Imagine que você está dentro de uma sala de reuniões e precisa decidir
sobre quais produtos deve manter no portfólio da indústria na qual é gestor e
quais produtos precisam ser descontinuados. Os produtos analisados são
batons de diferentes cores e linhas de comunicação (cores básicas, cores
especiais vinculadas a artistas, cores com brilho e cores de tonalidades forte). A
questão principal analisada em reunião estratégica é que as cores possuem uma
tonalidade muito próxima uma das outras, confundindo os clientes e tendo um
custo de fabricação alto. Alguns modelos de batons não têm um grande volume
de vendas, porém sempre existe a busca por clientes.
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Assuma um posicionamento de quais seriam os procedimentos a serem
adotados na decisão dos produtos a serem descontinuados, observando as
questões comportamentais de nossos estudos.
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
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vendas de qualquer empresa, visto que as análises comportamentais deveriam
ser dadas de maneira a monitorar os indicadores biológicos e não somente
racionais.
O processo de estratégias mercadológicas voltadas a uma análise de
massa, objetivando impactar o maior número possível de possíveis clientes com
uma mesma estratégia estatística e racional faz com que o marketing atual tenha
que se remodelar e buscar novas ferramentas e ambientes de comunicação para
que o público impactado seja coerente com a capacidade de atendimento da
empresa, todavia, ainda sim, a diferença entre volume de impactados pela
comunicação em massa e o resultado da empresa é baixa se mantido um padrão
percentual de retorno.
Neste intuito, o neuromarketing vem a auxiliar nas estratégias
mercadológicas buscando informações de reação e ativação comportamental
por meio de dados de estimulação biológica, compondo diversos aspectos como
frequência cardíaca, dilatação da pupila, sudorese da pele, ativação cerebral,
variação térmica, liberação ou inibição de neurotransmissores, entre outros.
Esses monitoramentos auxiliam na tomada de decisões estratégicas visando ao
melhoramento das ações de propaganda, comunicação e marketing.
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GLOSSÁRIO
DNA: Sigla que significa ácido desorribonucleico, que é uma molécula presente
tanto no núcleo celular quanto nas mitocôndrias e nos cloroplastos, e que possui
filamentos nos quais estão as informações genéticas.
Mídia on-line: conjunto de anúncios que se utilizam dos meios digitais e internet
para impactar pessoas.
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REFERÊNCIAS
_____. Eu compro, sim! Mas a culpa é dos hormônios. Ribeirão Preto: Novo
Conceito, 2013.
19
KAAS, J. H. The evolution of neocortex in primates. PMC, 2012. Disponível em:
<https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3787901/>. Acesso em: 2 jul.
2018.
ROXO, M. R. et al. The Limbic System Conception and Its Historical Evolution.
Scientific World Journal. v. 11, p. 2428-2441, 2011. Disponível em:
<https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3236374/>. Acesso em: 2 jul.
2018.
WONG, J.; HENDRY, L. The origin of our species. Natural History Museum, 13
Dec. 2015 Disponível em <http://www.nhm.ac.uk/discover/the-origin-of-our-
species.html>. Acesso em: 2 jul. 2018.
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NEUROMARKETING
AULA 2
1. Emoções;
2. Processo de tomada de decisão;
3. Memórias: curto e longo prazos;
4. Genética como fator de comportamento;
5. Influência da memética no dia a dia.
As informações com que você terá contato não exaurem o tema, mas sim
são um incentivo a novas pesquisas e ao aprofundamento.
CONTEXTUALIZANDO
O dia a dia de todo ser humano é repleto das mais variadas situações, as
quais, muitas vezes, não são programadas ou planejadas, porém acabam por
fazer parte do contexto diário e, na normalidade, o dia acaba bem.
Assim, as nossas atitudes determinam nosso comportamento, e este
determina as consequências dos fatos, pois interagimos de tal forma com o meio
no qual estamos inseridos que somos capazes de alterar a percepção de
realidade ou a ocorrência da vida. É a utilização das emoções, que nos tomam
conta, que faz com que tenhamos maior ou menor intensidade de respostas para
com os estímulos que recebemos, como alguém buzinando para você, ouvir um
“muito obrigado” ou “por que você fez isso?”.
O resultado de nossa convivência no dia é reflexo de toda nossa
experiência anterior, pois é a composição de decisões tomadas com base nas
experiências e memórias que nos mantém sobrevivendo todos os dias. Esse
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comportamento de sobrevivência reflete a interação com o meio ambiente, no
qual replicamos comportamentos e escolhas com objetivos como reprodução,
convívio social e posição de status ou poder, ou seja, o poder da memética.
TEMA 1 – EMOÇÕES
• Raiva;
• Tristeza;
• Medo;
• Desprezo;
• Nojo;
• Felicidade;
• Surpresa.
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central que rodeia o aqueduto cerebral de Sylvius, no mesencéfalo,
estendendo-se às zonas periventriculares do hipotálamo e tálamo,
estando relacionado à amígdala e ao hipocampo e, também, às
porções mediais do hipotálamo e às porções laterais da área tegmental
do mesencéfalo.
1.1 Raiva
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A raiva é um compêndio de interações vivenciadas ou mesmo
sugestionadas pelo nosso inconsciente para determinadas situações ou
pessoas. A raiva possui variações de intensidade e de aplicação, tudo depende
dos gatilhos emocionais e de interferência comportamental. Segundo Ekman
(2011), uma das maiores autoridades em comportamento e psicologia quando o
assunto é emoções e comportamento, a raiva possui variações que vão desde
aborrecimento leve até fúria. Essa variação deve ser interpretada de maneira
cautelosa, visto que a intermitência ou permanência da raiva pode ser gerada
por diferentes vetores.
Para compreender melhor a raiva, temos que entender que ela aciona
diferentes áreas de nosso corpo, tais como hipotálamo, amígdala, coração,
músculos etc. A raiva aciona o sistema nervoso simpático, aumentando a
pressão arterial, acelera os batimentos cardíacos, estimula a produção de
adrenalina e noradrenalina, e a respiração se intensifica. Assim, podemos
identificar a face da raiva como, por exemplo, a figura a seguir:
Figura 1 – Raiva
Crédito: Ollyy/Shutterstock.
5
Então a amígdala é considerada a área de identificação do medo e do
perigo iminente, ativando o sistema de alerta cerebral e as emoções, e
possibilitando que o cérebro tenha reações inconscientes rapidamente, antes
que a parte do córtex pré-frontal seja estimulada e as ações conscientes sejam
realizadas.
1.2 Tristeza
6
Figura 2 – Tristeza
Assim, podemos concluir que a tristeza pode ser um dos estágios iniciais
da ativação da raiva, pela ativação possível da ínsula, área cerebral responsável,
de certa forma, pela interpretação de odores, sabores, sons e identificação de
sentimentos de nojo, desprezo, dor, sensação de injustiça, culpa e outros.
1.3 Medo
Figura 3 – Medo
Crédito: Traveliving/Shutterstock.
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Esta emoção sempre foi crucial para a sobrevivência e perpetuação das
espécies, pois o medo de predadores fez com que os animais – incluindo os
seres humanos – procurassem maneiras pelas quais pudessem manter a si
mesmos e sua prole seguros.
Segundo Ekman (2011), o medo possui variações, as quais são
determinadas por três fatores interligados e que possibilitam o entendimento do
comportamento sob esta emoção. Os três fatores são: intensidade (gravidade),
timing (tempo) e enfrentamento (fugir ou lutar).
Com a emoção sendo ativada, nosso cérebro aciona diversas estruturas
para criar e dar sentido ao medo, tais como:
1.4 Desprezo
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e positivo, porém depois podem haver variações no módulo emocional (positivo
ou negativo).
1.5 Nojo
Figura 4 – Nojo
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1.6 Felicidade
Figura 5 – Felicidade
Crédito: Mimagephotography/Shutterstock.
