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FACULDADE METROPOLITANA DE MARABÁ

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL


TRABALHO DE CURSO

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE SOFTWARE DE CÁLCULO


ESTRUTURAL E O CÁLCULO MANUAL PARA UM EDIFICIO
MULTIFAMILIAR

Jhonatan Mike Rodrigues Cordeiro


Wagns Felix de Melo

Orientador: Eng.M.e Helder Luiz da Silva Rodrigues

Turma: ENC 101

MARABÁ
2016/2
Jhonatan Mike Rodrigues Cordeiro
Wagns Felix de Melo

Orientador: Eng.M.e Helder Luiz da Silva Rodrigues


helderluiz.rodrigues@yahoo.com

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE SOFTWARE DE CÁLCULO


ESTRUTURAL E O CÁLCULO MANUAL PARA UM EDIFICIO
MULTIFAMILIAR

Trabalho de conclusão de curso


apresentado à Faculdade
Metropolitana de Marabá em
cumprimento às exigências para
obtenção do grau de Bacharel em
Engenharia Civil.

MARABA
2016/2
“Todo aquele, pois, que escuta minhas
palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao
homem prudente, que edificou a sua casa
sobre a rocha”
-Jesus Cristo-
RESUMO

Este trabalho teve como objetivo comparar e analisar um dimensionamento


estrutural em concreto armado pelos métodos manuais e com auxílio de um
software computacional. Para tal foi tomado como modelo o projeto de uma
edificação multifamiliar de oito pavimentos dimensionado manualmente pelo Dr.
José Milton Araújo em seu livro: “Projeto Estrutural de Edifícios de Concreto
Armado” e com o auxílio do software Eberick ®, observando todos os
parâmetros do dimensionamento manual, geométricos e normativos como
entrada de dados, pôde-se obter resultados de alguns elementos estruturais –
vigas, lajes e pilares – Estes foram comparados e analisados observando-se
suas principais similaridades e discrepâncias nos itens que atendem aos
Estado Limite último (ELU) e Estado Limite de Serviço (ELS), que por sua vez
comprovou que ambos os métodos dependendo do processo empregado torna-
se mais ou menos conservador, que geralmente não é o mais econômico,
cabendo ao engenheiro fazer opção entre um e outro método; mas que por
agilidade, facilidade de análise de dados e correção, como já era de se
esperar o modelo computacional denota-se como melhor escolha.

Palavras-chave: Métodos; Dimensionamento; Analisar; Comparados.


1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 7
1.1 Considerações iniciais .............................................................................. 7
1.2 Objetivo..................................................................................................... 9
1.3 Justificativa ............................................................................................... 9
2.0 MÉTODO TEÓRICOS .................................................................................. 9
2.1 Software de cálculo estrutural: Eberick® ............................................. ......9
2.2 Métodos de dimensionamento do Software ............................................ 10
2.2.1 Configuração inicial .......................................................................... 10
2.2.2 Lajes................................................................................................. 11
2.2.3 Vigas ................................................................................................ 12
2.2.4 Pilares .............................................................................................. 17
2.3 Métodos de dimensionamento de José Milton de Araújo ........................ 19
2.3.1 Lajes................................................................................................. 19
2.3.2 Vigas ................................................................................................ 23
2.3.3 Pilares .............................................................................................. 27
3.0 METODOLOGIA ........................................................................................ 31
4.0 PROJETO DO EDIFÍCIO MULTIFAMILIAR .............................................. 32
4.1 Descrição do edifício modelo .................................................................. 32
4.2 Configurações iniciais de projeto ............................................................ 38
4.3 Características dos materiais .................................................................. 38
4.4 Ação Horizontal....................................................................................... 38
4.5 Propriedade das lajes do edifício ............................................................ 39
4.6 Propriedade das vigas do edifício ........................................................... 39
4.7 Propriedade dos pilares do edifício ......................................................... 39
4.8 Carregamentos ....................................................................................... 40
4.8.1 Carregamentos para lajes ................................................................ 40
4.9 Lançamento da estrutura ........................................................................ 42
4.9.1 Configurações do sistema ................................................................ 44
4.9.2 Combinações das ações............................................................... 45
5.0 ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................. 47
5.1 Lajes ....................................................................................................... 47
5.1.1 Reações de apoios........................................................................... 47
5.1.2 Flecha da laje ................................................................................... 48
5.1.3 Momento Fletor na laje L02=L15 ...................................................... 49
5.1.4 Área de aço ...................................................................................... 50
5.2 Vigas ....................................................................................................... 51
5.2.1 Momentos fletores ............................................................................ 51
5.2.2 Área de aço longitudinal e transversal ............................................. 53
5.2.3 Correção das vigas .......................................................................... 54
5.3 Pilares ..................................................................................................... 55
6.0 CONCLUSÃO ............................................................................................ 57
7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 59
7

1 INTRODUÇÃO
1.1 Considerações iniciais
Não é mais novidade que a engenharia civil sempre está em constante
evolução, trazendo novas perspectivas para o planejamento, canteiro de obras
e os projetos que são envolvidos. Desse modo, para que toda edificação de
médio e grande porte seja executada, precisa ser primeiro pensado um projeto
estrutural, onde seja dimensionado seus elementos estruturais como lajes,
vigas, pilares, sapatas e outros. Conforme Freitas (2014), com o passar dos
anos, as transições do dimensionamento manual para ferramentas de software
foram sendo mais constantes, onde tais ferramentas hoje já se encontram com
maior acessibilidade aos engenheiros, assim facilitando tanto o surgimento de
mais profissionais nesta área, quanto a utilização de maneira impropria da
ferramenta.

Segundo Kimura (2007) a informática aplicada a engenharia passou por


diversos avanços benéficos, pois se há décadas as réguas de cálculo e
computadores que ocupavam uma sala inteira auxiliavam os engenheiros
mesmo demorando dias para serem processados com uma memória limitada,
hoje o mercado disponibiliza inúmeros softwares para determinadas situações
da obra desde a gestão até o dimensionamento de elementos. Desse modo,
um edifício pode ser processado em minutos e todos os seus dados
armazenados em um pequeno “pen-drive”.

