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A RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E POLÍTICA

RESUMO

Este artigo contempla aspectos que estão diretamente relacionados ao papel do


cidadão: arelação entre ética e política. Um dos temas mais antigos e duráveis que
cruzou séculos buscando lidar com os propósitos dos atos políticos, uma vez que os
conflitos existentes entre os mesmosinterferem diretamente nas relações do poder e
como este lida com a sociedade que o constituiu. Mesmo sendo um assunto
recorrente, continua sendo atual, com especificidades próprias devido à época e ao
espaço, inseridos. Ponderar sobre essa relação é o que pretende este trabalho,
baseando-se em conceitos éticos,relacionados à política e à sociedade, elaborados
pelos mais importantes filósofos, passando pelas fases pertinentes a cada época da
História: Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea.E como
tais conceitos éticos se relacionaram com a política formando a base de cada
sociedade, em seu tempo, com seus apontamentos próprios. Após a reflexão
histórica, faz-se uma análise mais detalhada dessa controversa relação, ética e
política,para o Brasil Colonial e para a atualidade.

Palavras Chave: Ética; Política; Filosofia.

1. INTRODUÇÃO

“Originada do grego ethos que significa costume, a ética surge para estudar e
os princípios, as normas de comportamento, as práticas morais,ponderando os
valores que regem as condutas humanas de determinada sociedade”. (VAZQUÉZ,
2002, p. 6).
A política se desdobra em avaliações bastante diferentes que foram se
modificando ao longo da História da humanidade. Para uma reflexão: “A política
resulta da própria vida em sociedade, das ações humanas eda necessidade de
organização desta, visando o bem comum, para que se atinjauma

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sociedade justa e livre, bem como os objetivos da comunidade”.(ARISTÓTELES,


apud MORRALL, 1981, p. 64).
Outra ponderaçãonão está interessada em quais são os propósitos e as
intenções dos políticos, mas, em como estes farão para ascender e permanecer no
poder, os fins justificam os meios (MAQUIAVEL, apud SILVA, 2002).A partir
destaavaliação, pode-se afirmar que a relação entre ética e política é bastante
controversa, dado ao fato de ser comum não haver convergência entre a prática
política e os princípios morais, entre o respeito à verdade e o exercício do poder.
No transcorrer do trabalho ficara claro que durante a história da humanidade a
relação entre a ética e a política assumiu valores característicos de cada época:
consideradas dissociáveis na Antiguidade; nas Idades Média e Moderna essa
associação é desfeita, esta tendo o homem como o centro da política, da ciência e
da moral, aquela tomada pelo absolutismo da moral cristã, onde Deus é identificado
como a Justiça e a Verdade; contudo, na Idade Contemporânea arrisca-se uma
proposta de reaproximação entre ambas.
Para Vázquez (2002 p. 26-27):

[...] Conforme vão ocorrendo mudanças econômicas, tecnológicas e sociais


os valores morais vão sofrendo mutações e os princípios éticos também o
fazem, assim qualquerdiscussão sobre ética e valores políticos precisa ser
situada entre a coletividade e cada indivíduo; entre o passado, o presente e
o futuro. Muitas das doutrinas éticas do passado têm suas justificativas
correspondentes a determinadas necessidades sociais.

Acredita-se que diante da sociedade brasileira permanece a fundamental


capacidade de evoluir diante da realidade política atual, a partir de uma mudança de
mentalidade e de atitudes da própria população.
Finalmente, enfatiza-se que as ideias aqui apresentadas não pretendem
esgotar o assunto, nem tão pouco detalhar profundamente as questões relacionadas
entre ética e política. A pretensão é auxiliar a discussão sobre as mesmas,
observando as transformações decorrentes ao longo da história situando-as no
contexto atual da política brasileira, onde os escândalos políticos recentes chocaram
todo o país, não sendo, nada animadores no que diz respeito às mudanças a tanto
esperadas.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1.DEFINIÇÃO DE MORAL E ÉTICA

Para Vásquez (2002), a etimologia dos termos moral e ética é análoga: moral
vem do latim mores -costumes -observado como areunião de normas contraídas por
hábito, logo, a moral faz referência ao comportamento assumido pelo homem.
Ética vem do grego ethos, equivalente a caráter -modo de ser -, enquanto
forma de vida também conquistada pelo homem(VÁSQUEZ, 2002).
Portanto,ethos e mores, caráter e costumes, combinam-se num modo de
comportamento que não é disposto naturalmente, e simtomado por hábito, deste
modo, com grande relação de semelhança.
SegundoSilva(2002, p. 82):

[...] A ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade.


