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1ª Lista de Trigonometria no Triângulo Retângulo

1. No triângulo retângulo determine as medidas x e y indicadas.

(Use: sen65º = 0,91; cos65º = 0,42 e tg65º = 2,14)

2. Determine no triângulo retângulo ABC as medidas a e c indicadas.

3. Sabendo que sen40º = 0,64; cos40º = 0,77 e tg40º = 0,84 calcule as medidas x e y
indicadas no triângulo retângulo.
4. Considerando o triângulo retângulo ABC, determine as medidas a e b
indicadas.

5. Em um triângulo retângulo isósceles, cada cateto mede 30cm. Determine a


medida da hipotenusa desse triângulo.

6. A diagonal de um quadrado mede 6 2 cm, conforme nos mostra a figura.


Nessas condições, qual é o perímetro desse quadrado?
7. Uma pipa é presa a um fio esticado que forma um ângulo de 45º com
o solo. O comprimento do fio é 80m. Determine a altura da pipa em
relação ao solo. Dado 2 = 1,41

8. Qual é o comprimento da sombra de uma árvore de 5 m de altura


quando o sol está 30º acima do horizonte? Dado 3 = 1,73

9. Determine a altura do prédio da figura seguinte:


10. Para determinar a altura de um edifício, um observador coloca-
se a 30m de distância e assim o observa segundo um ângulo de 30º,
conforme mostra a figura. Calcule a altura do edifício medida a partir
do solo horizontal. Dado 3 = 1,73

11. Observe a figura e determine:

a) Qual é o comprimento da rampa?

b) Qual é a distância do inicio da rampa ao barranco?

12. A uma distância de 40m, uma torre é vista sob um ângulo α ,


como mostra a figura. Determine a altura h da torre se α = 30º.

13. Em um triângulo ABC, retângulo em A, o ângulo B mede 30º e a hipotenusa mede 5cm.
Determine as medidas dos catetos AC e AB desse triângulo.
1 ) Determine as medidas dos catetos do triângulo retângulo abaixo.

Use : Sen 37º = 0,60 Cos 37º = 0,80 tg 37º = 0,75

x 50 cm

37º
C
B y

2 ) Determine as medidas x e y indicadas no triângulo retângulo abaixo.

6 cm
x

35º

( dados sen 35º = 0,574 cos 35º = 0,819 )

3
3 ) Observe a figura seguinte e determine: tg 300 =
3
tg 600 = 3

x
a) a medida x indicada

b) a medida y indicada

c) a medida do segmento AD

4 ) Uma rampa lisa com 10 m de comprimento faz ângulo de 15º com o plano horizontal. Uma
pessoa que sobe a rampa inteira eleva-se verticalmente a quantos metros?

( use: sen.15º = 0,26 , cos 15º = 0,97 )


10 m
x
15º



5 ) Determine as medidas dos catetos do triângulo retângulo abaixo.

Sen 30º = 0,50 Cos 30º = 0,86 Tg 30º = 0,57


A

x 50 cm

6 ) Usando as razões trigonométricas, determine as medidas x e y indicadas na figura. A seguir,


determine a área do losango ABCD. ( As medidas estão em cm )

1 3
Sen 30º = 2 Cos 30º = 2
B
40

y
A 30º C
x

7 ) Determine as medidas dos catetos do triângulo retângulo abaixo.

Sen 30º = 0,50 Cos 30º = 0,86 tg 30º = 0,57 A

x 80 cm

30º
C
B y

8 ) No triângulo ABC da figura seguinte, as medidas dos lados estão em cm. Determine a medida x
da base BC. ( cos 60º = 0,5 )

60º

5 x

B C

9 ) Determine as medidas dos catetos do triângulo retângulo abaixo.

Use : sen 30º = 0,50 cos 30º = 0,86


100 cm
x

30º
B y C

10 ) No triângulo retângulo abaixo, determine o valor de x + y.

A
Use Sen 40º = 0,64 Cos 40º = 0,77

11 ) Calcule as medidas x e y indicadas no triângulo retângulo isósceles da figura.


(tg 45º = 1, tg 60º = 0,86 )


C

45º
Y

60º
X


B 9 cm A

12 ) A uma distância de 40 m, uma torre é vista sob um ângulo de 20º, como nos mostra a figura.
Determine a altura h da torre. ( sen 20º = 0,34 , cos 20º = 0, 94 . tg 20º = 0, 36 )

EXERCÍCIOS – Redução ao 1º Quadrante - GABARITO

1) Calcule a 1ª determinação de cada arco e indique em que quadrante está sua extremidade:

a) -1395º: 1ª determinação: 45º; 1º quadrante b) 13π : 1ª determinação: π/2; está sobre o eixo
2
Solução. Encontrando a 1ª determinação em cada caso, temos:
13 π 12π π
a) − 1395º ÷360 = −3; resto = −315 º ≡ ( −315 º +360 º = 45 º ) b) = +
2 2 2
2) Calcule o seno, cosseno e a tangente dos ângulos abaixo:
Solução. Encontrando as 1ª determinações em cada caso e reduzindo ao 1º quadrante, temos:
a) 405 º ÷360 = 1; resto = 45 º b) 840 º ÷360 = 2; resto = 120 º

c) 1290º ÷360 = 3; resto = 210 º d) 1740º ÷360 = 4; resto = 300 º

e) Já é a 1ª determinação. f) Já é a 1ª determinação.
41π 36 π 5π
g) Já é a 1ª determinação. h) = + .
6 6 6
⎧sen45 º = 2 ⎧ 3
⎪ 2 ⎪sen120º = 2

a) 405º: ⎪cos 45 º = 2 b) 840º: ⎪cos120º = − 1 c) 1290º:
⎨ 2 ⎨ 2
⎪ ⎪
⎪ tg45 º = 1 ⎪tg120º = − 3

⎩ ⎩
⎧sen210º = − 1
⎪ 2
⎪ 3
⎨cos 210º = − 2

⎪tg210º = 3
⎩ 3
⎧sen300º = − 3 ⎧sen 2π = 3
⎪ 2 ⎪ 3 2
⎪ 2π ⎪ 4π
d) 1740º: e) rad : cos 2π = − 1 f) rad :
⎨cos 300º = 12 3 ⎨ 3 2 3
⎪ ⎪
⎪tg300º = − 3 ⎪tg 2π = − 3
⎩ ⎩ 3
⎧sen 4π = − 3
⎪ 3 2

⎨cos 4π 3 = − 12

⎪tg 4π = 3
⎩ 3

⎧sen 7π = − 2 ⎧sen 5π = 1
⎪ 4 2 ⎪ 6 2
7π ⎪⎪ 41π ⎪
g) rad : cos 7π = 2 h) rad : cos 5π = − 3
4 ⎨ 4 2 6 ⎨ 6 2
⎪ ⎪
⎪tg 7π = −1 ⎪tg 5π = − 3
4 6 3
⎩⎪ ⎩

15 3π
3) Se senβ = − e < β < 2π, calcule cos β e tgβ .
17 2
Solução. Aplicando a relação fundamental, temos:
⎧sen 2 β + cos 2 β = 1 2
⎪ ⎛ 15 ⎞ 289 − 225 64
⎨ 15 ⇒ cos β = 1 − ⎜ − ⎟ = = ⇒
⎪senβ = − ⎝ 17 ⎠ 289 289
⎩ 17
⎧ 8 .
⎪cos β = 17 → (positivo ) : 4º quadrante

⇒⎨ − 15
⎪tgβ = senβ = 17 = − 15 . 17 = − 15
⎪ cos β 8 17 8 8
⎩ 17

3 4
4) Sabendo que senx = e cos x = − , calcule sen(2π + x) + cos(π + x)
5 5
Solução. Repare que adicionando uma volta completa, encontramos um arco côngruo na mesma
posição e adicionando meia volta, a extremidade se posicionará simétrica em relação ao centro
da circunferência trigonométrica.
⎧sen(2π + x ) = senx 3 ⎛ 4⎞ 3 4 7
⎨ ⇒ sen(2π + x ) + cos(π + x ) = senx − cos x = − ⎜ − ⎟ = + = .
⎩cos(π + x ) = − cos x 5 ⎝ 5⎠ 5 5 5

5) Resolva as equações indicando a solução completa (incluindo os arcos côngruos).

3
a) senx = − b) tgx = −1
2
Solução. Identificando os arcos cujos senos são iguais, (1º e 2º quadrantes) e (3º e 4º quadrantes),
e cujas tangentes são iguais (múltiplos de 180º), temos:
⎧ 4π
⎪ 3 + 2kπ
3 ⎪
senx = − ⇒ x = ⎨ou ;k∈Z
2 ⎪ 5π 3π
tgx = −1 ⇒ x = + kπ; k ∈ Z
a) ⎪ + 2kπ . b) 4 .
⎩3 Em graus : x = 135 º +180 º k; k ∈ Z
⎧240 + 360º k

Em graus : x = ⎨ou ;k∈Z
⎪300º +360º k

3π 5
6) Determine tgx sabendo que ≤ x ≤ 2π e senx = - .
2 13
Solução. O valor corresponde ao arco no 4º quadrante.

⎧sen 2 β + cos 2 β = 1 2
⎪ ⎛ 5 ⎞ 169 − 25 144
⎨ 5 ⇒ cos β = 1 − ⎜ − ⎟ = = ⇒
⎪senβ = − ⎝ 13 ⎠ 169 169
⎩ 13
⎧ 12 .
⎪cos β = 13 → (positivo ) : 4º quadrante

⇒⎨ −5
⎪tgβ = senβ = 13 = − 5 . 13 = − 5
⎪ cos β 12 13 12 12
⎩ 13

7) Calcule o valor de Y = cos 510 º +sen300 º −tg585 º − cos 90 º .


Solução. Substituindo os arcos pelas suas primeiras determinações, temos:

⎧510 º ≡ 150 º 3 3
⎨ ⇒ Y = cos 150 º +sen300 º −tg225 º − cos 90 º = − − − (1) − 0 = − 3 − 1
.⎩585 º ≡ 225 º 2 2

3 2 14
8) Se cos x = − e tgx = − , qual o valor de senx ?
5 6
Solução. Aplicando a relação trigonométrica envolvendo seno, cosseno e tangente, temos:

senx 14 senx ⎛ 14 ⎞ ⎛ 3 2 ⎞ 3 28 3.2 7 7


tgx = ⇒− = ⇒ senx = ⎜⎜ − ⎟.⎜ −
⎟⎜
⎟=
⎟ = = .
cos x 6 3 2 ⎝ 6 ⎠⎝ 5 ⎠ 30 30 5

5

9) Calcule o valor das expressões.


Solução. Calculando os valores das primeiras determinações, temos:

cos120º +sen330º cos 810º + cos 900º


a) E = b) E =
cos180º sen630º +sen1080º
1 1
− −
a) E = cos120º +sen330º = 2 2 = − 1 = 1.
cos180º −1 −1
cos 810º + cos 900º cos 90 º + cos180º 0 −1
b) E = = = = 1.
sen630º +sen1080º sen270º +sen0º − 1+ 0

37 π 19 π cos 1380º + sen126 0º


c) E = cos 1500 º +sen + cos d) E=
6 3 sen765 º + cos 3π
37 π 19 π π π 1 1 1 3
c) E = cos1500º +sen + cos = cos 60 º +sen + cos = + + = .
6 3 6 3 2 2 2 2

1 1
+0
cos1380º + sen1260º cos 300º + sen180º 2 2 1 2
E= = = = = . =
sen765º + cos 3π sen45 º + cos π 2 2 −2 2 2 −2
d) −1 .
2 2
1 1 2 +2 2 +2 2+2
= = . = =−
2 −2 2 −2 2 +2 2−4 2

π
cos
⎛ π⎞⎛ 3π ⎞ 6
e) E = sen240 º − cos 150 º + tg330 º f) E = ⎜ tg ⎟.⎜ cos ⎟+
⎝ 3⎠⎝ 2 ⎠ 11π
cos
6
3 ⎛⎜ 3 ⎞⎟ 3 3
e) E = sen240º − cos150º + tg330º = − − ⎜− − =− .
2 ⎝ 2 ⎠ 3⎟ 3

π 3
cos
⎛ π⎞⎛ 3π ⎞ 6 ⎛ 3⎞
⎟.(0) + 2 = 1.
f) E = ⎜ tg ⎟.⎜ cos ⎟+ = ⎜⎜
⎝ 3⎠⎝ 2 ⎠ 11π 3 ⎟ 3
cos ⎝ ⎠
6 2

⎛ 7π ⎞ 17 π ⎛ 2π ⎞ 8π 15 π
g) E = sen⎜ − ⎟ − sen + cos⎜ − ⎟ + tg + sen
⎝ 6 ⎠ 6 ⎝ 3 ⎠ 3 6
g)
⎛ 7π ⎞ 17 π ⎛ 2π ⎞ 8π 15 π 1 1 1
E = sen⎜ − ⎟ − sen + cos⎜ − ⎟ + tg + sen = − − − 3 +1=
⎝ 6 ⎠ 6 ⎝ 3 ⎠ 3 6 2 2 2
.
1 1− 2 3
= − 3=
2 2

Lista de Trigonometria – Medidas de Arcos e Ângulos – 2011 - GABARITO

1. (PUC-MG) Na figura, o raio da circunferência mede r. A função f que expressa a medida da área
do triângulo de vértices A, B e C em função de r é:

a) f (r ) = 1 r 2 b) f (r ) = 1 r 2 c) f (r ) = 1 r 2 d) f (r ) = r 2 e) f (r ) = 2r 2
4 3 2

r.r r 2
Solução. O triângulo ABC é retângulo e a área é: A = = .
2 2

2. (UEPB) Calcule o menor ângulo formado pelos ponteiros de um relógio que marca 16h44min.

Solução. O relógio representa a circunferência dividida em 12 partes iguais. Logo os números


estão distantes entre si de arcos de 30º. O único momento em que os ponteiros estão sobre os
números é na hora exata. A partir desse momento, somente o ponteiro grande está nessa
situação. Temos as relações:

i) O ponteiro pequeno (horas) leva 60 minutos para percorrer os 30º. Enquanto isso, o grande
(minutos) dá uma volta completa, 360º.

⎧60 min− 30 º ( 44 )(30 )


⎨ ⇒x= = 22º .
⎩44 min− x 60

ii) Cinco minutos correspondem aos 30º para o ponteiro grande.

⎧5 min− 30 º ( 4)(30 )
⎨ ⇒x= = 24 º .
⎩4 min− x 5

Entre o número 4 (16h) e o 8 (40min), há um arco de 120º. Os 4 minutos correspondem a 24º.


Logo, o ângulo total seria 120º + 24º = 144º. Mas, em 44 minutos o ponteiro pequeno percorreu
22º no mesmo sentido. Logo o ângulo pedido â = 144º - 22º = 122º.
2
3. (UF-AM) Um setor circular de raio 5cm tem arco de comprimento 8cm. Calcule sua área em cm .

Solução1. O comprimento do arco de uma circunferência é calculado pela fórmula C = α.r,


onde “α” é o ângulo central em radianos e “r”, o raio. Logo,
8
C = αr ⇒ 8 = α(5) ⇒ α = = 1,6 rad . Um ângulo central de 2π rad corresponde a
5
2
circunferência completa com área A = πr . Fazendo a correspondência, vem:
2
⎧2π − π(5) (1,6)(25π)
⎨ ⇒x= = (0,8)(25) = 20cm 2 .
⎩1,6 − x 2π

Solução2. Fazendo a regra de três com as informações sobre o comprimento da


circunferência, temos:
⎧2πr − πr 2 ⎧2π(5) − π(5) 2 ⎧10 π − 25π (8)(25π) 200
⎨ ⇒ ⎨ ⇒⎨ ⇒x= = = 20cm 2 .
⎩αr − x ⎩8 − x ⎩8 − x 10 π 10

4. (Unimontes-MG) Quando os ponteiros de um relógio marcam 1h50min, qual a medida do menor


ângulo central formado por eles?

Solução. Se os ponteiros estivessem sobre os números 1 e 10, o ângulo menor


entre eles seria de 90º. Mas, em 50 minutos o ponteiro pequeno deslocou-se de
⎧60 min− 30 º (50 )(30 )
“x” graus: ⎨ ⇒x= = 25 º .
⎩50 min− x 60

Logo, o menor ângulo será 90º + 25º = 115º.

5. (UFMT) Um relógio analógico marca, num certo instante, 1h15min. Admita que o ponteiro dos
minutos se movimente 36º. Nessas condições, calcule o novo horário apresentado por esse relógio.

Solução. O ponteiro dos minutos (grande) percorre 360º em 60 minutos. Logo, 36º serão
percorridos em 6 minutos. A hora será, então, 1h15min + 6min = 1h21min.

6. (PUC–PR) Sendo O centro da circunferência de raio unitário calcule a área do triângulo retângulo
ABC que tem o cateto AC no diâmetro, sabendo que α = 30º.
Solução. O ângulo de 30º é inscrito e vale a metade do ângulo central. Logo o ângulo BOC =
60º. Neste triângulo retângulo “h” é o cateto oposto e “x” o adjacente:

⎧ h 3
⎪⎪sen60 º = ⇒ h =
1 2 .

⎪cos 60 º = x ⇒ x = 1
⎪⎩ 1 2

⎛ 1 ⎞ ⎛⎜ 3 ⎞⎟ 3 3
⎜1 + ⎟. .
( AC)(BC) ⎝ 2 ⎠ ⎜⎝ 2 ⎟⎠ 3 3
A área do triângulo ABC é: A = = = 4 = .
2 2 2 8

7. Expresse: a) 60º em radianos b) 10π rad em graus c) 210º em


9
radianos

Solução. Em cada caso, usa-se a regra de três para as representações:

⎧πrad − 180º (60 )(πrad) π ⎧πrad − 180º (210)(πrad) 7π


a) ⎨ ⇒x= = rad c) ⎨ ⇒x= = rad
⎩x − 60 º 180 3 ⎩x − 210º 180 6

⎛ 10 π ⎞
⎧πrad − 180º (180º )⎜ rad ⎟
b) ⎪ ⇒x= ⎝ 9 ⎠ = (20 º )(10 πrad) = 200º
⎨10 π
⎪⎩ 9 − x πrad πrad

8. Numa circunferência de 32cm de diâmetro, marca-se um arco AB de 8cm de comprimento. Qual a


medida desse arco em radianos?

Solução. O raio da circunferência mede 16cm. O comprimento do arco C, é calculado pelo


produto (α.r), onde “α” é o ângulo central em radianos e “r” o raio. Temos:

8
C = αr ⇒ 8 = α(16 ) ⇒ α = = 0,5 rad .
16

OBS: Repare que se o arco correspondesse a um ângulo central de 1 radiano, mediria 16cm (o
raio).
9. Expresse em graus e radianos a medida do arco que corresponde a
2 da medida da
5
circunferência.

Solução. A medida da circunferência em graus corresponde a 360º e em radianos, 2π. O valor


⎧2
⎪ (360º ) = (2)(72º ) = 144º
pedido corresponde a: ⎪ 5 .

2
⎪ (2πrad) = 4 π
rad
⎪⎩ 5 5

10. (UFOP-MG) Um ciclista de uma prova de resistência deve percorrer 500km em torno de uma pista
circular de raio 200m. Calcule o número aproximado de voltas que ele deve dar. (Use π = 3,14 ).

Solução. O comprimento da pista é C = 2(200)(π) = 400(3,14) = 1256m.

O ciclista percorrerá 500km = 500000m.

500000
Isto corresponde a: Nº de voltas : ≅ 398 voltas .
1256

11. Encontre a medida do comprimento do arco AB, indicado na figura. (Use π = 3,14 ).

Solução1. O ângulo 150º expresso em radianos vale:

⎧πrad − 180º (150)(πrad) 5π


⎨ ⇒x= = rad .
⎩x − 150º 180 3

Logo, o comprimento do arco AB vale:

⎛ 5π ⎞ ⎛ 5(3,14 ) ⎞
m( AB) = ⎜ ⎟.(30 ) = ⎜ ⎟.(30 ) = (5)(31,4)(5) = (25 )(3,14 ) = 78,5cm .
⎝ 6 ⎠ ⎝ 6 ⎠

Solução2. Pela regra de três: ⎨


⎧360º −2π(30) (150º )(60π) 105(3,14)
⇒x= = = (25)(3,14) = 78,5cm .
⎩150º − x 360 º 6
12. Quantas voltas completas um móvel dá e em que quadrante pára, partindo da origem dos arcos,
na circunferência trigonométrica, percorrendo um arco de:

a) 1810º? b) 2350º? c) -1200º? d) 17π rad?


8

Solução. Voltas completas em graus são múltiplos de 360º e em radianos, múltiplos de 2π.
Dividindo os valores pelas respectivas voltas completas e observando os restos, temos:

a) 1810º ÷360 º = 5 e resto : 10 º . Logo são 5 voltas e pára no 1º quadrante.

b) 2350º ÷360 º = 6 e resto : 190 º . Logo são 6 voltas e pára no 3º quadrante.

c) − 1200º ÷360 º = −3 e resto : −120 º . Logo são 3 voltas no sentido horário e pára no 3º
quadrante.

17 π 16 π + π 16 π π π
d) = = + = 2π + . Logo é 1 volta e pára no 1º quadrante.
8 8 8 8 8

13. Quantos centímetros percorre um corpo de descreve um arco de 600º numa circunferência de raio
10cm? (Use π = 3,14 ).

Solução. O arco de 600º corresponde a 1 volta completa e um arco de 240º. Temos:

i) 1 volta : C1 = 2πr = 2(3,14)(10) = (3,14).(20) = 62,8cm .

⎧360º −2π(10 ) (240º )(20 π) 40(3,14) 125,6


ii) 240º → ⎨ ⇒x= = = ≅ 41,87cm .
⎩240º − x 360º 3 3

Logo, o total percorrido é (62,8 + 41,87) = 104,67cm.

14. Determine o quadrante onde está a 1ª determinação positiva dos seguintes arcos:

a) -1640º b) 2630º c) 2487π rad d) 1550º e) 23π rad f) -2165º


4 4

Solução. A 1ª determinação positiva corresponde ao arco entre 0º ≤ x < 360º com orientação
anti-horária. Significa encontrar os restos nas divisões por 360º ou 2π.
a) − 1640º ÷360 º = −4 e resto : −200 º . A 1ª determinação positiva é 160º. Fica no 2º quadrante.

b) 2630º ÷360 º = 7 e resto : 110 º . A 1ª determinação positiva é 110º. Fica no 2º quadrante.

2487π 2480π 7π 7π
c) = + = 620π + . A 1ª determinação positiva é 7π rad . Fica no 4º
4 4 4 4 4
quadrante.

d) 1550º ÷360 º = 4 e resto : 110 º . A 1ª determinação positiva é 110º. Fica no 2º quadrante.

23 π 16 π 7π 7π
e) = + = 4π + . A 1ª determinação positiva é 7π rad . Fica no 4º quadrante.
4 4 4 4 4

f) − 2165º ÷360 º = −6 e resto : −5º . A 1ª determinação positiva é 355º. Fica no 4º quadrante.

15. Represente, no ciclo trigonométrico, as extremidades dos arcos cujas medidas são dadas pela
expressão:

a) x = π + kπ, k ∈ Z b) x = −
π kπ c) x = 90 º + k.90 º , k ∈ Z d)
+ ,k∈Z
3 8 2
x = −120 º + k.360 º , k ∈ Z

Solução. As extremidades dos arcos podem diferir entre si de várias formas. Só serão
coincidentes se os arcos forem côngruos.
16. (MACK-SP) O segmento AO descreve um ângulo de 30º em torno da origem, como indica a
figura. Adotando π = 3 , calcule a distância percorrida pelo ponto A.
Solução. O segmento OA é a hipotenusa, r, do triângulo de catetos 3 e 4. Essa
hipotenusa é o raio de uma circunferência centrada em O e o ponto A descreveu
um arco correspondente ao ângulo central de 30º.

r 2 = 3 2 + 4 2 ⇒ r = 9 + 16 = 25 = 5
.
⎧360º −2πr ⎧360º −2(3)(5) (30 º )(30 ) 30
⎨ ⇒⎨ ⇒x= = = 2,5
⎩30 º − x ⎩30 º − x 360º 12

17. (UFRJ) Na figura a seguir, os círculos de centros O1 e O2 são tangentes em B e têm raios 1cm e
3cm.

Determine o comprimento da curva ABC.

Solução. Traçando uma paralela a AC pelo centro da circunferência menor,


determina-se os ângulo “a” e “b” no triângulo retângulo de cateto 2cm e
2 1
hipotenusa 4cm. Logo, cos a = = . Neste caso a = 60º e b = 30º. A curva
4 2
ABC terá comprimento a medida da soma das curvas BC e AB. A curva AB é
calculada pelo ângulo central de 90º + 30º = 120º.

