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Revista Eletrônica Internacional de Literatura e poesia “Musa Calíope” Corumbá - MS, Brasil.

3ª Edição – março/abril de 2011

ÍNDICE

V
Revista Eletrônica Internacional de Literatura e poesia “Musa Calíope” Corumbá - MS, Brasil.
3ª Edição – março/abril de 2011

EDITORIAL
C om este número, a Revista Eletrônica Internacional de Literatura e Poesia
Musa Calíope alcança a sua terceira edição. Não são poucas as dificuldades que
rondam iniciativas dessa natureza. Entretanto, enfrentando-as, aos poucos
consolidamos nosso projeto original de incentivar reflexões e somar discussões ao
panorama literário e artístico atuais, numa projeção internacional, criando, assim, um
canal de comunicação entre o Brasil e as comunidades dos países de língua portuguesa
e espanhola.
Como já dissemos, a Revista Musa Calíope é uma publicação especializada em arte,
pensamento, poesia e literatura contemporânea que, atrelada a outros projetos
culturais, empenha- se na publicação da inspiração dos homens e de sua veia criativa.
Aqui, além de ser mais um lugar para a reflexão teórico-crítica-artística, é um veículo
que pretende oferecer aos novos e aos experientes escritores – ficcionistas, poetas,
ensaístas – oportunidade de publicação. Assim, é com grande satisfação que vemos
ampliada a proporção de e-mails, oriundos de países de língua portuguesa e espanhola,
e encaminhados com poemas, contos e artigos diversos. Orgulhamo-nos, então, de
receber materiais dos mais diversos pontos do mundo. Sabemos que o aumento do
número de leitores e colaboradores é vital para a realização de novas propostas e
melhorias para a nossa revista.
Agradecemos, então, a todos aqueles que enviam suas sugestões e críticas, pois
consideramos que de olhos atentos aos comentários dos nossos leitores, seremos
capazes de seguir, passo-a-passo, o caminho para o alcance do sucesso tão desejado.
Certo é que já consideramos ser este um pequeno progresso e, mesmo um pequeno
progresso, é um avanço na direção certa. Entretanto, a comemoração deve ser
feita de forma sutil, pois, como dito antes, os obstáculos enfrentados, até hoje, para a
manutenção deste pequeno periódico não são poucos. Desde problemas técnicos
relacionados ao desconhecimento da operação de ferramentas da informática, até as
dificuldades de patrocínio ou auxílio de custo foram enfrentados através da dedicação
da equipe. O trabalho dos membros do conselho editorial, cuja disponibilidade e
atenção devem ser reconhecidas, bem como, a celeridade nas avaliações dos materiais,
vem sendo um ponto essencial para que a revista apresente artigos bastante
qualificados. Assim, congratulações especiais a todos os nossos colaboradores, que
enviam seus trabalhos, comentários, e tem feito da Revista Musa Calíope uma revista
de qualidade. Ressalta-se, aqui, que a manutenção desta publicação, deve-se ao apoio
do Instituto de Comunicação Social do Brasil que nos proporciona uma visibilidade
internacional.
Finalizamos informando que a Revista Musa Calíope, agora, com periodicidade
semestral, recebe, desde já, materiais para a próxima publicação. O periódico é aberto
a todo o público interessado na dita “nova literatura”, ou seja, aquela que é produzida
com novas roupagens, seja de língua portuguesa ou espanhola. Entretanto, salientamos
que publicaremos edições temáticas especiais. Assim, para esta primeira edição
especial, estamos recebendo materiais que abordem sobre “Mulher”. O prazo para
envio se encerra em 20 de maio. Maiores detalhes sobre o envio de material e sobre a
publicação podem ser encontrados na seção Normas.
Às vezes o caminhar é lento, mas o importante é não parar. "Tartarugas
conhecem as estradas melhor do que os coelhos." (Kahlil Gibran).
Então, venha e caminhe conosco. Será um grande prazer.
Boa leitura!
Stael Moura

VI
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RUBÊNIO MARCELO
TRILHANDO O TEMPO

Tecendo as têmporas
temerárias do temporal e as
temporárias
têmperas terçãs,
temporizei as tristes
tênebras temporãs,
tranquilizando-me nesse
templo tabernal... E
teleguiando,
telepaticamente, meus
translúcidos talismãs, entre
térebras terríveis e DEUS É MEU DIREITO
telúricos tobogãs,
tentando não tiritar nessa Ó Justiça verdadeira,
tenda de telhas-vãs, Fonte sagrada de
tracejei, em transe, Libertação,
toda a minha mostrai-me
terna a metafísica exegese
trilha e a luz astral
transcendental... do traçado tranquilo
Tanto ou quanto da águia no infinito...
tenso, terso, Ó Justiça verdadeira,
tanso, mostrai-me o justo esplendor
tão-só! que clareia a verdade;
a perfeita harmonia
que gera a equidade;
o sublime conhecimento
SABOR DAS SOBRETARDES que combate a ambição
e aponta o caminho
Entender da reconstrução.
o sabor das sobretardes... Verdadeira Justiça...
Espada consciente,
voláteis imagens dai-me a força
que nos absorvem para saber conjugar
com véus de sagas distantes... o Verbo Divino.
sutis canções Deus Meunque Jus!
que pulsam com as asas Sim... Deus é meu Direito!
dos pássaros Pois só Ele é o Sumo
que voam tranqüilos... Inspirador e Arquiteto
de toda obra do bem.
os ventos nas campinas
brincando com as crinas
dos corcéis elegantes...

as sombras em cochilos
dos raios cor de milho
agora ofegantes...

Sobretudo, absorver
o sabor das sobretardes...

banquete de estesias
sobremesa: poesias!

Rubenio Marcelo - poeta, escritor, residente em Campo Grande, membro da


Academia Sul-Mato-Grossense de Letras e da Academia Maçônica de Letras de
MS. Participou - como convidado - da I Bienal Internacional de Poesia (Brasília).
É Conselheiro Estadual de Cultura de MS. VII
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ERITÂNIA BRUNORO
!

ARBÍTRIO OS ANOS

Rasgo luzes afoitas Detinha-me à frente do espelho,


E visto as sombras da noite. Reflexos que eu evitava observar.
Eu, poeta, vou desintegrando-me em A mim, sussurrava o conselho,
versos. Que meus ouvidos evitavam escutar.
Eu, homem, vou surgindo na areia.
Transcendo os vértices das palavras. - Olha! Como os anos passam depressa!
Sou verso, sou a canção entoada. Vês como tua face marcas trazem?
Na voz altiva, a rima abandonada... Tua jovialidade não mais regressa,
Sou a alvorada, sou o céu sobre a Teus anos pelas horas se desfazem.
estrada.

Quiçá, ser uma folha ao vento, no outono


vão e sereno. ENSAIOS NOTURNOS
Quiçá, pressentir a chuva na curva das
tuas letras. Todas as noites, em que te derramastes
Eu, poeta, vou trançando caminhos sem Num pranto, infortúnio da própria alma,
destino. Eu ficava de prontidão, onde clamastes
Eu, homem, vou digerindo-me num tolo Pela força da minha aquecida palma.
desatino.
Sou o companheiro das tuas horas de
Visto as sedas das poesias ocultas. calma.
Cubro a alma com os rabiscos mal Sou o instrumento que tu, então,
formados. desejastes
Sou lua, sou sol, sou a beira do abismo. Eu queria ser as impressões da tua alma,
Sou o rio de águas, que correm onde eu Que no papel, à madrugada, deixastes.
cismo.
Pela luz da vela, teus olhos flamejam,
Insistem, que os meus olhos então
vejam,
À MESA As marcas gravadas de forma silente.

