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ÍNDICE
V
Revista Eletrônica Internacional de Literatura e poesia “Musa Calíope” Corumbá - MS, Brasil.
3ª Edição – março/abril de 2011
EDITORIAL
C om este número, a Revista Eletrônica Internacional de Literatura e Poesia
Musa Calíope alcança a sua terceira edição. Não são poucas as dificuldades que
rondam iniciativas dessa natureza. Entretanto, enfrentando-as, aos poucos
consolidamos nosso projeto original de incentivar reflexões e somar discussões ao
panorama literário e artístico atuais, numa projeção internacional, criando, assim, um
canal de comunicação entre o Brasil e as comunidades dos países de língua portuguesa
e espanhola.
Como já dissemos, a Revista Musa Calíope é uma publicação especializada em arte,
pensamento, poesia e literatura contemporânea que, atrelada a outros projetos
culturais, empenha- se na publicação da inspiração dos homens e de sua veia criativa.
Aqui, além de ser mais um lugar para a reflexão teórico-crítica-artística, é um veículo
que pretende oferecer aos novos e aos experientes escritores – ficcionistas, poetas,
ensaístas – oportunidade de publicação. Assim, é com grande satisfação que vemos
ampliada a proporção de e-mails, oriundos de países de língua portuguesa e espanhola,
e encaminhados com poemas, contos e artigos diversos. Orgulhamo-nos, então, de
receber materiais dos mais diversos pontos do mundo. Sabemos que o aumento do
número de leitores e colaboradores é vital para a realização de novas propostas e
melhorias para a nossa revista.
Agradecemos, então, a todos aqueles que enviam suas sugestões e críticas, pois
consideramos que de olhos atentos aos comentários dos nossos leitores, seremos
capazes de seguir, passo-a-passo, o caminho para o alcance do sucesso tão desejado.
Certo é que já consideramos ser este um pequeno progresso e, mesmo um pequeno
progresso, é um avanço na direção certa. Entretanto, a comemoração deve ser
feita de forma sutil, pois, como dito antes, os obstáculos enfrentados, até hoje, para a
manutenção deste pequeno periódico não são poucos. Desde problemas técnicos
relacionados ao desconhecimento da operação de ferramentas da informática, até as
dificuldades de patrocínio ou auxílio de custo foram enfrentados através da dedicação
da equipe. O trabalho dos membros do conselho editorial, cuja disponibilidade e
atenção devem ser reconhecidas, bem como, a celeridade nas avaliações dos materiais,
vem sendo um ponto essencial para que a revista apresente artigos bastante
qualificados. Assim, congratulações especiais a todos os nossos colaboradores, que
enviam seus trabalhos, comentários, e tem feito da Revista Musa Calíope uma revista
de qualidade. Ressalta-se, aqui, que a manutenção desta publicação, deve-se ao apoio
do Instituto de Comunicação Social do Brasil que nos proporciona uma visibilidade
internacional.
Finalizamos informando que a Revista Musa Calíope, agora, com periodicidade
semestral, recebe, desde já, materiais para a próxima publicação. O periódico é aberto
a todo o público interessado na dita “nova literatura”, ou seja, aquela que é produzida
com novas roupagens, seja de língua portuguesa ou espanhola. Entretanto, salientamos
que publicaremos edições temáticas especiais. Assim, para esta primeira edição
especial, estamos recebendo materiais que abordem sobre “Mulher”. O prazo para
envio se encerra em 20 de maio. Maiores detalhes sobre o envio de material e sobre a
publicação podem ser encontrados na seção Normas.
Às vezes o caminhar é lento, mas o importante é não parar. "Tartarugas
conhecem as estradas melhor do que os coelhos." (Kahlil Gibran).
Então, venha e caminhe conosco. Será um grande prazer.
Boa leitura!
Stael Moura
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Revista Eletrônica Internacional de Literatura e poesia “Musa Calíope” Corumbá - MS, Brasil.