Diante disso, os softwares estruturais trouxeram algumas características


e novos aspectos que o cálculo manual não conseguiria alcançar devido à
complexidade, então métodos como dos elementos finitos ou de grelhas estão
para trazer uma análise e realidade melhor do comportamento das estruturas,
ainda mais com a necessidade de ganho de tempo, economia e precisão na
realização de uma estrutura, assim tais métodos têm fundamental importância.

Segundo Martha (1994) o método dos elementos finitos pode ser


interpretado como uma generalização dos procedimentos adotados em uma
análise estrutural convencional de sistemas articulados, onde o objetivo é obter
a solução para distribuições de tensões e deformações e o campo de
deslocamento em todo o domínio da estrutura. Já Silva (2002) explica grelhas
8

que baseado na substituição de um pavimento por uma grelha equivalente,


onde os elementos da mesma (barras da grelha equivalente) passam a
representar os elementos estruturais do pavimento (lajes e vigas), este
processo permite reproduzir o comportamento estrutural de pavimentos com
praticamente qualquer geometria, seja ele composto de lajes de concreto
armado maciças, com ou sem vigas, ou então de lajes nervuradas.

Não obstante a isso, o fato dos softwares de cálculo estrutural


contribuírem relevantemente para a resolução de vários tipos de problemas
encontrados para o projeto estrutural não significa que o engenheiro possa se
preocupar menos com as questões a serem elaboradas no decorrer do projeto,
desta forma é fundamental todo o conhecimento prático e teórico para que o
engenheiro saiba como o software funciona e não se torne dependente da
ferramenta.

Cabe ressaltar que com a aparição dos softwares, mesmo com os novos
métodos que possam ser implementados por eles para dar mais precisão aos
resultados, é interessante entender se existe uma discrepância entre o cálculo
manual com o cálculo realizado pelos softwares para dimensionamento, pois
diante deste entendimento será possível compreender como a ferramenta
trabalha e estar apto a resolver qualquer problema disposto por ela.

Além do exposto, os softwares e engenheiros precisam ter sempre como


objetivo a ser alcançado o dimensionamento da estrutura, onde segundo
Chust(2007) consiste nas seguintes operações : Comprovar que uma seção
previamente conhecida é capaz de resistir as solicitações mais desfavoráveis
que possa atuar e dimensionar a seção ainda não definida completamente afim
que suporte as solicitações máximas expostas a ela. Logo, para serem
realizados estes objetivos, ambos precisam trabalhar em conjunto.
9

1.2 Objetivo
Nessa perspectiva, este projeto tem como objetivo realizar um
dimensionamento da edificação apresentada no livro “Projeto estrutural de
edifícios de concreto armado “ do autor Dr.José Milton de Araújo com o auxílio
do software de cálculo estrutural Eberick® V8 Gold. A partir dos resultados
obtidos será feita uma análise comparativa entre as saídas de dados do
software com as estabelecidas pelo livro, afim de, entender o comportamento
do software em relação a estruturas, compreender a discrepância entre os
resultados obtidos pelo software com o cálculo manual do livro e aumentar o
conhecimento com as soluções dos problemas propostos durante o
desenvolvimento do projeto estrutural.

1.3 Justificativa
Para profissionais de engenharia civil na especialidade de projeto de
estruturas é fundamental o entendimento de como as estruturas são
idealizadas nos softwares e as ações que eles tomam. Dessa maneira, este
estudo é importante para que os engenheiros desta especialidade entendam
como foram gerados os resultados pelo software afim de obterem maior
domínio sobre a ferramenta e assim possa utilizar seu conhecimento para
resolver possíveis problemas que ocorram durante a análise do projeto
estrutural.

2.0 MÉTODO TEÓRICOS

2.1 Software de cálculo estrutural: Eberick®


O Eberick® na versão V8 GOLD foi produzido pela empresa AltoQI, de
suporte nacional que tem como função desempenhar softwares para a
engenharia.

A utilização do programa é direcionada para elaboração de projetos


estruturais de concreto armado, onde possui uma entrada de gráficos e associa
a análise da estrutura através de um pórtico espacial e outros recursos como o
método de grelhas que contribuem para o dimensionamento e detalhamento
dos elementos estruturais. A estrutura inicia com o lançamento dos pavimentos
com suas alturas existentes no projeto arquitetônico, o lançamento dos
elementos é determinado de forma gráfica onde o usuário tem livre acesso
10

para posicionar a estrutura. O software possibilita a visualização da estrutura


em 3D o que contribui para haver uma melhor ideia do que está sendo feito e
os resultados são dispostos em forma de planilha onde apresentam todas as
informações possíveis do elemento.

Durante o posicionamento da estrutura é possível definir vínculos como


rotulado, engastado e nós semirrígido. Para ligação entre pilares e vigas é
possível definir rótulas tanto para diminuir a torção e aumentar no momento
quanto para que um elemento não transmita esforços para o outro.

O software Eberick® disponibiliza o usuário a realizar as configurações


necessárias ou particulares caso seja preferido, demonstrando em algumas
vezes avisos quando não estão de acordo com a norma NBR 6118 (2014) mas,
deixando o usuário ser responsável por todas as atitudes realizadas já que o
software não consegue trabalhar sozinho pois precisa que algum usuário
distribua as configurações para que ele possa rodar em funcionamento.

Através das configurações é possível estabelecer as propriedades dos


materiais, coeficientes de ponderação para ações, ações existentes e
combinações de serviço e últimas, além dos carregamentos lineares,
concentrados ou distribuídos em área que o usuário necessita, trazendo então
uma maior proximidade do projeto real.

2.2 Métodos de dimensionamento do Software

2.2.1 Configuração inicial


O software possibilita a escolha de dois métodos alternativos de cálculo,
onde a diferença estará diretamente relacionada aos seus resultados, estes
métodos são:

 Pavimentos isolados: de acordo com o Eberick® é um modelo


simplificado, no qual os pavimentos são calculados de forma
independente, desprezando alguns efeitos como o de 2º ordem globais.