Portanto, a ética é daqueles elementos que caracterizam o homem na sua
experiência, diferenciando-o dos outros seres, enquanto a moral estabelece
o conflito entre o sujeito e a sociedadeao se constituir como um fenômeno
que regula a vida social julgando o que considera correto ou errado.

Por serum fato histórico, a moral,tem que ser considerada como um aspecto
da realidade humana que muda com o decorrerdo tempo, comas experiências deum
ser que por natureza é histórico(VÁZQUEZ, 2002).
Portanto, a moral é histórica, exatamente, porque é um modo de comportar-se
que leva em conta as particularidades do ser quevão se originando invariavelmente,
tanto no plano de sua existência material como no de sua vida espiritual.
Para Nalini(1999, p. 159):

[...] A ética é desestabilizadora e fundadora, ela exprime princípios e


embasamentos, uma doutrina situada além da moral,assim,a moral não se
constitui como ciênciasendo um objeto da ética, a racionalidade e a
objetividade, mais completas, são anseios da ética, pois, enquanto
conhecimento científico a razão deve estar atrelada a lógica da
experimentação científica, do contrário o pensamento se configura apenas
como um conhecimento filosófico, logo, deve apresentar métodos
procurando extrair dos fatos morais princípios gerais a estes aplicáveis.

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2.2. ÉTICA E POLÍTICA NA ANTIGUIDADE

Naantiguidade, o público superava o privado, o homem só existia de forma


plena enquanto cidadão fazendo parte desta comunidade política.Assim, o mais
importanteera a política e a vida social em torno da polis(S P I N E L L I , 2006).
A Ética de Sócratesapud S p i n e l l i (2006) revela a necessidade de se
considerar sobre ponderações antes dadas como automáticas, em especial quanto à
natureza do ser,às relações entre o bem comum e a felicidade individual.
“O conhecimento do bem se harmoniza com a prática da virtude, o homem
que sabe a verdade, atua para o bem. Sendo que a felicidade consiste em fazer o
bem, de modo que o homem virtuoso é o homem feliz”.(SÓCRATES, apud
S P I N E L L I , 2006, p. 63).
Para Platão, apud Xavier &Cornelli(2011, p. 109):

[...] As virtudes atuam em coordenação e cuja harmonia constitui a justiça,


onde a virtude vale tanto quanto a felicidade.Assim, a sociedade perfeita
seria aquelaonde os governantes seriam os melhores dentre os homens de
seu tempo em termos de conhecimento e sabedoria e, assim por
consequência haveria umareforma social, política e econômica, o que
tornaria a cidade mais igualitária.

A felicidade era avida digna, virtuosa, nesse contexto, a ética é subordinada à


política, onde o sujeito da virtude é o homem público, tanto que os tratados éticos e
os tratados políticos pertenciam a um mesmo estudo, qualificadocomo política.
A política era compreendidacomo a forma de vida que melhor corresponde à
condição humana, visto que na vida privada a necessidade de interesse dos
homens, cidadãos,são encerrados em si próprios(ARISTÓTELES, apud MORRALL,
1999).
Uma característica da ética na Antiguidade é o fatodesta ser totalmente
associada à política, havia o conceito de que a constituição da polis decorre do
princípio de que a cidade deve ser dirigida por governantes sábios, justos e
virtuosos.

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Para, Xavier&Cornelli (2011), há uma forte ligação entre os conceitos de Ética


defendidos por Sócrates, Platão e Aristóteles, estes estabelecem que a felicidade da
harmonia interior fossea recompensa do indivíduo virtuoso e ético.

2.3. ÉTICA E POLÍTICA NA IDADE MÉDIA

Na Idade Média acontece o predomínio absolutista do Cristianismo,


ondeDeus é a aproximação da Justiça e da Verdade, a personificaçãodo Bem. Neste
sentido, não se considera a existência de teorias éticas independentesda doutrina
regida pela Igreja Cristã, assim sendo, todas estas teorias de uma forma ou outra
teriam que concordar com tais princípios, e todos os homens deviam segui-los.
Para os pensadores cristãos, a justiçafaz a uniãoda comunidade de fé e a
sociedade política, sendo o ponto central de toda a ética (POTESTA& VIAN, 2013).
Segundo Santo Agostinho, apud Potesta&Vian(2013, p. 73):

[...] Perante a desarmonia de valores, as cidades estavam em luta, portanto,


na íntegra a sociedade humana procurava paz e enquanto esta se satisfaz
pela busca do predomínio do gozo de bens materiais, a cidade de Deus
realiza a paz através da união no amor de Deus. O objetivo da moral é
ajudar os seres humanos a serem felizes, mas a felicidade suprema
consiste num encontro amoroso do homem com Deus.

