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MARABÁ
2016/2
Jhonatan Mike Rodrigues Cordeiro
Wagns Felix de Melo
MARABA
2016/2
“Todo aquele, pois, que escuta minhas
palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao
homem prudente, que edificou a sua casa
sobre a rocha”
-Jesus Cristo-
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
1.1 Considerações iniciais
Não é mais novidade que a engenharia civil sempre está em constante
evolução, trazendo novas perspectivas para o planejamento, canteiro de obras
e os projetos que são envolvidos. Desse modo, para que toda edificação de
médio e grande porte seja executada, precisa ser primeiro pensado um projeto
estrutural, onde seja dimensionado seus elementos estruturais como lajes,
vigas, pilares, sapatas e outros. Conforme Freitas (2014), com o passar dos
anos, as transições do dimensionamento manual para ferramentas de software
foram sendo mais constantes, onde tais ferramentas hoje já se encontram com
maior acessibilidade aos engenheiros, assim facilitando tanto o surgimento de
mais profissionais nesta área, quanto a utilização de maneira impropria da
ferramenta.
Cabe ressaltar que com a aparição dos softwares, mesmo com os novos
métodos que possam ser implementados por eles para dar mais precisão aos
resultados, é interessante entender se existe uma discrepância entre o cálculo
manual com o cálculo realizado pelos softwares para dimensionamento, pois
diante deste entendimento será possível compreender como a ferramenta
trabalha e estar apto a resolver qualquer problema disposto por ela.
1.2 Objetivo
Nessa perspectiva, este projeto tem como objetivo realizar um
dimensionamento da edificação apresentada no livro “Projeto estrutural de
edifícios de concreto armado “ do autor Dr.José Milton de Araújo com o auxílio
do software de cálculo estrutural Eberick® V8 Gold. A partir dos resultados
obtidos será feita uma análise comparativa entre as saídas de dados do
software com as estabelecidas pelo livro, afim de, entender o comportamento
do software em relação a estruturas, compreender a discrepância entre os
resultados obtidos pelo software com o cálculo manual do livro e aumentar o
conhecimento com as soluções dos problemas propostos durante o
desenvolvimento do projeto estrutural.
1.3 Justificativa
Para profissionais de engenharia civil na especialidade de projeto de
estruturas é fundamental o entendimento de como as estruturas são
idealizadas nos softwares e as ações que eles tomam. Dessa maneira, este
estudo é importante para que os engenheiros desta especialidade entendam
como foram gerados os resultados pelo software afim de obterem maior
domínio sobre a ferramenta e assim possa utilizar seu conhecimento para
resolver possíveis problemas que ocorram durante a análise do projeto
estrutural.
2.2.2 Lajes
Para o dimensionamento de lajes, de todos os métodos existentes o
utilizado pelo Eberick® são as grelhas equivalentes onde, segundo Chust
(2007), o procedimento constitui em substituir placa de laje por uma malha
equivalente, sendo possível resolver pavimentos de edifícios com grandes
dimensões de planta e lajes com ou sem vigas. Nessa perspectiva, as cargas
distribuídas dividem-se entre elementos na grelha equivalente, de acordo com
a área de influência de cada elemento e as cargas concentradas devem ser
aplicadas nos nós da malha.
2.2.3 Vigas
Depois de realizar as configurações iniciais, o utilizador do software
realiza um pré-dimensionamento dos elementos estruturais onde especifica a
seção e vínculos. Diante disso, no caso das vigas, além da seção pode ser
realizado o estabelecimento nos vínculos entre:
yl
M d 0,85 f cd bw yl d
2
Onde:
bw = Largura da seção
d = Altura útil
Md
As
yl
f yd d
2
Onde :
d = Altura útil
Vd 1, 4 R A
f ck
f cd
yC
f ywk
f ywd =
1,15
2
Fctm 0,3 f ck 3
f ctk ,inf
f ctd
yC
15
VRd 2 0, 27 av 2 fcd bw d
onde:
f
av 2 1 ck
250
b) Cálculo da armadura transversal:
VRd 3 Vc Vsw
Onde :
Asw
V
- sw 0,9 d f ywd sen cos
s
- Vc = 0 nos elementos estruturais tracionados quando a linha neutra se situa
fora da seção;
seção;
M0
V
- c V
c0 1 2.Vc 0 na flexo-compressão
M Sd , máx
- Vc 0,6 f ctd bw d
f ctk ,inf
- f ctd
yC
Asw Vsw
s 0,9 d f ywd sen cos
Onde :
bw : largura da seção
transversal
2.2.4 Pilares
O Eberick® dimensiona pilares por pavimentos isolados e por pórticos
espaciais. Este último apresenta-se como melhor opção para dimensionamento
de edificações de múltiplos pavimentos e adotado para este trabalho.
Fonte: TQS
dimensionamento. Quanto aos painéis de lajes, temos que eles são calculados
de forma independente.
