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Ética

A Ética é a Vida

“Tal como nos Jogos Olímpicos, as palmas da


vitória não são entregues ao mais elegante
ou ao mais forte das pessoas presentes,
mas àqueles que entram na competição
_pois é entre eles que se encontram os
vencedores_ também são aqueles que
agem justamente que levam os prémios e
as coisas boas da vida”
Aristóteles Ética a Nicómaco I, viii (1099a.1-5)

1
«O Padrinho»

“O que você tem que compreender


antes de tudo, Michael, é que
aquilo que aconteceu entre mim e o
seu pai foi um assunto
exclusivamente de trabalho.
Pessoalmente tenho o maior
respeito por Don Corleone !”
Mário Puzo (1969) “O Padrinho”, Quetzal Editores,
1998, p.157

Conclusão: homem bom


“Um homem verdadeiramente bom e sábio
na consideração de todas as coisas deve
suportar as mudanças da fortuna de forma
digna. Procurará sempre agir da maneira
mais nobre que as circunstâncias
permitem, como um general que emprega
as suas forças actuais de forma mais
vantajosa na batalha, ou o sapateiro que
faz o melhor sapato possível do couro que
tem à mão, ou outro artesão em
circunstâncias similares.”
Aristóteles Ética a Nicómaco I, x (1101a.1-4)

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Estrutura do curso

I- Enquadramento valorativo
II- Ética na gestão das organizações
III- Problemas éticos na organização
IV- A Ética na vida real

Teste final (com consulta, apenas de papel)

Site da cadeira

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I- Enquadramento valorativo

Freedom of Speech
Norman Rockwell The Saturday Evening Post, 20/Fev/1943

O aluno de Sartre 1/5


“Para vos dar um exemplo que permita
compreender melhor o desamparo, vou
citar-vos o caso de um dos meus alunos que veio
procurar-me nas seguintes circunstâncias: o pai estava
de mal com a mãe, e tinha além disso tendências
colaboracionistas; o irmão mais velho fora morto na
ofensiva alemã de 1940, e este jovem com sentimentos
um pouco primitivos, mas generosos, desejava vingá-
lo. A mãe vivia sózinha com ele, muito amargurada
com a semitraição do marido e com a morte do filho
mais velho, e só nele achava conforto. Este jovem tinha
de escolher nesse momento, entre o partir para
Inglaterra e alistar-se nas Forças Francesas Livres
_quer dizer, abandonar a mãe_ e o ficar junto dela
ajudando-a a viver.

4
O aluno de Sartre 2/5
Compreendia perfeitamente que esta mulher não vivia
senão por ele e que o seu desaparecimento _e talvez
a sua morte_ a mergulharia no desespero. Tinha bem
a consciência que no fundo, concretamente, cada acto
que praticava em favor da mãe era justificável na
medida em que a ajudava a viver; ao passo que cada
acto que praticasse com o objectivo de partir e
combater, seria um acto ambíguo que poderia perder-
se nas areias, não servir para nada. Por exemplo,
partindo para Inglaterra, podia ficar indefinidamente
num campo de prisioneiros espanhol ao passar por
Espanha; ou podia chegar a Inglaterra ou a Argel e
ser metido numa secretária a preencher papéis. (...)

O aluno de Sartre 3/5

Quem poderia ajudá-lo a escolher? A doutrina


cristã? Não. A doutrina cristã diz: sede
caridosos, amai o vosso próximo, sacrificai-
vos pelos outros, escolhei o caminho mais
duro, etc, etc, ... Mas qual o caminho mais
duro? Quem devemos amar como nosso
irmão: o combatente ou a mãe? Qual a maior
utilidade: essa, duvidosa, de combater num
conjunto, ou essoutra precisa, de ajudar um
ser preciso a viver? Quem pode decidir a
priori? Ninguém. Nenhuma moral estabelecida
pode dizê-lo.

