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Enxertos Vasculares

-- = ---
Carlos José de Brito
Geraldo Cheli Schulze
Antonio Cyro de Azevedo Junior

- -- -
. HISTÓRICO
. ENXERTOSSINTÉTICOS(PRÓTESES)
= PR9TESESDE DÁCRONE DE PTFE
c PRÓTESEDE POLlURETANO
= ENXERTOSHOMÓLOGOS
. ENXERTOS
HETERÓLOGOS
. ENXERTOSAUTÓLOGOS
& PERSPECTIVAS
FUTURAS
= PRÓTESESPLÁSTICASSEMEADASCOM CÉLULASENDOTELlAIS
= PRÓTESESPLÁSTICASIMPREGNADAS
= PRÓTESESABSORVíVEIS
. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Capítulo 8
ENXERTOS
VASCULARES

Enxertos vasculares são estruturas tubulares de vários valor reconhecido, os resultados obtidos foram desalen-
tipos, constituídos de tecidos sintéticos ou biológicos, tadores. Afirmaram DeBakeyl5 e Simeone, após a análise
cuja finalidade é substituir segmentos vasculares lesados de 2.471 casos, que nenhum outro procedimento além
por doenças ou traumas. de ligadura era aplicável à maioria dos traumatismos vas-
Os enxertos podem ser sintéticos, chamados pró teses, culares que chegavam ao cirurgião militar.
ou biológicos. Os biológicos podem ser obtidos do pró- Como os enxertos venosos não podiam ser aplicados
prio paciente, sendo denominados autólogos; de animal à aorta, os cirurgiões e pesquisadores continuaram a ima-
da mesma espécie, ou seja, de outro ser humano, chama- ginar e testar novos enxertos que pudessem ser aplicados
dos de homólogos; ou ainda serem provenientes de ani- a essa grande artéria.
mais de outra espécie, quando são chamados heterólogos. Em 1949, Robert Gross,16de Boston, relatou 15 enxer-
tos arteriais homólogos usados em coarctação de aorta
HISTÓRICO torácica e Tetralogia de Fallot. A partir dessa ocasião, gran-
des hospitais americanos mantiveram bancos de artérias
Uma breve revisão histórica é indispensável para acompa- usando técnicas, então desenvolvidas, de preservação de
nharmos a evolução do pensamento que culminou com os artérias removidas de indivíduos jovens que faleciam de
modernos enxertos vasculares. Foi sempre o sonho dos trauma ou doenças não malignas. Em 1951, Outdot17 pu-
cirurgiões conseguir reparar ou substituir partes lesadas blicou a primeira ressecção de uma bifurcação de aorta
do organismo. Quanto, especificamente, às substituições trombosada, usando na reconstituição um enxerto homó-
arteriais,Jaboulayl já, em 1896, em trabalho experimental, logo. As primeiras ressecções de aneurismas abdominais,
usou auto-enxertos arteriais em cães e previu que, com o com reconstituição vascular, foram feitas, em 1951, por
aperfeiçoamento dessa técnica, ela poderia ser utilizada Schafer18 e por Dubost19 que também utilizaram enxertos
no tratamento dos aneurismas vasculares e da aterosclero- homólogos. Particularmente em artérias mais periféricas,
se periférica no homem. O primeiro enxerto venoso foi esses enxertos apresentaram, com o passar do tempo, pro-
colocado em uma artéria carótida por Gluck,2 em 1898, cessos degenerativos com oclusões, formações aneurismá-
sendo que Goyannes3 é tido como o primeiro a usar um ticas e rupturas. Por esses inconvenientes - aliados às difi-
enxerto venoso no homem, em 1906, em caso de aneuris- culdades de obtenção, estocagem e disponibilidade em
ma de poplítea. Restaurou a continuidade da artéria com comprimento, forma e calibres diversos -, esses enxertos fo-
um segmento de veia poplítea homolateral, não dissociada ram progressivamente sendo abandonados.
dos tecidos vizinhos, operação que denominou "arterio- . O grande passo que sepultaria de vez os enxertos ho-

plastia venosa". Em 1907, Lexer4 relatou um enxerto veno- mólogos foi a publicação, em 1952, por Voorhees20 na qual
so bem-sucedido para correção de um aneurisma axilar, relatava o emprego de 1YnionN para restabelecer a continu-
tendo sido o pioneiro dos enxertos venosos livres. Em idade da aorta abdominal em 15 cães. Ficou demonstrado
1913, Pringlé relatou 2 enxertos venosos para o tratamen- como o plástico podia ser usado com bons resultados, subs-
to de aneurisma das artérias poplítea e braquial. tituindo segmentos arteriais. O conceito de um enxerto ar-
Em 1950, Holden6 ressecou a artéria femoral e a tificial e poroso tinha nascido. Mesmo com outros materia-
substituiu por enxerto venoso autólogo da femoral su- is utilizados, persistia o problema de que essas pró teses
perficial invertida com anastomoses terminoterminais. eram dificeis de manusear, as suas extremidades tinham
Em 1948, Kunlin7 introduziu o princípio do bypass e, em que ser dobradas para evitar o esgarçamento pela sutura,
1951, publicou sua experiência com o uso 'de 17 enxertos não tinham elasticidade e acotovelavam com facilidade.
venosos longos de safena interna, padronizando técnica Esse~ problemas foram resolvidos em 1955, quando
para seu uso em bypassnas obstruções segmentares da ar- Edwárds21 introduziu em prótese de náilon o princípio da
téria femoral superficial. 8 corrugação (crimPing). Os enxertos corrugados tinham
Foi no início do século passado que o gênio de Carrel elasticidade, eram maleáveis, fáceis de serem manuseados e
estabeleceu, em diversos trabalhos experimentais,9-13bases mantinham sua forma, dificultando o acotovelamento.
sólidas e até hoje válidas para a cirurgia arterial e, em parti- Outros materiais foram utilizados, como o orlon por
cular, para o emprego dos enxertos arteriais. Em 1912, Car- Hufnagel,22 em 1955, o teflon por Harrison,23 em 1958 e o
rel foi contemplado com o Prêmio Nobel de Medicina "em dácron por Julian,24 em 1957, Szilagyi25e DeBakey,26em
reconhecimento a seus trabalhos em suturas vasculares e 1958, que se mostrou o mais durável e resistente dos teci-
transplantes de vasos sanguíneos e órgãos".14 dos, sendo até hoje largamente utilizado. Rosemberg,27
Durante a Primeira Guerra Mundial, apesar do gran- em 1956, reportou, em uso experimental, o progresso de
de número de traumatismos arteriais, pouco foi feito uma técnica já anteriormente tentada de, pela digestão
com relação à restauração vascular. Na Segunda Guerra enzimática de enxerto obtido da carótida bovina, eliminar
Mundial, apesar de as suturas vasculares terem o seu a parte muscular e, portanto, celular, criando um tubo
Seção I
CAPíTULOSBÁsICOS