A ética é baseada na razão proveniente de Deus, sendoo homem um ser


dotado de razão,sua sabedoria é unida à sua espiritualidade inata, colocando-o no
âmbito moral, a virtude é de acordo com a lei a inclinação para o bem (SANTO
TOMÁS DE AQUINO, apud POTESTA& VIAN, 2013).
Nos primórdios do Cristianismo, o mesmo defendia a ideia de equidade entre
os homens, filhos deum único Deus. No entanto, ao torna-se religião oficial, com
todo seu poder constituído, aliou-se aos reis, até quando lhe foi conveniente,
aceitando a organização social existente com todas suas mazelas, inclusive a
escravidão,uma noção quecontestava explicitamente.
Com opassar do tempoo Cristianismomudou sua natureza, entrando no
campo da ética, da política, do direito por meio de dramáticas tensões e rupturas,

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rivalizou em polêmicas e em diálogos com judeus, pagãos e


muçulmanos(POTESTA& VIAN, 2013).
Somente no final da Idade Média é exposta aideia de que a política é uma
esfera independente da religião e da Igreja, defendendo que todo o poder coercitivo
tem origem no povo e não no papa(MARSÍLIO DE PÁDUA, apud CHAUÍ, 1997).

2.4.ÉTICA E POLÍTICA NA IDADE MODERNA

Na Idade Moderna o homem passa a ocupar o centro da política, da ciência e


da moral, neste período há a consolidação da classe burguesa e junto a ela o
Estado Moderno, o qual ganhou a função de modificar a distribuição do poder,
surgindocom uma nova visão de princípios morais que se contrapõem aos princípios
que regiam a Idade Média.
Filósofos como: Maquiavel, Thomas Hobbes e Kant defenderam seus pontos
de vista trazendo novos princípios da moral política,abandonando assim, a ética
política medieval(ARANHA & MARTINS, 2000). O que acabou gerando uma divisão
entre ética moral e ética política.
A política possui a finalidade de manter a ordem e as instituições de poder,
sendo o político julgado pelo seu sucesso ou fracasso e não por considerações
morais, nesta esfera da ação política o que importa são os efeitos, os
resultados(MAQUIAVEL, 1999).
A ética política não está interessada em quais são os propósitos e as
intenções dos governantes, mas como estes subirão e permanecerão no poder
Assim, seguindo o raciocínio, o bom governante que é forçado pela necessidade a
usar a violência visando o bem coletivo, está agindo conforme a ética política,
mesmo que isso pareça imoral e o tirano que age por capricho é, sim, um imoral.Na
Idade Moderna a política e a moral pertencem a domínios diferentes da conduta
humana.
O Estado deve julgar sobre o bem e o mal, o justo e o injusto, onde todos
abririam mão de suas vontades, e somente um homem ou um grupo seria
responsável pelas escolhas da sociedade(THOMAS HOBBES, apud SILVA, 2002).

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O poder do soberano deve ser limitado, e para manter os princípios éticos a


necessidade de divisão dos três poderes, evitando abusos, violência, além de
garantir autoridade por meios legais ao Estado sobre a sociedade (MONTESQUIEU,
apud ARANHA & MARTINS, 2000).
Uma proposta, totalmente, avessa ao absolutismo, veio com umliberal: o
governante deve manifestar a vontade da maioria, respeitando a sociedade e nãose
impondo sobre ela, já se observando uma transição de conceitos(ROUSSEAU, apud
ARANHA & MARTINS, 2000).