5
O aluno de Sartre 4/5

A moral kantiana afirma: não trates nunca os


outros como um meio mas como um fim. Muito
bem: se eu fico junto da minha mãe, trato-a como
fim e não como meio, mas assim mesmo corro o
risco de tratar como meio os que combatem à
minha volta; e, reciprocamente, se eu vou juntar-
me aos que combatem, tratá-los-ei como um fim,
e paralelamente corro o risco de tratar a minha
mãe como um meio.

O aluno de Sartre 5/5


Se os valores são vagos, e sempre demasiado vastos
para o caso preciso e concreto que consideramos, só
nos resta guiarmo-nos pelo instinto. (...) Mas como
determinar o valor dum sentimento? Que é que
constituía o valor do seu sentimento para com a mãe?
Precisamente o facto de ter ficado por causa dela. (...)
Ora como eu pretendo que esta afeição justifique o
meu acto, encontro-me metido num círculo vicioso.
(...) Procurando-me a mim sabia já a resposta que eu
lhe iria dar, e eu tinha somente uma resposta a dar-
lhe: você é livre, escolha, quero dizer, invente.
Nenhuma moral geral pode indicar-lhe o que há a
fazer; não há sinais no mundo.”
Jean-Paul Sartre (1946) O Existencialismo é um Humanismo,
Editorial Presença, Lisboa, 1970 p.229-235

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A Ética do MBA 1/2
Ao jantar com um grupo de estudantes bem-formados
e muito inteligentes de umas melhores universidades
da Califórnia, há pouco tempo, eu repeti uma história,
que se diz ser verdadeira, de um rapaz de dez anos
de uma das zonas mais difíceis de Brooklin. Um dia, a
caminho da escola, ele encontrou uma carteira cheia
de dinheiro e cartões de crédito. E estava tão cheia de
identificação que facilmente se encontraria o seu
dono. Levou-a consigo para a escola e não conseguiu
encontrar ninguém _nenhum professor nem
funcionário_ que lhe dissesse qual seria a “coisa
certa” a fazer com a carteira.
“Nós não te podemos dizer se deves ficar com ela ou
devolvê-la”, disseram eles no essencial, “porque isso
seria impôr-te os nossos valores...

A Ética do MBA 2/2


Além disso, tu és pobre e ele é rico. O que diria a tua
mãe se nós te sugeríssemos que devolvesses a
carteira? Poderia ficar muito zangada. Não, tu é que
tens de descobrir por ti. Nós não te podemos ajudar”.
Quando perguntei aos estudantes à volta daquela
mesa na universidade o que eles pensavam que
deveria ter acontecido, eles todos concordaram: o que
os funcionários da escola tinham dito estava
perfeitamente certo. Não há forma de impôr os seus
valores aos outros, não há sequer maneira de ensinar-
lhes um sentido mais claro de certo e errado. Aquela
criança teria simplesmente de aprender os seus
valores por si próprio”

Kidder, Rushworth M. (1995) How Good People Make Tough Choices -


Resolving the Dilemmas of Ethical Living”, Fireside, New York, cap.2

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S. Tomás de
Aquino
(1225-1274)

1- Princípios da Ética

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Actos morais

“Todo o acto individual proveniente de uma


deliberação da razão é necessariamente
bom ou mau.”
S.Tomás de Aquino, Summa Theologiae I-II, 18,9

“Actos morais ou actos humanos são uma e a


mesma coisa”
S.Tomás de Aquino, Summa Theologiae I-II, 1,3

O que todos procuram

“Tudo o que o homem deseja, deseja-o como


um bem (sub ratione boni). Se não é
desejado como o bem perfeito, que é o fim
último, deve sê-lo como tendendo para o
bem perfeito; pois o início de uma coisa é
sempre ordenado para a sua consumação”
S.Tomás de Aquino, Summa Theologiae I-II, 1, 6

