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AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Vanilde Antônia Câmara*

RESUMO

A psicomotricidade é uma ciência muito importante para educação infantil, pois os obstáculos
no aprendizado das crianças podem ter como causa um desenvolvimento psicomotor deficiente.
Este trabalho procurou apresentar quais as limitações do desenvolvimento psicomotor das
crianças na era cujas brincadeiras e as dinâmicas estão sendo substituídas pelo entretenimento
tecnológico. O objetivo geral do estudo é analisar a importância da psicomotricidade no
aprendizado desde o começo das vidas das crianças. A metodologia usada foi baseada em
revisões literárias, que englobam artigos e livros, e pesquisas online, utilizando sites e vídeos
relacionados com assunto. A pesquisa relaciona os mecanismos psicomotores realizando uma
conexão entre a psicopedagogia e a psicomotricidade. Com isso, percebeu-se que as
brincadeiras e os jogos são canais diretos que a criança usa para exprimir seus desejos e
emoções sendo ferramentas muito válidas durante as séries iniciais, podendo assim conseguir
uma boa evolução motora, psicológica, social e afetiva. Nessa linha de raciocínio, percebeu-se
a importância do profissional educador em estimular o aluno conforme a sua realidade,
objetivando o melhor desenvolvimento cognitivo deste. Dessa forma, conseguiu-se expor a
relação da psicopedagogia como um ramo que visa a solução dos problemas de aprendizado
referentes a influência do meio e que se associado a psicomotricidade, é capaz de auxiliar a
solução desses problemas através do treinamento motor do indivíduo desde as etapas iniciais
da vida.

Palavras-chave: Psicomotricidade. Crianças. Aprendizagem. Desenvolvimento.


Psicopedagogia.

*Graduada em Letras Inglês pela Universidade Ceuma. Pós-graduanda em Psicopedagogia Institucional e Clínica
pelo Centro De Avaliação, Planejamento E Educação do Maranhão - CAPEM.
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INTRODUÇÃO

A Educação Infantil caracteriza-se como a primeira etapa da Educação Básica.


Dessa forma, esta é considerada uma fase essencial, pois disponibiliza os fundamentos
primordiais para o desenvolvimento cognitivo da criança. Além disso, por conta das
responsabilidades referentes ao crescimento infantil, infere-se que educar é uma tarefa difícil
que exige um certo grau de delicadeza, ciência, experiência, muito bom senso e, sobretudo, de
infinito amor e carinho (DOS SANTOS, 2015).
A psicomotricidade busca estabelecer, de certa forma, a conversão do pensamento
em ato motor harmônico (GOMES, 2007). A criança cujo desenvolvimento psicomotor se dá
de forma limitada poderá apresentar problemas ligados a escrita, a leitura, a distinção de letras,
ordenação silábica, no pensamento abstrato e lógico e na análise gramatical (ROSSI, 2012).
Através da brincadeira, a criança consegue adicionar novos significados a seu
mundo, visto que o início da capacidade de significar não está nas palavras, mas sim nas
brincadeiras. Enquanto brinca, a criança, o jovem ou o adulto experimentam as mais diversas
possibilidades de reorganizarem-se de forma constante. Por isso, incentivar as brincadeiras na
Educação Infantil é uma tarefa primordial para o profissional educador, pois na atividade lúdica
o que importa não é apenas o produto da atividade, mas a própria ação desta, possibilitando o
estabelecimento das relações entre o brincar e o aprender a aprender (DOS SANTOS, 2015).
É através da brincadeira que a criança se envolve no jogo e sente a necessidade de
partilhar com o próximo. Ainda que em postura de adversário, a parceria é uma espécie de
estabelecimento de relação. Esta relação expõe as potencialidades dos participantes, afeta as
emoções e põe à prova as aptidões testando as limitações de cada um. Brincando e jogando a
criança terá oportunidade de desenvolver capacidades indispensáveis em uma futura atuação
profissional, tais como atenção, afetividade, o hábito de permanecer concentrado e outras
habilidades perceptuais psicomotoras. Brincando a criança torna-se operativa (ALMEIDA,
2009).
Através do estudo das estruturas cognitivas, é possível descrever a importância do
período sensório motor e da motricidade, principalmente antes da aquisição da linguagem, no
desenvolvimento da inteligência. O desenvolvimento mental se constrói através de uma
equilibração progressiva, o que significa que está havendo uma compensação como resposta do
sujeito a si mesmo frente às perturbações exteriores ou interiores (OLIVEIRA, 2000).
Dessa forma, esse trabalho tem como objetivo principal relacionar a influência do
lúdico com o processo de desempenho de aprendizado, tendo como norte as pesquisas e
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bibliografias acerca da psicomotricidade, relacionando a motricidade, a mente e a afetividade


