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- Definição
Modalidade terapêutica, onde utilizamos agentes térmicos como princípio de
tratamento.
Divide-se em:
HIPOTERMOTERAPIA → crioterapia
HIPERTERMOTERAPIA → superficial
→ profundo
- Calor
Resultado de um movimento vibratório. A nível anatômico são choques
intermoleculares, ou seja, energia molecular. Na física é a energia cinética ou
vibração molecular que está presente sempre que a temperatura for acima de 0
grau kelvin ou acima de 273 graus centígrafos. O frio é a supressão do
movimento vibratório.
Já a temperatura é o grau de agitação térmica de um corpo. Isto nos dá o
quanto de energia o corpo possui; para tal, temos que quantificar esta energia.
A mensuração da temperatura se faz através do termômetro, que é um
dispositivo que se presta à apreciação das variáveis termelétricas. Existem
vários tipos de termômetro: clínico, laboratório, de máxima e de mínima.

Produção de calor = TERMOGÊNESE


Sabemos que há um controle cibernético (termostato hipotalâmico) que
garante a temperatura corpórea de 36 a 37°, e que o fator mais importante deste
controle é o equilíbrio entre a produção e o desgaste calórico do corpo. O fator
essencial para a produção de calor é a presença de uma combustão metabólica
através da oxigenação celular, estreitamente relacionada com a circulação
sangüínea como portador do fator oxigênio e conseqüentemente com a atividade
cardíaca como motor desta circulação; assim como a atividade muscular
intensificando o processo de produção de calor.
Para que o aquecimento terapêutico seja eficaz, o nível da temperatura
deve ser de 40°C a 45°C; excedendo são passíveis de causarem lesões
teciduais, e sendo abaixo, podem não atingir o efeito desejado.
- oxidação dos alimentos
naturais - calafrio; tremor faz a queda de
glicogênio, contração isométrica e produção de
calor.

- banho quente
artificiais
- bebidas aquecidas
- alimentos energéticos
- agasalhos
- exercícios ou movimentos
- aumento de temperatura local

Cláudia Paes Campos


Professora de Eletro-Termo-fototerapia
Universidade Estácio de Sá
1

- Termodinâmica
É a parte da física que estuda a mudança de calor em trabalho.
1o. Princípio: “Se um sistema recebe energia esta deve ser armazenada
ou fornecida ao ambiente sob forma de trabalho.”
2o. Principio: “O calor passa espontaneamente dos corpos de maior
temperatura para a de menos temperatura.” (Clausius). Só é possível
transformar calor em trabalho quando se dispõe de duas fontes de calor em
temperaturas diferentes.
- Transferência de calor

1. Termoterapia por condução


- dois objetos que estão em contato físico
- de um objeto de maior temperatura para a de menor temperatura
- mais efetivo em objetos sólidos
Exemplo: Banho de parafina, bolsa de água quente e compressas. São
modalidades de aquecimento superficial, se limitam a região cutânea,
alcançando a profundidade de 1 cm.
2. Termoterapia por convecção
- é o movimento de moléculas no meio fluídos (líquido ou gases)
- se da por diferença gravitacional as moléculas
- são também consideradas formas de calor superficial
Exemplo: Hidroterapia (turbilhão), Forno de Bier, Fluidoterapia (sauna e banho
de vapor).
3. Termoterapia por conversão
- trata-se da conversão de energia elétrica ou sônica em calor (fótons)
- tem como base o efeito Joule
- utiliza a resistência dos tecidos, quando da passagem da corrente elétrica
para produção de calor.
Exemplo: Ondas Curtas, Microondas, Ultra-som (calor profundo) e Infra-
vermelho (calor superficial)
MODO PRINCIPAL
DE
TRANSFERÊNCIA MODALIDADE
TÉRMICA
Condução -bolsas quentes
-banho de parafina
Convecção -Fluidoterapia
-Hidroterapia Calor superficial
-Ar Umidificado
Conversão -Calor radiante
-laser
-Microondas
-Ondas Curtas Calor profundo
Ultra-som
Segundo Lehman,JF, De Lateur, BJ, 1990 apud Kitchen e Bazin,1998

Cláudia Paes Campos


Professora de Eletro-Termo-fototerapia
Universidade Estácio de Sá
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Propriedades térmicas das substâncias e dos tecidos


Na termorregulação, o calor é trocado por processos de transferência por
condução, convecção, radiação e evaporação entre a superfície corporal e o
ambiente, de modo que a temperatura central do corpo permanece constante, e
é mantido um equilíbrio entre a produção de calor interno (metabólico) e a perda
(ou ganho) de calor ao nível da superfície da pele.

Calor superficial
São consideradas modalidades de calor superficial os que limitam à
região cutânea, alcançando a profundidade de 1 a 3 cm tendo como resposta
aquecimento local.

EFEITOS FISIOLÓGICOS GERAIS


 Produção de calor
 Vasodilatação
 Aumento do fluxo sangüíneo
 Aumento do metabolismo
 Aumento da viscosidade dos tecidos
 Diminuição da atividade do fuso muscular
 Aumento da temperatura corpórea
 Diminuição da pressão sangüínea
 Aumento da atividade das glândulas sudoríparas
 Aumento do consumo de oxigênio
 Aumento da atividade enzimática
 Diminuição da viscosidade intra-articular
 Aumento da permeabilidade celular
 Aumento da fagocitose
 Aumento da eliminação de metabólicos
 Aumento do débito cardíaco

ALGUNS EFEITOS SISTÊMICOS


 Aumento da temperatura corporal
 Aumento da freqüência cardíaca
 Aumento da freqüência respiratória
 Redução da pressão arterial

TÉCNICAS DE APLICAÇÃO
* Calor superficial transmitido por condução:
1. Compressas quentes
 Três toalhas embebidas em água quente, utilizadas em domicílio.
 Podem ser aplicadas em forma de pack (rocambole)
 Usando uma toalha seca para proteção contra queimaduras
 38° a 45°
 1 cm de profundidade terapêutica
 30 minutos
Cláudia Paes Campos
Professora de Eletro-Termo-fototerapia
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São um excelente meio termoterápico alternativo para utilização no


domicílio do paciente, quando este não pode se deslocar para a
clínica e não dispõe de outros meios mais eficientes.

 Bolsas de borrachas com água à temperatura


de 38° a 42°
 1 cm de profundidade terapêutica
 30 minutos
 Existe grande incidência com abertura da
tampa levando a queimadura
Muitas vezes o efeito desejado não é conseguido, em virtude da impropriedade
no modo de utilizar-se o meio terapêutico.

 São pacotes de bolsas de tecido tipo lona ou plástico com minério


(bentonita), gel de sílica ou areia. Também chamado de “termogel” (nome
comercial)
 Ficam imersos em gabinetes com água na temperatura constante de 70°
a 76°C
 Mantém-se aquecidas por 30 a 45 minutos
 Adequadas para áreas que não podem ser tratadas por imersão
 O calor úmido eleva a temperatura superficial da pele mais rápido
 Aquece 0,5 cm de profundidade de 6 a 8 minutos (2 cm em 20 a 30
minutos)
 Evita que o paciente se deita a compressa para evitar queimaduras
 Deve ser coberta por uma toalha seca
 Após aplicação a bolsa retorna ao gabinete
 Deve ser aquecidas por 30 minutos
Os principais efeitos terapêuticos destes agentes são sedantes,
relaxantes e antiinflamatórios.

INDICAÇÕES
 Mialgia  Furúnculos
 Entorses  Traumatismos
 Torcicolos  Espondilalgia
 Cãimbras  Artralgia e etc

CONTRA-INDICAÇÕES
 Edema
Cláudia Paes Campos
Professora de Eletro-Termo-fototerapia
Universidade Estácio de Sá
 Feridas abertas
 Distúrbios de sensibilidade
 Dermatites
 Processos hemorrágicos e etc

 O tanque é constituído de caixa de aço


inox com água aquecida por um resisto
(banho Maria – ou de forma direta)
 Mantém uma solução de parafina e óleo
mineral (7:1) em infusão, inicialmente na
temperatura de 70 a 80°C (para diluição)
e depois abaixa para 51 a 54°C para
aplicação
 O ponto ideal é aquele onde se forma
uma nata ao ser assoprada.
A região deve ser muito bem limpo (lavada e escovada), para diminuir a
concentração de pele morta, fungos e outros microorganismos na solução.
O paciente deverá ser orientado do desconforto sentido nas primeiras
camadas.
Técnicas de aplicação:
 Imersões repetidas retirar e colocar a área durante 30 minutos
 Imersões contínuas a área é mantida na cuba com temperatura de 52°C
por mais 30 minutos sem retirar (é a menos tolerada mais, a mais eficaz)
 Imergir e envolver por 6 a 10 vezes e após envolver em um saco plástico
e toalha e manter por 20 a 30 minutos
 Enfaixamento passar parafina na área, enfaixar com atadura, repetindo
este procedimento por 7 a 8 voltas, envolver com toalha por 30 minutos
 Pincelamento passar diversas camadas com pincel na área durante 30
minutos (é o menos eficaz)

Este recurso tem ações complementares de aumentar a perspiração na


área, amaciar e umedecer a pele.
Deve ser evitada a aplicação em infecções cutâneas, pois favorece o
crescimento de bactérias.
Esterilização e limpeza da parafina - Coloca-la para ferver na
temperatura de 100°C por 10 minutos antes de qualquer aplicação. Ao final do
dia repetir o procedimento de fervura e coar com pano para reter as impurezas

INDICAÇÕES
 Artrose  Artrite (fase crônica)
 Artralgia  Anquilose
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Professora de Eletro-Termo-fototerapia
Universidade Estácio de Sá
 Paresia  Contraturas
 Bursite (fase crônica)  Pós-imobilização
 Mialgia  Miogelose
 Entorse (fase crônica)  Pré-cinesioterapia
 Prevenção de aderências  Retrações
 Fibrose

CONTRA-INDICAÇÕES
 Quadro agudo
 Doenças vasculares periféricas
 Distúrbios da sensibilidade
 Processos hemorrágicos
 Feridas abertas

É uma forma de hidroterapia em que usamos a água de forma


turbilhonada, a uma pressão e temperatura pré estabelecida com finalidade
terapêutica
A agitação, ou o turbilhonamento, da água é em geral conseguido às
custas de uma impulsão conseguida à base de pás ou hélices mecânicas,
que giram por força de um motor, ou por injeção sob pressão de ar
comprimido dentro do tanque, ou da banheira.
Os benefícios efeitos produzidos pelos banhos de turbilhão resultam da
ação combinada do calor e da suave massagem da água.

Temperatura:
 32°C – tonifica os músculos
 37 a 38°C – relaxamento muscular
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Professora de Eletro-Termo-fototerapia
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 38 a 40°C – vasodilatação; aumento da circulação sanguínea; diminuição
da pressão arterial; aumento do metabolismo; é mais sedante e
analgésico.
 Abaixo de 25°C – pode ser usado no tratamento de regiões edemaciadas.
A pressão do jato de turbilhonamento pode ser regulado para mais ou para
menos, e deve ser utilizados por massageamento da região, dessensibilização
de coto, diminuição de aderências e fibroses, e alívio de contratura muscular.

Tipos de turbilhão:
Para membros inferiores, para membros superiores e de meio decúbito.

Materiais e acessórios:
 O gabinete que contém a água pode ser de aço inoxidável, de fibra de
vidro, ou cimento revestido com azulejo.
 Deve possuir uma válvula para entrada e saída da água
 Termômetro
 Termostato
 Adaptações para posicionar o paciente
 Cadeira giratória
 Jato turbilhonável (com regulagem)
 Resistência elétrica para aquecimento da água

Tempo de tratamento:
Em torno de 20 a 40 minutos

Técnica de tratamento:
 Limpar a área com água e sabão neutro ou solicitar ao paciente que faça
uma ducha antes do tratamento
 Direcionar o jato em toda a extensão do segmento, mudando sua posição
por algumas vezes durante o tratamento, ou realizar movimentos durante
todo o período de tratamento.
 Deve-se fornecer meios ao paciente para que possa enxugar a região
após tratamento
 É recomendável que se junte à água uma substância anti-séptica. Na falta
de uma droga mais adequada, pode ser usada uma solução de
permanganato de potássio, bem diluída.
 É recomendável que se troque a água ao iniciar um novo dia de trabalho
e pelo menos mais uma vez ao dia durante as sessões de tratamento.
 Pode ser usados o turbilhão com água com gelo, onde há associação da
crioterapia e da massagem de turbilhão.

CUIDADOS E PRECAUÇÕES
 Observar o estado geral do paciente durante o tratamento, principalmente
nos turbilhões de meio decúbito.
 Evitar deixar o paciente sozinho
Cláudia Paes Campos
Professora de Eletro-Termo-fototerapia
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 Não ligar a resistência com o aparelho sem água
 Evitar que o paciente toque na resistência
 Evitar anti-sépticos espumantes
 Evitar pacientes com doenças contagiosas
 O piso da área deve ser antiderrapante.

INDICAÇÕES
 Artralgia  Distensão
 Artrite  Espasticidade
 Anquilose  Hipertonia
 Contusão  Fibrose
 Contratura  Pré cinético
 Coto doloroso  Mialgias e etc.

CONTRA-INDICAÇÕES
 Estado febril
 Processo inflamatório agudo
 Edema
 Doenças dermatológicas
 Feridas abertas e etc

Os fornos comercializados são


equipamentos com um termostato, que mantém a
temperatura constante dentro do forno,
promovendo maior segurança à terapêutica.
Nos fornos de Bier desprovidos de
termostato, a temperatura interna, após 20 ou 30
minutos de uso, pode ultrapassar com a finalidade
a casa dos 150°C; mais que suficientes para
provocar sérias queimaduras no paciente.
Para “contornar este problema”, algumas clínicas promovem o
“tratamento termoterápico” de 15 minutos. Evitam a queimadura do paciente,
mas o efeito terapêutico é pequeno.
A utilização do Forno de Bier deve ser sempre com a região a tratar
desnuda, entretanto quando o Forno não dispuser de controle eletrônico de
temperatura (termostato) ou parte do corpo do paciente ficarem próximas às
placas de ardósia, aconselha-se a envolver a região tratada com uma toalha
felpuda úmida, e ligar o Forno durante 30 minutos; pois além de promover
segurança contra possíveis queimaduras pela alta temperatura interna do forno

Cláudia Paes Campos


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ou ainda placas de ardósia que tendem a aquecer, a toalha úmida “hidrata” o
segmento tratado, em virtude da intensa sudorese causada pelo calor do Forno.

EFEITOS
 Relaxante
 Analgésico
 Calor superficial
 Descontraturante
 Aumento da circulação
 Favorece a regeneração
 Aumento do metabolismo
 Vasodilatação (por interferência do SNC
INDICAÇÕES
 Artralgia  Espondilite
 Artrose  Fibrose
 Artrite (f. crôn)  Fibromialgia
 Anquilose  Lombalgia
 Braquialgia  Mialgia
 Contratura  Tendinite (f.crôn)
 Contusão  Pós-gesso
 Ciatalgia  Pré-cinésio
 Distensão (f. crôn)  Transtornos tróficos leves
 Entorse (f.crôn)  Tendinite(f.crôn)

CONTRA-INDICAÇÕES
 Edema
 Flebite
 Isquemias
 Estados febris
 Gestante (r. lombar)
 Áreas anestesiadas
 Perda de sensibilidade
 Período menstrual (r. lombar)
 Processo inflamatório agudo
 Deficiência circulatória grave
 Infecção renal e urinária (r.
lombar)

Cláudia Paes Campos


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CUIDADOS
 Com a temperatura
 Com a resistência
 Com a sensibilidade
 Em peles sensíveis (usar toalha seca)
 Em peles ressecadas (usar toalhas úmidas a 38°C)
 Com a freqüência cardíaca, respiratória e PA
 Com crianças e idosos
 Observar sempre a largura e altura do Forno de Bier

 Conceito:
São ondas sonoras (vibrações mecânicas) não percebidas pelo ouvido
humano, cujas faixas terapêuticas encontram-se na faixa entre 1 Mhz e 3 Mhz.
Esta ação mecânica (pressão), sofre o cristal, provoca a emissão de
ondas ultra-sônicas com freqüência igual à corrente recebida ou corrente que
incide sobre o cristal dentro do transdutor (efeito piezoelétrico).
Produzem uma ação mecânica vibratória nas células, podendo ter
freqüência de 870 KHz a 1 MHz (ação mais profunda) e 3 MHz (ação mais
superficial).

 Características biofísicas
 PROPAGAÇÃO – As ondas sonoras necessitam de um meio para se
propagarem. Não se propagam no vácuo.

 ONDAS DE COMPRESSÃO/DESCOMPRESSÃO (TRAÇÃO) – É o modo


como se propagam pelo meio, as ondas ultra-sônicas.

 IMPEDÂNCIA ACÚSTICA – Resistência oferecida pelos tecidos à


passagem das ondas ultra-sonoras. Cada tecido tem uma impedância acústica
diferente.

 REFLEXÃO – Se dá quando uma onda emitida volta ao meio de origem,


conversando sua freqüência e velocidade. A reflexão em uma superfície, ocorre
quando as impedâncias acústicas dos meios forem diferentes. Se os dois meios
possuírem a mesma impedância acústica isto não ocorrerá.
A energia refletida é sempre menor que a energia incidente. Quanto maior a
diferença das impedâncias acústicas dos meios (tecidos), maior será a
quantidade de energia ultra-sônica refletida.

 REFRAÇÃO – Se dá quando uma onda emitida, passa para


outro meio (interfaces diferentes) sofrendo mudanças na velocidade, mas
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conservando sua freqüência. A onda de som penetra no tecido ou interface à um


ângulo (chamado de ângulo de incidência) e sai destes tecidos ou interface a um
ângulo diferente (ângulo de refração).
O feixe ultra-sônico deverá ser aplicado sempre perpendicularmente à superfície
de tratamento, pois um desvio maior que 15° do raio incidente com a linha
perpendicular (α I) provoca um ângulo de refração de maneira tal que, a onda
incidente terá parte refletida e o restante refratada em direção paralela a
superfície ou interface, tornando o tratamento inócuo.

 DIFRAÇÃO – É a característica do som em contornar


obstáculos.

 ABSORÇÃO – Capacidade de retenção da energia acústica do


meio exposto às ondas ultra-sônicas, onde são absorvidas pelo tecido e
transformadas em calor.

A absorção do ultra-som ocorre à nível molecular. Esta absorção de ultra-som


dentro do meio ocorre quando a energia vibracional é transformada em energia
molecular ou em movimentos moleculares aleatórios. Proteínas são as que mais
absorvem.

O ultra-som é bem absorvido por:


 Proteína em tecido nervoso
 Ligamentos
 Cápsula intra-articulares
 Tendões com alta concentração de colágeno
 Proteína no músculo
 Hemoglobina

O ultra-som não é bem absorvido pela:


 Pele
 Gordura
A absorção resulta em aquecimento do tecido e então, tecido com alto conteúdo
protéico se aquece muito mais que tecidos adiposos ou epiteliais.

Princípios:
 ↑ de temperatura = ↑ de absorção
 ↑ da freqüência = ↑ de absorção (quanto maior a freqüência,
menor o comprimento de onda, maior será a absorção
superficial
OBS: A absorção no ultra-som de 3Mhz é maior por que o tempo de
relaxamento das estruturas à passagem das ondas ultra-sônicas é menor,
conseqüentemente absorvem maior quantidade de energia.
 ↑ da freqüência → o efeito térmico é ainda maior
(superficialmente).

Cláudia Paes Campos


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Nos casos de lesões profundas, não é aconselhável o prévio aquecimento


superficial da região, pois com a elevação da temperatura dos tecidos
superficiais ocorre maior absorção de ultra-som diminuindo portanto a
efetividade em tecidos profundos.
Quando se deseja tratar com eficiência as lesões profundas é aconselhável o
resfriamento da área (gelo).
OBS: ↑ da temperatura superficial do tecido = ↑ da absorção do ultra-som na
superfície da pele = ↓ da penetração em tecidos profundos, portanto: gelo para
estruturas profundas; aquecimento para estruturas superficiais.
 EFEITO PIEZOELÉCTRICO – É o efeito que se obtém quando se aplica
uma tensão elétrica sobre um cristal, onde o mesmo se deforma (se comprime e
se dilata) de acordo com o ritmo da corrente, se convertendo num potente
radiador de ultra-sons.
OBS: Atualmente os cristais utilizados nos aparelhos de ultra-som são os cristais
cerâmicos, e os mais empregados no mundo inteiro são os de PZT (Titanato
Zirconato de Chumbo). A liga entre chumbo, zircônio e titânio é um excelente
sintético pela sua durabilidade e eficiência em converter corrente elétrica em
vibrações mecânicas, ou seja, os cristais cerâmicos possuem maior estabilidade
estrutural, maior rendimento acústico, maior resistência à queda, e menor preço.
Os cristais de quartzo não são mais utilizados.
 INTERFACES – São as diferentes estruturas por onde trafegam as ondas
ultra-sônica durante a terapia; possuem impedância acústica diferente.
 ATENUAÇÃO – Quando se tem a penetração da onda ultra-sônica,
vamos ter as perdas que acontecem até chegar a um ponto chamado de
atenuação, ou seja a amplitude e intensidade diminuem a medida que as ondas
de ultra-som sob a forma de feixe passam através de qualquer meio. Esta
diminuição de intensidade é causada pela difusão de som em um meio
heterogêneo, pela reflexão e refração nas interfaces e pela absorção do meio. O
feixe tem sua intensidade original reduzida pela metade a determinada distância,
a qual é chamada de “Half-Value-Distance” (D/2). O D/2 depende da natureza do
meio e da freqüência das ondas. Ondas de freqüência altas são absorvidas mais
rapidamente e possuem menor D/2 do que freqüências baixas. Quanto mais alta
for a freqüência, menor será o comprimento da onda e maior será sua absorção.
Cada tecido possui valores diferentes de atenuação, conforme a tabela abaixo:

TABELA DE REDUÇÃO DE 50% DA POTÊNCIA (D/2)


1 Mhz 3 Mhz
Osso 2,1 mm
Pele 11,1 mm 4,0 mm
Cartilagem 6,0 mm 2,0 mm
Ar 2,5 mm 0,8 mm
Tendão 6,2 mm 2,0 mm
Músculo 9,0 mm 3,0 mm (tec. Perpendicular)
24,6 mm 8,0 mm (tec. Paralelo)
Gordura 50,0 mm 16,5 mm
Água 11500,0 mm 3833,3 mm
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OBS: ↑ da freqüência = ↑ do coeficiente de atenuação


 EFEITO TIXOTROPO – Consiste na propriedade que apresentam os
ultra-sons de liquefazerem algumas substâncias em estado gelatinoso.
 CAVITAÇÃO –
 Estável: As bolhas que são formadas nos líquidos orgânicos
sofrem ação das ondas sonoras, na fase de compressão (são
comprimidas) e de tração (aumentam sua área).
 Instável: Se a intensidade for muito elevada ou o feixe ultra-sônico
ficar estacionário vai acontecer um colabamento dessas bolhas e
elas vão ganhando energia, e entram em ressonância, até que
“explodem” (devido ao ganho muito grande de energia) e isso
provoca aquecimento muito grande a esse nível, com lesão celular
ou tecidual.

OBS: A cavitação pode ser visualizada ao colocarmos um pouco de


água sobre o cabeçote e ligarmos o aparelho.
 CAMPO PRÓXIMO – Caracterizado por falta de uniformidade da
intensidade, podendo acarretar em lesões tissulares. Podemos torna-las
mais uniforme movimentando o cabeçote durante a aplicação.
 CAMPO DISTÂNTE – Caracterizado por serem mais uniformes, por
pequena interferência, possuindo grande divergência. É menor em ultra-
som de freqüência de 3 Mhz. Não produzem riscos de lesão na aplicação
direta e tem seus riscos diminuídos na aplicação subaquática através de
aproximação do cabeçote da superfície tratada.
 ONDAS ESTACIONÁRIAS – Poderão ocorrer se parte das ondas de
ultra-som viajando através do tecido, forem refletidas por uma interface
entre meios com impedância acústica diferentes. E se as ondas que
incidem na interface são refletidas se tornam superpostas a tal ponto que
seus picos de intensidade se somam.

 Propriedades do Ultra-Som Terapêutico


A área de radiação ultra-sônica do cabeçote é igual a área total do cristal,
e chama-se ERA (Área Efetiva de Radiação). E neste caso deve haver um
“desconto” dessa radiação correspondente a área que compreende a borda do
cristal, além disso devemos saber que se houver defeito na colagem do cristal
ao cabeçote (diafragma) e ocorrem espaços vazios a radiação emitida será
menor.
Os ultra-sons têm a propriedade de prevenir contra toda e possível lesão,
em algumas regiões do corpo, por meio da dor perióstica, que se manifesta
sempre antes de ocorrerem lesões irreversíveis.
Para as aplicações do ultra-som se faz necessário a interposição, entre o
cabeçote e o objeto (epiderme, bolsa d’água, outros dispositivos), de uma
substância de acoplamento. As substâncias de acoplamento normalmente
utilizadas são água, vaselina, pomadas medicamentosas, géis, etc.
No implante metálico, 90% de radiação ultra-sônica que chega é refletida,
e concentra-se nos tecidos vizinhos (ondas estacionárias). Por não se saber
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qual a quantidade de energia ultra-sônica que é absorvida por estes tecidos,


alguns profissionais contra-indicam este procedimento para se resguardarem de
possíveis acidentes que poderiam causar lesões, mesmo utilizando intensidades
dentro da faixa terapêutica. O ultra-som NÃO aquece o implante metálico.
Situação semelhante à descrita acima ocorre na superfície óssea, com 70% de
reflexão das ondas ultra-sônicas.
O Ultra-som utilizado na fisioterapia pode ter freqüência de 1 Mhz e ou 3
Mhz:

☻ 1 Mhz – para lesões profundas


☺ 3 Mhz – para lesões superficiais

O Ultra-som pode se de modo CONTÍNUO ou PULSADO.

CONTÍNUO
 Ondas sônicas contínuas
 Sem modulação
 Efeito térmico

PULSADO
 Ondas sônicas pulsadas
 Modulação em amplitude
 Efeitos térmicos minimizados (quanto menor o tempo de pulso, menor o
calor produzido.)
- 1/5 → sub agudo
- 1/10 → agudo
- 1/20 → muito agudo

EFEITOS FISIOLÓGICOS
 Efeito mecânico
 Aumento da permeabilidade da membrana
 Efeito térmico
 Aumenta a síntese de colágeno
 Aumenta a atividade enzimática das células
 Aumenta as propriedades viscoelásticas dos tecidos conjuntivos e ricos
em colágeno
 Vasodilatação
 Aumento do fluxo sanguíneo
 Aumento do metabolismo
 Ação tixotrópica
 Ação reflexa
 Liberação de substâncias ativas farmacológicas
 Aumento da taxa da síntese de proteína.