⎧ ⎧360º −2( π)(3) (60 º )(6π)


⎪BC : ⎨ ⇒x= =π
⎪ ⎩60 º − x 360º 2π 5π
⎨ ⇒ ABC = π + = cm .
⎪AB : ⎧360 º − 2( π )(1) (120 º )(2π ) 2 π 3 3
⎨ ⇒x= =
⎪ ⎩120º − x 360º 3

18. (UNESP) Em um jogo eletrônico, o “monstro” tem a forma de um setor circular de raio 1 cm, como
mostra a figura. A parte que falta no círculo é a boca do “monstro”, e o ângulo de abertura mede 1
radiano. Calcule o perímetro do “monstro” em cm.

Solução. Pela definição do radiano, o comprimento da boca do monstro mede


o valor do raio, isto é, 1cm. Isto devido ao fato do ângulo central medir 1
radiano.

O perímetro do monstro será a soma dos comprimentos S1 + S2 + S3.

i) S1 = 1cm ii) S2 = 1cm

⎧C = 2π.r
iii) S3 = ⎨ ⇒ C = 2(3,14 )(1) = 6,28 ⇒ S3 = 6,28 − 1 = 5,28cm .
⎩r = 1
Logo, o perímetro do monstro será: (1 + 1 + 5,28) = 7,28cm ou 2π + 1 .

19. (COL NAVAL) As quatro circunferências da figura abaixo têm raios r = 0,5. O comprimento da
linha que as envolve é aproximadamente igual a:

a) 6,96 b) 7,96 c) 8,96 d) 9,96 e) 10,96


Solução. O comprimento da linha será a soma das curvas C1, C2 e C3,


com as retas R1, R2 e R3. Observando os valores dos ângulos
calcula-se os comprimentos das curvas:

3π ⎛ 1 ⎞ ⎛ 3π ⎞ 3π 3(3,14 )
C1 = r. = ⎜ ⎟.⎜ ⎟ = ≅ = 1,18
4 ⎝2⎠⎝ 4 ⎠ 8 8
.
C2 = C1 = 1,18
π ⎛ 1 ⎞ ⎛ π ⎞ π 3,14
C3 = r. = ⎜ ⎟.⎜ ⎟ = ≅ = 0,78
2 ⎝2⎠⎝2⎠ 4 4

As retas R1 e R2 são hipotenusas dos triângulos isósceles e R3 vale 4r:


2
⎛ 1⎞ ⎛ 1⎞
R1 = (2r ) 2 + (2r ) 2 = 8.r 2 = 8.⎜ ⎟ = 8.⎜ ⎟ = 2 ≅ 1,41
2
⎝ ⎠ ⎝4⎠
.
R2 = R1 = 1,41
⎛ 1⎞
R3 = 4r = 4⎜ ⎟ = 2
⎝2⎠

Total: 2(1,18) + 2(1,41) + 0,78 + 2 = 7,96.

20. (UEL) Considere o sistema de roldanas circulares, de centros A e B, respectivamente, e as


medidas dadas no esquema a seguir. As roldanas estão envolvidas pela correia CDEFC, bem
ajustada, que transmite o movimento de uma roldana para outra. Calcule o comprimento dessa
correia em centímetros.

Solução. O comprimento da correia será calculado pela soma


dos segmentos DC = EF com os comprimentos dos arcos DE e
CF, externos, cujos ângulos centrais são, respectivamente,
240º e 120º.
4π ⎛ 4π ⎞ 52π
Arco DE = r. = (13 ).⎜ ⎟ =
3 ⎝ 3 ⎠ 3
2π ⎛ 2π ⎞ .
Arco CF = r. = (3).⎜ ⎟ = 2π
3 ⎝ 3 ⎠
DC = (20 ) 2 − (10 ) 2 = 400 − 100 = 300 = 10 3
EF = DC = 10 3

52π ⎛ 58 π
Logo, o comprimento será:
3
( )
+ 2π + 2. 10 3 = ⎜

+ 20 3 ⎟cm .
⎝ 3 ⎠

21. (UFF) A figura mostrada, representa duas circunferências C e C' de mesmo raio r. Se MN é o
lado comum de hexágonos regulares inscritos em C e C', calcule o perímetro da região sombreada.:

Solução. Serão retirados dois comprimentos de arcos determinados pelos ângulos centrais de
60º, referente ao hexágono regular.

π
60 º → rad
3
π π.r
Arco MN = r. =
3 3
Circunferência : 2πr
⎛ π.r ⎞ 2π.r 12πr − 2π.r 10 π.r
Perímetro : 2(2πr ) − 2⎜ ⎟ = 4πr − = =
⎝ 3 ⎠ 3 3 3

22. (PUC-PR) Dois diâmetros AB e CD são perpendiculares em um círculo de raio 1dm. Calcule a
área da superfície comum a esse círculo e ao círculo de centro A e raio AC
2
em dm .

Solução. O raio AC é a hipotenusa do triângulo retângulo isósceles de


catetos 1dm: AC = 12 + 12 = 2 dm . A área determinada por esse
raio AC é a quarta parte da área desta circunferência, pois subtende um

ângulo central de 90º. Logo, essa área vale A =


( )
π 2
2

=
2π π
= dm 2 .
4 4 2
As áreas S1 são segmentos circulares. Valem a diferença entre a quarta parte da área
circunferência de raio 1dm e a área do triângulo isósceles de catetos 1dm:
2
π(1) (1)(1) ⎛ π 1 ⎞ 2
S1 = − = ⎜ − ⎟dm .
4 2 ⎝ 4 2⎠

π ⎛ π 1 ⎞ ⎛ π 2π 2 ⎞ ⎛ π π ⎞
A área pedida é: A + 2S1 = + 2⎜ − ⎟ = ⎜ + − ⎟ = ⎜ + − 1⎟ = (π − 1)dm 2 .
2 ⎝ 4 2⎠ ⎝ 2 4 2⎠ ⎝ 2 2 ⎠

ARCOS E ÂNGULOS (TRIGONOMETRIA BÁSICA) – QUESTÕES - GABARITO

1) Verifique em que quadrante estão as extremidades dos arcos abaixo:


a) 240o b) 144o36’44” c) 3678o d) 1386o e)
17π
4
Solução. Encontrando a 1ª determinação positiva, se necessário, temos:

a) 240° é um arco maior que 180° e menor que 270°. Logo, se situa no 3° quadrante.

b) 144o36’44” é um arco maior que 90° e menor que 180°. Logo, se situa no 2° quadrante.

c) 3678° ÷ 360° = 10 (voltas), resto 78°. A primeira determinação positiva é 78°. Se situa no 1°
quadrante.

d) 1386° ÷ 360° = 3 (voltas), resto 306°. A primeira determinação positiva é 306°. Se situa no 4°
quadrante.

17π 16π π π π
e) = + = 4π (2 voltas ) + . A primeira determinação positiva é . Se situa no 1°
4 4 4 4 4
quadrante.

2) Escreva as expressões gerais de cada arco definido no exercício anterior.
Solução. A expressão geral será de acordo com a primeira determinação indicada em cada item.

a) 240° + 360°.k , k ∈ Z ; b) 144°36'44"+360°.k , k ∈ Z ; c) 78° + 360°.k , k ∈ Z ;


π
d) 306° + 360°.k , k ∈ Z ; e) + 2.k .π , k ∈ Z ;
4

3) Em um círculo da raio 8 cm, um arco de rad mede quantos centímetros?


Solução. O comprimento do arco de uma circunferência é produto do raio pela medida do arco em
radianos: ⎛ 5π ⎞ 40π .
C = (8).⎜ ⎟ = cm
⎝ 3 ⎠ 3

4) Qual a expressão geral dos arcos x tais que:


A) sen x = 1 D) cos x = - 1 G) tg x = 0 J) sen x =

B) sen x = 0 E) cos x = 1 H) tg x = 1 K) cos x = -

C) sen x = - 1 F) cos x = 0 I) tg x = - 1 L) tg x = -

Solução. Encontrando os arcos da primeira determinação que satisfazem às equações, temos:


A) senx = 1 ⇒ x = π + 2.k .π , k ∈ Z ; B) senx = 0 ⇒ x = k.π , k ∈ Z ; C) senx = −1 ⇒ x = 3π + 2.k.π , k ∈ Z ;
2 2

D) cos x = −1 ⇒ x = (2.k. +1).π , k ∈ Z ; E) cos x = 1 ⇒ x = 2.k.π , k ∈ Z ; F) cos x = 0 ⇒ x = π + k .π , k ∈ Z ;


2

G) tgx = 0 ⇒ x = k.π , k ∈ Z ; H) tgx = 1 ⇒ x = π + k .π , k ∈ Z ; I) tgx = −1 ⇒ x = − π + k .π , k ∈ Z ;


4 4

⎧ π
⎪ x = 6 + 2.k .π , k ∈ Z ⎧ 5π
J) 1 ⎪ ; K) 3 ⎪ x = 6 + 2.k .π , k ∈ Z ;
⎪ L)
senx = ⇒ ⎨ou cos x = − ⇒⎨
2 ⎪ 2 ⎪ x = 7π + 2.k .π , k ∈ Z
5π ⎪
⎪x = + 2.k .π , k ∈ Z ⎩ 6
⎩ 6
3 5π
tgx = − ⇒x= + k .π , k ∈ Z ;
3 6

5) Um arco mede 150o em uma circunferência de raio 18 cm. Qual o comprimento deste arco, em
centímetros?
Solução. Estabelecendo a regra de três associando graus e radianos, temos:

360° 150° (150°).(2.π .18)


= ⇒x= = 15π cm .
2.π .r x 360°

6) A roda de uma bicicleta tem 80 cm de diâmetro. Qual o número aproximado de voltas que cada
roda deve dar para completar 1 km?
Solução. O raio da roda é de 40 cm. Calculando o comprimento de uma volta e o número de voltas
i ) 1 volta (roda ) = 2π .( 40) = 80π ≅ 80.(3,14) ≅ 251,2 cm
pedidas, temos: 1 km 100 000 cm .
ii) Total (voltas ) = = ≅ 398 voltas
251,2 cm 251,2 cm

7) Os arcos a = 4x +90o e b = 2x + 30o são côngruos. Determine o menor valor positivo de x.

Solução. Arcos côngruos diferem de múltiplos de 360°. Como queremos o menor valor, temos:

a − b = 360° ⇒ 4 x + 90° − (2 x + 30°) = 360° ⇒ 4 x + 90° − 2 x − 30° = 360° ⇒ 2 x = 360° − 60° ⇒


300°
. ⇒ x = = 150°
2
2
8) Sabendo que sen (3 x − 12 º ) = , determine a expressão geral de x.
2
Solução. Resolvendo a equação, temos:

⎧ 57° + 360°.k
⎪3x − 12 º = 45° + 360°.k ⇒ 3x = 45° + 12° + 360°.k ⇒ x = 3
2 ⎪
sen (3x − 12 º ) = ⇒ ⎨ou ⇒
2 ⎪
. 147° + 360°.k

⎪3x − 12 º = 135° + 360°.k ⇒ 3x = 135° + 12° + 360°.k ⇒ x =
⎩ 3
3. cos 20º.sen80° 4.sen75º. cos 23°
Expressão : x = 19° + 120°.k ou , 49° + 120°.k , k .∈ Z
9) Calcule o valor da expressão: .
5.sen67°. cos10° 7.sen70°. cos 25°

Solução. Observando a propriedade dos ângulos complementares, temos:


i ) sen 80° = cos10°; cos 20° − sen70°; sen75° = cos 25°; cos 23º = sen67°
3. cos 20 º.sen80° 4.sen75º. cos 23° 3.sen70°. cos10° 4. cos 25º.sen 67° 3 4 12 .
ii) . = . = . =
5.sen 67°. cos10° 7.sen70°. cos 25° 5.sen 67°. cos10° 7.sen70°. cos 25° 5 7 35

3k − 2
10) Sabendo que sen x = determine quantos valores inteiros k pode assumir.
23
Solução. Os valores do seno de um ângulo variam entre – 1 e 1. Temos:

i ) − 1 ≤ sen x ≤ 1
⎧ 3k − 2 21
⎪ −1 ≤ ⇒ 3k − 2 ≥ −23 ⇒ 3k ≥ 2 − 23 ⇒ k ≥ − ⇒ k ≥ −7
3k − 2 ⎪ 23 3
ii) − 1 ≤ ≤1⇒ ⎨ .
23 ⎪ 3k − 2 ≤ 1 ⇒ 3k − 2 ≤ 23 ⇒ 3k ≤ 2 + 23 ⇒ k ≤ 25
⎪⎩ 23 3
Re sposta : k ∈ Z e k ∈ [− 7, 8] → Total : 8 − (−7) + 1 = 16 números
11) (UERJ) Um ciclista pedala uma bicicleta em trajetória circular de modo que as direções dos
deslocamentos das rodas mantêm sempre um ângulo de 60°. O diâmetro da roda traseira dessa
bicicleta é igual à metade do diâmetro de sua roda dianteira. O esquema a
seguir mostra a bicicleta vista de cima em um dado instante do percurso.
Admita que, para uma volta completa da bicicleta, N1 é o número de voltas
dadas pela roda traseira e N2 o número de voltas dadas pela roda dianteira
em torno de seus respectivos eixos de rotação.
N1
A razão é igual a:
N2

a) 1 b) 2 c) 3 d) 4

Solução. Considere r, R os raios da menor e maior trajetória de 1 volta das rodas. Considere ainda,
RT e RD os raios das rodas traseiras e dianteiras.

i) Uma volta da roda traseira possui comprimento CT = 2.π.R T . O comprimento da trajetória Tr

efetuada pela roda traseira será Tr = N1.2π.RT . Mas esse valor é comprimento da trajetória

menor: Tr = 2π.r . Temos: N1.2π.R T = 2π.r ⇒ N1 = 2π.r = r .


2π.R T R T

ii) A roda dianteira completa uma volta em seu eixo de comprimento CD = 2.π.RD . A trajetória Td
da roda dianteira será Td = N2 .2π.RD . Mas esse valor é comprimento da trajetória maior:
Td = 2π.R .

2π.R R
Temos: N2 .2π.R D = 2π.R ⇒ N2 = = .
2π.R D R D

r ⎛ 1⎞
Observando o triângulo retângulo (30º, 60º e 90º), temos: = cos 60 º ⇒ r = R.⎜ ⎟ ⇒ R = 2r .
R ⎝2⎠

O problema informa que RD = 2.RT.

r
Substituindo e calculando a razão, temos: N1 = t = r . R d = r . 2R t = 1 .
R
N2 R R t R R t 2r
Rd


12) (UERJ) Uma máquina possui duas engrenagens circulares, sendo a distância entre seus centros A
e B igual a 11cm, como mostra o esquema. Sabe-se que a engrenagem menor dá 1000 voltas no
mesmo tempo em que a maior dá 375 voltas, e que os comprimentos dos dentes de ambas têm
valores desprezíveis. A medida, em centímetros, do raio da engrenagem
menor equivale a:

a) 2,5 b) 3,0 c) 3,5 d) 4,0

Solução. Considere r o raio da engrenagem menor e R o raio da engrenagem maior. No mesmo


tempo, temos:

⎧(2πr ).(1000) = (2πR).(375) ⎧1000r = 375R


⎨ ⇒⎨ ⇒
⎩r + R = 11 ⎩r + R = 11 ⇒ R = 11 − r
1000r = 375(11 − r ) ⇒ 1000r = 4125 − 375r ⇒ .
4125
⇒ 1000r + 375r = 4125 ⇒ r = =3
1375

3
13) Seja um ângulo do segundo quadrante tal que sen α = . Determine as demais linhas
5
trigonométricas do ângulo

Solução. No 2º quadrante, cosseno, tangente, cotangente e secante são negativos. Utilizando as


relações trigonométricas, temos:

⎧sen 2 α + cos 2 α = 1 2
⎪ ⎛3⎞ 9 25 − 9 16 4
i) ⎨ 3 ⇒ ⎜ ⎟ + cos 2 α = 1 ⇒ cos 2 α = 1 − ⇒ cos α = = =−
⎪ sen α = ⎝ 5 ⎠ 25 25 25 5
⎩ 5
⎧ 3
⎪⎪ sen α = 3
5 sen α 3 ⎛ 5⎞ 3
ii) ⎨ ⇒ tg α = = 5 = .⎜ − ⎟ = −
⎪cos α = − 4 cos α − 4 5 ⎝ 4⎠ 4
⎪⎩ 5
5
1 4
iii ) cot g α = =−
. tg α 3
iv)
1 5
sec α = =−
cos α 4
1 55
14) sec α cot
Sabe-se
v) cos = g α == − 12 e que pertence ao quarto quadrante. Determine todas as demais
sen α 3
linhas trigonométricas do ângulo

Solução. No 4º quadrante, seno, tangente, cotangente e cossecante são negativos. Utilizando as


relações trigonométricas, temos:

⎧1 + cot g 2 α = cos sec 2 α 2


⎪ ⎛ 5⎞ 25 169 13
i) ⎨ 5 ⇒ 1 + ⎜ − ⎟ = cos sec 2 α ⇒ cos sec α = 1 + = =−
⎪cot g α = − ⎝ 12 ⎠ 144 144 12
⎩ 12
1 12
ii) cos sec α = ⇒ sen α = −
sen α 13
1 12
iii ) cot g α = ⇒ tg α = −
. tg α 5
− 12 − 12
sen α 12 13 ⇒ cos α = 13 = − 12 .⎛ − 5 ⎞ = 5
iv) tg α = ⇒− = ⎜ ⎟
cos α 5 cos α − 12 13 ⎝ 12 ⎠ 13
5
15) A expressão
1 13 com k + é igual a:
v) sec α = =
cos α 5
a) senα b) senα + 1 c) 1 d) tg α .cos α
e) 0

Solução. Substituindo, temos:


cos 2 α 1 − sen 2α (1 − senα )(. 1 + senα )


= = = 1 + senα .
1 − sen α 1 − sen α 1 − sen α

16) A expressão é equivalente a:

a) sen b) cotg c) sec α d) tg α e)


cossec

Solução. Desenvolvendo, temos:


1 1 + cosα .sen α
+ sen α
cosα cosα 1 + cosα .sen α sen α sen α
= = . = = tg α .
1 1 + cosα .sen α cosα 1 + cosα .sen α cosα
+ cosα
senα sen α

Unidades de medidas de ângulos


Existem algumas unidades conhecidas com as quais podemos medir um ângulo. A mais conhecida é
o grau, mas há também o radiano.

• Grau: Dividindo uma circunferência em 360 partes iguais, ligamos o centro a cada um desses
pontos marcados nessa circunferência. Com essa operação conseguimos determinar 360 ângulos
centrais. Cada um desses ângulos é chamado de 1 grau.

• Radiano: Outra unidade é chamada de radiano. Essa é uma das mais importantes e é a que mais
faremos uso no nosso curso de trigonometria. Sejamos práticos: Desenhamos no chão uma
circunferência de raio r. Agora fazemos uma formiga andar sobre essa circunferência (sobre a curva)
o equivalente à r. Marcamos o lugar que ela pára. Agora marcamos o ângulo central que corresponde
à esse arco que a formiga andou. Esse ângulo central formado mede 1 radiano (1 rd).

A Conversão entre os sistemas é feita por meio de uma regra de três.

180º ↔ π rad
Comprimento de um arco

Da circunferência da figura, obtemos a relação:

α= ⇒ S = αR, com α em radianos.


Exercícios:

1) Transforme os ângulos abaixo para radianos.

a) 120º b) 270º c) 45º d) 160º

2) Transforme os ângulos abaixo para graus.

a) rad b) rad c) rad d) rad

3) Quantos radianos percorre o ponteiro dos minutos de um relógio em 50 minutos?

4) Um veículo percorre uma pista circular de raio 300 m, com velocidade constante de 10 m/s,
durante um minuto. Dentre os valores abaixo, o mais próximo da medida, em graus, do arco
percorrido é:

a) 90 b) 115 c) 145 d) 75 e)
170

5) Qual o comprimento de um arco de 150º numa circunferência de raio 10 cm?

6) Dentre os desenhos abaixo, aquele que representa o ângulo que tem medida mais próxima de 1
radiano é:

7) Em um jogo eletrônico, o "monstro" tem a forma de um setor circular de raio 1 cm, como mostra a
figura.

A parte que falta no círculo é a boca do "monstro", e o ângulo de abertura mede 1 radiano. Determine
o perímetro do "monstro".

8) Na figura, tem-se duas circunferências coplanares e concêntricas. Sendo OA = 4 cm, CD = 6 cm e


o comprimento do arco AC = 6 cm, o comprimento do arco BD, em cm, é:

a) 8

b) 12

c) 15

d) 18

Círculo Trigonométrico ou Ciclo Trigonométrico


A circunferência trigonométrica ou ciclo trigonométrico é de extrema importância para o nosso


estudo da Trigonometria, pois é baseado nela que todos os teoremas serão deduzidos.

Trata-se de uma circunferência com centro na origem do sistema de eixos coordenados e de raio 1,
como é mostrado na figura abaixo:
Os eixos dividem a circunferência em 4 partes iguais denominados quadrantes.

Convenciona-se que o sentido anti-horário é o sentido positivo na circunferência trigonométrica.

Expressão geral dos arcos


Imagine a seguinte situação: estamos caminhando sobre uma pista circular, logo, sairemos de um
marco zero e vamos prosseguindo de tal forma que num determinado momento chegamos ao mesmo
ponto de partida. A posição (sobre a pista circular) é a mesma daquela que começamos a caminhada,
porém os arcos são diferentes, pois no início não tínhamos andado nada e agora temos um segundo
arco que vale 2π. Veja a figura:

Quando acontecem de termos dois arcos diferentes que terminam na mesma posição da
circunferência, dizemos que esses arcos são arcos côngruos.

Exemplos:

i) e são côngruos ii) e são côngruos

Assim, podemos ver que qualquer arco β é côngruo com outros infinitos arcos definidos pela soma de
β com múltiplos de 2π, ou seja, se estamos sobre o arco β e andamos mais 2π sobre a circunferência
voltamos para a mesma posição e se andarmos mais 2π voltamos novamente para a mesma posição
original e se formos andando mais múltiplos de 2π estaremos sempre voltando para a mesma
posição assim, podemos escrever que qualquer arco côngruo de β é da forma:
OBS: │k│ é o número de voltas e o sinal de k indica o sentido (horário-negativo ou anti-horário-
positivo) do giro.

Apresentamos abaixo a figura da circunferência trigonométrica em que são evidenciados os ângulos


mais notáveis expressos em radianos e em graus.

Exercícios.

1) Encontre a menor determinação positiva e o quadrante dos arcos abaixo:

a) 140º b) 870º c) 1260º d) -400º e) -


1580º

f) rad g) rad h) rad i) rad


2) Encontre o menor ângulo entre os ponteiros de um relógio nas horas abaixo;

a) 2h30min

b) 10h20min

c) 11h45min

3) Um relógio analógico marca, num certo instante, 10h25min. Admita que o ponteiro dos minutos se
movimente 72º. Nessas condições, calcule o novo horário apresentado por esse relógio.

4) Represente, no ciclo trigonométrico, as extremidades dos arcos cujas medidas são dadas pela
expressão:

b) x = −
π
+ kπ , k ∈ Z
8

a) x =
π
+ 2kπ , k ∈ Z
6

c) x = 120º + k .90º , k ∈ Z

d) x = −150º + k .360º , k ∈ Z

Lista de Trigonometria – Arcos e Ângulos - GABARITO

1. Complete a tabela.

Solução. Em cada caso, basta efetuar uma regra de três simples da forma:

πrad → 180º

x → ângulo( graus )

Observe os resolvidos. Os demais seguem o mesmo procedimento.


⎧πrad → 180º (30º )(πrad ) πrad


i) 30º: ⎨ ⇒x= =
⎩ x → 30º 180º 6

⎧πrad → 180º (120º )(πrad ) 2πrad


ii) 120º: ⎨ ⇒x= =
⎩ x → 120º 180º 3

⎧πrad → 180º (315º )(πrad ) 35πrad 7πrad


iii) 315º: ⎨ ⇒x= = =
⎩ x → 315º 180º 20 4

10π 11π π π 4π
2. Expresse em graus: a) rad b) rad c) rad d) rad e) rad
9 8 9 20 3
Solução. Esse cálculo também poderia ser realizado pela regra de três, mas outra forma é substituir
πrad pelo seu correspondente em graus, 180º, e simplificar a fração.

10π 10(180º ) 1800º


a) rad = = = 200º b)
9 9 2
11π 11(180º ) 11(45º )
rad = = = 247º30'
8 8 4

π (180º ) π (180º )
c) rad = = 20 º d) rad = = 9º e)
9 9 20 20
4π 4(180º ) 720º
rad = = = 240º
3 3 3

3. Determine em radianos a medida do ângulo formado pelos ponteiros de um relógio às 4 horas.


Solução. Os ponteiros de um relógio estão ambos na direção dos números somente na hora
exata. Após esse momento, o único a ficar na direção é o ponteiro dos minutos (grande). O
relógio representa uma circunferência dividida em 12 partes iguais. Logo, cada número dista de
um arco que mede 30º.