que existe na Educação Infantil, pois é a partir dessa ciência que pode-se viabilizar o
desenvolvimento global da criança, tanto por meio do desenvolvimento de práticas
pedagógicas, como por meio de meios que estimulam o movimento como a educação física e
jogos.

1 A PSICOMOTRICIDADE E O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

O desenvolvimento humano é um processo evolutivo, tanto no aspecto físico como


no psicológico. Em cada etapa da vida, surgem algumas características específicas que podendo
gerar a aceleração ou o retardamento destes processos, dependendo da análise de cada caso
individualmente. É do instinto da criança sentir a necessidade de explorar seu meio, adquirindo
habilidades motoras, mentais e sociais básicas (VASCONCELLOS, 2006).
Porém, quando se analisa a infância moderna, observa-se mudanças drásticas. Os
espaços e a liberdade para a prática das brincadeiras diminuíram de forma significativa,
consequência principalmente dos processos urbanísticos que induzem à necessidade de
segurança e ao avanço exponencial da tecnologia. A escola deve ser um agente atuante neste
caso, não somente se preocupando na preparação profissional do indivíduo, mas também com
outros aspectos como a autonomia, a criatividade e a crítica (ARAUJO, 2013).
A importância do efeito psicomotor na organização da personalidade da criança,
baseia-se no desenvolvimento intelectual e emocional. O estudo do psicomotor inclui os
aspectos como o modelo corporal, a lateralidade, a estrutura espacial, orientação temporal,
controle sonoro e motor. Os principais destaques estão por parte da estrutura do corpo, a
generalização, a estruturação espacial e o controle do motor (PAULA, 2016).
A estrutura corporal é uma forma de equilíbrio dentro do núcleo da personalidade
do indivíduo. Está organizado no contexto das relações mútuas do organismo e do ambiente. É
importante frisar que a estrutura do corpo é a organização dos sentimentos atrelados ao corpo
em conjunto com o que absorve-se do mundo exterior, desempenhando um papel essencial no
desenvolvimento da criança, uma vez que esta organização é o ponto de partida de suas
possibilidades de ação, o que mostra que o corpo como esquema é a organização de sentimentos
sobre seu próprio corpo (JOHNSON, 1987).
Já a lateralidade apresenta-se como a tendência a estruturação espacial, ou melhor,
a utilização preferida do ser humano a um lado do corpo do que do outro. Isto significa que
existe uma predominância da sua capacidade motora, uma preferência de um lado. O lado
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dominante tem mais força muscular, mais precisão e mais velocidade, visto que é este que inicia
e executa as medidas mais importantes. O outro lado suporta esta ação e é igualmente
importante, mas complementar. Este aprendizado motor é realizado enquanto higiene pessoal,
caminhadas e força são realizadas. Quando em contato com os objetos de seu ambiente, a
lateralidade explora a criança, estimulando-a sobre as oportunidades para empregar
continuamente uma escolha (PAULA, 2016).
A psicomotricidade faz parte das diferentes atividades motoras das crianças, o que
contribui consideravelmente para o conhecimento e o domínio de seu próprio corpo. É um
método indispensável para o desenvolvimento global e uniforme da criança, participando
ativamente da construção das bases fundamentais da aprendizagem (ROSSI, 2012).
De uma forma conceitual, a psicomotricidade abrange toda ação realizada pelo
indivíduo; é a interação entre o psiquismo e a motricidade, obtendo um desenvolvimento global
focado nos aspectos afetivos, motores e cognitivos, levando o indivíduo a tomar consciência do