 Pórtico Espacial, onde segundo o Eberick® é um modelo completo de


cálculo, considerando efeitos horizontais e efeituando as verificações
globais. Desse modo, com a versão utilizada é possível considerar a
11

ação do vento na estrutura, determinar os efeitos de 2º ordem globais,


analisados pelo processo P-Delta e analisar as ações de combinações
prevista de acordo com a NBR 6118 (2014).

2.2.2 Lajes
Para o dimensionamento de lajes, de todos os métodos existentes o
utilizado pelo Eberick® são as grelhas equivalentes onde, segundo Chust
(2007), o procedimento constitui em substituir placa de laje por uma malha
equivalente, sendo possível resolver pavimentos de edifícios com grandes
dimensões de planta e lajes com ou sem vigas. Nessa perspectiva, as cargas
distribuídas dividem-se entre elementos na grelha equivalente, de acordo com
a área de influência de cada elemento e as cargas concentradas devem ser
aplicadas nos nós da malha.

 Grelhas equivalentes: Araújo (2010) afirma que “é o processo de cálculo


onde o pavimento é constituído de grelha plana formada por faixas das
lajes nas duas direções e pelas vigas do pavimento, onde este processo
considera a deformação das vigas no cálculo das lajes”.

Dessa maneira, este método utilizado é determinante para os resultados


dos momentos fletores, onde o próprio Araújo (2010) afirma: “Quando não se
dispõe de um software, realiza-se o cálculo manual por meio de tabelas. Os
resultados são aproximados, mas satisfatórios devido à grande capacidade de
redistribuição de esforços das lajes de concreto armado”.

Desse modo, para a verificação das flechas o software segue a NBR


6118 (2014) onde utiliza o momento fletor do elemento e realiza a comparação
com o modelo de fissuração, depois define assim a rigidez da peça no estádio
l, ll e intermediário, logo resulta então nas flechas imediatas e deferidas que
são influenciadas também pela fluência do concreto. Segundo o manual
Eberick®, as etapas de determinação das flechas são seguidas em:

 Os esforços elásticos são obtidos a partir da rigidez inicial, calculada


com a consideração simplificada da não-linearidade física na análise
estática linear;
12

 Com os esforços elásticos, calculam-se as combinações no ELU e


dimensionam-se as vigas e lajes de cada pavimento;

 Com os esforços elásticos e com as armaduras calculadas a partir


destes, obtém-se a rigidez equivalente ( EI eq. );

 É montado um modelo de grelha exatamente igual ao modelo elástico,


mas onde a rigidez de cada barra é alterada para sua rigidez equivalente
calculada;

 Efetua-se a análise desse modelo, obtendo um novo conjunto de


esforços e deslocamentos;

 Os deslocamentos obtidos fornecem as flechas imediatas em cada


ponto

2.2.3 Vigas
Depois de realizar as configurações iniciais, o utilizador do software
realiza um pré-dimensionamento dos elementos estruturais onde especifica a
seção e vínculos. Diante disso, no caso das vigas, além da seção pode ser
realizado o estabelecimento nos vínculos entre:

 Rotulados: Constitui em considerar o momento nulo na ligação


estabelecida, redistribuindo totalmente para o elemento adjacente.
 Semirrígidos: Configura uma redução de rigidez da ligação entre as
barras, além de fazer uma redistribuição de momentos considerando o
efeito de deformação e fissuração que uma peça pode assumir.
Segundo NBR 6118 (2014), existem limitações para este uso como não
podendo chegar ao critério de redistribuição de 100% .
 Engastados: Implica em considerar momentos nas ligações, assim
redistribuindo e correspondendo o momento negativo.

Com as seções estabelecidas o software realiza o cálculo de


momentos resistentes positivos e negativos, apresentando então erro
quando o momento solicitante for maior que o momento resistente, mas na
maneira inversa pode ser gerado um superdimensionamento nos elementos
ficando a critério do utilizador conseguir identificar quando isso acontecer.
Desse modo, lembra-se que o software não trabalha sozinho, logo precisa
13

sempre que o utilizador aplique os dados e entenda dos resultados


estabelecidos.

Momento resistente estabelecido através de:

 yl 
M d  0,85  f cd  bw  yl   d  
 2

Onde:

M d = momento fletor de cálculo máximo do vão

f cd = Resistência de cálculo à compressão do concreto

bw = Largura da seção

yl = A distância à partir do topo da viga em que ocorrera compressão

d = Altura útil

Diante disso, com o momento encontrado pode-se então realizar o


cálculo da área de aço, onde o software utiliza o mesmo modelo descrito por
Chust (2007) que segue a norma NBR 6118 (2014).

Md
As 
 yl 
f yd   d  
 2
Onde :

M d = momento fletor de cálculo máximo do vão

As = Área de aço calculada para armadura

f yd = Resistencia à tração do aço

yl : A distância à partir do topo da viga em que ocorrerá compressão


14

d = Altura útil

Para o dimensionamento de vigas ao cisalhamento, o Eberick ® utiliza


prescrições da NBR 6118 (2014), onde apresenta dois modelos de cálculo, que
admitem o funcionamento das peças de concreto submetidas à flexão simples
como uma treliça, cujo concreto e armadura de compressão superior (caso
exista) correspondem ao banzo superior comprimido, a armadura tracionada
corresponde ao banzo inferior tracionado, a armadura transversal corresponde
às diagonais tracionadas e as bielas comprimidas do concreto correspondem
às diagonais comprimidas.
O primeiro modelo, denominado Modelo de Cálculo I, é baseado na
teoria de Ritter-Mörsch que sugere que as inclinações das diagonais de
compressão da treliça devem ser tomadas sempre com ângulo igual a 45º em
relação ao eixo longitudinal do elemento estrutural, e a inclinação da armadura
de cisalhamento (a) deve ser escolhida entre os limites de 45º e 90º.