2πrad
Às 4h o menor ângulo central formado pelos ponteiros corresponde a 120º → .
3

4πrad
O maior corresponde a 240º →
3

π
4. (UFRGS) Se o ponteiro menor de um relógio percorre um arco de radianos, que arco ponteiro maior
12
percorre?

Solução. Em graus a medida percorrida pelo menor corresponde a 15º. Esse valor corresponde à metade da
distância entre dois números consecutivos. O tempo para percorrer essa distância pelo menor é de meia
hora. Enquanto isso o ponteiro maior dá meia volta completa, isto é, 180º.

Logo, o ponteiro maior percorre 180º → πrad . Resultado também obtido pela regra de três simples em
relação ao ponteiro grande.

⎧2πrad → 60 min (30)(2πrad ) min (60)(πrad ) min


⎨ ⇒x= = = πrad
⎩ x → 30 min 60 min 60 min

5. (UNICAMP) Um relógio foi acertado exatamente ao meio-dia. Determine as horas e os minutos que estará
marcando esse relógio após o ponteiro menor ter percorrido um ângulo de 42º.

Solução. Sabendo que ele percorre 30º em 60 minutos, aplicando a regra de três, temos:

⎧30º → 60 min (42º )(60) min


⎨ ⇒x= = (42)(2) min = 84 min
⎩42º → x 30º

Logo se passaram 84 minutos após o meio-dia, que corresponde às 1h24min. Que é a hora marcada. Observe
que este horário é vespertino. Logo, pode ser indicado como 13h24min.

6. (CEFET–MG) Qual a medida, em graus, do menor ângulo central formado pelos ponteiros de um relógio que
está marcando 9h 30min?

Solução. Ao marcar 9h em ponto, os ponteiros estavam na direção dos números como


indicado na linha pontilhada. Mas às 9h30min o ponteiro pequeno deslocou-se de um ângulo
“x”. Aplicando a regra de três descobrimos quantos graus ele se afastou da direção do
número 9 em 30 minutos.

⎧30º → 60 min (30º )(30) min 30º


⎨ ⇒x= = = 15º
⎩ x → 30 min 60 min 2

Entre os números 6 e 9 forma-se um ângulo de 90º. O ponteiro pequeno está distante mais 15º. Logo o
menor ângulo central entre os ponteiros é de 90º + 15º = 105º.

7. (PUC) Um relógio foi acertado exatamente às 6h. Que horas o relógio estará marcando após o ponteiro
menor (das horas) ter percorrido um ângulo de 72º?

Solução. Às 6h os ponteiros menor e maior estavam, respectivamente, sobre os número 6 e 12 no relógio. O


ponteiro menor percorreu um ângulo de 72º. Sabendo que ele percorre 30º em 60 minutos, aplicando a
regra de três, temos:

⎧30º → 60 min (72º )(60) min


⎨ ⇒x= = (72)(2) min = 144 min
⎩72º → x 30º

Logo se passaram 144 minutos que corresponde às 2h24min. Logo, o relógio marca 6h + 2h24min = 8h24min.

8. (CESGRANRIO) Um mecanismo liga o velocímetro (marcador de velocidade) a uma das rodas dianteiras de
um automóvel, de tal maneira que, quando essa roda gira 72π .rad , uma engrenagem que compõe o
18π
velocímetro gira 2π .rad . Quando a roda gira .rad , essa engrenagem gira quantos graus?
5
Solução. Aplicando a regra de três simples, temos:

⎛ 18πrad ⎞
⎧⎪72πrad → 2πrad (2πrad )⎜ ⎟
⎝ 5 ⎠ ⎛ 36πrad ⎞ 1 πrad 180º
⎨18πrad → x
⇒x= =⎜ ⎟ = → = 18º .
⎪⎩ 5 72πrad ⎝ 5 ⎠ 72 10 10

9. Um engenheiro civil precisa fazer uma planilha de custos para uma obra e um dos itens a ser resolvido é
quantos metros de cerca de arame farpado devem ser comprados para cercar o
terreno. Sabe-se que o terreno tem a geometria da figura. O preço por metro de
cerca é de R$ 3,00. Quanto será gasto nessa cerca?

Dados: 2 = 1,4 , 3 = 1,7 , 5 = 2,2 e π = 3 .

Solução. Calculando cada dimensão do terreno marcado na figura, temos:

⎛π ⎞ ⎛3⎞
i) Arco C1: C1 = r.α rad = (5)⎜ ⎟ = (5)⎜ ⎟ = 5m
⎝3⎠ ⎝3⎠

⎛π ⎞ ⎛3⎞
ii) Arco C2: C 2 = r.α rad = (5)⎜ ⎟ = (5)⎜ ⎟ = 5(1,5) = 7,5m
⎝2⎠ ⎝2⎠

iii) C3: 12m − 5m = 7 m iv) C4 (diagonal do quadrado de lado 10): C 4 = l 2 = 10(1,4) = 14m

Gasto na cerca: Perímetro x (R$3,00) = (5 + 7,5 + 7 + 14)m x R$3,00 = 33,5m x R$3,00 = R$100,50.

10. Determine.
Solução. O comprimento do arco “S” será o produto da medida do ângulo central em radianos pelo raio.
a) o comprimento de um arco de circunferência (em cm), sabendo que ela tem 12cm de raio e o ângulo central
correspondente mede 20°.

⎧πrad → 180º 20(3,14) (3,14)


⎨ ⇒x= rad = rad ≅ 0,34rad
a) ⎩ x → 20 º 180 9
S = r.α rad = (12cm)(0,34 ) = 4,08cm
b) o ângulo central (em radianos) correspondente a um arco de 15cm de comprimento, sabendo que ela tem raio
de 20cm.

⎧r = 20cm
⎪ 15cm
b) ⎨S = r.α rad ⇒ 15cm = (20cm).(α rad ) ⇒ α rad = = 0,75rad
⎪S = 15cm 20 cm

c) a medida do raio de uma circunferência (em cm), sabendo que nela um ângulo central de 15° corresponde a
um arco de 30cm.
⎧πrad → 180º 15(3,14) (3,14)
⎨ ⇒x= rad = rad ≅ 0,26rad
⎩ x → 15º 180 12
c)
⎧S = r.α rad 30
⎨ ⇒ 30cm = (r )(0,26 ) ⇒ r = ≅ 115,4cm
⎩S = 30cm 0,26
11. A roda dianteira de uma bicicleta tem 40cm de raio. Quantos metros ela percorre ao dar 5.000 voltas?
Quantas voltas ela deve dar para percorrer 9420m?
Solução. O comprimento total da circunferência é de 6,28r. Logo, a roda possui 6,28 x (40cm) = 251,20cm.
Uma volta desta roda percorre 251,20cm. Então 5000 voltas percorrerão

(5000).(251,2) = 1256000cm = 12560m .


Se em 1 volta ela percorre 251,20cm = 2,512m, então para percorrer 9420m ela dará

9420m
= 3750(voltas ) .
2,1520m
12. As rodas de um automóvel têm 70cm de diâmetro. Determine o número de voltas efetuadas pelas rodas
quando o automóvel percorre 9.891km. Adote π = 3,14 .

Solução. O raio da roda vale 35cm. Logo o comprimento da roda é de 6,28r = 6,28(35cm) = 219,8cm

989100000cm
correspondendo a 1 volta completa. Logo em 9891km ela dará = 4500000(voltas )
219,8cm

13. Obtenha as menores determinações não negativas dos arcos.

11π 43π
a) 1300º b) 1440º c) 170º d) rad e) rad f) – 1200º
2 5
Solução. Encontra-se o número de voltas completas que é múltiplo de 360º ou de 2п. As menores
determinações não negativas serão os arcos encontrados nos restos percorridos no sentido positivo. São
chamadas 1ª determinações.

a) 1300º ÷360º = 3(voltas ) → resto(220º ) . Logo a 1ª determinação de 1300º é 220º.

b) 1440º ÷360º = 4(voltas ) → resto(0º ) . Logo a 1ª determinação de 1440º é 0º.


c) 170º < 360º não completando uma volta. Logo a 1ª determinação é o próprio 170º.

11π 8π 3π 3π 3π
d) rad = rad + rad = 4(voltas ) + rad . Logo a 1ª determinação de 1440º é rad .
2 2 2 2 2

43π 40π 3π 3π 3π
e) rad = rad + rad = 8(voltas ) + rad . Logo a 1ª determinação de 1440º é rad .
5 5 5 5 5

f) − 1200º ÷360º = −3(voltas ) → resto(−120º ) . Logo a 1ª determinação de -1200º é 240º (sentido


positivo).

14. Dê as expressões gerais dos arcos côngruos a:

49π 33π
a) 1700º b) – 700º c) rad d) 11π .rad e) − rad
4 8
Solução. A expressão geral será determinada pela 1ª determinação dos ângulos adicionadas por múltiplos de
360º ou 2п positivos ou negativos.

a) 1700º ÷360º = 4(voltas ) → resto(260º ) . Logo a expressão geral é 260º + k (360º ), k ∈ Z .


b) − 700º ÷360º = −2(voltas ) → resto(−340º ) . Logo a expressão geral é 20º + k (360º , k ∈ Z .


49π 48π π π
c) rad = rad + rad = 12(voltas ) + rad . Logo a expressão geral é
4 4 4 4
π
rad + 2kπ , k ∈ Z .
4

d) 11πrad = 10πrad + πrad = 5(voltas ) + πrad . Logo a expressão geral é πrad + 2kπ , k ∈ Z .

33π 32π π π
e) − rad = − rad − rad = 4(voltas ) − rad .
8 8 8 8

π 15π 15π
A 1ª determinação será 2πrad − rad = rad . Logo a expressão geral é rad + 2kπ , k ∈ Z .
8 8 8

15. Marque um “X” nos pares que representam arcos côngruos.


38π 26π 74π


( x ) 740º e 1460º ( ) 400º e 940º ( x ) rad e rad ( ) rad e
3 3 5
19π
rad
5
Solução. Para que representem arcos côngruos, as extremidades deverão ser as mesmas. Isto pode ser
as
verificado comparando as 1 determinações de cada par:

⎧740º ÷360º = 2(voltas ) → resto(20º ) ⎧400º ÷360º = 1(voltas ) → resto(40º )


i) ⎨ ii) ⎨
⎩1460º ÷360º = 4(voltas ) → resto(20º ) ⎩940º ÷360º = 2(voltas ) → resto(220º )

⎧ 38π 36π 2π 2π 2π
⎪ rad = rad + rad = 12πrad + rad = 6(voltas ) + rad
⎪ 3 3 3 3 3
iii) ⎨
⎪ 26π 24π 2π 2π 2π
rad = rad + rad = 8πrad + rad = 4(voltas ) + rad

⎩ 3 3 3 3 3

⎧ 74π 70π 4π 4π 4π
⎪ rad = rad + rad = 14πrad + rad = 7(voltas ) + rad
⎪ 5 5 5 5 5
iv) ⎨
⎪19π rad = 10π rad + 9π rad = 2πrad + 9π rad = 1(volta) + 9π rad

⎩ 5 5 5 5 5

k
16. Os arcos da forma k.180º +(−1) .30 , k ∈ Z , têm extremidades em que quadrantes?

Solução. Atribuindo alguns valores para “k”, observa-se a regularidade dos quadrantes:

⎧k = −3 ⇒ (−3).180º +(−1) −3 .30 º = −540º −30 º = −570º ≡ −210º ≡ 150º → (2º Q)



⎪k = −2 ⇒ (−2).180º +(−1) − 2 .30 º = −360º +30 º = −330º ≡ 30 º → (1º Q)
⎪k = −1 ⇒ (−1).180º +(−1) −1 .30 º = −180º −30 º = −210º ≡ 150º → (2º Q)


⎨k = 0 ⇒ (−0).180º +(−1) 0 .30 º = 30 º → (1º Q) ⇒ 1º ou 2º Q
⎪k = 1 ⇒ (1).180º +(−1)1 .30 º = 180º −30 º = 150º → (2º Q)

⎪k = 2 ⇒ (2).180º +(−1) 2 .30 º = 360º +30 º = 390º ≡ 30 º → (1º Q)

⎩k
⎪ = 3 ⇒ (3).180º +(−1) 3 .30 º = 540º −30 º = 510º ≡ 150º → (2º Q)

17. Determine os valores de:


a) y = 3 cos 540º −2sen90º +tg180º b) y = 4sen900º −2 cos 630º + sec 720º

Solução. Encontram-se os arcos côngruos, reduzindo ao 1º quadrante para determinações dos valores das
funções e atribuindo seus respectivos sinais de acordo com os quadrantes.

⎧cos 540º = cos180º = −1

a) ⎨sen90 º = 1 ⇒ y = 3(−1) − 2(1) + 0 = −3 − 2 = −5
⎪tg180º = 0

⎧sen900º = sen180º = 0

b) ⎨cos 630º = cos 270º = 0 ⇒ y = 4(0) − 2(0) + 1 = 0 − 0 + 1 = 1
⎪sec 720º = sec 360º = sec 0º = 1

18. Determine os valores máximos e mínimos das expressões:


4 cos x + 1 2 − 5senx 2
a) y= b) y = c) y = −3sen x + 2
3 5
Solução. As funções seno e cosseno variam de no intervalo [ – 1 1] onde (– 1) é mínimo e (1) o máximo. No
caso das funções estarem ao quadrado, o valor mínimo passa a ser (0), pois nenhum número ao quadrado
pode ser negativo.

Atenção: Se − 1 ≤ senx ≤ 1 ⇒ 1 ≤ − senx ≤ 1 e se − 1 ≤ cos x ≤ 1 ⇒ 1 ≤ − cos ≤ −1 .


⎧ 4(1) + 1 5
máximo : y = =
4 cos x + 1 ⎪⎪ 3 3
a) y = ⇒⎨
3 ⎪mínimo : y = 4( −1 ) + 1 − 3
= = −1
⎪⎩ 3 3

⎧ 2 − 5(−1) _ 7
máximo : y = =
2 − 5senx ⎪⎪ 5 5
b) y = ⇒⎨
5 ⎪mínimo : y = 2 − 5(1 ) _ − 3
=
⎪⎩ 5 5

⎧máximo : y = −3(0) + 2 = 2
c) y = −3sen 2 x + 2 ⇒ ⎨
⎩mínimo : y = −3(1) + 2 = −1

19. Que valores de m satisfarão a ambas as condições: senx = 3m e cos x = m − 1 .

Solução. Aplicando a relação fundamental relacionando senos e cossenos, temos:



sen 2 x + cos 2 x = 1 ⇒ (3m) 2 + (m − 1) 2 = 1 ⇒ 9m 2 + m 2 − 2m + 1 = 1 ⇒ 10 m 2 − 2m = 0 ⇒
⎧m = 0

⇒ 2m(5m − 1) = 0 ⇒ ⎨ 1
⎪⎩5m − 1 = 0 ⇒ 5m = 1 ⇒ m = 5

20. Determine o valor positivo de m que satisfaz simultaneamente às condições: sec x = 2m − 1 e


tgx = m 2 + 4 .

Solução. Aplicando a relação fundamental relacionando secante e tangente, buscando “m” positivo, temos:

1 + tg 2 x = sec 2 x ⇒ 1 + ( m + 4 ) = (2m − 1)
2
2
2
⇒ 1 + m 2 + 4 = 4m 2 − 4m + 1 ⇒ 3m 2 − 4m − 4 = 0 ⇒
⎧ 4+8
2 m= = 2 > 0 → ok
− (−4) ± (−4) − 4(3)(−4) 4 ± 16 + 48 4 ± 64 ⎪
⎪ 6
⇒m= = = ⇒⎨
2(3) 6 6 ⎪m = 4 − 8 = − 4 = − 2 < 0.
⎪⎩ 6 6 3

3
21. Sendo x um arco do 2º quadrante e senx = , determine: a) cos x b) tgx c) sec x
5
Solução. No 2º quadrante o cosseno é negativo, tangente é negativa e a secante negativa (inverso do
cosseno). Aplicando as relações fundamentais, temos:

a)
2
⎛3⎞ 9 25 − 9 16 4
sen x + cos x = 1 ⇒ ⎜ ⎟ + cos 2 x = 1 ⇒ cos 2 x = 1 −
2 2
⇒ cos x = − =− =−
⎝5⎠ 25 25 25 5

3
senx ⎛ 3⎞⎛ 5⎞ 3
b) tgx = = 5 = ⎜ ⎟.⎜ − ⎟ = −
cos x 4 ⎝5⎠⎝ 4⎠ 4

5

1 1 5
c) sec x = = == −
cos x 4 4

5

1 π cos sec x − sec x


22. (U. F. VIÇOSA-MG) Sabendo que senx = e < x < π , o valor de é:
3 2 cot gx − 1

3 2 2 2 3 2 2 2
( ) ( ) ( x ) − ( ) − ( ) 3
4 3 4 3
Solução. O arco “x” está localizado no 2º quadrante. Cossecante positiva (inverso do seno), cotangente
negativa (inversa da tangente) e secante negativa (inverso do cosseno).

1 1
senx = ⇒ cos sec x = =3
3 senx
2
⎛1⎞ 1 9 −1 8 2 2
sen x + cos x = 1 ⇒ ⎜ ⎟ + cos 2 x = 1 ⇒ cos 2 x = 1 − ⇒ cos x = −
2 2
=− =−
⎝3⎠ 9 9 9 3
1 3 3 2 3 2 3 2
sec x = =− =− . =− =−
cos x 2 2 2 2 2 2.2 4
2 2

cos x 3 = − 2 2 .3 = −2 2
cot gx = =
senx 1 3
3
⎛ 3 2⎞
3 − ⎜⎜ − ⎟ 12 + 3 2
cos sec x − sec x 4 ⎟ ⎛ 12 + 3 2 ⎞ ⎛ 12 + 3 2 ⎞ (2 2 − 1)
Logo : = ⎝ ⎠= 4 = ⎜⎜ ⎟. = ⎜ ⎟. ⇒
cot gx − 1 − 2 2 −1 − 2 2 − 1 ⎝ − 4(2 2 + 1) ⎟⎠ ⎜⎝ − 4(2 2 + 1) ⎟⎠ (2 2 − 1)
cos sec x − sec x 24 2 − 12 + 12 − 3 2 21 2 3 2
⇒ = = =−
cot gx − 1 − 4(8 − 1) − 28 4

OBS: Outra solução seria desenvolver a expressão antes da substituição.


1 1 cos x − senx

cos sec x − sec x senx cos x cos x − senx senx 1
= = senx. cos x = . =
cot gx − 1 cos x cos x − senx senx. cos x cos x − senx cos x
−1
senx senx

Calculando o cosseno pela relação fundamental, basta invertê-lo e encontrar a secante.

23. (F. M. Triângulo Mineiro – MG) Se 0 < x ≤ π e 3 cos x + senx = 3 , pode-se afirmar que:

1 1 1 1
( ) tgx < −1 ( ) − 1 ≤ tgx < − ( ) − ≤ tgx < ( x ) ≤ tgx < 1
2 2 2 2
Solução. Dividindo toda a equação por (cosx) encontramos um valor para a tangente.


3
3 cos x + senx = 3 → (÷ cos x) ⇒ 3 + tgx = ⇒ 3 + tgx = 3. sec x ⇒ (3 + tgx) 2 = (3 sec x) 2 ⇒
cos x
⇒ 9 + 6tgx + tg 2 x = 9 sec 2 x
OBS : 1 + tg 2 x = sec 2 x
⇒ 9 + 6tgx + tg 2 x = 9(1 + tg 2 x) ⇒ 9tg 2 x − tg 2 x − 6tgx − 9 + 9 = 0 ⇒ 8tg 2 x − 6tgx = 0
⎧tgx = 0

⇒ 2tgx(4tgx − 3) = 0 ⇒ ⎨ 3
⎪⎩4tgx − 3 = 0 ⇒ 4tgx = 3 ⇒ tgx = 4

A tangente não assume valores negativos. Logo das alternativas mostradas, só a última satisfaz.

24. Relacione.

(a) cos 5240º (b) sen1200º (c) sen(−210º ) (d) tg150º +2sen120º − cos 330º

1 3
( c ) ( a ) − cos 20º ( d ) ( b ) cos 30º
2 6
Solução. Encontrando o arco côngruo correspondente, avalia-se o sinal da função.

a) cos 5240º = cos 200º . Este arco está no 2º quadrante na mesma direção do arco de 20º. O cosseno é
módulo é o mesmo. Mas o cosseno no 2º quadrante é negativo.

3
b) sen1200º = sen120º = sen60º = cos 30º =
2

1
c) sen(−210º ) = sen150º = sen30º =
2

d)

sen150º ⎛ 3⎞ sen30 º 3 3 3
tg150º +2sen120º − cos 330º = + 2⎜⎜ ⎟ − cos 30 º =
⎟ + 3 − = − + 3 −
cos150º ⎝ 2 ⎠ − cos 30 º 2 3 2
−2 3 +6 3 −3 3 3
tg150º +2sen120º − cos 330º = =
6 6

1 + sen300º
25. (UF-AL) A expressão é igual a:
tg 540º + cos(−120º )

3 3 2− 3
( ) − ( ) ( ) ( ) 2 + 3 ( x ) − 2 + 3
3 4 4
Solução. Encontrando o arco côngruo correspondente, avalia-se o sinal da função.

⎧ 3
⎪sen300º = − sen60 º = − 3 2− 3
2 1−
⎪⎪ 1 + sen300º 2 = 2 = ⎛⎜ 2 − 3 ⎞⎟.(− 2 ) = −2 + 3
⎨tg 540º = tg180º = 0 ⇒ = ⎜ 2 ⎟
tg 540º + cos( −120º ) 1 1 ⎝ ⎠
⎪ 1 0− −
⎪cos( −120º ) = cos120º = − 2 2
⎪⎩ 2

Exercícios de Trigonometria

1º A medida de um ângulo é 225º. Em radianos, a medida do mesmo ângulo é:



a)
5

b)
4

c)
4

d)
4

e)
3

π π ⎛π π ⎞
2º) O valor de sen + cos cos ⎜ + ⎟ é:
4 4 ⎝2 4⎠

a) 2
2
b)
2
3 2
c)
2
d) 2 2
e) n.r.a
3º O domínio e o conjunto imagem da função definida por y = tg 2x, sendo D o domínio e I o
conjunto imagem, são representados por:

π
a) D = { x ∈ IR / x ≠ } e I = IR*
4
e x ≠ 3π }
π
b) D = { x ∈ IR / x ≠ e I = IR*
4 4
c) D = IR e I = IR
d) D = { x ∈ IR / x ≠ π + Kπ , K ∈ Z}
4 2
e) D = IR* e I = IR

⎛ 5π ⎞
4º O valor de log ⎜ tg ⎟ é:
⎝ 4 ⎠

a) -2
b) –1
c) 0
d) 1
e) 2

5º Seja a função f, de IR em IR definida por f(x) = 1 + 4 sen x. O conjunto imagem dessa


função é o intervalo:

a) ⎣−3,5⎦
b) ⎣3,5⎦
c) ⎣−3,4⎦
d) ⎣3,4⎦
e) ⎣−1,1⎦

6º O conjunto imagem da função f : IR è IR, definida por f(x) = 2 sen x – 3, é o intervalo:

a) [-1, 1]
b) [-5, 5]
c) [-5, 1]
d) [-1, 5]
e) [-5, -1]

⎛ π⎞
7º O período da função dada por y = sen ⎜ 2 x − ⎟ é:
⎝ 4⎠

a) π
b) 2π
π
c)
4
π
d)
2
π
e)
8

⎛1 ⎞
8º O período da função: f(x) = 4cos ⎜ x + 3 ⎟ é:
⎝4 ⎠

a) 8π
b) 7π
c) 6π
d) 3π
e) 2π

9º Calcular os valores de k que verificam simultaneamente as igualdades:

sen x = k – 1 e cos x = 3 − k2
a) 1
b) 0
3
c)
2
d) 2
e) –1

⎛π ⎞
10º O domínio da função f(x) = sec ⎜ + X ⎟ é:
⎝2 ⎠

a) IR
π
b) ⎧⎨x ≠ + kπ⎫⎬
⎩ 2 ⎭
c) {x ≠ kπ, k ∈ Z}
d) {x ≤ -1 ou x ≥ 1}
e) n.r.a.

2 − sen 2 x
11º O valor da expressão − tg 2 x é:
2
cos x
a) -1
b) –2
c) 2
d) 1
e) 0

sec x + sen x
12º A função trigonométrica equivalente a é:
cos sec x + cos x

a) sen x
b) cotg x
c) sec x
d) cossec x
e) tg x

3
13º No círculo trigonométrico um ângulo é tal que seu seno vale e encontra-se no
5
segundo quadrante. A tangente deste ângulo vale:

a) − 3
4
4
b) −
3
c) –1
3
d)
4
4
e)
3

14º Se sec x = 3 e tg x < 0, então sem x vale:

2 2
a)
3
−3 2
b)
2
−2 2
c)
3
3 2
d)
2
− 2
e)
2

2tgθ
15º O valor da expressão x = quando cos θ = − 3 e tg θ < 0 é:
2 7
1 − tg θ

4 10
a)
31

b) 12 10
31
2 10
c)
15
3 10
d)
7
e) n.r.a.
⎛π ⎞
sen(π − x ) + cos⎜ − x ⎟
16º A expressão: ⎝2 ⎠ vale:
cos(π + x )⋅ tg (2π − x )

a) -2
b) –1
c) 0
d) 1
e) 2

cos( 2π − x) ⋅ cos(π − x)
17º Simplificando a expressão y = , temos:
⎛π ⎞
sen(π + x) ⋅ sen⎜ − x ⎟
⎝2 ⎠

a) y = tg x
b) y = cotg x
c) y = sen x ⋅ cos x
d) y = - sen x
e) y = - cos x

sen(a + b) + sen(a − b)
18º Simplificando-se a expressão resulta:
cos(a + b) + cos(a − b)

a) cotg a
b) tg a
c) tg b
d) cotg (a + b)
e) n.r.a.