3ª Edição – março/abril de 2011
RUBÊNIO MARCELO
TRILHANDO O TEMPO
Tecendo as têmporas
temerárias do temporal e as
temporárias
têmperas terçãs,
temporizei as tristes
tênebras temporãs,
tranquilizando-me nesse
templo tabernal... E
teleguiando,
telepaticamente, meus
translúcidos talismãs, entre
térebras terríveis e DEUS É MEU DIREITO
telúricos tobogãs,
tentando não tiritar nessa Ó Justiça verdadeira,
tenda de telhas-vãs, Fonte sagrada de
tracejei, em transe, Libertação,
toda a minha mostrai-me
terna a metafísica exegese
trilha e a luz astral
transcendental... do traçado tranquilo
Tanto ou quanto da águia no infinito...
tenso, terso, Ó Justiça verdadeira,
tanso, mostrai-me o justo esplendor
tão-só! que clareia a verdade;
a perfeita harmonia
que gera a equidade;
o sublime conhecimento
SABOR DAS SOBRETARDES que combate a ambição
e aponta o caminho
Entender da reconstrução.
o sabor das sobretardes... Verdadeira Justiça...
Espada consciente,
voláteis imagens dai-me a força
que nos absorvem para saber conjugar
com véus de sagas distantes... o Verbo Divino.
sutis canções Deus Meunque Jus!
que pulsam com as asas Sim... Deus é meu Direito!
dos pássaros Pois só Ele é o Sumo
que voam tranqüilos... Inspirador e Arquiteto
de toda obra do bem.
os ventos nas campinas
brincando com as crinas
dos corcéis elegantes...
as sombras em cochilos
dos raios cor de milho
agora ofegantes...
Sobretudo, absorver
o sabor das sobretardes...
banquete de estesias
sobremesa: poesias!
ERITÂNIA BRUNORO
!
ARBÍTRIO OS ANOS
Eritânia Brunoro há mais de 2 anos escreve para as antologias editadas pela Câmara
Brasileira de Jovens Escritores, participou do projeto literário Delicatta IV – Poesias, Contos e
Crônicas (2009) e Delicatta V – Crônistas, Contistas e Poetas Contemporâneos (2010),
realizada pela Associação Cultural Cecina Moreira, publicada pela Editora Scortecci. Em 2010
lançou seu primeiro livro de poesias “No Íntimo do Silêncio” durante a 21ª Bienal
VIII
Internacional do Livro de São Paulo, pela Editora Scortecci. eritania@gmail.com
Revista Eletrônica Internacional de Literatura e poesia “Musa Calíope” Corumbá - MS, Brasil.
3ª Edição – março/abril de 2011
PAULO EDNILSON
RADIOGRAFIA DE POETA FUGA
Ednilson de Paulo nasceu em São Paulo e foi criado em Corumbá. Acadêmico do curso de
Serviço Social da UNOPAR. Participou de várias antologias poéticas dentre elas, a mais
recente, Poesia do Brasil Vol. 11. Assina seus poemas Paulo Ednilson. A inversão não é
arbitrária, parti sempre do mais simples para o mais complexo. Faz parte da vida deste poeta
e o Paulo sempre foi mais fácil de lidar que o Ednilson, militar da reserva remunerada da
IX
Marinha.
Revista Eletrônica Internacional de Literatura e poesia “Musa Calíope” Corumbá - MS, Brasil.
3ª Edição – março/abril de 2011
GERSON MORAIS
QUERO SER SEU PARA SEMPRE MEUS BRINQUEDOS
FLÁVIA ASSAIFE
O LADO BOM... Para o equilíbrio se fazer
Que cada um de nós precisa evoluir,
Tudo possui no mínimo dois lados... crescer...
A questão é que por vezes esquecemo- Mas também possui escolhas a fazer!
nos de um
E priorizamos o outro... Não queremos a existência de nenhum
dos lados ignorar,
O lado bom é como algodão doce Pois isto é impossível realizar
Macio e saboroso, dá água na boca Nosso intuito é alertar
O outro lado é doloroso como o fogo Que a vida pode ser melhor ou pior...
Queima, arde, mas é imprescindível! Pela escolha que fazemos ao caminhar,
Pelo jeito de olhar, interpretar, superar!
O lado bom nos traz felicidade, alegria,
satisfação... Tristezas, dores, sofrimentos, desilusões,
O outro lado deságua num mar de desamores
desilusão! Sempre iremos encontrar
Mas também teremos, por opção, neles
O lado bom tem júbilo, força, emoção... permanecer ou mudar a visão...
O outro lado chão de espinhos, decepção!