puramente colagênico. Só uma década depois esse enxer- ção, o que dentro de certo limite é desejável, para que ela
to teve uso clínico, com bons resultados iniciais. A experi- fique bem incorporada ao organismo. A implantação da
ência mostrou, entretanto, processos degenerativos com o prótese ativa de forma significativa o sistema de comple-
passar do tempo e índice importante de infecção. mento, embora ele volte ao normal em torno de 10 dias
A primeira tentativa de uso de veia umbilical humana após a cirurgia.34
foi feita por Nabseth,28 em 1960. Com resultados iniciais A prótese deve ser fisicamente resistente e durável,
decepcionantes, o método foi retomado por Dardik29 que, isto é, não pode apresentar, com o passar do tempo, dilata-
mudando o tratamento dado ao enxerto, publicou, em ção significativa, formação de aneurismas, rupturas ou
1976, os bons resultados obtidos com essa técnica. Para alongamento importante, que possam levar a acotovela-
tornar o enxerto mais resistente, foi introduzido um reves- mentos. Deve ainda ser passível de esterilização, sem que
timento externo com malha de dácron. esse processo altere a sua estrutura, e facilmente estocável
Em 1976 foi relatada a primeira aplicação clínica de por longos períodos, sem que isso comprometa a esterili-
uma nova pró tese de teflon: pela primeira vez uma pró te- zação. Dentro do possível, a prótese deve ser resistente à
se não teci da, mas resultante de uma expansão do mate- infecção. A porosidade do material é tida como impor-
rial, o tetrafluoroetileno expandido ou PTFE, até hoje tante para uma boa integração da pró tese ao organismo.
muito utilizado na cirurgia vascular.30 A compliância é a capacidade de um corpo permitir
Sparks31,32conduziu uma nova tentativa de criar um a alteração de sua forma mediante uma força aplicada.
tubo biológico e autólogo, implantando um mandril de Para as pró teses, significaria a dilatação (aumento de diâ-
silicone revestido de dupla malha de dácron no subcutâ- metro) quando a pressão interna aumentasse, resultando
neo do paciente já no trajeto do futuro bypass. Cinco ou 6 em maior ou menor pulsatilidade, que ocorre entre a sís-
semanas depois, o mandril era retirado, e o tubo do teci- tole e a diástole. As pró teses de dácron e PTFE têm pouca
do formado em torno desse mandril era isolado apenas compliância, existindo ainda urna alteração devida ao
em suas extremidades que, suturadas nas artérias recep- tecido cicatricial que envolve a pró tese.
toras, constituíam um bypass. Essa idéia foi retomada, em Em um seguimento feito em 8 pacientes com pró te-
1981, com o mandril implantado no subcutâneo de car- ses de dácron em posição iliofemoral, a variação do diâ-
neiros, com técnica modificada, mas os resultados tam- metro durante o ciclo cardíaco foi de 6% após um mês de
bém não foram duradouros.33 implante e de apenas 1%, um ano após.35 Qual a influên-
As próteses vasculares são dispositivos feitos pelo ho- cia da compliância inicial no funcionamento da pró tese
mem para substituir partes lesadas do sistema vascular. Além a longo prazo é controverso.36
das próteses inteiramente artificiais, o conceito pode ser A pró tese deve ser disponível em diversos tamanhos,
estendido para o material biológico modificado pelo ho- formas e comprimentos para que possa ser adaptada a
mem. Não estão incluídos nesse conceito os enxertos autá- diversas situações clínicas. Deve possuir ainda elasticida-
logos, que possuem tecido vivo; são os enxertos venosos e de e plasticidade suficientes para uma boa adaptação
arteriais, obtidos do próprio paciente e logo utilizados, sem aos trajetos e às anastomoses em artérias quase sempre
sofrerem alterações por métodos de preservação. com paredes alteradas e irregulares. Deve ser, portanto,
fácil de ser manuseada. As condições para a sutura de-
vem ser adequadas, isto é, não haver resistência excessiva
ENXERTOS SINTÉTICOS (PRÓTESES) à passagem da agulha, e a sutura não provocar qualquer
esgarçamento, mesmo a longo prazo. A superfície inter-
As pró teses sintéticas foram desenvolvidas a partir do uso na da Itrótese deve ser a menos trombogênica possível. A
do Vynion N por Voorhees,20 em 1952. As pró teses artifi- pró tese tem que ser ou se tornar inteiramente impermeá-
ciais modernas apresentam resultados muito bons em ar- vel. Como algumas pró teses têm poros grandes, há ne-
térias de grande calibre, mas deixam a desejar quando a cessidade de pré-coagulação ou de impregnação com
pró tese é de pequeno calibre, sendo que abaixo de 6 mm substâncias absorvíveis. O preço não deve onerar de for-
de diâmetro os resultados são ainda desanimadores. ma significativa o custo da cirurgia.
Existem diversas características que são consideradas
ideais, para que uma prótese possa ser utilizada no pacÍ- PRÓTESES DE DÁCRON E DE PTFE
ente. Em primeiro lugar, a biocompatibilidade com o
organismo em que ela vai ser implantada. O material pre- As próteses sintéticas podem ser tecidas ou derivadas de
cisa ser livre de qualquer efeito significativo, quer seja um material expandido. No primeiro caso estão as pró te-
tóxico, alérgico ou carcinogênico. Quando implantada, a ses de dácron que são fabricadas em duas formas de tece-
pró tese representa um corpo estranho e provoca uma lagem: woven, que é uma malha mais fechada (Fig. 8-1) e
reação tecidual com conseqüente processo de cicatriza- knitted com malha mais aberta e, portanto, poros maiores
Capítulo 8
ENXERTOS VASCULARES