9
O Mal

"O mal nunca é amado, senão sob razão de


bem, quer dizer, enquanto é um bem
relativo que tomamos por um bem puro e
simples. De forma que tal amor é mau
porque ele tende para o que não é
absolutamente o verdadeiro bem. É neste
sentido que o homem «ama a
iniquidade» na medida em que, por ela,
ele obtém certos bens, como o prazer, o
dinheiro, etc”
S.Tomás de Aquino, Summa Theologiae I-II, 27, 1

2- Prática da Ética

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A Virtude é o justo equilíbrio

“O bem de tudo o que é ponderado e regulado


consiste que seja conforme à sua regra, como o
bem nas obras de arte é que elas sigam as
regras da arte. O mal é, pelo contrário, estar
em desacordo com a sua regra e medida,
porque vai para lá da medida ou fica para cá
(...). E por isso vemos que o bem da virtude
moral consiste num ajustamento à medida da
razão, um equilíbrio entre excesso e defeito.”
S.Tomás de Aquino, Summa Theologiae I-II,64,1

Virtudes teologais

• Fé (acreditar em Deus)
• Esperança (esperar em Deus)
• Caridade (amar a Deus)

- Directamente relacionadas com Deus


- Não são um “justo meio”. Não se pode ter
“demais”

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Virtudes intelectuais

1) No intelecto especulativo (I-II, 57,2):


• Inteligência (nos axiomas)
• Ciência (nas deduções)
• Sabedoria (na relação com Deus)
2) No intelecto prático:
• Arte (no produzir, I-II, 57,3)
• Prudência (no agir, I-II, 57,4).

Virtudes morais

1) No apetite racional (vontade)


• Justiça (operações, relações, I-II 60, 3)
2) No apetite sensorial (I-II 60, 4)
• Temperança, (prazeres e dores, concupiscível)
• Fortaleza (bens e dores difíceis, Paixões
irascível)

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Virtude e Prudência
“No que toca ao fim que é devido, somos
justamente dispostos a ele pela virtude que
aperfeiçoa a parte apetitiva da alma, cujo
objecto é o bem e o fim. Mas, no que toca aos
meios ordenados a esse fim, é preciso que
sejamos directamente preparados por um
hábito da razão(...) Esta virtude é a
prudência. Assim, a prudência é uma virtude
necessária para bem viver”
S.Tomás de Aquino, Summa Theologiae I-II,57,5

3- Decisão Ética

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A Lei Natural
“A lei natural é idêntica para todos nos seus
primeiros princípios gerais, quer segundo a
sua rectidão objectiva, quer segundo o
conhecimento que delas se pode ter.”
S.Tomás de Aquino, Summa Theologiae I-II, 94, 4

“o primeiro princípio da lei é que o “bem deve


ser feito e procurado, e o mal evitado”.
Todos os outros preceitos da lei natural
estão baseados neste”
S.Tomás de Aquino, Summa TheologiaeI-II,94,2

Consciência e Livre-Arbítrio

“O julgamento da consciência consiste


simplesmente no conhecimento, enquanto o
julgamento do livre-arbítrio consiste na
aplicação do conhecimento da vontade. Este é
julgamento da escolha. Por isso acontece por
vezes que o julgamento da escolha se desvia
mas o da consciência não”
S.Tomás de Aquino, De Veritate 17, 1, 4

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Bondade dos actos
“Assim, podemos considerar uma quádrupla
bondade da acção humana. Primeiro uma
bondade genérica, que lhe convém enquanto
acção pois, como dissemos, ela tem tanto de
bondade quanto tem de ser. Em segundo lugar,
uma bondade específica, que resulta do seu
objecto apropriado. Em terceiro lugar, uma
bondade que resulta das circunstâncias, que são
como os acidentes do acto. Em quarto lugar,
uma bondade que resulta do fim, como da sua
relação com a causa da bondade”
S.Tomás de Aquino, Summa Theologiae I-II, 18, 4