19º cos(75º) é igual a:

2 3
a) ⋅
2 2
3 2
b) −
2 2
3 1
c) −
2 2
6 2
d) ⋅
4 4
6 2
e) −
4 4

20º Sendo α + β + γ = π , então cos ( α + γ ) vale:

a) sen β
b) cos β
c) –sen β
d) –cos β
e) n.r.a.

GABARITO DE TRIGONOMETRIA

01. B
02. B
03. D
04. C
05. A
06. E
07. A
08. A
09. C
10. C
11. C
12. E
13. A
14. C
15. B
16. E
17. B
18. B
19. E
20. D
COLÉGIO PEDRO II - CAMPUS SÃO CRISTÓVÃO
III


APROFUNDAMENTO DE MATEMÁTICA – 2016

PROFESSORES: GODINHO / MARCOS


AULA 4: Trigonometria

TRIÂNGULO RETÂNGULO

Tendo como base o triângulo retângulo da figura acima, podemos definir algumas relações que
envolvem os ângulos do triângulo retângulo. São elas: o seno, o cosseno e a tangente. Definimos
essas linhas (ou razões) trigonométricas da seguinte forma:

cateto oposto
seno =
hipotenusa
cateto adjacente
cosseno =
hipotenusa

cateto oposto
tangente =
cateto adjacente

ÂNGULOS NOTÁVEIS

30° 45° 60°

SENO

COSSENO

TANGENTE 1

RELAÇÕES ENTRE SENO, COSSENO E TANGENTE

• sen² x + cos²x = 1
senx
• tgx =
cos x

FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

•Definições

Do ciclo trigonométrico da figura, definimos:


sen x =

cos x =

tg x =

Observação:

seno = cosseno =

tangente =

Paridade e periodicidade

Função Par ou ímpar Período Sinais Domínio Imagem

Ímpar

sen x sen (-x)= - sen x 2π IR [-1, 1]


Par

cos x cos x= cos (-x) 2π IR [-1, 1]

tg x Ímpar π x≠ + Kπ IR

tg(-x) = - tg x

SENO, COSSENO E TANGENTE NO CICLO TRIGONOMÉTRICO

GRÁFICOS DAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

1) FUNÇÃO SENO

2) FUNÇÃO COSSENO
3) FUNÇÃO TANGENTE

FÓRMULAS DE ADIÇÃO DE ARCOS

1) SENO DA SOMA

2) SENO DA DIFERENÇA

3) COSSENO DA SOMA
4) COSSENO DA DIFERENÇA

5) TANGENTE DA SOMA

6) TANGENTE DA DIFERENÇA

ARCOS DUPLOS

1) SENO ARCO DUPLO

2) COSSENO DO ARCO DUPLO


3) TANGENTE DO ARCO DUPLO

Lei dos cossenos

Em qualquer triângulo, o quadrado de um dos lados é igual à soma dos quadrados dos outros dois
lados, menos o dobro do produto desses dois lados pelo cosseno do ângulo formado entre eles. A
saber:

Lei dos senos

Seja um triângulo qualquer, com lados a, b e c, que são os lados opostos aos ângulos A, B e C,
respectivamente. O quociente entre a medida de cada lado e o seno do ângulo oposto a este lado é
uma constante igual a 2r, em que r é o raio da circunferência circunscrita ao triângulo, isto é:
QUESTÕES RESOLVIDAS

1) (UERJ) Um modelo de macaco, ferramenta utilizada para levantar carros, consiste em uma
estrutura composta por dois triângulos isósceles congruentes, AMN e BMN, e por um parafuso
acionado por uma manivela, de modo que o comprimento da base MN possa ser alterado pelo
acionamento desse parafuso. Observe a figura:

Considere as seguintes medidas: AM = AN = BM = BN = 4dm;

MN = x dm; AB = y dm. O valor, em decímetros, de y em função de x corresponde a:

2 2 16 − 4x 2 64 − 2x 2
(A) 16 − 4x (B) 64 − x (C) (D)
2 2
Gabarito: B
2 2
⎛y⎞ ⎛x⎞ 2 y2 x2
⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ = 4 ⇒ + = 16 ⇒ y 2 + x 2 = 64 ⇒ y 2 = 64 − x 2 ⇒ y = 64 − x 2
⎝2⎠ ⎝2⎠ 4 4

2) (UERJ) Observe a bicicleta e a tabela trigonométrica. Os centros das rodas estão a uma distância
PQ igual a 120 cm e os raios PA e QB medem respectivamente 25 cm e 52 cm. De acordo com a

tabela, qual o valor do ângulo AOP ?

(A) 10º (B) 12º (C) 13º (D) 14º

Gabarito: C

Traçando uma paralela ao segmento AB, conforme figura acima, temos :


27 9
senx = = = 0,225
120 40
De acordo com a tabela, x = 13 º.

3) (UERJ) Um atleta faz seu treinamento de corrida em uma pista circular que tem 400 metros de
diâmetro. Nessa pista, há seis cones de marcação indicados pelas letras A, B, C, D, E e F, que
dividem a circunferência em seis arcos, cada um medindo 60 graus. Observe o esquema mostrado.

O atleta partiu do ponto correspondente ao cone A em direção a cada um dos outros cones, sempre
correndo em linha reta e retornando ao cone A. Assim, seu percurso correspondeu a
ABACADAEAFA. Considerando 3 = 1,7 , o total de metros percorridos pelo atleta nesse treino foi
igual a:
(A) 1480 (B) 2960 (C) 3080 (D) 3120

Gabarito: B

Os triângulos ABD e ACD são retângulos, pois estão inscritos na circunferência eum de seus lados é o diâmetro.
Logo :
⎧ AB 1
⎪⎪( ABD ) : sen30 º = AD → AB = ( 400). 2 = 200m

⎪( ACD) : sen60 º = AC → AC = ( 400). 3 = 200(1,7) = 340m
⎪⎩ AD 2
Por tan to, a distância total será : 2.( AB ) + 2.( AC) + 2( AD) + 2.( AE ) + 2.( AF)
400 + 680 + 800 + 680 + 400 = 2960 m

4) (UERJ) Observe a matriz a seguir. Resolvendo seu determinante, será obtido o seguinte
resultado:
2 3
(A) 1 (B) sen x (C) sen x (D) sen x

Gabarito: D

senx cos2 x 1 senx cos2 x


senx cos x 0 senx cos x = (senx. cos x + 0 + senx ) − (senx. cos x + 0 + senx. cos ² x ) =
senx 1 1 senx 1
senx. cos x + 0 + senx − senx. cos x + 0 − senx. cos ² x = senx(1 − cos ² x ) = senx(sen² x ) = sen3 x

5) (UERJ) Um holofote está situado no ponto A, a 30 metros de altura, no alto de uma torre
perpendicular ao plano do chão. Ele ilumina, em movimento de vaivém, uma parte desse chão, do
ponto C ao ponto D, alinhados à base B, conforme demonstra a figura a seguir. Se o ponto B dista 20
metros de C e 150 metros de D, a medida do ângulo CÂD corresponde a:

(A) 60° (B) 45° (C) 30° (D) 15°

Gabarito: B


⎧ BC 20 2
tgx + tgy
⎪⎪T( ABC) : tgx = AB = 30 = 3 ⎧
⎪tg( x + y ) =
⎨ →⎨ 1 − tgx.tgy
⎪T( ABD) : tg( x + y ) = BD 150 ⎪tg( x + y ) = 5
= =5 ⎩
⎪⎩ AB 30
⎛2⎞
⎜ ⎟ + tgy
⎝3⎠ ⎛2⎞ 2 10
= 5 → 5 − 5.⎜ ⎟.tgy = + tgy → − .tgy − tgy = − 5 ⇒
2
⎛2⎞ ⎝3⎠ 3 3 3
1 − ⎜ ⎟.tgy
⎝3⎠
− 10 tgy − 3tgy 2 − 15 − 13 tgy − 13
= → = → tgy = 1 → y = 45 º
3 3 3 3

6) (UERJ) Um esqueitista treina em três rampas planas de mesmo comprimento a, mas com
inclinações diferentes. As figuras abaixo representam as trajetórias retilíneas AB = CD = EF, contidas
nas retas de maior declive de cada rampa. Sabendo que as alturas, em metros, dos pontos de partida
A, C e E são, respectivamente, h1, h2 e h3, conclui-se que h1 + h2 é igual a:

(A) h3 3 (B) h3 2 (C) 2h 3 (D) h3

Gabarito: D
h1 2 3 1 2 6− 2
= sen15 º = sen(45 º −sen30 º ) = sen45 º cos 30 º −sen30 º cos 45 º = . − . =
a 2 2 2 2 4
h2 2
= sen45 º =
a 2
h3 2 3 1 2 6+ 2
= sen75 º = sen(45 º +sen30 º ) = sen45 º cos 30 º +sen30 º cos 45 º = . + . =
a 2 2 2 2 4
⎧ ⎡ 6− 2 2⎤ ⎡ 6 − 2 2 2⎤ ⎡ 6 − 2+2 2⎤ ⎡ 6 + 2⎤
⎪h1 + h 2 = a ⎢ + ⎥ = a⎢ + ⎥ = a⎢ ⎥ = a⎢ ⎥
⎪ ⎣ 4 2 ⎦ ⎣ 4 4 ⎦ ⎣ 4 ⎦ ⎣ 4 ⎦
⎨ → h1 + h 2 = h 3
⎪ ⎡ 6 + 2⎤
⎪h 3 = a ⎢ 4

⎩ ⎣ ⎦

7) (UERJ) Um piso plano é revestido de hexágonos regulares congruentes cujo lado mede 10 cm. Na
ilustração de parte desse piso, T, M e F são vértices comuns a três hexágonos e representam os
pontos nos quais se encontram, respectivamente, um torrão de açúcar, uma mosca e uma formiga.
Ao perceber o açúcar, os dois insetos partem no mesmo instante, com velocidades constantes, para
alcançá-lo. Admita que a mosca leve 10 segundos para atingir o ponto T. Despreze o espaçamento
entre os hexágonos e as dimensões dos animais. A menor velocidade, em centímetros por segundo,
necessária para que a formiga chegue ao ponto T no mesmo instante em que a mosca, é igual a:

(A) 3,5 (B) 5,0 (C) 5,5 (D) 7,0

Gabarito: D
(d)2 = (30 )2 + (50 )2 − 2(30 )(50 )cos(120º ) → (d)2 = 900 + 2500 − 3000.⎛⎜ − 1 ⎞⎟
⎝ 2⎠
(d)2 = 3400 + 1500 → d = 4900 = 70
⎧Distância = 70cm D 70cm
⎨ →v= = = 7cm / s
⎩Tempo = 10s T 10s

8) (UERJ) Considere uma placa retangular ABCD de acrílico, cuja diagonal AC mede 40 cm. Um
estudante, para construir um par de esquadros, fez dois cortes retos nessa placa nas direções AE e
AC, de modo que DÂE = 45º e BÂC = 30º, conforme ilustrado a seguir:

Após isso, o estudante descartou a parte triangular CAE, restando os dois esquadros.

Admitindo que a espessura do acrílico seja desprezível e que = 1,7, a área, em cm², do triângulo
CAE equivale a:

(A) 80

(B) 100

(C) 140

(D) 180

Gabarito: C
i) y = 20cm , pois é cateto oposto ao ângulo de 30º no triângulo retângulo ABC.
Também será o valor da altura do triângulo AEC.
ii) x = 20 3 = 20 .(1,7) = 34 cm,.pois é oposto ao ângulo de 60º do triângulo ABC.
Vale a metade da hipotenusa multiplica do pela raiz de 3.
iii) DE = y = 20cm, pois é cateto do triângulo retângulo isósceles ADE.
Logo z = EC = 34 - 20 = 14cm.
EC × AD 14 × 20
A área do triângulo CAE vale : A = = = 140cm 2
2 2

9) (UERJ) Considere o ângulo segundo o qual um observador vê uma torre. Esse ângulo duplica
quando ele se aproxima 160 m e quadruplica quando ele se aproxima mais 100 m, como mostra o
esquema:

A altura da torre, em metros, equivale a:

(A) 96 (B) 98 (C) 100 (D) 102

Gabarito: A
Os triângulos ABC e ABD na figura acima são retângulos. Logo :
⎧ 100² = x ² + h²(I) ⎫
⎨ ⎬ → h² = 10000 − x ²(III)
⎩160² = (100 + x )² + h ²(II)⎭
Substituindo (III) em (II), temos : 25600 = 10000 + 200x + x ² + 10000 − x ² → 5600 = 200x → x = 28
Substituindo em (III) vem :
h² = 10000 − 28² → h² = 10000 − 784 → h² = 9216 → h = 96 m
Respostas: 1) B; 2) C; 3) B; 4) D; 5) B; 6) D; 7) D; 8) C; 9) A

LISTA DE EXERCÍCIOS DE IDENTIDADES TRIGONOMÉTRICAS - GABARITO

2ab
1) Calcular secx, sabendo que sen x = , com a > b > 0 .
a + b2
2

Solução. Sabendo que a secante vale o inverso do cosseno, basta calcular o valor do
cosseno utilizando a relação fundamental e inverter o resultado:

2
2 ⎛ 2ab ⎞
cos x = 1 − sen x = 1 − ⎜ 2 ⎟ =
2
(a 2
+ b2 ) − 4a 2 b 2
=
a 4 − 2a 2 b 2 − b 4
2 2 2
⎝a +b ⎠ (a 2
+ b2 ) (a 2
+ b2 )
i)
2

cos x =
(a 2
− b2 ) =
a2 − b2
( positivo )
2
(a 2
+ b2 ) a2 + b2
1 1 a2 + b2
ii) sec x = = =
cos x a 2 − b 2 a 2 − b 2
a2 + b2

2) Demonstre as seguintes identidades trigonométricas:

sen x cos x 1 − cos x


a) + =1 b) = (cos sec x − cot x) 2
cos sec x sec x 1 + cos x

c) sen( a + b). sen( a − b) = cos 2 b − cos 2 a


1 + sen 2 x
d) tg (45° + x).cot( 45° − x) =
1 − sen 2 x

Solução.

senx cos x senx cos x


a) + = + = sen 2 x + cos 2 x = 1.
cos sec x sec x 1 1
senx cos x

. 1 − cos x ) 1 − 2 cos x + cos 2 x 1 − 2 cos x + cos 2 x


1 − cos x (1 − cos x )(
= = =
1 + cos x (1 + cos x )(
. 1 − cos x ) 1 − cos 2 x sen 2 x
b) 2
1 − 2 cos x + cos 2 x 1 2 cos x cos 2 x ⎛ 1 cos x ⎞ 2
2
= 2
− 2
+ 2
=⎜ − ⎟ = (cos sec x − cot gx ) .
sen x sen x sen x sen x ⎝ senx senx ⎠

sen(a + b).sen(a − b) = ( sena cos b + senb cos a)(sena cos b − senb cos a) =
2 2 2 2 2 2 2 2
c) sen a cos b − sen b cos a = (1 − cos a ) cos b − (1 − cos b) cos a =
cos 2 b − cos 2 a. cos 2 b − cos 2 a + cos 2 a. cos 2 b = cos 2 b − cos 2 a.
1 + sen2 x
d) tg (45° + x). cot( 45° − x) =
1 − sen2 x
i)
2
(cos x + senx )
sen45º cos x + senx cos 45º 2 (cos x + senx ).(cos x + senx )
tg (45° + x) = = =
cos 45º cos x − sen45º senx 2 (cos x − senx ).(cos x + senx )
(cos x − senx )
2
2 2
cos x + 2senx cos x + sen x 1 + sen2 x
tg (45° + x) = = .
cos 2 x − sen 2 x cos 2 x

ii)
2
(cos x − senx )
sen45º cos x − senx cos 45º 2 (cos x − senx ).(cos x − senx )
tg (45° − x) = = =
cos 45º cos x + sen45º senx 2 (cos x + senx ).(cos x − senx )
(cos x + senx )
2
2 2
cos x − 2senx cos x + sen x 1 − sen2 x cos x
tg (45° + x) = 2 2
= ⇒ cot gx = .
cos x − sen x cos 2 x 1 − sen2 x

1 + sen2 x cos x 1 + sen2 x


iii) tg (45° + x). cot( 45° − x) = . = .
cos 2 x 1 − sen2 x 1 − sen2 x

3) Simplificar as expressões:

π
sen( − x).cos(+ x)
2 ⎛ 9π ⎞ ⎛ 15π ⎞
a) b) sen⎜ ⎟ − cos⎜ x + ⎟.sen(7π − x)
tg (2π − x).cos(π − x) ⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠

Solução.

π
a) Temos: sen(− x) = − senx ; cos( + x) = − senx ; tg (2π − x) = −tgx e cos(π − x) = − cos x .
2
π
sen(− x). cos( + x)
2 (− senx).(− senx) sen 2 x sen 2 x
Logo, = = = = senx.
tg (2π − x). cos(π − x) (−tgx).(− cos x) senx senx
. cos x
cos x

9π π ⎛ 15π ⎞
b) Temos: sen = sen(4π + ) = 1; cos⎜ x + ⎟ = senx e sen(7π − x) = senx .
2 2 ⎝ 2 ⎠

⎛ 9π ⎞ ⎛ 15π ⎞ 2 2
Logo, sen⎜ ⎟ − cos⎜ x + ⎟.sen(7π − x) = 1 − ( senx ).(senx) = 1 − sen x = cos x.
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠

4) Usando somas e diferenças, calcular:

a) cos15° b) cot 165° c) cossec


15°

Solução.

a)Escrevendo 15º = 60º - 45º, vem:


cos 15º = cos(60 º −45º ) = cos 60 º. cos 45º + sen60 º. cos 45º
1 2 3 2 2+ 6
cos 15º = . + . =
2 2 2 2 4

b) Escrevendo 165º = 120º + 45º, vem:

−1 2
3 2 − 2− 6
.. −
cos(120º +45º ) cos120º. cos 45º − sen120º.sen45º
cot g165º = = = 2
2 2 = 2 4
sen(120º +45º ) sen120º cos 45º + sen45º cos120º 3
2 −1 2
6− 2
.. +
2
2 2 2 4
− 2− 6 4 − ( 6 + 2 ).( 6 + 2 ) − (6 + 2 12 + 2) − 4(2 + 3)
cos165º = . = = = = −2 − 3.
4 6− 2 (
6− 2. 6+ 2 )( 6−2 ) 4

c) Escrevendo 15º = 60º - 45º, vem:


1 1 1 1
cos sec 15º = = = =
sen15º sen(60 º −45º ) sen60 º cos 45º − sen45º cos 60 º 3 2 2 1
. − .
2 2 2 2

cos15º =
1
=
(
4. 6 + 2 ) =
(
4. 6 + 2)= 6 + 2.
6− 2 ( )(
6− 2. 6+ 2 ) 6−2
4

2 ⎛π ⎞
5) Sendo sen α = , com 0 < α < π/2, calcule: a) sen⎜ + 2α ⎟ b)
3 ⎝2 ⎠
⎛π ⎞
cos⎜ + α ⎟
⎝4 ⎠

Solução.

2
2 ⎛2⎞ 4 9−4 5
a) Temos: senα = ⇒ cos α = 1 − ⎜ ⎟ = 1 − = = . Desenvolvendo o
3 ⎝3⎠ 9 9 3

⎛π ⎞ π π
sen⎜ + 2α ⎟ = sen cos 2α + sen2α cos = cos 2α .
⎝2 ⎠ 2 2
seno pedido e substituindo, vem:
⎛π ⎞ 5 4 1
sen⎜ + 2α ⎟ = cos 2 α − sen 2α = − = .
⎝2 ⎠ 9 9 9

⎛π ⎞ π π 2
b) Temos: cos⎜ + α ⎟ = cos cos α − sen cos α = (cos α − senα ). Substituindo os
⎝4 ⎠ 4 4 2

⎛π ⎞ 2 ⎛ 5 2⎞ 10 − 2 2
valores, vem: cos⎜ +α⎟ = ⎜ − ⎟⎟ = .
⎝4 ⎜
⎠ 2 ⎝ 3 3⎠ 6

3 3π
6) Se cos x = e < x < 2π , calcular sen(3x).
5 2

2
3 ⎛3⎞ 9 25 − 9 16 4
cos x = ⇒ senx = 1 - ⎜ ⎟ = 1 - = = = ( positivo )
5 ⎝5⎠ 25 25 25 5
9 16 − 7
Solução. Temos: cos 2 x = cos 2 x − sen 2 x = − = .
25 25 25
4 3 24
sen2 x = 2senx cos x = 2. . =
5 5 25
Escrevendo sen(3x) = sen(2x + x) = sen2xcosx + senxcos2x e substituindo, vem:

24 3 4 − 7 72 28 44
sen3x = . + ( )= − = .
25 5 5 25 125 125 125

7) Resolva as equações trigonométricas em ℜ :

2 3
a) sen 3 x = b) sen 5 x = sen 3 x c) cos x = − d) tg(3x)=1
2 2
Solução.

2
a) O ângulo cujo seno vale é 45º ou 135º e seus côngruos. Logo, é da forma
2
π 3π
+ 2kπ ou + 2kπ , com π ∈ Z. Logo a solução será:
4 4
⎧ π π 2kπ
⎪sen3x = + 2kπ ⇒ x = +
4 12 3

⎨ou .
⎪ 3π π 2kπ
⎪sen3x = + 2kπ ⇒ x = +
⎩ 4 4 3

b) Para que sen5x = sen3x, temos que 5x e 3x estarão sobre a mesma linha horizontal.
5 x = 3x + 2kπ ⇒ 2 x = 2kπ ⇒ x = kπ
ou
Em ambos os casos, k ∈ Z.
5 x = (π − 3x) + 2kπ
π
8 x = π + 2kπ ⇒ x = (2k + 1).
8

− 3
c) O ângulo cujo cosseno vale é 150º ou 210º e seus côngruos. A solução, então
2
− 3 5π
é expressa da forma: cos x = ⇒x=± + 2kπ . k ∈ Z.
2 6

d) O ângulo cuja tangente vale 1 é 45º e seus côngruos. A solução, então é expressa
π π kπ
da forma: tg 3x = 1 ⇒ 3x = + kπ ⇒ x = + . k ∈ Z.
4 12 3
sen2460º × cos1110º
8) Se M = , calcule M.
tg 2205º

Solução. Encontrando as extremidades dos ângulos com a divisão por 360º, temos:

i) 2460º ~ 300º ii) 1110º ~ 30º iii) 2205º ~ 45º

− 3 3
.
sen2460º x cos 1110º sen300º x cos 30º 2 2 = − 3.
Substituindo, vem: M = = =
tg 2205º tg 45º 1 4

3
9) Se sen x = − , com x ∈ 4º quadrante então qual o valor de tg x?
5
Solução. Calculando o cossseno pela relação fundamentel, temos:

2
⎛ − 3⎞ 9 16 4
cos x = 1 − sen 2 x = 1 − ⎜ ⎟ = 1− = = . Utilizando a fórmula da tangente,
⎝ 5 ⎠ 25 25 5
vem:

−3
senx −3 5 −3
tgx = ⇒ tgx = 5 = . = .
cos x 4 5 4 4
5

10) Qual é o valor de: sec 60º+ sec 45º – cossec30º + cossec 315º?

Solução. Substituindo as funções por senos e cossenos e calculando, temos:

1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2
+ − + = + − + =2+ −2− = 0.
cos 60 º cos 45º sen30 º sen315º 1 2 1 − 2 2 2
2 2 2 2

11) Se x e y são dois arcos complementares, calcule A = (cosx - cosy)2 + (senx + seny)2

Solução. Desenvolvendo os produtos e lembrando que x + y = 90º, vem:


A = cos 2 x − 2 cos x cos y + cos 2 y + sen 2 x + 2senxseny + sen 2 y
A = (cos 2 x + sen 2 x) + ( sen 2 y + cos 2 y ) − 2(cos x cos y − senxseny)
A = 1 + 1 − 2. cos( x + y )
A = 2 − 2 cos 90 º
A = 2 − 2(0)
A = 2.

12) Calcule sen2x sabendo-se que tg x + cotg x = 3.