DULCE RODRIGUES
CONHECIMENTO E SABEDORIA
Os dois discípulos assim fizeram. Quando ainda estavam a meio do caminho, um dos
discípulos já quase não podia andar, pois os feijões dentro dos sapatos magoavam-lhe
os pés. Mas o outro parecia não sentir qualquer dor. Quando chegaram ao cimo da
montanha, um dos discípulos continuava feliz e sorridente; o outro tinha o semblante
marcado pela dor.
Então, aquele que sofria perguntou ao companheiro: “Como é possível que tenhas
conseguido realizar a tarefa do mestre com alegria, enquanto que para mim foi um
verdadeiro sofrimento?”
“Ontem à noite, cozi os feijões antes de os pôr nos sapatos”, respondeu-lhe o outro
discípulo.
DANIEL LOPES
A LITERATURA EM CRISE
Desde que comecei a me interessar por livros, lá pelos quinze, dezesseis anos, tenho
ouvido falar de crise na Literatura. Não consigo enxergar nisto um problema. Pra mim,
não só a Literatura, mas a Arte em geral se alimenta do conflito. Pra que diabos um
cidadão perfeitamente conectado à sociedade e ao mundo que o cerca se trancaria num
quarto, isolado por dias e dias, para escrever um livro que o esgota? Quem está
contente com a vida, vive a vida. Para aqueles que são mais de um e são sempre palco
de contradição a Arte é muitas vezes o único caminho e a única salvação. Só acredito
em quem escreve assim. Sou como Nietzsche: “De tudo quanto se escreve, só me
agrada o que alguém escreveu com sangue. Escreve com sangue e descobrirás que o
sangue é espírito.” A vida para escritores deste calibre, quase sempre, é só um
instrumento para a Poesia. É de escritores assim, com este amor pela Literatura que
estamos precisando. Ela, a Literatura, é uma deusa exigente. Não vejo crise nas Artes,
vejo sim, muita coisa ruim sendo produzida, publicada, assimilada, estudada e passada
adiante, numa tramóia imensa.
Provavelmente vou ser tachado de reacionário por esta afirmação, mas, a meu ver, as
vanguardas do início do século vinte mataram a Arte. Como assim? O que este
idiota está falando? – Você, leitor, deve estar vociferando. Calma! Vamos por partes. A
princípio, as vanguardas cumpriram seu papel. Romperam com um modelo artístico que
já não correspondia ao mundo no qual as pessoas se movimentavam. Muitos artistas e
muitas obras foram veementemente vaiados por isso. O problema é que o pensamento
pequeno burguês aprende fácil e transforma tudo em massa de manobra. Quando os
donos do capital descobriram que o legalzinho era o diferente, a vanguarda, passou a
vaiar tudo o que pudesse soar tradicional, como um escritor que escreve com palavras,
ou um músico que compõe com notas musicais, por exemplo. É por essas e outras que
muito do que é produzido e vendido sob o rótulo de Arte atualmente, não passa da mais
descarada impostura.
Quando o código se volta excessivamente sobre o próprio código deixa de comunicar
para o mundo e se torna coisa para uns poucos iniciados. A Arte produzida assim é uma
coisa científica, estéril, morta. Não quero dizer que o trato com o código não seja
essencial, claro que é. Mas o código é um meio e não um fim. O fim deve ser sempre
fogo, o magma, o Essencial Humano. Arte é pulsação, vida, Eros. Leiam Song of Myself
de Walt Whitman em voz alta e vocês vão entender do que estou falando. Agora não me
venha escrever a palavra lixo com dezenas de palavras luxo e me dizer, por meio de um
tratado de semiótica, que a estética deve fruir daí para o meu espírito ignóbil. Eu, que
também escrevo, quero escrever um livro tão vivo que se acaso o transpassarmos com
uma faca, todas as palavras escorram densas como sangue. E, ao abrirmos o volume
depois, todas as páginas estejam em branco.
Escreve mal, quem escreve pelas teorias e pelo que está na moda nas universidades:
gênero epistolar... literatura carcerária... periferia das grandes cidades... Internetês...
Nada disso, se não vier do peito do escritor, vai ficar. É com o coração que se procuram
os temas. É o peito quem vai dizer: isso faz parte de você. Qual é a essência da grande
Arte? Toda obra marcante é profundamente subjetiva. Parte de um mergulho tão
profundo do artista em sua Alma que ele (O Artista) acaba por tocar a Alma do mundo.
Em algum lugar dentro de nós, a nossa essência e a essência do mundo são a mesma.
