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Embora não seja um recurso do Novo CPC, a ação rescisória tem o condão de de
reformar o que já foi decidido. Pode não apenas desconstituir a decisão, como implicar
em rejulgamento da causa, através de novo processo. Então, confira quais a hipóteses e
condições da ação rescisória, mas também as mudanças provenientes com o advento
do Novo CPC.
De acordo com Fredie Didier Jr. [1], a ação rescisória é “a ação autônoma de
impugnação, que tem por objetivos a desconstituição de decisão judicial transitada em
julgado e, eventualmente, o rejulgamento da causa”. Ou seja, pretende a anulação de
uma decisão judicial.
Em resumo, são requisitos da ação rescisória, de acordo com o artigo 966 do Novo
CPC, ainda que haja exceções, como se verá adiante:
decisão de mérito;
trânsito em julgado.
Apesar disso, não é considerada um dos recursos no Novo CPC. Isto porque a ação
rescisória inicia um novo processo. Ainda, a fase de recurso é anterior ao trânsito em
julgado da causa, de modo que ainda seja possível discuti-la. A ação rescisória por sua
vez, pressupõe o trânsito em julgado.Difere-se, portanto, da ação de apelação do Novo
CPC. Embora as duas ações incidam sobre decisões de mérito capazes de gerar
a extinção do processo, as fases e as hipóteses são diferentes. No caso da apelação,
ainda não houve trânsito em julgado.
Uma vez que visa a modificação de uma decisão de mérito transitada em julgado, diz-se
que o pedido de rescisão é desconstitutivo. Ou seja, desfaz o que havia sido definido
pela decisão. Logo, possui efeito retroativo. Já o pedido de rejulgamento, caso
existente, seguirá o pedido original objeto da decisão desconstituída. Poderá, então,
ser declaratório, constitutivo ou condenatório.
Segundo o Novo CPC, então, caberá de ação rescisória quando a decisão de mérito,
mesmo transitada em julgado, contiver graves vícios. Dessa maneira, são as hipóteses
do artigo 966, do Novo Código de Processo Civil:
1. quando a decisão proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção
do juiz;
2. quando houver causas de impedimento ou incompetência absoluta do juízo;
3. quando for consequente de dolo ou coação da parte vencedora; ou quando for
resultado de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
4. quando ofender coisa julgada anterior;
5. quando violar, manifestamente, norma jurídica;
6. quando for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em
processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;
7. quando surgir nova prova, de que o autor não tinha conhecimento ou não podia
fazer uso, capaz de assegurar pronunciamento favorável por si;
8. quando for fundada em erro de fato, verificável no exame dos autos;
Acerca do inciso VII, o parágrafo 1º do artigo 966, Novo CPC, dispõe que “há erro de
fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar
inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o
fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado”.
Nesses casos, então, a ação rescisória poderá incidir sobre a parte já julgada da lide.
De igual modo, o parágrafo 3º do artigo 966 do Novo CPC dispõe que “a ação rescisória
pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão”. Autoriza-se, portanto, que seja
rescindida tanto decisão parcial quanto parte da decisão de mérito.
Apesar da previsão geral que toma como objeto da ação rescisória a decisão de mérito, o
parágrafo 2º do artigo 966 do Novo CPC apresenta uma exceção. É a sua redação:
§ 2º Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada
em julgado que, embora não seja de mérito, impeça:
O artigo 967 do Novo CPC aborda a legitimidade pra propositura da ação rescisória.
Desse modo, segundo a leitura do artigo, pode propor a ação:
Apesar das previsões das alíneas “a” e “b” do inciso III, diz-se ser exemplificativo, pois
a alínea “c” abre margem para outras hipóteses não previstas no código. Ainda, o
Ministério Público poderá ser intimado como fiscal da ordem jurídica quando não seja
parte no processo e configurem-se as causas do artigo 178 do Novo CPC. Desse modo,
dispõe o artigo:
Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir
como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição
Federal e nos processos que envolvam:
Uma vez que a ação rescisória constitui novo processo, sua propositura deve atender aos
requisitos da petição inicial do artigo 319 do Novo CPC. Além disso, o autor também
deve se atentar às disposições do artigo 968 do Novo CPC. Assim, é seu dever:
Caso a ação seja julgada inadmissível ou improcedente por unanimidade dos votos, o
valor depositado se converterá em multa em favor do réu. É, portanto, um meio de
evitar a demanda sem que haja causa de fato. No entanto, isenta-se do depósito aquele
que for beneficiado com a Justiça Gratuita.
Embora a ação rescisória não seja ação recursal e inicie novo processo, possui
competência originária do segundo grau de jurisdição. Diante disso, o pedido deve ser
dirigido:
A petição inicial será indeferida quando o autor não realizar o depósito do artigo 968 do
Novo CPC. Contudo, também será o caso de inadmissibilidade da inicial conforme o
artigo 330 do Novo CPC, quando:
1. for inepta a inicial, ou seja, faltar-lhe pedido, causa de pedir ou o pedido for
indeterminado (salvo as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico), a
narração dos fatos não permitir conclusão lógica ou os fato forem incompatíveis
entre si ;
2. a parte for manifestamente ilegítima;
3. o autor carecer de interesse processual;
4. não forem atendidas as prescrições dos arts. 106, sobre postulação do advogado
em causa própria, e 321, acerca dos requisitos da petição inicial.
A improcedência da ação rescisória, ainda, poderá ser julgada antes mesmo da citação
da parte contrária. Segundo o artigo 332 do Novo CPC, o juiz poderá assim, antecipar o
julgamento quando o pedido:
Efeitos da ação
Por fim, concluída a instrução, será aberta vista ao autor e ao réu para alegações finais,
sucessivamente, pelo prazo de 10 dias.
A ação rescisória tem natureza de direito potestativo. Desse modo, pode ser atingida
pela decadência. Segundo o artigo 975 do Novo CPC:
§ 2o Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de
descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do
trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.
§ 3o Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, para
o terceiro prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a
partir do momento em que têm ciência da simulação ou da colusão.
[1] DIDIER Jr., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: meios de impugnação às
decisões judiciais e processo nos tribunais. Salvador: JusPodivm, 2016, 13. ed., p. 421.