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EFEITOS TERAPÊUTICOS
 Antiinflamatório
 Analgésico
 Fibrinolítico
 Destrutivo
 Reflexo
 Aumento da mobilidade articular e cicatricial
 Regeneração óssea
 Regeneração tissular e reparação dos tecidos moles

DOSIMETRIA
 A dosimetria é o produto da intensidade do estímulo pela duração do
tratamento
 Ao aplicar a energia ultra-sônica deve-se ter em mente:
- possibilidade de tratamento com duas freqüências
- possibilidade de interrupção periódica da oscilação. Dentro do
mesmo período, o US pulsado conduz a uma dose menor que o
contínuo.
- Na maioria dos aparelhos, a intensidade se expressa como
potência por área superficial (W/cm²).
- Uso de cabeçotes de tratamento com tamanhos diferenciados. A
dosagem também é diferente.
- Deve-se entender sempre que a “área efetiva de radiação” (ERA)
não deve ser considerada como a área física do cabeçote
transdutor.

TABELA DE REDUÇÃO DE 50% DA POTÊNCIA (D/2)


1 Mhz 3 Mhz
osso 2,1 mm X
pele 11,1 mm 4,0 mm
cartilagem 6,0 mm 2,0 mm
ar 2,5 mm 0,8 mm
tendão 6,2 mm 2,0 mm
músculo 9,0 mm 3,0 mm (tec.
24,6 mm Perpendicular)
8,0 mm (tec.
Paralelo)(labor.)
gordura 50,0 mm 16,5 mm
água 11500,0 mm 3833,3 mm
Ex 1: Aplicação de US (1 Mhz) numa bursa
- US 2 W/cm² (gordura=20mm + músculo=9 mm + bursa)
2: Aplicação de US em sinovite na palma da mão
- US 2 W/cm² (pele=5,5mm + gordura=10mm + tendão=6mm +
articulação)
3: Aplicação de US em mialgia em glúteo médio

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- US 3W/cm² (pele=5,5mm + gordura=30mm + músculo)


 O tempo de aplicação do US: calcula a área a ser tratada e divide pela
ERA do US. EX: 8cm de comprimento por 5cm de largura, com um
cabeçote de 4cm² de ERA (Área/ERA). 40/4=10min.

TÉCNICA DE PENETRAÇÃO
É a distância (ou a profundidade) a qual a intensidade sônica cai para
10% de ou valor original, ou seja, até onde podemos esperar algum efeito
terapêutico.

Tabela de profundidade de penetração com perda de 90% da potência


1 Mhz 3 Mhz
Osso 7 mm X
Pele 37 mm 12 mm
Cartilagem/tendão 20 mm 7 mm
Músculo 30 mm 10 mm(tec.
82 mm Perpendicular)
10 mm (tec. Paralelo)
(labor.)
Gordura 165 mm 55 mm

TABELA DE DOSIFICAÇÃO
Corresponde aos valores de dosificação com que cada estrutura tecidual
pode ser tratada, de acordo com as características da enfermidade, já
descontando as atenuações ocorridas nos tecidos adjacentes.
Quanto mais agudo menor a intensidade, quanto mais crônico maior a
intensidade que deve chegar aos tecidos.
Nervo 0,8 a 1,2 W/cm²
Músculo 0,6 a 1,0 W/cm²
Cápsula 0,5 a 0,8 W/cm²
Tendão 0,4 a 0,7 W/cm²
Bursa 0,3 a 0,5 W/cm²

TÉCNICA DE APLICAÇÃO
 É imprescindível que promovamos um perfeito acoplamento entre o
cabeçote e a pele do paciente, utilizando uma substância que apresente
uma impedância acústica próxima à do tecido humano, do contrário irá
persistir uma delgada lâmina de ar, imperceptível ao olho desarmado,
entre o cabeçote e a pele, formando uma interface que irá refletir, quase
que totalmente, o feixe ultra-sônico.
 É padronizado mundialmente que o US contínuo deve ser usado até 2
W/cm² pois senão ocorrerá lesão de estruturas superficiais. E o US
pulsado só poderá ser usado até 3 W/cm², para não causar lesão
tecidual.

Cláudia Paes Campos


Professora de Eletro-Termo-fototerapia
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 O US pulsado consegue atingir estruturas mais profundas porque a


potência máxima utilizada é maior que no US contínuo; e pode ser usado
na inflamação aguda pois é considerado atérmico.
 Antes de ser utilizado, o US, torna-se necessário submeter o aparelho a
um teste para se verificar se ele realmente está gerando energia
necessária para a terapêutica. É clássico, neste caso, a Prova da Névoa,
que consiste na colocação de algumas gotas de líquido (água, álcool,
soro fisiológico, etc) sobre a superfície do cabeçote e, após ajustarmos o
controle de potência, deve haver a formação de uma “névoa” fina sobre a
superfície do cabeçote.
 O uso do redutor facilitaria o tratamento em áreas de difícil acesso
(cóccix) ou irregulares (extremidades). Mas está totalmente desacreditado
por profissionais, pelo fato de existir a possibilidade de ficar uma bolha de
ar entre o cabeçote e o redutor, que reduziria muito a eficácia terapêutica.
O melhor é utilizar o cabeçote com a “forma reduzida”.
 Nas aplicações que utilizam água, deve ter a preocupação de utilizar
água fervida para que perca os gases que nela estão dissolvidos, pois a
formação de bolhas na superfície do cabeçote constituir-se-á em uma
interface que refletirá, quase que totalmente o feixe ultra-sônico. E uma
vez fervida, deve-se evitar agitar a água para que ela não absorva
novamente os gases.

AS TÉCNICAS DE APLICAÇÃO MAIS UTILIZADAS :
1. Contato direto: Nesta técnica o cabeçote fica em contato direto com a
pele do paciente, entretanto se faz necessário a utilização de uma
substância de acoplamento visando minimizar os efeitos da reflexão.
(pomada de petróleo, óleo mineral, vaselina, gel industrializado-mais
eficaz-).
 Dinâmica: onde o cabeçote é deslizado sobre a região a ser
tratada com movimentos circulares, longitudinais ou transversais
que superpõem, realizados de forma homogênea e com ritmo
lento.
 Estática (ou Fracionária): onde o cabeçote fica parado sobre a
região a ser tratada. Normalmente é utilizado para regiões
pequenas (tendinites, lesões segmentares, etc.) Deve-se observar
intensidade e tempo de utilização menores que utilizados na
técnica dinâmica (intensidade menor que 1 W/cm²).
 Semi-estática: Utilizada em área de pequena extensão, onde são
realizados movimentos de pequena amplitude.
2. Subaquática: não há necessidade, nem é importante que o cabeçote
toque a pele do paciente, devendo ficar a 1 ou 1,5 cm de distância.
3. Bolsa de água: Deve-se utilizar uma substância de acoplamento entre a
pele e a bolsa, e entre a bolsa e o cabeçote.
4. Fonoforese: consiste no método direto, utilizando um medicamento em
forma de gel como meio de acoplamento. Há uma potencialidade dos
efeitos do US pelo medicamento utilizado, que é absorvido pela pele.
Cláudia Paes Campos
Professora de Eletro-Termo-fototerapia
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5. Reflexo segmentar: Mesma técnica do método direto, porém estimula-se


as raízes nervosas paravertebrais, segundo o segmento que queremos
estimular (parestesias em MMSS/MMII, ciatalgia, estimula órgãos, etc).

INDICAÇÕES
 Após 24 à 36 horas trauma agudo (danificar vasos sanguíneos em
recuperação.
 Fraturas
 Lombalgias, lombociatalgias, cervicobraquialgias
 Espondilites, tendinites, bursites, artrite, capsulite
 Hipertrofia muscular reflexa
 Processo fibróticos
 Pós amputação
 Processos calcificados
 Distensão
 Entorses
 Neuralgia, neurite
 Úlcera de decúbito (pulsado e 3Mhz)
 Traumatismos em órgãos internos
 Anomalias da pele
 Contratura de Dupuytren
 “feridas abertas”
 celulite (3 Mhz)

CONTRA INDICAÇÕES
 Áreas isquêmicas
 Aplicações a nível dos olhos
 Útero grávido ou menstruação
 Sobre área cardíaca
 Alguns tecidos moles
 Tumores malignos
 Epífises férteis
 Testículos/gônadas
 Prótese com metilmetacrilato
 Sobre varizes, principalmente trombosadas
 “osteoporose” grave
 inflamação séptica
 lesão pós traumática aguda
 diabetes melitus (relativa) qdo grave- ↑ glicose, fadiga.
 “tecido em fase de regeneração” (relativo)

Cláudia Paes Campos


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CONCEITO:
É uma corrente de alta freqüência, cerca de 30 Mhz (27,33 Mhz), e
produz ondas eletromagnéticas com um comprimento de 11 metros. Seu
funcionamento é com um pêndulo, pois os elétrons ora se movem para um lado,
ora para outro. A polaridade muda de posição tão rapidamente que não chega a
estimular os nervos motores.

CARACTERÍSTICAS BIOFÍSICAS:
1. Fenômeno D’Arsonval - D’Arsonval pegou várias correntes elétricas, e
aplicando num segmento corpóreo, foi aumentando a freqüência seletivamente.
Na baixa freqüência tinha contração muscular, na média tinha um pouco de
contração e um pouco de efeito calórico, quando chegava na alta freqüência não
aparecia o efeito contrátil e somente se conseguia o efeito calório.

2. Efeito Joule – Geração de calor proporcionado pela passagem de


corrente de alta freqüência pelas estruturas orgânicas.

3. Experiência de Shiliephake – Pegou 3 (a, b, c) reservatórios contendo


água e um reservatório de ondas curtas. Em seguida colocou eletrodos de
Shiliephake e observou o seguinte:
A) Quando os eletrodos estavam bem próximo ao reservatório,
havia o aquecimento maior nos reservatórios da periferia (a, c)
B) Quando ele afastava os eletrodos , havia o aquecimento nos 3
reservatórios (a, b, c)
Shiliephake concluiu que se quiser aquecer estruturas localizadas mais
profundamente devemos afastar os eletrodos da pele.

4. Ausência de fenômeno eletrolítico – Nas correntes de alta freqüência não


é verificado fenômeno eletrolítico (como nas correntes de baixa freqüência –
corrente galvânica).
Experiências ocorridas com o OC, água e solução salina mostraram que havia
variações no amperímetro, mas não havia formações de bolhas ou de radicais
que comprovassem o fenômeno eletrolítico.

5. Ação do campo eletromagnético (espaço onde exerce o magnetismo sob


influência de cargas elétricas/ fenômeno elétrico) – Sabemos que qualquer corpo
condutor ao ser submetido a um campo eletromagnético gera em si uma
corrente elétrica, este efeito de indução nos aconselha a evitar, durante o
tratamento, a presença de peças metálicas e aparelhos de precisão (marca-
passo, relógios, aparelhos eletrônicos, etc) –é o caso de precaução de mulher
grávida- no espaço de influência das OC (4,5m). Em decorrência disso alguns
profissionais preconizam que o paciente deverá retirar todos os objetos
metálicos do corpo, e mesmo aqueles que não estejam no campo de aplicação
(entre as placas). Entretanto, outra corrente de profissionais afirma que não
deve haver uma atitude de excessivo zelo, que obriga a retirada de brincos e
Cláudia Paes Campos
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colares dos pacientes, durante um tratamento com OC em regiões distantes, ou


seja só devemos só devemos tirar os objetos metálicos que estão sob a região a
ser tratada. Pois a ação do campo eletromagnético fora do campo de aplicação
(entre as placas) não seria suficientemente intensa para gerar nas peças
metálicas uma corrente elétrica.

6. Transmissão das ondas eletromagnéticas (aceleração de uma carga


elétrica num campo magnético causando perturbação móvel no espaço) – Os
materiais que se deixam influenciar com facilidade pelas ondas eletromagnéticas
são chamados de FERROMAGNÉTICOS (por exemplo: o ferro, o aço e ligas
metálicas especiais).
Aqueles que apresentam algumas “dificuldades” a influência das ondas
eletromagnéticas são chamados de PARAMAGNÉTICOS (por exemplo: alguns
metais e ligas que podem ser imantados e logo depois perdem essa propriedade
(como o ferro doce)).
Os materiais que NÃO são influenciáveis pelas ondas eletromagnéticas
são denominados de DIAMAGNÉTICOS (por exemplo: madeira, plástico,
borracha, etc).
Se nós submetermos dois materiais à influência do campo
eletromagnético, ao mesmo tempo todo o campo tenderá a se propagar pelo que
apresentar propriedades ferromagnéticas. Por exemplo: num paciente que esteja
sendo tratado através de OC. Se ele estiver deitado em cama de madeira, ele é
considerado paramagnético e a cama ferromagnética. Logo, o campo será
desviado para cama, em lugar de agir sobre o paciente, tirando o “rendimento”do
tratamento. Há controvérsias quanto à presença do colchão ou estofamento, se
inibe o desvio ou não do campo; e se a diminuição do rendimento é significante
ou não.
O principal efeito na aplicação das OC é o aquecimento dos tecidos. A
resposta dos tecidos ao aquecimento é similar, não importando a modalidade
utilizada na geração de calor, a única diferença entre OC e outros agentes de
aquecimento por condução é a profundidade onde irá ocorrer o efeito térmico.

EFEITOS FISIOLÓGICOS
 Produção de calor
 Vasodilatação
 Hiperemia
 Aumento do fluxo sangüíneo
 Aumento do oxigênio na área
 Aumento do metabolismo
 Aumento de substâncias metabolizadas
 Diminuição da pressão sanguínea
 Aumento da atividade das glândulas sudoríparas
 Diminuição de viscosidade
 Influência sobre o sangue (aumento n leucócitos)

Cláudia Paes Campos


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EFEITO TERAPÊUTICO
 Ajuda na resolução da inflamação (pela produção de glob. Brancos e
aumento do exudato)
 Regenerador, cicatrizante (aumenta a extensibilidade do tecido colagenoso
profundo, o metabolismo, a produção das células mitose, a cicatrização)
 Analgésico, sedante (alivia as dores pois aumenta o limiar de excitabilidade,
age no SNP)
 Espasmolítico / diminui a rigidez articular (relaxa a musculatura dando mais
suprimento)

TÉCNICAS DE APLICAÇÃO
Tipos de eletrodos:
1. Capacitivos (Condensadores)
a)Placas capacitoras flexíveis: são placas revestidas com almofadas de material
de plástico, borracha, feltro ou espuma (são atualmente, os mais utilizados no
mercado). Possuem tamanhos variados e o espaçamento entre a pele e o
eletrodo é feito com toalha e cobertores.
b)Eletrodo schiliephake: são placas capacitoras acopladas a “braços” mecânicos
que permitem movimentos universais facilitando os posicionamentos dos
eletrodos no segmento a ser tratado. São cobertas com um envoltório de vidro,
plástico ou borracha. Estas coberturas mantém a distância entre a pele e a placa
capacitora (é ajustável). É fácil aplicação. É usado principalmente em superfícies
irregulares que dificultam o acoplamento das placas capacitoras flexíveis. Não
precisa de toalhas ou cobertores, mas a distância é de 30 cm da pele.
c)Eletrodos metálicos internos: Possui um formato especial que permite sua
introdução na vagina (abaixo do colo uterino, na porção superior do canal
vaginal) e no reto (próximo à próstata) com auxílio de lubrificante hidrossolúvel.
Um eletrodo largo, em forma de cinto, é colocado sobre o abdômem para fechar
o circuito. Os eletrodos internos devem ser os maiores possíveis para que haja
um contato completo com os tecidos ao redor. Se o contato for parcial, pode
ocorrer concentração de energia, que levará a queimaduras. É usado para
afecções nos órgãos pélvicos.
2. Indutivos (bobina indutiva):Utiliza-se uma bobina indutiva, que é colocada
em um recipiente plástico podendo ter dobradiças adaptáveis ao corpo. A bobina
promove um aumento de temperatura no tecido subcutâneo e muscular com
mesmo percentual. Existem também os eletrodos de cabo indutivo (cabo de
indução), que são aplicados sobre a região a tratar, ou enrolados em volta do
segmento. Esses eletrodos são pouco utilizados na diatermia por OC nos dias
de hoje no BR.

TÉCNICAS DE UTILIZAÇÃO DOS ELETRODOS CAPACITIVOS:


1. Transversal
 Um eletrodo lateralmente e outro medialmente
 Um eletrodo posterior e outro anterior
 As várias camadas de tecido estão localizados uma atrás das outras em
relação às linhas do campo eletromagnético, ou seja, se encontram dispostas
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em série. Nesta técnica o aumento de temperatura será maior no tecido


subcutâneo (adiposo) e estruturas mais superficiais que no tecido muscular
profundo e órgãos internos ricos em líquidos e proteínas.
 Esta técnica normalmente é utilizada quando se deseja atingir estruturas
mais superficiais, como por exemplo ligamento colateral do joelho, etc.
2. Longitudinal
 Um eletrodo na parte anterior da coxa e outro na região plantar (paciente
sentado);
 Um eletrodo na parte anterior da coxa e outro na panturrilha (paciente
sentado);
 Um eletrodo na região lombar e outro na posição plantar
 As várias camadas de tecido estão dispostas mais ou menos na mesma
posição do campo eletromagnético. Encontram-se dispostos em paralelo. Neste
caso a corrente seguirá o caminho de menor resistência: músculos e outros
tecidos ricos em água.
 Exemplo ligamento cruzado do joelho
3. Co-planar
 Eletrodo no mesmo plano. Estes método promoverá uma terapêutica mais
superficial
 Como em patologias da coluna vertebral o paciente deita em cima dos
eletrodos.
4. Seios frontais
 Existem eletrodos com formato especial para utilização nos seios da face;
alguns necessitam de um eletrodo dispersivo na região torácica, outros não.

Técnica capacitiva Técnica indutiva


Método do campo elétrico: as Os tecidos são afetados por um aplicador
estruturas teciduais são colocadas indutivo, que produzem um campo
dentro do circuito (entre os eletrodos eletromagnético em forma de
e placas. redemoinho.
Aquecimento mais desigual em Aquecimento mais uniforme e eficaz da
tecidos de 2,5 a 5 cm de camada muscular mediana. Atingem
profundidade. O maior aquecimento tecidos de 5 cm de profundidade.
tende a ocorrer nos tecidos
subcutâneo e muscular superficial.
Tipos: Placas capacitoras flexível e Tipos: mônodos (bobina) e selenóide.
eletrodos de Shiliephake.
Formas de aplicação: transversal, Selenóide: em volta do segmento.
longitudinal, co-planar, seios frontais. Mônodo: colocado sobre a área.

OBSERVAÇÕES
1. Para conseguir o máximo de profundidade térmica, devemos colocar os
eletrodos no sentido longitudinal e uma distância eletrodo e pele de  3 cm.
2. Na posição co-planar (eletrodos no mesmo plano) teremos aquecimento
mais superficial.

Cláudia Paes Campos


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b) O superaquecimento superficial é causado pela aproximação


demasiada (eletrodo-pele).
c) O aquecimento irregular ocorre quando os eletrodos são colocados de
forma irregular ou em local irregular.
d) O uso de eletrodos excessivamente grandes conduz à localização
pobre da energia, de forma que não se consegue um bom efeito.
e) Existem 3 fatores que interferem na localização da densidade de
energia das OC:
 Distância eletrodo-pele: quanto mais próximo mais superficialmente
se concentrará a energia das OC nas estruturas tratadas (tecido
subcutâneo) e vice-versa.
 Tamanho dos eletrodos em relação um com o outro e com a parte
do corpo a tratar: com eletrodos de tamanhos diferentes há concentração
de energia no eletrodo menor.
 Localização dos eletrodos em relação um com o outro e com o
corpo: quando se usa eletrodos de tamanhos diferentes e com distâncias
eletrodo-pele diferentes a tendência é que a concentração de energia se
dará no eletrodo menor e na distância menor.
f) Nas partes do corpo de forma crônica ocorre também o seguinte:
 Se os eletrodos estiverem localizados paralelos entre si, existirá
uma concentração de energia, no local onde os eletrodos se encontram
mais perto da pele.
 Se os eletrodos estão localizados sobre a superfície do corpo,
geralmente não serão paralelos entre si e existirá uma concentração de
energia onde os eletrodos estiverem mais perto um do outro (efeito
borda).
 É aconselhável evitar ambas situações extremas e conseguir um
efeito mais uniforme, de forma que os eletrodos deverão colocar-se em
uma posição onde sejam paralelos um ao outro e á pele.
 Existem outros vários fatores que influenciam o comportamento
das linhas do campo; quando se trata uma parte do corpo pontiaguda, se
obtém uma concentração alta de energia no ponto mais próximo ao
eletrodo (deve-se evitar).

DOSEMETRIA (DOSE-POTÊNCIA)
A dosagem vai depender da escala de Schiliephake e também da
sensação de calor referida pelo paciente; da fase que se encontra a enfermidade
(aguda ou crônica). Entretanto, existe uma intensidade terapêutica que é usada
com freqüência no tratamento de OC, que gira em torno de 70mA durante 30
minutos (intensidade de segurança).
Podendo ser usada em casos crônicos usando calor médio e calor forte
por 15 à 20 minutos e na fase aguda usando calor muito débil e o calor débil por
5 a 10 minutos.

Escala de Schiliephake:

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I – CALOR MUITO DÉBIL – Imediatamente abaixo da sensação de calor ou


abaixo do limiar de sensibilidade (aguda).
II – CALOR DÉBIL – É a sensação de calor imediatamente perceptível (sub
aguda).
III – CALOR MÉDIO – É a sensação clara e agradável de calor (sub aguda).
IV – CALOR FORTE – É a sensação de calor no limite de tolerância (crônica).

TEMPO DE TRATAMENTO
Fase aguda  10 à 15 minutos
Fase sub-aguda  15 à 20 minutos
Fase crônica  20 à 30 minutos
Dose Sensação da Indicações
temperatura
I Calor muito débil Traumatismo agudo, inflamação aguda,
redução de edema
II Calor débil Infamação subaguda
III Calor médio Síndromes dolorosas, espasmos
musculares, aumento da irrigação
sangüínea.
IV Calor forte Estiramento dos tecidos rico em
colágenos.

SINTONIA
No tratamento com OC, a sintonia do aparelho é de fundamental
importância pois a eficácia terapêutica está diretamente ligada a ela.
Devemos sintonizar o aparelho da seguinte forma:
 Colocar os eletrodos a uma distância de 3cm da pele, levando em
conta o feltro,e toalha.
 Elegemos uma potência segundo a escala de Schiliephake (dose), ou
a 70 mA.
 Giramos o botão de sintonia (à direita ou esquerda) de modo que o
ponteiro do miliamperímetro vá se movimentando no sentido horário.
Quando o ponteiro atingir o máximo de deflexão, ele retornará
levemente no sentido contrário. Basta, neste momento, apenas girar o
botão da sintonia para o lado oposto inicial que o ponteiro voltará à
posição de máxima deflexão para a potência utilizada.
 Alguns aparelhos possuem uma coluna de lâmpadas que ficará
totalmente luminosa ao ser sintonizado.
 A sintonia deverá estar relacionada com a sensação de calor
desejado, por isso se não conseguirmos o calor desejado, tipo da
escala de Schiliephake, devemos mudar a posição dos eletrodos, seu
tamanho, observar a distância eletrodo-pele ou ainda a distância entre
os cabos.
 Se mudarmos a posição dos eletrodos, o tamanho dos eletrodos, a
distância eletrodo-pele ou a dose, deveremos sintoniza-lo novamente.

Cláudia Paes Campos


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 A confirmação da sintonia ou a própria sintonia (em aparelhos


desprovidos de dispositivos específicos) pode ser feita utilizando uma
lâmpada fluorescente que é colocada sobre os cabos enquanto o
aparelho estiver ligado. A sintonia ideal se dará quando a lâmpada
atingir a luminosidade máxima.
OBS: Os cabos devem estar afastados um dos outro, em hipótese alguma
se cruzam ou se tocam.

PRECAUÇÕES
 Evitar usar próximo a aparelhos de corrente galvânica;
 Remova objetos metálicos do campo da aplicação;
 Transtornos cardíacos;
 Evitar gotas de suor na pele (usar toalhas);
 Nas aplicações sobre a face deve-se retirar lentes de contato;
 Aplicações sobre as gônadas devem ser evitadas;
 Os implantes metálicos são contra-indicados, apenas se uma corrente
significativa alcançar o implante;
 Período menstrual
 O paciente não deve movimentar-se durante o tratamento;
 Epífises férteis;
 Presença de DIU, contra-indicado na região do baixo ventre;
 Entre os cabos e a pele do paciente deve-se colocar uma toalha;
 Evitar macas e cadeiras metálicas.
 Utilizar o teste de Néon para verificar os vazamentos de corrente
OBS: As queimaduras de OC são bastante graves, pois atinge os estratos
mais profundos, quase sempre provocando fístulas de cicatrização bastante
lenta.

CUIDADOS
 Com a sensibilidade
 Com a sintonia
 Com os obesos
 Com as crianças e idosos
 Com os testículos
 Com os cabos e eletrodos
 Com materiais metálicos
 Com o tempo e a dose
 Com a pele úmida (queimaduras)
 Com a distância, inclinação e uniformidade dos eletrodos
 Com mesas, cadeiras metálicas (isolar)
 Não cruzar os cabos
 Não aproximar demasiadamente os cabos (mínimo 10cm)
 Não colocar os cabos diretamente sobre a pele do paciente

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 Interromper o tratamento ao primeiro sinal de vertigem, cefaléia,


hipotensão, salivação ou mal-estar
 Úlceras sujeitas a hemorragias
 Áreas hemorrágicas
 Área expostas a Raio-X, antes de 15 dias após a exposição
 Despir a área a ser tratada
 Paciente em posição cômoda e relaxada
 Mesa, cadeira ou maca deverão ser de madeira ou possuir material
isolante
 Examinar a área a ser tratada
 Testar a sensibilidade térmica e dolorosa
 Secar a região
 Retirar materiais metálicos do paciente, como relógio, anel, pulseira,
correntes e audiofones
 Examinar se o paciente possui pinos, placas, parafusos ou outros
implantes metálicos
 Observar se o paciente possui marca-passo
 Explicar ao paciente as sensações de calor desejável
 Ligar o aparelho à rede urbana
 Colocar adequadamente os eletrodos a 3 cm da pele
 Fixar os eletrodos
 Colocar a dose (potência)
 Ligar o aparelho no circuito de alta freqüência
 Sintonizar o aparelho
 Marcar o tempo
 Questionar o paciente durante o tratamento (calor)
 Usar a escala de Schiliephake
 Sintonizar o aparelho durante o tratamento
 Findando o tempo, desligar o aparelho
 Retirar os eletrodos
 Examinar a área e desligar o aparelho da rede urbana

INDICAÇÕES
 Afecções traumáticas
 Afecções musculares
 Afecções reumatológicas
 Afecções otorrinolaringológicas
 Doenças inflamatórias pélvica não infecciosa
 Doenças gênito urinárias

CONTRA –INDICAÇÕES
 Quadro inflamatório agudo
 Supurações agudas não drenadas
 Patologias com tendências hemorrágicas
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 Gestantes
 Tumores malignos
 Marca-passo
 Tuberculose
 Alterações sensitivas
 Tecidos expostos à radioterapia
 Trombose / arteriosclerose
 Doenças infecciosas
 Estado febril
 Artrose e/ ou artrite reumatóide deformante / crônica.