Eu vejo Dostoievski em cada palavra dos irmãos Karamazov. Chego a conversar com ele
e imagino a dor das noites brancas da Rússia e da Sibéria. Não há distância entre o
corpo e o texto. Quem escreve só com o cérebro é um mau escritor. Quem escreve só
com as mãos é um mau escritor. É como o corpo todo e com a vida e com a paixão e
com o amor que se escrevem os grandes livros. Eu vejo um universo e um modo de
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3ª Edição – março/abril de 2011
DANIEL LOPES
enxergar o mundo dentro de cada grande livro. Rimbaud não compôs Uma estadia no
inferno assistindo Discovery Chanel, foi necessário queimar as mãos nas chamas do
Diabo. William Blake não compôs os ditos do Inferno assistindo Discovery Chanel. Foi
necessário percorrer os caminhos do excesso para chegar ao palácio da sabedoria.
Estou farto de ler textos criativos, mas sem vida. Estou farto de ler textos inteligentes,
mas sem vida. Jack Kerouac percorreu os Estados Unidos numa jornada cósmica e
morreu de beber quando percebeu que não havia sentido por mais que ele procurasse.
A coisa não estava na estrada, não estava na amizade, não estava na escrita, não
estava em lugar algum. Todos querem ser escritores, posar de escritores, mas quem
está disposto a se queimar assim?
Tirando os impostores, que são muitos, também tem muita gente escrevendo assim, do
fundo do espírito. Mas eles encontram a luz de pelo menos meia dúzia de leitores?
Alguns encontram, outros não. E aí vem outra questão pertinente no cenário cultural do
Brasil hoje. Mas antes de tratar a respeito, vamos voltar um pouco no tempo: "Em 1837
Liszt deu em Paris um concerto, onde se anunciava uma peça de Beethoven e outra de
Pixis, obscuro compositor já então considerado de qualidade ínfima. Por inadvertência, o
programa trocou os nomes, atribuindo a um a obra de outro, de tal modo que a
assistência, composta de gente musicalmente culta e refinada, cobriu de abraços
calorosos a de Pixis, que aparecia como de Beethoven, e manifestou fastio desprezivo
em relação a esta, chegando muitos a se retirarem".
O trecho acima está no livro Literatura e Sociedade, do professor Antonio Candido,
página 32 e serve para ilustrar o tamanho da importância do reconhecedor de talentos,
do cara que se destaca do grande público e da massa e tem a capacidade e a
sensibilidade de sentir e perceber o diferente. Talvez a figura que falte no cenário
cultural brasileiro não seja a do escritor de talento, do músico de talento ou do pintor de
talento. Talvez o que falte seja o cara que tenha tempo, paciência, boa vontade e
generosidade para trazer à tona o trabalho de artistas ainda obscuros. Quando falta
esse cara, honesto, bem intencionado e imparcial, as panelas e os conchavos tomam
conta e muita gente boa acaba ficando de fora, enquanto outros, cujas obras têm
qualidade questionável acabam em evidência, mais por questões políticas que
artísticas.
O que seria de Manoel de Barros sem a resenha de Millor Fernandes no Pasquim? O que
seria de Jean Michel Basquiat, sem o artigo de René Ricard? Não estou dizendo que
Manoel de Barros e Basquiat não teriam alcançado o sucesso sem as críticas de René e
Millor, mas que as coisas teriam sido muito mais difíceis, lá isso teriam. Sem dúvida.
Daniel Lopes. Professor, nascido em São Paulo, tem textos publicados em revistas literárias
como: Amálgama, Cronópios, Germina, Caos e Letras, Letras et cetera e Escritoras Suicidas.
Vencedor do prêmio Valeu Professor 2010, categoria conto.
E-mail: danielopes26@yahoo.com.br. Blogue:http://pianistaboxeador21.blogspot.com/ XIV
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ALEX RODRIGUES
!
A IGNORÂNCIA QUE LIBERTA
Estive divagando acerca de quão mágica é a ignorância! Esta sim tem o poder de
transferir a outrem a responsabilidade que a nós compete. Analisemos a própria
História da humanidade sob o prisma da ignorância cientificista:
Já em Gêneses, livro primeiro da Bíblia, podemos vislumbrar a magia que o não
conhecer tem sobre o homem. Nascemos nus, ignorantes e felizes! Isto é fato. E desde
sempre, aprendemos resumidamente que Deus criou do nada o tudo! E dentre este
tudo o Homem. E do Homem a mulher. Ora, até a criação do céu, da terra, dos animais
e vegetais, cientistas e cientificistas não discordariam... mas do Homem vir a mulher,
não há explicação que anule a discórdia.