Assimilo palavras, A noite despede-se, sem culpa alguma.


sorvo da taça as letras soltas, Anseia acariciar-te as mãos, uma a uma,
em tons de uva, que navegam. E beijar-te a face de poesia inocente.
Fatio no prato ligeiras impressões,
separo contornos de letras, pedaços In “No Íntimo do Silêncio”
largados
ao lado, ao canto do guardanapo.
Renegados estão os aperitivos das tuas
falas.
Arregalo olhos de quem não te vê sempre
à mesa.
Sirva-se das linhas que te sobraram.
Deleite-se com o torpor do vinho nos
dedos.
Limpe os líquidos resíduos, que se
perderam aos cantos
da tua boca, do teu delírio, nos teus
medos.

Eritânia Brunoro há mais de 2 anos escreve para as antologias editadas pela Câmara
Brasileira de Jovens Escritores, participou do projeto literário Delicatta IV – Poesias, Contos e
Crônicas (2009) e Delicatta V – Crônistas, Contistas e Poetas Contemporâneos (2010),
realizada pela Associação Cultural Cecina Moreira, publicada pela Editora Scortecci. Em 2010
lançou seu primeiro livro de poesias “No Íntimo do Silêncio” durante a 21ª Bienal
VIII
Internacional do Livro de São Paulo, pela Editora Scortecci. eritania@gmail.com
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PAULO EDNILSON
RADIOGRAFIA DE POETA FUGA

Reverto o pó da essência Cala no peito


ao papel da existência
um grito que a voz
encontro-me não alcança
na pouca porção
que faz o muito um grifo na aurora
de toda gente um intervalo indecifrável
entre a luz e a escuridão
a escrita me habita
com suas promessas
de eternidade outros olhos
nos meus olhos
sou mesmo esse bicho estranho
de trezentas e sessenta cabeças outras vozes
na minha voz
deu-me Deus
de suas entranhas
algo inquieto
ser o outro nos outros
e indizível
à despeito
dos muitos outros mas, contudo,
que sou de uma sensação
espetacularmente aprazível

como repuxo de maré


DIGITAIS ventarola beijando mar
depois da tempestade
Minto o medo
mato o mito sol se abrindo
depois da chuva
meço a covardia
na coragem
da fuga cão vadio
perambulando sem coleira
o crime livre da cólera das horas
seria perfeito
é nesse intervalo
se não levasse
que está presa
impressas
no peito
e vez ou outra
as digitais me escapa
do teu amor a poesia

Ednilson de Paulo nasceu em São Paulo e foi criado em Corumbá. Acadêmico do curso de
Serviço Social da UNOPAR. Participou de várias antologias poéticas dentre elas, a mais
recente, Poesia do Brasil Vol. 11. Assina seus poemas Paulo Ednilson. A inversão não é
arbitrária, parti sempre do mais simples para o mais complexo. Faz parte da vida deste poeta
e o Paulo sempre foi mais fácil de lidar que o Ednilson, militar da reserva remunerada da
IX
Marinha.
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GERSON MORAIS
QUERO SER SEU PARA SEMPRE MEUS BRINQUEDOS

Seja a minha fruta preferida Quero brincar,


Minha relíquia correr,
Meu amor completo pular e
parte de minha vida... me divertir
Quando olho no meu armário
Seja parte do meu corpo vejo que não tenho nada,
Minhas palavras sempre prontas ponho-me a chorar,
meu pedaço que se completa mas vejo que minha imaginação
O meu entardecer e o anoitecer pode mudar a minha rotina
e o meu coração,
Seja a minha flor sem espinhos Nas pequenas coisas, nas mais simples
a noite estrelada eu crio as melhores formas de brincar
O dia ensolarado os melhores brinquedos que poderia
A madrugada amada imaginar
em um dia ganhar
Seja o meu sorriso não tenho brinquedos caros,
Os meus afagos dados mas o que importa,
Minha alegria de viver ao seu lado tenho minha criatividade
Meu corpo pedindo o teu que tem o poder de modificar
sou feliz com brinquedos ou não
Seja não parte de minha vida porque com minha imaginação
Mas sim a vida inteira consigo voar além do horizonte
Acompanhe toda minha inspiração e dos melhores contos de fadas.
nos meus jeitos e trejeitos...

Sejamos carne e osso


A minha pele pede a sua
Meus olhos miram nos seus
seus cabelos ao vento levam-me ao luar

Sejamos sempre um do outro


a parte que me cabe que seja sua
a parte que te cabe que seja minha
e que eu seja sempre seu e você sempre
minha.

Estar juntos é doação


Doe-se sempre a mim
E sempre estaremos juntos
A reciprocidade deve sempre existir

Enfim tudo que nos rodeia


Faz parte de nossas vidas
Nossos filhos são frutos permanentes
Do nosso imenso e eterno amor
Por isso lhe digo quero ser seu sempre
para você.

Gerson Morais nascido em Ladário/MS em 1966, é professor, Mestre em Estudos Fronteiriços,


ator, compositor, poeta, apresentador, locutor, cerimonialista, autor de 1 livro solo, ex-
presidente da academia de poetas e escritores de Corumbá, autor de uma coletânea -
Poemar de Letras em 1988. Participou de várias coletâneas tais como: Miscelânea Panteira
I, Miscelânea Panteira II, Ainda Nascem Flores, Alerta Geral em andamento, Livro da APEC I,
X
Livro de poesias da APEC II.
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FLÁVIA ASSAIFE
O LADO BOM... Para o equilíbrio se fazer
Que cada um de nós precisa evoluir,
Tudo possui no mínimo dois lados... crescer...
A questão é que por vezes esquecemo- Mas também possui escolhas a fazer!
nos de um
E priorizamos o outro... Não queremos a existência de nenhum
dos lados ignorar,
O lado bom é como algodão doce Pois isto é impossível realizar
Macio e saboroso, dá água na boca Nosso intuito é alertar
O outro lado é doloroso como o fogo Que a vida pode ser melhor ou pior...
Queima, arde, mas é imprescindível! Pela escolha que fazemos ao caminhar,
Pelo jeito de olhar, interpretar, superar!
O lado bom nos traz felicidade, alegria,
satisfação... Tristezas, dores, sofrimentos, desilusões,
O outro lado deságua num mar de desamores
desilusão! Sempre iremos encontrar
Mas também teremos, por opção, neles
O lado bom tem júbilo, força, emoção... permanecer ou mudar a visão...
O outro lado chão de espinhos, decepção!

O lado bom é como um dia ensolarado...