CONCEITO:
Trata-se de uma forma especial de ondas curtas obtidas, através da
interrupção, da saída das Ondas Curtas contínuas.
São chamadas também de ondas atérmicas (ondas curtas sem efeito
térmico), entretanto há controvérsias com relação a isso, dependendo da
freqüência de pulso que se trabalha (mais elevada) podemos ter algum efeito
térmico.

FREQÜÊNCIA DE REPETIÇÃO DOS PULSOS


a) baixa: Numa freqüência de pulsos baixa ocorre um aquecimento quando
há a passagem da corrente para os tecidos e há informação de calor. Entretanto
como o intervalo que existe de cada pulso é grande, o calor formado tende a
dimunuir, e quando começa um pulso novo o calor já dissipou, assim a
temperatura do tecido não aumenta e o paciente não sente calor algum.
b) média: Numa freqüência de pulso nem muito baixa nem muito alta (existe
uma média), ao chegar o impulso seguinte existirá um efeito térmico residual,
neste caso ocorrerá uma somação dos efeitos térmicos, mas que não será
suficiente para gerar um calor que venha a produzir efeitos
fisiológicos/terapêuticos. Ocorrerá neste caso também, uma somação dos
efeitos não térmicos.
c) alta: Numa freqüência de pulso muito elevada, onde se encurta os
intervalos entre os pulsos, o calor conseguido inicialmente não consegue
dissipar-se a tempo, pois logo chega outro pulso mantendo a temperatura, ou
seja, não se permite que a energia calórica se dissipe entre um pulso e outro,
gerando alguma forma de calor no segmento tratado.

MECANISMO DE AÇÃO
Embora o mecanismo biofísico e biológico das OC pulsáveis não estejam
claramente elucidados, parece que os efeitos se dão a nível da membrana
celular, e que estariam relacionados com a normalização dos potenciais de
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membrana. As OC pulsáteis agiriam de modo a modular ou a fazer uma


normalização desses potenciais de membrana, promovendo ações sobre s
bomba de sódio e potássio.
Atualmente trabalha-se com resultados obtidos em diversas situações
patológicas.

EFEITOS FISIOLÓGICOS / TERAPÊUTICOS


 Acelera a reabsorção de edema / hematoma
 Acelera a consolidação de fraturas
 Acelera cura de feridas (regeneração tecidual)
 Alívio da dor aguda
 Antiinflamatório
 Estimula a circulação periférica
 Aumenta regeneração nervosa

INDICAÇÕES
 Neuropraxia
 Edemas
 Feridas, rupturas
 Fraturas
 Contusão
 Hematomas
 Quadro inflamatório
 Alteração de sensibilidade
 Transtornos circulatórios periféricos
 “implante metálico”
 Queimaduras
 Pós cirurgia plástica

CONTRA-INDICAÇÕES
 Útero grávido
 Marca-passo cardíaco, eletrofrênicos e cerebelares
 Estimuladores de bexiga
 Tumores
 “implante metálico”

DOSIMETRIA
Se a duração do pulso é fixa, e a freqüência de pulso é baixa e a potência
de pico de pulso é pequena, a potência média será baixa. Pode-se ter aumento
da potência média aumentando-se um desses valores.
Quando se usa terapia por OC pulsátil o objetivo consiste em selecionar a
maior potência possível dos impulsos uma vez que gere a menor quantidade de
calor possível.
Uma medida de produção de calor é a potência média. Com uma potência
média baixa será produzido pouco calor durante o tratamento.
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Alguns aparelhos permitem a escolha da duração do pulso, outros trazem


um valor fixo.
Exemplo de alta e baixa doses:
Dose Baixa Dose Alta
(agudos) (crônicos)
 Freqüência de pulso (F) 2 200 Hz
 Duração do pulso (DP) 6 Hz 0,6 ms
 Potência de pico de pulso (PPP) 0,065 ms 1000 W
 Potência média 100 W 80 W
1,7 W
O tempo de tratamento dura em média de 10 à 15 minutos.

HISTÓRICO
Quando partiram para condução das microondas, pensavam na
possibilidade de se utilizar de um recurso terapêutico que conseguisse uma
penetração maior que aquela que era alcançada pelas OC e que tivesse maior
unidirecionalidade, ou seja, que não uma forma de radiação ou vibração
eletromagnética, que não se espalhasse tanto, em função do que acontecia com
os geradores de OC, principalmente quando se utilizava técnicas como eletrodos
capacitivos, onde a articulação toda era submetida a um campo energético.
No entanto, o que se conseguiu em relação à penetração do microondas
foi que não se conseguiu atingir níveis de profundidade maior do que era
conseguido com as OC.

CONCEITO
Micro ondas são vibrações eletromagnéticas, cuja freqüência encontra-se
na faixa de 300 Mhz a 300 Ghz, com comprimento de ondas na faixa de 1mm a
1m
O micro ondas terapêutico trabalha com freqüência na faixa de:
 2456 Mhz –com comprimento de ondas de 12,5 cm
 915 Mhz – com comprimento de ondas de 37,2 cm
 433,9 Mhz – com comprimento de ondas de 69 cm (não está disponível
para uso fisioterápico)

PROPRIEDADES
Uma revisão dos estudos que usavam diferentes freqüências sugere
fortemente que alguns dos aparelhos de MC usados atualmente não operam
freqüência mais efetiva. Eles foram introduzidos na terapia porque geradores
operando nessas freqüências estavam disponíveis para uso médico após a 2ª
Guerra Mundial e não porque 2456 Mhz foi considerada a melhor freqüência. Os
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dados agora sugerem que a freqüência ideal é por volta de 900 Mhz ou abaixo,
minimizando o efeito do calor nos tecidos subcutâneos e aquecendo os tecidos
adjacentes mais adequadamente; o desenvolvimento de pontos de concentração
de calor como resultado de reflexão pelo osso é evitado em grande parte; e esta
freqüência tem uma melhor profundidade de penetração.
As micro ondas viajam à velocidade da luz, propagam-se no vácuo.
Ao atingir a superfície do corpo ou de qualquer outro material, a energia
radiante pode ser absorvida (pelo material encontrado), transmitida, refratada ao
atravessar a superfície, e refletida.
 Absorção: as ondas que não são refletidas, são absorvidas. Ocorre em maior
intensidade nos tecidos com maior quantidade de líquidos, e menor nas
gorduras.
 Refração: ocorre nos meios de densidade diferentes, quando a onda sai de um
para o outro. Há troca de direção ou velocidade.
OBS: As “curvaturas” da superfície cutânea podem promover a refração do feixe
de MC, produzindo uma convergência, que por sua vez, conduz a um aumento
da eficácia de aquecimento dos tecidos mais profundos, inclusive o músculo.
 Reflexão: as ondas ao penetrar, são refletidas com maior intensidade ao nível
da pele e dos ossos. É menor quando se utiliza aparelhos com freqüência de
915 Mhz.
OBS: A reflexão de energia ao nível da junção de tecidos com diferenças
relativamente consideráveis nas propriedades dielétricas também influencia a
distribuição da absorção das microondas, e portanto influencia também a
distribuição do aquecimento. Existem três interfaces específicas deste tipo: pele,
ar, músculo e tecido adiposo suprajacente, e osso e qualquer dos tecidos moles
adjacentes. Cada uma destas superfícies comporta-se como um espelho,
fazendo com que uma parte das MC sofra reflexão, retornando aos tecidos
suprajacentes.
A penetração das MC é proporcional ao comprimento de ondas das
radiações, e portanto inversamente proporcional à freqüência. À medida que vai
aumentando o comprimento de ondas da radiação eletromagnética, a
penetração aumenta, e a absorção ocorre nos tecidos mais profundos.

EQUIPAMENTO
1. Magnetron (Catodo central)
2. Cabo Coaxial
3. Guia de ondas
4. superfície refletora

1. PROCESSO DE OBTENÇÃO:
Há uma válvula, com um dispositivo que permite a passagem de elétrons
num só sentido. Esta válvula é especial, chamada MAGNETRON. Existe neste
Magnetron, um dispositivo que é o catodo central que uma vez aquecido passa a
emitir esses elétrons que vibram a uma freqüência pré determinada gerando
assim uma corrente de alta freqüência que é transmitida através do que
chamamos de cabo coaxial seguindo a direção do Guia de onda ou antena e a
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partir daí, vão para uma superfície refletora e desta são transmitida para o
organismo.
A superfície refletora são os eletrodos, que podem ser de vários
tamanhos e formas, para várias áreas.
O equipamento deve ser capaz de elevar a temperatura tecidual a níveis
de tolerância e potencialmente superar o resfriamento resultante do aumento do
fluxo sanguíneo, e ser capaz de provocar uma resposta fisiológica com um
mínimo de radiação dispersada que afete órgãos sensíveis do paciente ou do
terapeuta.

2. ELETRODOS:
a) sem contato direto utilizados a uma distância de mais ou menos 10 cm.
 Retangular – podem variar consideravelmente quanto ao tamanho, e geram
uma distribuição térmica ovalada, com maior intensidade no centro;
 Circular grande/pequeno (Mônodo) – Existem modelos que geram um padrão
toroidal de distribuição de calor (em forma de “rosquinha”), ocorrendo mínimo
aquecimento na área central. Este dispositivo direcionador é o preferido para
tratamento de uma região com a protuberância óssea, ou de uma articulação
superficial, porque a parte central do dispositivo direcionador pode ser
posicionada sobre a área necessitando de menor intensidade de aquecimento.
b) contato direto alguns autores mencionam contato direto com a pele e
outros dizem que este contato até 1 cm de distância da pele. Estes eletrodos
proporcionam melhor acoplamento e menor dissipação de radiação. Podem ser
equipados com resfriamento a ar que assegura arrefecimento uniforme da pele e
elimina o aquecimento seletivo da superfície e das bordas do eletrodo.
Foram projetados para o tratamento de pequenas áreas, como a
articulação temporo-mandibular.
Aplicadores resfriados a ar, operando na freqüência de 915 Mhz, são
utilizados em contato com a pele, e são considerados como mais eficientes no
aquecimento profundo.
c) Eletrodo focal são eletrodos especiais em forma de foco, utilizados para
aplicação em pequenas áreas, de cerca de 1 a 2 cm de diâmetro.

PROPAGAÇÃO E ABSORÇÃO DAS MICRO ONDAS NOS TECIDOS


 Pesquisadores indicaram que uma grande e variável quantidade de energia
pode ser refletida na pele sob condições terapêuticas. É possível ter perdas
variáveis de mais do que 50% da energia irradiada do eletrodo, e portanto é
difícil reproduzir os efeito biológico de uma maneira confiável. A reflexão é
minimizada com o uso da mais baixa freqüência disponível de 915 Mhz, com o
uso de aplicador de contato direto, e com incidência perpendicular.
 Após o pico de temperatura ser alcançado, o resfriamento pelo aumento do
fluxo sangüíneo reduz a temperatura apesar da continuação da aplicação,
mantendo-a constante.
 As aplicações de micro ondas com freqüência 2456 Mhz para terem uma
profundidade eficiente, devem ser aplicadas em áreas onde a pele e a gordura
subcutânea tenham espessura mínima.
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 Observou-se durante a exposição à freqüência de 2456 Mhz um padrão de


aquecimento indicativo de reflexão de energia e produção de um padrão de
ondas estacionárias na interface músculo-osso. O resultado disso pode ser
menor em freqüências ao redor ou abaixo de 900 Mhz.
 Os estudos sugerem que devido à grande quantidade de reflexão na
superfície do osso, muito pouca energia alcança a área além do osso na
freqüência 2456 ou 915 Mhz. Se o propósito for aquecer toda a articulação ela
deve ser exposta sob todos os ângulos, como é o caso da terapia com ultra-
som.
 As radiações eletromagnéticas de microondas podem interagir com objetos
metálicos, que podem funcionar como antenas. Portanto, peças de metal,
cadeiras ou mesas de metal não deve permanecer sob o campo de ação das
microondas. Também pode ocorrer algumas interferência elétricas com muitos
equipamentos eletrônicos. Devem ficar a distância de pelo menos 3 metros.
 AQUECIMENTO
Aquecimento = corrente² x resistência x tempo
Quanto maior a corrente que passa pelo tecido menor é a resistência
oferecida pó ele, ou seja, os tecidos que oferecem maior resistência deixam
passar menor quantidade de corrente, e de acordo com a fórmula supra citada é
mais importante para que haja um aquecimento eficaz (da estrutura tratada) que
seja maior o valor da corrente que venha passar pelo tecido do que o valor da
resistência oferecida pelo mesmo.
1) A condutividade elétrica depende do conteúdo de água tecidual e de íons,
ou seja, quanto mais aquoso for o tecido maior será quantidade de corrente que
passará pelo tecido e conseqüentemente maior será o aquecimento.
Tecidos com alto condutividade Tecidos com baixa condutividade
 Sangue  Gordura
 Músculo  Ligamento
 Suor  Tendão
 Cartilagem
Quanto maior estiver a temperatura nos tecidos, maior será a condutividade.
Portanto, à medida que o microondas for aquecendo a estrutura tecidual, haverá
aumento da condutividade, e conseqüentemente maior será a quantidade de
corrente que passará pelo tecido.
Portanto, numa decisão clínica para eleger um determinado recurso devemos
saber que as microondas terão um efeito de aquecimento maior em estruturas
com grandes massas musculares.
2) Existe a controvérsia de que o tecido gorduroso vivo está permeado de vasos
sanguíneos de pequeno calibre, o que poderia levar a condições apropriadas de
absorção da radiação eletromagnética e o conseqüente aquecimento.
3) Existem atualmente modelos de aparelhos de microondas que emitem suas
ondas de modo pulsado promovendo um efeito atérmico, semelhante ao do
ondas curtas pulsado.

EFEITOS FISIOLÓGICOS

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 Produção de calor
 Hiperemia
 Vasodilatação
 Aumento do metabolismo
 Aumento da circulação sanguínea
 Diminui a pressão arterial
 Aumento do oxigênio na área

EFEITOS TERAPÊUTICOS
 Regenerador tecidual
 Analgésico
 Antiinflamatório
 Espasmolítico / relaxante
 Ação reflexa

DOSIMETRIA
Depende da sensação subjetiva de calor referida pelo paciente e ainda da
fase em que se encontra a enfermidade, é baseada na escala de Schiliephake:
 Calor muito débil – fase aguda
 Calor débil – fase subaguda
 Calor médio – fase subaguda
 Calor forte – fase crônica
A maioria dos aparelhos possui um indicador de intensidade que nos permite
uma verificação da dosagem recebida pelo paciente: em doses pequenas de até
60 W, médias de até 120 W e grandes de até 180 ou 200 W.

TEMPO DE APLICAÇÃO
 Calor muito débil e calor débil – 10 min
 Calor médio e calor forte – de 15 a 20 min
Alguns autores mencionam o tempo de tratamento como uma média entre 10
e 20 minutos.
As modificações de sensibilidade durante o tratamento são freqüentes,
porém isto nunca deve ser motivo para que o terapeuta aumente a dose inicial.
Além disto, o paciente deve permanecer sempre sob controle durante o tempo
de aplicação.
São preferíveis os aplicadores refrigerados a ar porque eles evitam aumentos
indesejáveis de temperatura na pele e na gordura subcutânea.

TÉCNICAS DE APLICAÇÃO
 Quanto de gerador: como nós trabalhamos com uma válvula, deve-se
esperar alguns minutos para que esta válvula (magnetron) se aqueça.
 O paciente não faz parte do circuito (como no ondas curtas), devem estar
o mais relaxado possível.
 A área de tratamento deve estar despida e seca.
 Deve-se retirar objetos metálicos do campo de aplicação.
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 Deve-se orientar o paciente para que não se aproxime do eletrodo após


iniciado o tratamento, e que o equipamento pode produzir queimaduras e
que deve transmitir qualquer reação de calor excessivo.
 Após o tratamento deve-se fazer uma inspeção na área tratada, não deve
aparecer reação eritematosa, apenas rubor de pequena intensidade.
 As microondas aplicadas sobre os ossos da face ou testa,
ostensivamente objetivando o tratamento da sinusite, refletem-se nos
ossos, ocorrendo uma penetração desprezível até os seios intra-ósseos
maxilares e frontal. Afora a questão da segurança, o tratamento da
sinusite por meio de microondas é, na melhor das hipóteses, ineficaz.
 A incidência das micro ondas deve ser perpendicular à pele.

INDICAÇÕES
 Processos inflamatórios mioarticulares
 Neuropatias
 Traumatismos
 Contraturas
 Distensão musculares
 Patologias reumatológicas
 Espondilalgias
 Amigdalites, etc

CONTRA-INDICAÇÕES
 Quadro inflamatório agudo
 Supurações agudas não drenadas
 Patologias com tendências hemorrágicas
 Gestantes
 Tumores malignos
 Marca-passo
 Tuberculose
 Alterações sensitivas
 Tecidos expostos à radioterapia
 Trombose / arteriosclerose
 Doenças infecciosas
 Estado febril
 Artrose e/ ou artrite reumatóide deformante / crônica.

HIPOTERMOTERAPIA

HISTÓRICO
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Hipócrates já revelava indicações em pacientes. E utilizava também com


finalidade de analgesia pós cirúrgica.
Jean Larré observou que operando pacientes em temperatura de 35 a 40
graus, conseguia resultados melhores (recuperação pós operatória).
Redard descobriu que o cloreto de etil analgesiava.
Trendelemburger observou que o tratamento se tornava lesivo quando
permanecia por tempo prolongado em temperatura diminuída (lesão por gelo) –
“pé de trincheira” principalmente nas extremidades. O mecanismo poderia ser
lesional.
A crioterapia se manifesta no período de1945 a 1954 com Kabat. É um
método formulado por um neurologista, que possui boa parte da técnica de
facilitação neuromuscular.
De 1984 a 1990 o professor Knight condenou o que já havia. Propôs
técnicas novas e mostrou aspectos da polêmica “vasoconstricção”. Concluiu que
o efeito básico era vasoconstricção.

CONCEITO
É o resfriamento local dos tecidos ou regiões com finalidade terapêutica. Pode
ser definida também como terapia pelo frio ou terapia fria.
O frio é um estado relativo caracterizado pela diminuição de movimento
molecular. O termo crioterapia é utilizado para descrever a aplicação de
modalidades de frio que têm uma variação de temperatura de 0°C a 18,3°C.
A crioterapia abrange uma grande quantidade de técnicas específicas que
utilizam o frio nas formas, líquida, sólida e gasosa com o objetivo terapêutico de
retirar calor do corpo.

OBJETIVO TERAPÊUTICO
O objetivo principal do uso da crioterapia é o de retirar calor do corpo.
A retirada de calor do corpo induz os tecidos a um estado de hipotermia
com uma redução da taxa metabólica local, promovendo assim, uma redução
das necessidades de oxigênio pela célula, preservando-a e permitindo que ela
possa ser recuperada sem lhe adicionar mais danos, do que aqueles já
instalados pela lesão primária.
Portanto, os objetivos da crioterapia referem-se à condição de
preservação da integridade da célula do tecido lesado, possibilitando assim uma
reparação mais rápida e com menos danos estruturais.

EFEITOS LOCAIS DA APLICAÇÃO DE FRIO


 Vasoconstricção
 Redução da taxa de metabolismo celular em conseqüência da
necessidade de oxigênio
 Redução da produção de resíduos celulares
 Redução da Inflamação
 Redução da dor
 Redução do espasmo muscular

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EFEITOS SISTÊMICOS GERAIS DA EXPOSIÇÃO AO FRIO


 Vasoconstricção geral em resposta ao resfriamento do hipotálamo
posterior
 Redução das freqüências respiratórias e cardíacas
 Tremores e aumento do tônus muscular

EFEITOS GERAIS:
1) Sobre a temperatura corporal:
A temperatura superficial cai imediatamente e de forma abrupta, quando a
modalidade fria é aplicada sobre os tecidos.
A temperatura profunda cai de forma muito lenta e progressiva durante a
aplicação do frio. Sendo que quanto mais profundo for o tecido, mais lenta é a
queda da temperatura.
A recuperação total da temperatura superficial, dependendo do local do
corpo, pode levar de 1 hora a 2 horas, mas entre 20 a 30 minutos sua
recuperação já permite uma nova aplicação do frio, sem que isso possa produzir
danos estruturais.
A recuperação da temperatura profunda não ocorre imediatamente após a
retirada do frio. Pelo contrário, ela continua a cair, quase que na mesma
proporção que apresenta durante o resfriamento.
Para que aconteça o resfriamento do tecido superficial podemos utilizar
somente uma aplicação de frio, e que para resfriar o tecido profundo podemos
utilizar o frio de forma intermitente.
Fisiologicamente devemos entender que o intervalo entre uma
reaplicação e outra do frio, tem por objetivo recuperar a temperatura da pele,
para que ela não sofra danos, enquanto continuamos com a queda da
temperatura profunda.
2) Sobre a circulação sanguínea:
Diversos pesquisadores confundiram-se na aplicabilidade clínica do frio,
na relação tempo versus VC e VD. Alguns defendiam 5 minutos, outros
defendiam 10 minutos, para que terminasse a VC e começasse a VD. Estas
confusões, com certeza limitaram os efeitos terapêuticos que poderiam ter
obtidos, se aplicassem corretamente o frio.
Tirou-se conclusões importantes do que foi discutido em pesquisa até
agora, sobre os efeitos circulatórios promovidos pela aplicação do frio. Eis
algumas:
a) Não há vasodilatação durante ou após aplicações do frio
b) Só há vasoconstricção, que ocorre durante a aplicação do frio e tem por
objetivo conservar o calor do corpo.
c) A literatura mostra que é maior o fluxo sangüíneo induzido por exercício
do que por frio ou calor.
3) Sobre o mecanismo neuromuscular:
a) O frio reduz o espasmo muscular por um mecanismo de reflexo
b) O resfriamento reduz a elasticidade do tecido conectivo e muscular.
4) Sobre a dor:
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A hipotermia local e a redução da dor são consideradas como fator


importante da dor por dois mecanismos:
a) Direto
- pela elevação do limiar de dor
- pela liberação de endomorfina
- pela diminuição do metabolismo
b)Indireto – pela eliminação da causa
Um fator muito importante está relacionado à condição emocional
do paciente submetido à terapia pelo frio. Um apoio sobre este
aspecto é muito importante, pois a maioria dessas pessoas têm
medo em usar frio, por crendices negativamente aprendidas com o
tempo.
5) Sobre a inflamação:
a) O frio inibe a proporção de crescimento e reprodução de bactérias
b) O frio torna as bactérias mais suscetíveis ao ataque do sistema
imunológico do corpo e aos antibióticos.
c) O frio reduz a produção de toxinas bacterianas e substâncias metabólicas
como a “penicilinase”.
d) O frio reduzindo a dor, reduz o vasoespasmo simpático, que, por
conseguinte melhora a circulação profunda.
6) Sobre o metabolismo celular:
A redução do metabolismo é o principal efeito fisiológico das aplicações
do frio. À redução da temperatura e do metabolismo dá-se o nome de hiotermia.
O objetivo principal da hipotermia é reduzir a atividade metabólica dos
tecidos envolvidos, para que aqueles que estejam lesados, ou recebendo pouco
oxigênio, tenha uma melhor condição de sobrevivência.
7) Sobre a viscosidade:
Aumenta. Este efeito é perceptível a nível de pequenas articulações.
8) Sobre a sensação cutânea:
Todas as sensações cutâneas diminuem.
9) Sobre o tecido celular subcutâneo:
Corresponde basicamente ao tecido adiposo, que tem um papel
importante de proteção térmica. Em pessoas obesas a penetração do frio é
menor que as pessoas magras.
10) Glândulas sudoríparas:
Diminui a atividade de produção.
11) Sobre os nervos:
Aumento do limiar das fibras e diminui da neurocondução.
12) Sobre a permeabilidade celular:
Diminui. Importante para o trauma agudo, pois diminui o extravasamento
de líquido para o interstício.

TÉCNICAS TERAPÊUTICAS
Durante toda a evolução da crioterapia, diversas técnicas de resfriamento
foram se somando àquela já existentes, fazendo com que, inúmeras opções

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terapêuticas fossem colocadas em disponibilidade para que nós, terapeutas,


tivéssemos uma melhor condição de escolha.

1) Pacote de gel (hidrocollator)


O pacote de gel consiste em uma substância gelatinosa acondicionada
dentro de uma bolsa de vinil (melhor qualidade) ou dentro de um material
plástico resistente (comum).
O pacote de gel em bolsa de vinil é mantido a uma temperatura abaixo de
zero, e quando utilizado na terapia mantém esta temperatura, por um período de
tempo de aproximadamente 30 minutos a 1 hora.
Está indicado para o tratamento de lesões superficial e profunda. O seu
aquecimento, devido à retirada de calor do corpo, é lento e consegue manter o
seu valor terapêutico pelo período de tempo que dura a terapia. Portanto, a
duração da terapia deve ser no máximo de 20 minutos, para prevenirmos
possíveis danos que este nível de temperatura pode causar à pele.
O pacote de gel comum é mantido a uma temperatura, também abaixo de
zero, mas quando utilizado na terapia não mantém esta temperatura por mais de
5 minutos. Está indicado para o tratamento de lesões superficiais. O seu
aquecimento, devido a retirada de calor do corpo, é muito rápido e não
consegue manter o seu valor terapêutico por mais de 5 minutos. A duração da
terapia deve ser no máximo de 10 minutos. Devido à perda do seu valor
terapêutico. Os riscos de danos à pele são pequenos, pois a sua temperatura
sobe progressivamente.

2) Pacote químico
O pacote químico caracteriza-se por ser descartáveis e pó possuir no
interior do seu envoltório (bolsa de vinil) duas divisões, uma pequena e outra
maior adicionando em seus interiores duas substâncias químicas que irão
promover o resfriamento.
Pode iniciar a operação de resfriamento pelo pacote químico, apertamos
a bolsa menor até que ela se rompa e libere o seu fluido para bolsa maior. A
reação química dos componentes das duas bolsas reduz a temperatura da
mistura. A duração da terapia deve ser até 20 minutos; e o seu valor terapêutico
é indicado para o tratamento de lesões superficiais e profundas. Cuidados
devem ser tomados quando a possíveis vazamentos do fluido que podem
provocar queimaduras químicas.