O Modelo de Cálculo II é baseado na analogia da treliça generalizada,


na qual mantém a limitação da inclinação da armadura de cisalhamento entre
os limites de 45º e 90º, mas permite diagonais comprimidas com inclinação
variável livremente entre 30º e 45º.
Para o Modelo de Cálculo I, admite-se diagonais de T=45º e Vc
constante, independente de Vsd. Logo, primeiro se realiza os seguintes
cálculos para complementar os próximos:

 Vd  1, 4  R  A
f ck
 f cd 
yC

f ywk
 f ywd =
1,15
2
 Fctm  0,3   f ck  3

 fctk ,inf  0,7  fctm

f ctk ,inf
 f ctd 
yC
15

a) Verificação de compressão diagonal do concreto

VRd 2  0, 27  av 2  fcd  bw  d
onde:

 f 
av 2  1  ck 
 250 
b) Cálculo da armadura transversal:

VRd 3  Vc  Vsw
Onde :

 Asw 
V
- sw     0,9  d  f ywd   sen   cos 
 s 
- Vc = 0 nos elementos estruturais tracionados quando a linha neutra se situa

fora da seção;

- Vc = Vc 0 na flexão simples e na flexo-tração com a linha neutra cortando a

seção;

 M0 
V
- c  V 
c0  1    2.Vc 0 na flexo-compressão
 M Sd , máx 
- Vc  0,6  f ctd  bw  d

f ctk ,inf
- f ctd 
yC
Asw Vsw

s 0,9  d  f ywd   sen   cos  

Armadura transversal mínima:


16

Asw,min f ctm  bw  sen 


 0, 2
s f ywk

Onde :

bw : largura da seção

Vd : força cortante solicitante de cálculo máxima no vão

f cd : resistência de cálculo a compressão do concreto

yC = coeficiente de ponderação do concreto 1,4

f ywd : tensão na armadura transversal

f ywk : resistência característica ao escoamento do aço da armadura

transversal

f ctm = resistência media à tração do concreto

f ctd : resistência à tração do concreto

Vrd 2 = força cortante resistente de calculo

Vc = valor básico da força cortante resistida pelo concreto

Vsw = parcela resistida pela armadura

Asw = área de aço calculada para armadura transversal devido ao cortante na


seção da abertura
17

2.2.4 Pilares
O Eberick® dimensiona pilares por pavimentos isolados e por pórticos
espaciais. Este último apresenta-se como melhor opção para dimensionamento
de edificações de múltiplos pavimentos e adotado para este trabalho.

Custódio e Vergutz (2010) conceitua pórtico espacial como uma


estrutura de barras distribuídas no espaço geralmente formando quadros
fechados, que podem receber carregamentos em qualquer direção, o que
possibilita a avaliação global da estrutura formado por vigas, pilares e lajes.

No pórtico espacial, cada nó de uma barra possui seis graus de


liberdade: três translações nas direções X,Y,Z e três rotações em torno dos
eixos X,Y,Z , como mostrado na figura 1. Com estes graus de liberdade pode-
se obter os esforços solicitantes (força normal, força cortante, momento fletor e
momento torsor.

Figura 1 - Três rotações em torno do eixo

Fonte: TQS

Os processos de cálculo no qual o programa se baseia é a de discretizar


a estrutura através de um pórtico espacial composto por vigas e pilares. Neste
processo, os elementos são representados por barras ligadas umas as outras
através de nós. Cada pilar e cada trecho de vigas são simulados por barras do
pórtico, por meios dos quais são obtidos os esforços solicitantes para o
18

dimensionamento. Quanto aos painéis de lajes, temos que eles são calculados
de forma independente.

O processo de cálculo da estrutura dá-se da seguinte maneira: Os


painéis de lajes são montados e calculados, por meio de grelhas; as reações
das lajes são transmitidas às vigas onde estas se apoiam; o pórtico espacial da
estrutura é montado, recebendo os carregamentos derivados das lajes; o
pórtico é processado e os esforços solicitantes são utilizados para o
detalhamento dos elementos estruturais.

A análise estrutural é feita pelo método matricial da rigidez direta, cujo


objetivo é determinar os efeitos das ações nas estruturas para que possam ser
feitas as verificações dos estados últimos e de utilização. Os resultados das
análises, basicamente, são os deslocamentos nodais, os esforços internos e as
reações nos vínculos de apoio.

O Eberick® considera que os materiais tenham comportamento físico


elástico linear para todos os pontos da estrutura, isto é, supõe que em nenhum
ponto seja ultrapassados os limites de proporcionalidade do material para
tensões em serviço.

Para o modelo de estrutura deformada, o equilíbrio deve ser verificado


por um processo de estabilidade global que avalie os efeitos de segunda
ordem, que podem surgir na estrutura devido a deslocamentos horizontais que
alterem de maneira significativa os esforços internos. O processo de verificação
utilizado pelo Eberick® é simplificado, baseado na norma NBR 6118 (2014)
(Item 15.5.1). Caso o coeficiente Gama-Z seja superior ao valor limite, a
estrutura pode ser considerada como de nós deslocáveis.

De acordo com a NBR 6118 (2014) sob a ação de forças horizontais, a


estrutura é sempre calculada como deslocável. O fato de a estrutura ser
classificada como sendo de nós fixos dispensa apenas a consideração dos
esforços globais de 2ª ordem.
19

A NBR 6118 (2014), prescreve que o cálculo dos efeitos locais de 2ª


ordem pode ser feito pelo método geral ou por métodos aproximados. O
método geral é obrigatório para λ>140 (item 15.8.3.5).

A norma apresenta quatro diferentes métodos aproximados, sendo eles:


Pilar-padrão com curvatura aproximada (pilares de seção composta), Pilar-
padrão com rigidez “K” aproximada (pilar de seção retangular), Pilar-padrão
acoplado a diagramas M x N x 1/r e Pilar-padrão para pilares de seção
retangular submetido à flexão composta oblíqua.