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1.7 Surpresa
Figura 6 – Surpresa
• Aceitabilidade social;
• Obtenção de poder e empoderamento;
• Menor gasto energético cognitivo;
• Funcionalidade;
• Exclusividade.
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prazer, arrepio, angústia e até mesmo medo. Imagine você neste
momento recebendo aquele abraço apertado e duradouro, com muito
carinho e amor, um abraço de quem você ama e de quem está com
saudades. Esse tocar das peles propiciará uma sensação de êxtase,
permitindo o acionamento do sistema dopaminérgico e você ficará feliz.
• Olfato: talvez um dos pontos menos abordados nas áreas de
comunicação e vendas, o olfato possui menor dedicação cerebral do que
os demais sentidos. O processo do olfato aciona o corpo amigdaloide
(amígdala) e o hipocampo. Um perfume característico que sentíamos na
infância e na fase adulta voltamos nos remete à época anterior, ou seja,
viajamos no tempo e nos lembramos dos detalhes que fizeram aquele
perfume ser especial.
• Paladar: Um dos sentidos que nos permite entender se determinado
alimento nos fará bem ou não. É o paladar o inibidor de coisas que podem
prejudicar nossa sobrevivência, ou seja, ele nos permite criar resistência
ou aversão a sabores que estão desalinhados com os interesses
corporais. Acredito que se lembre do gosto de uma torta de maracujá. E
o de um suco puro de limão? Depois de lembrar do limão puro, você deve
ter sentido o gosto ácido dele na memória e na boca. Justamente o
paladar provoca isso.
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custos de busca alimentar, reprodução e segurança são menores, perfazendo
assim uma das premissas básicas da necessidade humana – a segurança.
Então, a tomada de decisões parte da premissa de uma escalada à hierarquia
social, visando estar receptivo e ser aceitável numa sociedade na qual se
convive e vive, mesmo que temporariamente.
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opções. Quanto mais escolhas temos que fazer, mais gastamos energia
pensando. A nossa mente tende a nos fazer escolher opções que sejam mais
simplificadas e mais corriqueiras, de tal forma que diminuam o tempo e os
pensamentos gastos com a decisão. Por esse motivo buscamos atalhos nas
atividades que realizamos e nas que são novas, pois é preciso diminuir o
consumo de energia.
O neurocientista David Eagleman (2017) nos remete uma experiência
bem interessante quanto ao consumo de energia numa brincadeira que todos
devemos conhecer – empilhamento de copos. Essa brincadeira consiste em
empilhar copos de três maneiras diferentes no menor tempo possível. Se
pensamos que as pessoas que fazem essa atividade competindo e com tempos
extraordinariamente pequenos estão consumindo maior quantidade de energia
no cérebro, estamos enganados, pois o processo repetitivo da ação já tornou
conhecidos a novidade, as diversidades e todos os atalhos, então o cérebro
desses competidores utiliza menos energia para processar as informações do
meio e do caminho a ser percorrido para a finalização da brincadeira.
Contrariamente, nós, não competidores, demoramos muito tempo para realizar
as três tarefas de empilhamento de copos pois não estamos habituados a
realizá-las. Assim, nosso cérebro gasta mais tempo e energia processando as
informações e transmitindo as sinapses para que você faça o empilhamento.
2.4 Funcionalidade
2.5 Exclusividade
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quantidade grande de alunos, normalmente não conseguiremos decorar o nome
de todos os nossos colegas, caso sejamos novos naquela turma. Porém, para
melhorar o desempenho nesse ponto, podemos repetir o nome da pessoa e fazer
uma referência ao visual dela, por exemplo: “David está com camiseta preta com
estampa de rock e eu gosto de rock”. Essa é uma ação simples que permite uma
melhoria contínua no processo de memorização, conforme denota Medina
(2018).
A memória possui duas divisões básicas, as quais são estudadas com
mais veemência: memória de curto prazo e memória de longo prazo. Mesmo
diferentes, as memórias não são exclusivamente armazenadas num único local
no cérebro. As diferentes tipologias de memória estão associadas a conexões
cerebrais distintas, então ativam diferentes áreas para diferentes recordações.
Uma mesma memória pode ativar a área da ínsula – responsável, entre outros
fatores, pela associação à dor e à sensação de injustiça –, e também pode ativar
o sistema de recompensa positiva.
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Figura 7 – Memória de curto prazo e córtex pré-frontal
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permite que você faça as coisas de cada vez. As memórias implícitas
dependem dos gânglios da base e do cerebelo.
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O processo de herança genética permite estabelecer que determinadas
probabilidades comportamentais estarão sendo mais ou menos influenciadas
pelas mutações genéticas que temos em nossa constituição. Outro fator
importante a ser levado em consideração é a influência do meio em que vivemos,
pois ele pode determinar diferentes comportamentos e até mesmo auxiliar na
modificação genética do indivíduo.
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A mutabilidade comportamental de determinados genes direciona o
meme. Para Peruzzo (2014), "meme é qualquer informação que substitua,
atualize ou insira um comportamento na mente humana". Tal comportamento
pode ser replicável dependendo do processo memético do indivíduo. Sobre isto,
Luckesi (2011, p. 220-221) relata:
É como imaginar nossas ações no dia a dia, as quais tomam por base um
mesmo procedimento para execução. Essa execução padronizada, de tanto ser
repetida, após um tempo não precisa mais de tanta intensidade de
processamento de decisão cerebral para ser concretizada, pois as conexões
neurais estão fortalecidas pela repetitividade. É imaginar o processo de escovar
os dentes para um adulto. Não pensamos em como deve ser feito todo o
processo, pois de tanto o fazermos durante muitos anos já se tornou um hábito
– uma memória cristalizada no hipotálamo com acesso fácil. Normalmente não
paramos para pensar que devemos pegar o creme dental, desrosquear a tampa
no sentido horário, colocar uma pequena quantidade em cima das cerdas da
escova dental, inserir a escova dentro da boca e realizar movimentos circulares
pressionando as cerdas contra os dentes, perfazendo toda a higiene bucal.
TROCANDO IDEIAS
22
• Qual o melhor formato para fazer uma crítica a outra pessoa e ao processo
de trabalho?
• Como podemos manter nossas decisões intactas em relação a outras
tantas opiniões divergentes e demasiadamente concretas?
• Como se relacionar com pessoas que nos mantêm em um mau estado de
humor? Como interpretar cada reação?
NA PRÁTICA
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• O gerente de logística da empresa não gostou de ter que reformular toda
a área de armazenagem por causa de um novo produto.
• A equipe de vendas está ansiosa e fica lhe perguntando sobre quando
poderão vender o novo produto e quais as condições comerciais que
poderão ser ofertadas.
• O departamento financeiro não se pronunciou sobre o produto, somente
argumentou que tem condições de dinheiro em caixa para o pagamento
aos fornecedores.
• A diretoria da empresa inicia uma cobrança árdua de todas as atividades
da área de marketing.
FINALIZANDO
24
Da mesma maneira, compreendemos até a questão de sofrermos as pressões
de mudarmos de opinião, pensamentos e decisões em detrimento de outra
pessoa ou de uma determinada situação: trata-se de um aglomerado de
resultados das decisões atuais que forem influenciadas pelas nossas memórias
de curto e longo prazo.
25
REFERÊNCIAS
DUHIGG, C. O poder do hábito: por que fazemos o que fazemos na vida e nos
negócios. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012
GOLDMAN, N.; GLEI, D. A.; LIN, Y-H.; WEINSTEIN, M. The serotonin transporter
polymorphism (5-httlpr): allelic variation and links with depressive symptoms.
Wiley-Liss, Inc., v. 27, p. 260-269, 2010.
HENDRICKS, LV.; BORE, S.; ASLINIA, D.; MORRISS, G. The Effects of Anger
on the Brain and Body. National Forum Journal of Counseling and Addiction,
v. 2, n. 1, 2013.
KANT, L.; SKOGSTAD, A.; TORSHEIM, T.; EINARSEN, S. Beware the angry
leader: Trait anger and trait anxiety as predictors of petty tyranny. The
Leadership Quarterly, v. 24, p. 106-124, 2013.