3) Bolsa de borracha
A bolsa de borracha consiste na mistura de gelo e água, a mais ou menos
4°C, que para maior conforto do paciente, deve acompanhar o contorno da parte
do corpo sobre a qual está sendo aplicada.
Pode ser feita também, uma bolsa de borracha fria, diferente da bolsa de
borracha comum: juntar gelo moído com álcool (isopropil), numa razão de 2
partes de gelo, para 1 de líquido, colocar esta mistura em uma bolsa de
borracha. Este tipo de composição mantém por mais tempo a temperatura baixa,
em relação à bolsa de borracha comum, onde adicionamos gelo moído e água.
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4) Compressa Fria (água fria) ou panqueca fria (gelo)


A panqueca é utilizada com freqüência por pessoas em suas casas. Para
se preparar uma panqueca ou compressa fria, devemos proceder da seguinte
maneira:
 Na compressa fria molhamos uma toalha em água fria e dobramos em
forma de uma compressa.
 Na panqueca fria executamos o mesmo procedimento da compressa fria,
só que adicionamos, dentro da toalha, gelo moído e dobramos em forma
de uma panqueca, de acordo com a configuração anatômica da área a
ser tratada.
 O tempo de utilização eficaz é cerca de 30 minutos.
Pode ser indicada no caso em que necessitamos de um resfriamento
superficial/profundo.

5) Banho de contraste
O banho de contraste é o uso alternado do frio e do calor terapêutico,
onde a temperatura não é constante, e pode também ser chamado de banhos
parciais.
Os objetivos são vasomotores, ou seja, alterações circulatórias que o
quente e o frio promovem nos tecidos, sem reduzir o tônus muscular e o
vascular.
As principais indicações para o uso do contraste devem estar
relacionadas com os fatores:
a) Profundidade da lesão: é o primeiro fator mais importante a ser
considerado em relação ao tempo da aplicação da técnica de contraste.
Quando desejamos obter resultados a um nível superficial aplicamos a
técnica de 10 min a 15 min, em média. Quando desejamos trabalhar a um
nível mais profundo, aplicamos a técnica por 30 min em média.
b) Estágio da lesão: é o segundo fator mais importante a ser considerado. O
contraste não deve ser utilizado em lesões agudas articular, muscular e
circulatória.
Classificação das temperaturas as água e do tecido:
Gelo 0°C
Água gelada 1°C a 10°C
Água muito fria 10°C a 12°C
Água fria 12°C a 30°C
Água tépida 30°C a 34°C
Água morna 34°C a 38°C
Água quente 38°C a 40°C
Água muito quente 40°C a 45°C
São diversas as indicações para o uso desta técnica, mas um fator fisiológico
que deve sempre ser considerado, é aquele cuja técnica promove um verdadeiro
treinamento vasomotor.
O Banho de Contraste deverá terminar em 3 minutos de imersão
na água fria pois promove alterações vasculares intermitentes.
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A duração do banho é de 27 min e mais 3 min no final da terapia que tem por
objetivo resfriar os tecidos e reduzir as necessidades metabólicas dos mesmos.
Água quente Água fria
temperatura tempo Temperatura tempo
40°C 5 min 15°C 1 min
45°C 1 min 10°C 1 min
45°C 1 min 5°C 1 min
45°C 1 min 1°C 1 min
45°C 1 min 1°C 1 min
45°C 1 min 1°C 1 min
45°C 1 min 1°C 1 min
45°C 1 min 1°C 1 min
45°C 1 min 1°C 1 min
45°C 1 min 1°C 1 min
45°C 1 min 1°C 3 min

6) Banho de Imersão
O banho de imersão é utilizado para imersão, em água gelada, de um
segmento corporal. Normalmente se usa um recipiente grande, que possa conter
o segmento a ser tratado, cheio de água, e onde são adicionadas as pedras de
gelo, até que chegue à temperatura desejada para a terapia; 1°C a 5°C para
áreas menores e 10°C a 15°C para áreas maiores. Normalmente utiliza-se 30
min de imersão para pequenas áreas e 20 min para áreas maiores.

7) Hidromassagem terapêutica (turbilhão frio)


Podem ser utilizados como terapia fria, por apresentarem duas
importantes condições, técnicas e mecânicas, como: comporta imersão de áreas
pequenas e grande do corpo, e associa o frio e a massagem pelo movimento da
água.
A duração da aplicação segue os mesmos critérios da imersão, 30 min
para áreas menores e 20 min para áreas maiores.
A temperatura da água também segue os mesmos critérios da imersão,
1°C a 5°C para áreas menores, e 10°C a 15°C para áreas maiores.

8) Massagem com gelo


a) Criomassagem: a técnica de massagem com gelo já é bastante conhecida e
utilizada terapeuticamente, mas os seus efeitos fisiológicos ainda não foram
discutidos e interpretados, para que possa ser indicada com mais precisão.
Poderíamos definir a massagem com gelo, como sendo o uso do gelo sob
a forma sólida em movimentos de vai-e-vem sobre a pele, paralelos às fibras
musculares. Todo movimento deve aumentar a extensão da área coberta pelo
movimento anterior.
Para o desenvolvimento desta técnica crioterápica, o gelo pode ser
acondicionado sob diversas formas: cubo, picolé e outras. Esta variedade nas
formas do gelo facilita a sua aplicabilidade nas diferentes regiões do corpo.

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Diversos aspectos devem ser considerados para que a prescrição da


massagem com o gelo possa ser feita com precisão.
São indicadas em lesões superficiais, resfriamento e inibição de fibras
livres, estimulação em lesões neurológicas com movimentos curtos e breves.
O tratamento é interrompido quando o paciente relatar uma sensação de
dormência e se a pele ficar branca ou azul, indicando que está ocorrendo o
congelamento da mesma.
Devemos ter cuidado com a origem da água, proteger a mão quando
segurar o gelo, e a pressão exagerada do gelo sobre a pele.
b) Crioestimulação: é considerada uma massagem com gelo, entretanto ela é
utilizada de maneira que estimule músculos paralisados ou paréticos.
A técnica é a seguinte: pega-se um pedaço de gelo (que caiba na mão e
que não possua superfície pontiagudas), passe de forma vigorosa, três vezes
sobre o músculo comprometido, no sentido da contração muscular, e solicite ao
paciente que contraia o músculo estimulado.
Pode-se associar com a crioestimulação, o reflexo de estiramento e o
tapping, visando potencializar a estimulação muscular.

9) Pacote de gelo
A técnica é produzida através da colocação de gelo dentro de um saco
plástico de textura fina. O gelo colocado dentro do saco plástico deve ser moído
ou triturado. Devemos evitar o gelo em cubo, pois dificulta a moldagem em
extremidades. Retiramos o ar de dentro do saco plástico, fechando-o em
seguida para a sua aplicabilidade.
Alguns cuidados que devemos ter:
 O tempo de aplicação não deve ultrapassar 60 minutos de terapia
continua, para evitarmos possíveis ulcerações na pele.
 A Fixação do pacote ao local da aplicação pode ser feita por bandagens
elásticas ou ataduras de crepe, mas devem ser colocadas após 10 a 15
min do início da terapia e não exceder 80% de sua resistência tênsil.
 O isolante (saco plástico vazio)entre o pacote e a pele nas primeiras
sessões para se prevenir o desconforto causado pelo frio direto sobre a
pele. Esse desconforto geralmente, acompanha as primeiras sessões de
terapia, por ainda não ter o local desenvolvido à adaptação ao frio. Isto
pode ou não ocorrer, varia de pessoa para pessoa e de região para
região do corpo.
 A aplicação do pacote de gelo sobre áreas pouco vascularizadas (região
anterior tibial, na patela e nas extremidades ósseas), nestas condições
deve-se proteger a área com um isolante para que possamos reduzir em
pelo menos 30% a 40% a velocidade de resfriamento e prevenirmos
danos nos tecidos.
O pacote frio é o melhor indicado para o tratamento de lesões profundas,
mas na falta de outros recursos, podemos adapta-lo para o tratamento de lesões
superficiais, controlando a variável “tempo”.
A temperatura do pacote é de aproximadamente de 2°C a 4°C.
Tem indicação para diversas patologias de caráter profundo.
Cláudia Paes Campos
Professora de Eletro-Termo-fototerapia
Universidade Estácio de Sá
33

É a técnica que resfria mais rapidamente entre as mais simples, também


a mais eficiente, de fácil produção e aplicabilidade.

10)Spray
O Spray é uma técnica de resfriamento que promove a redução da dor,
agindo como um contra-irritante, ou seja, modificando a entrada sensorial da
dor. Pode ser de dois tipos:
a) Spray-fluor-metano diclorodifluormetano (15%) e tricloromonofluormetano
(85%)
É um gás inerte, não é explosivo, inflamavel, tóxico nem anestésico geral,
como o etil-clorido.
Indicações: À aplicação tópica no controle da dor miofacial, movimento
limitado, espasmo muscular e controle de dor associado à aplicação de injeções,
dor lombar, torcicolos, espasmo muscular associado à osteoartrite, entorse do
tornozelo, rigidez dos ísquios-tibiais, espasmo do músculo masseter, alguns
tipos de dores de cabeça e dor reflexa devido a pontos desencadeantes.
Precauções: devemos tomar muito cuidado para minimizar a inalação de
vapores, especialmente em aplicações na cabeça e no pescoço. Evite o contato
com os olhos. O Flúor-metano não deve ser aplicado ao ponto de formação do
congelamento.
Reações adversas: pode ocorrer sensibilidade cutânea, mas parece ser
extremamente rara. A baixa temperatura (congelamento) pode ocasionalmente,
alterar a pigmentação (pele branca).
Contra-indicação: O Fluo-Metano é contra-indicado para indivíduos com
histórico de hipersensibilidade à substância ativa.
Dosagem e Administração: Ao aplicar o spray, inverta o frasco sobre a
área que está sendo tratada aproximadamente a 30 cm de distância do local da
aplicação.
b) Spray-etil-clorido (cloretano)
O Etil-Clorido é um vapor refrigerante destinado à aplicações tópicas para
controlar a dor.
Indicações: Anestesia em pequenas cirurgias, lesões no esporte,
anestesia pré injeção, dor mio-facial, etc.
Precauções: Sua inalação pode produzir efeitos narcóticos e anestésicos
gerais e anestesia profunda ou coma fatal, como parada cardíaca ou
respiratória. O Etil-Clorido é inflamável e nunca deve ser usado na presença de
uma chama em aberto, ou equipamento elétrico de cauterização.
Reações adversas: pode ocorrer sensibilidade cutânea, mas parece ser
extremamente rara. A baixa temperatura (congelamento) pode ocasionalmente,
alterar a pigmentação (pele branca).
Contra-indicação: o Fluor-Metano é contra-indicado para indivíduos com
histórico de hipersensibilidade à substância ativa.
Dosagem e administração: ao aplicar o spray, inverta o frasco sobre a
área que está sendo tratada aproximadamente a 30 cm de distância do local da
aplicação.

Cláudia Paes Campos


Professora de Eletro-Termo-fototerapia
Universidade Estácio de Sá
34

INDICAÇÕES
 Traumatismo ou inflamação aguda
 Dor aguda ou crônica
 Queimaduras de primeiro grau, pequenas e superficiais
 Edema e dor pós cirúrgica
 Uso em conjunto com exercícios de reabilitação
 Espasticidade que acompanha distúrbios do SNC
 Espasmo muscular agudo ou crônico
 Nevralgia

CONTRA-INDICAÇÕES
 Envolvimento cardíaco ou respiratório
 Ferimentos abertos
 Insuficiência circulatória
 Alergia ao frio
 Pele anestesiada
 Diabetes avançada
 Fenômeno de Reynaud.

LESÕES PROVOCADAS PELO FRIO


A prescrição da crioterapia deve ser feita respeitando os princípios
fisiológicos que podem provocar danos nos tecidos do corpo. Na evolução
desses princípios, citados pela literatura, encontra-se condutas altamente
conservadoras, como o de usar o gelo somente 10 min a 15 min. Por receio de
causar lesões. A realidade fisiológica mostra que essas condutas limitavam os
efeitos benéficos que o frio poderia promover, caso fosse aplicado por um tempo
relativamente maior. Daí pode-se concluir que os resultados terapêuticos, dessa
época, poderiam ter sido bem melhores. Todas as contra-indicações não
apresentavam fundamentação científica para sustenta-las.
 Ulceração – como congelamento de tecidos localizados. Podendo ser
superficial ou profunda.
 Pé-de-imersão - como resultado da exposição prolongada (semanas) ao
frio ou à água fria em temperatura ambiente acima do congelamento. A
evolução do quadro mostra edema, hiperemia e anestesia transitória
 Pé-de-trincheira – exposição em condições ambientais pantanosas e
úmidas.
 Hipersensibilidade ao frio (alergias) – quando ocorre espasmo muscular
ou dor produzida normalmente pela diferença do gradiente termal.
 Alterações vasoespásticas (fenômeno de Raynaud) – nome dado às
alterações funcionais da circulação periférica de caráter local. É
caracterizado por episódios em pequenas artérias e arteríolas (nas
extremidades), resultando em palidez, ou cianose da pele, seguindo de
hiperemia, também podendo ocorrer formigamento e queimação. A
obstrução completa dos vasos ocorre quando a constrição for muito
grande.
Cláudia Paes Campos
Professora de Eletro-Termo-fototerapia
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 Acrocianose – apresentam sensação de frio permanente e uma cianose


das partes distais de extremidades.

FOTOTERAPIA

Introdução
Luz- é toda e qualquer radiação eletromagnética.
Todos os corpos que conhecemos sobre a Terra estão animados por uma
vibração atômica. Essa vibração provoca no corpo a geração de calor. Todos os
corpos com uma temperatura acima de 0° Kelvin (-273°C) emitem radiação
infravermelha. Ou seja, até uma pedra de gelo emite radiação infravermelha.
O Sol é sem sombra de dúvida, a nossa maior fonte de radiação infravermelha.
É classificada como uma radiação termogênica.

Conceito
São vibrações eletromagnéticas emitidas a parte do aquecimento de um corpo,
cujo comprimento de onda situa-se na faixa de 7.000 a 150.000A . É uma faixa
ampla.

Propriedades
A radiação infravermelha é invisível aos nossos olhos. Quando utilizamos
uma lâmpada que a emite e que tem a cor vermelha, é porque a faixa de
freqüência que nos beneficia mais está bastante próxima à faixa de freqüência
de cor vermelha (visível), ficando difícil isolar completamente uma da outra.
A radiação infravermelha está relacionada com o calor transmitido por
radiação. Isto significa que não é preciso qualquer meio intermediário para
propaga-la, já que o Sol até a Terra temos aproximadamente 150.000.000 km de
puro vácuo (ondas eletromagnéticas). Entretanto a terapia por ondas
infravermelhas está enquadrada na modalidade terapêutica de conversão.
As experiências mais sugestivas e mais conclusivas a respeito da
absorção e de penetração das IV foram levadas a cabo tendo como campo de
observação a bochecha humana. Ficou provado que a absorção e a penetração
da radiação nesses tecidos processa-se melhor e com maior intensidade, se
forem usadas radiações de comprimento de onda mais curtas, compreendidas
entre 5.000 e 15.000 unidades Angstrom.
Atualmente, é conhecimento firmado que a radiação infravermelha mais
indicada para uso fisioterápico está compreendida entre 8.000 e 15.000 Å de
comprimento de onda.

Cláudia Paes Campos


Professora de Eletro-Termo-fototerapia
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36

Ficou comprovado que as radiações de comprimento de onda muito longa


(acima de 15.000Å) têm pouco poder de penetração e, além disso provocam
acentuada sensação de queimadura, tornando difícil sua tolerância pelo
paciente.

Obtenção
Podem obter radiação infravermelha de três formas:
 Pelo sol
 Através de geradores luminosos (que também podem ser denominados
aquecedores radiantes) consistem de um filamento de tungstênio no interior
de um bulbo de vidro que contém um gás inerte sob baixa pressão. Estes
geradores emitem radiações infravermelhas e visíveis.
 Através de geradores não luminosos, que consistem de um arame de
resistência espiralado, que pode ser enrolado em torno de um objeto isolante
de cerâmica, ou pode estar incrustado no objeto. Menos freqüente, o fio
metálico aquecido pode ser aplicado por detrás ou dentro de um tubo ou
proteção metálica. Portanto, a radiação infravermelha será emitida tanto pelo
fio metálico como pelos materiais aquecidos que circundam esta resistência, o
que resultará na emissão de radiações de diversas freqüências diferentes.
A água aquecida também emite Infravermelho não luminoso.
É importante saber que os raios Infravermelho se dividem em longos e curtos.

Penetração
Os longos têm uma penetração muito pequena, 0,1 a 2mm, e os curtos
têm penetração de 3mm a 10mm.
OBS: É errado colocar toalha entre a pele e o gerador infravermelho, pois
a toalha (molhada ou seca) impede que a radiação luminosa venha incidir sobre
a pele tornando os raios luminosos (curtos) em não luminosos (longos),
diminuindo sua penetração, e conseqüentemente a eficácia do tratamento.
Na prática, para a produção de radiação infravermelha, utilizamos
lâmpadas encontradas no comércio especializado e até em farmácias, que
podem ter potências que vão de 250 a 1.500Watts.

Efeitos fisiológicos
 Produção de calor nos tecidos
 Vasodilatação periférica
 Hiperemia
 Aumento da circulação sangüínea
 Diminuição da viscosidade sangüínea
 Sudorese
 Aumento do metabolismo

Efeitos terapêuticos
 Analgesia
 Relaxamento muscular
 Antiinflamatório
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Professora de Eletro-Termo-fototerapia
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 Regenerador tecidual

Técnicas de Aplicação
A intensidade de radiação infravermelha é maior quando a superfície a
ser tratada está formando um ângulo reto com uma linha do gerador até aquela
superfície. À medida que os raios incidem numa direção oblíqua em relação à
superfície corporal, essa intensidade diminui.
Quando à distância do aparelho gerador ao segmento corporal, varia de
acordo com o tipo e a potência do gerador (medida em watt). Média de 50 a 75
cm, podendo ser menor ou maior. Entretanto esta distância padrão pode perder
sua importância nos aparelhos equipados com dimer.
Quanto ao tempo de utilização: em média de 20 a 30 minutos.
O paciente deve ficar uma posição cômoda e relaxada; somente a área a
tratar deve ficar exposta; deve sentir uma sensação agradável de calor.
Quanto ao aparelho: devemos escolher, de preferência, aparelhos
luminosos.
Em aplicações na face, deve-se proteger os olhos e lábios.
Como o Infravermelho não toca a pele do paciente, a terapêutica pode ser
usada quando uma pele sofreu solução de continuidade.

Indicações
 Furúnculos
 Acnes
 Contratura muscular
 Dermatites
 Espondiloalgias
 Sinusite/rinite
 Sinovite de pequenas articulações, etc.

Contra-Indicações
 Áreas isquêmicas
 Distúrbios de sensibilidade
 Hemorragias superficiais
 Edemas
 “Pele desidratada”
 Aplicações sobre os olhos, etc.

Histórico / Introdução
A fundação da moderna fototerapia por radiação ultravioleta (UV) teve
início com o trabalho do médico dinamerquês Niels Finsen. Mas a primeira parte
do século XX presenciou a rápida expansão da helioterapia (que usa o Sol com
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fonte de radiação) e da actinoterapia (que usa lâmpadas com fonte) por toda a
Europa e EUA para o tratamento de muitas doenças da pele. Uma enorme
literatura sobre o assunto surgiu durante as décadas de 20 e 30.
Atualmente o ultravioleta é uma técnica que está deixando de ser
utilizada; praticamente vem sendo usada em algumas afecções de natureza
dermatológica; mais especificamente, às vezes, em alguns casos de tratamento
da psoríase.
O ultravioleta tem seu lugar na medicina porque produz reações
fotoquímicas diretas quando interage com o corpo.
Uma das fontes geradoras de radiação ultravioleta é o sol.

Conceito
São vibrações eletromagnéticas, produzidas através do aquecimento de
um corpo, cujo comprimento de ondas se situa na faixa de 1440 Å até 3900Å.
Classificação:
- UV-A (longo) – 3200 Å até 4000 Å (320 nm a 400 nm)
- UV-B (médio) – 2900 Å até 3200 Å (290 nm a 320 nm)
- UV-C (curtos) – 2000 Å até 2900 Å (200 nm a 290 nm)
OBS: As divisões entre as faixas diferentes de onda não estão rigidamente
fixadas, e algumas vezes 3150 Å é o escolhido como o limite entre UVA e UVB,
e 2800 Å com limite entre UVB E UVC.

Fundamentos
O fundamento da terapia UV se baseia em reações químicas, onde os
fótons da radiação UV podem causar transições eletrônicas e produzir átomos
excitados ou desassociados capazes de produzir essas reações químicas.
A absorção dos UV é muito pequena. Acredita-se que ela não ultrapasse
1 mm. Os raios UV não ultrapassam a epiderme.

 UV-A
É importante devido à sua habilidade de produzir bronzeamento com o
mínimo de eritema de pele. Na verdade, ela pode produzir dois tipos de
bronzeamento: imediato e retardado.
O primeiro deles, bronzeamento imediato, ocorre em vários mas não em
todos os indivíduos, aparece na primeira hora de exposição e descora em
poucos dias. Este bronzeamento é devido provavelmente à oxidação da
melanina e não à mudança no número de melanócitos.
O segundo, bronzeamento retardado, ocorre dois ou três dias após
exposição e se mantém por duas semanas. Este último bronzeamento está
associado a uma alteração na distribuição de melanina e a aumentos do número
e tamanho dos melanócitos.
O UV-A é usado comercialmente para bronzeamento, através de câmaras
chamadas “solários” e clinicamente para o tratamento da psoríase.

 UV-B

Cláudia Paes Campos


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Tem a capacidade de provocar eritema e queimadura da pele mais do


que o UV-A. Isto elimina sua utilidade para bronzeamento, contudo é o adjunto
do UV-A no tratamento da psoríase. É bastante eficaz na produção de vitamina
D.
Além disso está diretamente ligado ao envelhecimento prematuro da pele.

 UV-C
Ocupa a parte mais energética do aspecto UV terapêutico. Apesar do UV-
C ser fortemente dispersado quando passa pela atmosfera e estar ausente ao
nível do mar, ele é importante por ser bactericida. Fonte de UV-C têm sido
usadas para esterilização e para tratamento de micose fungóide e úlceras de
decúbito. Há pouca produção de eritema.

Fontes de Produção
A fonte artificial que mais se aproxima das qualidades radiantes da luz
solar é a lâmpada de arco de carvão. Entretanto, fica longe de igualar-se
completamente por causa das diferenças de temperatura. A temperatura do sol
é de aproximadamente 6 a 7 mil graus centígrados enquanto a do carvão é
3.600. Além disso, a lâmpada de carvão tem a desvantagem de consumir
rapidamente forçando a providência de freqüência substituições.
Inegavelmente, os queimadores de mercúrio constituem atualmente a
fonte mais larga usada.
Os queimadores (lâmpadas) mais utilizados são:
a) lâmpada de quartzo quente: operam com uma pressão de mercúrio
relativamente alta e produzem uma emissão de espectro de mercúrio
modificada, com as linhas de alta intensidade em 2967, 3025, 3660 unidades
Angstron. A dose do eritema mínimo de um queimador desses, situa-se ao nível
de 15 segundos de exposição, a uma distância de 75 cm.
b)lâmpada de quartzo frio: As lâmpadas de quartzo frio têm uma pressão de
mercúrio relativamente baixa e operam a temperatura de cerca de 60° C. A
radiação emitida situa-se na faixa de 2537 unidades Angstrom, que se encontra
no limite inferior do espectro de ação eritematosa.
c) lâmpada solar: Essas lâmpadas contêm um filamento de tungstênio que
aparece a lâmpada e vaporiza mercúrio, formado-se assim um arco de mercúrio
entre os eletrodos de tungstênio. Possui um envoltório de vidro que transmite ou
deixa-se atravessar pelos raios UV. A dose de eritema mínimo é medida em
minutos.
d)lâmpadas fluorescentes: Também chamadas de tubo fluorescentes. É uma
lâmpada de vapor de mercúrio de baixa pressão, que possui um revestimento de
fósforo (que produz radiação fluorescente visível) aplicado no interior do tubo de
vidro. As lâmpadas fluorescentes atingem seu rendimento máximo dentro de um
minuto após terem sido acesas. À medida que a temperatura do local onde está
a lâmpada aumenta, a produção de radiação decresce, e este pode ser um
aspecto problemático nos aparelhos de irradiação que contêm grande
quantidade de lâmpadas fluorescentes dispostas muito próximas entre si (a
menos que haja um sistema de resfriamento por ar forçado).
Cláudia Paes Campos
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Efeitos fisiológicos
 Produção de eritema:
- 1°grau: ocorre ligeira vermelhidão da pele sem irritação, que aparece
algumas horas depois da aplicação.
- 2°grau: vermelhidão cutânea moderada, ligeira descamação e desaparece
em 2 a 3 dias.
- 3°grau: vermelhidão cutânea mais intensa, a pele encontra-se quente e
dolorida, apresenta quadro de descamação, aparece em 24 horas após a
aplicação, e tem duração de 48 horas.
- 4°grau: vermelhidão dolorosa seguida de descamação de grande área e
formação de pequenas vesículas. Ocorre 24 horas após a aplicação e tem
duração de 72 horas.
- 5°grau: vermelhidão dolorosa seguida de necrose epidérmica com formação
de bolhas, visível em 24 horas após, permanecendo além de 72 horas.
 Pigmentação
 Estimula produção de vitamina D
 Potencializa o metabolismo do cálcio e fósforo
 Destruição celular
 Hiperplasia epidérmica
 Envelhecimento da pele

Efeitos terapêuticos
 Efeito bactericida
 Efeito imunizante (aumenta atividade da fagocitose)
 Ação destrutiva
 Estimula o crescimento da epiderme

Dosimetria
A dose de ultravioleta que produzirá em poucas horas um eritema mínimo
na pele é chamado Dose de Eritema Mínimo (DEM).
A maioria das doses das fontes de UV se desgasta e a DEM deveria ser
determinada, como rotina, duas ou três vezes ao ano: uma lâmpada desgastada
ou usada inconvenientemente pode emitir calor e luz visível porém mínimo UV.
Para se determinar a DEM utiliza-se o TESTE DE SAIDMAIN: Utiliza-se
um pedaço de cartolina (pano) com oito a dez furos, e coloca-se sobre a pele do
paciente. Posicione o UV a uma distância de mais ou menos 20 a 70 cm, com
incidência perpendicular sobre a cartolina que deverá estar com os furos
descobertos. Após 10 (ou 15) segundos cobre-se um furo: após 20 (ou 30)
segundos outro furo; após 30 (ou 45) segundos outro furo; e assim
sucessivamente. Examinar a pele 8 horas depois, ou de preferência após 24
horas.
OBS. Gutmann (1989) orienta deixar 1 minuto em cada furo.
De acordo com o aspecto da pele em cada furo, devemos classificar nos
graus de eritema segundo o objetivo do tratamento. O eritema mais discreto ou
mais reduzido será registrado como sendo a dose de eritema mínimo; a área
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que apresentar eritema mais acentuado será designada como correspondendo à


dose de eritema máximo.
OBS. Michlovitz (1996) recomenda o teste com 4 furos, e com os tempos
de 240, 120, 60 e 30 segundos (para 3 graus de eritema).
Queimaduras ou descamação excessiva podem significar dosagem
excessiva se aparecerem numa dose eritematosa mínima, devendo haver
diminuição da dose.
Dose:
 1° grau de eritema – sessões em dias alternados
 2° grau de eritema – 2 vezes por semana
 3° grau de eritema – uma vez por semana
 4° e 5° grau de eritema – deve-se dar um espaço de
aproximadamente 10 dias.
OBS: Kitchen e Bazin (1998) fazem referência a outrostipos de dosimetria para
a radiação UVA e UVB, mencionando aspectos dos aparelhos utilizados e
doses padrão para certos tipos de afecções.