Bem em tudo, Mal em algo

“Uma acção não é absolutamente boa senão


quando estes diversas tipos de bondade
concorrem para a sua perfeição, porque um
qualquer defeito produz o mal, mas o bem só
provém de uma causa perfeita”
S.Tomás de Aquino, Summa Theologiae I-II, 18,4,3

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Conclusão: Como ser ético

“Nós adquirimos as virtudes actuando de


acordo com a virtude”
S.Tomás de Aquino, Sententia libri Ethicorum II, 1, p.250

Confúcio e Moral do Tao


Um ladrão muito célebre chamado Koshi
interessava o sábio Confúcio; este, com efeito,
pensava poder convertê-lo à sua moral.
Confúcio dirigiu-se, pois, à montanha onde
vivia, escondido, o ladrão e procurou fazer a sua
educação. Koshi, o ladrão rapidamente se aborreceu das
palavras do importuno: “És mais infantil que uma
criança”, gritou de repente. “A tua moral é boa para ti,
não presta para mim ! Ensina-me antes outro aspecto da
moral se queres que eu compreenda! Fracamente, não
pensava que os grandes sábios fossem tão estupidamente
ingénuos!” Confúcio foi obrigado a voltar para trás. Como
educação, a lição foi grande, mas para Confúcio! Le Bol et le
Bâton – 120 contes Zen racontés par Maître Taizen Deshimaru, 1986, Éditions
Albin Michel, Paris

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II- Ética na gestão das organizações

Important Business
Norman Rockwell The Saturday Evening Post cover, 20/Set/1919

S.Agostinho e o mercador 1/6

“Oiçam os mercadores e mudem de vida,


e se foram traficantes, não o sejam; não se lembrem
mais do que foram e esqueçam-se disso. E, além disso,
não aprovem o negócio, não o louvem; reprovem-no e
condenem-no, mudem-no, pois o negócio é pecado.
(...) Quando mentes e juras falso, ao pôr o preço nas
coisas que vendes; quando, sendo cristão, pela tua
boca se ultraja o nome de Deus, ao dizer-se: “Vede
como são os cristãos !”, como farás para louvar o
Senhor? Deves recordar que se louva todo o dia ao
Senhor ao recusar os negócios. Corrijam-se pois os
cristãos; deixem de negociar.

17
S.Agostinho e o mercador 2/6
Mas dir-me-á o comerciante: «Eu trago de longe as
mercadorias, desde o lugar em que elas são feitas. Para
viver, peço como recompensa do meu trabalho o
excesso de preço em relação ao valor porque as
comprei. Disso hei-de viver, pois está escrito: “o
trabalhador merece o seu salário”. Mas se há mentira,
falso juramento, esse é o meu pecado, não do negócio,
pois se quisesse, poderia negociar sem esse vício. Eu,
comerciante, não passo a minha culpa para o negócio;
pois se minto, sou eu que minto, não o negócio. Poderia
dizer: “comprei-o por tanto e vendo-o por tanto, se te
convém, compra”. Nesse caso, ouvindo os compradores
essa verdade, não seriam repelidos, mas antes
acudiriam todos, pois gostariam mais da minha
fidelidade que da minha mercadoria.

S.Agostinho e o mercador 3/6

Assim, aconselha-me _diz o comerciante_ que não


minta, que não jure falso, mas não que deixe o negócio
que exerço.
A que é que me incitas, dado que me afastas dele? Talvez
a alguma arte? Serei sapateiro, farei sapatos para os
homens. Mas não são esses também mentirosos? Não
são perjuros? Por acaso, não se comprometem a fazer
os sapatos a quem lhos encomendou e, depois de
terem recebido o preço, não abandonam a obra e
começam a trabalhar para outro, enganando aquele a
quem haviam prometido que os teriam prontos?

18
S.Agostinho e o mercador 4/6

Não dizem continuamente: “Hoje os farei, hoje os


terminarei”? E, mais do que isso, na mesma tarefa,
quantas fraudes não cometem ! Fazem uma coisa e
dizem outra. São eles os maus, não a arte que
professam. Todos esses artífices perversos que não
temem a Deus, também mentem, perjuram pelo
lucro ou pelo temor de algum prejuízo, ou pela
indigência. Por isso não louvam continuamente a
Deus.