seu corpo por meio do movimento. Assim, o desenvolvimento da psicomotricidade faz-se
através da evolução da criança, na sua troca com o meio, onde aos poucos vai ampliando-se a
sua capacidade de se adaptar às necessidades comuns, fazendo-se necessário para isso, o espaço
físico, a diversidade de material, jogos lúdicos, um ambiente arejado e agradável (ARAUJO,
2013).
Por ser a ciência que estuda o movimento, a psicomotricidade é um meio que auxilia
um melhor desenvolvimento global, sendo diretamente relacionada ao afeto e à emoção. Por
isso, para que haja evolução nas crianças são imprescindíveis diversos fatores. Dentre alguns
fatores estão os metabólicos, os morfológicos, psicomotores, psicossociais e psicoemocionais.
O déficit no desenvolvimento de algum desses promove a dificuldade na aprendizagem
(WALLON, 2005).
O movimento é a primeira manifestação na vida do ser humano, visto que
desde a vida intrauterina há a aplicação de movimentos feitos pelo corpo, no qual vão
se estruturando e exercendo enormes influências no comportamento. Sendo assim,
considera-se que a psicomotricidade é um instrumento de enorme importância que auxilia a
promover preventivos de intervenção, proporcionando resultados satisfatórios em situações de
dificuldades no processo de ensino- aprendizagem (DOS SANTOS, 2015).
A evolução psicomotora possui três etapas: corpo vivido, corpo descoberto e corpo
representado. A primeira etapa compreende os primeiros anos de vida, de 0 a 3 anos, onde a
criança não possui consciência de si relacionada ao ambiente. A partir do momento que ocorre
o seu amadurecimento e sua vivência, a criança diferencia-se de seu meio, se descobrindo. A
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segunda etapa está integrada dos três aos sete anos, tendo como característica principal uma
maior coordenação da criança, onde já há uma certa consciência de seu corpo, sendo perceptível
a compreensão de conceitos como tempo/espaço, em cima/embaixo, dentre outros. Na terceira
etapa, dos sete aos doze anos, o desenvolvimento infantil não é mais centrado em seu próprio
corpo, tendo assim aperfeiçoamento de seus movimentos e de sua coordenação (LE BOULCH,
2007).
Quando a lateralidade de uma criança não está bem estabelecida, a mesma
demonstra problemáticas de ordem espacial. Alguns exemplos são não perceber a diferença
entre seu lado dominante e o outro, não aprender a utilizar corretamente os termos direita e
esquerda, apresentar dificuldade em seguir a direção gráfica da leitura e da escrita, não
conseguir reconhecer a ordem em um quadro, entre outros transtornos. Problemas na
organização espacial produzirão dificuldades em distinguir letras que se diferem por pequenos
detalhes, como “b” com “p”, “n” com “u”, “12” com “21” (direita e esquerda, para cima e para
baixo, antes e depois), trombar constantemente nos objetos, não organiza bem seus materiais
de uso pessoal, não respeitar margens nem escrever adequadamente sobre as linhas. Uma
criança com estruturação temporal com desenvolvimento comprometido poderá não perceber
intervalos de tempo, nem o antes e o depois, não prever o tempo que gastará para realizar uma
atividade, demorando muito tempo nela e deixando, portanto, de realizar outras (CAMPOS,
2013).
Nesse sentido, o professor deve ter como base para a composição de seu trabalho o
entendimento de que a criança interfere no ambiente através do movimento; assim, é importante
conhecer e entender o desenvolvimento psicomotor e suas
etapas, propondo assim atividades consistentes e fundamentadas, criando projetos
para que as crianças brinquem, explorem, criem, sintam e, dessa forma, aprendam
(ARAUJO, 2013).