O outro lado é obscuro, deixa-nos CONEXÃO
assustado!
Vidas vinculadas,
Por qual motivo, então, atreladas pelo coração,
Damos ao outro lado tanta projeção? compartilham emoção,
Porque é através de nosso pensamento na mais pura conexão!
que fazemos a opção...
É através de nossa energia que um deles Almas que se completam,
se inicia! atadas em forte união,
integradas pelo destino
Busquemos o lado bom, clarificado, A seguir um mesmo caminho!
alumiado... Rosas e espinhos fazem parte da relação,
Ao invés do tenebroso, sombrio, Assim como a noite e o dia em
carregado. correlação...
Busquemos a serenidade, a paz, a Amor e ódio em fusão,
calma... Alegria e tristeza em coesão!
Ao invés da ira, da cólera, da fúria.
Emoções em encadeamento,
Busquemos o contentamento, a abrem e fecham a torneira de
satisfação... sentimentos,
Ao invés da dor, do sofrimento, da ilusão. a consistência é esquecida...
a coerência por vezes, desmedida!
Busquemos a força interior O excesso se torna ferida!
Ao invés do egoísmo imperioso.
Conexão sob medida,
Busquemos olhar com as lentes d’alma é o desafio da vida...
Ao invés de valorizar a calúnia, a Equilibrar a relação,
hipocrisia, o fingimento. Aprender a lição
Buscar a harmonia, a coesão, em toda
Busquemos compreender que um ligação!
depende do outro

Flávia Assaife é professora universitária, escritora, administradora e consultora. Autora dos


livros: “Ouço a Voz do Coração através de um Mergulho Interior”, publicado em Portugal –
Ed. Corpos e de “Sussurros da Alma” publicado no Brasil – Ed. Multifoco. Possui trabalhos
publicados no concurso do Projeto Itaú Cultural – Delicatta V; Antologia “Poesias da Alma” e
no livro infantil “Brincando de Escrever com quem Escreve Brincando” – editora Canapé.
XI
Possui trabalhos publicados em diversas Antologias de poesias, contos e crônicas da Câmara
Brasileira de Jovens Escritores.
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DULCE RODRIGUES
CONHECIMENTO E SABEDORIA

Todo o autor é um contador de estórias, e eu venho contando estórias desde os bancos


da escola. À medida que fui crescendo, fui também sentindo um fascínio cada vez maior
por mitos e lendas e pela filosofia dos contos orientais. É um desses contos que vou
partilhar hoje convosco.

Dois discípulos dirigiram-se um dia ao mestre e perguntaram-lhe qual a diferença entre


Conhecimento e Sabedoria. O mestre foi até à janela e disse-lhes: “Vêem ali aquela
montanha? Amanhã vão colocar dez feijões dentro de cada um dos vossos sapatos e
depois vão subir até ao cimo da montanha.”

Os dois discípulos assim fizeram. Quando ainda estavam a meio do caminho, um dos
discípulos já quase não podia andar, pois os feijões dentro dos sapatos magoavam-lhe
os pés. Mas o outro parecia não sentir qualquer dor. Quando chegaram ao cimo da
montanha, um dos discípulos continuava feliz e sorridente; o outro tinha o semblante
marcado pela dor.

Então, aquele que sofria perguntou ao companheiro: “Como é possível que tenhas
conseguido realizar a tarefa do mestre com alegria, enquanto que para mim foi um
verdadeiro sofrimento?”

“Ontem à noite, cozi os feijões antes de os pôr nos sapatos”, respondeu-lhe o outro
discípulo.

Não devemos confundir Conhecimento com Sabedoria. O Conhecimento está na base da


nossa cultura e resulta de um processo de aquisição de informações. A Sabedora
implica que saibamos aproveitar esse conhecimento para tornar a nossa vida mais bela,
mais feliz, mais realizada. Para se ter conhecimento, basta aprender o que vem nos
livros. Para se ter sabedoria é preciso experimentar, ousar, respeitar, amar... numa
palavra, é preciso viver e estar à escuta da própria vida. A Sabedoria é uma viagem em
que nos deixamos encantar pela paisagem, sem todavia nos esquecermos do sítio para
onde vamos. A Sabedoria resulta do que soubermos fazer do nosso Conhecimento.

Dulce Rodrigues membro de várias associações, tanto em Portugal como no estrangeiro,


autora de A Aventura do Barry e outros livros infanto-juvenis em português, francês e inglês,
assim como do sítio multilingue para crianças e jovens www.barry4kids.net. Tradutora de
inglês/alemão junto do ENGCOMEUR, fez parte do pessoal internacional da NAMSA, ou seja,
da agência da OTAN, manutenção e reparação de material bélico para os países que
pertencem à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Comecei cedo a contactar
XII
com Alemães, uma vez que seu pai trabalhou na Siemens em Portugal, terminou o curso
do British Council e inscreveu-se no Goethe-Instituto.
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DANIEL LOPES
A LITERATURA EM CRISE

Desde que comecei a me interessar por livros, lá pelos quinze, dezesseis anos, tenho
ouvido falar de crise na Literatura. Não consigo enxergar nisto um problema. Pra mim,
não só a Literatura, mas a Arte em geral se alimenta do conflito. Pra que diabos um
cidadão perfeitamente conectado à sociedade e ao mundo que o cerca se trancaria num
quarto, isolado por dias e dias, para escrever um livro que o esgota? Quem está
contente com a vida, vive a vida. Para aqueles que são mais de um e são sempre palco
de contradição a Arte é muitas vezes o único caminho e a única salvação. Só acredito
em quem escreve assim. Sou como Nietzsche: “De tudo quanto se escreve, só me
agrada o que alguém escreveu com sangue. Escreve com sangue e descobrirás que o
sangue é espírito.” A vida para escritores deste calibre, quase sempre, é só um
instrumento para a Poesia. É de escritores assim, com este amor pela Literatura que
estamos precisando. Ela, a Literatura, é uma deusa exigente. Não vejo crise nas Artes,
vejo sim, muita coisa ruim sendo produzida, publicada, assimilada, estudada e passada
adiante, numa tramóia imensa.
Provavelmente vou ser tachado de reacionário por esta afirmação, mas, a meu ver, as
vanguardas do início do século vinte mataram a Arte. Como assim? O que este
idiota está falando? – Você, leitor, deve estar vociferando. Calma! Vamos por partes. A
princípio, as vanguardas cumpriram seu papel. Romperam com um modelo artístico que
já não correspondia ao mundo no qual as pessoas se movimentavam. Muitos artistas e
muitas obras foram veementemente vaiados por isso. O problema é que o pensamento
pequeno burguês aprende fácil e transforma tudo em massa de manobra. Quando os
donos do capital descobriram que o legalzinho era o diferente, a vanguarda, passou a
vaiar tudo o que pudesse soar tradicional, como um escritor que escreve com palavras,
ou um músico que compõe com notas musicais, por exemplo. É por essas e outras que
muito do que é produzido e vendido sob o rótulo de Arte atualmente, não passa da mais
descarada impostura.
Quando o código se volta excessivamente sobre o próprio código deixa de comunicar
para o mundo e se torna coisa para uns poucos iniciados. A Arte produzida assim é uma
coisa científica, estéril, morta. Não quero dizer que o trato com o código não seja
essencial, claro que é. Mas o código é um meio e não um fim. O fim deve ser sempre
fogo, o magma, o Essencial Humano. Arte é pulsação, vida, Eros. Leiam Song of Myself
de Walt Whitman em voz alta e vocês vão entender do que estou falando. Agora não me
venha escrever a palavra lixo com dezenas de palavras luxo e me dizer, por meio de um
tratado de semiótica, que a estética deve fruir daí para o meu espírito ignóbil. Eu, que
também escrevo, quero escrever um livro tão vivo que se acaso o transpassarmos com
uma faca, todas as palavras escorram densas como sangue. E, ao abrirmos o volume
depois, todas as páginas estejam em branco.
Escreve mal, quem escreve pelas teorias e pelo que está na moda nas universidades:
gênero epistolar... literatura carcerária... periferia das grandes cidades... Internetês...
Nada disso, se não vier do peito do escritor, vai ficar. É com o coração que se procuram
os temas. É o peito quem vai dizer: isso faz parte de você. Qual é a essência da grande
Arte? Toda obra marcante é profundamente subjetiva. Parte de um mergulho tão
profundo do artista em sua Alma que ele (O Artista) acaba por tocar a Alma do mundo.
Em algum lugar dentro de nós, a nossa essência e a essência do mundo são a mesma.
Eu vejo Dostoievski em cada palavra dos irmãos Karamazov. Chego a conversar com ele
e imagino a dor das noites brancas da Rússia e da Sibéria. Não há distância entre o
corpo e o texto. Quem escreve só com o cérebro é um mau escritor. Quem escreve só
com as mãos é um mau escritor. É como o corpo todo e com a vida e com a paixão e
com o amor que se escrevem os grandes livros. Eu vejo um universo e um modo de