S.Agostinho e o mercador 5/6

Para que me afastas do negócio? Talvez para que me


faça agricultor? Para que me queixe de Deus? Para
que murmure? Para que, temendo o mau tempo,
consulte os adivinhos para perguntar o que fazer
contra o céu? Ou para que deseje a fome dos pobres
e possa vender o que armazenei? É a isso que me
incitas? Mas dizes: «os bons agricultores não fazem
isso». Nem os bons comerciantes. Mas quê, serás que
é mau ter filhos porque, quando lhe dói a cabeça, as
mães más e descrentes buscam curas sacrílegas e
encantamentos ? Isso é pecado dos homens, não das
coisas.

19
S.Agostinho e o mercador 6/6

Por isso, pode dizer-me o comerciante: «Procura, oh


bispo, entender a negociação sobre que leste no
saltério, para que não aconteça que não a entendas e,
por isso, me proíbas de negociar. Aconselha-me o
modo de viver. Se vivo bem, será um bem para mim.
Só sei uma coisa: se eu fôr mau, o que me faz mau
não é o negócio, mas a minha iniquidade. Quando se
diz a verdade, não há quem a impugne»”
Sto Agostinho “Comentário aos salmos”, salmo 71, nº 15

Conclusão

«Eu, comerciante, não passo a minha culpa


para o negócio; pois se minto, sou eu que
minto, não o negócio (...) Só sei uma coisa:
se eu fôr mau, o que me faz mau não é o
negócio, mas a minha iniquidade.»

20
A busca da ética
1.Querer ser ético
2.Colocar o problema como ele é
Não escamotear elementos relevantes
Não incluir aspectos alheios
Papel da Economia e do Direito
3.Decidir com critério
Quais critérios?
Seguir a consciência formada

21
Casos maus Casos bons Casos maus

Intrumentos éticos
• Lei

• Códigos

• Consultores

• Relatórios

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Regras de eleição de S.Inácio de
Loyola
[184] SEGUNDO MODO PARA FAZER
UMA BOA E SÃ ELEIÇÃO
Compreende quatro regras e uma nota (...)
[186] 2º Regra - Pôr diante de mim um homem que
nunca vi nem conheci. E, desejando-lhe eu toda a sua
perfeição, considerar o que eu lhe diria que ele fizesse e
elegesse para maior glória de Deus nosso Senhor, e maior
perfeição de sua alma. Fazendo eu assim mesmo, guardar a
regra que para o outro proponho.
[187] 3º Regra - Considerar como se estivesse em artigo de
morte, a forma e medida que então quereria ter tido no
modo de [fazer] a presente eleição. Regulando-me por ela,
faça [eu] em tudo a minha determinação.
S.Inácio de Loiola (1523) Exercícios Espirituais

III- Problemas éticos na organização

The Expense Account


Norman Rockwell The Saturday Evening Post cover, 30/Nov/1957

23
1. Problemas de concorrência
2. Honestidade nos contratos
3. Questões de pessoal
4. Responsabilidade social

1. Problemas de concorrência

The Shiner
Norman Rockwell The Saturday Evening Post cover, 23/Mai/1953

24
Cavalheirismo de Marshall 1/3

«Na época actual os nossos pensamentos estão ocupados


com o progresso industrial, com os serviços maravilhosos
que obrigamos a natureza a dar-nos, pela manufactura e
transportes. Mas se a conversa nos campos Elísios se
virar para a elevação da vida que conseguimos com os
métodos de negócio, não devemos levantar as nossas
cabeças tão corajosamente quanto o cavaleiro medieval.
Quero sugerir que há muita cavalaria latente na vida de
negócios, e que haveria muito mais se a procurássemos e
a honrássemos como os homens honravam a cavalaria
medieval da guerra.