Em consonância com prescrito na NBR 6118 (2014), item 15.8.3.3, o


Eberick® efetua o dimensionamento de pilares pelos métodos: Pilar-padrão
com curvatura aproximada (pilares de seção composta) , pilar-padrão com
rigidez “K” aproximada (pilar de seção retangular) e pilar-padrão acoplado a
diagramas M x N x 1/r. Pode-se também observar que é apresentado a opção
“Todos”, a qual faz com que o programa verifique todos os casos e adote a
solução que apresentar o resultado de armadura mais crítico, favorecendo a
segurança do dimensionamento da peça.

Para este trabalho foi escolhido a opção Pilar-padrão com curvatura


aproximada pois, é o mesmo modelo usado por Araújo (2010) quando do
dimensionamento de pilares em seu livro, mantendo assim os parâmetros
semelhantes, quando possível.

2.3 Métodos de dimensionamento de José Milton de Araújo

2.3.1 Lajes
O autor do livro “Projeto estrutural de edifícios de concreto armado”
realiza o dimensionamento das lajes através da teoria a flexão das placas,
onde são admitidas as seguintes hipóteses segundo Araújo (2010):

1. O material da placa é elástico linear, homogêneo e isotrópico.


2. A espessura da placa é pequena em relação as outras
3. As deflexões são pequenas em relação à espessura da placa
4. A placa é fina com (menor vão / h )  20
5. As tensões normais que atuam perpendicularmente à superfície média
podem ser desprezadas.
20

6. Um segmento de reta normal à superfície média indeformada se


conserva normal à superfície média após a deformação, permanecendo
reto e com o mesmo comprimento.

Dessa forma, existem restrições ao emprego da teoria das placas, pois as


soluções estabelecidas empregando tabelas de cálculo imediato, são
validas desde que sejam verificadas as seguintes condições:

 Apoios rígidos
 Emprego da armadura de canto
 Consideração de cargas triangulares e trapezoidais, ou cargas
parcialmente distribuídas, para o cálculo das vigas de apoio

Para a realização do cálculo de momento fletor principal M x para lajes


armadas em uma direção é dado por:

 p l2 
Mx   
 8 
Onde :

M x = Momento fletor principal

p = Carga aplicada na laje

l = equivale ao vão de cálculo l x ( menor vão)

Já para lajes armadas em duas direções, os momentos fletores M x e

M y são dados por:

M x  0,001 mx  pl 2 x ; M y  0,001 my  pl 2 x se lx  l y

M x  0,001 mx  pl 2 y ; M y  0,001 my  pl 2 y se l y  lx

Onde :

mx e m y = Coeficientes obtidos em tabela da relação entre os vãos.


21

Logo, com os momentos M x e M y definidos, dimensiona-se as

armaduras positivas e negativas. Assim, as armaduras negativas foram


estabelecidas pelo autor que seria colocado uma armadura negativa com a
mesma área da maior armadura positiva das duas lajes adjacentes, na direção
considerada, logo consiste em estabelecer um valor absoluto para o momento
negativo seja maior ou igual ao positivo.

Nessa perspectiva, utiliza-se uma tabela para determinar o momento de


serviço M k ,min ,onde corresponde à armadura mínima , assim para momentos

menores que os estabelecidos na tabela de M k ,min será dado a área de aço por:

As ,min  min  15%  h

Onde:

h = altura da laje

Diante disso, para momentos maiores que o determinado na tabela de


armadura mínima, será dado o seguinte roteiro:

M d  1, 4  M k

Md

b  d 2   cd

1  1  2


 
As      b  d   cd 
 f
 yd 

Onde:

M d = Momento fletor principal de cálculo

 = Coeficiente
22

b = Largura calculada de 100cm

d = Altura Útil

 cd = Tensão de cálculo de concreto

 = Coeficiente de tabela

 =Coeficiente de tabela

f yd = Resistencia à tração do aço

Diante do exposto, diferente do Eberick® o método de placas não


necessita do momento fletor para ser determinado, logo precisa que a rigidez à
flexão da laje seja primeiramente encontrada para se prosseguir cálculo, dado
o cálculo de rigidez então por:

Ecs  h3
D
12  (1  v 2 )

Onde:

D = Rigidez a flexão da laje

Ecs : Módulo de deformação da secante do concreto

h = espessura da laje

v = 0,2 é igual a o coeficiente de Poisson do concreto

Continuando o explanado, para lajes simplesmente apoiadas a flecha


inicial é dada pela expressão:

5 p.lx 4
W 
384 D
Onde :

W = Flecha inicial
23

p = carga quase permanente dada por g  0,3  q

l x = vão de cálculo da laje armada em uma direção

D = rigidez a flexão da laje

Para o encontro da flecha inicial para lajes armadas em duas direções a


expressão é formada por:

p.lx 4
W  0, 001 wc  se lx  l y
D

p.l y 4
W  0, 001 wc  se l y  lx
D

Não obstante a isso, a flecha final é obtida após estabelecer a flecha


inicial e também incluir os efeitos de fluência do concreto, logo a flecha final é
dada por :

W f  (1   ).W

Onde 𝜑 é a fluência do concreto.

Por fim, a flecha a ser comparada, ou seja, a flecha admissível é dada


por:

l
Wadm 
250

Logo, quando a flecha final for menor que a flecha admissível, a


exigência da laje será atendida quanto às deformações.

2.3.2 Vigas
Para o dimensionamento de vigas, Araújo (2010) primeiro utiliza o
método de vigas continuas com a teoria de Cross para determinar o momento
negativo que consta no apoio intermediário engastado, já que Araújo especifica
que para casos de vigas continuas deve-se calcular os apoios externos
apoiados e os intermediários engastados, assim com o momento negativo
encontrado já pode ser obtido o momento positivo. Desse modo, no caso de
24

uma viga contínua, Araújo divide esta em “tramos” de acordo com seus apoios
e calcula individualmente cada “tramo”, através das equações de equilíbrio, as
reações de apoio considerando o momento negativo anteriormente encontrado
e assim com todas as reações devidamente calculadas, são unidas e então
realizado o diagrama de esforço cortante considerando todas as reações dos
“tramos” encontradas que com o mesmo, já auxilia com o cálculo das áreas
para a determinação do diagrama de momento fletor solicitante .