XIII
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DANIEL LOPES
enxergar o mundo dentro de cada grande livro. Rimbaud não compôs Uma estadia no
inferno assistindo Discovery Chanel, foi necessário queimar as mãos nas chamas do
Diabo. William Blake não compôs os ditos do Inferno assistindo Discovery Chanel. Foi
necessário percorrer os caminhos do excesso para chegar ao palácio da sabedoria.
Estou farto de ler textos criativos, mas sem vida. Estou farto de ler textos inteligentes,
mas sem vida. Jack Kerouac percorreu os Estados Unidos numa jornada cósmica e
morreu de beber quando percebeu que não havia sentido por mais que ele procurasse.
A coisa não estava na estrada, não estava na amizade, não estava na escrita, não
estava em lugar algum. Todos querem ser escritores, posar de escritores, mas quem
está disposto a se queimar assim?
Tirando os impostores, que são muitos, também tem muita gente escrevendo assim, do
fundo do espírito. Mas eles encontram a luz de pelo menos meia dúzia de leitores?
Alguns encontram, outros não. E aí vem outra questão pertinente no cenário cultural do
Brasil hoje. Mas antes de tratar a respeito, vamos voltar um pouco no tempo: "Em 1837
Liszt deu em Paris um concerto, onde se anunciava uma peça de Beethoven e outra de
Pixis, obscuro compositor já então considerado de qualidade ínfima. Por inadvertência, o
programa trocou os nomes, atribuindo a um a obra de outro, de tal modo que a
assistência, composta de gente musicalmente culta e refinada, cobriu de abraços
calorosos a de Pixis, que aparecia como de Beethoven, e manifestou fastio desprezivo
em relação a esta, chegando muitos a se retirarem".
O trecho acima está no livro Literatura e Sociedade, do professor Antonio Candido,
página 32 e serve para ilustrar o tamanho da importância do reconhecedor de talentos,
do cara que se destaca do grande público e da massa e tem a capacidade e a
sensibilidade de sentir e perceber o diferente. Talvez a figura que falte no cenário
cultural brasileiro não seja a do escritor de talento, do músico de talento ou do pintor de
talento. Talvez o que falte seja o cara que tenha tempo, paciência, boa vontade e
generosidade para trazer à tona o trabalho de artistas ainda obscuros. Quando falta
esse cara, honesto, bem intencionado e imparcial, as panelas e os conchavos tomam
conta e muita gente boa acaba ficando de fora, enquanto outros, cujas obras têm
qualidade questionável acabam em evidência, mais por questões políticas que
artísticas.
O que seria de Manoel de Barros sem a resenha de Millor Fernandes no Pasquim? O que
seria de Jean Michel Basquiat, sem o artigo de René Ricard? Não estou dizendo que
Manoel de Barros e Basquiat não teriam alcançado o sucesso sem as críticas de René e
Millor, mas que as coisas teriam sido muito mais difíceis, lá isso teriam. Sem dúvida.

Daniel Lopes. Professor, nascido em São Paulo, tem textos publicados em revistas literárias
como: Amálgama, Cronópios, Germina, Caos e Letras, Letras et cetera e Escritoras Suicidas.
Vencedor do prêmio Valeu Professor 2010, categoria conto.
E-mail: danielopes26@yahoo.com.br. Blogue:http://pianistaboxeador21.blogspot.com/ XIV
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ALEX RODRIGUES
!
A IGNORÂNCIA QUE LIBERTA

Estive divagando acerca de quão mágica é a ignorância! Esta sim tem o poder de
transferir a outrem a responsabilidade que a nós compete. Analisemos a própria
História da humanidade sob o prisma da ignorância cientificista:
Já em Gêneses, livro primeiro da Bíblia, podemos vislumbrar a magia que o não
conhecer tem sobre o homem. Nascemos nus, ignorantes e felizes! Isto é fato. E desde
sempre, aprendemos resumidamente que Deus criou do nada o tudo! E dentre este
tudo o Homem. E do Homem a mulher. Ora, até a criação do céu, da terra, dos animais
e vegetais, cientistas e cientificistas não discordariam... mas do Homem vir a mulher,
não há explicação que anule a discórdia.
Seria pedir demais, com todo o respeito, que Deus criasse Tudo na ordem normal das
coisas? Satisfaria tanto à Teo-cognição de que Deus fez o homem segundo a sua
vontade, quanto à corrente científica que diz: a fêmea pare seus descendentes!
Mas não, vem Moisés e dá um nó em nossas cabeças...
Mais a frente, esse primeiro casal derruba o mundo sobre nós. Eva induz Adão a cair
em tentação e os problemas começam. Aí está: o conhecimento traz consigo as
complicações de se saber demais! Adão e Eva comem do fruto do Conhecimento e um
novo Universo bem mais complicado se descortina diante de seus olhos, agora ávidos
por saber mais e mais!
São banidos e desde momento em diante teriam que cultivar a terra, suar para obter o
seu sustento, sentir dor... morrer! Já não estava nada bom, mas Eva pare Caim e Abel e
dá início ao mais famoso bordão divino: crescei e multiplicai-vos! Começa assim, o
ciúme familiar, a cobiça do local de destaque no universo patriarcal e o primeiro
homicídio da história. Daí para cá, pouco mudou.
Se Eva não tivesse feito o que fez, nada disso teria acontecido... mas vem o
conhecimento e coloca tudo ladeira abaixo. Caim mata Abel, mais a frente Deus se
arrepende de sua Criação e manda o Dilúvio... enfim, até Deus descobre que a
Ignorância teria salvado sua Obra Prima!
Será então que o Dilúvio não passou de um tsunami que lavou a honra de Deus? Ora,
naquela época não havia escala Richter, sensores oceânicos para mega ondas... É!
Poderia ser!
Ou ainda, será que o Terremoto, seguido de Tsunami com explosão de usina nuclear no
Japão não seria mais um tradicional castigo Divino por desobediência às suas Leis?
O fato é que se os Cientistas estivessem lá no Jardim do Éden muita coisa hoje estaria
explicada, afinal após a humanidade ter passado pela idade das trevas, chegando ao
Iluminismo, produzindo a Revolução Francesa, culminando na Revolução Industrial,
aprenderam a duvidar da fé e a crer na Ciência. Antes, um cataclismo nada mais seria
que a resposta de Deus ao nosso descaso, porém hoje, simplesmente é um Evento
Natural ocasionado pela deriva continental das placas tectônicas que mergulham uma
sob a outra acumulando tensão. No caso de dúvidas, é só visualizar o infográfico que
sempre acompanha todas as reportagens. A sim! E na pior das hipóteses, faça uma
consulta na internet, lá tem tudo e explica tudo até mesmo o que REALMENTE alguma
passagem bíblica quer dizer.
É... a tecnologia veio para resolver problemas que antes dela, verdadeiramente não
existiam...
Longe de mim pregar a volta da Idade Média. Acredito que seja apenas uma retomada
de consciência acerca dos valores Humanos que nos norteiam desde que ousamos nos