26
_____. The Functional Neuroanatomy of Pleasure and Happiness. Discov Med,
v. 9, n. 49, p. 579-587, jun. 2010.
NEVE, J-E. de; MIKHAYLOV, S.; DAWES, C. T.; CHRISTAKIS, N. A.; FOWLER,
J. H. Born to lead? A twin design and genetic association study of leadership role
occupancy. The Leadership Quarterly, v. 24, p. 45-60, 2013.
SCHLAEPFER, T. E.; HARRIS, G. J.; TIEN, A. Y.; PENG, L.; LEE, S.;
PEARLSON, G. D. Structural differences in the cerebral cortex of healthy female
and male subjects: a magnetic resonance imaging study. Psychiatry Res., v. 61,
n. 3, p. 129-135, set. 1995.
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NEUROMARKETING
AULA 3
1. Pesquisa de mercado
2. Vendas e neurociência
3. O vendedor de sonhos
4. O comprador de razão
5. Método neuroconexão
As informações com que você terá contato não exaurem os temas, mas
sim são um incentivo a novas pesquisas e ao aprofundamento dos estudos.
CONTEXTUALIZANDO
2
no conflito emoção-razão. Considere-se a emoção no sentido de que nos
permitirá conduzir nossas decisões pela interação entre nossos sentimentos,
nossos anseios, no cruzamento de produto de neurotransmissores e na
satisfação pré-, durante e pós-evento.
Permitir que as principais áreas de negócios (marketing e vendas) possam
desenhar os conceitos de elaboração de produtos, de oferta publicitária e da
amostragem dos produtos é de total relevância para o sucesso empresarial. Isso
porque tanto vendedores quanto produtos terão interação contínua e irrestrita
com seu público.
Para que essas propriedades possam ter os melhores resultados é
preciso estudar cada detalhe da pesquisa de mercado e das interações entre
vendedores e clientes, e aplicar metodologias que permitam agregar valor e
obter resultados minimamente satisfatórios.
4
comportamento —, do nível de estresse ou do humor do pesquisado, da faixa
etária do pesquisador, do nível de instrução e dos benefícios que o respondente
possui, da existência ou não de algum tipo de restrição, desde alimentar ou física
até psicológica. Enfim, são tantas as situações que podem desencadear
diferentes comportamentos que se a pesquisa não é realizada num ambiente
controlado, podemos ter pouca certeza quanto às reais respostas e,
consequentemente, às conclusões sobre os dados de pesquisa.
Agora, pensar que as pesquisas podem ser complementares é uma das
formas que propiciam a contraprova no mérito científico, ou seja, sempre que
estamos realizando uma pesquisa de caráter científico necessitamos obter, pelo
menos, duas análises ou fontes de dados distintas para realizar comparação,
além de um grupo controle, o qual serve como validação, substituição ou
descarte de amostragem.
Por esses motivos (e ainda outros que poderiam ser elencados) é preciso
diagnosticar as principais ocorrências no que tange ao processo de pré-
utilização dos produtos ou serviços, isto é, o projeto de vendas.
5
dependência de jogo, sexo, drogas, álcool e, certamente, do consumo
também. Verdade é que a dopamina é um neurotransmissor que ativa
o centro do prazer em certas partes do cérebro e, por isso, nos induz
ao vício, que é nada mais nada menos do que a vontade de repetir uma
experiência gratificante.
[...] as interações sociais são tão fortes que chegam a moldar o cérebro
por meio da neuroplasticidade, através de experiências que se repetem
e esculpem a forma, o tamanho e o número de neurônios e suas
ligações sinápticas, que são o ponto de encontro entre os neurônios.
Direcionando repetidamente o cérebro em um determinado registro,
nossos principais relacionamentos podem, aos poucos, moldar alguns
circuitos neurais. Mágoas crônicas ou relacionamentos positivos com
pessoas com as quais nos relacionamentos diariamente ao longo de
anos podem moldar nosso cérebro.
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superá-los como forma de satisfazer um dos nossos desejos primitivos primários:
ser superior e vencer.
Crédito: RAWPIXEL.COM/SHUTTERSTOCK
7
quais são as ações que podem ativar determinadas áreas do cérebro e motivar
ou auxiliar a tomada de decisão e a efetivação da aquisição do produto ou
serviço. Entender onde está o “botão de compra” cerebral e como acioná-lo é a
busca incessante dessa área.
[...] para o cérebro, o futuro só pode ser uma sombra pálida do agora.
O poder do agora explica por que as pessoas tomam decisões que, no
momento, parecem boas, mas têm consequências ruins no futuro:
quem toma uma bebida ou uma droga mesmo que saiba que não devia;
atletas que fazem uso de esteroides anabolizantes, embora estes
possam subtrair anos de suas vidas; parceiros casados que têm casos
extraconjugais.
9
aparecem durante o sono, de caráter confuso e incoerente. 3 Conjunto
de pensamentos, imagens, ideias e fantasias que se experimenta
enquanto se dorme. 4 Ato, objeto ou pessoa vista ou imaginada
durante o sono.
11
Figura 3 – Negociação
Crédito: MARVENT/SHUTTERSTOCK
Todavia, quando nos deparamos com momentos de decisão, nossas
percepções e nosso inconsciente agem rapidamente para permitir que nosso
cérebro racional possa tomar a melhor decisão com base nos dados fornecidos
pelos cérebros límbico e reptiliano.
Segundo a neurociência cognitiva, nossas decisões, incluindo decisões
de compras, são baseadas em nossas experiências passadas, nossas
expectativas futuras e nossas criações inconscientes de realidades paralelas
(imaginação). Isto se dá na área cerebral chamada corpo estriado, a qual, para
Ito e Doya (2015), é:
12
acontece quando as pessoas têm uma tendência de seguir as ações ou ideais
preconcebidas de outras sem sobre elas refletir ou mesmo sem saber se é bom
ou não para si”. Essa replicação comportamental, também identificada na Aula
1, é uma necessidade de adequação e aceitabilidade ao meio no qual estamos
inseridos; assim, entende-se que tal efeito nada mais é que uma ativação do
neurônio-espelho que temos.
Em muitos casos os compradores tornam-se impulsivos ou compulsivos,
porém para ambas as ocorrências existem variâncias comportamentais que
podem promover ou interromper um estado de consumo ou expectativa pelo
produto. A compulsividade se dá pela estimulação de um impulso ou
acionamento de gatilho que projetará o indivíduo à aquisição ou ao consumo de
algo, porém precisa-se de estimulação, normalmente realizada de forma
psicológica e que não necessariamente fixa um parâmetro de dependência ou
vício. Já o comportamento obsessivo é uma ruptura comportamental psicológica
e neural que se repete e possui maior ênfase quanto maior o processo de
aumento da ansiedade, como podemos verificar na Figura 4, sobre a interação
entre o transtorno compulsivo-obsessivo e o espectro autista.
13
que possam nos proporcionar prazer imediato e tendemos a um egoísmo natural,
à medida que envelhecemos temos a necessidade de consumir para expor
poder, vitalidade e plenas capacidades biofísicas, isto é, tendemos a consumir
produtos que nos garantam melhor convívio social e que nos permitam
conquistas maiores do que almejávamos quando éramos mais novos.
Então, quanto mais utilizamos nossos recursos energéticos, mais temos
a propensão de evitarmos, conforme Pradeep (2012):
15
é preciso diagnosticar se cada uma das palavras ou o composto delas
respondem aos seguintes questionamentos:
TROCANDO IDEIAS
16
interferências de preferências pessoais de cada pessoa que está diretamente
ligada ao processo decisório e sua influência para com os demais pares de
trabalho.