Nessa perspectiva, para o dimensionamento da área de aço para os


momentos positivos e negativos encontrados, Araújo (2010) segue um roteiro
de cálculo estabelecido pela norma CEB (1990), onde através de tabelas
especifica os coeficientes necessários. Assim, para a identificação de armadura
simples ou dupla, o autor utiliza uma tabela a qual o valor comparado depende
da expressão:

M d  1, 4  M k

Md

b  d 2   cd

Onde:

M d = Momento fletor solicitante de calculo

b = Largura da viga

d = Altura útil

 cd = Tensão de cálculo de concreto

Diante do resultado, 𝜇 é comparado em tabela com 𝜇𝑙𝑖𝑚 para a


determinação da armadura simples ou dupla. Assim, quando se estabelecer
armadura simples o desenvolvimento se dar para encontrar o coeficiente e área
de aço:

1  1  2


25

 
As      b  d   cd 
 f
 yd 

Caso a armadura seja definida como dupla quando houver a comparação, o


cálculo se estabelece por:

d'

d

  lim  
 '  u  
  lim 

 '  Es   's  f yd

A 's 
   lim   b  d   cd
1      '

   lim  b  d   cd
As     lim  .
 1    f yd

Onde:

 = Coeficiente de cálculo

d = altura útil

d ' = Cobrimento estabelecido

 's = Deformação na camada de armadura

lim = Profundidade da linha neutra relativa à altura da seção transversal

 cd = Tensão de cálculo de concreto

 = Momento fletor reduzido

lim = Momento fletor reduzido limite


26

Diante disso, o dimensionamento dos estribos se dá pela consideração


do maior esforço cortante de cada vão, onde Araújo (2010) adota a seção de
escoamento dada de acordo com a NBR 6118 (2014), que não seja maior que
435 MPA, logo o roteiro segue:

Vd  1, 4 Vk

Vd
Twd 
Bw  d

 f 
Twu  0, 27. 1  ck   f cd
 250 

Twd  Twu logo, comprova a segurança contra o esmagamento das bielas

2
Tc  0, 09   fck  3

Td  1,11  Twd  Tc 

T 
Asw  100  bw   d 
f 
 yd 

Onde:

Vd = Esforço cortante de cálculo

Vk = Esforço cortante característico

Twd = Tensão convencional de cisalhamento

Twu = Tensão limite de cisalhamento

Tc = Fator de redução em função da resistência do concreto

Td = Tensão reduzida de cisalhamento


27

2.3.3 Pilares
Na obra em estudo “ Projeto Estrutural de Edifício de Concreto Armado”
Araújo, apresenta o dimensionamento “manual” de dois pilares, um
intermediário (P5), contraventado e outro de extremidade (P2), de
contraventamento, onde este tem seus momentos fletores iniciais calculados
levando em consideração além dos esforços verticais os esforços horizontais
provenientes da componente de vento. (Para o caso em estudo, apenas, este
último será analisado)

A determinação dos esforços solicitantes nas estruturas de


contraventamento, para um carregamento dado, é feita empregando-se os
métodos convencionais de análise estrutural. A grande dificuldade da análise
estrutural frente as ações horizontais (vento), consiste na repartição das cargas
para os elementos de contraventamento. Isto devido à natureza tridimensional
da estrutura.

No entanto, quando o contraventamento é formado por elementos que


se comportam de forma idêntica, pode-se utilizar um processo simplificado
(ARAÚJO,2010), isto é possível quando o contraventamento é exclusivo por
pórtico plano, ou por paredes estruturais.

No processo simplificado, (ARAÚJO, 2010), despreza-se a interação


entre os diversos níveis da laje adotando-se para os elementos de
contraventamento uma rigidez equivalente determinada para um andar
característico.

Segundo Araújo (2010), usualmente, considera-se que rigidez


equivalente é a rigidez de um pilar constante, engastado na base e livre na
extremidade oposta, da mesma altura que a estrutura real, que, submetido ao
carregamento horizontal da estrutura, apresenta o mesmo deslocamento
horizontal no topo. O valor da rigidez equivalente, determinado desta maneira,
depende do tipo do carregamento usado na análise.

Pela análise do pórtico através do modelo contínuo Araújo (2010),


descreve que pelo processo simplificado o pórtico é substituído por um pilar a
28

rigidez à flexão constante EI a qual é determinada pela igualdade dos


eq.
deslocamentos horizontais no topo do pórtico.

Para calcular a rigidez equivalente de um pilar de seção variável ou de


um pórtico, deve-se aplicar uma força FH no topo do pilar ou do pórtico, como

sugerido pela CEB (1990). Logo, a rigidez equivalente, EIeq. é dada por:

3
FH htot
EI eq. 
3U
Onde,

FH = Força Horizontal

htot = Atura total da edificação

U = Deslocamento

Na análise do pórtico, considera-se o carregamento constituído por uma


força concentrada aplicada no nível de cada pavimento. Cada força é a
resultante da carga distribuída na faixa de influência de cada pavimento.
Resolvendo o pórtico para esse carregamento, obtêm-se os deslocamentos
horizontais cálculos estes que apresentam melhor solução com o auxílio de um
programa para análise de pórtico plano.

Araújo (2010), com o intuído de viabilizar os cálculos da rigidez


equivalente sugere que seja utilizado o PACOM (Software), que por sua vez
também dimensiona os momentos fletores iniciais nas vigas e pilares por
pavimentos.