2.3.1 Lajes
O autor do livro “Projeto estrutural de edifícios de concreto armado”
realiza o dimensionamento das lajes através da teoria a flexão das placas,
onde são admitidas as seguintes hipóteses segundo Araújo (2010):
Apoios rígidos
Emprego da armadura de canto
Consideração de cargas triangulares e trapezoidais, ou cargas
parcialmente distribuídas, para o cálculo das vigas de apoio
p l2
Mx
8
Onde :
M x 0,001 mx pl 2 x ; M y 0,001 my pl 2 x se lx l y
M x 0,001 mx pl 2 y ; M y 0,001 my pl 2 y se l y lx
Onde :
menores que os estabelecidos na tabela de M k ,min será dado a área de aço por:
Onde:
h = altura da laje
M d 1, 4 M k
Md
b d 2 cd
1 1 2
As b d cd
f
yd
Onde:
= Coeficiente
22
d = Altura Útil
= Coeficiente de tabela
=Coeficiente de tabela
Ecs h3
D
12 (1 v 2 )
Onde:
h = espessura da laje
5 p.lx 4
W
384 D
Onde :
W = Flecha inicial
23
p.lx 4
W 0, 001 wc se lx l y
D
p.l y 4
W 0, 001 wc se l y lx
D
W f (1 ).W
l
Wadm
250
2.3.2 Vigas
Para o dimensionamento de vigas, Araújo (2010) primeiro utiliza o
método de vigas continuas com a teoria de Cross para determinar o momento
negativo que consta no apoio intermediário engastado, já que Araújo especifica
que para casos de vigas continuas deve-se calcular os apoios externos
apoiados e os intermediários engastados, assim com o momento negativo
encontrado já pode ser obtido o momento positivo. Desse modo, no caso de
24
uma viga contínua, Araújo divide esta em “tramos” de acordo com seus apoios
e calcula individualmente cada “tramo”, através das equações de equilíbrio, as
reações de apoio considerando o momento negativo anteriormente encontrado
e assim com todas as reações devidamente calculadas, são unidas e então
realizado o diagrama de esforço cortante considerando todas as reações dos
“tramos” encontradas que com o mesmo, já auxilia com o cálculo das áreas
para a determinação do diagrama de momento fletor solicitante .
M d 1, 4 M k
Md
b d 2 cd
Onde:
b = Largura da viga
d = Altura útil
1 1 2
25
As b d cd
f
yd
d'
d
lim
' u
lim
' Es 's f yd
A 's
lim b d cd
1 '
lim b d cd
As lim .
1 f yd
Onde:
= Coeficiente de cálculo
d = altura útil
Vd 1, 4 Vk
Vd
Twd
Bw d
f
Twu 0, 27. 1 ck f cd
250
2
Tc 0, 09 fck 3
Td 1,11 Twd Tc
T
Asw 100 bw d
f
yd
Onde:
2.3.3 Pilares
Na obra em estudo “ Projeto Estrutural de Edifício de Concreto Armado”
Araújo, apresenta o dimensionamento “manual” de dois pilares, um
intermediário (P5), contraventado e outro de extremidade (P2), de
contraventamento, onde este tem seus momentos fletores iniciais calculados
levando em consideração além dos esforços verticais os esforços horizontais
provenientes da componente de vento. (Para o caso em estudo, apenas, este
último será analisado)
sugerido pela CEB (1990). Logo, a rigidez equivalente, EIeq. é dada por:
3
FH htot
EI eq.
3U
Onde,
FH = Força Horizontal
U = Deslocamento
le2 1
M d ,tot bM1d , A N d M1d , A
10 r
Sendo:
1 0, 005 0, 005
com N d e M1,d M1d ,min
r h( 0,5) h Ac fcd
Onde:
MB
b 0, 6 0, 4 0, 4 , para pilares bi apoiados sem cargas transversais;
MA
MC
b 0,80 0, 20 0,85 , para pilares em balanço
MA
le Comprimento de flambagem
d'
h
Md
, onde cd 0,85 fcd
bh 2 cd
Nd
bh cd
bh cd
As
f yd
31
3.0 METODOLOGIA
Foi realizado uma análise na planta baixa e cortes que constam no livro
“Projeto estrutural de edifícios de concreto armado” do autor José Milton de
Araújo, e em seguida a modelagem no AutoCad® – Ferramenta de desenho
técnico. O desenho em plataforma CAD foi então importado para o software de
cálculo estrutural onde será realizado todo o lançamento da estrutura de
acordo com o especificado no livro e posteriormente os resultados gerados
pelo software serão analisados e comparados com os resultados apresentados
pelo livro.
Lajes:
- Reações de apoio
- Cálculo do momento
- Área de aço
Vigas
Pilares
- Área de aço
- Esforços
32
4.8 Carregamentos
pp esp h
Onde :
h = espessura da laje
Ap h c
Pt esp esp Ap
Pt
C.unif
Alaje
Onde:
Ap = Área da parede
41
h = Altura da parede
c = Comprimento da parede
Pt = Peso total
Ap =Área da parede
Onde:
hu = Altura útil
5.1 Lajes
Araújo (2010) realiza o dimensionamento da laje L02=L15, onde, possui,
tipo maciça e espessura de 10 cm, então esta mesma laje foi selecionada para
realizar a análise comparativa de reações de apoio, flecha, momento fletor e
área de aço.