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Fig. 8-3. Próteses de


Fig. 8-1. Microfotografiade prótese de dácron knitted. Adaptado de
dácron: a) woven;
Brewster De. Prosthetic grafts. In: Rutherford RB,(Ed.) VasciJlar
b) knitted; c) knitted
surgery. 5i!ed., Philadelphia: WB Saunders, 2000, p. 559.
impregnado.

(Fig. 8-2). Essa última tem a vantagem de ser um enxerto mais difíceis de serem manuseadas pelo cirurgião, custam
de melhor plasticidade e, portanto, mais facilmente manu- mais a serem incorporadas ao organismo, e a vantagem
seado, Os poros maiores têm a vantagem da melhor incor- da não pré-coagulação sobre as knitted deixa de ter im-
poração da prótese ao organismo, e a desvantagem de portância após o aparecimento da técnica de impregna-
uma indispensável pré-coagulação, Para tomar os enxer- ção dos poros nessas últimas.
tos knitted impermeáveis, sem que a vantagem dos poros Uma outra alteração que visa a conferir uma melhor
grandes seja perdida, a malha foi impregnada com subs- integração da prótese ao organismo é a introdução de
tâncias absorvíveis, como colágeno bovino, albumina e uma superfície aveludada ao enxerto que pode ser feita
gelatina. No período de alguns meses essas substâncias na face externa da prótese, na interna ou em ambaso É a
eram absorvidas, deixando os poros abertos para que as chamada prótese velour ou double,velour respectivamente,
vantagens desse tipo de tecelagem fossem mantidas (Fig. a que pode ser tecida tanto em dácron knitted quanto
8-3)0Um possível risco dessa impregnação seria as reações woven (Figo84). As numerosas fibrilas que se projetam da
alérgicas ou imunológicas que essas substâncias protéicas superfície da prótese, tomando-a aveludada, conferem
poderiam provocar no organismo. A experiência adquiri- uma melhor fixação, tanto da prótese aos tecidos circun-
da com a comparação de enxertos não impregnados com vizinhos como também à pseudo-íntima. A tecelagem
aqueles impregnados mostrou que esses possíveis efeitos aveludada melhora a elasticidade e as condições de ma-
indesejados com albumina,37 gelatina3S,39e colágeno34,4043 nuseio da prótese. Quanto à trombogenicidade ou aos
ou não ocorriam ou, se ocorriam, não apresentavam qual- resultados a longo prazo, ainda não existem provas con-
quer tradução clínica. Apesar de se detectar ativação signi- clusivas de que h.ya diferença entre as próteses velour e as
ficativa do sistema de complemento quando um enxerto de dácron não-aveludadas.44
de dácron é implantado, a comparação feita com as pró te- A complicação mais freqüente nas próteses de dá-
ses impregnadas com colágeno não mostrou qualquer cron é a sua dilatação. Embora a dilatação possa ser fo-
aumento com relação a essa ativação.34 Os enxertos knitted cal, essa parece ser uma complicação muito pouco fre-
não perdem a sua característica de fácil manuseio com a qüente, sendo a dilatação generalizada, em maior ou me-
impregnação dos poros. nor grau, uma conseqüência praticamente constante em
As pró teses de tipo woven são mais resistentes; em todas as próteses. Os enxertos tipo woven têm tendência
geral não necessitam de pré-coagulação' em função de muito menor à dilatação que os do tipo knitted.45 No mo-
seus poros mais fechados e dilatam menos após a implan- mento em que o clampe proximal é retirado e a circula-
tação, com relação às do tipo knitted. São, entretanto, ção é estabelecida pela prótese de dácron knitted, há uma
dilatação imediata de 10% a 20%, com relação ao calibre
que vem discriminado na embalagem, e essa dilatação é

Fig. 8-4.
Microfotografia de
prótese de dácron
velour. Adaptado de
Brewster De. Prosthetic
grafts. In: Rutherford
RB,(Ed.) Vascular
Fig. 8-2. Microfotografia de prótese de dácron I>\IOven.
Adaptado de surgery. 5i!ed.,
Brewster De. Prosthetic grafts. In: Rutherford RB,(Ed.) Vascularsurgery. Philadelphia: WB
5i!ed., Philadelphia: WB Saunders, 2000, p. 559. Saunders, 2000, p. 559.
'~r~ SeçãoI
CAPíTULOS
BÁsICOS