Com o resultado dos momentos iniciais no topo e na base do pilar já calculado,


com o auxílio do software, o pilar é dimensionado quanto a determinação dos
efeitos locais de segunda ordem pelo método do Pilar-padrão com curvatura
aproximada e para a determinação da armadura longitudinal faz uso de tabelas
(Kalmanok).
29

A NBR 6118 (2014) ,( item 15.8.3.3) preconiza para o método pilar-padrão


com curvatura aproximada que:
a- Pode ser empregado no dimensionamento de pilares com   90 , com
seção constante e armadura simétrica e constante ao longo do seu eixo.
b- Este método aplica-se somente ao caso de flexão composta normal.
c- A não-linearidade geométrica é considerada de modo aproximado,
supondo-se que a deformada da barra possa ser representada por uma
curva senoidal.
d- A não linearidade física é considerada por uma expressão aproximada
da curvatura na seção transversal que apresenta maior valor de
momento fletor levando em conta os momentos de primeira e segunda
ordens.
e- O momento total máximo no pilar, ou seja, a soma dos momentos de 1ª
ordem com os momentos de 2ª ordem, é calculado pela expressão:

le2 1
M d ,tot   bM1d , A  N d  M1d , A
10 r

Sendo:

1 0, 005 0, 005
  com   N d e M1,d  M1d ,min
r h(  0,5) h Ac fcd

M1d ,min  Nd (0, 015  0, 03h)

Onde:

MB
 b  0, 6  0, 4  0, 4 , para pilares bi apoiados sem cargas transversais;
MA

 b  1 , para pilares bi apoiados com cargas transversais significativas ao longo


da altura

MC
 b  0,80  0, 20  0,85 , para pilares em balanço
MA

M1d , A  Momento de primeira ordem no topo do pilar


30

N d  Força Normal de cálculo

le  Comprimento de flambagem

h  Altura da seção do pilar da direção analisada

  Força normal adimensional

M1d ,min  Momento mínimo limite de 1ª ordem

De onde também se conclui que a excentricidade de 2ª ordem é a


le2 1 l2 1
parcela da equação representada por , ou e2  e .
10 r 10 r

Conforme mencionado anteriormente Araújo calcula a área de aço para


pilares utilizando tabelas tanto para seção retangular à flexo-compressão
normal quanto para flexo-compressão oblíqua.

As tabelas indicam a seção transversal e disposição das armaduras,


bem como a taxa de armadura (  ) para quatro tipos de entradas do parâmetro
(  ) que é a relação entre o cobrimento e a altura da seção do pilar.

Além do parâmetro (  ) outros dois parâmetros devem ser observados, são


eles: (  ) e ( ).

d'

h

Md
 , onde  cd  0,85 fcd
bh 2 cd

Nd

bh cd

De posse dessas entradas pode-se calcular a área de aço longitudinal


do pilar pela seguinte equação:

bh cd
As 
f yd
31

3.0 METODOLOGIA
Foi realizado uma análise na planta baixa e cortes que constam no livro
“Projeto estrutural de edifícios de concreto armado” do autor José Milton de
Araújo, e em seguida a modelagem no AutoCad® – Ferramenta de desenho
técnico. O desenho em plataforma CAD foi então importado para o software de
cálculo estrutural onde será realizado todo o lançamento da estrutura de
acordo com o especificado no livro e posteriormente os resultados gerados
pelo software serão analisados e comparados com os resultados apresentados
pelo livro.

Dentre os elementos analisados e comparados estão as lajes, vigas e


pilares que foram divididos nos seguintes sub tópicos:

 Lajes:

- Reações de apoio

- Verificação das flechas

- Cálculo do momento

- Área de aço

 Vigas

- Cálculo do momento fletor

- Área de aço transversal e longitudinal

- Correção das vigas

 Pilares

- Momento fletor topo e base

- Área de aço

- Esforços
32

4.0 PROJETO DO EDIFÍCIO MULTIFAMILIAR

4.1 Descrição do edifício modelo


O edifício multifamiliar retirado do livro para realizar a análise
comparativa, trata de um pavimento térreo com oito pavimentos tipo, onde no
pavimento térreo comporta vagas de estacionamento para oito carros, além da
entrada para andares superiores. Para cada pavimento tipo, há dois
apartamentos idênticos por andar e no topo do edifício, encontra-se o telhado,
a casa de máquinas e o reservatório superior, as figuras 2,3,4,5 e 6
demonstram detalhadamente o edifício. Existe um elevador e escadas para os
usuários e as áreas existentes são:

 Área total térrea: 192,6 m2


 Área construída: 1.891,19 m2
 Área de 01 apartamento: 80,5 m2
33

Figura 2 - Planta baixa do térreo

Fonte: Araújo (2010)


34

Figura 3 - Planta baixa pavimento tipo

Fonte: Araújo (2010)


35

Figura 4 - Planta de corte A

Fonte: Araújo (2010)


36

Figura 5 - Planta de corte B

Fonte: Araújo (2010)


37

Figura 6 - Forma do pavimento tipo

Fonte: Araújo (2010)


38

4.2 Configurações iniciais de projeto


O edifício possui paredes de vedação em alvenaria de blocos cerâmicos
furados, exceto a parede do elevador que consta em bloco cerâmico maciço. O
pé direito do térreo apresenta 2,80 metros, diferenciando dos pavimentos tipos
que possuem 2,75 metros de altura.

4.3 Características dos materiais


Para a escolha dos materiais foram usados os mesmos apresentados no
livro “Projeto estrutural de edifícios de concreto armado “ do autor José Milton
de Araújo para que haja maior igualdade entre os resultados. Desse modo,
apresenta as seguintes características:

 Classe de agressividade ambiental II (moderada) para concreto armado


e cobrimento nominal para laje de 2,5 cm e vigas/pilar de 3,0 cm,
segundo a NBR 6118 (2014).
 Aço CA 50 para diâmetros 6.3; 8; 10; 12,5; 16; 20; 25, empregos em
armaduras longitudinais aos elementos estruturais do edifício.
 Aço CA 60 para diâmetros de 5.0 mm, empregos em estribos de vigas e
pilares.
 Adotou-se para o concreto a classe C25 (Fck= 25 Mpa aos 28 dias) para
toda a estrutura e o fator água-cimento menor ou igual a 0,60, segundo
a NBR 6118 (2014).