XV
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ALEX RODRIGUES
!
chamar de civilizados.
Hoje com o advento da tecno-era, estamos muito mais preocupados em explicar e
compreender algo que dizima nossa sociedade por meios científicos do que sanar tal
idiossincrasia discrepante. Muito se tem falado acerca do flagelo que acometeu o Japão,
mas verdadeiramente pouco se tem feito para ajudar quem, disciplinadamente, aguarda
sem maiores perspectivas o dia de amanhã.
A Ciência teve e tem papel fundamental no crescimento da qualidade de vida da
população mundial. Penicilina, clave de esterilização, cirurgias complexas, aparelhagens
para diagnóstico... enfim, hoje pode se dizer que se vive e vive-se com qualidade! Mas
nem todos...
Temos como mancha incorruptível duas Grandes Guerras e inúmeras outras de menor
monta que tatuam a Ciência para o Mal em nossa História Civilizada. Milhões de
pessoas padeceram e pereceram em nome de Algo Maior que de tão grande, jamais
entendi o que seja!
Chegamos numa fase genial de nossa História. O que se imagina, se cria! Mas estamos
cada vez mais individualistas, vivendo em clausuras cibernéticas, arraigados a
linguagem de máquinas e não temos mais o prazer de conversar como nossos
antepassados: com o “olho no olho”!
A tecnologia encurtou distâncias dantes nunca imaginadas, mas afastou a distancias
também dantes nunca imaginadas, pais e filhos que se tratam feito estranhos, num
mundo paralelo e intangível.
Para onde vamos? Para onde a Ciência está nos levando? É incoerente que num
momento em que as Igrejas possuem sítios na internet, pregações “on line, in real
time”, não conheçamos os costumes morais que permitiu-nos chegar vivos até aqui. Pai
não é um gameta apenas que fecunda um óvulo. Mãe não é o X genético que forma
uma nova vida. São antes disto a célula-máter que forma o cerne moral de nossa
civilização.
A tecnologia vem para aumentar o tempo e encurtar distâncias para que o Homem
dedique-se mais a sua função criacionista: seus filhos serão o reflexo da criação que se
propuseram a dá-los. Se hoje falta amor, respeito, moralidade e ética em nossa
sociedade é por que estamos liberando nossos filhos de suas reais responsabilidades
através do pseudo-libertador véu negro da Ignorância!

Alex Rodrigues Paiva nasceu em Valença- RJ. Participou de cinco edições do Concurso
Intercolegial de Beleza e Arte Estudantil de sua cidade, sagrando-se vencedor na modalidade
Poesia em três edições e na modalidade Artes Cênicas em uma com a esquete de Hamlet de
William Shakespeare, interpretando a personagem Cláudio. apaiva210778@hotmail.com XVI
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3ª Edição – março/abril de 2011

DESTAQUES
A Revista Musa Calíope reserva esta página para compartilhar ações e conquistas,
visando-se a valorização e multiplicação das boas idéias.

21 DE MARÇO: DIA MUNDIAL DA POESIA


CONSIDERAÇÕES SOBRE A POESIA SUL-MATO-GROSSENSE

! Numa data como esta, nada melhor que investigar e


saber o que anda acontecendo no cenário poético e
literário sul-mato-grossense.
Sabe-se que a poesia de Mato Grosso do Sul não é
representada somente pelos fantásticos versos do
escritor Manoel de Barros. A poesia no Estado
consolida-se por meio de outros grandes escritores e
poetas como o sul-mato-grossense Ruberval Cunha,
o poeta do improviso Guaicuru.

Overblog - Como é a receptividade do público de Mato Grosso do Sul à poesia?

Ruberval Cunha – Eu acho que aí vai depender do local em que você tem esse contato.
Nas escolas, há anos eu ouço muitos professores dizerem que a poesia é démodê, que
as pessoas não gostam de poesia, que crianças e alunos não gostam de poesia. Você
chega nas escolas e às vezes têm um certo melindre, quando você diz que vai falar de
poesia. Pensam que você vai dizer: “batatinha quando nasce, esparrama pelo chão”. Aí
quando você mostra outra linguagem, que é mais próxima da deles, que dependendo
da faixa etária, você pode mandar “à merda” na poesia e que você pode dizer que “o
amor é maravilhoso” ou que “sente saudades”, mas com outras palavras, por exemplo:
“Todos os dias/ sua ausência me visita”, eles começam a se identificar com a poesia.
Normalmente existe uma desconfiança inicial de boa parte do público, depois acaba se
instalando no espaço uma aceitação do poema porque se percebe que a poesia faz
parte de nossas vidas. Nas oficinas ou palestras, costumo fazer a comparação da poesia
com as coisas simples. Como por exemplo, uma bala chiclete. Aí as pessoas dizem, o
que é que tem a ver a poesia com uma bala chiclete? Isso é comum nos públicos. Essa
surpresa e simplicidade levam a refletir. Lidando com o público precisamos tentar criar
surpresas e uma forma para que eles se sintam ou inebriados, ou parte da realidade
poética ou ambos. No caso da bala, vou brincando com essa idéia, estabelecendo
comparações. A bala tem um papel que a cobre. A poesia também tem essa aura que a
encobre. A bala tem um segundo papel que você precisa retirar para chegar até a bala
propriamente dita. Para começar a entender o poema, você tem que sair da superfície,
tirar a roupagem aparente que a recobre para chegar até a essência ou essências. Isso
é necessário para se descobrir qual é o gosto que a poesia tem. E quando você chupa
uma bala chiclete, chegando na parte do chiclete, que é sua essência, você não come
de uma vez. Você fica mascando. E a boa poesia faz você ficar repensando. Ela te
incomoda. É como uma torneira pingando na pia de madrugada e deixando você
acordado. Você tem que tomar uma atitude para ficar em paz com ela. Você pode tentar
compreender de maneira emocional ou técnica ou ainda agregar as duas em sua leitura,
o que gera uma possibilidade de entendimento quase perfeito. O que não quer dizer que
seja a única forma de compreender. Talvez ela te incomode ou te auxilie a vida toda.
Talvez dure uma semana ou não dure mais do que uns dez segundos. A multiplicidade
de interpretações, o amor, ódio ou indiferença é a grande beleza da poesia.

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DESTAQUES
Overblog - Quais são os poetas que participaram da consolidação da poesia no Estado
e quais são aqueles que vê se destacando atualmente?