2.5.ÉTICA E POLÍTICA NA IDADE CONTEMPORÂNEA

Numa época de sucessivos progressos científicos e técnicos insurge a ética


contemporânea,encadeandoo aparecimento de um enorme número de teorias
éticas.
Para o Existencialismo a liberdade é a única fonte de valor para o
homem,confia no livre arbítrio, conferindo grande valor ao isolamento e à solidão.
Tendo comofundamentaisapoiadores: Kierkegaard, Max Stirner e Jean-Paul Sartre
(CELETI, 2014).
Segundo Vasquez (2002), a Psicanálise elaborada por Freud ajuda a ética a
colocar normas antes impostas ao sujeito de maneira autoritária em seu devido lugar
ao admitir que muitos comportamentos, do ser humano, são inconscientes.
Os principais defensores do Pragmatismo são Ch. S. Pierce, W. James e J.
Dewey, estes vêemum sentido útil para a ética, separando-a dos problemas
contemplativos,mostrando-se interessados com as questões práticas da
vida(VASQUEZ, 2002).
Para o Marxismo o homem énatural e indissolúvel; um ser espiritual e
sensível; teórico e prático; objetivo e subjetivo(VÁZQUEZ, 2002).
A ciência aliada à tecnologia possibilitou uma melhoria significativa nas vidas
de parte da humanidade, deu espaço para as manipulações genéticas, a clonagem
de seres, a inseminação artificial, a morte assistida, fatos antes inimagináveis.

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Para Nakagawa (2015), o crescente investimento científico e tecnológico, foi


seguidopela mudança de valores, um dos maiores genocídios as bombas atômicas
lançadas sobre Hiroshima e Nagasáki, durante a Segunda Guerra Mundial.
Deste modo, as morais concretas, sucedem umas às outras, alterando
historicamente sua realidade e, por consequência, a atual política não parece
determinarlimites,tanto para o progressoda ciência e da tecnologia, quanto para
conseguir o poder e se manter nele.

2.6. ÉTICA NO PROCESSO POLÍTICO BRASILEIRO: DO BRASIL COLÔNIA À


DITADURA MILITAR

Ainda que apresentem novas características às antigas condições


queestimularamos embates éticos políticos, no Brasil, estes têm raízes históricas, a
disputa pela influência do poder é marcantedesde a época do Brasil Colônia,
passando pela Monarquia, República Velha, Ditadura Militar, até os dias atuais, onde
a prática dos privilégios políticos em detrimento da ética continuaacontecendo.
De acordo com Fausto (1995, p. 37):

[...]Na RepúblicaVelha as funções públicas eram sujeitadas a interesses


pessoaissem nenhum respeito à ética política, o poder era exercido pelas
elites e para as elites,sem qualquer preocupação com a população pobre,
estes eramexcluídos. As eleições erammanipuladascom o apoio dos líderes
políticos, Política do Café com Leite. Essa dinâmica política será rompida
com aarticulada “Revolução de 1930”, assumindo a presidência do Brasil no
lugar de Júlio Prestes Getúlio Vargas dá inicio ao período conhecido como
Era Vargas.

Nos governos que se seguiram os direitos comoigualdade, moradia, educação


e saúde para a maioria da populaçãopobre continuaramsuprimidos, assim, a elite
brasileira esteve no poder durante toda a República(SKIDMORE, 1975).
Segundo Skidmore (1975, p. 79):

[...] Com o regime militarinstituído, apoiado pela mesma elite,percebe-seque


as diferenças sociais não foram priorizadas, as várias políticas econômicas
utilizadascontribuíram para os períodos de recessão que se seguiram e
consequente empobrecimento da população desfavorecida.

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O movimento das “Diretas Já” exigindo o retorno das eleições diretas para a
presidência da república culminou na formulação de uma nova Constituição de
direitos mais igualitários.

2.7. ÉTICA E POLÍTICA CONTEMPORÂNEA NO BRASIL

A ética é uma ciência que sempre esteve e estará em busca do bom


comportamento humano, visando os valores positivos, o Brasil atualesta vivendo a
mais grave crise política de sua história, onde a ética reflete um propósito que é
mais de convocação ao interesse geral sobre um tema tão rico quanto importante.
Para Karnal, 2018:

[...] O que se tem visto é a subordinação de funções públicas a interesses


pessoais, pois, quanto maior a confusão entre o público e o privado, mais
fecundo é o terreno da corrupção. Políticos têm submetido o processo
decisório à lógica de que os cargos políticos são posses de seus
mandatários, e não, mecanismos de representação do coletivo nos poderes
constituídos.