Técnica de aplicação
 O ângulo de incidência da radiação UV deve ser sempre de 90° .
 A distância do aparelho até o paciente gira em torno de 50 a 75 cm, podendo
chegar a 1 metro, se o aparelho for potente.
 O tempo de terapêutica varia de acordo com o grau de eritema desejado, no
teste de Saidman; podendo chegar a 2 min na primeira sessão, ou naquelas
que não adotar o método de manutenção ou de mudança de grau de eritema;
e a 5 ou 6 min no método de mudança e manutenção de eritema.
De modo geral e em muitas circunstâncias, não se usa o UV
diariamente por causa dos efeitos cumulativos que são produzidos
sobre a pele. O mais comum é fazer as sessões em dias
alternados, dependendo do grau de eritema.
Para se fazer mudanças no tratamento, deve-se levar em consideração o
1° grau de eritema:
 De 1°grau para 2°grau → tempo do 1° x 2,5= ....seg (10x2,5seg)
 De 1°grau para 3°grau → tempo do 1° x 5= ....seg (10 x 5 seg)
 De 1°grau para 4°grau → tempo do 1° x 10= .....seg (10 x 10 seg)
 De 1°grau para 5°grau → tempo do 1° x 20= .....seg (10 x 20 seg)
Para se fazer a manutenção do grau de eritema deve-se somar alguns
percentuais aos tempos dos graus de eritema:
 Manutenção do 1°grau para 1°grau – tempo do 1°grau + 25% do tempo
do 1° grau (10 seg + 2,5 seg = 12,5 seg)
 Manutenção do 2°grau para 2°grau – tempo do 2° grau + 50% do tempo
do 2° grau (20 seg + 10 seg = 30 seg)
 Manutenção do 3° grau para 3° grau – tempo do 3° grau + 75% do tempo
do 3°grau (30 seg + 22,5 seg = 52,5 seg)
 Manutenção do 4° grau para 4° grau – tempo do 4° grau + 100% do
tempo do 4° grau (40 seg + 40 seg = 80 seg)

Cláudia Paes Campos


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42

Manutenção ou mudança pode ser feita após 10 sessões iniciais de


tratamento ou durante as 10 sessões iniciais de tratamento ou durante as 10
sessões dependendo da resposta à irradiação.

Precauções
 Usar óculos de proteção (tanto o paciente como o fisioterapeuta) ou proteger
os olhos do paciente com gazes úmida, pois a córnea absorve radiação.
 As regiões das nádegas, genitália, seios, cicatrizes e pele atrófica devem ser
protegidos.
 Orientar ao paciente para não utilizar produtos químicos sobre a região a ser
tratada.
 A distância entre a fonte e o paciente deve ser sempre medida, e não
estimada.

Efeitos adversos
 Podem ocorrer fototóxicas na terapia UV.
 Fotoalergia
 O UV pode causar carcinoma de células basais e escamosas, carcinoma
epidermoide e melanoma maligno.
 Tuberculose pulmonar, lupus eritematoso, psoríase aguda e eczema agudo
ou dermatites podem ser exacerbados através da exposição à radiação.

Indicações
 Acne
 Seborréia
 Psoríase
 Alopecia Areata
 Úlcera de tecido mole
 Furunculose
 Feridas infectadas
 Raquitismo
 Vitiligo
 Desinfecção do ar
 Queimaduras

Contra-Indicações
 Tuberculose pulmonar ativa
 Dermatose por luz
 Dermatite generalizada
 Albinismo
 Pele atrófica e cicatrizes
 História de fotosensibilidade
 Carcinoma de pele.

Cláudia Paes Campos


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Introdução/Histórico
Analisando o significado da termologia LASER (Light Amplification by
Stimulated Emission of Radiation) por parte,dizemos que a ampliação da luz
aporta alta concentração de energia conseqüente do grande número de fótons
dos quais é constituída, e o fenômeno da emissão estimada constitui-se da
emissão de luz a partir da estimulação da matéria através do fornecimento de
energia aos átomos.
Reportando num breve histórico sobre o laser, iniciamos com Albert
Einstein, que em 1917 expôs o “Princípio Físico da Emissão estimulada”, sobre
o qual o fenômeno laser está apoiado. Seguindo, em 1953, Townes, Gordon e
Zeiger construíram o primeiro oscilador que operava na banda de ondas
milimétricas – MASER (amplificador de microondas pela emissão estimulada de
radiação). Ainda 1953, Townes e Schawlow demonstraram a possibilidade de
construir um laser; em 1955, Maiman construiu o laser a rubi; em 1961, no
Hospital Presbiteriano de Nova York, se realizou com êxito a primeira cirurgia a
laser; a extirpação de um pequeno tumor de retina. A partir desta e de outras
experiências cirúrgicas ficou evidenciado, de forma empírica, que a radiação
laser estimularia a cicatrização de maneira acelerada.
Em 1962, foi desenvolvido o primeiro laser semicondutor. Dois anos mais
tarde, o laser a gás e o primeiro laser molecular de dióxido de carbono. Sinclair e
Knoll adaptaram o laser à prática terapêutica.

Fundamentos físicos da irradiação a laser


1) Princípios Elementares
Para compreendermos melhor a terapia laser, alguns conceitos de física
precisam se elucidados.
a)ONDA – é o movimento causado por uma perturbação que se propaga através
de um meio. Uma onda transmite energia de um ponto a outro sem haver
transporte de matéria. No caso da luz, as variáveis que sofrem oscilação são os
vetores “campo elétrico” e “campo magnético”.

b)CICLO – É a menor porção não repetitiva da onda


c)PERÍODO – Tempo gasto para efetuar um ciclo. É representado pela letra “T”
e medido em segundos (s)
d)COMPRIMENTO DE ONDAS – É a distância percorrida pela onda em um
período. É representado pela letra λ (lambda) e medido em metros (m).
e)FREQÜÊNCIA – É o número de ciclos realizados em um segundo. É
representada pela letra “f” e sua unidade é Hertz (Hz), onde: 1Hz = 1
ciclo/segundo
f)RELAÇÃO PERÍODO/FREQÜÊNCIA – Se considerarmos que o período é o
tempo gasto para realizar um ciclo e uma freqüência é o número de ciclos por
segundo, torna-se fácil compreender a relação inversa entre essas suas
medidas. Matematicamente: T=1/f e f=1/T Isso implica em que, quando maior
for o período, menor será a freqüência e vice-versa.
Cláudia Paes Campos
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g)VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO: Toda onda eletromagnética se propaga a


uma velocidade fixa no vácuo. Esta velocidade é de 300.000Km/s ou, mais
precisamente, 299.793 Km/s. Esta velocidade fixa e representada pela letra “c”.
Considerando esta colocação e lembrando que freqüência e período são
inversamente proporcionais, pode–se concluir que: λ=c/f ou f=c/λ
h)ENERGIA- É a capacidade de efetuar um trabalho. É medida em Joules (“J”).
i) DENSIDADE DE ENERGIA – é a qualidade de energia aportada em uma
superfície determinada (“S”) – D=E/S (densidade=energia/superfície). Logo, a
densidade é superior quanto maior for a energia depositada e menor a superfície
de aplicação dessa energia.
j) ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO – É o conjunto de ondas eletromagnéticas,
proveniente da variação de seus comprimentos de onda e, conseqüentemente,
de suas freqüências. O espectro eletromagnético engloba variados grupos de
ondas eletromagnéticas.
l) MONOCROMATICIDADE – A luz produzida por um laser é “monocromática”,
ou seja, tem “uma só cor”; a maior parte da radiação emitida pelo aparelho de
uso terapêutico agrupa-se em torno de um único comprimento de ondas, com
uma amplitude muito limitada da faixa de ondas. Em contraste, a luz gerada por
outras fontes é formada por uma enorme variedade de comprimentos de ondas,
algumas vezes variando desde o ultravioleta até o infravermelho, o que resulta
na sensação da cor branca, quando a luz colide com a retina de um observador
humano.
m)COLIMAÇÃO – Na luz de um laser, os raios de luz ou fótons produzidos pelo
aparelho de laser são, para todas as finalidades práticas, paralelos,
praticamente inexistindo qualquer divergência da radiação emitida, ao longo da
distância percorrida. Esta propriedade mantém a potência óptica do aparelho
enfeixada numa área relativamente pequena ao longo de distâncias
consideráveis e, até certo ponto, mesmo durante o trajeto dos tecidos.
n) COERÊNCIA – A propriedade de coerência denota várias coisas. Todos os
fótons de luz emitidos pela radiação laser têm o mesmo comprimento de onda. E
as depressões e picos das (coerência temporal), diz-se que tem a mesma fase.
E as ondas viajam na mesma direção (coerência espacial).

Penetração e absorção da radiação laser


O comprimento da radiação laser no corpo humano ainda é discutido. Por
exemplo, diz que as diferenças individuais, as regiões específicas do corpo ou
mesmo detalhes relativos à forma de aplicação, o estado nutricional, têm a
capacidade de interferir no aproveitamento da radiação aplicada a qualquer
indivíduo.
De modo geral, a quantidade de radiação absorvida depende da
quantidade e da distribuição espacial de estruturas absorventes que variam de
pessoa para pessoa.
Ao iniciarmos o raio laser sobre uma área do corpo humano, este em
cada estrato da pele pode apresentar três processos conhecidos como
fenômeno óptico.

Cláudia Paes Campos


Professora de Eletro-Termo-fototerapia
Universidade Estácio de Sá
45

Fenômenos ópticos da radiação laser


a) REFLEXÃO - ocorre na superfície de cada estrato. Diferentes ângulos de
reflexão são observados nos diversos estratos devido à diferença do seu
índice de refração.
b) REFRAÇÃO – ocorre quando da passagem da radiação laser por
estruturas diferentes.
c) ABSORÇÃO – Moléculas, partículas, fibras e organelas celulares
observem a energia da radiação laser que provoca um processo
bioquímico e bioelétrico.
A luz nos comprimentos de onda tipicamente empregados na laserterapia
ao ser absorvida pelas biomoléculas, inclusive a melanina e a hemoglobina; em
conseqüência disto, a profundidade de penetração direta associada aos
aparelhos de uso terapêutico fica limitada a não mais de alguns milímetros.
Para que haja a incorporação da radiação laser, é importante destacar:
 A incidência da radiação deve ser sempre perpendicular, de modo a
dificultar a reflexão;
 A parte do corpo a ser irradiada deve estar isenta de barreiras mecânicas,
como por exemplo suor, cremes, pêlos em excesso, etc.

Efeitos fisiológicos da terapia laser


A energia depositada nos tecidos se transforma imediatamente em outro
tipo de energia ou efeito biológico. As modificações ou efeitos que surgem na
própria partícula absorvente e na região circundante são chamados efeitos
primários: bioquímicos, bioelétricos e bioenergéticos.
O laser de baixa potência não produz efeito térmico. Este efeito somente
existe nos laser cirúrgicos com potências superiores a 1 W. Nestes, há uma
conversão direta da energia aplicada em efeito calórico, provocadas em parte
pelo efeito mecânico.

...................... Reação Soft-Laser


_________________
______________________ Absorção

Efeito primário ou direto


Bioquímico
Bioelétrico
Bioenergético

1.Estímulo á microcirculação
2.Estímulo trófico celular Efeitos indiretos
(locais,regionais e gerais)

1.Efeito analgésico
2.Efeito antiinflamatório
Cláudia Paes Campos
3.Efeito antiematoso
Professora de Eletro-Termo-fototerapia
4.Efeito cicatrizante
Universidade Estácio de Sá
46

Efeitos terapêuticos

Ao estudarmos a ação do laser e suas interação como o organismo,


observamos os efeitos como conseqüência desta interação, e que dividimos
didaticamente em primários, secundários e terapêuticos.

1) Efeitos Primários ou Diretos


Os efeitos primários da radiação laser de baixa potência estão subdivididos
em efeito bioquímicos, efeito bioelétrico e efeito bioenergético.
a) Efeito bioquímico: basicamente a energia absorvida da radiação laser
pode provocar dois efeitos bioquímicos
 Liberação de substâncias pré-formadas: ocorre em função da incorporação à
radiação laser, de histamina, serotonina, e bradicinina, acetilcolina,
bendorfina, prolactina. Deve-se destacar que não há referências quanto à
produção destas substâncias, mas apenas a liberação de parte do
contingente já produzido.
 Modificação das reações enzimáticas normais: tanto no sentido de excitação
quanto no sentido de inibição.
Além dos efeitos supracitados, o laser também exerce um estímulo na
produção de ATP no interior das células, provocando a aceleração da mitose,
fato que ocorre quando há um aumento proporcional da ATP nas células.
O efeito bioquímico, em alguns casos, interfere (inibindo) também na
produção das prostaglandinas, que é um mecanismo similar à inibição produzida
por outros antiinflamatórios.
Ocorre também, um estímulo á produção de glicina e prolina que
participam na formação de colágeno.
Outro efeito bioquímico é a ação fibrinolítica, ou seja, o aumento da lise
de fibrina, característica específica da ação do laser e que determina importantes
vantagens nos efeitos terapêuticos
b) Efeito bioelétrico: A radiação laser através da estimulação da produção de
ATP potencializa a ação da “bomba de Na/K”, já que para o seu funcionamento
ela consome energia advinda do ATP. A eficiência da bomba se vê melhorada a
partir de uma maior disponibilidade de ATP. Com isso, a diferença de potencial
elétrico existe entre o interior e o exterior da célula é mantida com maior eficácia.
O efeito bioelétrico também se resume na assertiva da “manutenção do
potencial de membrana”.
Há possibilidade também dessa manutenção do potencial de membrana
ser favorecida pela redução deste potencial em repouso, de –90mV para –
120mV (hiperpolarização). Assim, podemos dizer que a ação do laser é dupla:
 De modo direto atua reduzindo o potencial de membrana em repouso;
 De modo indireto aumenta a quantidade de ATP produzida pela célula.
c) Efeito bioenergético: As radiações laser proporcionam às células, tecidos e
organismos em conjunto, uma energia válida que estimula, em todos os níveis,
seu trofismo e fisiologismo, normalizando as deficiências e equilibrando suas
Cláudia Paes Campos
Professora de Eletro-Termo-fototerapia
Universidade Estácio de Sá
47

desigualdades, e isso diz à respeito à normalização energética que a radiação


laser proporciona ao bioplasma.

2) Efeitos secundários e indiretos


Os efeitos primários, provocados diretamente pela absorção da radiação laser
proporcionam dois grandes efeitos indiretos: Estímulo à microcirculação e
trofismo celular.
a) Estímulo à microcirculação: Este efeito é proporcionado pela ação da
radiação sobre os “esfíncteres pré-capilares”, válvulas que existem na entrada
da rede capilar ao final da rede de arteríolas. Estes esfíncteres trabalham
alternadamente, abrindo ou fechando a passagem para a rede capilar
distribuindo o fluxo sangüíneo e conseqüente alternância das regiões a serem
irrigadas.
Provavelmente em decorrência da ação da histamina liberada pela radiação
laser, ocorre paralisação deste esfíncter pré-capilar e. como conseqüência, o
fluxo sanguíneo se vê aumentando.
Deve-se ressaltar que o processo apresentado não se refere ao mesmo
proporcionado pela administração de calor. Embora possa ocorrer ligeiro
aumento de temperatura local e até hiperemia restrita, deve-se ter em mente
que este fato ocorre exclusivamente do aumento do metabolismo local.
O laser de baixa potência é um recurso acalórico, não proporcionando,
aparentemente, a dilatação de arteríolas com o aumento da permeabilidade de
vênulas, como ocorre na administração de calor.
b) Estímulo ao Trofismo Celular: Como o aumento da produção de ATP, a
velocidade mitótica é aumentada, o que proporciona em escala tecidual,
aumento na velocidade de cicatrização e também melhor trofismo dos tecidos.
O laser aumenta os processos de reparação. Isto ocorre devido ao
estímulo da capacidade de cicatrização do tecido conjuntivo assim como a
neoformação de vasos a partir dos já existentes. Ambos os fatores contribuem
para reparar perdas de substâncias, sobretudo em úlceras de diversas origens,
feridas traumáticas ou cirúrgicas, etc.
Na verdade são vários os tecidos estimulados que, por exemplo,
podemos destacar:
 Aumento da velocidade de regeneração das fibras nervosas
traumatizadas;
 Estimulação da reparação do tecido ósseo
 Estímulo geral sobre a hematopoiese na medula
 Aumento do trofismo na pele
 Ativação do bulbo piloso, em especial dos fibroblastos
 Incidência de desaparecimento das calcificações.

Efeitos terapêuticos
A radiação a laser de baixa potência proporciona os seguintes efeitos
terapêuticos:
 Antiinflamatório
 Analgésico
Cláudia Paes Campos
Professora de Eletro-Termo-fototerapia
Universidade Estácio de Sá
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 Antiedematoso
 Cicatrizante

Tipos de laser utilizados em fisioterapia


1) Laser Hélio-Neônio (He-Ne)
É obtido a partir da estimulação de uma mescla de gases (hélio e neônio
na proporção 9:1) e possibilita uma radiação visível, com comprimento de onda
de 632,8 nm ou 6328 Ǻ, o que confere ao mesmo a cor vermelha.
A emissão desse tipo de laser se dá de maneira contínua, ao contrário do
laser As-Ga, onde a emissão ocorre em regime pulsado (pacote de energia).
Suas características básicas são:
 Regime de emissão=contínuo
 Comprimento de ondas=632,8nm ou 6328 Ǻ
 Cor= vermelha
OBS: Existe tipos de aparelhos de HeNe que emitem radiação de forma
pulsada.

Formas de aplicação:
 Aplicação por pontos
 Aplicação por zona
 Aplicação por varredura

3) Laser de Arsenieto de Gálio (As-Ga)


O laser As-Ga é uma radiação obtida a partir da
Estimulação de um diodo semicondutor, formado por cristais de arsenieto de
gálio, e por isso também é chamado de laser semicondutor ou laser diódico.
A emissão nesse tipo de laser ocorre de forma pulsada, ao contrário do
que acontece com laser He-Ne.
Suas características básicas são:
 Regime de emissão= Pulsado
 Comprimento de onda = 904 nm ou 9040 Ǻ
 Cor = Infravermelha

Forma de aplicação
O fato de não ser visível limita o laser As-Ga no que se refere às formas
de aplicação.
Não que aplicações por zona ou mesmo em varredura sejam contra-
indicadas, mas como não é possível ver a dimensão da zona que se está
irradiando, nem mesmo ter a idéia da dispersão que o afastamento da caneta
aplicadora apresenta quando de uma aplicação em varredura, é aconselhável
que, com este tipo de laser, se utilize apenas a aplicação por pontos encostando
a caneta aplicadora na pele do paciente pois ao afastarmos a caneta o feixe de
laser abre-se em forma de um leque perdendo-se concentração energética.

Cláudia Paes Campos


Professora de Eletro-Termo-fototerapia
Universidade Estácio de Sá
49

Diferenças nos efeitos terapêuticos


Em determinado momento da história da utilização do raio laser na
fisioterapia percebeu-se, de maneira empírica, que havia efetividade do laser
He-Ne em lesões superficiais e maior efetividade do laser As-Ga em lesões
profundas.
A profundidade de penetração direta do laser He-Ne é de cerca de 0,8
mm, e de cerca de 10 a 15 mm de profundidade indireta. Já o laser As-Ga, que
demora um pouco mais para interagir com as estruturas do organismo do
indivíduo tratado:
 As-Ga: água, oxihemoglobina, melanina
 He-Ne: água, oxihemoglobina, melanina, hemoglobina básica.
O que importa no laser As-Ga não é a potência de pico e sim sua
potência média, ponto que é mais profundamente ressaltado quando do cálculo
de tempo de aplicação.
A potência média de alguns emissores de laser As-Ga muitas vezes é
inferior à potência de emissão dos aparatos de laser He-Ne. É por isso inclusive
que hoje se abandonam as denominações “Mid”e “Soft-laser”para adotar a
denominação “Laser de Baixa Potência”, comum ao dois tipos.

Dosimetria
1. Dosagem: a densidade energética é utilizada como forma de dosar a
quantidade de radiação que se administrará a um paciente, é medida em
joules/cm².
2. Tempo: O tempo de aplicação para uma certa quantidade de energia
numa determinada área é inversamente proporcional à potencia de emissão. Em
outras palavras, quanto maior a potência, menor é o tempo necessário para
aplicar uma certa quantidade de energia numa certa área.
3. Aparelhos: Alguns aparelhos já trazem o tempo de aplicação a partir da
simples manipulação de um botão, que determina quantos joules/cm² se vai
aplicar.
4. Parâmetros: existe atualmente, uma linha de conduta no tocante a
parâmetros dosimétricos que giram em torno de um dose padrão, que refere-se
a 3 a 4 J/cm². E para que o profissional possa utilizar a dose ideal no paciente
seguindo a dose padrão deve-se observar algumas peculiaridades:
a) Parâmetro relacionado à evolução de enfermidade (agudo ou crônico)
b) Parâmetro relacionado a idade (Idosos, jovens ou crianças)
c) Parâmetro relacionado à nutrição e hidratação (desidratados e desnutridos
/ hidratados e nutridos)
d) Parâmetro relacionado ao condicionamento físico (sedentários e atletas)
e) Parâmetro relacionado à gordura (maior espessuras / menor espessuras)
f) Parâmetro relacionado à melanina (indivíduo claro / escuro)
5. Número de sessões e esquema de tratamento: Para evitar a somação de
estímulos e a redução de efetividade, deve-se intercalar as aplicações do laser
com pelo menos 24 horas. É de se esperar que até a 5 a. ou 6a. aplicação os
resultados sejam percebidos. Caso isto não ocorra, é indicada a substituição do
recurso fisioterápico.
Cláudia Paes Campos
Professora de Eletro-Termo-fototerapia
Universidade Estácio de Sá
50

6. Atenuação: À medida que a radiação laser penetra vão ocorrendo


atenuações, que são diferentes no laser HeNe e no AsGa, e que são diferentes
para cada tipo de tecido (gordura, músculo, tendão,etc); e que são diferentes a
cada nível de profundidade. Mas no Brasil ainda carecem pesquisas que
possam mostrar o quanto de atenuação existe em cada um destes itens e que
possam fornecer ao fisioterapeuta parâmetros fidedignos para utilização
eficiente do laser.

Terapêutica
 Para conhecer o tempo de aplicação necessário para uma certa dose de
laser, o fisioterapeuta deverá: Saber qual dose (J/cm²) deseja aplicar;
Conhecer a potência de emissão utilizada (fornecida); Conhecer o tamanho da
área a ser irradiada.
T (s)= Dose desejada (J/cm²) X Área (cm²)
Potência (W)

Indicações
1. Laser em traumato-ortopedia (analgésico, antiinflamatório e cicatrizante)
EX: afecções na ATM, Torcicolos, Tendinite supraespinhoso, cervicalgia,
Lombalgia pós esforço, lombociatalgia, luxações e subluxações.
2. Reumatologia (bursite, artrose, artrite reumatóide)
3. Lupus eritematoso
4. Herpes-Zoster
5. Erosões benignas do colo do útero
6. otites
7. afecções na prótata
8. Neuralgia do trigêmeo
9. Ulcera de decúbito
10. Em estética (estrias, celulites acnes)

Contra-indicações ABSOLUTAS
 Irradiação sobre massas neoplásticas ou pacientes portadores de
neoplasias, e carcinoma
 Irradiação direta sobre a retina
 Irradiação sobre o foco de infecção bacteriana
 Áreas de hemorragia

Cuidados e Precauções
 A irradiação em homens e mulheres em fase produtiva
 A irradiação sobre gandulas hipo ou hiperfuncionantes
 Paciente fazendo uso de corticoesteróides
 Pacientes fazendo uso de drogas fotosensibilizadores
 Nas aplicações em mamas, deve-se certificar que não há nódulos mamários
 Pacientes e terapeutas devem estar protegidos com óculos de proteção
visual específicos para cada tipo de laser

Cláudia Paes Campos


Professora de Eletro-Termo-fototerapia
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51

 Antes de iniciar um tratamento com raio laser, o paciente deve ser


formalmente apresentado a este recurso.

PARÂMETROS DE DOSAGEM
Josep Colls, em seu livro La Terapia Laser, Hoy, descreveu um esquema
orientativo para critérios de doses:
 Efeito analgésico → → → 2 a 4 J/cm²
 Efeito antiinflamatório → 1 a 3 J/cm²
 Efeito cicatrizante → → → 3 a 6 J/cm²
 Efeito circulatório → → → 1 a 3 J/cm²

Esse autor, na mesma obra, se refere a diferentes níveis de dosagem, de


acordo com o estágio do processo inflamatório:
 Agudo → → → doses baixa (1 a 3 J/cm²)
 subagudo → → doses média (3 a 4 J/cm²)
 crônico → → → doses altas (5 a 7 J/cm²)

Também é considerado o caráter inibitório e o estimulatório da dosagem:


 Estimulatório → → → doses abaixo de 8 J/cm²
 Inibitório → → → → →doses acima de 8 J/cm²

TEMPO-LIMITE DE TERAPIA
Sugere-se que terapias de tempo total superior a 40 ou 45 min sejam
evitadas. Após este tempo, tido como excessivo, há provável decréscimo da
efetividade da radiação em virtude da diminuição do contraste luminoso.

NÚMEROS DE SESSÕES E ESQUEMA DE TRATAMENTO


Sugere-se que, para evitar somação de estímulos e conseqüente redução
da efetividade, seja intercalado ao menos 1 dia sem aplicação entre duas
diferentes sessões de laser.
O número máximo de sessões terapêuticas com laser de baixa potência
pode chegar a 15, 20 ou mais. Não havendo razões específicas para
interrupção, e não sendo obtidos resultados plenamente satisfatórios, não há
contra-indicação para continuidade do tratamento.

Unidade 4 – Eletroterapia

É parte da física que estuda as manifestações elétricas.