Cavalheirismo de Marshall 2/3

Se fizermos isto durante uma ou duas gerações, então as


pessoas que levem as últimas notícias deste mundo
poderão falar arrojadamente de cavalaria da riqueza:
poderão estar orgulhosos da elevação de vida que foi
conseguida pelo treino dos melhores elementos da
natureza humana para pleno sucesso na produção da
riqueza e seu uso.
A cavalaria nos negócios inclui o espírito público, como a
cavalaria na guerra incluía a lealdade desinteressada à
causa do príncipe, do país ou da cruzada. Mas ela inclui
também um deleite em fazer coisas nobres e difíceis
porque são nobres e difíceis (...)

25
Cavalheirismo de Marshall 3/3

Inclui um desprezo por uma vitória fácil e um deleite em


socorrer os necessitados com mão caridosa. Não
desdenha os ganhos conseguidos no caminho, mas tem
o justo orgulho do guerreiro que estima os despojos de
uma batalha bem disputada, ou os prémios do torneio,
principalmente por causa dos feitos que eles
testemunham, e só em segundo grau pelo valor em que
eles são avaliados em dinheiro pelo mercado.»
Marshall, A. (1907) “Social Possibilities of Economic Chivalry» in
Pigou, A.C. (ed) (1925) Memorials of Alfred Marshall, Augustus M.
Kelley, New York, 1966, p.330-331

O empresário de Adam Smith

«É raro que as pessoas que exercem a mesma actividade


se encontrem, mesmo numa festa ou diversão, sem
que a conversa acabe numa conspiração contra o
público, ou em algum esquema para elevar os preços.
É impossível impedir esses encontros por qualquer lei
que, ou fosse exequível, ou fosse consistente com os
princípios da liberdade e da justiça. Mas embora a lei
não possa impedir às pessoas da mesma actividade de
às vezes se juntarem, ela não devia fazer nada para
facilitar essas assembleias, e muito menos torná-las
necessárias»
Adam Smith (1776) Riqueza das Nações, Gulbenkian,
Lisboa vol.I., cap.10 pag. 280

26
Lei portuguesa da concorrência
Lei nº 19/2012 de 8 de Maio
Artigo 9.º Acordos, práticas concertadas e decisões de associações de
empresas
a) Fixar, de forma direta ou indireta, os preços de compra ou de
venda ou quaisquer outras condições de transação;
b) Limitar ou controlar a produção, a distribuição, o desenvolvimento
técnico ou os investimentos;
c) Repartir os mercados ou as fontes de abastecimento;
d) Aplicar, relativamente a parceiros comerciais, condições desiguais
no caso de prestações equivalentes, colocando -os, por esse facto,
em desvantagem na concorrência;
e) Subordinar a celebração de contratos à aceitação, por parte dos
outros contraentes, de prestações suplementares que, pela sua
natureza ou de acordo com os usos comerciais, não têm ligação
com o objeto desses contratos..

Lei portuguesa da concorrência


Lei nº 19/2012 de 8 de Maio
Artigo 11.º Abuso de posição dominante
1 — É proibida a exploração abusiva, por uma ou mais
empresas, de uma posição dominante no mercado
nacional ou numa parte substancial deste.
Artigo 12.º Abuso de dependência económica
1 — É proibida, na medida em que seja suscetível de afetar
o funcionamento do mercado ou a estrutura da
concorrência, a exploração abusiva, por uma ou mais
empresas, do estado de dependência económica em que
se encontre relativamente a elas qualquer empresa
fornecedora ou cliente, por não dispor de alternativa
equivalente.