Solução. A cotangente é o inverso da tangente. E podemos escrever sen2x =


senx cos x
tgx + ctgx = 3 ⇒ + = 3 ⇒ sen 2 x + cos 2 x = 3senx cos x
cos x senx
2senxcosx. Temos: 1 = 3senx cos x
1 1 2
senx cos x = ⇒ 2senx cos x = 2. ⇒ sen2 x = .
3 3 3
Índice
PREÂMBULO ...................................................................................................................................................... 79
ÂNGULOS............................................................................................................................................................. 80
1.1. Ângulo trigonométrico ............................................................................................................................. 80
1.2. Classificação de ângulos .......................................................................................................................... 81
1.3. Arcos de circunferência ............................................................................................................................ 82
2. TRIÂNGULOS ................................................................................................................................................. 83
1.1. Semelhança de triângulos ......................................................................................................................... 83
1.2. Classificação de triângulos ....................................................................................................................... 84
3. TRIGONOMETRIA E RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS .................................................................... 85
1.1. Teorema de Pitágoras ............................................................................................................................... 85
1.2. Relações trigonométricas de ângulos ....................................................................................................... 87
1.3. Fórmula fundamental da trigonometria .................................................................................................... 88
1.4. Um problema de trigonometria ................................................................................................................ 89
4. SENO, COSENO E TANGENTE COMO FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL ........................... 91
5. PROPRIEDADES IMPORTANTES DAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS ....................................... 94
5.1. Valores das funções trigonométricas para alguns ângulos-chave ............................................................ 94
1.2. Paridade das funções trigonométricas ...................................................................................................... 95
1.3. Sinal das funções trigonométricas ............................................................................................................ 96
1.4. Monotonia das funções trigonométricas................................................................................................... 97
1.5. Redução ao primeiro quadrante .............................................................................................................. 100
1.6. Periodicidade das funções trigonométricas ............................................................................................ 101
1.7. Resumo das propriedades das principais funções trigonométricas ........................................................ 102
6. RELAÇÕES IMPORTANTES DE FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS ................................................. 107
1.1. Fórmulas de adição e subtracção ............................................................................................................ 107
1.2. Fórmulas de duplicação .......................................................................................................................... 108
1.3. Fórmulas de bissecção ............................................................................................................................ 108
1.4. Fórmulas de transformação .................................................................................................................... 109
7. FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS ........................................................................................ 111
1.1. Arco seno: arcsen(a) ............................................................................................................................... 111
1.2. Arco coseno: arccos(a) ........................................................................................................................... 112
1.3. Arco tangente: arctg(a) ........................................................................................................................... 112
1.4. Arco co-tangente: arccotg(a) .................................................................................................................. 112
1.5. Resumo: domínio e contradomínio das funções trigonométricas inversas ............................................ 112
8. RESOLUÇÃO DE ALGUMAS EQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS .................................................... 114
8.1. Resolução de equações de funções trigonométricas do tipo f(x) = y...................................................... 114
1.2. Exemplo.................................................................................................................................................. 115
1.3. Funções trigonométricas inversas .......................................................................................................... 115
9. DERIVADAS DE FUNÇÕES CIRCULARES E RESPECTIVAS INVERSAS....................................... 117
sen x
9.1. Estudo do lim ............................................................................................................................. 117
x→0 x
9.2. Derivadas de funções trigonométricas ................................................................................................... 118
1.3. Derivadas de funções trigonométricas inversas ..................................................................................... 119
1.4. Resumo das derivadas de funções trigonométricas e trigonométricas inversas ..................................... 120
10. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS .................................................................................................................... 122
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.

78
Preâmbulo
Este texto resume os assuntos respeitantes a trigonometria e geometria do plano leccionada no
ensino público secundário, do 9º ao 12º ano. Como tal, não se discutem neste texto funções
trigonométricas hiperbólicas – seno hiperbólico, coseno hiperbólico, etc. – que são abordadas em
contextos adequados, mais especificamente ao nível de cursos superiores de Matemática e Física.
Pressupõe-se que o leitor possui já conhecimentos razoáveis sobre as matérias abordadas. Para um
maior aprofundamento, recomenda-se a consulta de livros de texto aprovados e usados nas escolas,
tais como os indicados na bibliografia.

Esta é uma segunda versão do texto original, datado de Setembro de 1997. Foram feitas revisões e
acréscimos relativamente à primeira versão – essencialmente, esta revisão consistiu numa profunda
remodelação do aspecto visual. Foi incluído um capítulo com alguns exercícios resolvidos, no final,
dos quais se recomenda uma reflexão adequada à compreensão dos passos envolvidos. É desejável
que o leitor tente resolver os exercícios antes de ler a resolução possível apresentada (porque em
geral, como em muitas outras coisas na Matemática, existe habitualmente mais que uma resolução).
De facto, identificar mais que uma resolução, e comparar as várias possíveis, pode revelar-se útil no
desenvolvimento de técnicas de solução de problemas.

Alguns parágrafos são de leitura opcional em virtude da sua utilização pouco frequente na maior
parte das aplicações em Trigonometria, e foram introduzidos apenas com o intuito de providenciar
uma revisão dos conceitos neles abordados. Assim, os seguintes parágrafos poderão ser ignorados
sem grande prejuízo para a revisão de conhecimentos fundamentais:
1.2.b. Classificação de ângulos quanto ao posicionamento (relativamente a outros ângulos)

1.3. Arcos de circunferência

2.1. Semelhança de triângulos

Declaração
Este texto é do domínio público, e pode ser distribuído livremente desde que as seguintes condições
sejam respeitadas:

1. O meu nome e elementos de contacto não poderão ser removidos, substituídos, alterados, ou de
outro modo deliberada ou acidentalmente omitidos por terceiros ao divulgar, modificar ou
corrigir este texto.
2. Eventuais correcções a este texto por parte de terceiros deverão ser devidamente assinaladas
pelos respectivos autores. A eles cabe acrescentar numa página nova no texto, que em momento
algum poderá ser omitida, o(s) seu(s) nome(s), pelo menos um contacto, a data, e onde foi feita a
correcção.
3. Nenhuma compensação, monetária, em géneros, ou qualquer outra, poderá ser obtida a partir
da divulgação deste texto, salvo para cobrir as despesas necessárias à cópia e distribuição do
texto (e.g. fotocópias, suporte informático – como disquetes –, ou outro meio que sirva para
armazenar e permitir a leitura deste texto).

Consciente de que estas condições são razoáveis, espero que sejam respeitadas integralmente. O
conhecimento é um património que não tem dono e como tal deve ser divulgado sem restrições.

Setúbal, Novembro de 2000

79
1. Ângulos
A

β α

O
vértice

Figura 1. Ângulo α. Figura 2. O ângulo α é definido no sentido horário.

Os ângulos de que se fala dizem respeito a ângulos no plano. (Existe os chamados ângulos sólidos,
definidos no espaço, mas estão fora do âmbito desta Revisão.)

Assim, temos que o ângulo ao centro α é definido pela duas semi-rectas da figura 1. Este é o ângulo mais
pequeno definido pelas duas semi-rectas (repare que têm a mesma origem, o vértice no centro da figura).
Outro ângulo definido pelas semi-rectas é o ângulo β, que é de abertura visivelmente maior que o ângulo
α. Por definição, uma volta completa no plano define o ângulo de 360º, isto é,

α + β = 360º .
No plano, o sentido positivo atribuído aos ângulos é contrário ao dos ponteiros do relógio. Na figura 2
está indicado o sentido de crescimento de um ângulo. O ângulo α aumenta se a abertura aumentar no
sentido indicado pela seta. O sentido negativo é definido pela semi-recta OA movendo-se no sentido
horário.

Em trigonometria, especialmente quando se usam funções trigonométricas, definidas mais adiante, é


costume usar outra unidade para os ângulos em vez da indicada: é o radiano. É definido de tal forma que
um ângulo de π radianos é igual a 180º:

π radianos = 180º,
em que π é o número irracional π=3,1415927..., definido pelo quociente entre o perímetro de uma
circunferência e o seu diâmetro. É usual não indicar a unidade “radianos” quando nos referimos a um
ângulo nestas unidades, quando não há perigo de confusão. Assim teremos, por exemplo, que α = π/4 =
45º. Para ângulos em unidades de grau de arco, é necessário indicar o símbolo " º " para distinguir da
unidade radiano. Há mais outra unidade de ângulo no plano, o grado, definida tal que 90º = 100 grados,
mas é menos utilizada que qualquer das anteriores.

1.1. Ângulo trigonométrico


Um ângulo pode ter o valor real que se desejar. No entanto, a semi-recta que dá o ângulo (com outra
semi-recta, fixa, de referência) completa uma volta após 360º, duas voltas após 720º, etc., ou uma volta
no sentido contrário, e nesse caso diz-se que descreveu um ângulo de –360º. O menor ângulo α descrito
pela semi-recta é o ângulo trigonométrico, e para o ângulo ϕ descrito pela semi-recta tem-se:

ϕ = α + k · 360º, (1.1)
em que k é um número inteiro. O ângulo α é o de maior interesse em trigonometria, em particular no que
toca às funções trigonométricas, abordadas posteriormente. Por exemplo, se x = α + m · 360º e y = α + n ·
80
α α α

Figura 3.a. Ângulo nulo. Figura 3.b. Ângulo agudo. Figura 3.c. Ângulo recto.

(α = 0º) (0º < α < 90º) (α = 90º)

α α α

Figura 3.d. Ângulo obtuso. Figura 3.e. Ângulo raso. Figura 3.f. Ângulo giro.

(90º < α < 180º) (α = 180º) (α = 360º)

β α α β α

α’ β’

Figura 3.g. Ângulos complementares. Figura 3.h. Ângulos suplementares. Figura 3.i. Ângulos vertic. opostos.

(α + β = 180º) (α + β = 90º) (α + β + α’ + β’ = 360º)

360º (m e n números inteiros), para igualar os ângulos x e y é necessário que m=0 e n=0 (por exemplo),
uma condição trivial.

A razão para a existência desta periodicidade para ângulos prende-se com o carácter das funções
trigonométricas, o qual será discutido adiante. No entanto, é necessário definir univocamente a aplicação
que dá o ângulo definido por duas rectas que se intersectam. Portanto, e para esse efeito, medem-se os
ângulos num domínio que vai de 0º a 360º (ou, o que é equivalente, de 0 a 2π radianos), para que nγo
haja lugar para dϊvidas; no caso de um βngulo no plano, serα de 0Ί a 180º, visto que para ângulos entre
180º e 360º já haverá outro ângulo mais pequeno definido pelas duas rectas dadas – e que será inferior a
180º.

1.2. Classificação de ângulos


1.2.a. quanto à abertura
1) Ângulo nulo: α = 0º – figura 3.a.
2) Ângulo agudo: 0º < α < 90º – figura 3.b.
Reparar que um ângulo agudo α toma sempre um valor entre 0º e 90º, nunca tomando
qualquer destes valores. Exemplos: α = 30º , α = 75,4º , α = 89,99º (nunca é igual a 90º ou 0º
!).

3) Ângulo recto: α = 90º – figura 3.c.


4) Ângulo obtuso: 90º < α < 180º – figura 3.d.

81
Novamente, o ângulo obtuso apenas toma os valores intermédios, nunca os dos extremos
que o define.

5) Ângulo raso: α = 180º – figura 3.e.


6) Ângulo giro: α = 360º – figura 3.f.

Quando se chega a um ângulo 360º, já se descreveu uma volta completa no plano – pelo que a abertura
definida por um ângulo giro (de 360º) é a mesma que é definida pelo ângulo raso. Na verdade, e por essa
razão, muitos autores identificam o ângulo de 0º (ou 360º, o que é equivalente como acabámos de ver)
como ângulo raso ou giro. Para ângulos superiores a 360º, voltamos novamente ao princípio – daí a
definição periódica para o ângulo dada pela expressão (1.1). Assim sendo, um ângulo de 390º será
equivalente a outro de 30º:

390º = 30º + 1 · 360º .


1.2.b. quanto ao posicionamento (relativamente a outros ângulos)
1) Ângulos complementares: α + β = 180º – figura 3.g.
Diz-se que α e β são complementares, ou que α é complementar de β, e vice-versa.
Naturalmente, 0º < α < 180º, e β também (com α + β = 180º)!

2) Ângulos suplementares: α + β = 90º – figura 3.h.


Diz-se que α e β são suplementares, ou que α é suplementar de β, e vice-versa.
Naturalmente,
0º < α < 90º, e β também (com α + β = 90º)!

3) Ângulos verticalmente opostos: α + α’ + β + β’ = 360º – figura 3.i.


Os ângulos α e α’ dizem-se verticalmente opostos. Temos que α = α’, e também β = β’, que
também são verticalmente opostos.

1.3. Arcos de circunferência


Um arco de circunferência é definido de uma maneira semelhante à que foi feita para um ângulo no
plano. Desta feita, define-se um arco sobre uma circunferência.

Sobre uma circunferência, um ponto pode-se mover em dois sentidos. O sentido positivo para os ângulos
é, por convenção, anti-horário, e o negativo é o sentido horário. Dessa forma, quando um ponto da
circunferência se desloca sobre ela do ponto A para B, diz-se que esse ponto da circunferência descreveu
!"
o arco AB .

82
2. Triângulos
São figuras geométricas definidas numa superfície plana, constituídas
γ z
por três segmentos de recta cujas extremidades se unem. Sejam então
três segmentos de recta, de comprimentos x, y e z. Quando unidas as x β
extremidades, definem ângulos internos α, β e γ. Seja α o ângulo mais
y
pequeno definido pelos segmentos de comprimentos x e y.
Abusivamente, designarei de agora em diante x e y os segmentos de α
recta de comprimento dado pelos valores de x e y, respectivamente.
Propriedade 1: Todos os triângulos, quaisquer que sejam, que a
Figura 4. Um triângulo.
soma dos ângulos internos seja 180º, isto é,

α + β + γ = 180º .
Isto verifica-se sempre para todos os triângulos constituídos sobre uma superfície
plana(1).

Propriedade 2: A soma do comprimento de dois lados quaisquer é sempre maior que o comprimento
do terceiro lado.

Por exemplo: se o Gabriel (no vértice de ângulo γ)


quiser ir à casa da Alexandra (vértice de ângulo α),
β
percorrerá um caminho menor, de comprimento x,
indo directamente para lá do que passando primeiro
β'
pela casa da Beatriz (ângulo β) e indo depois até à
casa da Alexandra (num percurso total dado por y +
z). γ=γ' α' α'

2.1. Semelhança de triângulos Figura 5. Semelhança de


triângulos.

Dois triângulos dizem-se semelhantes quando são homotéticos, isto é, quando existe uma homotetia
entre os dois triângulos – os lados dos triângulos são proporcionais entre si. Das seguintes relações de
semelhança, conclui-se que os dois triângulos a considerar são homotéticos:

a) três lados proporcionais [LLL], ou


três ângulos iguais entre si [AAA];
Este caso é trivial, e resulta da definição de homotetia que foi agora apresentada. O efeito
produzido por [LLL] ou por [AAA] é o mesmo, e equivalem-se entre si: dois triângulos com ângulos
iguais entre si têm lados correspondentes com comprimento de igual proporção, e vice-versa –
ver figura 5.

b) dois lados proporcionais e um ângulo igual [LLA];


Aqui, dois lados dos triângulos são proporcionais, e um dos ângulos de um triângulo tem igual
abertura ao do ângulo correspondente no outro triângulo: α = α’ e x’/x = y’/y. Consequências: z’/z
obedece à mesma proporção entre os comprimentos dos lados, e os ângulos correspondentes nos
dois triângulos são iguais entre si.

c) dois ângulos iguais e um lado proporcional [LAA];


(1)
Para demonstrar esta propriedade dos triângulos, é necessário recorrer aos axiomas de Euclides enunciados no seu tratado de geometria, os
83
Dois ângulos quaisquer são iguais. Tem-se α = α’, β = β’, e um valor para x’/x. Então resulta que o
terceiro ângulo é igual para os dois triângulos, e que os lados são proporcionais.

Naturalmente, se nenhuma das três situações anteriores se verificar, o par de triângulos considerados não
são semelhantes.

Estas classificações não devem ser confundidas com as de triângulo equilátero, isósceles e escaleno,
definidos a seguir. Enquanto que aquelas dizem respeito a relações entre dois triângulos, as últimas
referem-se à caracterização de um único triângulo.

2.2. Classificação de triângulos


2.2.a. quanto aos ângulos internos
1) Triângulo acutângulo
Todos os ângulos internos são agudos, isto é, têm um valor inferior a 90º (mas nunca igual).

2) Triângulo rectângulo
Um dos ângulos internos é recto; no caso da figura 6 é o ângulo α, e portanto temos α = 90º.
Os restante ângulos internos são necessariamente agudos, pois a sua soma tem de ser igual a
90º, visto a soma dos ângulos internos de um triângulo ter de ser 180º. Logo, esses dois
ângulos são suplementares.

3) Triângulo obtusângulo
Um dos ângulos internos é obtuso, isto é, tem entre 90º e 180º; é o caso do ângulo 90º < α <
180º. A soma dos restantes ângulos internos é inferior a 90º, visto ser condição obrigatória
que a soma dos três ângulos 180º. Claro, os restantes ângulos internos são agudos, pois não
ultrapassam 90º: a sua soma é até inferior a 90º.

2.2.b. quanto ao número de lados/ângulos iguais


1) Triângulo equilátero
Todos os lados são iguais. Todos os ângulos internos são iguais: α = β = γ. Como a soma dos
ângulos internos é sempre 180º, forçosamente α = β = γ = 60º. É um triângulo agudo, pois
todos os ângulos são menores que 90º. Como o nome indica, é “equilátero” – todos os lados
medem o mesmo: x = y = z .

2) Triângulo isósceles
Temos dois lados iguais (y e z, por exemplo), e dois ângulos iguais. Caso y = z, temos α = β ≠ γ ;
ou seja, são iguais os ângulos não comuns aos lados iguais (α e β não são comuns aos lados x
e y, que são iguais).

3) Triângulo escaleno
Todos os lados e ângulos respectivos são diferentes.

Não deverá confundir estas classificações com as de semelhança de triângulos (secção 2.1), que dizem
respeito a relações entre dois triângulos!

84
3. Trigonometria e relações trigonométricas
Aquando da sua criação pelos matemáticos gregos, a
trigonometria dizia respeito exclusivamente à medição de
triângulos, e tal como as funções e relações
trigonométricas apresentadas a seguir, é aplicada
exclusivamente ao estudo de triângulos rectângulos. cateto hipotenusa

Porém, as funções trigonométricas resultantes, e y h


apresentadas mais adiante, encontram aplicações mais
vastas e de maior riqueza noutras áreas como a Física (por
exemplo, no estudo de fenómenos periódicos) ou a
θ α
Engenharia.
x
Limitarmo-nos-emos à trigonometria no plano. Assuntos
cateto
mais elaborados (alguns dos quais leccionados em cursos
universitários), como desenvolvimentos em série de Taylor de funções trigonométricas, números
Figura 6. Um triângulo rectângulo.
complexos e funções trigonométricas hiperbólicas não serão abordados neste texto. Ainda no intuito de
manter a generalidade deste texto, que se pretende uma simples revisão sobre trigonometria leccionada
no ensino secundário, não falarei também sobre trigonometria esférica.

Em trigonometria, os lados dos triângulos rectângulos assumem nomes particulares, apresentados na


figura ao lado. O lado mais comprido, oposto ao ângulo recto θ, chama-se hipotenusa; os lados restantes,
ligados ao ângulo recto, chamam-se catetos.

3.1. Teorema de Pitágoras


O geómetra grego Pitágoras (570–501 a.C.) formulou o seguinte teorema, que tem hoje o seu nome, e
que relaciona a medida dos diferentes lados de um triângulo rectângulo: a soma do quadrado dos catetos
é igual ao quadrado da hipotenusa. Ou seja, se x e y forem o comprimento dos dois catetos e h o
comprimento da hipotenusa, ter-se-á:

x² + y² = h² .
A demonstração deste teorema pode ser efectuada através do cálculo de áreas de triângulos rectângulos
e de quadrados — ver figura 7. A área de um quadrado com comprimento do lado de valor l é dada por l2.
Para um rectângulo de comprimento de base a e de altura b a área é dada pelo produto destes dois
comprimentos, isto é, a×b. Se dividirmos esse rectângulo com uma diagonal, teremos dois triângulos
rectângulos, com catetos de comprimento a e b; a área de cada um é, então, metade da área do triângulo
— ab/2.

85

l b b

a b

l a

Figura 7. Áreas do quadrado com comprimento l do lado, e do rectângulo com comprimentos a e b dos lados.
2
Área: l×l = l Área: a×b
A partir da área do rectângulo é fácil ver que a área de um triângulo rectângulo com comprimento da base a e
altura b (direita) é metade da área do rectângulo com os mesmos comprimento dos lados; ou seja, a área
Área do rectângulo: a×b
desse triângulo é a×b/2.
Área do triângulo: a×b/2

Porque é um quadrado,
os comprimentos dos
lados são iguais (h) !

h h h

x x
y
y


x+y
y

x



y x

Figura 8. O teorema de Pitágoras pode ser demonstrado através de relações de áreas de triângulos e
x+y
de quadrados. No fim, a área ocupada pelo quadrado mais pequeno e pelos quatro triângulos
rectângulos é igual à área do quadrado maior (duas últimas figuras, em baixo à direita). A equação do
teorema é obtida da relação das áreas ocupadas pelas figuras — ver texto.

Observe agora a figura 8. O triângulo rectângulo tem lados de comprimento x e y. Pelo que se disse no
parágrafo anterior, a área deste triângulo é xy/2. O quadrado que está junto ao triângulo foi escolhido de
modo a ter comprimento do lado precisamente igual ao comprimento da hipotenusa do triângulo, ou
seja, h. A área do quadrado é, naturalmente, h2. Ora bem, o triângulo pode ser “copiado” e “colado” aos
restantes lados do quadrado de modo que se juntem as hipotenusas dos triângulos copiados aos lados do
quadrado. Isto produz uma nova figura, um quadrado, no qual se inscrevem o quadrado e os triângulos —

86
o “original” e as “cópias”. Este novo quadrado tem lado com comprimento x+y — canto inferior direito da
figura 8.

Ora, a área do novo quadrado é (x+y)2, ou seja, x2 + 2xy + y2. Por outro lado, a área deste novo quadrado é
igual ao espaço ocupado pelas figuras anteriores – o quadrado e os quatro triângulos. Estas cinco figuras
têm áreas dadas por h2 e xy/2. Como temos quatro triângulos, a área que todos eles ocupam é 4×xy/2 =
2xy. Então, as cinco figuras dentro do quadrado maior ocupam uma área que totaliza h2 + 2xy. Mas esta
área é igual à do quadrado maior, como se vê na figura 8. Portanto, temos

x2 + 2xy + y2 = h2 + 2xy ⇔ x2 + y2 = h2 ,
que é justamente a anterior fórmula para o teorema de Pitágoras.

3.2. Relações trigonométricas de ângulos


Na esmagadora maioria das aplicações trigonométricas relacionam-se os comprimentos dos lados de um
triângulo recorrendo a determinadas relações dependentes de ângulos internos. Assim, apresentam-se de
seguida algumas relações trigonométricas com esse fim. No capítulo 5 discutir-se-á o intervalo de
aplicabilidade (já sob o ponto de vista de funções reais de variável real) de algumas das seguintes relações
trigonométricas.

87
a) Seno de α
É o quociente do comprimento do cateto oposto ao ângulo α pelo comprimento da hipotenusa do
triângulo, ou seja,

cateto oposto y
sen(α ) = = .
hipotenusa h
O seno de α pode aparecer com uma das seguintes representações: senα, sinα, sen(α), sin(α).

b) Coseno de α
É o quociente do comprimento do cateto adjacente ao ângulo α pelo comprimento da hipotenusa do
triângulo, ou seja,

cateto adjacente x
cos(α ) = = .
hipotenusa h

Em geral, o coseno de α aparece com uma das duas representações: cosα, cos(α).

c) Tangente de α
É o quociente dos comprimentos do cateto oposto pelo cateto adjacente, ou seja,

cateto oposto y/h y h y


tan(α ) = = = ⋅ = .
cateto adjacente x / h h x x

É usual representar a tangente de a de uma das seguintes maneiras: tanα, tan(α), tgα, tg(α).

d) Co-tangente de α
É definida como o recíproco da tangente de α:

1 x cateto adjacente
cotan(α ) = = = .
tan(α ) y cateto oposto

A co-tangente de a pode aparecer representada de uma das maneiras seguintes: cotan(α), cotg(α),
cotanα, cotgα.

Pelas definições em c) e d), e segundo as definições em a) e b), podemos ver ainda que:

sen(α ) cos(α )
tan(α ) = e cotg(α ) = .
cos(α ) sen(α )

e) Secante e co-secante de α
Definem-se ainda as funções secante de α e co-secante de α como, respectivamente:

1 h 1 h
sec(α ) = = e cosec(α ) = = .
cos(α ) x sen(α ) y

A secante pode ser representada por: sec(α), secα. A co-secante pode ser representada por:
cosec(α), cosecα, csc(α), cscα.