História
Tales de Mileto, no século VII a.C., conhecia a propriedade apresentada
pelo âmbar amarelo (resina fóssil de cor amarela empregada em joalheira e
ornamentação), de atrair corpos leves quando atritado por um pano (lã). Daí a
origem da palavra eletricidade; pois em grego, elektron significa âmbar.
Cláudia Paes Campos
Professora de Eletro-Termo-fototerapia
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Conceito básico em eletricidade


 ELETROSTÁTICA
É a parte da eletricidade que estuda os corpos elétricos em repouso.
Cargas Elétricas:
Todos os corpos são formados por um grande número de átomos. Os
átomos, no seu núcleo central, possuem prótons e nêutrons; em torno do núcleo
circundam os elétrons.
O próton tem carga positiva, o elétron carga negativa, e o nêutron não
possui carga elétrica.
Dizemos que um corpo está no estado neutro quando o número total de
prótons é igual ao de elétrons. Se elétrons forem retirados ou colocados no
corpo neutro, este passará a um outro estado, denominado eletrizado.
Se um corpo ganha elétrons, fica carregado negativamente, pois tem
excesso de elétrons.
Se um corpo perde elétrons, fica carregado positivamente, pois tem
excesso de prótons.
ÍON – é o átomo que tenha adquirido carga elétrica pelo ganho ou perda
de elétrons. Classificam-se em cátions (positivo) e ânions (negativo).
 ELETRODINÂMICA
É a parte da física que estuda os corpos elétricos em movimentos.
Para que os elétrons possam se deslocar de um lado para o outro, é
necessário que uma “força” os impulsione. A essa força chamamos de força
eletromotriz, e ela ocorre quando, em determinado material, temos zonas com
falta ou excesso de elétrons (Diferenças de potencial – DDP)
A diferença de potencial ou tensão mostra o desequilíbrio elétrico
existente entre os pólos de um gerador.
A unidade de medida da DDP é o Volt. (110/200 Volts).

Classificação das correntes eletroterapeuticas


 Corrente elétrica
É um fluxo ordenado de elétrons que se produz quando existe uma
diferença de potencial entre os extremos de um condutor.
A intensidade da corrente é proporcional à tensão aplicada; ou seja, quanto mais
alto o valor da tensão (diferença de potencial), maior a intensidade da corrente
que circula no circuito (força eletromotriz). (fios e componentes do equipamento).
A unidade de medida da intensidade da corrente é o Ampére. Na prática
fisioterapeutica, utilizamos aparelhos com seus submúltiplos – o miliAmpére
(mA) e o microAmpére (mA).
Na prática, a diferença de potencial necessária á circulação de uma
corrente, para suprir as necessidades de um equipamento, é proporcionada por
pilhas e baterias secas, baterias eletroquímicas, baterias solares ou pela
corrente residencial obtida através de geradores eletromecânicos.
Os metais, que permitem fácil movimentação das cargas elétricas através
de sua estrutura, são chamados condutores de eletricidade.

Cláudia Paes Campos


Professora de Eletro-Termo-fototerapia
Universidade Estácio de Sá
53

Borracha, plástico e mica não permitem uma boa movimentação de


cargas elétricas, sendo denominados isolantes ou dielétricos.

Classificação da corrente elétrica


a) Corrente contínua – quando a corrente é unidirecional, ou seja, seus
elétrons se deslocam numa única direção (isto ocorre quando um gerador pode
manter os extremos de um circuito carregados negativo e outro positivo); seu
gráfico possui apenas uma fase (positiva ou negativa), e possui efeitos polares.
Se esta corrente é interrompida por períodos, onde não ocorre fluxo de corrente,
passará a ser chamada de corrente galvânica interrompida.

b) Corrente alternada – quando a corrente é bidirecional, ou seja, seus


elétrons ora se deslocam numa direção ora em outra (isto acontece quando um
gerador de corrente alternada origina uma troca contínua de polaridade nos
extremos de um circuito); seu gráfico possui duas fases (positiva e negativa), e
não possui efeitos polares. Exemplo: Corrente Farádica.

Características dos pulsos


As correntes utilizadas na prática clínica podem apresentar várias formas
de pulso (onda) das quais são decorrentes às suas denominações. As formas de
pulso mais comuns são: triangular, quadrática, senoidal (sinusoidal) e contínua.
Os pulsos podem ser monofásicos, quando estão somente em uma fase
(positiva ou negativa) e dão origem a efeitos polares, ou bifásicos, quando se
descrevem nas duas fases e não originam efeitos polares.
Quando à natureza, as formas de onda bifásicas podem ser discretas com
um pulso, ou contínuas, com uma série de pulsos. Quando as formas de
amplitude do pulso são idênticas tanto na direção positiva como negativa, ela é
determinada forma de onda bifásica simétrica. Uma onda senoidal é uma forma
de onda bifásica contínua e simétrica, e um exemplo desta forma de onda é a
corrente elétrica comum (50Hz). Quando a forma e amplitude do pulso não são
idênticas nas direções positiva e negativa, a forma de onda é denominada forma
de onda bifásica assimétrica.
Tempo de duração de pulso
É o tempo que perdura a estimulação elétrica, ou seja, é o tempo
de duração da passagem da corrente para os tecidos. É medido
em milisegundos ou microsegundos.
O intervalo entre um pulso e outro chama-se pausa, intervalo ou repouso.

Modulação
É qualquer alteração que se faz na corrente original. Pode ocorrer devido
às variações de largura e amplitude de pulso, da freqüência da corrente ou em
trens de pulsos.

Freqüência
É a freqüência com que os elétrons passam na corrente elétrica. É
medida em Hertz. Divide-se em:
Cláudia Paes Campos
Professora de Eletro-Termo-fototerapia
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a) Baixa freqüência – na faixa de 1Hz a 1.000 Hz


b) Média freqüência – na faixa de 1.000 Hz a 100.000 Hz.
c) Alta freqüência – de 100.000 Hz em diante
A freqüência também interfere no limiar sensitivo, sendo que freqüências
maiores desencadeiam percepções menores, uma vez que altas freqüências
apresentam resistências menores da pele à passagem de corrente elétrica.
Comparando correntes de diferentes freqüências, 50 e 400 Hz. Constata-se que
a corrente de 400 Hz apresenta uma resistência cerca de 80 vezes menor que a
de 50 Hz.

Resistência
É uma dificuldade oferecida pelo condutor à passagem da corrente
elétrica. Quando elétrons fluem através de um condutor, eles colidem com os
átomos existentes no material do condutor, transferindo energia para estes
átomos. Isto leva ao aquecimento do condutor. A unidade utilizada na
mensuração desta energia é o Joule.
Resistor é um dispositivo eletrônico capaz de oferecer uma resistência
pré-determinada à passagem da corrente elétrica.
Os resistores podem ser apresentados de diversas formas e tamanhos,
dependendo do fim a que se destinam.
A potência do resistor é medida em Watts (1 Joule/segundo).

Intensidade
A quantidade de fluxo de elétrons através de um condutor se conhece
como intensidade da corrente.
A unidade de quantidade de eletricidade é o Coulomb, e a quantidade do
fluxo de elétrons ou intensidade da corrente se mede em Coulomb por segundo
(1 Ampére).
O Ampére é a unidade de intensidade de corrente e é um fluxo de
elétrons de um Coulomb por segundo (1 A = 1 C/s).

Eletrodos (tipos e características)


Têm como função básica transmitir a corrente, que está sendo produzida
no equipamento, ao paciente.
Podem ser confeccionados com diversos tipos de material: chumbo,
cobre, tela de latão, alumínio, silicone, auto-adesivo (gel), etc.
Possuem várias formas de utilização: em forma de placas quadradas,
retangulares e redondas, colocadas sobre a pele; em formas de tubos,
máscaras, canetas, banhos, etc.

Bases da excitabilidade neuromuscular


 Unidade Neuromuscular
Todos os músculos esqueléticos são controlados por fibras nervosas
motoras que se originam no corno anterior da medula espinhal (ou áreas
semelhantes no tronco cerebral), na substância cinzenta.

Cláudia Paes Campos


Professora de Eletro-Termo-fototerapia
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55

A porção terminal de cada fibra nervosa que controla os músculos forma


de 3 a 1000 ramificações, e cada uma dessas ramificações termina em fibra
muscular única.
Placa Motora é a conexão entre o término de uma FIBRA MIELÍNICA
calibrosa e uma FIBRA MUSCULAR ESQUELÉTICA. Em geral, cada fibra
muscular esquelética possui apenas uma PLACA MOTORA, e raramente mais
de uma.
 Potenciais de Membrana
É o potencial elétrico que passa através da membrana. Nas condições da
membrana, o potencial de membrana é causado por diferenças nas
concentrações iônicas nos líquidos intra e extracelulares. É importante lembrar
que o líquido intracelular contém concentração muito elevada de íon potássio,
enquanto que no líquido extracelular e, a concentração desse íon é muito
reduzida; exatamente o oposto ocorre com o íon sódio, que é muito concentrado
no líquido extracelular e muito reduzido no meio intracelular.
Os potenciais de membrana desempenham papel fundamental na transmissão
dos sinais neurais, bem como o controle de contração muscular.
 Diferença de concentração Iônica através da Membrana Neural
O mecanismo da Bomba de Sódio-Potássio de um neurônio é semelhante
a qualquer outra célula, ou seja, transporta íons de sódio desde o interior da
célula para o exterior, enquanto que ao mesmo tempo transporta íons de
Potássio para o interior. É de conhecimento também que a membrana no estado
de repouso é permeável apenas ao Potássio.
 Desenvolvimento o Potencial de Membrana
A Membrana axônica em repouso é quase impermeável aos íons Sódio,
mas muito permeável aos íons Potássio. Como resultado, os íons Potássio,
altamente concentrados no interior da membrana, tendem sempre a passar pelo
exterior do axônio. Uma vez que os íons Potássio possuem carga positiva, sua
passagem para o exterior carrega eletricidade positiva para esse mesmo
exterior. Por outro lado, no interior da célula existe grande quantidade de
proteína, portadoras de cargas negativas e essas moléculas não saem das
fibras. Conseqüentemente, o interior da fibra nervosa torna-se muito negativo,
devido a falta de íons positivos e ao excesso de proteínas como carga negativa.
Dessa forma o potencial de membrana de uma fibra nervosa comum, de grande
diâmetro, nas condições de repouso, é de cerca de –90 mV, com a negatividade
no interior da fibra.
 Potencial de Ação e Impulso Nervoso
Quando um sinal é transmitido ao longo de uma fibra nervosa, o potencial
de membrana passa por uma série de variações, que no seu conjunto, são
chamadas de POTENCIAL DE AÇÃO. O Potencial de membrana em repouso é
muito negativo no interior da célula, mas logo que inicia o Potencial de Ação, o
potencial de membrana torna-se positivo, logo após retardando ao valor negativo
inicial. Esta variação de polaridade no potencial de membrana é o Potencial de
Ação é chamado de; que também IMPULSO NERVOSO. E é através do
impulso ao longo de fibra nervosa que a fibra transmite informações de uma

Cláudia Paes Campos


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parte do organismo para outra. A causa do Potencial de Ação é qualquer fator


que aumente bruscamente a permeabilidade aos íons Na.
Este primeiro estágio do potencial de ação é chamado DESPOLARIZAÇÃO. O
retorno seguinte do potencial de ação a seu valor negativo é chamado
REPOLARIZAÇÃO.

Recursos eletroterapêuticos
1) CORRENTE GALVÂNICA
2) CORRENTE EXPONENCIAL
3) ELETROESTIMULAÇÃO FUNCIONAL (FES)
4) CORRENTE INTERFERENCIAL
5) CORRENTE RUSSA
6) TENS
7) MICROCORRENTE
8) CORRENTE DIADINÂMICA
9) CORRENTE FARÁDICA

Definição
É uma corrente contínua de fluxo de elétrons com direção e intensidade e
com efeitos polares.
É também conhecida como corrente direta, corrente constante, corrente
contínua, corrente voltaica, corrente unidirecional.
É uma corrente de baixa freqüência. (50 Hz)
O fluxo da corrente dentro da “bateria” se dá do negativo para o positivo.
Entretanto é sabido que no circuito elétrico externamente carregado, os íons
convencionalmente fluem do pólo positivo para o negativo.

Efeitos fisiológicos
 Produção de calor: Efeito Joule. O transporte da corrente elétrica através de
íons produz calor e sua intensidade tem relação direta com a resistência
específica do meio utilizado.
 Eletrólise (Dissociação): Fenômeno pelo qual as moléculas se dividem em
seus diferentes componentes químicos, pelo fato de que cada um deles leva
consigo uma carga elétrica diferente.
 Fenômeno do eletrotônus: A corrente galvânica altera a excitabilidade e
condutibilidade do tecido tratado.
- Aneletrotônus (ocorre no pólo positivo): depressão da excitabilidade, que leva a
um alívio da dor.
- Cateletrotônus (ocorre no pólo negativo): aumento da excitabilidade, que
facilita as atividades específicas do tecido nervoso.
 Vasodilatação: é devido à ação da corrente sobre os nervos vasomotores,
provoca uma hiperemia ativa. A hiperemia atinge também estruturas mais

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profunda, por ação reflexa. Com isso há aumento da irrigação sanguínea,


acarretando maior nutrição tecidual profunda.
 Aumento do metabolismo: decorrente da vasodilatação e conseqüente
aumento da oxigenação e substancias nutritivas na região tratada.
 Aumento da ação de defesa: com a vasodilatação e conseqüente aumento
da irrigação sanguínea, haverá um aumento de elementos fagocitários
(leucócitos, basófilos, neutrófilos, etc.) e anticorpos.
 Endosmose (eletroendosmose): Assim como os radicais químicos, as
partículas fluidas também se deslocam e, por regra geral, seu deslocamento se
efetua do pólo positivo para o pólo negativo.
Esses fenômenos são basicamente utilizados em duas situações: a
cataforese (pólo -) para amolecer cicatrizes e quelóides, e a anaforese (pólo +)
na facilitação da derivação de fluidos no edema. Entretanto, são fenômenos
considerados por alguns autores como inexpressivos, ou com pouca finalidade
terapêutica.

Efeitos terapêuticos
 Analgesia (pólo +)
 Estimulação nervosa (pólo -)
 Antiinflamatório
 Transtorno circulatórios
 Iontoforese

Características dos pólos


a) Pólo positivo (ânodo)
-Repele íons positivo (cátion) - Menor hiperemia (isquemia)
-Atrai íons negativos (ânions) -Desidrata o tecido
-Analgésico -Mais germicida
-Sedante -Ácido
-Vasoconstrictor -Detém sangramento
- Atrai O2 -Corrói metais por oxidação
-Coagulação

b) Pólo negativo (cátodo)


-Repele íons negativo (ânions) -Maior hiperemia
-Atrai íons positivos (cátions) -hidrata o tecido
-Estimulante -Alcalino
-Irritante -Causa sangramento
-Vasodilatador -menos germicida
-Atrai H (atrai e libera bolhas -Não corrói metais
devido ao maior nº de H na água -Liquefação
Técnicas administrativas
a) Quanto menor for a área do eletrodo maior será a concentração de energia.
b) Dosimetria: a dosagem ideal gira em torno de 0,5 a 1mA por cm² de área do
eletrodo; ou de 2 a 20mA dependendo da sensação de formigamento referida

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pelo paciente; a dosimentria do banho galvânico dependerá do tamanho do


recipiente, alguns autores mencionam 15mA.
c) Tempo de aplicação: normalmente dura em torno de “15 a 30” min.
d) A sensação de formigamento deve ser homogênea, não poderá se
concentrar em um só ponto do segmento tratado ou da placa.
e) É importante a identificação dos pólos (+ ou -), antes da terapia.

Indicações
 Processos inflamatórios
 Processos álgicos (pólo +)
 Lesões de nervos periféricos (pólo -)
 “alterações de sensibilidade”
 Iontoforese
 Transtornos circulatórios
 Estimulação da irrigação sanguínea,etc
Contra-indicações
 Quando o paciente apresentar cefaléia, vertigens durante o tratamento
 Quando o paciente apresenta irritabilidade cutânea
 Marca-passo
 Implantações metálicas no campo de aplicação
 Locais com solução de continuidade

Técnica geral de aplicação


 Convencional:
Os eletrodos são acoplados na superfície do corpo, utilizando-se sempre um
meio para facilitar introdução da corrente: esponja, algodão ou feltro embebidos
em água quando o eletrodo for metálico; e ainda também utiliza-se “gel” quando
o eletrodo for de borracha de silicone.
 Máscara de Bergoniere:
Confeccionada em material metálico flexível onde é colocada na hemiface com
chumaço de algodão embebido; na qual é conectado um dos pólos e outro numa
região do corpo para fechar o circuito.
 Eletroestimulação:
É realizado utilizando a corrente galvânica de forma interrompida, adotando
como um dos eletrodos uma caneta eletroestimuladora que interrompe a
corrente provocando estímulos em estruturas mioneurais. A caneta deve estar
acoplada no pólo negativo.
 Banho Galvânico:
É uma forma de emprego da corrente galvânica que se destinam ao tratamento
de processos patológicos generalizados. Utiliza-se um recipiente com água onde
é submergido o membro a ser tratado, e coloca-se as placas no interior do
recipiente, ou somente o pólo positivo, ficando o pólo negativo no corpo do
paciente, ou vice-versa. A vantagem da água é permitir contato homogêneo com
os tecidos e reduzir a resistência da pele, devendo para isto, estar com uma
temperatura agradável. A dosagem gira em torno de 15 a 30 mA, pode ser feito
com duas cubas.
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Aplicações clínicas
-Artrite -ciatalgia -fibrose -tendinite
-Artralgia -lombalgia -neuralgia do trigêmeo -bursite
-Mialgia -distensão -Guillain-Barré -plegias
-Neuralgia -artrose -Paralisia facial -hipoestesia

Iontoforese
É um fenômeno físico que se caracteriza pela penetração de uma
substância terapêutica através da pele integra por intermédio da corrente
galvânica. É também conhecida como ionização, iontopenetração, dieletrólise,
dieletroforese, e jontoforese.

 Técnica de utilização
- É de fundamental importância para prática de iontoforese, a determinação
do pólo negativo ou positivo dos eletrodos. O íon ativo se deduz na fórmula
química do medicamento e o pólo usado deve ser o mesmo íon ativo.
- Na iontoforese subaquática os eletrodos são representados por
recipientes contendo soluções eletrolíticas.
- Na iontoforese transcerebral o eletrodo ativo (com medicamento) é
colocado sobre um ou sobre dois olhos e o eletrodo passivo no “buraco” occipital
(forâmen magnum); -1 a 3 mA para um olho, e 4 a 5 mA para a técnica
binocular, com 30 a 40 min de duração.
- Os medicamentos devem estar contidos de partículas ionizáveis e em
concentração adequada, porque se estas não são ionizáveis, não penetrarão na
pele como desejamos. Concentração abaixo do normal não faz efeito desejado e
acima podem ser lesivos à pele e ao organismo.
- Geralmente são usados medicamentos em concentração de 1 a 2%,
colocados em esponja/algodão, sempre maiores que a placa para evitar
queimaduras.
- A dosimetria é semelhante à da corrente galvânica convencional,
tendo a preocupação com a sensibilidade do paciente para não haver lesão com
superdosificação.
- A forma de utilização dos eletrodos na iontoforese é similar à utilizada
na galvanização convencional.
- A penetração dos iontes e da própria corrente galvânica nos tecidos
humanos é um fenômeno comprovado e, portanto, fora de discussão.
Entretanto, existem alguns fatores que dificultam o processo de iontoforese:
Resistência da pele e dos tecidos; Apenas um pequeno número de
medicamentos tiveram comprovação experimental com a iontoforese; alguns dos
medicamentos, geralmente utilizados, contém íons de ambas as polaridades, o
que dificulta a introdução global do medicamento; A quantidade eficaz do
medicamento introduzido é de difícil mensuração.
 Indicações
A iontoforese é indicada principalmente em afecções, onde a atuação da
eletricidade e do fármaco se fazem necessário, principalmente afecções
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cutâneas superficiais, em lesões de nervos periféricos, fraturas e contraturas,


nas artropatias reumáticas e traumáticas, em cicatrizes de tendência a quelóide
e até no tratamento coadjuvante de celulite e obesidade.
 Contra-indicado
-Quando houver cefaléia, vertigens e colapso circulatório
-Quando forem constatadas irritações cutâneas
-Perda de sensibilidade
-Paciente com dificuldade de compreensão da técnica
-Áreas cardíacas

 Substâncias Utilizadas na Iontoforese


Medicação Solução polar Ação Indicação
idad
e
Mobilatgel Prepara - Antiinflamatória Tendinite,
do artralgia, etc
Cataflan Preparado - Antiinflamatória Bursite,
periartrite,
inflamação
muscular
Cronassial 20 mg - Regeneração das Paralisia
fibras nervosas facial perif.,
lesão de
nervos perif.
Salicilato de sódio 2% - Analgesia Anti-
reumático,
artralgia e
mialgia
Iodeto de sódio 1% - Tônico vascular Artrose,
cicatrizes
aderentes
Sulfato de cobre 5% + Reabsorção de Micose,
calcificação processo de
calcificação,
bursite.
Salicilato de lítio 1% + Analgésico e Mialgia,
descongestionante artrite gotosa,
bursite
Cloreto de Cálcio 1% + Sedativo do SN e Paralisia
antiespasmódico facial,
hemiplegia,
osteoporose
Novocaína (solução) 2% + Analgésico local Nevralgia do
trigêmio, dor
localizada
Cloridrato de 2mg/1000 + Analgésico e Artralgia,
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histamina ml água vasodilatador torcicolo


Pomada de veneno Preparado + Antiinflamatória Artrite
de abelha reumatóide
Sulfato de magnésio 2% + Analgésico Bursite
aguda
Nitrato de acontina 20mg/1000 + Analgésico potente Nevralgia
ml/água rebelde

Conceito
É uma corrente estimulante de baixa freqüência que, comparada à
corrente farádica e neofarádica, se caracteriza por uma duração de pulso de
maior tempo de duração e pausa entre os impulsos. E, principalmente, uma
elevação de corrente que se introduz lentamente.
A duração do pulso varia de 0,01 a 2000 ms

Princípio de estimulação seletiva


A estimulação seletiva consegue atingir apenas a musculatura lesionada,
com exclusão da musculatura sadia adjacente. A musculatura lesionada possui
um limiar de excitabilidade mais alto que o da musculatura sã.

Ações
 Estímulo Neuromuscular: é uma ação comum às correntes excitomotoras, e
para as correntes exponenciais é uma estimulação neuromuscular seletiva nos
complexos neuromusculares denervados.
 Aumento do fluxo sangüíneo
 Hiperemia
 Aumento do metabolismo

Aplicações
 Eletroestimulação: efeitos excitomotores
 Eletrodiagnóstico cronáxico (cronaxidiagnóstico)
O eletrodiagnóstico pode ser: clássico e cronáxico

Indicações
 Estimulação de músculos denervados
 Fortalecimento muscular
 Edemas
 Inibição da espasticidade
 Transposições tendinosas
 Contraturas musculares
 Eletrodiagnóstico cronáxico
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 Pé plano
 Hipertrofia por desuso
 Lesões de nervos periféricos

Contra-indicações (são gerais para correntes elétricas)


 Área cardíaca
 Marca-passos
 Tromboflebite
 Cuidado com fraturas

Técnica de aplicação
Quando se fala em técnica monopolar ou bipolar, devemos observar a
área alvo, é a área onde se realiza o tratamento. A área alvo pode ser uma
articulação, um ponto motor do músculo, uma bolsa ou uma ferida.
 Monopolar: utiliza-se com eletrodos de tamanhos diferentes. O eletrodo
menor é o estimulante ou ativo. O eletrodo grande é chamado de dispersivo ou
passivo.
 Bipolar: os eletrodos normalmente têm o mesmo tamanho ou quando
diferentes são parecidos.
Neste caso, as respostas excitatórias são observadas sobre os dois
eletrodos, com a mesma intensidade.

História/conceito
Em 1925 Robinson utilizou folhas douradas carregadas de eletricidade
para prevenir cicatrizes de varíola.
Em 1977 comprovou um auxílio na aceleração de consolidação óssea
com o uso de microcorrentes.
Em 1982 Cheng iniciou um trabalho que elucidaria o mecanismo de ação
das microcorrentes, onde demonstrou o aumento da concentração de ATP,
aumento da síntese de proteína, aceleração do transporte através da membrana
celular e outros efeitos a nível intracelular.
Em 1983 Alvarez demonstrou a biosíntese de colágeno dérmico e
epidérmico em porquinhos de laboratório (yorkshire) com o uso das
microcorrentes.
Em 1993 pesquisadores mostraram efeitos das microcorrentes na
terapêutica antitumoral, que podem ser potencializados quando associados com
a terapia de interleucina-2 e bleomincina.
Em 1994 Pleniscar mostrou resultado efetivo na redução de massa
tumoral em lesões cutâneas de melanoma humano, e provável diminuição
metástica.

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Efeitos fisiológicos
 Síntese de ATP (Adenosina Tri Fosfato)
 Transporte ativo de aminoácidos
 Síntese de proteínas
 Restabelecimento da bioeletricidade tecidual
 Aumenta o transporte de membranas

Efeitos terapêuticos
 Analgesia
 Aceleração do processo de reparação tecidual
 Reparação de fraturas / aumento da osteogênese
 Antiinflamatório
 Bactericida

Características
 Os aparelhos de microcorrentes podem vir equipados com correntes
alternadas ou contínuas (pulsadas ou não).
 Os aparelhos de microcorrentes normalmente possuem freqüências que
variam de 0,5 Hz a 900 Hz e corrente de 10 a 1000 microampéres.
 A corrente contínua provê efeitos polares à estimulação, e seu uso consiste
em complementar ou reforçar os potenciais de corrente endógena. Assim esta
corrente exógena estimulará o processo de reparação tecidual.
 O plano de atuação das microcorrentes é profundo, em nível muscular, com
imediata atuação no plano cutâneo e subcutâneo.
 Em comparação o TENS, a terapia das microcorrentes além de diminuir ou
eliminar a dor acelera o processo curativo.
 As microcorrentes têm características subsensoriais não causando
desconforto ao paciente.
 1 miliampére – 1000 microampéres

Técnica de Aplicação
Um grande erro é utilizar os aparelhos de microcorrentes do mesmo modo
que se utiliza os aparelhos de TENS. Por exemplo, o TENS pode ser aplicado
sobre o outro lado da coluna num tratamento de uma dor nas costas. Isto não
funciona com a tecnologia das microcorrentes, que deve ser aplicada
preferencialmente sobre o local da dor.
As altas freqüências tem, algumas vezes, melhores resultados nos
primeiros minutos de tratamentos em problemas de inflamação articular.
Os efeitos microcorrentes são cumulativos, normalmente devem ser
tomadas muitas doses para que sejam alcançados os resultados finais de cura,
embora resultados iniciais possam ser vistos durante ou após as primeiras
sessões.
Num processo de cicatrização o pólo negativo de uma corrente direta
deve ser colocado sobre a ferida por sua ação bactericida. Quando a ferida
deixar de ser infectada inverte-se a polaridade do eletrodo sobre a mesma, para
que o pólo positivo possa fazer a promoção de reparo.
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Indicações
 Cicatrizes
 Rupturas miotendinosas
 Tendinites, tenossinovites
 Pós operatório imediato
 Úlceras de decúbito
 Síndromes dolorosas
 Fraturas
 Estética
 Recuperação de queimaduras

Contra-indicações
 Alergia ou irritação à corrente elétrica
 Sobre útero grávido
 Eixo cardíaco
 Eixo de marca-passo

Conceito
São correntes alternadas de baixa freqüência (sinusoidais/farádicas) de
50 a 100 Hz com retificação em semionda (MF) ou onda completa (DF) (São
correntes contínuas obtidas a partir da corrente alternada). Elas são
interrompidas com alternância rítmicas, podem trocar continuamente de
freqüência, ou ainda, combinarem-se em defasagem com uma corrente contínua
de base.
As correntes diadinâmicas são MF, DF, CP, LP e RS; sendo as três
últimas formadas das duas primeiras.
São também chamadas de Correntes moduladas ou correntes de
Bernard.