Seria pedir demais, com todo o respeito, que Deus criasse Tudo na ordem normal das
coisas? Satisfaria tanto à Teo-cognição de que Deus fez o homem segundo a sua
vontade, quanto à corrente científica que diz: a fêmea pare seus descendentes!
Mas não, vem Moisés e dá um nó em nossas cabeças...
Mais a frente, esse primeiro casal derruba o mundo sobre nós. Eva induz Adão a cair
em tentação e os problemas começam. Aí está: o conhecimento traz consigo as
complicações de se saber demais! Adão e Eva comem do fruto do Conhecimento e um
novo Universo bem mais complicado se descortina diante de seus olhos, agora ávidos
por saber mais e mais!
São banidos e desde momento em diante teriam que cultivar a terra, suar para obter o
seu sustento, sentir dor... morrer! Já não estava nada bom, mas Eva pare Caim e Abel e
dá início ao mais famoso bordão divino: crescei e multiplicai-vos! Começa assim, o
ciúme familiar, a cobiça do local de destaque no universo patriarcal e o primeiro
homicídio da história. Daí para cá, pouco mudou.
Se Eva não tivesse feito o que fez, nada disso teria acontecido... mas vem o
conhecimento e coloca tudo ladeira abaixo. Caim mata Abel, mais a frente Deus se
arrepende de sua Criação e manda o Dilúvio... enfim, até Deus descobre que a
Ignorância teria salvado sua Obra Prima!
Será então que o Dilúvio não passou de um tsunami que lavou a honra de Deus? Ora,
naquela época não havia escala Richter, sensores oceânicos para mega ondas... É!
Poderia ser!
Ou ainda, será que o Terremoto, seguido de Tsunami com explosão de usina nuclear no
Japão não seria mais um tradicional castigo Divino por desobediência às suas Leis?
O fato é que se os Cientistas estivessem lá no Jardim do Éden muita coisa hoje estaria
explicada, afinal após a humanidade ter passado pela idade das trevas, chegando ao
Iluminismo, produzindo a Revolução Francesa, culminando na Revolução Industrial,
aprenderam a duvidar da fé e a crer na Ciência. Antes, um cataclismo nada mais seria
que a resposta de Deus ao nosso descaso, porém hoje, simplesmente é um Evento
Natural ocasionado pela deriva continental das placas tectônicas que mergulham uma
sob a outra acumulando tensão. No caso de dúvidas, é só visualizar o infográfico que
sempre acompanha todas as reportagens. A sim! E na pior das hipóteses, faça uma
consulta na internet, lá tem tudo e explica tudo até mesmo o que REALMENTE alguma
passagem bíblica quer dizer.
É... a tecnologia veio para resolver problemas que antes dela, verdadeiramente não
existiam...
Longe de mim pregar a volta da Idade Média. Acredito que seja apenas uma retomada
de consciência acerca dos valores Humanos que nos norteiam desde que ousamos nos
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ALEX RODRIGUES
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chamar de civilizados.
Hoje com o advento da tecno-era, estamos muito mais preocupados em explicar e
compreender algo que dizima nossa sociedade por meios científicos do que sanar tal
idiossincrasia discrepante. Muito se tem falado acerca do flagelo que acometeu o Japão,
mas verdadeiramente pouco se tem feito para ajudar quem, disciplinadamente, aguarda
sem maiores perspectivas o dia de amanhã.
A Ciência teve e tem papel fundamental no crescimento da qualidade de vida da
população mundial. Penicilina, clave de esterilização, cirurgias complexas, aparelhagens
para diagnóstico... enfim, hoje pode se dizer que se vive e vive-se com qualidade! Mas
nem todos...
Temos como mancha incorruptível duas Grandes Guerras e inúmeras outras de menor
monta que tatuam a Ciência para o Mal em nossa História Civilizada. Milhões de
pessoas padeceram e pereceram em nome de Algo Maior que de tão grande, jamais
entendi o que seja!
Chegamos numa fase genial de nossa História. O que se imagina, se cria! Mas estamos
cada vez mais individualistas, vivendo em clausuras cibernéticas, arraigados a
linguagem de máquinas e não temos mais o prazer de conversar como nossos
antepassados: com o “olho no olho”!