mais ou menos progressiva com o passar do tempo. Estu- ropoplítea, sendo que a mortalidade chega a 75%, em
dos realizados com o seguimento dessas pró teses, usan- caso de envolvimento de prótese aórtica.5o Maiores deta-
do ultra-sonografia ou tomografia, mostraram, em lhes deverão ser procurados no capítulo "Infecção em
periodo que variou de 1 a 20 anos, crescimento que foi de prótese vascular".
23% a 94% quando comparado ao calibre no momento O segundo tipo de pró tese sintética é aquela consti-
da implantaçã04547 (Fig. 8-5). Wilson48 et alo relataram 2 tuída, não por técnicas de tecelagem, mas por expansão
casos de aneurismas que se desenvolveram em prótese do material. É a prótese de PTFE, ou seja, tetraclorofluo-
de dácron, um diagnosticado após 19 anos, e outro após roetileno expandido, que é o teflon expandido. É um
15 anos da cirurgia. Entre 1970 e 1996 os autores identifi- enxerto poroso, mas não necessita de pré-coagulação
caram 11 casos relatados na literatura de ruptura dessas desde que os poros são em grande número, mas peque-
pró teses, complicação, portanto, bastante rara. nos, não permitindo o extravasamento de sangue, quan-
Esses achados levam a duas conclusões práticas: a do o fluxo sanguíneo é liberado (Fig. 8-6). É de manuseio
primeira é de que devemos escolher uma prótese, com confortável, mas, pela sua pouca elasticidade, é mais difi-
calibre sempre um pouco menor do que aquele aparen- cilmente adaptável às anastomoses em artérias com pare-
temente adequado, e a segunda, de que há necessidade des muito alteradas. Sua superfície interna lisa facilita a
imperiosa de seguir a evolução do calibre dessas pró teses trombectomia com cateter de Fogarty em caso de reope-
através de métodos não-invasivos, pelo periodo de mui- ração, e seu grau de trombogenicidade é baixo.51 Tem
tos anos. A conseqüência mais freqüente dessa dilatação maior resistência à dilatação quando comparado aos
é a de que ela seja a causa ou, pelo menos, contribua para enxertos de dácron, e parece ser mais resistente a infec-
o aparecimento de aneurismas de boca anastomótica.49 ções.52Nas prótese de PTFE, o sangramento pelo orifício
Outra possível conseqüência é que a dilatação, se signifi- de passagem da agulha é maior, a ocorrência de falsos
cativa, facilite a formação de trombos pela queda da velo- aneurismas de boca anastomótica é mais freqüente, 53e o
cidade do fluxo sanguíneo, no interior da prótese. O se- aparecimento de hiperplasia de {ntima é causa comum
guimento das próteses com dilatação significativa mos- de falha da pró tese. 54Os enxertos de PTFE têm um custo
tra, entretanto, que os problemas -
especificamente devi- superior àqueles de dácron.
dos ao aumento do diâmetro - são ocasionais, e a grande Para artérias de médio calibre e para as derivações
maioria evolui sem qualquer complicação.46 Os seromas extra-anatõmicas, muitos cirurgiões dão preferência ao uso
em torno da prótese, sem infecção, em virtude de sua do PTFE. Para o uso na região aortoilíaca, a maioria dos
não incorporação aos tecidos vizinhos, são ocasionais. A cirurgiões prefere as próteses de dácron, embora alguns
complicação mais grave é evidentemente a'infecção que, usem, também, nessa região as próteses de PTFE. Na opi-
em geral, implica na retirada total da pró tese e em resul- nião dos autores, as bifurcações de PTFE na posição aortoi-
tados muito precários, especialmente se a pró tese for aór- líaca - apesar de melhoras feitas recentemente, especifica-
tica. A infecção da prótese pode ocorrer em qualquer -
mente, para as bifurcações não têm a mesma facilidade
periodo de tempo após a implantação da pró tese. A inci- de adaptação que as de dácron às condições, muitas vezes,
dência de infecção varia de 1,34% quando se refere à bastante adversas que as alterações da anatomia pela ateros-
região aórtica, até 6%, quando em relação à região femo-
clerosecriam nessa região. Os bypasses femoropoplíteos,aci-
ma do joelho, com PTFE, dão resultados que não diferem
muito daqueles obtidos pelos enxertos venosos autólogos,
mas os resultados na poplítea abaixo do joelho são bem pio-
res no fTFE com relação aos enxertos venosos, sendo que
para as artérias das pernas os resultados do PTFE são
decepcionantes.55 Apesar da grande experiência acumula-
da com o PTFE para a reconstrução infra-inguinal, ainda
não está claramente estabelecida sua vantagem sobre os

Fig. S6. Microfotografia


de prótese de PTFE.
Adaptado de Brewster
Fig. 8-5. Prótese knitted em De. Prosthetic grafts. In:
posiçãoaortoilíaca6 anosapós Rutherford RB, (Ed.)
a implantação. A medida Vascular surgery. 5~ ed.,
originalde 19 x 8 mm Philadelphia: WB
aumentou para 42 x 20 mm. Saunde~,2000,p. 559.
Capítulo8
ENXERTOS VASCULARES