Por vezes é preciso dialogar sobre como devem ser as relações humanas
e como as obrigações e regras devem ser seguidas para a obtenção dos
melhores resultados empresariais. Normalmente as regras para áreas que
interagem diretamente com o público-alvo são mais flexíveis devido à demasiada
quantidade de possibilidades de ocorrências. Nesses casos, sugere-se o diálogo
com seus pares com objetivo de aprimorar os questionamentos a respeito das
principais decisões empresariais e pessoas do dia a dia, tais como:
NA PRÁTICA
17
da rede varejista. Lembre-se de responder a todas as questões-base para que
as premissas fisiológicas sejam abrangidas e, posteriormente, cruze as
informações com os dados de pelo menos três produtos distintos (um sapato,
uma bota e uma sapatilha).
FINALIZANDO
Pesquisar sempre foi uma ação natural de qualquer animal, seja para
buscar indícios na selva de onde poderiam estar suas presas, seja para interação
social entre os diversos animais — desde que eles não estivessem caçando ou
sendo caçados. Os seres vivos identificam padrões comportamentais com base
em instintos e interações fisiológicas de sobrevivência e reprodução, porém nós,
seres humanos, buscamos respostas para os fatos e acontecimentos futuros de
maneira lógica, racional e sem a devida profundidade da biologia
comportamental.
A pesquisa de mercado sempre deve levar em consideração os mais
distintos fatores de interação humana que visem à análise de riscos naturais
entendidos pelo cérebro e suas repercussões em ações físicas e emocionais. O
objetivo central do mercado, entendendo os resultados pesquisados de maneira
que tenhamos respostas fisiológicas, é poder ofertar a maior quantidade de itens,
com as melhores qualidades perceptíveis e que tragam os melhores retornos
financeiros, de marca e de posicionamento mercadológico. Por isso, é preciso o
entendimento do processo da biologia comportamental no que diz respeito às
interações entre aqueles profissionais que estão diretamente conectados aos
nossos clientes e consumidores – os vendedores.
Desenvolver aptidões de permitam a diminuição da ansiedade, a correta
elaboração de um processo de interação entre discurso de vendas, produto,
entendimento do cliente e efetivação de compra e, por fim, a fixar a experiência
positiva na memória de longo prazo devem ser os principais pontos focais de
qualquer organização que prime pelo sucesso real e duradouro.
Para que esse sucesso possa ser buscado de maneira ordenada e tenha
critérios sólidos que permitam resultados consistentes, é preciso realizar a
aplicação de método previamente testado (tanto na área comportamental quanto
na área organizacional e comercial) e que traga resultados. Um método plausível
é o método neuroconexão, que estabelece padrões simples de interação entre
as diversas áreas comportamentais que influenciam inconscientemente os
18
consumidores a tomarem decisões concretas com bases em estimulações
neurais e fisiológicas.
Aplicar o método é melhorar consideravelmente os resultados
empresariais. Ele também pode (e se sugere que de fato seja) ser aplicado na
vida cotidiana de cada pessoa, com objetivo de melhorar as relações humanas,
tornando o mundo mais justo, fraterno, sólido, consistente, valoroso e prazeroso.
19
REFERÊNCIAS
ASSAD, A. Liderança tóxica: você é líder contagiante ou contagioso? Descubra
o que a Neuroliderança pode fazer por você. Rio de Janeiro: Alta Books, 2017.
DUHIGG, C. O poder do hábito: por que fazemos o que fazemos na vida e nos
negócios. 1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
HARRISON, B. J.; PUJOL, J.; CARDONER, N.; DEUS, J.; ALONSO, P. L.;
LOPEX-SOLA, M.; SORIANO-MAS, C. (2013). Brain corticostriatal systems and
the major clinical symptom dimensions of obsessive-compulsive disorder.
Society of Biological Psychiatry, v. 73, n. 4, p. 321-328, 2013.
20
MICHAELIS. Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. Disponível em
<https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-
brasileiro/sonho/>. Acesso em: 23 ago. 2018.
21
NEUROMARKETING
AULA 4
Evolução do comportamento
As informações que você terá contato não exaurem o tema, mas sim são
um incentivo a novas pesquisas e ao aprofundamento.
CONTEXTUALIZANDO
2
A diferença entre uma criança, um adolescente, um jovem, um adulto e
um idoso parece trivial de se saber, porém, existem grandes modificações no
corpo humano e no ambiente que o envolve as quais tornam necessário se
conhecer de maneira mais ordenada e profunda cada etapa dessa evolução.
Conhecer como aprendemos e evoluímos nossos comportamentos,
optando por determinados produtos ou lugares, por pessoas ou por grupos
étnicos, por marcas ou por produtos alternativos. Tudo isso envolve a evolução
do ser humano e de seu comportamento.
É claro que muito há de se descobrir sobre todas as interferências que
nos ensejam durante a vida, que podem mudar totalmente nosso foco natural de
evolução. É como comparar preferências e maneiras de se comportar de gêmeos
idênticos (univitelinos), pois eles possuirão várias divergências de gosto, de
causas com que se identificam, de preferências e, principalmente, de carreira e
de meio social que os envolve.
Então, descobrir como cada fase etária se desenvolve é descortinar os
preceitos iniciais para entender como as pessoas se comportam e de que forma
é possível aperfeiçoar a interação com elas em cada etapa da vida.
3
sendo considerados os “cérebros externos” da criança antes que esta possa
interagir individualmente com o meio.
À medida que o tempo se encarrega do amadurecimento social, cognitivo
e biológico, a criança passa de uma posição de expectadora para atuante no
quesito de interatividade com o meio. Segundo Bartoszeck e Bartoszeck (2004),
“há uma intensa interação entre a estimulação precoce, via órgãos dos sentidos
e a carga genética. Como consequência, produz um efeito decisivo no
desenvolvimento cerebral da criança, com impacto de longa duração na fase
adulta”.
Esse processo de herdabilidade possui estimativas que são proporções
baseadas na diversidade ambiental e genética, assim, o processo de herança
genética propicia a extensão das influências ambientais, bem como influências
genéticas. Tais estimativas são calculadas com base em processos de
amostragem gênica e de indivíduos, todavia, a mudança de faixa etária,
interação social, debilitação física ou biológica pode alterar esses valores.
Outro fator importante na contribuição do comportamento infantil é a carga
de influência ambiental, pela qual temos uma variabilidade de aptidões,
preferências e desejos por consequência de nossa interação com o meio no qual
estamos interagindo. Segundo Lievegoed (2007), autor de referência em
conceitos das fases evolutivas da infância e da adolescência, existem três
períodos biológicos importantes que culminam com os setênios iniciais de vida
(fase temporal de 7 anos), os quais também caracterizam o ritmo do aprendizado
infantil:
4
Figura 1 – Os três períodos evolutivos
7
seu mundo por meio da imitação; agora é o processo da comunicação oral que
fará ela descobrir. Segundo Lievegoed: “A palavra que proporciona ao pensar a
oportunidade de passar por uma primeira metamorfose e assumir um novo
caráter. A criança só pode compreender com a ajuda da palavra falada; só pode
compreender ao falar ela própria” (Lievegoed, 2007, p. 61).
É o momento de as emoções serem mais notórias do que a imitação. A
autoridade, que anteriormente era dos pais, agora é dos educadores
(professores). Estes que detêm a admiração das crianças por serem
participantes ativos e constantes dos sentidos e dos estudos. Essa mudança de
referência, normalmente, não traz grandes problemas aos anos iniciais desse
setênio.
Nessa metamorfose do sentir, “se a ânsia por uma veneração de heróis,
ora nascente, não for conduzida ao caminho certo, a criança se apegará a ídolos,
o que necessariamente a levará a desilusões” (Lievegoed, 2007).
Já na fase dos 12 aos 14 anos, a criança está na pré-puberdade, instante
na vida do ser humano no qual, por exemplo, os meninos gostam de formar seus
“clubes” e grupos para atividades das mais variadas e com diversas dificuldades
possíveis, beirando até mesmo a certas complexidades como construção de
uma casa na árvore, brigas com “grupos rivais” etc.