3.3. Fórmula fundamental da trigonometria


A fórmula fundamental da trigonometria surge como um caso particular do teorema de Pitágoras.

x2 y2
x2 + y 2 = h2 ⇔ + = 1.
h2 h2
88
α = 20º β = 18º

h = ? AB = 10m

α β b = a + AB = a + 10m

A B

a 10m

Figura 9. Um problema muito concreto, envolvendo a trigonometria. Qual é a altura h da torre, conhecendo-se apenas a
Pela definição de seno e de coseno de um ângulo, dadas acima por a) e b), temos que:
distância entre os pontos A e B, e os ângulos α e β?

sen 2 (α ) + cos 2 (α ) = 1 . (3.1)

A equação (3.1) é a fórmula fundamental da trigonometria. Nela, sen2(α) = sen(α) · sen(α), e o mesmo se
sucede para cos2(α). Da fórmula fundamental da trigonometria é ainda possível extrair outras fórmulas
importantes; por exemplo, dividindo-a por cos2(α), vem:

1
tan 2 (α ) + 1 = ;
cos 2 (α )
ou, dividindo por sen2(α):

1
cotan 2 (α ) + 1 = .
sen 2 (α )

3.4. Um problema de trigonometria


Por vezes não nos é possível (por quaisquer razões) encontrar os valores dos comprimentos dos lados e
dos ângulos a partir dos dados disponíveis – chama-se a isto resolver um triângulo. Mas se conhecermos,
por exemplo, um ângulo (que não seja o ângulo recto, porque obviamente já é conhecido) e um lado de
um triângulo rectângulo, podemos encontrar os valores dos ângulos e lados que faltam. Para isso
necessitamos de dispor de uma tabela trigonométrica ou de uma calculadora, para podermos obter os
valores que tomam as funções trigonométricas para diferentes ângulos.

Suponhamos, por exemplo, que queríamos medir a altura h de uma torre de farol que nos é inacessível,
ou para a qual era incómodo e difícil efectuar directamente uma medição sobre a torre com fita métrica.
Como fazer?

Em primeiro lugar, mediu-se, no ponto A, o ângulo a que a extremidade mais alta da torre faz com a linha
de horizonte, e mediu-se α = 20º. Depois, afastamo-nos uma distância apropriada – 10 metros, no caso
presente(2). Faz-se uma nova medição do ângulo que o cimo da torre faz com a linha de horizonte, e
obteve-se o valor β = 18º.


(2)
É importante admitir aqui que os dois pontos, A e B, estão ao mesmo nível. De outro modo, seria necessário introduzir uma correcção para
compensar a diferença de alturas – mais uma vez usando relações trigonométricas. Não abordarei o problema aqui; na verdade, apela-se ao leitor
para que tente resolver este outro problema após compreender bem o formalismo por detrás do primeiro problema. De facto, teríamos de usar
mais triângulos (e obter relações entre eles) para se levar em linha de conta tal desnível.
89
Consultemos uma tabela, ou usemos uma calculadora científica para obter os valores das funções
trigonométricas para os ângulos mencionados. Na tabela seguinte estão transcritos os valores para os
dois ângulos relevantes.

θ sen(θ) cos(θ) tan(θ)

18º 0,309 0,951 0,325

20º 0,342 0,940 0,367

Que funções trigonométricas utilizar? Pretende-se obter a altura da torre, h. Não sabemos a distância no
solo até à torre, mas possuímos um dado parecido: a distância entre dois pontos de observação. O
problema sugere-nos então que usemos a função tangente para calcular a altura da torre – sabemos uma
distância sobre um cateto, e queremos saber o comprimento de outro cateto. Assim, teremos:

h h
tan( β ) = e tan(α ) = .
b a
Talvez possamos usar a tangente, visto h ser comum a tan(α) e a tan(β), como se vê pelas duas fórmulas
acima. Assim, ficamos com:

h = b · tan(β) = a · tan(α) .
E como b = a + 10,

(a + 10) ⋅ tan( β ) = a ⋅ tan(α ) ⇔ 10 ⋅ tan( β ) = a ⋅ [tan(α ) − tan( β )] ⇔


10 ⋅ tan( β ) 10 ⋅ tan(18º )
⇔a= = = 83,20 metros
tan(α ) − tan( β ) tan(20º ) − tan(18º )
Por fim, temos que a altura da torre é:

h = a · tan(α) = a · tan(20º) = 30,3 metros .

90
4. Seno, coseno e tangente como funções reais de variável real
(3)

Anteriormente definimos as funções trigonométricas atendendo a que os seus argumentos, o ângulo α,
era inferior a 90º e superior a 0º – pois caso contrário não teríamos um triângulo rectângulo. Se α = 0º,
teríamos um segmento de recta, e se α = YY'
90º, teríamos duas semi-rectas com os
pontos de origem ligados por um
segmento de recta, com o qual são
perpendiculares. Temos, pois, que as y P(x,y)
funções trigonométricas, tal como
anteriormente definidas para o triângulo
rectângulo, têm o domínio restringido a 0º α
< α < 90º, ou se usarmos radianos, 0 < α <
2π. O x XX’

A extensão do domínios das funções


trigonométricas a toda a recta real faz-se
recorrendo ao círculo trigonométrico. Ele
é definido por uma circunferência de raio
unitário (isto é, igual a um) centrada na
origem dos eixos coordenados.
Figura 10. O círculo trigonométrico e um ponto P sobre ele.
O triângulo Δ[OPx] é rectângulo no ângulo
com o eixo das abcissas – o eixo dos XX – como se pode ver pela figura. Visto a circunferência ter raio r =
1, todos os pontos distam da origem da mesma distância, r. Logo, o segmento [OP] tem comprimento
OP = 1. Assim sendo, o quociente y/r representa o seno de α, sendo r a hipotenusa. Da mesma forma, x/r
representa o coseno do ângulo α.

Desta forma, posso definir o seno e o coseno do ângulo α para todos os valores de α, e não somente para
aqueles entre 0º (ou 0 radianos) e 90º (ou π/2 radianos), como anteriormente. Temos então que:

y x
sen α = e cosα = .
r r
Como no círculo trigonométrico o raio é r = 1, temos então que as coordenadas do ponto P(x,y) são: P(x,y)
= (x,y) = (cosα, senα). Escrevo desta forma as coordenadas do ponto P(x,y) pois situa-se numa
circunferência de raio r = 1. Se fosse r ≠ 1, teria de dividir as coordenadas por r, sendo r2 = x2 + y2, pelo
teorema de Pitágoras(4).

Prestando atenção à figura, veremos que

π π
sen =1 e cos = 0.
2 2
De igual forma, para o ângulo α = π radianos (meia-volta no círculo), temos sen(π) = 0 e cos(π) = –1,
obtemos o ponto P(x,y) = (0,–1). Quando temos α = 2π radianos (uma volta completa começando em α =
0, isto é, sobre o eixo dos XX), voltamos a ter o ponto (0,1) – logo sen(2π) = 0 e cos(2π) = 1. Prosseguindo
para outros valores, verificamos que as funηões se repetem cada vez que adicionamos 2π radianos ao
argumento (ângulo). Da mesma forma que temos valores possνveis para o seno e o coseno quando α > 0,

(3)
Daqui em diante, e sempre que não hajam riscos de interpretação duvidosa, escrever-se-á sen(α) como sen α, e cos(α) como cos α.
(4)
Na verdade, as coordenadas são geralmente divididas por r. Porém, e no caso do círculo trigonométrico, para o qual r = 1, portanto não é
necessário introduzir a divisão por r nas fórmulas para as coordenadas.
91
também é possível atribuir valores às funções trigonométricas quando α < 0. Nesses casos, temos ângulos
descritos no sentido dos ponteiros do relógio. As duas funções ficam então definidas para todos os
valores da recta real.
YY'

Como se passarão as coisas com as


P''
funções tangente e co-tangente?
Recordemos a definição de tangente de α:
P P'

y
tan α = .
x
y
Prestemos agora atenção aos triângulos
α Δ[OPx] e Δ[OP’x’]. São triângulos
O x semelhantes, com três ângulos iguais: os
XX'
ângulos nos pontos P’ e P são iguais pois
x'
OP e OP’ são colineares (têm a mesma
direcção), bem como Px e P’x’; logo o
ângulo <OPx é igual ao ângulo <OP’x’.
Assim, os lados dos triângulos são
proporcionais um a um, bastando
multiplicar em cima e em baixo do sinal de
Figura 9. Novamente o círculo trigonométrico (de raio unitário). A fracção pela constante de
ordenada (“altura”) do ponto P’ representa a tangente de α, e a
proporcionalidade respeitante ao
abcissa do ponto P’’ representa a co-tangente de α.
comprimento dos lados dos triângulos.
Portanto – e recordando que estamos a
usar uma circunferência de raio r = 1 – posso definir a tangente do ângulo α da forma anterior, sendo x e
y as coordenadas do ponto P(x,y) = (x,y) = (cosα, senα).

Pode-se usar o seguinte como mnemónica. “Marca-se” cosα no eixo dos XX – o que corresponde à
coordenada x do ponto P sobre a circunferência – ou seja, corresponde à sua “distância” na horizontal, a
partir do centro do sistema de eixos. O senα é “marcado” no eixo dos YY, e corresponde à coordenada y
do ponto P, ou “altura” do ponto P(5).

A tangente de α é assinalada pela “altitude” do ponto P’, ou seja, a sua ordenada. Ora, o ponto P’ tem
coordenadas P’(x,y) = (1, tanα). Repare-se que os triângulos são semelhantes, e para mais têm lados
proporcionais. Portanto, o quociente de comprimentos mantém-se – é igual o quociente de
comprimentos dos lados para os dois triângulos. No triângulo contido na circunferência, temos tanα = y /
x , e dentro da circunferência temos –1 < x < 1 porque os pontos P sobre a circunferência de raio r = 1
nunca vão além de x = 1 ou de x = –1. Ora, o ponto P’ no segundo triângulo tem abcissa x = 1 pois situa-se
sobre a vertical que passa por
x = 1 no eixo dos XX. Sendo x = 1, temos então y = x · tanα. Para ângulos “grandes”, ou melhor, tais que y
> x, temos tanα > 1. Como x = 1 em P’, temos que(6):

tan α > 1 ⇒ x ⋅ tan α > 1 ⇒ y = x ⋅ tan α > 1 .

Nesse caso, a “altura” do ponto P’ dá-nos uma medida de tanα.

O mesmo se passa para cotgα. O seu valor vai corresponder ao afastamento, à distância do ponto P’’,
situado sobre o traço horizontal tangente à circunferência no seu ponto mais “alto”. Quanto mais “alto”

(5)
O raio é r = 1. Se assim não fosse, teríamos de recorrer à definição: sen α = y / r, e cos α = x / r.
(6)
Temos x · tanα > 1, e não x · tanα > x, porque x=1 no ponto P’.
92
estiver o ponto P’, maior será o ângulo α, e mais a semi-recta definida pelo ângulo com o eixo XX se
aproxima do eixo YY, logo cotgα diminui – bem como a abcissa do ponto P’’.

Estas duas funções, no entanto, não podem ser definidas para todos os valores reais. De facto, quando
α = π/2, a “altura” de P’ é infinita (ou seja, tanα = ∞), e nesse caso a função não fica bem definida nesse
ponto(7). O mesmo se passa para 3π/2, 5π/2, e assim por diante – ou seja, qualquer ponto na forma α =
π/2 + kπ, sendo k um número inteiro. Pelas mesmas razões cotgα fica indefinida nos pontos α = 0, α = π,
α = 2π – isto é, qualquer ponto na forma α = kπ. Portanto, o domνnio destas funηões deve
necessariamente excluir todos estes pontos em que as funções não ficam bem definidas; os restantes
pontos, obviamente, são permitidos.


(7)
Além disso os limites da função tangente à esquerda e à direita de π/2 são diferentes: antes de π/2 é +8 e depois é –8, pelo que existe uma
descontinuidade que torna a função indefinida nesse ponto.
93
5. Propriedades importantes das funções trigonométricas
Neste capítulo serão apresentadas algumas importantes propriedades das funções trigonométricas seno,
coseno, tangente e co-tangente, nomeadamente: paridade, sinal, monotonia, periodicidade, e o resultado
de redução ao primeiro quadrante. Já de seguida, serão dados também os valores dessas funções
trigonométricas para alguns ângulos do primeiro quadrante: 0º, 30º, 45º, 60º, e 90º.

5.1. Valores das funções trigonométricas para alguns ângulos-chave


Existem alguns ângulos do primeiro quadrante para os quais é possível determinar facilmente os valores
tomados pelas funções trigonométricas. Para ângulos de outros quadrantes, torna-se necessário efectuar
em primeiro lugar uma redução ao primeiro quadrante. Finalmente, os restantes ângulos cuja redução ao
primeiro quadrante (discutida mais adiante) não devolve um destes ângulos, e também para ângulos do
primeiro quadrante que não sejam os descritos, é necessário recorrer a tabelas trigonométricas ou uma
calculadora científica ou computador.

Para os ângulos 0 e π/2 radianos (ou, 0º e 90º, respectivamente), de imediato se encontram os valores
das funções trigonométricas. Para α = 0, a semi-recta que define o ângulo com o semi-eixo positivo dos
XX coincide com este. Logo, sendo r = 1 e cos α = x / r = x , vem que cos α = 1 e sen α = 0. Daqui decorre
A que tanα = senα / cosα = 0 , e cotgα = 1 / tanα = +∞. Para α = π/2
radianos, temos que a semi-recta coincide com o semi-eixo positivo
dos YY, fazendo com que sen α = 1 e cos α = 0. Daqui vem que tanα
30º = +∞ e cotgα = 0.

Comecemos por considerar um triângulo equilátero como o da


figura 12, cujos lados têm comprimento AB = BC = CA = 1. O ponto
α=60º
H é ponto médio do segmento [BC], logo BH = CH = ½ . E como
C H B cosα = CH / AC e AC = 1, vem: cosα = cos(60º ) = CH = ½ . Da
Figura 12. O triângulo Δ[ABC] é
isósceles; os triângulos Δ[CHA] e aplicação do teorema de
Δ[BHA] sγo equiláteros. Pitágoras resulta que: P

3
sen 2 (60º ) + cos 2 (60º ) = 1 ⇒ sen( 60º ) = . α
2

Pela definição de tangente de α, vem: tan(60º ) = 3 . Observando a


figura, é ainda possível concluir que:
α=45º

CH 1 AH 3
sen(30º ) = = cos( 60º ) = , cos(30º ) = = sen(60º ) = , N M
AC 2 AC 2 Figura 13. Um triângulo
sen(30º ) 12 1 3 rectângulo isósceles.
tan(30º ) = = = = .
cos(30º ) 3 2 3 3

Consideremos agora um triângulo (rectângulo) isósceles – α = 45º como o da figura 13. Como a ângulos
iguais se opõem lados iguais, MN = NP . Seja MP = 1 . Então,

NP MN
sen( 45º ) = = = cos( 45º ) .
MP MP
Sabendo então que sen(45º) = cos(45º), e aplicando a fórmula fundamental da trigonometria, vem:

94
1 2
sen 2 (45º ) + cos 2 (45º ) = 2 ⋅ sen 2 (45º ) = 1 ⇒ sen( 45º ) = = = cos( 45º )
2 2

Pela definição,

sen(45º )
tan(45º ) = = 1.
cos(45º )
Em resumo, temos o seguinte quadro:

Valores do argumento α (radianos)

0 π/6 π/4 π/3 π/2

senα 0 1/2 2 / 2 3 / 2 1

cosα 1 3 / 2 2 / 2 1/2 0

tanα 0 3 /3 1 3 ∞

cotgα ∞ 3 1 3 /3 0

0º 30º 45º 60º 90º

Valores do argumento α (graus)

5.2. Paridade das funções trigonométricas


y
Das quatro funções trigonométricas até agora discutidas (seno, coseno, α
tangente e co-tangente), todas têm uma paridade bem definida.
β
a) O seno é ímpar y'
Seja α = –β, isto é, α = |β|, e β = –|α| = –α. Ora, senα = y/r.
Projectando o ângulo β sobre o eixo dos YY, então vem que senβ = y’/r Figura 14. Acerca da
paridade das funções
< 0, pois y’ < 0. Vê-se facilmente que: senβ = y’/r < 0, e por conseguinte trigonométricas.
senα = y/r = –y’/r = –senβ = –sen(–α) ⇔ sen(–α) = –sen(α). Logo, a
função seno é ímpar.

b) O coseno é par
Seja α = –β. Ora, cosα = x/r, e cosβ = x’/r. Na projecção para a figura acima, facilmente se verá que
x = x’. Logo, cosα = x/r = x’/r = cosβ = = cos(–α). Portanto, a função coseno é par.

c) A tangente é ímpar
Seja α = –β. Ora, tanα = y/x, e tanβ = y’/x’, pela figura anterior – aliás, basta dividir seno por coseno.
Analogamente, prova-se que tan(–α) = –tanα – ou seja, a tangente é ímpar.

d) A co-tangente é ímpar
A demonstração é análoga a c). Sendo α = –β, y = –y’ e x = x’, como se pode concluir do gráfico acima,
vem que cotg(–α) = –cotgα: a co-tangente é ímpar.

95
5.3. Sinal das funções trigonométricas
5.3.a. Seno
Esta função é ímpar, e como tal sen(–α) = –sen(α). Logo, para um ângulo α situado no 1ºQ, teremos que o
seno do ângulo –α, situado no 4ºQ, tem um valor simétrico. Como no 1ºQ senα > 0, então para α ∈ 4ºQ,
temos senα < 0.

Um ponto P(x,y) do 2ºQ tem coordenadas tais que x<0 (pois encontra-se na região onde x toma valores
negativos – o valor x=0 corresponde ao centro do sistema de eixos, ou melhor, a todos os pontos com
abcissa nula (x=0), situados no eixo dos YY), e y>0. Por definição senα = y/r – relembrar que o seno se
“marca” no eixo dos YY, correspondente à “altura” do ponto P(x,y) a considerar, caso r=1. Ora r>0, pois
trata-se de uma distância, sendo sempre um número não negativo. Como r>0 sempre, e nessa região
particular (2ºQ), temos que y>0; então senα>0 no segundo quadrante.

O que se sucede no 3ºQ? Seja α um ângulo positivo pertencente ao 2ºQ (ou seja, tem-se π/2 < α < π); o
ângulo β = –α pertence ao 3ºQ. De facto, e como a função seno tem período 2π (isto é, repetem-se os
valore e a monotonia da função em intervalos de largura 2π), o ângulo β+2π ainda se situa na mesma
regiγo do plano (3ºQ), e β = –α ⇔ β + 2π = 2π – α. Resolva-se então a desigualdade que resulta da
localização de α no 2ºQ:

π/2 < α < π ⇔ –π/2 > –α > –π ⇔ 2π – π/2 > 2π – α > 2π – π ⇔ 3π/2 > 2π – α > π ⇔
⇔ 3π/2 > 2π + β > π .
Então: β + 2π > π, e ainda 3π/2 > β + 2π ⇔ β + 2π < 3π/2, ou ainda: π < 2π + β < 3π/2.

Com a aplicação dada pelo ângulo no plano com o eixo dos XX é uma aplicação de período 2π (isto é, os
ângulos voltam a ser iguais ao fim de um arco de 360º = 2π radianos), então b situa-se no 3ºQ pois é
maior que π e menor que 3π/2, como queríamos demonstrar.

A função seno é ímpar – verifica-se que sen(–α) = –sen(α), ∀α∈IR. De facto, se α∈2ºQ então β∈3ºQ
(como vimos), e senβ = sen(–α) = –sen(α). No 2ºQ o seno toma valores positivos (recordar que y>0), logo
toma valores negativos no 3ºQ. De resto, um ponto P(x,y)∈3ºQ tem ordenada y<0, logo o seno de um
ângulo pertencente ao 3ºQ é de facto negativo.

5.3.b. Coseno
Esta função é par, isto é, para qualquer ângulo α verifica-se cos(–α) = –cos(α). Por definição, sendo r>0 a
distância de um ponto do plano à origem do sistema de eixos, e x a distância da projecção do ponto sobre
o eixo dos XX, temos cos(α) = x/r.

No primeiro quadrante, x>0. Logo cos(α)>0, para todo o α∈1ºQ.

Também no 4ºQ se tem x>0, embora y<0.Mas apenas x (e r) aparecem na definição do coseno, portanto
cos(α)>0 para α∈4ºQ. De facto, e como vimos acima, se β = –α e α∈1ºQ, então β∈4ºQ.

No 2ºQ e 3ºQ, x<0. Logo, cos(α)<0 para α pertencente a qualquer destes dois quadrantes. De facto, se
α∈2ºQ e α = –β, então β∈3ºQ, e como a função seno é par, resulta que cos(β) = cos(–α) = –cos(α).

5.3.c. Tangente
A função é ímpar, ou seja, para qualquer ângulo α, tan(–α) = –tan(α). Por definição, para qualquer ângulo
α que não coincida com o eixo YY, isto é, que lhe não seja paralelo (ou ainda, que não faça um ângulo
recto com o eixo dos XX), tanα = y/x. Naturalmente, esta função “dá problemas” quando x=0, o que
96
ocorre para os argumentos ±π/2, ±3π/2, ±5π/2,... , ou seja, βngulos que são perpendiculares ao eixo dos
XX e para os quais a tangente toma um valor infinito, não podendo portanto ser definida nesses pontos.
Para α=0, ±π, ±2π,... , temos tanα =0, visto nesses casos se ter y=0, e aí a tangente anula-se Fora estes
pontos, a tangente pode tomar qualquer outro valor real.

No 1ºQ, x>0 e y>0, logo tanα>0. No 2ºQ, x<0 e y<0, o que faz tanα<0. No 3ºQ tem-se x<0 e y<0, portanto
tanα>0. Finalmente, no 4ºQ tanα<0 porque x>0 mas y<0.

5.3.d. Co-tangente
A função é ímpar e tem o mesmo sinal da função tangente, pois apenas difere desta por ser a sua
recíproca – isto é, cotgα = 1 / tanα = x / y. A função não está definida para os pontos α = 0, α = ±π, α =
±2π – ou seja, todos os pontos da forma ±kπ (com k inteiro positivo ou nulo), em que se verifica que y = 0.

Em suma, temos o seguinte quadro:

Sinal das funções trigonométricas

1ºQ 2ºQ 3ºQ 4ºQ

senα + + – –

cosα + – – +

tanα + – + –

cotgα + – + –

"+" = positivo "–" = negativo

5.4. Monotonia das funções trigonométricas


Trata-se de se conhecer em que intervalos as funções crescem, decrescem, ou se mantêm constantes se
for caso disso.

Para toda a recta real, as funções seno e coseno dizem-se oscilantes, ou seja, não têm uma monotonia
que se mantenha ao longo de todo o seu domínio de aplicação. Quanto à tangente e à co-tangente, não é
possível falar de monotonia da mesma maneira que o seno ou o coseno, mas apenas a restrições dos seus
domínios; falar-se-á disso adiante.

O comportamento das funções trigonométricas é diverso do anterior quando se trata de restrições do


domínio de aplicação. Assim, por exemplo, a função seno é crescente no intervalo ]–π/2,π/2[. Com efeito,
sendo senα = y/r, nesse intervalo o valor de y – a projecção do ponto P(x,y) do círculo trigonométrico no
eixo dos YY – vai aumentando.

5.4.a. Seno
No primeiro quadrante (0 < α < π/2), a função é crescente pois y aumenta com α.

No segundo quadrante (π/2 < α < π), a função é decrescente pois y diminui com α.

No terceiro quadrante (π < α < 3π/2), a função é decrescente porque y continua a diminuir à medida que
aumentamos o ângulo α (recorde-se que o sentido do aumento do ângulo α é o sentido anti-horário).

97
No quarto quadrante (3π/2 < α < 2π), a função seno torna a crescer, pois nesse intervalo y cresce com o
ângulo α.

5.4.b. Coseno
Primeiro quadrante (1ºQ): o coseno é decrescente porque a projecção do ponto P(x,y) vai-se
aproximando do centro do eixo à medida que α aumenta, ou seja, à medida que x diminui.

Segundo quadrante: a função é decrescente (ou melhor, cresce em valor absoluto, mas com sinal
negativo), porque x continua a diminuir com o aumento de α.

Terceiro quadrante: é crescente, porque x começa agora a aumentar (ainda com valor negativo; decresce
em valor absoluto, mas com sinal negativo).

Quarto quadrante: crescente.