Tipos de corrente diadinâmica


 Corrente Monofásica Fixa: (MF)
Primeiramente, seria uma corrente alternada. Colocando-se um diodo (válvula)
eliminou-se a fase negativa. Passou a ser corrente contínua interrompida, com
freqüência de 50 Hz. Cada pulso tem uma duração de 10 ms,
conseqüentemente, entre um pulso e outro tem um intervalo de 10 ms.
Produz contrações musculares e tem um efeito eletro-estimulante sobre o
tecido muscular (forte efeito muscular (forte efeito dinamógeno)).
Esta forma de ondas também estimula diretamente a circulação, o que pode
ter um efeito benéfico em áreas pouco vascularizadas.

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 Corrente Difásica Fixa: (DF)


Ao se colocar dois diodos ou um diodo com dois anodos é como se invertesse
para cima a fase negativa e tornasse-a positiva. Possui freqüência de cerca de
100 Hz, os pulsos também são de duração de 10 ms porém, não tem intervalo.
Tem um forte efeito analgésico e espasmolítico, que sem dúvida é de curta
duração. Em 1° lugar está indicado para tratamento inicial, antes da aplicação de
outras correntes. Também é indicada para o tratamento de transtornos,
circulatórios funcionais periféricos e transtornos vegetativos.

 Corrente Modulada em Curto Período: (CP)


É a monofásica fixa combinada com a difásica fixa (MF + DF) ora MF ora DF.
A duração de cada MF ou cada DF é longa, equivale a 1 seg.
Há alternância entre as sensações de MF e DF. Leve tremor no período
difásico e forte vibração no monofásico. Se a intensidade sobrepassar o limiar
de excitabilidade motora, produzirá contrações musculares rítmicas e leves.
A CP aumenta de forma considerável o fluxo sanguíneo, o que proporciona
uma diminuição de diferentes origens, estados pós-traumáticos e alterações
tróficas.
Está contra-indicada à aplicação nos dermátomos correspondentes aos
órgãos viscerais, onde estiverem ocorrendo espasmos de musculatura lisa.

 Corrente Modulada de Longo Período: (LP)


Sobre uma corrente monofásica fixa modular outra corrente monofásica fixa
que vai crescendo e decrescendo gradativamente. Até descrever, leva 5 seg
depois 10 seg só MF (alguns autores falam em 6 seg para as duas fases).
Nesta corrente o paciente não sente uma forma tão brusca de alternância
entre o período monofásico que cresce e decresce e o monofásico simples. A
acentuada sensação vibratória do período monofásico simples e alternada pelo
efeito de sensação de fibrilação e formigamento do período
crescente/decrescente, que ascende e descende com relativa lentidão.
Caracteriza-se por um efeito analgésico particularmente favorável e
persistente (mais duradouro que a DF). Presta-se para o tratamento de mialgias,
assim como para o tratamento de diferentes formas de neuralgias.

 Corrente Ritmo-Sincopado: (RS)


É uma corrente MF com intervalo. A corrente MF dura 1 seg e o período de
pausa é de 1 seg.
Possui alto efeito dinamógeno. A sensação mais forte é de contração
muscular. É a corrente onde vai haver a estimulação de músculos plégicos ou
paréticos.
Está indicada para exercícios musculares farádicos locais.

OBS:
1) Em todas as correntes (MF/DF/CP/LP), exceto RS, quando se
trabalha com diadinâmica utiliza-se uma corrente de base, que é uma corrente

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contínua. Este controle aumenta a saída do componente galvânico da


diadinâmicas, e conseqüentemente os efeitos eletrolíticos

2) Antes de usar as modulações LP e CP pode-se empregar


primeiro a DF. Pois sempre que as modulações LP e CP se experimentem
demasiadamente dolorosa, o tratamento com DF elevará o umbral de
sensibilidade fazendo com que as formas de ondas mencionadas se tornem
mais toleradas.

3) Pode-se usar a corrente DF que é retirada e com freqüência de 100


a 120 Hz para a introdução de íons medicamentosos no organismo. (iontoforese)

Efeitos
 Analgésico
 Diamógeno ou efeito estimulante
 Circulatório
 Espasmolítico

Técnica de aplicação

 Dosimetria
A intensidade de corrente se eleva em geral pouco a pouco, e deve causar
uma sensação forte, porém, não dolorosa. É preferível elevar o umbral de
excitação sensitiva (formigamento) e, às vezes, mais tarde, o da excitação
motora (contração), com a influência da corrente.
Em geral, se ajusta o componente de corrente contínua (base); com
intensidade suficiente de 2 a 3 mA. Logo se eleva pouco a pouco a intensidade
do componente diadinâmico respectivo.
Em geral, a intensidade de todas as formas de onda diadinâmicas não supera
os 12 a 15 mA.

 Tempo
O tempo terapêutico de um modo geral não deve exceder a 12 minutos. O
tempo programado de uso da corrente, pode trazer lesões provenientes do
componente galvânico da corrente (cauterização).

 Inversão de polaridade
Quando o tratamento for superior a 3 minutos, em cada tipo de corrente,
podemos inverter a polaridade na metade do tratamento, para evitar um
desequilíbrio eletrolítico, devido à passagem da corrente que carregará
eletrólitos para outra direção e/ou os atrair para proximidades dos eletrodos, que
poderá provocar lesões.
Deve-se diminuir Base, Dose e invertendo a polaridade. Aumenta-se a Base
depois Dose novamente.

 Formas de Aplicação
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٠ Pontos dolorosos: Neste caso coloca-se um eletrodo diretamente sobre o


ponto doloroso e de preferência que ele esteja conectado ap pólo positivo do
aparelho, e o outro próximo ao primeiro. Geralmente é utilizado de forma bipolar
(eletrodos com tamanho iguais) mas pode ser monopolar (eletrodos com
tamanhos diferentes, com o menor no ponto doloroso).

٠ tronco nervoso: No trajeto dos nervos periféricos (aplicação no tronco


nervoso). Ao tratar de enfermidade dos nervos periféricos, os eletrodos devem
ser dispostos ao longo do respectivo nervo. A aplicação consiste na fixação do
eletrodo positivo sobre a raiz nervosa, e o negativo no trajeto do nervo periférico.
O paciente perceberá uma sensação de fibrilação e formigamento na região da
inervação sensorial do nervo correspondente. Este tratamento só é efetivo em
áreas onde os nervos estão localizados mais superficialmente. Ex: neurite ulnar,
sempre o trajeto, ponto de Valleix.

٠ paravertebral: (utilizada para dores a nível da coluna) Em ambos os lados da


coluna vertebral (aplicação paravertebral ou segmentaria).
٠ mioenergética: Dois eletrodos são colocados sobre cada extremo da região do
ventre muscular. Sobre o ponto motor: variação de aplicação mioenergética,
colocamos um eletrodo pequeno ativo sobre o ponto motor de estimulação do
músculo em questão. Técnica monopolar.

٠ transregional ou transarticular (transversal): Usa-se esta aplicação quando


necessitar de passagem de corrente elétrica através de uma articulação. Ex: dor
no punho, tornozelo, punho.

٠ Aplicação específica gangliontrópica: Aplicam-se pequenos eletrodos,


colocados a uma curta distância, um em relação ao outro e acima dos gânglios
vegetativos. Ex: gânglio cervical superior (próximo ao ECOM).

٠ Aplicação vasotrópica: Em caso de transtornos circulatórios periféricos. Os


eletrodos são colocados de acordo com o curso das correntes vasculares.

Indicação
1. Afecções do aparelho locomotor
 Distensões (luxações, subluxações) – CP
 Contusões – CP
 Distensões musculares – DF e CP
 Periartrite umeroescapular – CP
 Mialgias – DF e LP
 Torcicolos, lumbagos – LP, CP e DF
 Atrofias musculares – RS
 Epicondilite – DF, LP e CP
 Artrose articulares (extremidades) – LP, DF e CP
 Osteocondrose da coluna vertebral – CP

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 Síndrome de sudeck (inicia o tratamento com DF, com pólo positivo na região
supraclavicular e o positivo na borda posterior do ECOM) – DF e LP

2. Transtornos circulatórios
 Enfermidade de Raynaud – DF e CP
 Transtornos circulatórios endageíticos (angeíte obliterante) e
arterioscleróticos – DF, CP e LP
 Acrocianose - CP
 Varicose – DF
 Hemicrania e outras cefalgias (cefaléias) vasomotoras – DF
 Estado pós-congelamento e queimaduras – CP
 Edemas – CP

3.Afecções dos nervos periféricos


 Neuralgia do trigêmeo – DF e LP
 Síndrome do ciático – DF, LP e CP
 Neuralgia do occipital – DF e LP
 Neuralgia dos nervos intercostais– LP e CP
 Neuralgia glossofaríngea - CP
 Herpes Zoster – DF e CP
 Radiculopatias (síndrome cervical, síndrome cervicobraquial, lombosacralgia,
etc) – DF, LP e CP
 Paralisia facial – RS

4. Transtornos funcionais vegetativos dos órgãos internos


 Discinesias e estreitamentos anatômicos e espásticos dos condutos biliares
(cálculos) – DF e CP
 Gastropatias nervosa – DF e LP
 Enteroptoses - DF

Contra-indicação
 Pacientes portadores de marca-passo
 Endopróteses ou próteses endógenas

Conceito
É uma corrente de excitação de baixa freqüência, 50 – 100 Hz, com
duração de pulso de 0,1 a ms e com intervalos de 20 ms que tem fins
terapêuticos e diagnósticos.
A corrente farádica original era uma corrente alternada de freqüência
muito irregular. Esta irregularidade foi a causa da rápida modificação da forma
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de corrente descrita por Farady anteriormente. Assim nasceu a corrente


neofarádica, uma variação da corrente farádica produzida por alguns aparelhos
atualmente, que é uma corrente estimulante que consiste em um impulso
retangular/triangular com uma duração de 1 ms e um intervalo de fase de 19 ms,
com uma freqüência de 50 Hz
A corrente farádica original é uma corrente alternada, já a neofarádica
tornou-se uma corrente contínua interrompida com um impulso de duração de 1
ms e um intervalo de 19 ms.
Diferentemente da corrente galvânica, a corrente farádica não é
polaridade, isto é, não apresenta os pólos negativo e positivo.

Representação gráfica

Farádica
t

Neofarádica
t

Efeitos fisiológicos
 Estimula os nervos motores e sensitivos
 Ocasiona contração do músculo, estimulando-o
 Favorece o retorno venoso
 Aumenta o aporte sanguíneo
 Provoca ação metabólica

Efeitos terapêuticos
 Aumento do tônus muscular
 Manutenção da integridade da placa motora
 Recuperação da capacidade de contração muscular
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 Descongestionante

Indicações
 Estimulação de nervos e músculos
 Paresia
 Hipertrofia por desuso
 “Fraturas”
 Edemas
 Transplante tendinoso

Contra-indicações
 Áreas cardíacas
 Neuromas
 Espasticidade
 Varizes trombosadas
 Marca-passo

Técnica de aplicação
 A contração muscular não deve causar dor ou desconforto ao paciente.
 Utiliza-se a corrente farádica para eletrodiagnóstico clássico.
 A freqüência de estímulos normalmente utilizada é de 20 contrações por
minuto (na técnica bipolar).
 Método de aplicação:
٠ Aplicação bipolar
٠ Aplicação unipolar
٠ Aplicação subaquática
٠ Bomba farádica
٠ Caneta eletroestimuladora
 Deve-se ter cuidado com as alterações de sensibilidade, pois pode
administrar uma dosagem alta e lesionar estruturas mioneurais.

Conceito
É o fenômeno que ocorre quando se aplicam duas ou mais oscilações
simultâneas no mesmo ponto ou série de pontos de um meio.
As correntes que dão origem às correntes interferenciais são correntes
alternadas (senoidal) de média freqüência compreendidas numa faixa de 2000
Hz a 4000 Hz.

Biofísica
Cláudia Paes Campos
Professora de Eletro-Termo-fototerapia
Universidade Estácio de Sá
71

Para que tenhamos uma corrente interferencial é necessário que haja


duas ou mais oscilações simultâneas no mesmo ponto ou na mesma região, ou
seja, deve haver uma superposição de correntes de média freqüência para que
se tenha a interferência, a partir daí teremos uma corrente modulada
interferencial.
 Freqüência: Para que tenhamos uma corrente interferencial é necessário que
haja duas correntes que lhe dão origem tenham freqüência diferente, e a
freqüência da corrente interferencial gerada se dará pela diferença entre as
correntes geradoras.
OBS: As correntes de média freqüência, quando superpostas, irão
gerar uma corrente de baixa freqüência (que é a freqüência de
tratamento).
 Campo Vetorial: Quando as duas correntes de média freqüência são
superpostas geram um campo elétrico que vai ocorrer no sentido da soma
vetorial entre essas duas correntes, gerando uma terceira corrente cuja
freqüência e amplitude dependerá da diferença entre as duas correntes iniciais.

Propriedades fisiológicas
1. Freqüência portadora: É a freqüência das correntes de média freqüência
que irão gerar a corrente interferencial. Normalmente a freqüência de corrente
interferencial gerada gira em torno de 0 a 150 Hz.
2. Finalidade do uso das correntes de média freqüência para obtenção da
corrente interferncial:
a) Obter efeito de profundidade: Quanto maior a freqüência, menor é
a resistência capacitiva tecidual, portanto com as correntes de média
freqüência utilizadas para obtenção da corrente interferencial, consegue-se
atingir níveis de profundidade maiores que na utilização direta das correntes
de baixa freqüência no modo convencional.
b) Produção de corrente de baixa freqüência no interior dos tecidos:
Como a corrente interferencial propriamente dita é uma corrente de baixa
freqüência e é gerada a partir de duas correntes de média freqüência
consegue-se a produção de uma corrente de baixa freqüência no interior dos
tecidos.
3. Evitar efeitos eletrolíticos: por ser uma corrente despolarizada (alternada)
não possui efeitos eletrolíticos, por isso podemos utilizar por maior tempo e com
intensidades mais altas.

Efeitos gerais
 Analgesia
 Estimulação muscular (freqüência menor que 75 Hz)
 Melhora da circulação
 Relaxamento muscular
 Diminuição da reação inflamatória (diminuindo a dor, o edema e o espasmo
muscular)

Amplitude modulada de freqüência


Cláudia Paes Campos
Professora de Eletro-Termo-fototerapia
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1. AMF
Nada mais é que uma variação de freqüência de uma das correntes em
Hz, pois a outra corrente vai permanecer com freqüência fixa (diferença entre
duas correntes de média freqüência).
Parâmetros para eleger a amplitude modulada de freqüência:
a) AMF baixa:
- a sensação: mais agradável
- Variação: 75 a 150 Hz
- Utilização: transtornos agudos (dor intensa, hipersensibilidade,
aumento de volume por edema significativo)
b) AMF baixa:
- a sensação: vibração mais intensa e mais profunda (pode haver
contração muscular)
- Variação: 25 a 75 Hz
- Utilização: transtornos subagudos e crônicos podendo provocar
contração muscular.
Acomodação: Na terapêutica com a corrente interferencial pode ocorrer o efeito
de acomodação (mascarando os efeitos desejados). Para evitarmos a
acomodação podemos variar a freqüência ou aumentar a intensidade.
O uso de uma AMF baixa pode evitar uma acomodação, pois o paciente a
sente como vibração mais intensa.

2. ESPECTRO
Alguns aparelhos possuem um recurso de variar a freqüência na
terapêutica, chamado de Espectro ou ΔF. (50% da freqüência)
O Espectro (ΔF) é a variação acrescentada à AMF no sentido de evitar a
acomodação durante a aplicação. Automaticamente e ritmicamente o paciente
experimenta as freqüências deste intervalo.
Variação do Espectro (ΔF): 0 a 100Hz. Sendo que, para transtornos
agudos as variações de 50 a 100 Hz, e para transtornos subagudos e crônicos
variações de 25 a 50 Hz.
OBS: Na prática clínica, normalmente, trabalha-se com 50% da AMF.

3. SLOPE
É a técnica utilizada, em que o tempo da oscilação do espectro pode ser
ajustado no aparelho.
Exemplos de 3 programas básicos de utilização de Slope, e cada
programa podem ser destinados a uma fase da lesão, pois estes podem ser
mais suaves ou mais agressivos.
Programas: a) 1/1 b) 1/5/1 c)6/6
O programa a é o mais agressivo, onde a variação de AMF é feita de
forma súbita e mantendo-se na freqüência base por 1 seg e na mais alta por 1
seg. Este programa só é utilizado em problemas subagudos e crônicos onde não
haja hipersensibilidade.
Os programas b e c têm uma forma mais suave, destinados a casos
agudos.
Cláudia Paes Campos
Professora de Eletro-Termo-fototerapia
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73

Intensidade da corrente
Toma por base a sensação subjetiva da corrente na pele pelo paciente.
 Fase aguda: dose mínima (mínima intensidade sentida na pele) – início da
sensação
 Fase subaguda: dose normal (sensação clara da corrente) – sensação
agradável.
 Fase crônica: dose forte – no limite da tolerância.
OBS:
À medida que a intensidade aumenta, o paciente sentirá uma sensação de
formigamento. Com uma intensidade maior, ocorrerá uma contração muscular.
Se a corrente for aplicada a uma intensidade suficiente elevada, o paciente
poderá sentir desconforto, ou dor. É provável que os efeitos sensitivos originem-
se entre 4 e 10 mA, e as respostas motoras entre 8 e 15 mA.
1. Parâmetro: intensidade com contração muscular ou não:
- agudo: AMF alta / Espectro (ΔF) amplo (sem contração muscular)
- subagudo: AMF baixa / Espectro (ΔF) amplo (pode haver contração
muscular ou não)
- Crônico: AMF baixa / Espectro (ΔF) baixo (há contração muscular)
2. Se a AMF for alta e o Espectro baixo pode não haver mudanças
perceptíveis ao sistema nervoso, causando com facilidade a acomodação.
Nesses casos é indicado utilizar freqüências de Espectro com valores maiores.

Método de tratamento de acordo com a colocação dos eletrodos


1. Técnica bipolar (dois pólos)
O efeito da corrente interferencial se dará contida entre os dois eletrodos
a certo nível de profundidade.
2. Técnica tetrapolar (quatro pólos)
O efeito da corrente interferencial se dará na área da soma vetorial entre
os eletrodos. É aconselhável que os eletrodos fiquem eqüidistantes.
3. Técnica tetrapolar vetorial (vetor automático)
Criada para aumentar a área de tratamento e aumentar a região de
efetividade de corrente. Nesta técnica há um deslocamento do vetor de modo
automático, aumentando a área de exposição da corrente interferencial.
A realização desta técnica consegue-se mudando a intensidade de uma
das correntes de média freqüência. E isto é feito automaticamente pelo aparelho
(escolhe-se o modo ‘vetorar” ou vetor automático).
É indicada para extensas áreas lesionadas.

Eletrodos
 Tamanho
Quando se trabalha com eletrodos de tamanho diferentes, há mudança na
interferência da corrente gerada.
 Normalmente utiliza-se os de borracha de silicone ou os auto-adesivos
(próprios para articulações), entretanto podem ser utilizados os eletrodos de
lápis, para aplicações em pontos de dor, e a almofada de quatro pólos.
Cláudia Paes Campos
Professora de Eletro-Termo-fototerapia
Universidade Estácio de Sá
74

Técnica de aplicação
 Pontos dolorosos: Esta forma de aplicação de corrente interferencial é mais
adequada para se tratar pontos mais profundos, ou seja, quando o ponto
doloroso ou de aplicação se localiza em músculos, tendões, bursas, etc.
 Tronco nervoso (aborda-se o trajeto da via nervosa): O método de dois pólos
é muito adequado para este fim. Ao aplicar esta técnica de tratamento é
importante que o paciente sinta a irradiação acima da parte afetada.
 Paravertebral: Os eletrodos são colocados em volta da coluna vertebral ou
sobre ela, para os seguintes sintomas: dor local, dor cervical por compressão,
hipertonia dos músculos eretores do troco, etc.
 Músculos: É usada quando a terapia pretende: tonificar a musculatura,
melhorar a circulação, fortalecer os músculos, relaxar a musculatura, etc (técnica
bipolar em origem e inserção)
 Transregional (articular): Neste caso prefere-se o método de quatro pólos, e
se a dor for inespecífica ou difusa é proveitoso utilizar o modo “vetorar” (vetor
automático).
OBS: 1) A área a ser tratada deve ficar entre os eletrodos, deve-se evitar que ela
fique sob os eletrodos, pois a ação da corrente e menor.
2) Se distanciamos demais os eletrodos, diminuiremos a eficácia da
corrente interferencial no ponto médio entre os eletrodos.
3) Os eletrodos devem ficar sempre um de frente para o outro tanto
na técnica bipolar como na tetrapolar
4) Na técnica tetrapolar, se um dos eletrodos desconectar, a interferência
deixará de existir, ou seja, se um dos eletrodos deixar de funcionar não teremos
uma das correntes de média, não teremos superposição, e não teremos
interferência. Os 4 eletrodos precisam estar íntegros.
5) Evitar deixar a área a ser tratada na região central da interferência,
pois nessa região não há efetividade da corrente.

Utilização prática da AMF / Espectro (ΔF)


- Alta atualidade (agudos):- AMF (75 – 150 Hz) – Alta
- Espectro (50 – 100 Hz) 40% a 50% da AMF -
Amplo
- Slope (6/6; 1/5/1)
- Intensidade mínima
- Baixa atualidade (subagudos/crônicos):- AMF (25 – 75 Hz) - Baixa
- Espectro (25 – 50 Hz)
40% a 50% da AMF -
Estreito
- Slope (1/1)
- Intensidade máximo
Tempo de aplicação
- Duração: Aguda – 5 min a 10 min (curto)
Crônica – 10 min a 15 min (longo)

Cláudia Paes Campos


Professora de Eletro-Termo-fototerapia
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Indicações
 Dor (músculos, tendões, ligamentos, cápsulas, nervos)
 Hipertonia / espasmos
 Debilidade muscular
 Transtornos circulatórios

Contra-indicações
 Tromboses
 Marca-passo
 Estado confusional (paciente psiquiátrico; incompetente)
 Febre
 Tumores (sobre o tumor)
 Tuberculose
 Falta de colaboração (paciente indisposto)
 Implante metálico, caso o paciente sinta sensações desagradáveis
 Região abdominal de útero grávido

Conceito
A Eletroestimulação Funcional (FES) foi descrita como sendo a
estimulação de músculo, tanto lisos quanto estriados, que foram privados do
controle nervoso, com o objetivo de proporcionar contração muscular que
produza um movimento funcionalmente útil.
As contrações evocadas são obtidas a partir de vários pulsos elétricos de
pequena duração aplicados sob freqüência controlada. Estes trens de pulsos ou
envelopes de pulsos elétricos diferem das formas clássicas de
eletroestimulação, onde são empregados pulsos únicos com tempo de duração
variável, pois com os trens de pulso podem ser obtidos contrações em
condições mais fisiológicas, sem risco de queimaduras e o desconforto
produzido pela exposição mais longa à eletricidade.
O método é conhecido internacionalmente pela sigla FES, que é a
abreviatura da sua denominação na língua inglesa, Funcional Electrical
Stimulation.

Bases da excitabilidade
A técnica FES tem como base a produção de contração através de
estimulação elétrica, que despolariza o nervo motor, produzindo uma resposta
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76

sincrônica em todas as unidades motoras do músculo. Este sincronismo


promove uma contração eficiente, mas é necessário treinamento específico, a
fim de se evitar a fadiga precoce que impediria a utilização funcional do método
com objetivos reabilitacionais.
Não é possível a obtenção de um movimento funcional de um membro
paralisado por um simples pulso elétrico, sendo necessário uma série de
estímulos com uma certa duração, seguida por outros com uma apropriada
freqüência de repetição. Esta seqüência de estímulo recebe o nome de trem de
pulsos.
- Característica do trem de pulsos usado na técnica FES: F= freqüência dos
pulsos; T= duração individual de cada pulso; S= sustentação ou duração do trem
de pulsos; R= intervalo entre os trens de pulso (freqüência); A e D= tempo de
ascensão e descida na forma do trem de pulso.
 Repouso:
Um período entre dois trens de pulsos ® deve ser observado, a fim de se
evitar a fadiga na fase de recondicionamento muscular ou para permitir o
controle das contrações musculares e se obter movimentos úteis à locomoção.
 Ataque/descida:
É o tempo que a corrente leva para se estabelecer (ataque) e para cessar
(descida). A forma do trem de pulsos pode ser retangular, porém as fases de
ataque e descida (A e D) mais inclinadas, possibilitam uma contração muscular
com características mais fisiológicas. Contudo, se o tempo de subida do pulso
for muito lento, a fibra nervosa sofre um processo de acomodação de membrana
e pode não responder, apesar da intensidade de corrente satisfatória.
 Intensidade:
Dentro de certos limites, o aumento da intensidade de corrente corresponde a
uma contração muscular mais efetiva, por promover estimulação de fibras
nervosas, com limiar de excitação mais alto ou mais distantes da estimulação
dos eletrodos, porém a partir de certos valores variáveis de músculo, teremos
uma resposta constante, independente do aumento de intensidade.
 Freqüência:
Outro aspecto a ser analisado é quando à freqüência da repetição dos pulsos
elétricos (F), que é medida pelo número de repetições por segundo e expressa
em Hertz (Hz). Dependendo da freqüência deste pulso, iremos observar,
inicialmente, períodos de repouso entre abalos musculares de mesma
intensidade. Se aumentarmos a freqüência, irá se observar o quadro de
contração contínua, que caracteriza a tetania. Freqüências de pulsos elevadas
acarretam fadiga muscular, e freqüências muito baixas não permitem que a
contração muscular produza trabalho funcional eficiente.
 Duração do pulso:
A duração do pulso provê uma qualidade maior ou menor aos estímulos, pois
em virtude da musculatura denervada sofrer aumento da cronaxia, quanto maior
a duração do pulso maior será a qualidade do estímulo, entretanto pode causar
fadiga precoce. Músculos denervados não são ativados por pulsos com duração
menor que 0,1ms (T), não importando a intensidade da corrente aplicada.
OBS: Alguns aparelhos têm a duração de pulso medida em microsegundos.
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 Sustentação:
É o tempo de contração efetiva (máxima eficácia). Se a sustentação for muito
grande pode levar à fadiga precoce. Entretanto existem trabalhos de isometria
que utilizam grandes períodos de sustentação.