2 O APRENDIZADO E O DOMÍNIO PSICOMOTOR

A psicomotricidade se revela eficiente desde os pequenos gestos motores de uma


criança, externados através de atividades que possibilitam o conhecimento e o domínio do
próprio corpo. Através deste método de aprendizagem é possível contribuir para a estruturação
do esquema corporal, direcionando à prática do movimento a todos os momentos da vida de
uma criança. É por meio dos exercícios e brincadeiras propostos que a criança se diverte, usa
sua criatividade e se socializa (BORGES, 2013).
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Incluídos no sistema pedagógico de ensino, os jogos se mostram instrumentos de


aprendizagem eficientes, pois melhoram o processo de aprendizagem, influenciando as relações
sociais. Piaget (1977) defende que o contato com a criança pela da motricidade, através do tato,
da visão e da audição, é de suma importância para o desenvolvimento integral destes indivíduos.
O autor defende ainda que não há um padrão de ações, devendo ser disponibilizado aos alunos
uma diversidade de jogos, trabalhados de forma integrada com outras áreas de
desenvolvimento. A educação psicomotora visa prevenir os déficits de aprendizagem
(BARBOSA, 2012).
Nas séries iniciais a segregação por conta desses problemas de aprendizagem
adquire mais força e mais de 20% da população escolar é proscrita por não ter adquirido o
domínio da leitura no final do ano. Por isso, antes do aprendizado da leitura, é necessário ajudar
a criança a utilizar a linguagem, de forma geral, mais rica e correta possível. Já com relação a
escrita é antes de tudo um aprendizado motor, pois o domínio dos gestos da escrita está atrelado
ao equilíbrio entre as forças musculares, a flexibilidade e agilidade de cada articulação do
membro superior. Portanto, é indispensável fixar as bases motoras da escrita antes de ensinar a
criança a dominar o lápis (SOUZA, 2007).

É pela psicomotricidade e pela visão que a criança descobre o mundo dos objetos, e é
manipulando-os que ela redescobre o mundo: porém esta descoberta a partir dos
objetos só será verdadeiramente frutífera quando a criança for capaz de segurar e de
largar, quando ela tiver adquirido a noção de distância entre ela e o objeto que ela
manipula, quando o objeto não fizer mais parte de sua simples atividade corporal
indiferenciada (OLIVEIRA, 2000, p.34).