A tecnologia encurtou distâncias dantes nunca imaginadas, mas afastou a distancias
também dantes nunca imaginadas, pais e filhos que se tratam feito estranhos, num
mundo paralelo e intangível.
Para onde vamos? Para onde a Ciência está nos levando? É incoerente que num
momento em que as Igrejas possuem sítios na internet, pregações “on line, in real
time”, não conheçamos os costumes morais que permitiu-nos chegar vivos até aqui. Pai
não é um gameta apenas que fecunda um óvulo. Mãe não é o X genético que forma
uma nova vida. São antes disto a célula-máter que forma o cerne moral de nossa
civilização.
A tecnologia vem para aumentar o tempo e encurtar distâncias para que o Homem
dedique-se mais a sua função criacionista: seus filhos serão o reflexo da criação que se
propuseram a dá-los. Se hoje falta amor, respeito, moralidade e ética em nossa
sociedade é por que estamos liberando nossos filhos de suas reais responsabilidades
através do pseudo-libertador véu negro da Ignorância!
Alex Rodrigues Paiva nasceu em Valença- RJ. Participou de cinco edições do Concurso
Intercolegial de Beleza e Arte Estudantil de sua cidade, sagrando-se vencedor na modalidade
Poesia em três edições e na modalidade Artes Cênicas em uma com a esquete de Hamlet de
William Shakespeare, interpretando a personagem Cláudio. apaiva210778@hotmail.com XVI
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DESTAQUES
A Revista Musa Calíope reserva esta página para compartilhar ações e conquistas,
visando-se a valorização e multiplicação das boas idéias.
Ruberval Cunha – Eu acho que aí vai depender do local em que você tem esse contato.
Nas escolas, há anos eu ouço muitos professores dizerem que a poesia é démodê, que
as pessoas não gostam de poesia, que crianças e alunos não gostam de poesia. Você
chega nas escolas e às vezes têm um certo melindre, quando você diz que vai falar de
poesia. Pensam que você vai dizer: “batatinha quando nasce, esparrama pelo chão”. Aí
quando você mostra outra linguagem, que é mais próxima da deles, que dependendo
da faixa etária, você pode mandar “à merda” na poesia e que você pode dizer que “o
amor é maravilhoso” ou que “sente saudades”, mas com outras palavras, por exemplo:
“Todos os dias/ sua ausência me visita”, eles começam a se identificar com a poesia.
Normalmente existe uma desconfiança inicial de boa parte do público, depois acaba se
instalando no espaço uma aceitação do poema porque se percebe que a poesia faz
parte de nossas vidas. Nas oficinas ou palestras, costumo fazer a comparação da poesia
com as coisas simples. Como por exemplo, uma bala chiclete. Aí as pessoas dizem, o
que é que tem a ver a poesia com uma bala chiclete? Isso é comum nos públicos. Essa
surpresa e simplicidade levam a refletir. Lidando com o público precisamos tentar criar
surpresas e uma forma para que eles se sintam ou inebriados, ou parte da realidade
poética ou ambos. No caso da bala, vou brincando com essa idéia, estabelecendo
comparações. A bala tem um papel que a cobre. A poesia também tem essa aura que a
encobre. A bala tem um segundo papel que você precisa retirar para chegar até a bala
propriamente dita. Para começar a entender o poema, você tem que sair da superfície,
tirar a roupagem aparente que a recobre para chegar até a essência ou essências. Isso
é necessário para se descobrir qual é o gosto que a poesia tem. E quando você chupa
uma bala chiclete, chegando na parte do chiclete, que é sua essência, você não come
de uma vez. Você fica mascando. E a boa poesia faz você ficar repensando. Ela te
incomoda. É como uma torneira pingando na pia de madrugada e deixando você
acordado. Você tem que tomar uma atitude para ficar em paz com ela. Você pode tentar
compreender de maneira emocional ou técnica ou ainda agregar as duas em sua leitura,
o que gera uma possibilidade de entendimento quase perfeito. O que não quer dizer que
seja a única forma de compreender. Talvez ela te incomode ou te auxilie a vida toda.
Talvez dure uma semana ou não dure mais do que uns dez segundos. A multiplicidade
de interpretações, o amor, ódio ou indiferença é a grande beleza da poesia.