enxertos de dácron com a anastomose distal acima do joe-


lho.56 Um estudo do Massachusetts General Hospital57
mostra até mesmo uma superioridade das próteses de Gross16 et alo demonstraram, com o uso clínico, que os
dácron knitted sobre os de PTFE na posição femoropoplí- enxertos homólogos tinham bom desempenho, especial-
tea. A prótese de PTFE é a preferida para ser usada como mente quando usados na aorta (1949). Esses enxertos são
acesso para hemodiálise, mostrando uma surpreendente pouco disponíveis e têm o problema de antigenicidade
resistência à infecção quando utilizada para esse fun.57 O tecidual. As séries publicadas mostraram um alto grau
PTFE também é muito utilizado para bypassextra-anatômi- de oclusões, calcificação e formação aneurismática. A
co, porque sua consistência torna-o menos propenso a aco- partir das pró teses sintéticas que foram desenvolvidas e
tovelamentos na passagem pelos túneis subcutâneos, e sua aperfeiçoadas com ótimo resultado no território aortoi-
líaco, os enxertos de cadáver foram abandonados.
superfície interna mais lisa toma mais fácil a trombectomia.
Nos casos de infecção em prótese aórtica, enxertos
Um progresso importante foi a utilização de suporte exter-
no, enxerto anelado (Fig. 8-7), que pode ser usado tanto no homólogos de cadáver foram usados para substituição in
situ, com bons resultados66 (1993). A aorta era removida
PTFE como nas próteses de dácron. Esse suporte é muito
do cadáver, lavada com solução de heparina e preservada
útil para os bypasses extra-anatômicos e para os enxertos
em líquido, contendo heparina e antibióticos, a uma tem-
que atravessem a articulação do joelho, não permitindo o
peratura de 4°C. Os enxertos foram implantados com
acotovelamento da prótese, mesmo com a flexão da perna mil intervalo mínimo de 48 horas para reduzir a antigeni-
sobre a coxa.
cidade celular e em intervalo máximo de 21 dias para evi-
tar as alterações degenerativas. Para a solução de tão difí-
cil problema, os resultados foram alentadores, com um
seguimento médio de 13,8 meses.
É uma pró tese com características mecânicas muito favo- Recentemente foram usadas safenas homólogas crio-
ráveis ao seu uso. Para acesso com fístulas para hemodiá-
preservadas que, por esse processo, se mantinham viá-
lise parece suportar punções mais precoces com relação veis. Os enxertos não autólogos viáveis são, entretanto,
ao PTFE.58.59Embora inicialmente tenha mostrado boa
indesejáveis pela sua antigenicidade. O seu uso, entretan-
biocompatibilidade, o enxerto apresentou deterioração to, pode ser justificado em casos de substituição de en-
quando usado in vivo.60.61 xertos infra-inguinais infectados, quando não se dispuser
Um trabalho conduzido pelo próprio fabricante, em
de veia autóloga.67
1996, levou à parada prematura da série programada por Outro tipo de enxerto homólogo utilizado é o de veia
causa dos maus resultados evidentes já nos primeiros casos.61 umbilical humana. A veia do cordão umbilical, recolhida
O enxerto de poliuretano alonga com o tempo de im-
logo após o nascimento, tem um comprimento de cerca
plantação, e o espessamento da neo-íntima junto à anas- de 50 cm, não possui válvulas ou ramos e apresenta um
tomose é maior quando comparado ao PTFE.58.59Outra diâmetro uniforme. Após fracassos iniciais,28em tomo de
preocupação é com relação ao potencial efeito carcinogê- 1960, esses enxertos foram abandonados. Passada mais de
nico de seus produtos de degradação.62 Trabalhos têm uma década, essa técnica foi retomada por Dardik et al.,
sido publicados recentemente procurando melhorar as que, usando o glutaraldeído para preservar os enxertos,
características destes enxertos. 63-65
mostraram que eles podiam ser usados com resultados
Até o momento não existem dados que permitam di- aceitáveis, no homem.24.68Trabalhos de Araújo no Brasil,
zer se essas pró teses virão a ter vantagens sobre o dácron tamb,ém confirmaram essa exeqüibilidade.69.7o
ou PTFE.
O enxerto é envolvido por uma malha de dácron cuja
finalidade é reforçar a sua parede (Fig. 8-8). A maior expe-
riência com a veia umbilical foi adquirida com o seu uso
em revascularizações infra-inguinais. Em outras situações

F,g ~.-8.Segmento de
I:ig 8-" Prótese de prótese de cordão
PTFE. a) PTFE anelado; umbilicalreforçada
b) PTFE simples. com malha de dácron.
'J...
Seção I
CAPíTULOSBÁsICOS