5.4.c. Tangente
É crescente no 1ºQ (veja-se a monotonia das funções seno e coseno
P
acima). Relembrando a monotonia dos valores das coordenadas do ponto
P(x,y) sobre o círculo trigonométrico de raio unitário – y para o valor de α
senα, e x para o valor de cosα – y aumenta e x diminui com o ângulo α.
O

No segundo quadrante, a tangente de α é crescente, porém de valor


P'
negativo, porque aí x<0 e y>0. Porém, à medida que α aumenta, x vai
Figura 15. Acerca da
aumentando também (distância da projecção do ponto P sobre o eixo dos monotonia da função
XX), ao passo que y (o comprimento da projecção do ponto P sobre o eixo tangente de α. O eixo
dos YY) vai diminuindo. das tangentes é a recta
vertical a tracejado, no
Para o 3ºQ, pode-se fazer a análise da monotonia da função do mesmo lado direito, que
contém o ponto P'.
modo. Projectando um ponto P(x,y)∈3ºQ sobre o “eixo das tangentes” (a recta vertical a tracejado no
lado direito do círculo trigonométrico representado na figura 15), temos que tanα > 0, e se α aumentar,
tanα aumentará também. Logo, no 3ºQ a tangente é crescente.

No 4ºQ a tangente também é crescente. Basta projectar o ponto P(x,y) do círculo trigonométrico sobre o
“eixo das tangentes”, segundo a recta que assenta na semi-recta definida pelo ângulo α com o eixo dos
XX, para constatar que a “altura” do ponto P’, projecção de P, vai aumentando, ainda que com valor
negativo.

A conclusão a tirar daqui é que a monotonia da função tangente de α é sempre crescente em todos os
pontos do seu domínio. Claro, a tangente não fica definida para ±π/2 (e outros valores para o argumento
α que produzam ângulos com a mesma abertura), pois estes pontos não fazem parte do domínio, porque
para esses valores do argumento a tangente assume valores infinitos.

98
5.4.d. Co-tangente
O estudo da monotonia da co-tangente faz-se de modo semelhante ao efectuado para a tangente.
Conclui-se que a função é sempre decrescente em todo o seu domínio de aplicação (1ºQ, 2ºQ, 3ºQ e
4ºQ).

Monotonia das funções trigonométricas


1ºQ 2ºQ 3ºQ 4ºQ

senα + – – +

cosα – – + +

tanα + + + +

cotgα – – – –

"+" = crescente "–" = decrescente

99
5.5. Redução ao primeiro quadrante
O círculo trigonométrico é usualmente dividido segundo regiões
denominadas quadrantes, como indicado na figura 16. São quatro, e
indicam-se de acordo com o sentido do crescimento dos ângulos – 2ºQ 1ºQ
sentido anti-horário.

Existem certos ângulos para os quais as funções trigonométricas tomam


3ºQ 4ºQ
valores fáceis de determinar, e que convém ter sempre presente. No
entanto, alguns desses ângulos podem cair noutros quadrantes que não o
1º, e nesse caso convém reduzi-los ao 1º quadrante, até porque as Figura 16. Quadrantes.
tabelas trigonométricas apresentam ângulos que dizem respeito a esse
quadrante.

Assim, iremos descobrir o comportamento das funções trigonométricas nos restantes quadrantes, e
compará-lo com os valores tomados pelas funções trigonométricas para ângulos do primeiro quadrante.
Na figura 16, o 1ºQ corresponde ao intervalo 0 < α < π/2, o 2ºQ a π/2 < α < π, o 3ºQ a π < α < 3π/2, e o
4ºQ a 3π/2 < α < 2π.

Considere-se, por exemplo, que α∈1ºQ, e β∈2ºQ, tal que β = α + π/2. O que resulta da redução ao
primeiro quadrante das funções trigonométricas para o ângulo β? Repare-se que esta redução terá de ser
tal que se relacionem funções com o mesmo contradomínio, isto é, senos com cosenos (que têm
contradomínio [–1,1] ) e tangentes com co-tangentes (de contradomínio ]–∞, +∞[ ).

Comecemos pela função seno. No 2ºQ, o seno diminui, pois y/r diminui com o aumento de β. Para α, é o
coseno que diminui com o aumento de α. Se a for
apenas um pouco maior que 0º (próximo de 0º, mas YY
no 1ºQ), teremos que β será também apenas um
P'
pouco maior que π/2: lembre-se que β = α + π/2,
neste caso. Assim, como cos(α) se aproxima de 1
nessa situação, e sen(β) também se aproxima de 1, há
equivalência geométrica entre cosα e senβ, ou seja: β P
sen(β) = cos(α).
α
Para o coseno, e ainda para a situação em que α→0 e X' X XX
β→π/2, acima destes valores (para que α e β
continuem no 1ºQ e 2ºQ, respectivamente), temos
que sen(α)→0 e cos(β)→0. Mas no 2ºQ, o coseno
toma valores negativos, pois x<0: cos(β)<0. No 1ºQ,
Figura 17. Sobre redução de ângulos ao primeiro
por outro lado, o seno toma valores positivos, pois
quadrante.
y>0: sen(α)>0. Quer cos(β) quer sen(α) tendem para
zero quando α→0 e β→π/2 por valores acima dos indicados, portanto podemos relacionar sen(α) e
cos(β): temos cos(β) = –sen(α), com α∈1ºQ e β∈2ºQ. O sinal negativo, como acabo de referir, advém do
facto de que o coseno toma valores negativos no 2ºQ e o seno valores positivos no 1ºQ.

Tudo isto pode ser visto de outro modo, talvez mais correcto ou mais fácil de visualizar. Suponhamos que
temos o triângulo rectângulo contido no primeiro quadrante e limitado pelo quarto de circunferência,
como assinalado no figura 17. Seja y o comprimento da projecção do ponto P sobre o eixo dos YY. Seja x o
comprimento da projecção de P sobre o eixo dos XX, e que resulta no ponto X, e seja x’ o comprimento da
projecção de P’ sobre o eixo dos XX, e que resulta no ponto X’. Consideremos que a circunferência tem
100
raio r=1. Então, temos: senα = y, cosα = x, senβ = y’, e
cosβ = x’. Consideremos que o ângulo α é suficientemente pequeno para que nos seja fácil visualizar o
que se segue, e que β = α + π/2, ou seja, também β forma um ângulo com o eixo dos YY, da mesma
abertura que a forma com o eixo dos XX. Pode-se constatar que o triângulo definido no primeiro
quadrante pelo ângulo α (o triângulo Δ[OPX]) é igual ao triângulo do segundo quadrante, definido pelo
ângulo β – π/2. Ou seja, o segundo triângulo resulta de uma rotação de π/2 radianos do primeiro
triângulo em torno do centro do sistema de eixos, o ponto O. Assim, o cateto de maior comprimento no
triângulo Δ[OPX] é igual ao cateto de maior comprimento no segundo triângulo, que assenta sobre o eixo
dos YY, no segundo quadrante. O mesmo se passa para os catetos de menor comprimento dos dois
triângulos.

Deste modo, pode-se constatar que senα = y = –x’ = –cosβ – ou seja, senα = –cosβ. O sinal negativo surge
porque y>0 e x’<0, pois x’ encontra-se à esquerda do ponto no eixo dos XX em que x=0). Também se pode
ver que cosα = x = y’ = senβ (aqui já não há troca de sinal, pois x e y’ são ambos positivos). Além disso,
tanβ e cotgβ relacionam-se com tanα e cotgα de modo semelhante, e podemos descobrir as relações
recorrendo a um raciocínio geométrico como o atrás descrito, ou de imediato por cálculos algébricos:

y' sen β cos α


tg β = = = = − cotg α
x' cos β − sen α
e

1
cotg β = = − tg α .
tg β

Para outros quadrantes, o tratamento é semelhante, e sugere-se que o leitor os realize a título de
exercício. Os resultados para outros quadrantes encontram-se resumidos no seguinte quadro:

Redução de funções trigonométricas ao


primeiro quadrante

2º quadrante 3º quadrante 4º quadrante

β = π/2 + α β = π + α β = 3π/2 + α

sen(β ) cos(α) –sen(α) –cos(α)

cos(β ) –sen(α) –cos(α) sen(α)

tg(β ) –cotg(α) tg(α) –cotg(α)

cotg(β ) –tg(α) cotg(α) –tg(α)

α = Ângulo do 1º quadrante β = Ângulo a converter

5.6. Periodicidade das funções trigonométricas


Em virtude das características da aplicação “menor ângulo de uma semi-recta com o semi-eixo positivo
dos XX” (centrada na origem dos eixos), as funções trigonométricas, que têm por argumento um ângulo
no plano, terão certas características, nomeadamente a repetição periódica de valores, e para os quais se
verificam as mesmas características de monotonia (crescente ou decrescente). Por outras palavras, as
101
funções trigonométricas são periódicas, e como tal voltamos a ter os mesmos valores para a função ao
fim de um número inteiro de períodos, e para os quais a função toma as mesmas características de
monotonia: nesse ponto, a função é crescente, ou decrescente, consoante o valor do argumento da
função.

Consideremos a função seno do ângulo α, definida por senα


YY
= y/r, num círculo trigonométrico de raio r=1. Então, temos
senα = y. A projecção de dois ângulos, por exemplo, α∈1ºQ
e β∈2ºQ, tal que β = π – α (ou seja β é tal que o arco que β
resta até π é igual a α), é a mesma, isto é, senβ = senα. Mas,
para o ângulo α, a função seno ainda está em crescimento α α
(ramo crescente), e para o ângulo β a função já está em
XX
decrescimento. Mas, para um ângulo
α + 2π, a função toma o mesmo valor que para o ângulo α, e
(8)
também está em crescimento . O mesmo se passa para
outro ângulo β + 2π, relativamente a 2π. Ou seja, ao fim de
uma volta completa os valores de seno repetem-se, e com a Figura 18. Acerca da periodicidade das
funções trigonométricas.
mesma monotonia. O mesmo se passa para a função
coseno, como se poderá facilmente verificar: ao fim de uma volta completa (arco de 2π radianos), a
função retoma os mesmos valores, e com o mesmo sentido de crescimento (monotonia).

As funções tangente e co-tangente, por outro lado, têm apenas período π, isto é, os valores repetem-se
com a mesma monotonia (crescente e decrescente, respectivamente) ao fim de arcos múltiplos de π. Ora,
por definição de tangente, tgθ = y/x = senθ / cosθ. No 1ºQ, senθ>0 e cosθ>0, logo tgθ>0. No 2ºQ, senθ>0
e cosθ<0 – logo tgθ<0. No 3ºQ, senθ <0 e cosθ<0, logo tgθ>0. Mas no 3ºQ, sendo α∈1ºQ tal que θ = α +
π, a redução ao primeiro quadrante resulta em senθ = –senα, e cosθ = –cosα. Assim, tgθ = senθ / cosθ =
senα / cosα = tgα – ou seja, a tangente repete os mesmos valores. E quanto à monotonia? Como se viu
acima, a tangente tem sempre a mesma monotonia (crescente), pelo que não é necessário preocuparmo-
nos com esse pormenor. O mesmo se passa para o 4ºQ, como facilmente se poderá constatar (sugere-se
como exercício de demonstração para o leitor). Logo, a tangente tem período π, e não 2π como o seno ou
o coseno.

Para a co-tangente, a análise é semelhante.

Em resumo: as funções seno e coseno têm período 2π (isto é, os valores repetem-se com a mesma
monotonia ao fim de uma volta completa), e as funções tangente e co-tangente têm período π (os valores
repetem-se com a mesma monotonia ao fim de meia volta ao círculo trigonométrico).

5.7. Resumo das propriedades das principais funções trigonométricas


Nesta secção far-se-á um resumo das principais propriedades das funções trigonométricas mais
frequentemente usadas: seno, coseno, tangente e co-tangente.

No que se segue,

• IR e ] –∞ , +∞ [ denotam toda a recta dos números reais;


• os traços verticais mais finos, onde existentes, representam pontos múltiplos ou submúltiplos de
π (±π/2, ±3π/2, ±2π, etc.)(9);

(8)
Repare-se: α + 2π corresponde a uma volta completa, mais um arco α, ou seja, voltamos a cair no ângulo α.
(9)
π/2=1,57; π=3,14; 3π/2=4,71; 2π=6,28.
102
• as assimptotas horizontais são representadas a traço mais fino.
5.7.a. Seno de α
f(α ) = senα = y / r

• Função ímpar, positiva no 1º e 2ºQ, negativa no 3º e 4ºQ.


• Monotonia: crescente no 1º e 4ºQ, decrescente no 2º e 3ºQ.
• Domínio: ] –∞ , +∞ [
Ou seja, a função pode ter por argumento qualquer número real.
• Contradomínio: [–1 ; +1]
Nos pontos máximo e mínimo do círculo trigonométrico (circunferência de raio r = 1), tem-se y = 1
e y = –1. Nesses pontos, temos senα = 1 e senα = –1, respectivamente.
• Período: 2π

Figura 19. Gráfico da função f(α) = senα para α∈]–π/2,+ π/2[ .

103
5.7.b. Coseno de α
f(α ) = cosα = x / r – função par, positiva no 1º e 4ºQ, negativa no 2º e 3ºQ. Monotonia: crescente no

Figura 20. Gráfico da função f(α) = cosα para α∈]–π/2,+ π/2[ .

3º e 4ºQ, decrescente no 1º e 2ºQ. Domínio: ] –∞ , +∞ [. Contradomínio: [–1 ; +1]. Período: 2π

5.7.c. Tangente de α

104
f(α ) = tgα = y / x – função ímpar, estritamente crescente em todo o domínio. Positiva no 1º e 3ºQ,

Figura 21. Gráfico da função f(α) = tgα para α∈]–π/2,+ π/2[ .

negativa no 2º e 4ºQ. Domínio: IR\{kπ+π/2, k = 0, ±1, ±2,...} . Contradomínio: ]–∞ ,+∞[. Período: π.

105
5.7.d. Co-tangente de α
f(α ) = cotgα = x / y – função ímpar, estritamente decrescente em todo o domínio. Positiva no 1º e 3ºQ,

Figura 22. Gráfico da função f(α) = cotgα para α∈]–π/2,+ π/2[ .

negativa no 2º e 4ºQ. Domínio: IR\{kπ, k = 0, ±1, ±2,...}. Contradomínio: ] –∞ , +∞ [. Período: π.

106
6. Relações importantes de funções trigonométricas
Em muitos casos sucede-se que ocorram relações que envolvam funções trigonométricas diferentes das
que temos visto até aqui. Algumas dessas relações podem envolver, por exemplo, funções
trigonométricas de somas de ângulos, ou determinadas funções que envolvem funções trigonométricas
de um ângulo, e cuja escrita pode ser simplificada. Nesta curta introdução não adiantarei muito mais,
porém deixarei que a leitura das secções seguintes permita ao leitor o esclarecimento destes pontos. No
final deste capítulo é apresentada uma tabela com os resultados aqui obtidos.

6.1. Fórmulas de adição e subtracção


Sejam OA e OB dois vectores com origem no ponto
YY
O e extremidade no ponto A e B, respectivamente, e
que fazem ângulos α e β com o eixo dos XX, B
respectivamente. Pela definição de produto interno
de dois vectores, temos que
A

OA • OB= OA ⋅ OB ⋅ cos(β − α ) ,
β α
e β – α é o ângulo que OB faz com OA . O ponto A,
O XX
pela figura 23, tem coordenadas (cosα, senα), e o
ponto B tem coordenadas (cosβ, senβ). Visto os
vectores terem origem no ponto O(0,0), as
coordenadas dos vectores coincidirão com as
coordenadas dos pontos A e B. com isto em mente,
o produto interno dos dois vectores pode ainda ser Figura 23. Círculo trigonométrico, de raio r = 1.
escrito como:

(cosα, senα) · (cosβ, senβ) = cosα · senβ + senα · cosβ


Fazendo equivaler as duas expressões para o
produto interno dos dois vectores, e notando que β
OA = OB = 1 (visto que o círculo trigonométrico h
tem raio r=1 – ver figura 19), temos finalmente:
senα =
cos(β + α) = cosα · cosβ + senα · senβ.
= cosβ
Fazendo agora β – α = β + (–α), vem ainda(10):

cos(β + (–α)) = cosα · cosβ – senα · senβ.


α
Calculemos de seguida sen(β – α). Para dois ângulo
suplementares (isto é, cuja soma é π/2 radianos), Figura 24. Relações trigonométricas para dois
ângulos suplementares, α e β.
verifica-se que o seno de um ângulo é igual ao cosα = senβ
coseno do outro ângulo. Observe a figura 24: supondo que a hipotenusa é h=1, o comprimento do cateto
adjacente a α é cosα. O cateto adjacente ao ângulo α é simultaneamente o cateto oposto ao ângulo β –
logo, cosα = senβ. Igualmente, senα = cosβ, como se poderá constatar observando a mesma figura.

sen(β – α) = cos[π/2 – (β – α)] =


= cos(π/2 – β +α) = cos[α – (β – π/2)] =


(10)
Recorde-se as propriedades de paridade das funções seno e coseno do ângulo α: cos(-α) = cos(α) e sen(-α) = -sen(α).
107
= cosα · cos(β – π/2) + senα · sen(β – π/2) =
= cosα · [cosβ · cos(π/2) + senβ · sen(π/2)] + senα · sen(β–π/2).
Ora, cos(π/2)=0 e sen(π/2)=1. O seno tem período 2π (isto é, senθ = sen(θ + 2π) ), e por conseguinte
sen(β – π/2) = sen(β + 3π/2). Faz-se esta redução ao primeiro quadrante: sen(β – π/2) = sen(β + 3π/2) = –
cosβ. Assim,

sen(β + α) = ... = cosa · (0 · cosβ + 1 · senβ) + senα · (–cosβ) = cosα · senβ – senα · cosβ.
Substituindo agora β + α por β – (–α), vem:

sen(β – α) = sen(β + (–α)) = cos(–α) · senβ – sen(–α) · cosβ.


Lembrando a paridade das funções seno e coseno, temos: cos(–α) = cosα e sen(–α) = –senα. Logo,

sen(β – α) = cosα · senβ + senα · cosβ.


O cálculo de tg(β ± α) faz-se dividindo sen(β ± α) por cos(β ± α), como de resto resulta da definição de
tangente de um ângulo. Portanto,

tg β + tg α tg β − tg α
tg( β + α ) = e tg( β − α ) = .
1 − tg β ⋅ tg α 1 + tg β ⋅ tg α

6.2. Fórmulas de duplicação


Neste caso, faz-se α = β e aplicam-se as fórmulas obtidas em 6.1 para arcos α + β = 2α. Fica então:

2 ⋅ tg α
sen(2α) = 2 · senα · cosα cos(2α) = cos2α – sen2α tg (2α ) = .
1 − tg 2 α

6.3. Fórmulas de bissecção


Neste caso, faz-se a substituição 2β = α, e usam-se as fórmulas obtidas em 6.2, e a fórmula fundamental
da trigonometria (relação (3.1)).

1 + cos(2β )
cos(2β ) = cos 2 β − sen 2 β = 2 cos 2 β − 1 ⇔ 2 cos 2 β = 1 + cos(2β ) ⇔ cos 2 β = .
2
Aplicando a transformação de variável 2β = α, vem(11):

1 + cos α 1 + cos α
cos 2 (α / 2) = ⇔ cos(α / 2) = ± .
2 2
Para obter sen(α/2), voltamos a usar a relação (3.1):

1 + cos α 1 − cos a 1 − cos α


sen 2 (α / 2) + cos 2 (α / 2) = 1 ⇔ sen 2 (α / 2) + = 1 ⇔ sen 2 (α / 2) = ⇔ sen(α / 2) = ± .
2 2 2
Novamente, para obter tg(α/2) divide-se sen(α/2) por cos(α/2):

sen(α / 2) 1 − cos α
tg (α / 2) = =±
cos(α / 2) 1 + cos α


(11)
O sinal ± aparece porque os quadrados de números simétricos são iguais, logo há que incluir as duas possibilidades.
108
6.4. Fórmulas de transformação
Interessa, por vezes, transformar somas ou diferenças de senos ou de cosenos em produtos de funções
trigonométricas. Para tal, comecemos por definir a seguinte mudança de variáveis, invertível, T:

a=α+β
T
b=α–β
Daqui resulta ainda a transformação inversa, T’:

a+b
α=
2
T’
a−b
β=
2
Aplicando agora a transformação T’:

⎛a b⎞ ⎛a b⎞
sen α + sen β = sen⎜ + ⎟ + sen⎜ − ⎟ =
⎝ 2 2 ⎠ ⎝ 2 2⎠
= sen( a / 2) ⋅ cos( b / 2) + cos( a / 2) ⋅ sen( b / 2) + sen( a / 2) ⋅ cos(b / 2) − cos( a / 2) ⋅ sen( b / 2) =
= 2 ⋅ sen( a / 2) ⋅ cos(b / 2)

Da aplicação da transformação T resulta:

⎛α + β ⎞ ⎛α − β ⎞
sen α + sen β = 2 ⋅ sen⎜ ⎟ ⋅ cos⎜ ⎟
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠
Para calcular senα – senβ, usa-se a paridade da função seno e substitui-se –senβ por sen(–β). Logo,

⎛α − β ⎞ ⎛α + β ⎞
sen α − sen β = 2 ⋅ sen⎜ ⎟ ⋅ cos⎜ ⎟
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠
O mesmo método é usado para calcular cosα + cosβ e cosα – cosβ, bem como para outras relações entre
as funções – como o produto de funções, por exemplo.

Os resultados obtidos neste capítulo são resumidos no seguinte tabela:

Fórmulas de adição Fórmulas de subtracção


sen(β + α) = cosα · cosβ + senα · cosβ sen(β – α) = cosα · senβ – senα · cosβ

cos(β + α) = cosα · cosβ – senα · senβ cos(β – α) = cosα · cosβ – senα · senβ

tg β + tg α tg β − tg α
tg( β + α ) = tg( β − α ) =
1 − tg β ⋅ tg α 1 + tg β ⋅ tg α

Fórmulas de duplicação Fórmulas de bissecção


sen(2α) = 2 . senα . cosα 1 − cos α
sen(α / 2) = ±
2

cos(2α) = cos2α – sen2α 1 + cos α


cos(α / 2) = ±
2

109
2 ⋅ tg α 1 − cos α
tg (2α ) = tg (α / 2) = ±
1 − tg 2 α 1 + cos α

Fórmulas de transformação
⎛α + β ⎞ ⎛α − β ⎞ ⎛α − β ⎞ ⎛α + β ⎞
sen α + sen β = 2 ⋅ sen⎜ ⎟ ⋅ cos⎜ ⎟ sen α − sen β = 2 ⋅ sen⎜ ⎟ ⋅ cos⎜ ⎟
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠

⎛α + β ⎞ ⎛α − β ⎞ ⎛α + β ⎞ ⎛α − β ⎞
cos α + cos β = 2 ⋅ cos⎜ ⎟ ⋅ cos⎜ ⎟ cos α − cos β = 2 ⋅ sen⎜ ⎟ ⋅ sen⎜ ⎟
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠

sen(α + β ) sen(α − β )
tan α + tan β = tan α − tan β =
cos α ⋅ cos β cos α ⋅ cos β

110
7. Funções trigonométricas inversas
Esta classe de funções representa a aplicação inversa para cada função trigonométrica já discutida.
Devido às propriedades de periodicidade das funções trigonométricas, as respectivas inversas não são
injectivas(12) quando se toma o domínio das funções trigonométricas – ou seja, para um determinado
argumento das funções trigonométricas inversas, estas devolvem como solução uma infinidade de
ângulos possíveis, separados de um número inteiro de períodos da função trigonométrica original (2π no
caso do seno, coseno, secante e co-secante, e π no caso da tangente e co-tangente).

Desse modo, é necessário que as funções trigonométricas inversas tenham um domínio restrito, para que
a aplicação seja bem definida. De facto, porque uma aplicação não pode ter, para o mesmo argumento,
dois valores distintos, há que restringir esta classe de aplicações a um domínio onde as funções
trigonométricas sejam injectivas. Esse domínio deve também ser escolhido por forma a que todos os seus
elementos tenham imagem no contradomínio da função trigonométrica, isto é, os contradomínios das
funções restringida e não restringida devem ser coincidentes. Por exemplo, sendo [–1; +1] o
contradomínio da função seno – isto é, a imagem da aplicação da função a qualquer ponto do seu
domínio cai sobre este intervalo –, deve-se escolher uma restrição do domínio da função seno tal que os
seus elementos representem todos os valores que é possível a função seno tomar, e que caem no
intervalo referenciado.

7.1. Arco seno: arcsen(a)


Por definição, esta função devolve o arco(13) cujo seno é a. Suponhamos que a = senθ. Então, o ângulo θ é
definido como o arco cujo seno é a, isto é, θ = arcsen(a).

Como se pode ver pelo gráfico da função seno (página 103), a função é não injectiva porque temos
infinitos ângulos que possuem o mesmo valor da função seno. Desse modo, não nos é possível definir
uma aplicação inversa para a função seno, porque assim para um valor do domínio dessa aplicação existe
uma infinidade de valores possíveis. Para que a aplicação fique bem definida, é necessário que cada valor
do seu domínio devolva um único resultado. Pode acontecer que vários elementos do domínio da função
dêem origem ao mesmo valor, mas cada elemento do domínio só pode originar um único valor. Tal não se
passa para a função seno quando se toma por domínio toda a recta dos números reais.

