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Sermão de Santo António aos Peixes , cap. I – manual, pp.

108 e
109

1.1. O conceito predicável do sermão, “Vós sois o sal da terra”,


palavras bíblicas, é assumido, como uma “verdade moral”
proposta pelo pregador ao auditório. E logo se começa a
desenvolver a argumentação em torno deste conceito, de forma a
torná-lo compreensível, de acordo com a orientação do pregador.

2. A terra representa o auditório do pregador, os seus ouvintes.

2.1. Estamos perante uma metáfora típica das parábolas bíblicas, que
facilita a interpretação dos conceitos que se pretendem transmitir.
A associação entre a terra que recebe o sal e os ouvintes que
recebem as palavras do pregador torna o discurso mais próximo
da realidade concreta.

3. a. Os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; praticam ações


distintas da sua pregação; pregam-se a si próprios e não a Cristo;

b. Os ouvintes não querem receber a doutrina; seguem as ações


negativas dos pregadores e não as suas palavras; servem os seus
caprichos em vez de servirem a Cristo.
4. Os argumentos estruturam-se em construções paralelas articuladas
por disjunção, em construções simétricas de grande mestria
sintática.
5. A interrogação retórica lança para o auditório a reflexão sobre os
assuntos anteriormente abordados, deixando antever um silêncio na
audiência.
A exclamação final demonstra a posição do orador face ao
conteúdo proposicional e à resposta afirmativa que prevê na
consciência do auditório. São duas estratégias discursivas de grande
impacto na construção do discurso argumentativo.

6.1. Tratando-se de um discurso de natureza religiosa católica, as


palavras de Cristo, nas linhas 15-16, representam a mais respeitável
argumentação sobre a matéria. A autoridade do argumento é
atestada pelo próprio orador: “Quem se atrevera a dizer tal cousa,
se o próprio Cristo a não pronunciara?” (II. 18-19).Ora, se o sal não
salga, deve ser lançado fora para ser pisado por todos.

7. Pronome demonstrativo.

7.1. O parágrafo inicia-se com um pronome que retoma o conteúdo do


parágrafo anterior, tornando o texto mais coeso, contribuindo para
assegurar a progressão lógica das ideias.
8.1. Quando Santo António pregava em Arimino, os hereges não
escutavam as suas palavras, pelo que este mudou “o púlpito e o
audítório” (ll. 35-36), dirigiu-se à beira mar e pregou aos peixes que, por
milagre, o ouviram.

8.2. A razão está no facto de Santo António ser sal da terra e sal do mar,
por ter pregado aos homens e aos peixes. Por isto, ser “sal da terra” é
limitado para o caso do Santo.