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DESTAQUES
Overblog - Quais são os poetas que participaram da consolidação da poesia no Estado
e quais são aqueles que vê se destacando atualmente?
Extraído de http://www.overmundo.com.br/overblog/consideracoes-sobre-a-poesia-sul-mato-
grossense/ com adaptações.
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DESTAQUES
"MULHERES, CULTURA E GEOMETRIA NA ÁFRICA AUSTRAL", DE
PAULUS GERDES
paulus.gerdes@gmail.com
http://stores.lulu.com/pgerdes
28/03/2011
www.macua.blogs.com/.../mulheres-cultura-e-geometria-na-áfrica-austral-de-paulus-
gerdes.html
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DESTAQUES
LITERATURA
A 81ª Feira do Livro vai realizar-se entre 28 de Abril e 15 de Maio em Lisboa e contará
com a participação de cerca de 120 participantes e mais de 350 chancelas editoriais.
Da Redação
Praia - Cabo Verde, através do Instituto Nacional da Biblioteca e do Livro (INBL), vai
participar na 81ª edição da feira do livro de Lisboa, com um total de aproximadamente
100 títulos e 500 exemplares.
O INBL esta a preparar uma selecção de 100 títulos e 500 exemplares das obras mais
representativas da literatura cabo-verdiana nestes últimos anos, especialmente a
produção de 2010 e início de 2011.
A 81ª Feira do Livro vai realizar-se entre 28 de Abril e 15 de Maio em Lisboa e contará
com a participação de cerca de 120 participantes e mais de 350 chancelas editoriais.
Promovido pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), o evento tem por
objectivo a promoção e difusão do livro em língua portuguesa, fomentar os hábitos de
leitura dos portugueses e melhorar o seu nível de literacia.
Te x t o P u b l i c a d o e m : h t t p : / / w w w . a f r i c a 2 1 d i g i t a l . c o m / n o t i c i a . k m f ?
cod=11707373&indice=0&canal=403
XX
Revista Eletrônica Internacional de Literatura e poesia “Musa Calíope” Corumbá - MS, Brasil.
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ERRATA
Na edição do n° 2, ano 1, p. 11 publicamos a poesia de Claudia Patricia Silgado Villadiego,
Teologia: solo un abismo pudo dar vida ala existencia. Entretanto, a biografia da autora
apareceu equivocada. Assim, a Revista Musa Calíope reserva esta página para homenagear
esta fantástica escritora.
Premios Obtenidos
Poco participa en concursos, pero ha obtenido varios galardones en: Concurso Latino
Americano de Poesía, Sueños del poeta (segundo lugar); Proyecto Letras de la casa
colombo alemana, Mujeres en poesía (encuentro de mujeres poetas de Cereté 2009).
Su obra ha ganado en cuerpo ajeno, pero ella no quiere afectar la amistad de quienes
han usado sus escritos para concursar y ganar. Así es ella, tan bella por dentro como
por fuera.
Sabe que la vida es una lucha diaria y una red de amor y la poesía es amor y perdón
raizal para que el ser humano crezca rompa su vasija de barro y se una a la creación.
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ERRATA
Na edição do n° 2, ano 1, p. 10 publicamos as poesías REGRESO, PERDÓN e HERMANOS
como de Benedito CG Lima. Entretanto, estas são, respectivamente, de Roberto Bianchi
(Uruguai), de Rolando Revigilati e de Rosalia de Castro (poeta galega). Assim, a Musa
Calíope reserva algumas páginas para homenagear estes maravilhosos escritores.
ROBERTO BIANCHI
! ROLANDO REVAGLIATTI
ROSALÍA DE CASTRO
(1837-1885)
Extraído de www.antoniomiranda.com.br/.../roberto_bianchi.html
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3ª Edição – março/abril de 2011
ROBERTO BIANCHI
!
II
El fuego es siempre joven/
El viento lo bendioce
lo alienta
sus lenguas no retienen
la madurez del vuelo.
Viaja su avidez
desesperado
suicidándose acaso
devora hasta el hartazgo.
III
Habia dejado fuego armado
leña nueva
refulgía
atizaste la llama.
Sobre la tierra
ardores
latidos
aire y água
abrazados al borde del incendio
incendiada la piel.
ROLANDO REVAGLIATTI
“CRÓNICA DE UN INICIADO”
Yo había ya lucido
enmarcada
San Jorge
harto
retaba a su caballo.