Ruberval Cunha – Além do Manoel de Barros que já é reconhecido internacionalmente,


tem a Raquel Naveira, que já tem renome e fez um caminho muito interessante. A
Raquel nem sempre conhecia pessoalmente escritores de expressão no cenário
nacional. Mas ela lançava suas obras, batalhava atrás do endereço destas pessoas e
encaminhava seus livros para que elas pudessem manifestar sua opinião. E agindo
desta forma, além de atuar no circuito universitário como professora, Raquel conseguiu
propagar seu nome em nível nacional. Hoje, ela já está com algum espaço em regiões
de Portugal, tem livros circulando em Mombaça e algumas regiões da África, em locais
onde algumas pessoas têm a influência da língua portuguesa. Raquel Naveira é o
segundo nome que eu destacaria juntamente com o Emmanuel Marinho que já tem uma
estrada que aproxima a poesia do teatro, estendendo os limites poéticos através da
fusão das artes. Existem nomes que foram base para mim em termos de leitura.
Pessoas que são históricas, alguns pela qualidade literária, outros pela vivência literária
que tiveram, como Antônio Papi Neto, Rachid Salomão, Lobivar Matos, Sagramor Farias,
Dolores Guimarães. Estas foram algumas pessoas que me influenciaram, seja pelo
conteúdo, pelo amor a literatura ou pela forma de viver a poesia. Podemos também
citar pessoas de uma nova geração que estão aparecendo ou poetas da minha geração
como Sandra Andrade, Carlos Djandre ou Marcelo Ferracinni. Da mesma forma que
fomos influenciados, acredito que hoje podemos influenciar algumas pessoas e ainda
sermos influenciados por outras. A poesia ou sua construção é dialética. A safra mais
nova de poetas que está surgindo ou que vai surgir, advém em boa parte de grupos de
alunos que fazem oficinas de poesia, sejam elas voltadas para iniciantes ou para
pessoas que já possuem alguma experiência na área, além do pendor para a escrita.
Muitas oficinas são mais profundas e exigem um maior nível de conhecimento dos
partícipes, normalmente aparecem autores com obra publicada. Quando vem alguém de
fora com talento e bagagem, eu busco participar como aluno, o mesmo fazem pessoas
como Nena Sarti e Carmem Lúcia, que também ministram cursos de poesia pela
Fundação de Cultura do município de Campo Grande. Fruto do amadurecimento das
oficinas e de pessoas que transformaram radicalmente seus trabalhos. Posso citar
alguns como exemplo: Darci Cunha, Elias Borges, Tânia Gauto e Reginaldo
Albuquerque. Sem mencionar ainda pessoas que influenciam o processo de existência
da poesia em seus respectivos municípios. Em Corumbá Balbino de Oliveira, Benedito
C.G. Lima, em Coxim o Altair, Em Dourados a Heleninha, Em Rio Negro a Zanir Furtado,
em Rio Verde a Tânia Mara, em Três Lagoas, e vai por aí afora. Existem nomes que
atuam com maior destaque na área da declamação clássica e que agora estão, aos
poucos, abrindo espaço para interagir com outras formas de declamar, caso da poetisa e
professora de declamação Elisabeth Fonseca. Creio que nos próximos anos devam
surgir bons nomes na área.

Extraído de http://www.overmundo.com.br/overblog/consideracoes-sobre-a-poesia-sul-mato-
grossense/ com adaptações.

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DESTAQUES
"MULHERES, CULTURA E GEOMETRIA NA ÁFRICA AUSTRAL", DE
PAULUS GERDES

Caros colegas e amigos,


Tenho a honra de anunciar a primeira edição em Português do meu livro "Mulheres,
Cultura e Geometria na África Austral" (2011, 204 pág.), que pode ser adquirida na
'livraria global' da Lulu (http://stores.lulu.com/pgerdes), na forma de livro impresso ou
como 'download'.
O livro “Mulheres, Cultura e Geometria na África Austral: Sugestões para Pesquisa”
apresenta algumas idéias e aspectos matemáticos incorporados nos padrões inventados
por mulheres na África Austral: padrões em carteiras entrecruzadas, trançados
espiralados, esteiras tecidas, figuras de barbante, cerâmica decorada, tatuagens e
pinturas corporais, e na decoração mural. O livro tem um apêndice da autoria de Salimo
Saide sobre cerâmica Yao.
A versão original do livro "Mulheres, Cultura e Geometria na África Austral", publicada
em língua inglesa, em 1995, pela Universidade Pedagógica em Moçambique, foi
distinguida, em 1996, na competição do Prêmio Noma para Publicar em África, com um
‘Louvor Especial’.
O júri escreve no relatório que o livro
“...combinando de uma maneira engenhosa o estudo da geometria com o das artes
visuais, apresenta um desafio importante e um estímulo para o futuro da educação
matemática em África. Desmistifica a matemática em relação a gênero e à raça, e
apaga as fronteiras entre matemática e cultura popular como vividas no trabalho e no
artesanato das mulheres na África Austral. A importância do livro consiste no impacto
esperado na educação de mulheres africanas em matemática.”
Outras edições: L'Harmattan, Paris, 1997 (Francês); Africa World Press, Trenton NJ,
1998 (Inglês).
Paulus Gerdes
Vice-President for Southern Africa, African Academy of Sciences
Chairman, AMU Commission for the History of Mathematics in Africa
President, International Studygroup for Ethnomathematics
C.P. 915, Maputo, Moçambique

paulus.gerdes@gmail.com

http://stores.lulu.com/pgerdes

28/03/2011

www.macua.blogs.com/.../mulheres-cultura-e-geometria-na-áfrica-austral-de-paulus-
gerdes.html

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DESTAQUES
LITERATURA

Cabo Verde participa na Feira do Livro de Lisboa

A 81ª Feira do Livro vai realizar-se entre 28 de Abril e 15 de Maio em Lisboa e contará
com a participação de cerca de 120 participantes e mais de 350 chancelas editoriais.

Da Redação

Praia - Cabo Verde, através do Instituto Nacional da Biblioteca e do Livro (INBL), vai
participar na 81ª edição da feira do livro de Lisboa, com um total de aproximadamente
100 títulos e 500 exemplares.

Conforme avançou a Inforpress, citando o presidente do INBL, Joaquim Morais, a


participação cabo-verdiana já está assegurada, estando neste momento o Instituto a
negociar com os organizadores do evento as condições de participação, nomeadamente
a questão do espaço.

O INBL esta a preparar uma selecção de 100 títulos e 500 exemplares das obras mais
representativas da literatura cabo-verdiana nestes últimos anos, especialmente a
produção de 2010 e início de 2011.

A 81ª Feira do Livro vai realizar-se entre 28 de Abril e 15 de Maio em Lisboa e contará
com a participação de cerca de 120 participantes e mais de 350 chancelas editoriais.
Promovido pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), o evento tem por
objectivo a promoção e difusão do livro em língua portuguesa, fomentar os hábitos de
leitura dos portugueses e melhorar o seu nível de literacia.

Te x t o P u b l i c a d o e m : h t t p : / / w w w . a f r i c a 2 1 d i g i t a l . c o m / n o t i c i a . k m f ?
cod=11707373&indice=0&canal=403

XX
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ERRATA
Na edição do n° 2, ano 1, p. 11 publicamos a poesia de Claudia Patricia Silgado Villadiego,
Teologia: solo un abismo pudo dar vida ala existencia. Entretanto, a biografia da autora
apareceu equivocada. Assim, a Revista Musa Calíope reserva esta página para homenagear
esta fantástica escritora.