Henri Wallon instituiu a teoria de desenvolvimento, onde a compreensão dos


conceitos indica ao professor o processo da constituição de pessoas, conforme a influência do
meio ambiente no indivíduo. A partir disso, é possível que o educador busque inovações na
prática pedagógica, aplicando desafios à ação motora e lógica do aluno. Na teoria Psicogenética
de Wallon, o processo de desenvolvimento está atrelado tanto a integração organismo-meio,
como a integração cognitiva, afetiva e motora (MAHONEY, 2005). A segunda integração é
foco que abrange o cunho da pesquisa vigente.
O domínio cognitivo é desenvolvido pela prática dos jogos. São através desses que
a criança entra em contato direto com a realidade, procurando respostas para as diversas
problemáticas propostas. Para Piaget, o jogo extravasa o âmbito cognitivo e exige que a criança
entenda o conceito de regra, aceitação das pessoas e noções de perda/ganho. Estes conceitos
conduzirão o aluno desde a infância até a vida adulta (La TAILLE, 1992).
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O domínio afetivo deve ser concebido através das mais diversas práticas lúdicas
coletivas, buscando colocar de lado os atrasos de comunicação, a timidez, e o sentimento de
insegurança que muitos alunos detêm. Muitas crianças são carentes de modo afetivo ou
superprotegidas, sendo que normalmente há desinteresse pelos conteúdos ministrados em sala
de aula em virtude de problemas organizacionais da personalidade, advindo da afetividade
(SOUZA, 2007).
O domínio motor também pode ser entendido como psicomotor. Ele está
diretamente ligado ao aprendizado e a combinação de atos motores com cognitivos. Como
exemplos têm-se o andar de skate e o jogar basquete. O desenvolvimento harmônico destes três
tipos de domínios proporciona o desenvolvimento integral da pessoa (SILVA, 2013).
As habilidades motoras fundamentais iniciam a partir de dois anos. É nesta idade
as crianças já têm total domínio dos movimentos rudimentares que são a base para o
aperfeiçoamento dos padrões motores fundamentais. A fase do desenvolvimento de habilidades
motoras fundamentais é considerada a maior e mais importante dentre as outras fases iniciais.
Esta fase é considerada uma fase crítica e sensível, pois pode gerar mudanças que determinarão
como será o domínio motor do indivíduo (MARQUES, 2013).
O comportamento psicomotor começa a ser trabalhado com certa organização na
escola, principalmente nas aulas de Educação Física e na própria sala de aula, tornando-se assim
um espaço para o desenvolver o corpo, os movimentos, o dinamismo e a liberdade são vividos
pelas crianças. E alguns fatores acabam sendo influenciadores para as crianças com a mesma
idade, tendo esses comportamentos diferentes, como o meio, o ambiente familiar e as
possibilidades físicas. Por isso, percebe-se que há necessidade de que os educadores conheçam
e compreendam as capacidades de seus alunos, proporcionando o bem-estar, a felicidade e o
crescimento, dentro dos limites de cada um, pois cada criança é única (SISTO, 1996).

Go Tani et al. (1988) afirmam que o desenvolvimento motor é um processo demorado


e, pelo fato das mudanças mais acentuadas ocorrerem nos primeiros anos de vida,
existe a tendência em se considerar o estudo do desenvolvimento motor como sendo
apenas o estudo da criança. É necessário enfocar a criança, pois, enquanto são
necessários cerca de vinte anos para que o organismo se torne maduro, autoridades
em desenvolvimento da criança concordam que os primeiros anos de vida, do
nascimento aos seis anos são anos cruciais para o desenvolvimento integral da criança.
(SOUZA, 2012, P. 37)

Go Tani (1988, p. 112) evidencia que as mudanças durante os estágios de


desenvolvimento ocorrem de maneira seccionada e não em todo o corpo de uma só vez. Assim,
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detecta-se o princípio da continuidade, onde o ser humano passa por diversas modificações
contínuas ao longo da vida (OLIVEIRA, 2002).
As capacidades motoras são componentes da capacidade física do indivíduo,
utilizadas nos mais diversos movimentos habituais. Essas capacidades acabam se integrando
em cinco capacidades específicas: resistência, força, velocidade, flexibilidade e agilidade
(RAIOL, 2010).
A resistência é posta como a eficiência na sustentação de esforços físicos e
psicológicos durante um período suficiente para o aparecimento da fadiga, ou seja, um esforço
de alta intensidade é realizado e mantido por um certo tempo, entretanto, não se podendo perder
a efetividade da execução (SANTOS, 2015).
Já a força entra como a aptidão de transpassar uma determinada resistência, usando-
se a contração muscular. É através da força que se consegue executar ações como saltar e
levantar (RAIOL, 2010).
A velocidade pode ser conceituada como a capacidade de executar ações de alta
intensidade em um espaço curto de tempo, sendo característica desta capacidade as atividades
intervaladas (SANTOS, 2015).
No âmbito da flexibilidade, tem-se o conhecimento desta como a capacidade de
amplitude do movimento, onde se estende uma articulação ou o conjunto delas. É através do
desenvolvimento da flexibilidade que se possibilita o melhoramento na execução técnica, o que
consequentemente previne lesões (SANTOS, 2015).
Por último, a agilidade está atrelada a aptidão de mudar de direção de modo
repentino, sendo vastamente utilizada durante brincadeiras e exercícios coletivos. A agilidade
está intimamente relacionada com a velocidade e a força, sendo delas dependente (RAIOL,
2010).
Para que a criança conquiste determinados níveis de padrões de movimento, é
necessário que haja estímulos por meio de informações e experiências vivenciadas no campo
psicomotor. Dessa forma, consegue-se organizar os conhecimentos adquiridos, sendo
estimulada de forma eficaz. É importante frisar que o domínio motor deve também ser
compreendido como psicomotor, pois por meio dessas diversas atividades realizadas pela
criança que há o desenvolvimento não só do aspecto motor, mas também dos aspectos
cognitivos (SOUZA, 2012).
Os movimentos fundamentais possuem uma importância gigantesca e devem ser
orientados visando a aquisição de habilidades, em um longo processo. Os movimentos
fundamentais são divididos pelos autores em três estágios. O estágio inicial está representado
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como a primeira meta orientada da criança na tentativa de executar um padrão de movimento