É também nessa idade que há diferenciação entre meninos e meninas
com maior acentuação. As meninas possuem seu desenvolvimento fisiológico
mais precoce do que os meninos, culminando num amadurecimento social mais
rápido (evolução psíquica). Elas acabam por focar mais suas forças vitais na
evolução de seu corpo, causando assim a diminuição de seu desempenho
objetivo. É o sentimento de incapacidade, fadiga rápida, ocorre momentos de
depressão por causa de sua metamorfose e novos sentidos de seu
conhecimento. Esse progresso se estabiliza com a chegada da menstruação,
voltando a vitalidade normal, chegando assim a verdadeira puberdade psíquica.
Já os meninos, para essa mesma faixa etária, é a explosão de vitalidade,
de energia para ser gasta com atividades físicas. Possui ideais mais amplos, por
conhecer com mais realidade o mundo que o cerca. É a época de sonhos com
profissões das mais diversas e diferentes possíveis, pensando que pode sair do
convívio familiar, tendo sua liberdade plena e desbravar o mundo afora. É o início
das oscilações da voz entre grossa e fina, graves e agudos.
8
TEMA 2 – EVOLUÇÃO DO COMPORTAMENTO HUMANO: FASE JUVENIL
10
Quadro 1 – A evolução humana no três setênios iniciais
pequena.
Desenvolvimento do
A partir sentir. Fantasia criativa.
dos 4 Silhueta de criança
anos pequena (primeira
repleção).
Desenvolvimento da
vontade intencional.
A partir
Maturidade escolar.
dos 5,5
Transição para silhueta
anos
da criança escolar
(primeiro estirão).
Metamorfose do pensar.
A partir Mundo fechado de
dos 7 imagens conceituais.
Maturação psicológica
11
O processo de amadurecimento dos comportamentos de cada indivíduo
é delineado nessa fase, pois novas interações são frequentemente expostas e
novas responsabilidades começam a se tornar mais intensas. Por exemplo,
normalmente inicia-se as responsabilidades na relação trabalho x estudos, ou
seja, fase na qual a sociedade, de alguma forma, cobra de cada indivíduo a
busca pelo posicionamento de lugar perante os papéis sociais que lhes é
imputado, embora algumas pessoas tentem modificar essa cobrança por meio
de atitudes e traços de personalidades fortes.
Segundo Nave et al. (2010), existe uma forte correlação entre os traços
de personalidade da fase infantil e da fase adulta. Para a execução de pesquisa
a fim de diagnosticar essa congruência, foram relacionadas seis condições
difíceis de serem analisadas em conjunto, conforme a figura a seguir.
13
fase racional, na qual há certo questionamento sobre as relações sociais,
econômicas, psicológicas e ambientais que cercam esse mundo etário.
Após a terceira década de vida, ou seja, a fase a partir dos 30 anos, inicia-
se o processo de mudança importando em dois quesitos fundamentais: evolução
intelectual e declínio biológico. Isso se dá pelo processo de envelhecimento e
diminuição da vitalidade natural, se comparado aos áureos anos da juventude.
Desde o nascimento, o corpo entra em um ritmo desenfreado de
amadurecimento e evolução, chegando aos 9 anos, aproximadamente, com o
despertar para um ciclo de desenvolvimento sexual que culminará na puberdade
em diante, posteriormente maturando até chegar no ciclo de desenvolvimento
pleno dos órgãos e dos neurotransmissores. Já próximo dos 35 anos, finalmente
nosso ciclo biológico tende a entrar num ritmo mais lento e inicia-se o declínio
biológico, ou seja, começamos a envelhecer mais rapidamente.
Nessa fase, o processamento biológico não possui mais o mesmo ritmo
que tinha quando jovens ou iniciantes na fase adulta. Nosso metabolismo tende
a demorar um pouco mais para o processamento de gorduras, açúcares e de
diversos nutrientes, podendo culminar, se não houver cuidado, no aumento de
peso.
Nessa etapa da vida, o indivíduo continua a busca pela conquista de seu
lugar, seu espaço de reconhecimento social, familiar e profissional. As
conquistas de posses já se iniciaram e novas possibilidades surgem com a
abertura de uma visão mais holística do mundo, pois, teoricamente, já se passou
pelas etapas anteriores de maneira completa, fases que contemplam a repleção
do corpo biológico, etéreo e psicológico.
A partir de, aproximadamente, 35 anos, temos a concentração dos
questionamentos em relação às indagações sobre valores e percepções da vida,
tais como: quais meus objetivos de vida? Há algo de errado comigo? Eu me
conheço? Eu sei os meus limites? Será que aquilo que acredito espiritualmente
realmente é verdadeiro ou existe? Estas são indagações constantes nessa fase
etária. É um processo de autocrítica constante, pois o meio impele aos aspectos
conscientes individuais. Então, o ditado popular “a vida começa aos 40 anos”
não necessariamente está correto, pois na insinuação de que o envelhecimento
se inicia nessa faixa etária, é preciso ajustá-lo para “a vida começa aos 35 anos”.
14
Após essa década de mudanças comportamentais, a partir dos 42 anos,
em média, uma etapa mais artística toma conta de nosso ser, na qual já
dominamos as capacidades intelectuais vigentes para a realização de nosso
trabalho e temos as habilidades exigidas para a eficácia dos projetos. Todavia,
embora tenhamos uma maior capacidade de realização, é uma fase em que
fazemos o que é essencial.
A realização da essência advém de entregar ou executar aquilo que
realmente é o princípio norteador do trabalho, ou seja, ainda trabalhamos com a
entrega profissional no que tange além do necessário, visando ao aumento da
qualidade e dos resultados.
Ainda nessa fase, temos o início de crescimento da presença de espírito,
ou seja, já temos o discernimento das mais variadas etapas de execução de
nossas atividades e buscamos compor a influência que temos perante o meio de
forma mais graduada.
Então, já próximo dos 49 anos, temos uma fase que se denota como a
nova criatividade, ou seja, temos uma a percepção de possibilidades de novas
experiências, as quais tivemos em nossa fase de adolescente, como que
espelhando a fase dos 14 a 21 anos. Assim, temos uma maior experimentação
da vida no que lhe é necessária, tornando os sentimentos mais nostálgicos.
A parte da moralidade tem maior intensidade nessa faixa etária, visto que
já passamos por diversas experiências as quais nos permitiram ter maturidade
para discernir sobre o que é mais recomendado e certo, em função do conjunto
de princípios, valores e relacionamentos que tivemos, em detrimento dos
resultados que esperamos.
Segundo Lievegoed (1997, p. 63), a fase em questão representa
mudanças drásticas de comportamento de ambos os gêneros (masculino e
feminino), pois as experiências foram totalmente distintas.
15
Assim, as fases que compreendidas entre 30 a 49 anos constituem
mudanças físicas, biológicas e psicológicas tanto para homens quanto para
mulheres. São, ainda, facilmente identificadas nos contextos profissional e
pessoal, pois com o conflito de falta de entendimento sobre a estrutura temporal
de cada gênero, o seu oposto necessita ter maturidade e conhecimento para
lidar com todos os paradigmas e indagações existentes.
16
Com o passar dos anos, próximo dos 63 anos, fase também identificada
como a fase da luz, o indivíduo busca a selenidade, ou seja, o ato de envelhecer
com o máximo de saúde possível. Enquanto que alguns pensadores e críticos
identificam popularmente como a “fase da melhor idade”, verdadeiramente seria
a “fase do final da idade”, pois, ao envelhecer, estamos cientes de que estamos
cada vez mais pertos da morte, do fim de tudo. Então, por consequência dessa
linha inconsciente de pensamento, busca-se a coletividade ao invés do processo
egoísta, culminando na busca de uma vida com mais saúde, mais dignidade e
mais respeito, embora seja uma fase na qual tenhamos um decréscimo do
processo de interação familiar. Isso porque, com o aumento das casas lares,
asilos e casas de repousos, as famílias estão priorizando diversas outras
atividades ou situações em que não são inseridos seus parentes mais velhos, ou
seja, são atividades adequadas para pessoas com melhor vitalidade física e
biológica.