Aparelho
Os aparelhos podem ser portáteis ou clínicos, e devem possuir controles
de ajustes de intensidade, ataque/descida, freqüência de pulsos, duração de
pulso, sustentação e repouso
Existem variedades nos modelos de interruptores, que podem ser
basicamente: interruptor automático (dentro do próprio aparelho); de palmilha; e
disparador manual.

Bases funcionais
- Inibição funcional: Os reflexos flexores e extensores não podem ser evocados
simultaneamente.
- Estimulação aferente: estimulação dos nervos sensitivos
- Estimulação eferente: estimulação dos nervos motores
- Princípio da substituição (Liberson): Substituição ortótica

Objetivos
- Diminuição da espasticidade
- Auxiliar a reorganização da atividade motora
- Acelerar a recuperação do controle voluntário
- Restituir por controle elétrico, movimentos simples e complexos
- Substituição ortótica
- Fortalecimento muscular

Condições que dificultam a técnica


- Discinesias
- Síndromes hipertônicas graves
- Irritação da pele
- Obesidade
- Aceitação do paciente
- Escaras
- Falta de conhecimento da técnica pelo terapeuta.

Critério de avaliação dos pacientes


1. Capacidade de resposta à corrente FES:
Os pulsos elétricos (T) utilizados na técnica FES são da ordem de décimos
milisegundos (0,2 , 0,5 , etc). Pulsos com esta ordem de grandeza, com
qualquer intensidade de corrente, apenas conseguem produzir contração
muscular através do estímulo do nervo periférico. Doenças que acometem o
neurônio motor inferior (nervo periférico) não são elegíveis à técnica FES. As
moléstias que acometem a placa motora, também não podem ser tratadas por
esta metodologia (interferem na passagem do impulso nervoso para o músculo).
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78

As miopatias que se caracterizam pela perda da capacidade de contração


muscular também não têm indicação de tratamento pelas correntes FES.

2. Graduação da espasticidade
Como a técnica FES tem objetivos funcionais, lança-se mão de uma
graduação baseada no efeito da espasticidade sobre a função a ser realizada,
existindo, desta forma, três níveis de graduação:
- Grau 1 – o aumento do tônus é percebido ao exame, porém não interfere na
função.
- Grau 2 – a espasticidade percebida ao exame interfere com a função.
- Grau 3 – a espasticidade impede o desempenho da função.
3. Critérios de avaliação das articulações
As articulações são avaliadas através da movimentação passiva e
quantificadas pela goniometria manual.

Indicações
 Facilitação neuromuscular
 Substituição ortótica
 Controle da espasticidade
 Paraplegias/paraparesias
 Esclerose múltipla
 Escoliose
 Hipotrofia por desuso
 Hemiplegia
 Lesão medular
Paralisia cerebral (quanto à distribuição topográfica, os pacientes mais
beneficiados são os hemiparéticos e os paraparéticos).

Contra-indicações
 Eixo do marca-passo
 Sobre o seio carotídeo
 Sobre a área cardíaca
 Espasticidade grave
 “lesão nervosa periférica”

FES em hemiplegia (AVE)


A hemiplegia pós-acidente vascular cerebral é uma das formas mais
freqüentes de incapacidade. Em relação aos aspectos motores, a paresia
espástica, a perda da seletividade do movimento, as retrações músculo-
ligamentares e as deformidades são problemas que podem ser mais bem
tratados com a inclusão de técnica FES no arsenal de recursos terapêuticos
utilizados no processo reabilitativo.
a) Objetivos da técnica FES em pacientes com hemiplegia

FES

Hemiplegia
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b) Metodologia
Recondicionamento Redução da Reorganização
De uma forma didática, a aplicação pode ser classificada de dois modos:
muscular espasticidade do padrão motor
- recurso de recondicionamento muscular
- recurso ortésico

c) FES e recondicionamento muscular


- Membros superiores: os grupos musculares mais freqüentes estimados
com objetivos de recondicionamento funcional são: deltóide, tríceps, e os
extensores de punho e dedos.
- Membros inferiores: O recondicionamento mais freqüente é dirigido a
três grupos musculares: quadríceps, ísquios tibiais, e dorsiflexores.
* contração evocada rítmica – a técnica de produção de contrações
evocadas dos dorsiflexores de forma rítmica é utilizada nas fases iniciais do
tratamento, quando o paciente não tem condições de assumir a posição
ortostática e tem como objetivo a manutenção de representação corporal do
segmento paralisado, e a prevenção da enfermidade em eqüino.
* contração evocada por disparador – O disparador – um dispositivo
semelhante ao utilizado nos jogos de videogame, permanece na mão do
terapeuta que vai aciona-lo no momento em que o paciente inicia a fase da
passagem. O estímulo elétrico produz a dorsiflexão e permite a diminuição do
padrão ceifante da marcha do hemiplégico. Quando inicia a fase de apoio, o
terapeuta desliga a fonte produtora do estímulo após o calcanhar atingir o solo.

d) FES como uso ortésico na hemiplegia (FES de palmilha)


A utilização da técnica FES como órtese funcional em pacientes
hemiplégicos freqüentemente é restrita ao controle da articulação do tornozelo.
Um pequeno aparelho gerador de correntes é fixado na cintura do
paciente e os eletrodos são aplicados na projeção do nervo ciático poplíteo
externo (cabeça da fíbula) e/ou no próprio músculo. Os estímulos são gerados
de forma contínua, sendo interrompidos por uma chave acoplada a uma palmilha
colocada no calçado do paciente.
Esta órtese funcional produz o controle da dorsiflexão do pé. Quando o pé
está apoiado ao solo, permanece desligada, por ação de chave da palmilha,
permanecendo ativa durante toda a fase de passagem da marcha, sendo
desligada novamente assim que o calcanhar atinge o solo.

FES em lesão medular


a) critérios de seleção dos pacientes
Os pacientes com lesão medular de qualquer etiologia, para serem
elegíveis à aplicação da técnica FES, não podem ter acometimento do neurônio
motor inferior. Habitualmente, as lesões acima do nível L1/L2 têm esta
característica, o que permite o estímulo elétrico aplicado ao nível do nervo
periférico produzir contração muscular com finalidades funcionais. Pacientes
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80

com lesões abaixo deste nível, porém do tipo incompleto, podem ser incluídos
no programa se a resposta motora evocada a partir de gerador de correntes for
satisfatória.
As deformidades em flexão-adução dos quadris ou eqüinismo dos pés,
freqüentes nos pacientes com lesão medular, desde que moderadas, não são
fatores de inelegibilidade, assim como escaras em tratamento que não estejam
comprometendo o estado geral do paciente ou situadas em zonas de apoio na
posição ortostática.

b) Fases de tratamento
O programa de recuperação motora em pacientes com lesão medular é
dividido em quatro fases:
- recondicionamento muscular;
- transferência da posição sentada para a de pé;
- treinamento da posição ortostática;
- treinamento da deambulação.

Conceito
É uma corrente alternada (sinusoidal) de média freqüência, que pode ser
modulada por “rajadas”, e é utilizada com fins excitomotores. Este tipo de
corrente permite aplicação de alta amperagem, em torno de 100 mA.

Propriedades histológicas, histoquímicas e fisiológicas da musculatura


Henneman e Olson em 1965 classificaram as fibras musculares de acordo
com sua constituição, e que os grupos musculares em sua maioria eram mistos,
ou seja, compostos de mais de um tipo de fibra muscular.

 PROPRIEDADES DAS UNIDADES MOTORAS TÔNICAS E FÁSICAS


TÔNICAS FÁSICAS
Fibras vermelhas Fibras brancas
Inervadas por fibras “A alfa 2” (alfa Inervadas por fibras “A alfa 1” (alfa
tônica) fásica)
Freqüência tetânica de 20 a 30Hz Freqüência tetânica de 50 a 150Hz
Fadiga tardia Fadiga rápida (tetânica)
Capilaridade ótima Capilaridade pobre
Chamadas de fibras estáticas ou Chamadas de fibras rápidas ou
musculares contração rápida
Filogenéticamente velha Filogenéticamente jovem
Maior quantidade de ATPase Menor quantidade de ATPase

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Comportamento clínico da musculatura


a) musculatura pálida (A) “branca”
É a principal responsável pela flacidez e perda de tônus. Cansa-se com
facilidade e não tolera contrações prolongadas. Só é trabalhada com exercícios
extenuantes e realizados numa freqüência muito rápida. Assim, costuma ser a
primeira a se atrofiar.
Possui rápida velocidade de contração, entre 60 ms, mas com
fadigabilidade precoce.

b) musculatura vermelha (C)


Praticamente “não necessita ser trabalhada”. Basta ficar de pé para
exercita-la (musculatura estática). Resistente e dinâmica, suporta intensa
atividade e têm grande capacidade de contração, o que permite, aliás, a
movimentação de todo corpo.
Possui lenta velocidade de contração, entre 50ms e 80ms, mas com
fadigabilidade tardia (fibras que suportam atividades por períodos prolongados).

OBS: 1. As unidades motoras tônicas são ativadas primeiramente, ao se


produzir um movimento, e seu potencial de ação está em torno de –70mV;
2. As unidades Motoras fásicas são ativadas quando o movimento
requerer um esforço suplementar, e seu potencial de ação está em torno de –
90mV.
3. O neurônio “A alfa 1” tem um axônio mais grosso,
conseqüentemente, sua velocidade condutora é maior. Isto é muito importante
para as fibras musculares fásicas, pois realizam uma força de explosão de curto
prazo; adicionam força ao movimento vigoroso; são as primeiras a entrarem em
atividade quando se exige uma reação inesperada e rápida do músculo.
Plasticidade do tecido conjuntivo muscular
Estímulos elétricos sobre os motoneurônios mudaram as características
de algumas fibras fásicas que passaram a agir como fibras tônicas, ou vice-
versa, ou seja, interferindo sobre os motoneurônios podemos interferir sobre as
fibras musculares. Em geral a transformação de fibras musculares fásicas em
tônicas transcorre com maior facilidade que o caminho inverso.
A partir daí existiu uma facilidade da “transformação” de fibras fásicas em
tônicas através de mudanças em seus potenciais.
Modificação na composição muscular (Swynghedauw – 1986)
- Freqüência baixa – 20 Hz a 30Hz – boa estimulação para transformação de
fibras fásicas em tônicas.
- Freqüência alta – 150 Hz – boa estimulação para transformação de fibras
tônicas em fásicas.

OBS: Mudanças que podem ocorrer com a utilização da Corrente Russa:


- mudanças na capilaridade
- mudança na característica de resposta do motoneurônio
- redução na velocidade de condução
- aumento da excitabilidade
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Conclusão: Dependendo da freqüência adotada na estimulação, as fibras fásicas


podem adotar comportamento e características de fibras tônicas, e isto poderia
ser mantida se mantivesse a estimulação e a função do músculo.

Características da Corrente Russa


Este tipo de corrente foi construído exatamente baseada nos tipos
musculares existentes (tônicas e fásicas).
É uma corrente alternada, com freqüência entre 2500 Hz e 5000 Hz
(média freqüência).
Permite o uso de amperagem elevada (acima de 100 mA), pois é uma
corrente de média freqüência, ou seja, mais agradável e não possui efeitos
polares sobre a pele.

Especificações técnicas da Corrente Russa


- freqüência portadora – 2500 Hz (corrente de média freqüência que vai gerar a
corrente para estimulação)
- porcentagem do ciclo - 20% - 30% - 50%
Obs: Quanto maior a porcentagem de corrente de corrente dentro do ciclo,
mais agressiva ou com maior intensidade o paciente vai sentir a corrente (a
escolha vai depender do estado de saúde, fase da doença, etc.)
- Freqüência de modulação – 0 a 150 Hz (quantos ciclos ter-se-á numa unidade
de tempo - nº de ciclos por segundo).
Obs: A modulação da freqüência vai obedecer a característica da fibra (fásica
ou tônica) e a porcentagem do ciclo vai obedecer a situação do paciente (estado
de saúde, fase da doença).
- intensidade – a máxima suportável (0 a 140 mA, podendo variar até 200 mA)
- Tempo de subida – 2ms
- Tempo de contração – 0 a 30 seg.
- Tempo de descida – 1 ms
- Tempo de repouso – 3 a 30 seg.

UTILIZAÇÃO TERAPÊUTICA
1. Incremento da força muscular
2. Modificação do tecido muscular
3. Melhorar a estabilidade articular
4. Melhorar o rendimento físico em esporte de alto nível
5. Manter a qualidade e quantidade do tecido muscular
6. Aumentar a circulação sanguínea no músculo
7. Recuperar a sensação da contração nos casos de perda de
sinestesia.
OBS: Comparando-se a estimulação da musculatura com a utilização da
Corrente Russa e o FES, no tocante ao fortalecimento muscular observou-se
que a estimulação com a Corrente Russa era mais efetiva, pois por ser de média
freqüência a corrente penetra mais no tecido muscular estimulando um maior
número de fibras musculares que o FES (baixa freqüência – 190 Hz).
Cláudia Paes Campos
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VANTAGENS
- Se consegue ativar 30% a 60% a mais das unidades motoras com a Corrente
Russa que nos exercícios comuns e tratamentos convencionais.
- O aparelho consegue trabalhar toda musculatura, inclusive zonas consideradas
difíceis de serem atingidas com eletroestimulação convencional, como os
glúteos e o reto-abdominal.
- Melhora à curto prazo
- Melhora da estabilidade articular durante a fase de mobilização

SELEÇÃO DO TIPO DE CORRENTE


Parâmetros a serem seguidos:
- Tipo de músculo a ser tratado
- Exigir o máximo em todas fases do tratamento
- O tipo de corrente deve ser o mais agradável possível
- O músculo que se vai trabalhar deverá está normal, e o nervo motor intacto
- Evitar, dentro do possível a adaptação (acomodação) do nervo motor
Obs: Não são aconselháveis aplicações de longa duração, pois por ser uma
corrente de média freqüência a partir de determinado momento irá inibir a fibra
motora por adaptação (acomodação). O ideal é de 15 a 20 min por sessão
apenas.

Modificações na composição da fibra muscular


Temos constatado que a composição das fibras musculares se modifica
ao ser exposta a um período prolongado de excitação produzida por correntes
elétricas. Esta modificação depende principalmente da freqüência com que se
despolariza o nervo motor por meio da corrente elétrica.
Na maioria dos casos, se reduz a velocidade de contração das células
musculares. Com esta modificação a fibra muscular adquire a função ou a
característica de fibra tônica, que nem sempre é desejado, principalmente
quando se necessita de função dinâmica do músculo.
A modificação é reversível desde que, passemos a trabalhar estes
músculos com funções mais dinâmicas.

A ação da Corrente Russa na musculatura ainda permite:


- fortalecimento do músculo sem que produza modificação da fibra muscular;
- fortalecimento do músculo com o objetivo de modificar a composição da fibra
muscular;
- excitação subliminar prolongada para modificar a composição da fibra
muscular, sem fortalecimento do músculo

Riscos terapêuticos
 Evitar dor muscular
 Cuidado com a amplitude articular nas contrações isotônicas nos casos de
bloqueio articular
 Certificar-se que não há lesão em músculos, tendões, ligamentos e fáscias
Cláudia Paes Campos
Professora de Eletro-Termo-fototerapia
Universidade Estácio de Sá
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 Modificações não desejadas na composição da fibra muscular.

Indicações
 Fortalecimento em condições patológicas
 Fortalecimento no esporte de alto nível, tais como:
a) aumentar a capacidade de “sprint”
b) aumentar a capacidade de salto
c)aumentar a capacidade de resistência
 Estabilização da coluna vertebral
 Estabilização de articulações
 Incontinência esfincteriana
 Estética

Contra-indicações
 Lesões musculares, tendinosas e ligamentares (absoluta)
 Inflamações articulares em fase aguda
 Fraturas não consolidadas
 Espasticidade
 Miopatologias que impeçam a contração muscular fisiológica
 Lesão nervosa periférica

= TNS

Conceito
É uma técnica de neuroestimulação sensorial superficial, de
características não invasivas e não lesivas utilizadas no tratamento da dor.
É uma corrente alternada de baixa freqüência.

Classificação da fibra nervosa sensitiva

CATEGORIA EFERENTE AFERENTE VELOCIDADE DE DIÂMETRO DA


CONDUÇÃO (MS) FIBRA EM MICRA
Fibras de A – alpha I 70 – 120 12 – 22
grosso A – beta II 50 – 70 5 – 12
calibre A - gama II 30 – 50 5 – 12
Fibras de fino A – delta III < 30 2-5
calibre dor rápida
Fibras de fino C IV <3 0,1 – 1,3
calibre Dor lenta
Obs: As fibras A – alpha (I) são fibras que conduzem tato e pressão; são fibras
grassas e mielinizadas.
Cláudia Paes Campos
Professora de Eletro-Termo-fototerapia
Universidade Estácio de Sá
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As fibras A – delta (III) são fibras finas e mielinizadas (tracto


espinotalâmico – localiza a dor com clareza)
As fibras do tipo C são fibras de fino calibre e amielínicas (tracto
espinoreticular – não localiza a dor com clareza)

Mecanismo de ação do TENS


a) Teoria das Compotas:
A teoria das compotas foi estipulada por níveis medulares. Esta teoria
estabelece, que pela medula entram informações pelas fibras de grosso calibre
(tato e pressão) e pelas fibras de fino calibre (sensação de dor).
Quem determina o que passa entre as fibras de grosso calibre é uma
substância chamada Substância Gelatinosa de Rolando (Portão da dor).
A substância gelatinosa de Rolando faz o mecanismo conhecido como
“INIBIÇÃO PRÉ-SINÁPTICA” – funciona como se fosse um gatilho controlador
(filtra as informações que chegam através das fibras de grosso calibre e de fino
calibre).
Para a teoria das compotas o “sentir” ou “não sentir” dor seria
determinado pela maior quantidade de impulsos que chegam pelas fibras de
grosso calibre ou pelas fibras de fino calibre.
Chega-se informação pelas fibras de grasso calibre, ocorrerá um efeito
facilitatório sobre a Substância Gelatinosa (Portão da dor), gerando um
mecanismo inibitório sobre as fibras de fino calibre (dor) que fecha a “porta” para
estimulação dolorosa. Se a informação for maior nas fibras de fino calibre (A –
delta ou C) elas tendem estabelecer uma conexão com a Substância Gelatinosa,
inibindo-a, abrindo a porta para estimulação dolorosa.
Ou seja, se passarem mais impulsos pelas fibras de grosso calibre haverá
um efeito facilitatório nas comportas, proporcionando um mecanismo de
“fechamento” para a passagem dos impulsos dolorosos (fino calibre).
Se chegarem mais impulsos pelas fibras de fino calibre, haverá um efeito
inibitório nas comportas, e teremos a passagem da sensação dolorosa.

b) Peptídios opióides endógenos:


Pesquisadores demonstraram um aumento nos peptídios opióides
(encefalina e endorfina) no LCR diante de uma estimulação nervosa
transcutânea.
Obs: Pesquisas realizadas, que mostraram o alívio da dor tendo como
mecanismo de liberação de endorfina que possuía maior tempo do alívio
dolorosos após o uso do TENS.

Característica dos geradores


Formas de onda: Pode ser monofásica (contínua) ou bifásica (alternada)

Cláudia Paes Campos


Professora de Eletro-Termo-fototerapia
Universidade Estácio de Sá
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Monofásica retangular

Bifásica assimétrica
(retangular modificada)

Simétrico bifásico retangular

Espícula modificada
(parece um pulso farádico)

Monofásica retangular com


Alta freqüência (Burst)

Cláudia Paes Campos


Professora de Eletro-Termo-fototerapia
Universidade Estácio de Sá
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Trem de pulsos

Deve-se dirigir a atenção para o TENS de onda bifásica assimétrica


(retangular modificada), que é aquele mais encontrado no mercado nacional.
Os controles de T (Tempo ou Duração) e R (Freqüência) são numerados
no aparelho, normalmente, de 1 a 10 (alguns de 1 a 9). Os tempos envolvidos
podem ser avaliados por tabelas de correspondência.

Controle de T (tempo em microsegundos):


Este controle programa o tempo de duração de pulso, cuja a gama vai,
aproximadamente, de 82 a 350 (ou 35 a 365) microsegundos, dependendo do
aparelho.

Controle de F (tempo em milesegundos):


Este controle programa o tempo entre um pulso e outro, ou seja, a
freqüência de repetição dos pulsos.
Permite uma repetição de aproximadamente 6 pulsos/segundo até 200
pulsos/segundos, correspondente a uma faixa de freqüência de 6 a 200 Hz (ou 1
a 150 Hz).

Intensidade:
Parâmetro subjetivo, que depende da sensibilidade do paciente. Não
existe uma escala. Trabalha-se com o limiar doloroso (varia de 10 a 80 mA)
Se mesmo com o controle na posição máxima de intensidade não houver
potência suficiente, deve-se aumentar progressivamente o controle de T.

Modo (tipos) de TENS


 Convencional
 Do tipo acupuntura
 Burst
 Breve e intenso

a) Tens convencional (mínimo 40 a 50’) – Dor aguda


 Freqüência de pulso: ALTA (50 a 100 Hz)
 Duração do pulso: 40 a 100 microAmpéres (estreito)
 Intensidade: Confortável alta (10 a 30 mA)
 Início do alívio: 20’
 Duração do alívio: 20’ á 2 h
 Sensação: Parestesia sem contração muscular

Cláudia Paes Campos


Professora de Eletro-Termo-fototerapia
Universidade Estácio de Sá
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b) Tens acupuntura – dor crônica


 Freqüência de pulso: BAIXA (1 a 4 Hz)
 Duração de pulso: 150 a 250 microAmpéres (largo)
 Intensidade: forte, no limite do suportável (30 a 80 mA)
 Início do alívio: 20’ à 30’ até uma hora
 Duração do alívio: 2 a 6 horas
 Sensação: Contrações musculares rítmicas (visíveis)

c) Tens breve e intenso (alívio imediato)


 Freqüência de pulso: ALTA (100 a 150 Hz)
 Duração do pulso: 150 a 250 microAmpéres (largo)
 Intensidade: Forte, ao nível de tolerância (30 a 80 mA)
 Início do alívio: 10’ á 15’
 Duração do alívio: pequena, apenas durante a estimulação
 Sensação: Fasciculações musculares não rítmicas, ou contrações tetânicas.

d) Tens Burst ou Tens de pulso


 Freqüência de pulso: alta (70 a 100 Hz)
 Freqüência de modulação –1 a 8 Hz , pode vir modulada em valores fixos e
com variação durante a terapêutica
 Duração do pulso: 150 a 200 microAmpéres (largo)
 Intensidade: variável de forte a fraco (30 a 60 mA)
 Início do alívio: 10’a 30’
 Duração do alívio: 20’ à 6 horas
 Sensação: contrações musculares rítmicas acompanhadas de parestesias.

Indicações
 Dor aguda (F  e I↓)
 Dor crônica (F↓ e I )
 Fraturas

Contra-indicações
 Pacientes com marca-passo
 Problemas cardíacos
 Dores não diagnosticadas

Precauções
 Grávidas
 Aplicação sobre os olhos e boca
 Aplicação sobre a parede anterior do tórax em pacientes com problemas
cardíaco
 Sem nível intelectual
 Crianças
 Cabeça ou face

Cláudia Paes Campos


Professora de Eletro-Termo-fototerapia
Universidade Estácio de Sá
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Técnica de aplicação
1. Eletrodos:
a) Eletrodos de borracha de silicone:
- deve-se trocar os eletrodos a cada 6 meses, pois altera a
propagação dos impulsos
- cuidado com a ruptura dos eletrodos
- deve-se utilizar gel ou algodão embebido, para melhorar a
condução elétrica. Aplicar de maneira uniforme.
b) Eletrodos auto-adesivos
- limpar a pele antes de acopla-lo
- umedece-los e guardar na geladeira após o uso
- não retirar-lo da pele puxando pelo fio
O posicionamento dos eletrodos é um dos fatores mais críticos que pode
influenciar no sucesso do tratamento. Para que uma área do corpo seja eletiva
para a estimulação, devemos saber que está área selecionada deve estar
anatomicamente ou fisiologicamente relacionada à fonte de dor.
2. Áreas de utilização dos eletrodos:
 sobre os dermátomos
 sobre os miótomos
 sobre os pontos de acupuntura
 sobre os pontos motores
 sobre um trigger points
3. Disposição dos eletrodos:
a) Colocação geral dos eletrodos:
 estimulação dos pontos motores, de acupuntura e gatilho.
 Estimulação da região dolorosa
 Estimulação do dermátomo
 Estimulação da medula espinhal
 Estimulação do trajeto do nervoso
b) Colocação particular:
 Uni ou bilateral
 Colocação proximal
 Colocação distal
 Colocação linear
 Colocação cruzada
 Miótomo relacionado á dor
 Bracelete
 Colocação trans-craniana ou transcerebral
Freqüentemente os eletrodos são colocados no próprio local da dor.
Algumas vezes o quadro doloroso pode ser delegado se a origem da dor estiver
na área sob os eletrodos. No entanto, podemos estar diante de uma dor referida;
ou seja, embora a dor seja referida pelo paciente em determinada área, seu
lugar de origem, na verdade, está à distância.
Mesmo que localizemos o verdadeiro local de produção da dor, o
tratamento terá um melhor rendimento se estimularmos todo o dermátomo.

Cláudia Paes Campos


Professora de Eletro-Termo-fototerapia
Universidade Estácio de Sá
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É comum, depois de algum tempo de iniciado o tratamento, o paciente


referir que a intensidade dos estímulos diminuiu. Isto se dá em função de um
bloqueio inicial ao estímulo da dor. Neste caso, a intensidade poderá ser
aumentada no mesmo atendimento.
O paciente pode ter alívio completo da dor, ter algum alívio, ou não
demonstrar qualquer melhora com a utilização da TENS. Este fato fará com que
o fisioterapeuta se disponha a pesquisa melhor a causa do quadro álgico, para
melhor interferir no processo de sua geração.

Cláudia Paes Campos


Professora de Eletro-Termo-fototerapia
Universidade Estácio de Sá

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