fundamental. São os movimentos locomotores, manipulativos e estabilizadores de crianças de
dois anos de idade estão no nível inicial. Já o estágio elementar está ligado ao maior controle e
melhor coordenação rítmica dos movimentos fundamentais. O estágio maduro é caracterizado
como mecanicamente eficiente. Nesse caso, as crianças têm potencial de desenvolvimento para
estar no estágio maduro perto dos 5 ou 6 anos, na maioria das habilidades fundamentais
(SOUZA, 2012).

3 PSICOPEDAGODIA E PSICOMOTRICIDADE

A psicopedagogia lida com o processo de aprendizagem humana, abrangendo os


padrões normais e patológicos a partir da indagação de qual a influência do meio no seu
desenvolvimento, utilizando procedimentos característicos. É um campo de conhecimento
caracterizado pela interdisciplinaridade (DOS SANTOS, 2015).
Nesse contexto, Sara Paín (1985) em sua análise teórico-prática na área
psicopedagogia, coloca que a aprendizagem depende da articulação de fatores internos e
externos ao sujeito. Os fatores internos referem-se ao corpo, desejo e estruturas cognitivas,
enquanto os externos são o meio onde o indivíduo está inserido. O corpo, sendo um instrumento
diretamente ligado a automatismos, coordenações e articulações, leva o indivíduo a registrar
tudo ao seu redor, através dos sistemas sensoriais, fazendo com que este possa regular o seu
funcionamento total. O desejo, entendido como estruturas inconscientes, representa a
alimentação da aprendizagem. As estruturas cognitivas representam aquilo que está na base da
inteligência (PAÍN, 1985).
A aprendizagem basicamente possui três funções: socializadora, pois a partir do
momento em que o indivíduo aprende, ele é submetido a uma série de normas, identificando-
se com o grupo social do qual pertence, transformando-se em um ser social; repressora, porque
pode significar uma forma de gerenciamento, com o objetivo de assegurar a sobrevivência no
sistema que rege a sociedade; transformadora, que deve direcionar o trabalho dos
psicopedagogos, permitindo ao indivíduo uma participação na sociedade, não na perspectiva de
reproduzi-la, mas de transformá-la (PAÍN, 1985).
Essas funções devem estar presentes na concepção dos psicopedagogos e de todos
os profissionais que se envolvem com o desenvolvimento do ser humano, principalmente no
âmbito educacional, pois possuir essas funções representar ter um grande poder, que possibilita
ajudar ou não as crianças, jovens e adultos, no espaço de relação (DOS SANTOS, 2015).
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Além disso, com o desenvolvimento da psicopedagogia, pode-se trazer o


significado aos problemas de aprendizagem. Estes são considerados não como o contrário de
aprender, mas como um estado particular de um sistema que, para equilibrar-se, precisou adotar
um determinado tipo de comportamento que define o não aprender e que cumpre assim uma
função positiva (PAÍN, 1985).

