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Araribóia

Antes que os portugueses se lançassem na guerra pela ocupação da


Guanabara, os índios que ocupavam a região da ilha de Paranapuã eram
chamados de maracajás (“índios do Gato”, em tupi), liderados por
Maracajaguaçu (o “Grande Gato”). Viviam em guerra com os vizinhos
tamoios. Sentindo-se ameaçados, solicitaram aos portugueses quatro
embarcações, a fim de fugirem para a capitania do Espírito Santo, onde se
estabeleceram em 1555. Em terras capixabas, surgem as primeiras menções
aos temiminós liderados por Araribóia, grupo que talvez tenha se
originado de uma dissidência dos maracajás. O que se sabe é que, ao
chegarem ao Espírito Santo, alguns desses índios provenientes do Rio de
Janeiro se embrenharam pelo sertão e só seriam aldeados em 1562, com um
novo chefe.
Este já seria Araribóia.Ainda em 1555, Villegaignon, com o apoio dos
índios tamoios, dominou toda a Baía de Guanabara e instituiu a França
Antártica, região até então evitada pelos portugueses por causa da grande
resistência dos nativos locais à sua dominação, mas de grande importância
estratégica para os interesses franceses de obter o controle do comércio
com as Índias. Ao voltar para a França para resolver alguns problemas
relativos à sua administração, Villegaignon se ausentou e enfraqueceu o
domínio francês no Rio de Janeiro, permitindo que os portugueses
organizassem uma investida contra sua ocupação.
Em 1560 Mem de Sá invadiu a Guanabara e tomou posse da região,
deixando posteriormente o comando da guerra contra os franceses com seu
sobrinho Estácio de Sá, este que recorreu à ajuda do cacique temiminó
Araribóia. Além de manterem a aliança com os portugueses, para os
temiminós a volta para o Rio de Janeiro era uma oportunidade que tinham
de combater seus antigos inimigos, os tamoios, reconquistando o território
que haviam abandonado. Liderados por Araribóia, os temiminós juntam-
se a Estácio de Sá em investidas contra os franceses, com o objetivo de
expulsa-los e se restabelecerem na região do Rio de Janeiro. Padre José de
Anchieta sobre estes embates dizia que “acompanhava a frota um índio,
de nome Arary-boia – que ficou registrado na história do tempo como
Martim Afonso Araribóia – e que era amigo dos portugueses desde a época
em que a terra de Piratininga fora desbravada.
Agora, fizera companhia a Estácio para o ajudar a estabelecer-se na terra
dos Tamoios”. Com o fim da guerra em 1567, Estácio de Sá ocupou a ilha
de origem da tribo de Araribóia, dando a ela o novo nome de Ilha do
Governador, mas para manter a segurança na Baía de Guanabara, Estácio
de Sá insistiu que Araribóia não voltasse para Espírito Santo, e lhe
concedeu poder de escolher uma parte das terras da “banda d’além”, ou
seja, do outro lado da Baía, para se estabelecer com sua gente. Sem titubear,
o cacique apontou para o outro lado da Baía e disse que queria a região de
águas escondidas, que em tupi-guarani significa Niterói.
A aliança com tribos indígenas era de extrema importância para a defesa
do território na luta contra outras tribos hostis e contra piratas na costa,
principalmente no início da colonização, na medida em que eram os
maiores conhecedores do território ocupado. Desta maneira os
portugueses tinham o hábito de valorizar os líderes nativos que os
apoiavam, oferecendo aos chefes indígenas concessão de favores, títulos,
patentes militares e nomes portugueses de prestígio. Araribóia foi batizado
como nome de Martim Afonso de Sousa, agraciado com o Hábito de
Cavaleiro da Ordem de Cristo, e recebeu uma tença (pensão) de 12 mil-
réis. Além disso, recebeu o posto de capitão-mor da aldeia de São Lourenço
e tornou-se proprietário de casas na Rua Direita (atual 1° de Março), onde
residiam os notáveis do Rio de Janeiro, incluindo o governador. Seu
casamento foi realizado com grande pompa, digna dos altos mandatários
do Reino. A aliança com os portugueses também era estratégica para os
grupos indígenas, já que para muitos deles, isto significava segurança, algo
cada vez mais difícil de ser alcançado nos sertões onde guerras, massacres
e escravizações eram frequentes.

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