27
Lei portuguesa da concorrência
Lei nº 19/2012 de 8 de Maio
Artigo 37.º Notificação prévia
1 — As operações de concentração de empresas estão sujeitas a
notificação prévia quando preencham uma das seguintes
condições:
a) Em consequência da sua realização se adquira, crie ou reforce
uma quota igual ou superior a 50 % no mercado nacional de
determinado bem ou serviço, ou numa parte substancial deste;
b) Em consequência da sua realização se adquira, crie ou reforce
uma quota igual ou superior a 30 % e inferior a 50 % no
mercado nacional de determinado bem ou serviço, ou numa
parte substancial deste, desde que o volume de negócios
realizado individualmente em Portugal, no último exercício, por
pelo menos duas das empresas que participam na operação de
concentração seja superior a cinco milhões de euros, líquidos
dos impostos com estes diretamente relacionados;

Lema do «Homem Aranha»


“with great power there must also
come great responsibility!”.
(número 15 da revista Amazing
Fantasy de Agosto 1962)

28
Publicidade enganosa

Publicidade enganosa

29
Publicidade enganosa

Publicidade enganosa

30
Publicidade degradante

Publicidade degradante

31
Publicidade degradante

Lei Portuguesa da Publicidade


Decreto-Lei n.º 330/90 de 23 de Outubro
Artigo 6.º Princípios da publicidade
A publicidade rege-se pelos princípios da licitude,
identificabilidade, veracidade e respeito pelos direitos do
consumidor.
Artigo 7.º Princípio da licitude
1 - É proibida a publicidade que, pela sua forma, objecto ou
fim, ofenda os valores, princípios e instituições
fundamentais constitucionalmente consagrados.
Artigo 8.º Princípio da identificabilidade
1 - A publicidade tem de ser inequivocamente identificada
como tal, qualquer que seja o meio de difusão utilizado.

32
Lei Portuguesa da Publicidade
Decreto-Lei n.º 330/90 de 23 de Outubro

Artigo 10.º Princípio da veracidade


1 - A publicidade deve respeitar a verdade, não deformando os
factos.
2 - As afirmações relativas à origem, natureza, composição,
propriedades e condições de aquisição dos bens ou serviços
publicitados devem ser exactas e passíveis de prova, a todo
o momento, perante as instâncias competentes.
Artigo 12.º Princípio do respeito pelos direitos do consumidor
É proibida a publicidade que atente contra os direitos do
consumidor.

2. Honestidade nos contratos

Of Course, It's an Arabian He's Grey, Isn't He?


Norman Rockwell Arabian Horse News, Out/1971

33
Honestidade nos contratos

• Serviço a clientes
• Tratamento de fornecedores e
investidores
• Corrupção
• Impostos e falências

Corrupção

Vijay Anand, professor da Universidade de


Maryland e presidente da ONG indiana 5th
Pillar

34
Oskar Schindler
(1908-1974)

3. Questões de pessoal

Barbershop Quartet
Norman Rockwell The Saturday Evening Post cover, 26/Set/1936

35
A liderança de Alexandre 1/3

«Neste ponto da minha história não posso deixar de


registar um das mais notáveis coisas que Alexandre
alguma vez fez. Onde exactamente aconteceu é incerto:
talvez aqui (no Deserto Gedrosiano) talvez como alguns
historiadores declararam, no país dos Parapamisados
algum tempo antes. O exército estava a atravessar o
deserto de areia, o sol já dardejava sobre eles, mas eles
esforçavam-se por avançar sob a necessidade de chegar
à água, que ainda estava longe. Alexandre, como toda a
gente, era atormentado pela sede mas, apesar disso,
marchava a pé à frente dos seus homens.

A liderança de Alexandre 2/3

Era tudo o que conseguia fazer para continuar a avançar,


mas fê-lo e o resultado (como sempre) era que os
homens se sentiam mais capazes de suportar as suas
misérias quando viam que elas eram igualmente
partilhadas.
Enquanto eles se esforçavam por avançar, um grupo de
infantaria ligeira que andava à procura de água,
encontrou alguma _apenas uma pequeníssima
quantidade numa poça pouco funda. Retiraram com
dificuldade o que conseguiram e apressaram-se a voltar,
para perto de Alexandre, com o seu precioso tesouro;

