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12/09/2019 Não matem a História | Megafone | PÚBLICO

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Não matem a História


Neste novo ano lectivo, na minha escola e na maioria das escolas portuguesa
reduzida em um terço a sua carga horária curricular semanal. Sem tempo, a
se provavelmente num monólogo.

Maria José Gonçalves


Professora do 3.º ciclo e ensino secundário na Escola Secundária de Ponte da B

10 de Setembro de 2019, 8:50

Estive ausente do ensino 15 meses.


Regressei à escola e constatei muitas
mudanças — para pior. A mais
dolorosa, a mais preocupante, é a
mudança ocorrida com a minha
disciplina, História, que viu
reduzida a sua carga horária
semanal nos 8.º e 9.º anos de
escolaridade.

Em 2017, a disciplina de História


era leccionada em dois tempos
semanais (90+ 45 minutos). Porém,
partir de 2018, passou a ser
leccionada em dois tempos lectivos
de 45 minutos, no 8.º ano,
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acontecendo o mesmo, a partir deste


ano lectivo, no 9.º ano. Não quero

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acreditar.
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Vou ter que ensinar História “a


correr” e História ensinada “a
correr” corre o risco de morrer. A
incoerência entre a acção e o
discurso político neste assunto é
manifesta. Senão, vejamos.

A 31 de Agosto, na página oficial da


Presidência da República, para
assinalar os 80 anos do início da
Segunda Guerra Mundial, o
Presidente da República afirmava:
“(…) Devemos, pois, ensinar às
gerações mais novas o que foi a
Segunda Guerra Mundial, para que
os milhões de mortos não tenham
perecido em vão (…).”

Gostaria que o senhor Presidente da


República soubesse que, a partir
deste ano lectivo, os alunos do 9.º
ano de escolaridade, da minha
escola e da maioria das escolas
portuguesas, vão ter apenas quatro

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ou cinco aulas de 45 minutos para


estudar “Da Grande Depressão à

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Mundial”.  PESQUISAR
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“Quando assistimos aos avanços dos populismos,


das 'fake news', do revisionismo dos factos
históricos, e quando continuamos a ter
baixíssimos níveis de participação cívica, não é
sensato diminuir o peso de uma disciplina que tem
um papel indiscutível na compreensão do mundo
em que vivemos.”

O senhor ministro da Educação,


Tiago Brandão Rodrigues, numa
entrevista recente, afirmava: “É
fundamental que as disciplinas mais
tradicionais continuem a ser
adensadas”. Não será a História uma
disciplina tradicional? Será adensar
sinónimo de reduzir?

O senhor secretário de Estado da


Educação, João Costa, no âmbito do
I Encontro de Educação, em
Cantanhede, afirmou: “Não cortem
nas disciplinas de Ciências
Humanas, nomeadamente na
disciplina de História, pois um povo
sem memória é um país doente”.

Senhor Presidente da República,


senhor ministro da Educação,
senhor secretário de Estado da
Educação, factos são factos, a
História está a ser assassinada.

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Neste novo ano lectivo, na minha


escola e na maioria das escolas Mais
portuguesas, a disciplina de História
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vê reduzida em um terço a sua carga
1. Engenharia
horária curricular semanal. Sem Aeroespacial:
Gonçalo entrou
tempo, a aula de História converte-
com a média
se provavelmente num monólogo. mais alta no
Pelo que as consequências curso que já
lançou Leonardo
pedagógicas deste novo espartilhar para a NASA
da disciplina de História entra em
clara contradição com o que se 2. Mr. Dheo pintou
encontra plasmado no próprio a “coragem” de
Greta Thunberg
decreto-lei da Flexibilidade numa parede de
Curricular, que prevê a Istambul
implementação de metodologias de
trabalho que permitam, entre 3. É hora de
desobedecer
outras, a promoção de capacidades
de pesquisa, de relação e de análise,
4. Um estádio de
assim como o domínio de técnicas futebol, 300
de exposição e de argumentação. árvores: uma
instalação para
atrair vida
Quando assistimos aos avanços dos selvagem

populismos, das fake news, do


revisionismo dos factos históricos, e 5. Nove em cada
dez portugueses
quando continuamos a ter dizem que as
baixíssimos níveis de participação alterações
climáticas são
cívica, não é sensato diminuir o peso um “problema
de uma disciplina que tem um papel muito sério”
indiscutível na compreensão do
mundo em que vivemos.

Se não querem “um povo sem


memória” e “um país doente”, façam
qualquer coisa. Não matem a
História.

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