Nació en 1945 en Buenos Aires, ciudad en la que reside. Publicó dos volúmenes con cuentos
y relatos, uno con su dramaturgia y quince poemarios, once de los cuales cuentan, además,
con ediciones electrónicas, disponibles, por ejemplo, en http://www.revagliatti.com.ar
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Revista Eletrônica Internacional de Literatura e poesia “Musa Calíope” Corumbá - MS, Brasil.
3ª Edição – março/abril de 2011
ROSALÍA DE CASTRO !
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Eu cantar, cantar, cantei,
a gracia non eramoita,
MUSA CALÍOPE
Normas e informações gerais para apresentação de trabalhos na Revista
Literária Internacional “Musa Calíope”.
Os poemas, crônicas e contos passarão por uma comissão de leitura e seleção; os
textos não selecionados ficarão em nossos arquivos, podendo ser publicados
posteriormente.
No caso de POEMAS: Envie seu trabalho a ser publicado para:
poemasmusacaliope@hotmail.com com breve biografia (no máximo 150
palavras) e foto, incluir e-mail, cidade/estado/país.
No caso de outras narrativas: CONTOS e CRÔNICAS: Envie seu trabalho a ser
publicado para: narrativasmusacaliope@hotmail.com com breve biografia (no
máximo 150 palavras) e foto, incluir e-mail, cidade/estado/país.
2. Envie 4 poemas, e/ou 1 prosa, e/ou 1 conto pequeno (máximo 2 páginas sendo
digitadas em arquivos do Word 6.0, fonte VERDANA, tamanho 12.
Em edições semestrais, a temática será livre (O texto deve estar dentro de padrões
morais e éticos aceitáveis). Em edições especiais, divulgar-se-á os temas
antecipadamente. Os textos apresentados devem estar revisados e são de
direito e responsabilidade de seus autores. Não será permitida publicação de
trabalhos que não sejam da autoria do remetente.
3. Existem critérios de julgamento distintos no que se refere às poesias e contos que
ficarão a cargo da comissão de leitura e seleção classificar. Será observado respeito às
normas gramaticais básicas.
4. Os ARTIGOS, ENSAIOS, RESENHAS deverão ser enviados, EXCLUSIVAMENTE,
para o e-mail artigosmusacaliope@hotmail.com
No final do texto, colocar breve biografia (com no máximo 150 palavras), foto.
Deve-se colocar os dados do autor: Nome completo, Endereço completo (com CEP), e-
mail, Titulação (se houver) e Instituição de origem (se houver), e-mail ou telefone de
contato.
5. Os ARTIGOS, ENSAIOS e RESENHAS devem ser INÉDITOS, sendo digitados
também em Word 6.0, fonte VERDANA, tamanho 12. Para as citações destacadas,
com mais de 4 linhas, usar a mesma fonte em tamanho 10. Se a citação tiver menos de
três linhas deverá ser feita no interior do parágrafo, marcada apenas por aspas duplas
no início e no final do trecho reproduzido.
6. Deve-se usar PARÁGRAFO MODERNO, isto é, sem deslocamento na primeira
linha, espaço simples entre linhas e duplo entre parágrafos. Não numerar as
páginas. Estas devem ser configuradas no formato A4. A publicação do periódico é
SEMESTRALL, com acesso GRATUITO. Entretanto, temos publicações especiais neste
intervalo.
7. Os textos serão enviados para pareceristas integrantes da Comissão Editorial da
revista eletrônica. A cada número, será organizado um dossiê. Os artigos e ensaios
deverão ter no mínimo 02 páginas e no máximo 03 páginas, resumo em português e
em outra língua estrangeira, de no máximo 250 palavras e 03 palavras-chave,
também em português e na outra língua escolhida. As resenhas deverão ter, no
máximo, 02 páginas. Os artigos não aceitos para publicação NÃO serão devolvidos.
8. A primeira página deve incluir: a) o título centralizado, em caixa alta, com
negrito; o(s) nome(s) do(s) autor(es), com letras maiúsculas somente para as iniciais,
duas linhas abaixo do título à direita, com um asterisco que remeterá ao final do texto
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Revista Eletrônica Internacional de Literatura e poesia “Musa Calíope” Corumbá - MS, Brasil.
3ª Edição – março/abril de 2011
MUSA CALÍOPE
para identificação da instituição a que pertence(m) o(s) autor(es) e da função que nela
ocupa(m).
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