9. Padre António Vieira pretende, na celebração do santo, pregar como


os doutores da Igreja (e não acerca deles). Vai, então, fazer como Santo
António, e pregar aos peixes, até porque a sua doutrina tem tido efeito
semelhante à de Santo António em Arimino, uma vez que os homens
não o ouvem.
10. Exemplos: Deixis pessoal: “minha” (1. 4); “vos”(l. 48); deixis
espacial: “nesta igreja”(l. 48); “esta terra”(l. 50).
11.1. A invocação à Virgem Maria é uma estratégia habitual no final da
primeira parte dos sermões de Padre António Vieira, para pedir a sua
bênção e a concessão da graça de um bom sermão. Pelo “desuso” do
sermão que vai levar a cabo, pregando aos peixes, esta bênção
considera-a ainda mais relevante. Associa, então, o nome de Maria ao
mar, “Domina maris”, “Senhora do Mar’
12.1. 12.2. a. Entoação: 1. A interrogação retórica e a exclamação
obrigam a entoações determinadas, em especial a primeira; 2. Presença
das interrogações retóricas consecutivas que indiciam ainda uma
progressão semântica; 3, Interrogação inicial e possíveis variações
entoacionais com o ritmo das frases seguintes; 4, Presença de
interjeições e exclamações.
b. Pausa silenciosa: 1. Depois da interrogação, pressente-se um
momento de pausa; 2. Após a última frase interrogativa, poderia haver
uma pausa antes da reflexão que se lhe segue.
c. Variação de ritmo: 2. Frases interrogativas curtas e consecutivas que
parecem transmitir um ritmo rápido que se quebra com a frase seguinte;
3. A construção bipartida das orações coordenadas assindéticas do final
do exemplo permite verificar uma cadência rítmica diferente da frase que
as antecede; 5. O ritmo marcado pela estrutura frásica com a construção
simétrica inicial é acelerado com a indicação gradativa dos peixes que
se foram juntando, retomando uma cadência mais lenta na parte final da
frase.
13.
a. apócope do “m”; sonorização do “t” em “d”;
b. apócope do “m” e síncope do “d”; assimilação (crase) de “ee” em “e”;
c. apócope do “m”; sonorização do “t” em “d”;
d. vocalização do “c” em “u”;
e. apócope do “m”; vocalização do “I” em “i”;
f. apócope do “m” e vocalização do “c” em “i”.
Sermão de Santo António aos Peixes , cap. II – manual, pp. 110,
112 e 113
1.1. / 1.2. II. 27-28 — A intensificação rítmica e a progressão
entoacional estão relacionadas com o paralelismo sintático e com a
intenção de salientar a importância dos peixes, cuja criação foi anterior à
de qualquer outro ser vivo, inclusivamente à do Homem;
II. 59-63— A interrogação retórica marca o dinamismo entoacional do
início do excerto, que depois se intensifica com um ritmo mais
acentuado, procurando destacar a aparência furiosa e obstinada dos
homens e a quietude dos peixes. Culmina este excerto com uma frase
com uma estrutura sintática e rítmica de grande efeito, associado
também às elipses;
II. 76-77 — O ritmo e a entoação marcados pelas exclamações denotam
claramente o louvor feito pelo pregador ao afastamento mantido pelos
peixes em relação aos homens.

Págs. 112 e 113


1.1. A partir deste momento, Padre António Vieira começa a pregar
aos peixes, referindo-se, nas suas críticas, indiretamente aos
homens.
2.1. b.; 2.2. c.; 2.3. b; 2.4. b
3. / 3.1.
a. Falsa. … foram os primeiros animais a serem criados por Deus, os
primeiros por Ele nomeados, são os animais mais numerosos e têm
entre si os maiores;
b. Falsa. … salienta as virtudes dos peixes que merecem “verdadeiro
Iouvor”(ll. 41-42), por oposição às atitudes dos homens;
c. verdadeira.
4. O último louvor geral é que os peixes não se domesticam.
4.1. Os animais domesticados, apesar de alguns benefícios de que
desfrutam, sofrem as consequências da proximidade com o homem.
Também o dilúvio é apresentado como exemplo da pureza dos peixes,
porque todos se salvaram por estarem longe dos homens, reforçando o
pregador a sua posição com uma justificação apresentada com as
palavras de Santo Ambrósio
5.1.
a. A frase constrói-se paralelisticamente, o que, em termos rítmicos, lhe
traz grande expressividade e força discursiva. Salienta-se ainda o
recurso à interrogação retórica e, particularmente, a adjetivação
expressiva que traz consigo a antítese (“furiosos e obstinados”; “quietos
e devotos”), recursos que procuram intensificar as diferenças entre os
auditórios e, consequentemente, assinalar os aspetos a criticar.
b. A expressividade desta frase deve-se, em grande parte, ao quiasmo
representado pelo jogo de palavras final (“a razão sem uso/uso sem a
razão”).
6. Os louvores feitos aos peixes ao longo deste capítulo poderão
funcionar, no geral, como crítica à ausência destas virtudes nos homens.
Refira-se, ainda, que há críticas diretas, apresentadas a propósito das
desvantagens da proximidade com os homens.

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