Claudia Patricia Silgado Villadiego La voz de una luna-mujer que huye


de si misma pero enfrenta al mundo con todas sus vicisitudes
Es alta. Hermosa. Una fruta madura. Una luna-mujer que
canta en una poesía profundamente suya en la que su voz
muestra a una persona que huye de si misma pero enfrenta al
mundo con todas sus vicisitudes. Es Claudia Patricia Silgado,
poeta, mujer de poeta. La esposa de Martín Salas, el negro
que se atreve a hacer el Festival Internacional de Poesía,
contra viento y marea y en el que ella juega un papel
importante.
Claudia aun cuando se teme a si misma, no teme vivir.
Tampoco morir. Ella sabe que la muerte es la puerta de la vida
y que sobre todo eso prevalece el amor, donde no hay
muerte, sino eternidad. Sabe que su espíritu de luna es nacer,
morir y renacer cada día. Estar allí con su luz serena
acompañando los sueños, los miedos y el romanticismo de los
seres. Ella sabe ser luna de viento, agua, aire y fuego.
!
Sabe que los niños y jóvenes son el símbolo de la vida y que los mayores son libros
altamente escritos pero que siguen escribiéndose hasta la hora del desarraigo terrenal.
Tiene unos ojos que guardan muchos secretos y una boca que calla un grito sin final,
que es casi un alarido que recoge la fuerza de su existir.
Claudia, nació en Fundación, Magdalena, donde nacían muchos y se criaban pocos. Vino
al mundo terrenal un 30 de diciembre para ser lo que es: Gestora cultural, docente,
Ensayista y poeta. En lo académico estudió lengua Castellana y Comunicación en la
Universidad de Pamplona, pero se enamoró de Cartagena, donde reside y lidera un
proceso con talleres de lectura creativa con niños y jóvenes, es que es una educadora
apasionada, que sabe que las transformaciones tienen lugar en el corazón de los niños.
Claudia es miembro activo del taller de poesía SIEMBRA, coordinadora de Festiniñ@s y
jóvenes en el Festival Internacional de Poesía de Cartagena.
Todo esto parte desde una investigación Pedagógica realizada con educandos “la lúdica
como herramienta Pedagógica para desarrollar el lenguaje creativo en niñas y jovenes.”
Ella no es amiga de trabajar para que la vean en ello. Le gusta trabajar en silencio y de
hecho esto que publicamos es un homenaje a esa mujer que da su vida diariamente en
retazos por una patria linda y digna y por ayudar a generar seres humanos excelentes
entre todos los que tiene contacto con ella. En cuanto a sus poesías, estas han sido
publicadas en la revista Siembra.

Premios Obtenidos
Poco participa en concursos, pero ha obtenido varios galardones en: Concurso Latino
Americano de Poesía, Sueños del poeta (segundo lugar); Proyecto Letras de la casa
colombo alemana, Mujeres en poesía (encuentro de mujeres poetas de Cereté 2009).
Su obra ha ganado en cuerpo ajeno, pero ella no quiere afectar la amistad de quienes
han usado sus escritos para concursar y ganar. Así es ella, tan bella por dentro como
por fuera.
Sabe que la vida es una lucha diaria y una red de amor y la poesía es amor y perdón
raizal para que el ser humano crezca rompa su vasija de barro y se una a la creación.

Articulo 5724/012010 publicado el 15/01/2010. http://www.periodicoelsol.net/noticia.php?


Id=5724

XXI
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ERRATA
Na edição do n° 2, ano 1, p. 10 publicamos as poesías REGRESO, PERDÓN e HERMANOS
como de Benedito CG Lima. Entretanto, estas são, respectivamente, de Roberto Bianchi
(Uruguai), de Rolando Revigilati e de Rosalia de Castro (poeta galega). Assim, a Musa
Calíope reserva algumas páginas para homenagear estes maravilhosos escritores.

ROBERTO BIANCHI

Poeta y animador cultural, ganador de premios internacionales.


Nació en Montevideo, Uruguay, el 30 de marzo de 1940 y se debió
radicar en Buenos Aires, Argentina, desde 1973 a 1995, retornando
em 1996 a su país para quedarse.
Fue representante hasta el año 1999 del Proyecto Cultural Sur,
luego se desempeña como editor titular de Bianchi editores y es co-
! director y fundador del Movimiento aBrace, institución dedicada a la edición,
publicación, promoción y distribución de obras culturales.
Su obra poética es vasta y difundida sobretodo en la intenet. Obras impresas: Bordes
(1992), Lugar em marcha (1993) , Abro Montevideo (antologia), 1993, en La Habana,
Esto es Cuba (poesia-ensayo 1995), Montevide-o-dios (1997), Los amores son arcos
formidables (1999, bilíngüe portugués-español).
Los poemas que siguen han sido extraidos de la obra TRAÇÃO A 4 POEMAS E UMA
CORDA; TRACCIÓN A 4 POEMAS Y UNA CUERDA. Brasília: Edições Pilar; Montevideo:
Bianchi Editores, 2002. 79 p. Incluye poemas de Roberto Bianchi (Uruguay), Ángela
Ibañez (España), Onjaki (Angola) y Nina reis (Brasil).

! ROLANDO REVAGLIATTI

Nació en 1945 en Buenos Aires, ciudad en la que reside. Publicó dos


volúmenes con cuentos y relatos, uno con su dramaturgia y quince
poemarios, once de los cuales cuentan, además, con ediciones
electrónicas, disponibles, por ejemplo, en http://
www.revagliatti.com.ar

ROSALÍA DE CASTRO
(1837-1885)

Natural da Galícia, Espanha, nasceu na cidade de Santiago de


Compostela, numa casa do Caminho Novo, na esquina da estrada
para Conjo (hoje, Avenida de Vilagarcia, nº1). Sua poesia inspira-se
na lírica popular trovadoresca e foi escrita em galego e em
castelhano. Considerada a figura mais importante da poesia galega
! do século XIX, publicou os livros Cantares Gallegos (1863) e Folhas Novas (1880),
ambos escritos em galego, e En las Orillas del Sar (1884), este considerado os
primeiros versos modernos em língua castelhana. Sua poesia será relida e valorizada
pela geração de 1898: Antonio Machado, Miguel de Unamuino, Juan Ramón Jiménez e,
mais tarde, Federico García Lorca.

Extraído de www.antoniomiranda.com.br/.../roberto_bianchi.html

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ROBERTO BIANCHI
!

Si abro fuego es porque anflibio X


La hoguera vierte en mi nariz
I juguetea con mi olfato
Ninguno aguarda en las fronteras la llama silvestre
ni se emborracha com sus propios rios. tan desierta
como un astro vaciándose en silbidos
Todos sabemos que la lluvia es larga redobla al viento su pronunciación
que el viento se define cuando grita muestra
que los terrones su batallar
como la piedra misma agota
no resisten la quietud y giran el espacio de mi espera
iconoclastas redoblo
escapando al desierto. a mi vez
diente con diente
Si abro fuego es porque anfíbio. muerdo la palabra acorralada.

Por mis venas transpiro la vorágine


vuelo como semilla que insiste en
renacer.

II
El fuego es siempre joven/

El viento lo bendioce
lo alienta
sus lenguas no retienen
la madurez del vuelo.

Viaja su avidez
desesperado
suicidándose acaso
devora hasta el hartazgo.