anatõmicas o enxerto foi também utilizado, como para casos relatados é pequeno, não existe ainda base para
bypasses extra-anatõmico e aortorrenal, mas nessas posi- uma correta avaliação. Outras tentativas foram feitas,
ções não mostrou vantagem sobre as próteses de plástico. usando-se um reforço externo como nos enxertos de veia
Mesmo nos bypasses infra-inguinais, a veia umbilical só foi umbilical, ou tratando carótidas de cães com detergen-
utilizada quando uma veia autóloga não estava disponível. tes, resultando um tubo acelular, contendo apenas elasti-
A grande questão é saber se esse enxerto, nessa situação, na e colágeno. Esse último enxerto deu resultados anima-
tem vantagens sobre a pró tese de PTFE. Alguns trabalhos dores em uso experimental, mas os resultados da utiliza-
mostraram a superioridade da veia umbilical em bypass ção em pacientes ainda não estão disponíveis.80 Entre nós
infra-inguinal, tanto acima como abaixo do joelho, quan- o uso do pericárdio bovino, quimicamente tratado, tem
do comparados às pró teses de PTFE.71,72Alguns outros sido aplicado em posição aórtica com tubo reto ou bifur-
trabalhos, entretanto, não confirmaram essa superiorida- cado, sendo totalmente impermeável e permitindo uma
de.73,74A veia umbilical apresenta algumas desvantagens. boa incorporação aos tecidos.81
A anastomose, especialmente em artérias de pequeno cali-
bre, é difícil, pois o enxerto tem a parede espessa, e os
pontos de sutura têm que englobar o revestimento de ENXERTOS AUTÓLOGOS
dácron. O manuseio tem que ser cuidadoso, pois o enxer-
to é friável e sujeito a dissecções parietais durante a mani- São aqueles obtidos do próprio paciente durante o ato
pulação. Na passagem pelos túneis, a fricção pode causar cirúrgico, com utilização imediata, isto é, sem ser subme-
danos ao revestimento de dácron e as reoperações são tido a qualquer processo de conservação. Os enxertos
mais difíceis; tanto pela dissecção como pelas dificuldades autólogos podem ser arteriais ou venosos.
com o uso de cateter de Fogarty. Após alguns anos de
implantação, nota-se uma tendência à degeneração parie- ENXERTOS ARTERIAIS AUTéLOGOS
tal, levando a possíveis tromboses ou rupturas.75 Os pro-
blemas apresentados pelos enxertos de veia umbilical leva- o enxerto arterial autólogo, é o que mais se aproxima do
ram a maioria dos cirurgiões a dar preferência à pró tese substituto vascular ideal. Foi inicialmente usado por Wylie82
de PTFE, sempre que uma veia autóloga, em boas condi- e tem como vantagem manter a viabilidade, não degenerar
ções, não esteja disponível. com o passar do tempo, aumentar proporcionalmente de
diâmetro, acompariliar o crescimento, quando usado em
crianças, cicatrizar em regiões infectadas e manter-se sem
ENXERTOS HETERÓLOGOS
--- acotovelamentos, quando atravessa uma articulação.
Denomina-se enxerto heterólogo àquele removido de A pouca disponibilidade é um inconveniente impor-
animal de espécie diferente. Esses enxertos sofriam di- tante desses enxertos. A ilíaca interna, por exemplo, pode
versos processos degenerativos em razão de problemas ser removida para um bypassaortorrenal, sem necessidade
de incompatibilidade celular entre o tecido do doador e de reconstituição, ficando naturalmente restrita a uma
do receptor. Tentando resolver esse problema, Rosem- remoção unilateral. Nos pacientes idosos, especialmente
berg,27 em 1956, usou a ficina para promover uma diges- do sexo masculino, com freqüência, existem lesões ateros-
tão enzimática de artéria carótida bovina, removendo, cleróticas a esse nível o que torna essas artérias inadequa-
dessa forma, a parte celular, resultando um tubo pratica- das. A ilíaca externa ou mesmo todo o segmento ilíaco, isto
mente só de colágeno e relativamente não-antigênico. é, comum e externa, também podem ser removidos, mas
Em 1976, foram relatadas séries com esses enxertos em com reconstrução do segmento retirado por uma pró tese
posição femoropoplítea, com resultados comparáveis de dádron ou PTFE. A artéria esplênica também pode ser
àqueles obtidos com as pró teses plásticas.76,77Com o pas- usada, mas com restrições, em razão das alterações dege-
sar do tempo, os enxertos mostraram uma tendência nerativas que podem existir em pacientes idosos. A artéria
para a formação de aneurismas e ocorrência de infec- radial também tem sido utilizada.83 Nas reconstruções da
ção.76 Esses enxertos foram usados com sucesso como artéria renal, os enxertos arteriais autólogos, pediculados,
acesso para hemodiálise, com funcionamento bastante de hepática e esplênica mostraram bons resultados.84 As
satisfatório.78 Como o PTFE usado com essa mesma finà- artérias mamárias internas também têm sido usadas em
lidade mostrou resultados considerados também muito cirurgia das coronárias, com ótimos resultados.
satisfatórios, esse enxerto tem sido o preferido da mai- Outra forma de usar a artéria autóloga é remover um
oria dos cirurgiões, em detrimento dos heterólogos. Saw- segmento ocluído por aterosclerose, quase sempre de fe-
yer,79 em 1987, relatou o uso da carótida bovina, tratada moral superficial ou, com menos freqüência, do eixo
com glutaraldeído, resultando um enxerto com carga iliofemoral, realizar uma endarterectomia e usá-Ias como
negativa e resultados promissores. Como o número de substitutos vasculares ou remendos.
Capítulo 8
ENXERTOS
VASCULARES

ENXERTOSVENOSOS AUTÓLOGOS Shah87 em 385 casos em que foram definidos os sistemas


OS enxertos venosos autólogos são os que mais se aproxi- da safena interna, ficou demonstrada a grande variação da
anatomia venosa dessa região, por vezes impedindo ou,
mam das características, já vistas, para um substituto vas-
cular ideal. Para as artérias de grande calibre, as próteses pelo menos, dificultando o uso da safena interna como
enxerto. Quando a safena interna não for disponível ou uti-
plásticas dão excelentes resultados, mas como já foi refe-
lizável, existem opções para que se obtenha uma outra veia
rido anteriormente, têm resultados decepcionantes nas
artérias de menor calibre. Como os enxertos arteriais au- autóloga. A primeira opção naturalmente seria a safena do
outro membro, mas muitos cirurgiões julgam não ser essa
tólogos são de obtenção limitada, os venosos são a me-
uma boa opção, pois na eventualidade de problema oclusi-
lhor opção até o momento para artérias de calibre redu-
zido. O melhor dos enxertos venosos é representado pela vo no membro contralateral - uma possibilidade real em
caso de a indicação cirúrgica decorrer de lesões aterosclerá-
safena interna, que, em bypass de membros inferiores,
ticas - a solução ideal para esselado estaria inviabilizada. A
particularmente para artérias infrapatelares, mostra re-
outra opção seria a utilização da safena externa, bem mais
sultados indiscutivelmente superiores àqueles decorren-
curta que a interna, e de obtenção que complica tecnica-
tes de qualquer outro tipo de enxerto, quer plástico ou
mente a cirurgia, desde que exige uma mudança de decúbi-
biológico. É claro que a transposição de uma veia para o
sistema arterial não poderia deixar de provocar fenôme- to do paciente e a realização de outras incisões. No caso de
não haver veias disponíveis nos membros inferiores, as
nos de adaptação, lesões estruturais e mesmo ocorrência
de lesões ateroscleróticas que são próprias dos vasos arte- veias cefálica ou basílica podem ser usadas. Têm paredes
naiS. mais finas, e os resultados, embora satisfatórios, são inferio-
res aos das safenas.
As hiperplasias intimais que ocorrem especialmente
Em casos de difícil solução, como infecções em pró-
ao nível das válvulas, nas proximidades das anastomoses
e em IQcais de reparos feitos na veia, produzem esteno- teses aórticas, as veias femorais 'Superficiais têm sido uti-
ses, que são causas freqüentes de oclusões desses enxer- lizadas para substituição das pró teses in situ com bons
resultados.88
tos. As estenoses também podem ocorrer pela ligadura
inadequada de ramos da safena, em locais de traumatis- Existem 3 diferentes técnicas para o uso da safena
mo pelo clampeamento do enxerto e por lesões ateroscle- interna para revascularização dos membros inferiores: in
róticas que, com o passar dos anos, podem aparecer. O situ, quando a veia é mantida em seu leito, e as válvulas,
próprio espessamento da camada muscular da veia, uma de~truídas; ex situ reversa, quando a veia é totalmente re-
adaptação à maior pressão e fluxo, também pode levar a ~ovida e usada invertida, para que as válvulas fiquem no
uma redução do calibre da veia.85Com pequena freqüên- sentido do fluxo, e, como outra opção, o uso da veia ex
cia, as lesões estruturais da parede venosa podem condu- situ, mas não invertida, sendo, portanto, totalmente re-
movida e suas válvulas destruídas. Excelentes resultados
zir a dilatações e, até mesmo, à formação de aneurismas86
(Fig. 8-9). têm sido reportados com qualquer uma das 3 técnicas.
Até o momento nenhum estudo clínico mostrou de for-
A safena interna apresenta alguns inconvenientes. Em
primeiro lugar, pode não ser adequada para uso como ma conclusiva a vantagem de uma dessas técnicas sobre
enxerto, por lesões prévias ou por calibre muito reduzido. as outras. Nas safenas de pequeno calibre, entretanto, a
técnica in situ tem mostrado melhores resultados. 86
Em segundo, a sua não disponibilidade, graças à sua
remoção em cirurgia de varizes ou para ser usada como
enxerto em outras regiões, como, por exemplo, nas coro- PERSPECTIVASFUTURAS
nárias, embora muito raramente, ela possa estar ausente
por uma anomalia congênita.86 Ainda há necessidade de um grande esforço para que os
Em terceiro lugar, a veia safena interna pode não ser enxertos disponíveis aproximem-se das características ide-
adequada por alterações na anatomia. Em estudo feito por ais já citadas. Um grande esforço de pesquisa vem sendo