Dessa forma, as modificações ambientais tornam o processo de
envelhecimento mais atenuado. Segundo Rolison et al. (2013), nesse processo
há a tendência de os mais velhos terem menores propensões a atitudes de
riscos, tais como na área financeira, devido à diminuição da expectativa de vida.
Da mesma forma, ocorre a área de domínio social, na qual se envolve menores
riscos de conflitos e consequências negativas. Todavia, na parte recreativa,
existe uma tendência de se aumentar o risco se comparado ao processo na fase
adulta ou jovem.
Dessa forma, conforme explicita a American Psychological Association
(2018), a população está envelhecendo, aumentando o topo da pirâmide etária,
e com isso, muitos idosos continuam a atuar em suas vidas profissionais, seja
de forma assalariada ou em forma de voluntariado. Essas interações regulares
com novos segmentos de mercado, com diferentes redes sociais e o
envolvimento de familiares auxiliam os idosos a serem mais saudáveis. Essa
interação permite que ele aprenda novas habilidades, cujo aprendizado, para
essa faixa etária, não exige pressa.
TROCANDO IDEIAS
17
Nesse intuito, é de suma importância poder aprofundar a maior quantidade de
experiências possíveis sobre como cada gênero e faixa etária se comporta.
Um recém-adolescente terá preferências de compras voltadas para a
aceitação pelo meio no qual está inserido, sendo influenciado de maneira
volumosa por amigos ou pelos ídolos, buscando ideais de personalidade,
comportamento, vestimenta e intelectual para esse público. Já um adulto de
meia-idade (por volta de 45 a 50 anos) terá preferências totalmente diferentes,
tanto nos estilos de vestimentas quanto em gostos musicais, profundidade de
diálogos e desejos por produtos. Qual seriam as melhores estratégias para se
ter uma comunicação mais eficiente com ambas faixas etárias?
NA PRÁTICA
18
FINALIZANDO
19
REFERÊNCIAS
20
ROLISON, J. J.; HANOCH, Y.; WOOD, S.; LIU, P. J. Risk-taking differences
across the adult life span: a question of age and domain. Journals of
Gerontology, Series B: Psychological Sciences and Social Sciences, 69, p.
870–880, out. 2013.
21
NEUROMARKETING
AULA 5
As informações com as quais você terá contato não exaurem o tema, mas
são um incentivo a novas pesquisas e ao aprofundamento.
CONTEXTUALIZANDO
2
Com o entendimento das diferenças cognitivas e neurais ditas acima é
possível realizar melhores ações no que tange aos resultados para
posicionamentos nas áreas da comunicação, publicidade e do mercado digital,
os quais vigorosamente trazem resultados efetivos para qualquer organização.
Outro ponto crucial nas estratégias é o posicionamento de marca, também
chamado de branding e as influências comportamentais humanas por
consequência da interação com o meio.
3
1.1 Cérebro masculino
Ofereça prazer ao homem, status e alegria: ofereça produtos que dão aos
homens prazer, status e alegria. Isso fará com que o processo de venda
seja mais fácil.
Atenção, emoção e memória: homens são estimulados pela orientação
emocional aos produtos, ou seja, desperte nele os 3 princípios do
comportamento e facilite a tomada de decisão de compra.
Use os 5 sentidos: o homem tende a comprar usabilidade e praticidade.
O homem precisa usar todos os sentidos, como tocar, cheirar, saborear,
ver e ouvir.
Homens são mais táteis e visuais: o homem precisa estar confortável para
comprar. O homem possui uma tendência de comprar comodidade antes
de beleza.
Homem é dominante: o homem tem necessidade primitiva de dominar sua
casa com comida, sexo para dar sentido à sua sensação de dominação.
Homens falam 3 vezes menos que as mulheres: o homem utiliza metade
das palavras utilizadas por uma mulher, durante seu dia. Por esse motivo,
a venda para homens deve ser mais focada e objetiva.
O homem sente-se “líder”: os homens precisam sentir-se líderes de suas
famílias e de seus grupos, comumentemente chamados de macho-alfa.
Ofereça produtos que permitam que ele se sinta protetor e sustentador da
família e de sua mulher.
5
Segundo Miller e Halpern (2013), as mulheres possuem vantagens na
leitura, uma denotação em que detalhes e foco são mais fortes cognitivamente
neste gênero. Outro ponto importante é que, mesmo o cérebro masculino
possuindo mais vantagens na característica espacial, quando se trata de utilizar
a memória para essa função, o cérebro feminino é favorecido moderadamente a
mais do que o masculino. Essa situação está alinhada com as habilidades de
memória.
Assim, é também explicado por Ingalhalikara et al. (2014): o cérebro
feminino possui uma conectividade intra-hemisférica, ou seja, as conectividades
cerebrais acontecem na intercalação entre os hemisférios, conforme a Figura 2.
6
As mulheres, por se socializarem mais, tendem a dialogar mais, então
falam mais palavras que os homens, durante um dia todo. Então deixe a
mulher falar para que se tenha as expectativas dela em relação ao
assunto abordado;
Por serem mais empáticas, as mulheres possuem uma preferência por
histórias e metáforas;
Pesquisas demonstram que mulheres são mais focadas em detalhes do
que os homens, incluindo diferenciação de cores, formas e formatos;
A variação hormonal provoca diferentes reações e atitudes na mulher.
Essa variação ocorre durante fases de menstruação, ovulação e
menopausa;
Por ser quem gestiona e cuida da prole, o cérebro feminino possui um
processo de vinculação emocional maior com aspectos familiares.
7
ditar o ritmo de recompra e distribuição de produtos. Com isso, nos tornamos
reféns da compra impulsiva, que, segundo Silva (2014, p. 45-46),
8
o tato e olfato na integração com a campanha veiculada, ou seja, estimular
esta área cerebral é ativar os sentidos e possibilitar a interação com a
história de maneira mais emocional e impulsiva;
Aquisição e consumo imediato pelo neurônio-espelho: a replicação
comportamental é uma ativação efetuada pelo sistema de neurônio-
espelho, ou seja, quando, na campanha publicitária, o ator ou atriz está
utilizando o produto ou serviço, temos ativada a ação no próprio cérebro;
Experiência de consumo com altos níveis de engajamento: a integração
entre vídeo e áudio deve possibilitar o envolvimento emocional.
Comerciais que possuem elevados níveis de engajamento tendem a gerar
maior intenção de compra.
Coerência e eficácia do áudio: sabe-se que determinados ritmos musicais
estimulam maior intensidade da frequência cardíaca e de respiração,
permitindo o acionamento do sistema límbico com maior força;
Personagens: a vinculação inconsciente a um personagem no comercial
pode determinar uma melhor eficácia da campanha publicitária. Caso o
impacto neurológico seja profundo a ponto de aumentar o engajamento
do cliente, a continuidade desse personagem em outros veículos de
comunicação pode aumentar os resultados positivos;
Avaliar sua comunicação na prateleira: a identificação do momento de
intenção de compra dentro de um comercial pode ser inserida na
comunicação visual em lojas ou em mídias de veiculação externa, como
um outdoor ou display interativo, gerando aumento nos resultados de
vendas.
9
e ineficazes revelou que existem ritmos naturais de eficácia
neurológica nos comerciais bem-sucedidos.
10
O monitoramento dos movimentos oculares e de dilatação da pupila é
importante para que haja uma melhor adaptação da marca, slogan, cores
e formas com o objetivo de melhorar a retenção e memorização da marca;
Somos atraídos por elementos que nos trazem segurança e de fácil
entendimento, por esse motivo os desenhos rupestres foram tão
importantes na evolução cognitiva e de leitura do ser humano;
11
A competitividade entre as mídias disponíveis e o constante aumento do
número de competidores pela audiência geram necessidades de estratégias
distintas entre televisão, internet (computador e notebooks) e mobile (celular e
tablets).
