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Silva Alvarenga Tomás Antônio Gonzaga

“O doce fazer nada é bem uma arte,


Chego a ver-te a Marília, bom Dirceu,
Que, cultivada à sombra das mangueiras,
Folgando, esperançosa, n'estes campos
Traz tardes modorrentas sobre esteiras
Gerais de mim... D’além sertões escampos.
Que estão, poeta, estendidas a esperar-te.
Porque o amor d'ela fora já o meu.

O doce fazer nada põe à parte


Chego a ver ninfas cá onde estou eu
Dúzias de convenções vãs e maneiras...
A brincar nuas com vãos pirilampos:
Onde a preguiça e a manha brasileiras:
Seus seios tão alvos quanto figos lampos!
--“Que o prazer nos delicie, não nos
Algo que de teu tempo se perdeu...
farte!”. “
Chego a ver, todavia, eu nada vejo,
Cláudio Manoel da Costa Ou melhor, finjo ver ao ter a vista
Local ameno ao qual luz um lampejo.
“Quem hermeticamente faz poesia?
Cultos imitadores já sem vida... Carpem Diem (BOCAGE)
Busque-se o novo como uma saída
E cortar os excessos que cabia. Quando seguras firme a minha mão,
E me puxa, “chegue aqui!”.
Quem hermeticamente se angustia,
Gosto
Por conceitos confunde-se em caída:
Quando toca o seu violão
Se a pérola barroca é extraída,
Quando ri e me belisca.
A concha rococó resta vazia. “
Gosto
Quando puxa o chapéu e me excita
Basílio da Gama Piscando esse olho apertadinho.
Gosto
“Se nem urbe nem orbe cabem-me a alma Quando arrisca
E os terrores do século acompanho, Dizer o que gosta em mim.
Percebo em meio às luzes mal tamanho Gosto de você em meu caminho.
Que nenhuma esperança mais me acalma.

Se nem urbe nem orbe têm uma outra


palma
Senão aquela dada aos maus co’o ganho...
As guerras das Missões à pena apanho
E, sul-americano, acuso o trauma.

Se nem urbe nem orbe, entre excelências


Sua Alteza despótica esclarece:
--“Fugira ao urbano por cultivar
ciências...”.”

Mas tendo tantos dotes da ventura,


Marília de Dirceu IV
Lira I “Nele vereis nasce es desconhecidas,
“Só apreço lhes dou, gentil Pastora, Que em meio dos sertões a fé não
doma
Depois que teu afeto me segura,
E que puderam ser-vos convertidas
Que queres do que tenho ser senhora.
Maior império que houve em Grécia ou
É bom, minha Marília, é bom ser dono
Roma!
De um rebanho, que cubra monte, e
Gentes vereis e terras escondidas,
prado;
Onde, se um raio da verdade assoma,
Porém, gentil Pastora, o teu agrado
Amansando-as, tereis na turba imensa,
Vale mais q’um rebanho, e mais q’um
trono. Outro reino maior que a Europa
extensa.”
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!” XVIII
“Que horror da humanidade! ver tragada
Cartas Chilenas
Da própria espécie a carne já corrupta!
Carta 12
Quando não deve a Europa abençoada
“Aquele que se jacta de fidalgo
Não cessa de contar progenitores A fé do Redentor, que humilde escuta?
Da raça dos suevos, mais dos godos; Não era aquela infâmia praticada
O valente soldado gasta o dia
Em falar das batalhas, e nos mostra Só dessa gente miseranda e bruta:
Das feridas, que preza, cheio o corpo;” Roma e Cartago o sabe no noturno,
Carta 5 Horrível sacrifício de Saturno.”

“Tu já tens, Doroteu, ouvido histórias


Que podem comover a triste pranto. IX
Os secos olhos dos cruéis Ulisses. “Da nova Lusitânia o vasto espaço
Agora, Doroteu, enxuga o rosto,
Que eu passo a relatar-te coisas lindas.” Ia a povoar Diogo, a quem bisonho,
Chama o Brasil, temendo o forte braço,
Carta 8
“Os grandes, Doroteu, da nossa Horrível filho do trovão medonho;
Espanha Quando do abismo por cortar-lhe o
Têm diversas herdades: uma delas passo
Dão trigo, dão centeio e dão cevada,
As outras têm cascatas e pomares, Essa fúria saiu como suponho,
Com outras muitas peças, que só A quem do inferno o paganismo aluno,
servem,
Nos calmosos verões, de algum recreio.” Dando o Império das águas, fez
Netuno.”
O Caramuru
Vila Rica O Uraguai

Canto VII Canto IV

"Ouve Garcia o canto, e não atina De “O arco faz voar a aguda seta,
onde tanto prodígio, mas de Eulina A Que toca o peito da Lindóia, e fere
delicada face está patente: Fita os A serpente na testa, e a boca e os
olhos, e vê desde a corrente Lançar a dentes
mão à praia a Ninfa bela, Toma uma Deixou cravados no vizinho tronco.
areia de ouro, e já com ela Pulveriza os Açouta o campo côa ligeira cauda
cabelos: neste instante, O sonho de O irado monstro, e em tortuosos
Albuquerque o faz avante Passar, os
giros
braços abre, a Ninfa chama; Ela o vê, e
Se enrosca no cipreste, e verte
não teme, e já se inflama De amor por
ele: aos braços o convida, E abrindo o
envolto
seio o rio, uma luzida Urna de fino Em negro sangue o lívido veneno.
mármore os sepulta Recebendo-os em Leva nos braços a infeliz Lindóia
si: ficou oculta A maravilha a quantos o O desgraçado irmão, que ao
acompanham. Em busca de Garcia já se despertá-la
entranham Pelo matos mais densos; Conhece, com que dor! No frio rosto
mas perdida A esperança de achá-lo, e Os sinais do veneno, e vê ferido
recolhida Volta ao herói a esquadra Pelo dente sutil o brando peito.”
aventureira."
Bocage
Canto VI Texto I
“Vê os Pires, Camargos e “Olha, Marília, as flautas dos pastores,
Pedrosos, Alvarengas, Godóis, Cabrais,
Cardosos, Lemos, Toledos, Paes, Que bom que soam, como estão cadentes!
Guerras, Furtados, E os outros, que Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
primeiro assinalados Se fizeram no
Os Zéfiros brincar por entre as flores?
arrojo das conquistas, Ó grandes
sempre, ó imortais Paulistas! Embora Vê como ali, beijando-se, os Amores
vós, ninfas do Tejo, embora Cante do
Incitam nossos ósculos ardentes.
Lusitano a voz sonora Os claros feitos
do seu grande Gama; Dos meus Ei-las de planta em planta as inocentes,
Paulistas honrarei a fama. Eles a fome As vagas borboletas de mil cores.
e sede vão sofrendo, Rotos e nus os
corpos vem trazendo, Na enfermidade a Naquele arbusto o rouxinol suspira,
cura lhes falece, E a miséria por tudo Ora nas folhas a abelhinha pára,
se conhece."
Ora nos ares, sussurrando, gira:

Que alegre campo! Que manhã tão clara!

Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira,

Mais tristeza que a morte me causara.”

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