Mx (kN.m) My (kN.m)
Eberick 5,85 2,8
Araujo 1,93 3,68
Fonte: Autores (2016)
5.2 Vigas
Para realizar o comparativo foi selecionado a viga V226=V26 com seção
de 12 cm x 40 cm, onde o próprio Araújo (2010) realiza um demonstrativo do
dimensionamento, assim como dito anteriormente, os parâmetros de análise
são divididos em momento fletor, área de aço transversal, área de aço
longitudinal e correção das vigas.
Eberick
Momento negativo
Md(kN.m) d (cm) As(cm2) As efetivo Ø
Eberick -51,05 33 4,81 4 Ø 12,5 mm ( 4,9 cm2)
Araujo -36,18 36 2,53 2Ø 12,5 mm ( 2,45 cm2)
Fonte: Autores (2016)
os analisados, diferente do vão 2 que apresentou uma área de aço maior, logo
com mais barras para suprir esta área. Dessa forma, para o momento negativo
houve uma discrepância entre as áreas de 47 %, influenciando assim na
quantidade de barras dispostas para suprir este momento, no caso o dobro da
quantidade o software precisou a mais que o Araújo (2010).
Figura 13 - Erro depois do processamento para apoio das vigas com largura de
12 cm
5.3 Pilares
Tendo como escopo para este trabalho o comparativo entre
dimensionamento manual e dimensionamento por computador (software), no
que diz respeito, principalmente, a área de aço para mesma seção transversal
de concreto do pilar do pilar abordado(P5), embora, usando o mesmo processo
de cálculo para efeitos de segunda ordem local ( Pilar-padrão com Curvatura
Aproximada), os resultados como podem ser visto na quadro, apresentam
diferenças significativas no aspecto da área de aço calculada, na ordem de
157% e 6,3% para área de aço calculada e área de aço efetiva
respectivamente.
56
Para valores tão discrepantes, percebe-se que dois outros fatores foram
determinantes, são eles no quadro 10: Momento de cálculo total ( M d ,tot ) e
Aqui, neste tópico, ressalta que o processo de cálculo por pórtico plano é
o fator determinante para obtenção de uma área de aço conservadora, e que o
modelo por pórtico espacial se apresenta como melhor escolha de processo
para dimensionamento de pilares.
Eberick Araújo
Nd 1014,59KN (0,55%) 1009KN
M 1d ,topo 101,72KNm (3,80%) 98KNm
M 1d ,base 67,88KNm 118KNm (73,83%)
M d ,tot 105,28KNm 172,54KNm (63%)
As,cal 6,3cm² 16,2cm² (157%)
As,ef 12,05cm² 18,85cm² (6,63%)
ex 11,82cm 17,1cm (44,67%)
Mod. Cálc. Simp. Curvatura Aproximada Curvatura Aproximada
Mod. Pórtico Pórtico Espacial Pórtico Plano
Área Seção Crítica Centro Extremidade
Fonte: Autores (2016)
57
6.0 CONCLUSÃO
estrutural para este e outros projetos futuros, o qual pode evitar erros e
problemas de dimensionamento, obtendo-se um desempenho satisfatório e
econômico.
A análise pelos métodos manual e com auxílio computacional executado
para a mesma estrutura foi bastante válida para efeito de comparação,
evidenciando que muitos aspectos da estrutura definidos por normas, um
software consagrado aliado à experiência e costumes do calculista podem
influenciar muito no resultado final de uma estrutura, chegando à conclusão
que: um projeto de qualidade - segurança, economia e estética- só é alcançado
com a atuação de um engenheiro capaz.
59
ARAÚJO, J.M. Curso de Concreto Armado. Vol. 1. 2ª Ed. Cidade Nova: Editora
Dunas, 2003. 222p.
ARAÚJO, J.M. Curso de Concreto Armado. Vol. 2. 2ª Ed. Cidade Nova: Editora
Dunas, 2003. 325p.
ARAÚJO, J.M. Curso de Concreto Armado. Vol. 3. 2ª Ed. Cidade Nova: Editora
Dunas, 2003. 244p.
ARAÚJO, J.M. Curso de Concreto Armado. Vol. 4. 2ª Ed. Cidade Nova: Editora
Dunas, 2003. 234p.
CadTQS. Análise estrutural com pórtico espacial completo com viga, pilar
e laje. Disponível em: <http://www.tqs.com.br/v16/destaques/modelo-vi-projeto-
estrutural> Acesso em 22 out. 2016
MARTHA, L.P. Método dos elementos finitos: notas de aula. Rio de Janeiro.
PUC-RIO. Agosto 1994.