Mas uma das questões indagadas pelas empresas é: “Os estímulos e
resultados de comportamentos de nossos clientes são diferentes em relação à
televisão e internet?” Talvez essa questão tenha como resposta um simplista
“talvez”. A comunicação pode ter linhas diferentes de veiculação, porém os
estímulos necessitam ser próximos para o consumo do mesmo produto. A
fixação da marca ou do preço ou da localidade deve ter consonância entre os
veículos, e as criações diferenciadas para um mesmo produto precisam gerar as
mesmas motivações de intenção de compra, porém se as motivações forem
distintas, isso pode incorrer em modificação do impacto e das ações
inconscientes de seus clientes, devido à mídia poder ter públicos diferentes. Para
Pradeep (2012, p. 270):
12
Concentro os esforços de leitura ou áudio na centralização do “eu”. O
nosso cérebro é programado para obter os resultados que melhor se
adequam à necessidade individual, ou seja, é um processo egoísta de
sobrevivência social, psicológica, biológica e familiar;
Embora não tenhamos como tocar objetivos efetivamente no mundo
digital, podemos realizar comparações visuais práticas a ponto de
contrastar a utilização do produto em detrimento dos benefícios que ele
oferece;
Aumentamos o engajamento no mundo digital quando elencamos
informações familiares e que possibilitem grau de comparação, também
chamado de entradas tangíveis. Quanto menor o esforço cognitivo de
entendimento, maior a possibilidade de ação em vez de indagação;
Estímulos visuais são de extrema importância, pois nosso sentido visão
está mais próximo do cérebro do que qualquer outro. Nossos nervos
ópticos são estimuladores de compras, ou seja, a ação de vinculação
emocional dá-se, num primeiro momento, pela interação visual. O cérebro
do impulso (reptiliano) é visual, então as utilizações de imagens que
gerem memes comportamentais são de extrema importância.
Outro ponto que merece real atenção em relação ao mundo digital é que
somos atraídos por coisas que possamos demarcar com segurança e que
possamos mapear inconscientemente, como um rosto, por exemplo. A leitura de
dados da face nos permite acionar as emoções e juízos de valor, como as
intenções de entendimento subjetivo. Assim, quanto maior for a tela de
visualização digital (por exemplo, a televisão), maior será nossa percepção sobre
a face de uma pessoa, porém para telas pequenas, como celular, temos uma
dificuldade maior de entender as microexpressões faciais, dificultando nossa
vinculação emocional; e se não vinculamos emoção à imagem, temos a
possibilidade de não reter as informações e não cristalizar na memória aquela
experiência, por isso o efeito da imagem será negativo para os resultados
esperados.
13
positiva ou negativamente marcas, vendas de produtos e fidelização de clientes.
Como relatado anteriormente, as mídias sociais já ultrapassam em grau de
importância por pesquisa comparativas de produtos ou serviços, aumentando
assim a convergência de importância das redes sociais em detrimento da
influência comportamental social.
Dados da Global Web Index denotam que a busca por conteúdos
divertidos tem crescido, assim como pesquisas para encontrar ou comprar
produtos e aumento da rede de contatos de trabalho. Essa linha de tendência
comportamental em muito é influenciada pelas interações nas redes sociais
existentes. Quanto maior a interação da rede social, mais as pessoas tendem a
serem influenciadas sugestivamente por ela, pois, segundo Althoff, Jindal e
Leskovec (2017), “a influência social é responsável por 55% das mudanças
observadas no comportamento do usuário (redes sociais), enquanto os 45%
restantes podem ser explicados pela maior motivação do usuário em usar o
aplicativo”.
Esta influência comportamental está inserida em nosso cérebro primitivo,
cujos esforços destinamos para a sobrevivência. Assim, nossa tendência é nos
mantermos realizando ações conforme o bando realiza, pois inconscientemente
não queremos ser destoantes do meio no qual estamos inseridos e estamos
tendo relacionamentos e informações. Para Camargo (2013), os três elementos
básicos que nos levam às compras, também podendo entender que são fatores
de influência comportamental, são: o comportamento de bando, a abstração do
processamento da ínsula e o cérebro ancestral (primitivo).
Esta replicação comportamental de influência social é a ação do sistema
de neurônio-espelho ativo, no qual, por observação, nos colocamos nas mesmas
experiências de outrem e acabamos por acionar nossas emoções e sentidos de
tal forma que nosso cérebro estará estimulado a proceder à mesma ação pela
mesma motivação. Pradeep (2012, p. 122) afirma que:
14
habilidades importantes que contribuem para o aprimoramento da
espécie são difundidas rapidamente por intermédio da cultura.
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
15
Como estratégia para melhoria dos indicadores de vendas, a empresa
necessita de uma readequação no padrão de atendimento e na abordagem com
os clientes atuais, sabendo que:
FINALIZANDO
16
estratégias empresariais muito mais complexa. Evidentemente que as relações
interpessoais também são afetadas diretamente.
Assim, o monitoramento das atividades de clientes é fundamental para
entender que todos querem ter a sensação de pertencimento a um agrupamento
social, buscam se entreter e receber recompensas emocionais por meio de seus
desejos e anseios. Assim, é preciso controlar os resultados mercadológicos com
base nos indicadores emocionais e cerebrais e para isso equipamentos e
aplicações precisam ser utilizados.
17
REFERÊNCIAS
ALTHOFF, T.; JINDAL, P.; LESKOVEC, J. Online actions with offline impact:
how online social networks influence online and offline user behavior.
Cambridge, United Kingdom: WSDM, 2017. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1145/3018661.3018672>. Acesso em: 30 jul. 2018.
GLOBAL Web Index 2015 and 2017 (averages across all waves of research).
Global Web Index. Disponível em <https://www.globalwebindex.com>.
Acessado em: 30 jul. 2018.
18
OBERMAN, L.; PINEDA, J. A.; RAMACHANDRAN, V. S. The human mirror
neuron system: a link between action observation and social skills. Social
Cognitive Affective Neuroscience, mar. 2007, v. 2, n. 1, p. 62-66.
19
NEUROMARKETING
AULA 6
1. Pesquisa de Neuromarketing;
2. Equipamentos de pesquisas em Neuromarketing;
3. Equipamentos e tecnologias de contraprova em pesquisas;
4. Ética em Neuromarketing;
5. Contribuições do Neuromarketing para as estratégias de marketing.
CONTEXTUALIZANDO
2
seja capaz de determinar as relações mais profundas que existem dentro do
cérebro. Para que tenhamos acesso a diversos dados diferentes, precisamos de
equipamentos, técnicas e análises diferentes. Todavia, é sempre factível um
questionamento: Será que as pesquisas de Neuromarketing não possuem algum
viés cognitivo ou interpretativo?
São questões como essa que permitem o adensamento do conhecimento
e das contribuições para a sociedade, na busca por entender o comportamento
inconsciente do ser humano.
3
de Pesquisa Humana, Proteções e ao Senado dos Estados Unidos da
América para investigar a pesquisa da BrightHouse. O site da
BrightHouse, Neurostrategies, como era chamado, foi rapidamente
removido, e a nova empresa desapareceu da atenção do público.
4
(Continuação da Tabela 1)
Atividade
Eletroencefalografia Eletroencefalograma Campos elétricos neural da Milissegundos Centímetros
população
Precisão e
Estimulação magnética
TMS N/D tempo de Milissegundos > 1 cmb
transcraniana
reação
Outras técnicas psicofisiológica
Vibração do Segundos
Análise de pitch de voz VPA Excitação N/D
cordão vocal fracionários
Resposta Galvânica da Resistência Segundos
GSR Excitação N/D
Pele elétrica fracionários
Refletividade da Atenção
Eyetracking Milissegundos N/D
córnea Espacial
Fonte: Perrachione; Perrachione, 2008.
5
Durante mais de 100 anos de sua história, a encefalografia sofreu um
enorme progresso. A existência de correntes elétricas no cérebro foi
descoberta em 1875 por um médico inglês chamado Richard Caton.