III
Habia dejado fuego armado
leña nueva
refulgía
atizaste la llama.

Sobre la tierra
ardores
latidos
aire y água
abrazados al borde del incendio
incendiada la piel.

Poeta y animador cultural, ganador de premios internacionales. Nació en Montevideo,


Uruguay, el 30 de marzo de 1940 y se debió radicar en Buenos Aires, Argentina, desde 1973
a 1995, retornando em 1996 a su país para quedarse.
Fue representante hasta el año 1999 del Proyecto Cultural Sur, luego se desempeña como
editor titular de Bianchi editores y es co-director y fundador del Movimiento aBrace,
XXIII
institución dedicada a la edición, publicación, promoción y distribución de obras culturales.
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ROLANDO REVAGLIATTI

“CRÓNICA DE UN INICIADO”

Conmovida por la imponencia descalabrada del dragón


a la pequeña lámina me conduje

Yo había ya lucido
enmarcada

Desanduve la sujeción de un endogámico entrevero


de cables, cordeles, piolines y piolitas

San Jorge
harto
retaba a su caballo.

Nació en 1945 en Buenos Aires, ciudad en la que reside. Publicó dos volúmenes con cuentos
y relatos, uno con su dramaturgia y quince poemarios, once de los cuales cuentan, además,
con ediciones electrónicas, disponibles, por ejemplo, en http://www.revagliatti.com.ar
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ROSALÍA DE CASTRO !

I – VAGUEDÁS qu´aló nas montañas voan;


os berros do triste moucho,
s campaniñas que dobran,
II a primadera que ríe
Bem sei que non hai nada y os paxariños que voan.
Novo en baixo do ceo,
Que antes outros pensaron Canta que te canta, mentras
As cousas que ora eu penso. os coraçóns tristes choran.
Esto e inda mais, eu quixera
E bem, ¿para que escribo? desir con lengua graciosa;
E bem, porque así semos, mas don á gracia me falta
Relox que repetimos o sentimento me sobra,
Eternamente o mesmo. anqu´este tampouco abasta
para expricar certas cousas,
III qu´á veces por fora un canta
Tal como as nubes mentras que por dentro un chora.
Que impele o vento, Non me expriquei cal quixera
I agora asombran, i agora alegran pois on de expricansa pouca;
Os espazos inmensos do ceo, si gracia en cantar non teño
Así as ideas o amor da patria m´afoga,
Loucas que eu teño, Eu cantar, cantar, cantei
As imaxes de múltiples formas, a gracia non era moita,
De estranas feituras, de cores incertos, ίmais qué fazer, desdichada,
Agora asombran, sin non nacín mais graciosa!
Agora acraran
O fondo sin fondo do meu pensamento.

xxxv
Eu cantar, cantar, cantei,
a gracia non eramoita,

Que nunca (delo me pesa)


fun eu meniña graciosa.
Cantei como mal sabía
dándolle reviravoltas,
cal fán aquês que non saben
direitamente unha cousa,
pero dempois paseniño,
y un pouco mais alto agora,
fun votando as miñas cantigas
com quen non quer á cousa.
Eu bem quixera, é verdade,
que mais boniteiras foran;
euben quixera que nelas
bailase ó sol c´as pombas,
as bandas auguas c´á luz
y os aires mainos c´as rosas.
Que nelas craras se visen
a espuma d´as verdes ondas,
do ceo as brancas estrelas,
da terr´as prantas hermosas,
as niebras de cor sombriso

Natural da Galícia, Espanha, nasceu na cidade de Santiago de Compostela, numa casa do


Caminho Novo, na esquina da estrada para Conjo (hoje, Avenida de Vilagarcia, nº1). Sua
poesia inspira-se na lírica popular trovadoresca e foi escrita em galego e em castelhano.
Considerada a figura mais importante da poesia galega do século XIX, publicou os livros
Cantares Gallegos (1863) e Folhas Novas (1880), ambos escritos em galego, e En las Orillas
del Sar (1884), este considerado os primeiros versos modernos em língua castelhana. Sua
XXV
poesia será relida e valorizada pela geração de 1898: Antonio Machado, Miguel de Unamuino,
Juan Ramón Jiménez e, mais tarde, Federico García Lorca.
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MUSA CALÍOPE
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textos não selecionados ficarão em nossos arquivos, podendo ser publicados
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antecipadamente. Os textos apresentados devem estar revisados e são de
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3. Existem critérios de julgamento distintos no que se refere às poesias e contos que
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três linhas deverá ser feita no interior do parágrafo, marcada apenas por aspas duplas
no início e no final do trecho reproduzido.
6. Deve-se usar PARÁGRAFO MODERNO, isto é, sem deslocamento na primeira
linha, espaço simples entre linhas e duplo entre parágrafos. Não numerar as
páginas. Estas devem ser configuradas no formato A4. A publicação do periódico é
SEMESTRALL, com acesso GRATUITO. Entretanto, temos publicações especiais neste
intervalo.
7. Os textos serão enviados para pareceristas integrantes da Comissão Editorial da
revista eletrônica. A cada número, será organizado um dossiê. Os artigos e ensaios
deverão ter no mínimo 02 páginas e no máximo 03 páginas, resumo em português e
em outra língua estrangeira, de no máximo 250 palavras e 03 palavras-chave,
também em português e na outra língua escolhida. As resenhas deverão ter, no
máximo, 02 páginas. Os artigos não aceitos para publicação NÃO serão devolvidos.
8. A primeira página deve incluir: a) o título centralizado, em caixa alta, com
negrito; o(s) nome(s) do(s) autor(es), com letras maiúsculas somente para as iniciais,
duas linhas abaixo do título à direita, com um asterisco que remeterá ao final do texto

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MUSA CALÍOPE
para identificação da instituição a que pertence(m) o(s) autor(es) e da função que nela
ocupa(m).

9. Subtítulos: sem adentramento, em maiúsculas, numerados em algarismos arábicos;


a numeração não inclui a introdução, a conclusão e a referência bibliográfica.
10. As Notas: devem aparecer ao final do artigo, utilizando-se os recursos do Word 6.0,
corpo 10 e numeradas na ordem de aparecimento; a chamada (o número referente à
nota) deve estar sobrescrita; os destaques (livros, autores, artigos, categorias, etc.)
devem ser colocados em itálico, conforme a necessidade.
11. Referências no texto: seguir normas da ABNT: a) Para títulos de livros, usar negrito;
b) Subtítulos, sem negrito; Capítulos de livros do mesmo autor, usar a expressão In:,
seguida de 5 travessões: In: _____. c) Para Organizadores e Coordenadores (Org.). ou
(Coord.).; d) Após a citação, colocar o sobrenome do(a) autor(a) em caixa alta, seguido
do ano e do nº. da página. P. ex.: (SOUZA, 2006, p. 105).
12. Anexos: caso existam, devem ser colocados antes das referências, precedidos da
palavra ANEXO, sem adentramento e sem numeração.
13. Só serão aceitos artigos de autores que tenham seu currículo cadastrado e
atualizado na Plataforma Lattes do CNPq. OBS.: Os textos que não apresentarem as
normas estipuladas para publicação, notadamente as de formatação das referências,
NÃO serão avaliados.

Revista Eletrônica Internacional de Literatura e poesia “Musa Calíope”


Corumbá - MS, Brasil, 3ª Edição – março/abril de 2011

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