36
A liderança de Alexandre 3/3

Imediatamente antes de chegarem a ele, colocaram a


água num capacete e deram-lho. Alexandre, com
agradecimentos pelo presente, tomou o capacete e,
diante das suas tropas, despejou a água no chão. Tão
extraordinário foi o efeito desta acção que a água
desperdiçada por Alexandre foi como se fosse bebida
por cada um dos homens do seu exército. Não posso
louvar suficientemente este acto; ele é a prova, se
mais nenhuma existisse, não só da sua capacidade de
suportar sofrimentos, mas também do seu génio para
a liderança»
Arriano (sec.II) “As Campanhas de Alexandre”, Livro 6, n.26

4. Responsabilidade social

The Problem we all live with


Norman Rockwell Look, 1964

37
«Connosco»

«No âmbito do “Connosco”, a CIMPOR está disponível


para multiplicar por sete o apoio que cada Colaborador
entender dar, sendo 100 euros o limite mínimo de cada
candidatura e o correspondente ao vencimento mensal
de cada proponente o limite anual máximo. A título de
exemplo, se um colaborador conceder 100 euros a uma
instituição que se enquadre dentro das nossas
exigências, em termos de idoneidade e mérito público, a
CIMPOR acrescenta sete vezes o valor desse donativo,
proporcionando, assim, à instituição beneficiada, um
valor de 800 euros!»

Controvérsia de Brent Spar 1/2

Em 1995, a empresa multinacional Royal/Dutch Shell


anunciou que iria afundar a sua antiga plataforma de
extracção de petróleo no fundo do Atlântico, a mais
de 2000 metros de profundidade. Planos anteriores
de afundar em águas menos profundas tinham sido
rejeitados pelo governo britânico, que aceitou esta
solução.
A organização não governamental Greenpeace opôs ao
plano, com o argumento de que sujava o fundo do
mar, matando a fauna. A Shell argumentou que a
alternativa, rebocar a plataforma para a terra e
desmontá-la, era não só muitíssimo mais caro (um
acréscimo de 50 milhões de dólares), mas muito mais
poluente.

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Controvérsia de Brent Spar 2/2

Quando, em Junho de 1995, a plataforma era rebocada do


Mar do Norte, uma pequena frota do Greenpeace
acompanhou-a, descendo activistas de helicóptero na
plataforma. Mais importante do que isso, a Greenpeace
organizou um boicote a nível europeu ao combustível da
Shell. Os consumidores aderiram em massa e múltiplos
políticos europeus aderiram à campanha. Finalmente, a
meio da viagem da plataforma, a Shell cedeu e recuou.
A Greenpeace teve uma grande vitória.
Em Janeiro de 1998 a Royal/Dutch Shell anunciou que irá
desmontar a plataforma Brent Spar e convertê-la em
parte de um cais em Stavanger na Noruega.
Há 220 plataformas na parte britânica do Mar do Norte.

IV- A Ética na vida real

Triple Self-Portrait
Norman Rockwell The Saturday Evening Post cover, 13/Fev/1960

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A Catedral de S.Luís
Um dia, o rei Luís IX, S.Luís de França, visitou
as obras da catedral de Chartres, em
reconstrução depois do seu incêndio em
1194 causado por um raio. O rei, passeando pela
construção, ia perguntando a cada um o que estava a
fazer. As respostas foram várias. Um carpinteiro
afirmou-lhe que estava a fazer um dos bancos da
nave central; um pedreiro lamentou-se que estava a
trabalhar para ganhar a vida e dar de comer aos
filhos; um escultor, apontando para um capitel a que
dava os últimos retoques, explicou que estava a
seguir as novas regras da arte gótica, criando uma
linha decorativa revolucionária. Depois de perguntar
a muita gente, e ter recebido respostas variadas, o
rei encontrou, num canto escuro, um velhinho
curvado varrendo aparas de madeira. Quando o rei
lhe perguntou o que estava a fazer, o velho
respondeu: "Estou a construir uma catedral !".

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