Fig. 8-9. (A) Enxerto de safena, colocado em


artéria braquial, que dilatou formando um
aneurisma fusiforme. (B) Aneurisma por
B dilatação da safena aberta.
r~t:
Seção I
CAPíTULOS BÁsICOS

feito para que se obtenham enxertos, tanto plásticos como


biológicos que apresentem uma superfície de contato com
o sangue, menos trombogênica, maior adaptação aos
Além da impregnação das próteses com colágeno, gelati-
vasos em que forem implantados, e com redução na inci-
na e albumina que, como já vimos, tornam essas pró teses
dência de hiperplasia da íntima. Esses esforços dirigem-se,
impermeáveis, evitando a perda sanguínea quando o flu-
especialmente, para as próteses de calibre reduzido e que
xo sanguíneo é liberado para o enxerto, outras substân-
tenham que suportar baixo fluxo sanguíneo, cias também foram incorporadas às pró teses com a fina-
lidade de melhorar, em. diversos aspectos, o seu desem-
penho.
PRÓTESESPLÁSTICASSEMEADAS G)M
A impregnação das pró teses com heparina com a
CÉLULASENDC;ELlAIS finalidade de reduzir a trombogenicidade tem sido inves-
tigada, visando particularmente àqueles enxertos de
o endotélio não é simplesmente um revestimento celular menor calibre e submetidos a baixo fluxo sanguíneo. Es-
dos vasos e hoje sabemos que ele apresenta múltiplas e sa idéia não é nova, ejá, em 1963, Gott93 descreveu a utili-
importantes funções que tendem a manter o fluxo san- zação dessa técnica. Desde então, um grande esforço em
guíneo, evitando a constituição de trombos. Sabemos trabalhos experimentais tem sido feito, a fim de viabili-
também que as pró teses plásticas no homem são forra- zar essa técnica para o emprego no homem. Esquivel94 et
das pelo endotélio apenas nos segmentos próximos às ai., em modelos animais, mostraram que pró teses de
anastomoses.. Nada mais natural, portanto, que se bus- PTFE e poliuretano, impregnadas com heparina, revela-
que uma prótese que possa ser inteiramente revestida ram-se eficazes em reduzir a trombose. Esses estudos ain-
por endotélio no menor prazo de tempo possível. Para da estão em andamento e, até ago~a, não houve compro-
atingir esse objetivo, vem sendo tentada a semeadura em vação de que no homem as pró teses assim preparadas
próteses plásticas de células endoteliais retiradas de sejam eficazes em prevenir a trombose. Trabalhos mais
outros tecidos. No início, as células eram obtidas mecani- recentes têm incorporado, na malha das pró teses, subs-
camente, porém mais recentemente vêm sendo obtidas, tâncias fibrinolíticas como a uroquinase ou o ativador tis-
usando-se processos enzimáticos e semeadas nas pró te- sular do plasminogênio que, em modelos animais, têm
ses, na esperança de que sua proliferação possa garantir apresentado uma redução da trombogenicidade da pró-
uma camada contínua de células endoteliais autólogas tese.95 Esses estudos ainda estão em andamento, sem
que cubram toda a extensão do enxerto. Estudos experi- resultados, por enquanto, conclusivos.
mentais mostraram que pró teses de pequeno calibre se- Já existem enxertos de dácron e PTFE impregnados
meadas com células endoteliais apresentavam melhora de heparina no mercado. Não se sabe a duração do efeito
em sua patência, sugerindo que, no homem, essas próte- da heparina, e é possível que a barreira representada por
ses pudessem ter melhor desempenho que as hoje empre- componentes sanguíneos aderentes à superfície interna
gadas para os bypasses infra-inguinais.89 da pró tese possa funcionar como obstáculo à liberação
Em 1984, Hering90 et ai. relataram pró teses de dá- da heparina. É preciso, também, atentar para efeitos ad-
cron, semeadas com células endoteliais, utilizadas em versos da heparina, como a trombocitopenia.
bypasses femoropoplíteos, axilofemorais e femorofemo- Embora as infecções nas pró teses sejam incomuns,
rais. Não notaram, entretanto, diferença na patência des- as conseqüências são desastrosas, tanto para o membro
ses enxertos comparados aos de dácron convencionais. quanto I para a própria vida. Sabemos que, apesar de to-
As pró teses semeadas representam um caminho instigan- dos os ~uidados seguidos escrupulosamente pelos cirur-
te e muito promissor. Faz-se necessário que o esforço giões vasculares e que, mesmo com a antibioticoterapia
para o desenvolvimento dessas pró teses continue, pois se profilática sistêmica ou o uso local de antibiótico, essa
constitui em evolução racional e lógica, que, seguramen- devastadora complicação continua a ocorrer. Como a
te, com o aperfeiçoamento da técnica, resultarão em me- embebição da pró tese em solução de antibiótico logo
lhores resultados para artérias de pequeno calibre e bai- antes de sua utilização garante apenas uma breve presen-
xo fluxo. Até o momento, entretanto, não existe grande ça desse antibiótico, pensou-se em incorporar previa-
experiência clínica para que conclusões estatísticas pos- mente a essas próteses o antibiótico, o que teoricamente
sam ser delineadas.
garantiria a presença do agente antimicrobiano, por um
Até o momento ainda não foi comprovado in vivo período prolongado de tempo no local da implantação
que essas pró teses tenham melhores resultados que as da pró tese. Uma das tentativas foi feita por Moore96 et ai.
convencionais. Estudos continuam sendo realizados para usando colágeno como veículo para incorporar amicaci-
aprimorar essa técnica.65,91,92 na a um enxerto de dácron knitted. Essas próteses mostra-
Capítulo 8 'JU
ENXERTOS
VASCULARES