No entanto, é possível definir uma função inversa da função seno para um domínio restrito em que haja
injectividade, isto é, para o qual a cada elemento do domínio corresponda um valor que não é imagem
desse, e de nenhum outro, elemento do domínio. Como a função devolve resultados no intervalo [–1, +1],
interessa considerar um domínio para a função inversa em que todos os elementos desse intervalo sejam

(12)
Para uma função injectiva, qualquer recta horizontal r intersecta uma única vez o gráfico de uma função; numa função não injectiva, existe
pelo menos uma recta r que intersecta duas ou mais vezes o gráfico da função – ver figuras 23 e 24. As funções periódicas são não injectivas, em
geral em intervalos de medida igual ou maior ao período da função.

r
r

Figura 23. Função injectiva. Figura 24. Função não injectiva.

(13)
“Arco”, ou “ângulo” – têm aqui o mesmo significado.
111
imagem da “função” arco seno. Tal intervalo é, por exemplo, [–π/2, +π/2] – que é o usado
convencionalmente. De facto, usando a função arco seno de uma calculadora científica que suporte essa
função, obtemos valores dentro deste intervalo. Obviamente, a introdução de valores fora do intervalo [–
1, +1] como argumento da função arco seno produz uma informação de erro na calculadora.

Assim, suponhamos que se pretende calcular arcsen(1/2). Trata-se de procurar qual o arco (ângulo), no
intervalo [–π/2, +π/2], cujo seno é 1/2. Se tivermos senα=1/2, então arcsen(1/2)=α. Como sen(π/6)=1/2,
então o resultado é: arcsen(1/2)=π/6.

O arco seno tem domínio [–1, +1], o contradomínio do seno: o argumento a só pode tomar valores dentro
desse intervalo. O contradomínio é uma restrição do domínio do seno: [–π/2, +π/2].

7.2. Arco coseno: arccos(a)


A maneira de definir esta “função” é a mesma que foi utilizada para definir o arco seno.

O arco coseno é definido como o arco cujo seno é igual ao argumento da função. Assim, se um ângulo a
tem por coseno cosα = a, então arccos(a) = α. O arco coseno é assim a “função inversa” da função
coseno.

A função coseno não é injectiva, como se pode observar pelo seu gráfico, na página 104. Logo, há que
procurar uma restrição do domínio da função coseno em que se possa definir inequivocamente a
aplicação coseno. Por convenção, o intervalo usado é [0; +π], e os valores permitidos para o argumento
desta “função situam-se no intervalo [–1, +1], pois o coseno só toma valores neste intervalo.

O arco coseno tem por domínio [–1, +1]: é forçoso que –1 ≤ a ≤ 1. O contradomínio convencionado para o
arco coseno é [0; +π], uma restrição do domínio da função coseno.

7.3. Arco tangente: arctg(a)


O arco tangente é o ângulo (arco de circunferência) cuja tangente é igual ao argumento da aplicação: é a
“função inversa” da tangente.

A tangente é periódica, de período π, sendo forçosamente não injectiva (ver nota sobre funções injectivas
e não injectivas, na página anterior). O intervalo que é usado para definir esta função é ]– π/2, +π/2[.
Note-se que os extremos do intervalo, –π/2 e +π/2, são excluídos, pois nesses pontos a tangente não está
definida (toma valores infinitos). O argumento, a, pode tomar todos os valores reais: a∈ IR.

7.4. Arco co-tangente: arccotg(a)


É o ângulo cuja co-tangente é igual ao argumento – a “função inversa” da co-tangente.

A co-tangente, tal como a tangente, é periódica e tem período π. O intervalo de valores tomado pelo arco
co-tangente é ]0; +π[, e o argumento a pode tomar qualquer valor real. Os extremos do domínio da
função arco co-tangente são excluídos porque nesses pontos a co-tangente não está definida (tem valor
infinito).

7.5. Resumo: domínio e contradomínio das funções trigonométricas inversas


Função Domínio Contradomínio

112
arcsen(a) a ∈ [–1, +1] [–π/2, +π/2]

arccos(a) a ∈ [–1, +1] [0; +π]

arctg(a) a ∈ IR ]– π/2, +π/2[

arccotg(a) a ∈ IR ]0; +π[

113
8. Resolução de algumas equações trigonométricas
Trata-se de resolver equações do tipo f(x)=y, sendo f(x) uma função trigonométrica ou trigonométrica
inversa, e y um valor real.

Há que notar que a resolução analítica de equações de funções trigonométricas (ou que envolvam
funções trigonométricas inversas, ou ambas, ou outras funções quaisquer) nem sempre é fácil, e é
frequentemente impossível. Nesses casos, há que utilizar métodos numéricos, com recurso a calculadoras
programáveis e/ou computadores, ou em alternativa métodos gráficos – por exemplo, pode-se sobrepor
os gráficos das funções seno e a tangente e procurar os pontos em que os gráficos das respectivas
funções se seccionam ou osculam (embora estes últimos sejam mais difíceis de determinar “a olho”) para
determinar as soluções da equação senx=tgx.

8.1. Resolução de equações de funções trigonométricas do tipo f(x) = y


Este tipo de equações tem como solução geral um intervalo, em
YY
virtude da periodicidade das funções trigonométricas.
P
8.1.a. senx = y
Como a função seno tem período 2π, são válidos os valores de a
β y
separados de múltiplos inteiro do período. Naturalmente, como
α
a função seno é limitada, x terá de se situar no intervalo [–1,
+1], sob pena de a equação não ter solução. Assim, caso y∈[–1, –α XX
+1], pode-se fazer y = senα. Logo, a equação fica:

senx = senα.
No caso da figura 27, y=senα representa a “altura” do ponto P
x
que se projecta sobre o eixo dos YY. Mas, a essa projecção Figura 27. Acerca da periodicidade das
correspondem pelo menos dois ângulos, a e b, como se funções seno e coseno.

constata. Ora, pode-se provar que os senos de dois ângulos complementares (isto é, ângulos que somam
180º – ver página 82) são iguais. Logo, se α e β são complementares, β=180º–α, e temos senβ = senα. A
partir daqui têm-se duas soluções possíveis.

Porém, podem-se obter mais soluções adicionando (ou subtraindo) ao argumento múltiplos do período
da função. Como se vê, entre 0º e 360º, o seno de x é igual ao seno de α quando x=α, ou quando x=180º–
α. Atendendo à periodicidade do seno, vem então:

sen x = sen α ⇔ x = α + k ⋅ 360º ou x = 180º −α + k ⋅ 360º , k ∈ IN ,

ou, em radianos:

sen x = sen α ⇔ x = α + k ⋅ 2π ou x = π − α + k ⋅ 2π, k ∈ IN .

8.1.b. cosx = y
O método de resolução é semelhante ao anterior. Façamos y=cosα, logo para que a equação tenha
solução tem de se verificar que y∈[–1, +1]. No intervalo [0; +2π], há duas soluções para x: α e –α.

114
De facto, para que nesse intervalo se verifique que os cosenos de dois ângulos sejam iguais, os ângulos
devem ser iguais (o que é trivial), ou – devido à paridade da função coseno – devem ser simétricos(14).

Devido ao facto do coseno ter período 2π, as soluções que distam entre si de um múltiplo inteiro do
período também são solução. Logo, são solução geral de cosx=cosα:

cos x = cos α ⇔ x = ±α + k ⋅ 360º , k ∈ IN ,

ou ainda, em radianos:

sen x = sen α ⇔ x = ±α + k ⋅ 2π, k ∈ IN .

8.1.c. tgx = y
A tangente tem período 180º, ou π radianos. Calcula-se a solução geral da maneira semelhante à anterior.
O resultado em radianos é:

tg x = tg α ⇔ x = ±α + k ⋅ π, k ∈ IN .

8.1.d. cotgx = y
A co-tangente, tal como a tangente, tem período π radianos. A solução geral é igual à indicada em 8.1.c:

cotg x = cotg α ⇔ x = ±α + k ⋅ π, k ∈ IN .

8.2. Exemplo
O cálculo de uma equação de qualquer dos tipos anteriores pode não ser apenas algo como “senx=α”. Em
vez de x pode aparecer algo como “ 5x+75º ”, ou outro polinómio de x. De qualquer modo, a resolução
continua a ser a mesma.

Procuremos a solução de: cos(5x+75º) = cos25º. NB: neste exemplo, a solução será dada em graus; a
solução em radianos é determinada trivialmente. Começa-se por resolver a equação em ordem a x:

cos(5 x + 75º ) = cos 25º ⇔ 5 x + 75º = ±25º + k ⋅ 360º .

A solução geral é dada por:

x = −10º + k ⋅ 72º ou x = 16º + k ⋅ 72º , k ∈ℵ

Se em vez de cos25º tivéssemos sen25º, por exemplo, teríamos de mudar o seno para coseno, pois
apenas podemos comparar argumentos de funções iguais. Recordemos que, para dois ângulos
suplementares(15),
α + β = π/2, se tem senα = cosβ, e cosα = senβ. No nosso caso o ângulo suplementar de 25º é 65º. Logo,
usar-se-ia cos65º no lugar de sen25º, e a resolução continuava de maneira análoga à descrita.

8.3. Funções trigonométricas inversas


Seja f(α) uma função trigonométrica (seno, coseno, ...) e g(x) a inversa de f(x). A resolução da equação
g(x) = α pode ser feita de um modo similar para as alíneas anteriores. É possível, por exemplo, tentar
encontrar qual o argumento a da função trigonométrica inversa que é igual a α, e nesse caso a equação
escreve-se: g(x)=g(α).


(14)
Lembrar que cosα = cos(-α).
(15)
Ângulos cuja soma é 90º, ou π/2 radianos – ver página 8.
115
Um processo alternativo, que por vezes se pode revelar útil, consiste em aplicar a função trigonométrica
f(α) inversa de g(x), aos dois membros da equação – para tal é necessário, em primeiro lugar, que figurem
de ambos os lados da equação a mesma função. Chama-se ainda a atenção para o pormenor dos
intervalos de aplicação: se dentro desse intervalo a função não for injectiva, não é possível definir a
função inversa, logo este método não é aplicável. Da aplicação deste método resulta:

g( x) = α ⇔ f [g( x)] = f(α ) ⇔ x = f(α ) .

116
9. Derivadas de funções circulares e respectivas inversas
Para que uma função seja diferenciável, deve ser contínua em todo o seu domínio. Tal verifica-se nas
funções trigonométricas e nas respectivas funções inversas.

Seja x∈]0;π/2[ um ângulo do primeiro quadrante, no círculo trigonométrico, com amplitude em radianos.
Pela figura 28, sendo OC = 1 e sen x = AC , tem-se que

!"
AC < TC < compr. TC ,
!" !"
sendo TC o comprimento do segmento de recta [TC] e compr. TC o comprimento do arco TC . Pode-se
então concluir que senx < x. Para x∈]–π/2;0[ teríamos |senx| < |x|.

A desigualdade é válida para x∈]–π/2;π/2[ , e vai servir para provar que a função definida por f(x)=senx é
contínua para qualquer x real.

lim [sen( x + h) − sen( x)] = 0 .


h→0

h ⎛ h⎞
Ora, sen( x + h) − sen x = 2 ⋅ sen ⋅ cos⎜ x + ⎟ , e como |sen(h/2)| < |h/2| e |cos(x+h/2)| ≤ 1, temos:
2 ⎝ 2⎠

h
sen( x + h) − sen x ≤ 2 ⋅ ⋅1 = h .
2

Então, sen(x+h)–senx é um infinitésimo com h, e verifica-se o limite anterior. Como x é agora qualquer
elemento do conjunto dos números reais, conclui-se que senx é contínua em todo o seu domínio.

Também cosx é contínua: pode-se verificar imediatamente da identidade cosx = sen(π/2 – x).

As funções tgx e cotgx também são contínuas em


B
todo o seu domínio, pois resultam do divisão de
funções contínuas nos respectivos domínios(16). C

Comecemos por estudar alguns limites que


interessarão para o levantamento de indeterminações
aquando do cálculo de derivadas. x

O A T
9.1. Estudo do lim sen x
x→0 x

Seja a função f(x) = senx / x , cujo domínio é toda a


recta real, excepto o ponto x=0. Calculemos o
lim f( x) . Comparemos x, senx e tgx quando
x →0 +
x∈]0;π/2[. Da figura 28 resulta: sen x
Figura 28. Estudo do lim .
x→0 x
!"
AC < compr. TC < TB A circunferência tem raio r = OC = 1.
!"
Como AC = sen x , compr. TC = x , e TB = tg x , vem:
senx < x < tgx. Dividindo por senx, ficamos agora com:

(16)
O domínio de tgx (e cotgx) excluí alguns pontos, justamente onde o denominador se anula: tgx = senx / cosx. Porém, a tangente é contínua nos
restantes pontos do seu domínio.
117
x 1
1< < .
sen x cos x
1
Como lim = 1, temos então que
x→0 cos x

x
lim = 1.
x →0+ sen x
−x −x x
Ora, a função g(x) = x / senx é par. Com efeito, g(− x) = = = = g( x) . Por isso,
sen( − x) − sen( x) sen( x)

x x 1
lim = 1 , e lim = lim = 1.
x →0 + sen x x→0 sen x x→0+
+ x
sen x
Por definição, a derivada da função f(x) no ponto x é:

f(x + h) − f(x)
f '(x) = lim
h→0 h

9.2. Derivadas de funções trigonométricas


Apliquemos esta definição para obter as derivadas das funções trigonométricas e das respectivas inversas.

9.2.a. Derivada do seno


Aplicando a anterior definição de derivada de uma função, temos:

sen(x + h) − sen(x)
(sen x)' = lim .
h→0 h
p−q p+q
Sabendo que sen( p) − sen(q) = 2 ⋅ sen ⋅ cos , vem:
2 2

( x + h) − x ( x + h) + x
2 ⋅ sen ⋅ cos
2 2 sen( h / 2) ⎡ ⎛ h ⎞⎤
(sen x)' = lim = lim ⋅ lim ⎢cos⎜ x + ⎟⎥ .
h →0 h h →0 h/2 h →0 ⎣ ⎝ 2 ⎠⎦

A função coseno é contínua, logo lim(cosθ) = cos(limθ). Assim,

(senx)' = 1 · cosx = cosx.


Em particular, sendo u=u(x) uma função diferenciável num intervalo aberto, e aplicando a regra da
derivação da função composta, temos(17):

(sen[u(x)])' = u' · cos[u(x)] .


9.2.b. Derivada do coseno
Sabendo que cos(x) = sen(π/2–x), e derivando (temos u(x) = π/2 – x), vem:

(cosx)' = –1 · cos(π/2 – x) = –sen(x) .


Em particular, sendo u(x) diferenciável num intervalo aberto ]a,b[, tal como para o seno, então a função
cos[u(x)] é diferenciável em ]a,b[ e

(cos[u(x)])' = –u' · sen[u(x)] .


(17)
NB: a função é derivada em ordem à variável, x!
118
π/2 π/2

–π/2 3π/2

Figura 29. y∈]–π/2, +π/2[ Figura 30. y∈]π/2, 3π/2[

9.2.c. Derivada da tangente


A função y=tgx tem por derivada y' = 1/cos2x = 1 + tg2x. Com efeito,

sen x π
y = tg x = , com x ≠ + kπ, k ∈ IN .
cos x 2

cos 2 x − sen x ⋅ (− sen x) cos 2 x + sen 2 x 1


Derivando senx/cosx, temos: y' = = = .
2 2
cos x cos x cos 2 x

u'
Em particular, se y=tg[u(x)], temos: y' = , com u=u(x).
cos 2 u

9.2.d. Derivada da co-tangente


Obtém-se da mesma forma que a da tangente, sabendo que cotgx = cosx/senx. Daqui segue então que:
y' = (cotgx)' = 1/sen2x = 1 + cotg2x.

u'
Em particular, se y=cotg[u(x)], temos: y' = .
sen 2 u

9.3. Derivadas de funções trigonométricas inversas


Vejamos agora as derivadas de algumas funções trigonométricas.

9.3.a. Derivada do arco seno


Seja y=arcsen(x), com y∈]–π/2, +π/2[ . Visto que y=arcsen(x), então x=sen(y). A regra da derivação da
função composta inversa18 dá então:

1 1
x' = cos(y) ⇒ y' = = .
( x)' cos(y)

Pela fórmula fundamental da trigonometria, relação (3.1), temos cos(y) = 1 − sen 2 y . Então,

1 1
y' = = .
2 2
1 − sen y 1− x


(18)
Sendo g inversa de f, então f' = 1/g' .
119
1
Se tivéssemos y∈]π/2, 3π/2[ , então cos y = − 1 − sen 2 y e y' = − .
2
1− x

Por fim, sendo y=arcsen(u) e u=u(x) funções diferenciáveis, temos:

u'
y' = (arcsen(u))' = .
1− u2

9.3.b. Derivada do arco coseno


1
Seja y=arccosx ⇔ x=cosy. Então, y' = − .
1− u2

Em particular, sendo u=u(x) uma função diferenciável, e y=arccos(u),

u'
y' = (arccos(u))' = − .
2
1− u

9.3.c. Derivada do arco tangente


Seja u=u(x) uma função diferenciável, e y=arctg(u). Então,

u'
y' = (arctg(u))' = .
1+ u2
9.3.d. Derivada do arco co-tangente
Seja u=u(x) função diferenciável, y=arccotg(u). Então,

u'
y' = (arccotg(u))' = − .
1+ u2

9.4. Resumo das derivadas de funções trigonométricas e trigonométricas inversas


Na tabela que se segue, u=u(x) é uma função diferenciável(19), e cujo contradomínio está necessariamente
contido no domínio das respectivas funções trigonométricas e trigonométricas inversas – ver secção 7.5.

Derivadas de funções trigonométricas


u'
(sen(u))' = u'(x) · cos(u) (tg(u))' =
cos 2 u

u'
(cos(u))' = –u' · sen(u) (cotg(u))' =
sen 2 u

' '
⎛ 1 ⎞ u'⋅ cos(u) ⎛ 1 ⎞ u'⋅ sen(u)
(cosec(u))' = ⎜⎜ ⎟⎟ = − (sec(u))'= ⎜⎜ ⎟⎟ =
⎝ sen(u) ⎠ sen 2 u ⎝ cos(u) ⎠ cos 2 u

Derivadas de funções trigonométricas inversas


u' u'
(arcsen(u))' = (arctg(u))' =
1− u 2 1+ u2


(19)
Isto é, com derivada no seu domínio de aplicação.
120
u' u'
(arccos(u))' = − (arccotg(u))' = −
1− u 2 1+ u2

' '
⎛ 1 ⎞ u' ⎛ 1 ⎞ u'
(arccosec(u))' = ⎜⎜ ⎟⎟ = − (arcsec(u))' = ⎜⎜ ⎟⎟ =
⎝ arcsen(u) ⎠ u 1− u2 ⎝ arccos(u) ⎠ u 1− u2

121
10. Exercícios resolvidos
Apresentam-se de seguida alguns exercícios, com uma resolução possível. Apela-se para que o leitor
procure outras resoluções válidas. Alguns conselhos:

• Ao tentar resolver um problema, e sempre que possível, que faça um desenho ou esquema
relacionado com o problema; verá que isso contribui para uma melhor visualização da situação e
pode ajudar imenso a perceber o que se pede e a encontrar uma solução!
• Leia o problema uma vez, do início ao fim. Depois, leia novamente o exercício e tente perceber:
• quais os dados do problema;
• o que é pedido para determinar.
Tente explicar por suas próprias palavras o que é dado e o que é pedido no problema. Se não
consegue explicar por si próprio ou a outra pessoa o que leu, é bem possível que não tenha percebido
a informação dos dados, do que é pedido, ou ambas as coisas! Leia o problema, ou a(s) parte(s) que
não percebeu, tantas vezes quantas as necessárias até que se torne perfeitamente claro para si.

1. Um vaivém em órbita terrestre descreve um trajecto tipicamente circular a uma altitude de cerca de
300km acima da superfície. Sabendo que o raio da Terra é 6380km, escreva a expressão para a
distância do horizonte àquela altitude, e calcule o seu valor.

Resolução:
Seja R o raio da Terra e h a altitude do vaivém acima da superfície da Terra.
R α d
Pretende-se determinar a distância d. O ângulo α é recto porque a recta a
que pertence o segmento de comprimento d é perpendicular ao raio da Terra
R h
– é tangente à superfície.

Aplicando o teorema de Pitágoras, temos:

R 2 + d 2 = ( R + h) 2 ⇔ d 2 = h 2 + 2 Rh ⇔ d = h 2 + 2 Rh . Figura 31. Vaivém


espacial em órbita.
Repare-se que não surge uma solução do tipo d = ± ... porque:

1) a solução deve ser bem definida (um só valor, isto é, uma distância qualquer tem um valor bem
definido);
2) trata-se de distâncias – valores reais positivos.

Assim, temos: d = 300 2 + 2 × 6380 × 300 = 2,00 × 103 km ≅ 2000km .

Poder-se-ia resolver este problema de maneiras mais complicadas, mas em particular foi possível usar
aqui o teorema de Pitágoras, o que simplificou significativamente os cálculos. Se o ângulo α não fosse
recto, nesse caso já seria necessário recorrer a fórmulas trigonométricas. Seria um bom exercício para
o leitor tentar obter uma relação entre o ângulo α e a distância d.

2. Uma aeronave prepara-se para aterrar numa pista (poderia ser o vaivém do exercício anterior...). O
avião faz uma aproximação a um ângulo de 60º do lado esquerdo da pista onde pretende aterrar. Os
instrumentos de bordo indicam que o ponto de aterragem está a uma distância de 30km em linha
recta e a um ângulo de 45º para a esquerda da direcção em que o avião se desloca. Considere apenas
a projecção no solo do trajecto do avião (ou seja, ignore a altitude do avião acima do solo). Calcule a
distância do avião
a) ao eixo da pista de aterragem;

122
b) do local onde irá cruzar o eixo da pista de aterragem até ao ponto de aterragem.

Resolução:

O exercício exige já um á-vontade considerável nos assuntos versados até ao capítulo 5. Embora
pareça difícil, não nos devemos deixar intimidar. Na verdade, se começarmos a fazer um desenho
baseado nos dados do problema veremos que até é parecido com o problema do farol na secção 3.4!

O avião aproxima-se da pista pelo lado esquerdo, fazendo com ela um ângulo de 60º. Temos então
algo assim (figura do lado esquerdo):

60º 60º

30km

45º

Por outro lado, sabemos que o ponto de aterragem está, pelas indicações dos instrumentos de bordo,
a um ângulo de 45º (para a esquerda) com a direcção a que viaja o avião (figura do lado direito). Além

30km 60º

45º
disso, os instrumentos informam que o ponto de aterragem está a 30km (em linha recta!).

Esta é toda a informação que é dada no problema. A distância a calcular na alínea a) corresponde a x
e a distância y corresponde ao cálculo da alínea b). Comecemos então a ver o que se poderá usar e no
x
quê.
Este problema é, com efeito, semelhante ao problema do farol na secção 3.4: conhecemos dois
ângulos e sabemos uma distância, e pedem-nos para calcular outra distância – ou, neste caso, duas.

123
C


30km
60º

D
45º

Chamemos, para facilitar a discussão, A ao ponto onde está o avião, B ao ponto onde este intersecta o

eixo da pista de aterragem e C ao ponto de aterragem.

x
y é o comprimento da hipotenusa BC do triângulo BDC. O cateto CD deste triângulo tem comprimento
B
dado por y·sen(60º). Mas, este cateto (CD) é também um cateto do triângulo ADC, pelo que se tem:
y ⋅ sen(60º ) = 30 ⋅ sen(45º ) .
Consultando a tabela na página 19, vemos então que y = 24,5km. Os comprimentos dos catetos AD e

BD são, respectivamente: 30·cos(45º) = 21,2km; e y·cos(60º)=12,25km. Logo, o comprimento x é
simplesmente 21,2 – 12,25 = 8,96km.
A
3) Num campo de ténis, a distância entre a rede central e a linha de fundo é de 23,77m. A altura da rede
é 1,07m. Qual é o ângulo entre o chão e o topo da rede, na linha lateral, a partir da linha de fundo?

Rede
α

Resolução:

O ângulo pedido é o ângulo α. A altura da rede é 1,07m e a distância desde o extremo do campo, no
vértice do triângulo, é de 23,77m. Na figura, a rede constitui o cateto oposto ao ângulo α e o
segmento desde a linha de fundo até à rede constitui o cateto adjacente ao mesmo ângulo. O
quociente entre as duas distâncias dá a tangente do ângulo α:
1,07m
= tan α .
23,77m
Por fim, o ângulo α é, por definição, o arco cuja tangente é dado por este quociente. Ou seja,
1,07
α = arctan = 2,58º = 2º34'38,9"
23,77
O resultado é apresentado em duas notações: em graus (2,58º) e com a fracção do ângulo em
notação sexagesimal (2º 34' 38,9", ou seja: 2 graus, 34 minutos e 38,9 segundos). Na notação
sexagesimal, “minuto” e “segundo” significam minuto de arco e segundo de arco, respectivamente.

124

125

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