De acordo com Cabral (2004),a construção de uma democracia respeitadora


dos direitos humanos, não deve ser apenas igualitária do ponto de vista legal, mas,
com mais justiça social, melhor distribuição de renda e menos violência.
Este sentimento nacionalque continuamente tem crescido é grandemente
influenciado e enriquecido por fatoresprovenientesdas necessidades sociais reais e
concretas, da população, que visauma moralidade ética na política Brasileira
(CABRAL, 2004).
Sendo, portanto, de extrema relevância que a mobilização nacional, seja cada
vez mais acentuada, com crescente participação da sociedade.
Segundo Costa & DImenstein, 2018:

[...] Para que uma ação política tenha sucesso, os cidadãos além de
participarem ativamente devem ser fiscalizadores de seu bom andamento,
assim sendo, avança-se como sociedade, refaz-se os conceitos e as
relações sociais, e por fim, compreende-se que o bem comum só será
garantido com a participação de todos os cidadãos, não se pode continuar
transferindo essa responsabilidade para outras instâncias, os papéis na

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sociedade devem ser definidos com clareza para que se construa uma
verdadeira Comunidade Ética.

Portanto, sendo as morais fatos históricos mutáveis,que sucedem e


substituem umas às outras alterando historicamente sua realidade, na
contemporaneidade, o povo brasileiro clama por uma reaproximação entre a ética ea
política, em todo país explode o debate sobre essa definição, em busca da
justaposição desses conceitoscomo exigência da própria sobrevivência nacional.

3. CONCLUSÃO

Os valores morais e os princípios éticos vão sofrendo mudanças com o


decorrer do tempo, assim,toda ponderaçãosobre ética e valores políticos precisa ser
estabelecidaentre o passado, o presente e o futuro. Este entendimento fica evidente
quando expostos os conceitos morais que prevaleceram historicamente, mostrando
que o que muda durante o passar do tempo, é o conceito dos valores positivos
construídos pela sociedade.
Cabe observar, mesmo com as mudanças que vão ocorrendo em cada época
da história a disputa de poder sempre foi um relevante elemento de coesão entre a
ética e a política, em qualquer que seja o contexto histórico apresentado.
Para a maioria dos nossos políticos a política é a sabedoria de conquistar e
se consolidar estável no poder e nesta concepção o político para ganhar o apoio dos
cidadãos, dar continuidade e permanecer na posse desse poder, utiliza-se de meios
escusos, na maioria das vezes com inverdades, violência e corrupção.
Na atualidade, para que a sociedade brasileira assegure uma justaposição
entre esses dois temas, todos os cidadãos devem definir com clarezao seu papel, na
sociedade, devemos acabar com a percepção de que os representantes eleitos
fazem favores para o povo, eles são funcionários públicos, sustentados pelos
impostos e devem, portanto, obrigações para com a população,todo candidato é
eleito para dar voz a uma sociedade e não para agir em benefício próprio.
Logo, a participação política é um instrumento fundamental para a construção
de uma sociedade mais humana, onde todos os indivíduos têm o direito e o dever de
participarem da vida social, procurando influenciar as decisões de interesse comum,
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pois, as escolhas do hoje repercutem no futuro de toda uma sociedade. Se ficarmos


passivos, confiando as decisões a um pequeno grupo mais atuante e audaz, este
acabará subjugando, uma maioria muitas vezes alienada, sem resistências e
entraves, assim, observando o contexto atual da política brasileira onde as cenas
recentes balançaram todo o país não podemos mais transferir responsabilidades.
Conclui-se que as discussões relacionadas entre ética e política possuem
tantos argumentos que as questões ligadas ao tema não se esgotam, durante a
história da humanidade a relação entre a ética e a política assumiu valores
característicos de cada época: consideradas dissociáveis na Antiguidade; nas
Idades Média e Moderna essa associação é desfeita; contudo, na Idade
Contemporânea arrisca-se uma proposta de reaproximação entre ambas.
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REFERÊNCIAS

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Para um político ser ético este deve preservar os valores positivos de sua
época, fazendo o bem comum à sociedade, pois, as consequências de suas atitudes
serão eternizadas na ação política da nação. (KARNAL, 2018).
(CABRAL, 2004).destacada de qualquer consideração de natureza ética,
O referido momento histórico obscuro se despiu de todo resquício de ética
que aindapudesse haver na política brasileira ao impor suas vontades
através da violência, tortura, restrição de liberdade, um regime totalitário que
tirou a vida de milhares de pessoas pelo simples fato destas pensarem de
forma diferente e sonharem com um país mais justo.

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