CONCLUSÃO

Neste trabalho foi possível observar as mais variáveis formas de relação entra a
psicomotricidade e a educação infantil. Esta relação tem como base tanto o movimento da
criança pelo simples fato de conhecer seu corpo, como também usar dessa atitude motora para
desenvolver habilidades que podem ser transcendidas ao longo de uma vida.
Os gestos motores combinados com o domínio do corpo proporcionam a formação
de uma espécie de esquema corporal, que está atrelado diretamente com simples atitudes
criativas e divertidas que devem ser incentivadas pelos profissionais educadores. Um exemplo
da aplicação desses gestos motores está nos jogos. Estes, quando aplicados de maneira didática,
facilitam a interação social das crianças, estimulando os diferentes tipos de aprendizagem
individual, buscando sempre prevenir os déficits na absorção do conhecimento.
Além disso, é importante destacar o papel do profissional educador como
estimulador do aluno conforme a sua realidade, objetivando o melhor desenvolvimento
cognitivo destes, pautados nos processos de aprendizagem. Isso mostra a importância da
integração geral e individual da pedagogia e da educação física no currículo básico, dando
ênfase ao desenvolvimento psicomotor. Isso terá como consequência a possibilidade da
manifestação de desejos diferentes como competição bem-intencionada, aventura, expressão, e
assim por diante por meio de várias experiências com o estabelecimento de imagem de corpo e
estabilidade psicológica.
A partir daí, pode-se entender como se dá o processo de desenvolvimento motor e
como são diferenciados os estágios desse desenvolvimento. Dessa forma, foi possível entender
que após passar por esses estágios, o indivíduo conseguiria ter uma melhor organização de
conhecimentos, chegando assim a um estágio de domínio psicomotor.
Ou seja, a meta da educação psicomotora busca bombear a confiança com
movimentos diferentes em diversas atividades. Isso entra como uma forma de usar o
desenvolvimento do movimento como o meio principal da formulação da sua autoidentidade.
Além disso, observou-se que isso traz uma melhora considerável da autoestima influenciando
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nos seus estudos durante o período da adolescência. A educação psicomotora aplica-se como
uma atividade do exercício da percepção do nervo antes do método de desenvolvimento da
consciência e aprendizagem como escrita, leitura e ditado. Esta proporciona que a criança
consiga vencer diversos obstáculos, encontrando-se dentro do meio social, visto que a
brincadeira desperta o desejo de descoberta e exploração, sendo canal direto para que a criança
possa exprimir suas mais variadas emoções
Portanto, conseguiu-se expor a relação da psicopedagogia como um ramo que visa
a solução dos problemas de aprendizagem referentes a influência do meio e que se associado a
psicomotricidade, é capaz de auxiliar a solução desses problemas através do treinamento motor
do indivíduo desde as etapas iniciais da vida.

THE PSYCHOMOTRICITY AND THE CHILDLIKE EDUCATION

ABSTRACT

Psychomotricity is a very important science for early childhood education, as obstacles to


children's learning can be caused by bottom psychomotor development. This paper aimed to
present the limitations of the psychomotor development of children in the age whose play and
dynamics are being replaced by technological entertainment. The general objective of the study
is to analyze the importance of psychomotricity in learning from the beginning of children's
lives. The methodology used was based on literary reviews, which include articles and books,
and online research, using websites and videos related to the subject. The research relates the
psychomotor mechanisms making a connection between psychopedagogy and psychomotricity.
Thus, it was realized that play and games are direct channels that children use to express their
desires and emotions and are very valid tools during the early grades, thus achieving good
motor, psychological, social and affective evolution. In this line of reasoning, it was realized
the importance of the professional educator in stimulating the student according to their reality,
aiming at better cognitive development. Thus, it was possible to expose the relationship of
psychopedagogy as a branch that aims to solve learning problems related to the influence of the
environment and which, when associated with psychomotor skills, is able to help solve these
problems through the motor training of the individual from the beginning early stages of life.

Keywords: Psychomotricity. Children. Learning. Development. Psychopedagogy


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