Caton observou o EEG do cérebro exposto de coelhos e macacos. Em
1924, Hans Berger, um neurologista alemão, usou seu equipamento
de rádio para amplificar e medir a atividade elétrica do cérebro no couro
cabeludo humano. Ele anunciou que correntes elétricas fracas geradas
no cérebro podem ser registradas sem abrir o crânio, e representadas
graficamente em uma tira de papel. A atividade que ele observou
mudou de acordo com o status funcional do cérebro, como no sono,
anestesia, falta de oxigênio e em certas doenças neurais, como na
epilepsia. Berger estabeleceu as bases para muitas das aplicações
atuais da eletroencefalografia. Ele também usou a palavra
eletroencefalograma como o primeiro para descrever os potenciais
elétricos do cérebro em humanos.
6
2.2 FMRI (Ressonância Magnética por Imagem Funcional)
Fonte: Hakaba/Shutterstock.
2.3 Eyetracking
7
Figura 3 – Óculos Eyetracking
Além das dessas tecnologias, existem outras análises que podem ser
realizadas com finalidades de pesquisa, tais como:
3.1 Eletrocardiograma
9
3.3 Transdermal Optical Imaging
11
• Capítulo IV, Da Ciência, Tecnologia e Inovação, vigorando o art. 218.
• Capítulo VI, Do Meio Ambiente, vigorando o art. 225.
• Capítulo VII, Da Família, da criança, do adolescente, do jovem e do idoso,
vigorando os arts. 227 e 230.
12
pesquisa do Neuromarketing, incluindo varreduras cerebrais e dados do cérebro,
permanecerão como propriedade da empresa de pesquisa e não serão compartilhados.
• Artigo 7: Direitos dos Participantes – a. Os participantes de qualquer projeto de pesquisa
de Neuromarketing devem confirmar que não são obrigados a participar do projeto; b. Os
participantes de qualquer projeto de pesquisa de Neuromarketing poderão retirar-se da
pesquisa a qualquer momento; c. Os participantes de qualquer projeto de pesquisa de
Neuromarketing devem ter a garantia de que seus dados pessoais não serão disponibilizados
para outras pessoas; d. Os participantes de qualquer projeto de pesquisa de Neuromarketing
devem ter a garantia de que os insights serão excluídos ou modificados mediante solicitação;
e. Deve ser tomado especial cuidado para manter os direitos de proteção de dados dos
participantes quando os dados pessoais são transferidos do país em que são recolhidos para
outro país. Quando o processamento de dados é realizado em outro país, os princípios de
proteção de dados deste Código devem ser respeitados.
• Artigo 8: Crianças e Jovens – Os estudos de Neuromarketing envolvendo participantes com
menos de 18 anos de idade somente serão realizados com o consentimento informado dos
pais do participante.
• Artigo 9: Subcontratação – Pesquisadores de Neuromarketing devem divulgar, antes do
início do trabalho, quando qualquer parte do projeto deve ser subcontratada fora da própria
organização dos pesquisadores de Neuromarketing (incluindo o uso de quaisquer consultores
externos).
• Artigo 10: Publicação – Quando os resultados de um projeto são compartilhados
publicamente, os pesquisadores de Neuromarketing devem articular claramente qual parte do
relatório representa a interpretação dos dados e quais partes dos dados representam as
principais conclusões. Os pesquisadores de Neuromarketing não devem associar seus
nomes a um projeto de pesquisa de Neuromarketing, a menos que tenham participado
ativamente do projeto e sejam capazes de defender os resultados.
• Artigo 11: Compromisso – Pesquisadores de Neuromarketing comprometem-se a aplicar
este código e garantir que seus próprios clientes e outras partes cumpram com seus
requisitos. Não fazer isso resultará no término de sua associação.
• Artigo 12: Implementação – a. Os pesquisadores de Neuromarketing e seus clientes devem
reconhecer que conhecem o código e também respeitam outras diretrizes de autorregulação
relevantes para uma região ou projeto em particular; O Código é aplicável a todos os
envolvidos em um projeto de Neuromarketing; b. Os membros do NMSBA deverão
demonstrar sua aceitação do código publicando-o em seu site ou publicando um link para
<www.nmsba.com/ethics>. (NMSBA, 2018)
13
Alguns pontos relevantes a considerar nas pesquisas de Neuromarketing
são:
14
cliente. Os estímulos sensoriais são tantos, que nosso cérebro não consegue
processar grande parte. Segundo Pradeep (2012), sofremos cerca de 11 milhões
de estímulos em formato de informações por segundo; porém, nosso cérebro
consegue processar somente 40 dados de informações desses estímulos, ou
seja, apenas 0,00036% correspondem às respostas elaboradas com base nos
estímulos recebidos.
A obtenção de um feedback correto, biologicamente verdadeiro e preciso
somente pode se dar por meio de testes neurocientíficos que trabalhem os
aspectos cerebrais e as estruturas de ativações emocionais, como frequência
cardíaca, galvânica de pele e monitoramento ocular.
Outro ponto substancial contributivo é a relação Custos x Tempo do
desenvolvimento de produtos. Com a possibilidade de obtenção das respostas
inconscientes em relação à manipulação dos produtos e seu grau de
envolvimento emocional na vida dos consumidores, fica mais claro saber quais
adaptações poderiam ser realizadas para melhoria contínua do produto ou
serviço. O tempo de desenvolvimento dessas adequações seria menor, e a
assertividade das correções seria elevada, diminuindo o exercício de teste de
acerto e erro.
Campanhas publicitárias, on-line e off-line, também teriam seus custos
diminuídos devido à assertividade no impacto das mídias; assim, os custos de
veiculação poderiam diminuir, já que seria necessário um menor número de
veiculações para ter o mesmo efeito anterior, quando não havia adaptações
neurocientíficas nas peças publicitárias.
Outro ponto na área de Publicidade refere-se à alteração das análises de
efetividade de mídia, também conhecidas como GRP (Gross Rating Points ou
“Pontos de Audiência Bruta”), “um indicador da intensidade com a qual o
anunciante está se comunicando com o público utilizando determinada
programação. Isso permite comparar programações diferentes e saber, por
exemplo, qual é a ‘mais forte’. Ou escolher a alternativa que dá a maior
quantidade de comunicação pelo menor custo” (Rede Globo, 2015, p. 12).
O GRP é medido com a utilização de aparelhos específicos distribuídos
em diversas residências, dentro de um processo de amostragem. As casas
selecionadas para fazer parte dessa pesquisa utilizam o aparelho de
monitoramento, e é com base na sua utilização que os cálculos são feitos;
porém, o comportamento de preferência e de estimulação emocional é diferente
15
em localidades distintas (por exemplo, realizar a mesma pesquisa com os
mesmos critérios e ferramentais no Sul e no Nordeste brasileiros). Com o
desenvolvimento tecnológico, essas métricas não biológicas ficam, com o tempo,
obsoletas.
Entre as diversas aplicações do Neuromarketing, a contribuição que
talvez possa gerar maior impacto refere-se à melhoria do relacionamento social:
com maior conhecimento de como nos comportamos, é possível melhorar nosso
comportamento perante a sociedade e suas aspirações. Sabemos que as
tomadas de decisões são sempre em benefício individual ou em prol do coletivo,
no qual estamos inseridos de alguma forma, porém, com as contribuições do
Neuromarketing, será possível entender como as pessoas contribuem e como
podem fazê-lo daqui a algum tempo.
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
17
pesquisada e, outra, efetiva. Tudo isso com, pelo menos, dois indicadores
diferentes e equipamentos diferentes.
Os resultados trarão uma plena e aceitável contribuição para a sociedade
e a vida.
18
REFERÊNCIAS
19
TEPLAN, M. Fundamental of EEG measurement. Measurement Science
Review, v. 2, seção 2, 2002.
WEIL, J. et al. Transdermal Optical Imaging Reveal Basal Stress via Heart Rate
Variability Analysis: A Novel Methodology Comparable to Electrocardiography.
Frontiers Psychology, 8 fev. 2018.
20