ram-se mais resistentes à infecção quando implantadas (d) O dácron woven tem características de maleabili-
em cachorros. Essa linha de pesquisa permanece ainda dade que tornam mais fácil o seu manuseio pelo
na fase experimental, e novos processos estão sendo tes- cirurgião, com relação ao knitted.
tados para tentar uma melhor retenção e liberação em
tempo prolongado do antibiótico.
2. Qual afirmação abaixo é correta?
(a) O melhor dos enxertos será sempre o de veia au-
tóloga, particularmente a safena interna.
PRÓTESESABSORVíVEIS (b) O cirurgião pode evitar a hiperplasia intimal se
manipular a safena de forma correta, antes de
Como a permanência da própria prótese no organismo utilizá-Ia como substituto arterial.
parece responder por muitos efeitos adversos, uma das solu- (c) O melhor dos enxertos é a artéria autóloga, cujo
ções imaginadas foi o desenvolvimento de um tipo de próte- defeito é a sua pouca disponibilidade.
se que, com o passar do tempo, fosse inteiramente absorvi- (d) A safena interna usada exsitu tem necessariamen-
da, deixando apenas um tubo, com as vantagens já referi- te que ser invertida em função do sentido do flu-
das, de tecido puramente autólogo, com uma provável redu- xo permitido pelas válvulas.
ção de trombogenicidade.97 Foi observado, entretanto, uma
tendência à dilatação ou mesmo à formação de aneurismas 3. Qual afirmação abaixo é correta?
nesses tubos autólogos, com o passar do tempo. (a) Enxerto heterólogo é aquele obtido de animal da
A evolução lógica seria, então, a de uma prótese que mesma espécie.
tivesse uma reabsorção durante um período longo de (b) Enxerto autólogo é o obtido de animal da mesma
tempo, com a esperança de que com a presença do refor- espécie.
ço de parte da malha da pró tese por mais tempo, houves- (c) Enxerto homólogo é aquele obtido do próprio
se também um período suficiente para o desenvolvimen- corpo do paciente operado.
to de um tubo autólogo mais resistente. Trabalhos experi- (d) A safena retirada do próprio paciente para uso
mentais têm sido relatados com o uso de materiais diver- em enxerto é autóloga.
sos na parede da pró tese, alguns, mais rapidamente bio- 4. Qual afirmação abaixo é correta?
degradáveis, permitindo rápido crescimento dos tecidos, (a) Todas as pró teses de dácron knitted apresentam
enquanto outros, com reabsorção mais lenta, manteriam alguma dilatação após serem implantadas como
a resistência mecânica do enxerto por tempo mais pro- substitutos arteriais.
longado.98,99 Embora represente um conceito promissor, (b) Os enxertos de veia umbilical têm como vanta-
essas pró teses ainda permanecem na área experimental. gem serem autólogos.
Assim, a procura por uma prótese ideal prossegue (c) O problema dos enxertos de plástico é a sua bai-
com intensidade, mas, como vimos, diversas idéias e con-
xa disponibilidade.
ceitos promissores ainda permanecem no terreno experi- (d) Os enxertos de safena obtidos do próprio pacien-
mental, e séries clínicas são aguardadas para que sejam te têm a vantagem de não sofrer alterações parie-
comprovadas as vantagens de seu uso no ser humano. tais com a passagem do tempo.
Atualmente, com o grande desenvolvimento das téc-
nicas endovasculares, foram desenvolvidas pró teses com 5. Qual afirmação abaixo é correta?
características especiais e que serão obje,to do próximo (a) As infecções nos enxertos plásticos são mais fre-
capítulo. qüentes na região aortoilíaca.
~b) As infecções que acometem os enxertos plásticos
QUESTÕES são mais graves que aquelas que atingem os autó-
logos.
1. Qual afirmação abaixo é correta? (c) Não ocorrem aneurismas verdadeiros nos enxer-
(a) A impregnação dos poros de dácron knitted por tos venosos autólogos, desde que a alteração pa-
substâncias absorvíveis foi uma solução para o rietal seja muito pequena com o passar do tempo.
sangramento peroperatório. (d) As próteses de PTFE dão resultados satisfatórios
(b) O dácron woven tem a vantagem de poder rece- quando implantadas em artérias da perna.
ber suturas junto às bordas sem perigo de esgar-
çamento. RESPOSTAS
(c) A prótese de PTFE tem a vantagem de ter a sua
superfície interna totalmente recoberta por célu- 1.A 2.C 3.D 4.A 5.B
las endoteliais, após algum tempo de implante.
Seção I
CAPíTULOSBÁSICOS

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