4.4 Ação Horizontal


Seguindo a NBR 6123 (1988), a ação do vento foi calculada no livro com
os seguintes fatores:

 O edifício está localizado no subúrbio de uma grande cidade, em terreno


plano.
 As edificações vizinhas são do mesmo porte ou mais baixas que o
edifício considerado.
 A velocidade básica do vento para o local da edificação, obtido no
gráfico de isopletas da NBR 6123 (1988) é de V0= 45 m/s
 Fator topográfico S1= terreno plano S1=1,0
 Fator S2= considera categoria IV para rugosidade do terreno, com classe
B para sua maior dimensão frontal entre 20 a 50 m
39

 Fator estatístico S3= como se trata de um edifico residencial, tem-se 1,0

4.5 Propriedade das lajes do edifício


As dimensões dos elementos estruturais foram escolhidas de modo a se
obter a maior uniformidade de dimensões possíveis, o que de acordo com o
autor facilita a execução e o reaproveitamento de formas. Dessa maneira,
todas as lajes do edifício, adotou-se a espessura para os pavimentos
calculados de 10 cm e a característica que todas as lajes sejam apoiadas e do
tipo maciça.

4.6 Propriedade das vigas do edifício


Como contribuição para a estética, as largura das seções das vigas do
pavimento tipo foram adotadas para procurando esconde-las dentro das
paredes, assim para vigas embutidas em paredes de 15 cm foi adotado uma
largura de 12 cm , já para paredes de 25 cm foram adotadas vigas com
espessura de 20 cm. Logo, para acrescentar o reboco nestas vigas, foi
considerado para largura de 12 cm um reboco de espessura 1,5 para cada lado
e para vigas de 20 cm foi considerado o reboco de espessura 2,5 cm para
ambos os lados.

As vigas de 20 cm de largura tem papel importante na subestrutura de


contraventamento, sendo responsáveis pela garantia da indeslocabilidade
horizontal, logo para estas vigas foi adotado uma altura de 60 cm. Nessa
perspectiva, para as vigas de 12 cm de largura, são contribuintes para absorver
apenas uma parcela do carregamento vertical, assim foi adotado uma altura de
40 cm, já que os vão máximos são de 4 a 5 m. A exceção das vigas se dispõe
na porta do elevador e possui seção de 12 cm x 60 cm, devido a facilidade
construtiva.

4.7 Propriedade dos pilares do edifício


As seções dos pilares foram definidas de maneira que não interferisse
no projeto arquitetônico. Entretanto, os pilares de contraventamento possuem
dimensões maiores para que seja aumentado a rigidez dos pórticos e não
sobrecarregar os pilares, quando a consideração de ventos. Dessa forma, para
os pilares que irão suportar o reservatório foi adotado uma seção de 20 cm x
70 cm e os demais pilares com seções de 20 cm x 50 cm.
40

4.8 Carregamentos

4.8.1 Carregamentos para lajes


No decorrer das lajes do pavimento tipo são estabelecidas cargas
permanentes como peso próprio, revestimento, alvenarias e cargas acidentais.
Para peso próprio, todas as lajes são consideradas com espessura h=10 cm e
o peso próprio resulta em:

pp   esp  h

Onde :

 esp = Peso especifico aparente segundo a NBR 6120 (1980)

h = espessura da laje

Para o revestimento, o autor adotou 0,8 kN/m2 para todas as lajes e


algumas lajes apresentam carregamento de paredes onde o peso especifico
aparente, segundo a NBR 6120 (1980) é:

- Alvenaria de tijolos cerâmicos furados: 13 kN/m3

- Alvenaria de tijolos cerâmicos maciços :18 kN/m3

Como as paredes são apoiadas em lajes armadas em cruz, deve ser


adotado a carga uniforme equivalente, obtida dividindo o peso total pela área
da laje. A parede que separa o hall da escada é considerada de tijolos maciços
e as demais em tijolos furados logo:

Ap  h  c
Pt   esp  esp  Ap
Pt
C.unif 
Alaje

Onde:

Ap = Área da parede
41

h = Altura da parede

c = Comprimento da parede

Pt = Peso total

 esp = Peso específico do tijolo segundo NBR 6120 (1980)

esp = Espessura da parede

Ap =Área da parede

C.unif = Carga uniforme

Alaje = Área da laje

Segundo a NBR 6120 (1980), as cargas acidentais têm os seguintes


valores para os determinados locais do edifício:

 Hall: 2,5 kN/m2


 Área de serviço: 2,0 kN/m2
 Demais lajes com dormitório, sala, copa ou banheiro = 1,5 kN/m2

Quadro 1: Cargas de serviço nas lajes do pavimento tipo – kN/m2


Permanentes Acidental Carga total
Laje Peso
Revestimento Alvenaria g q p= g + q
próprio
L01=L14 2,50 0,80 3,30 1,50 4,80
L02=L15 2,50 0,80 0,63 3,93 1,50 5,43
L03=L16 2,50 0,80 3,30 1,50 4,80
L04=L17 2,50 0,80 3,30 1,50 4,80
L05=L10 2,50 0,80 3,30 1,50 4,80
L06=L11 2,50 0,80 3,30 1,50 4,80
L07=L12 2,50 0,80 1,43 4,73 1,50 6,23
L08=L13 2,50 0,80 3,30 2,00 5,30
L09 2,50 0,80 1,80 5,10 2,50 7,60
Fonte: Autores (2016)
As cargas atuantes sobre as vigas são decorrentes das reações de
apoio das lajes, o peso próprio da viga e a carga proveniente de alvenaria.
Dessa forma, para o cálculo de paredes deve ser considerado a altura útil da
42

parede, ou seja, descontando a altura da viga que está embutida e assim o


peso da parede é obtido a partir da espessura da parede e a altura útil desta.

C parede  hu  esp   esp

Onde:

C parede = Carga da parede

hu = Altura útil

esp = Espessura da parede

 esp = Peso específico do material aparente segundo a NBR 6120 (1980)

Quadro 2: Peso das paredes do pavimento tipo

Carga total para tijolo Carga total para


Esp(m) hu(m) γesp( kN/m3)
furado kN/m tijolo maciço kN/m

0,15 2,46 13,00 4,80


0,15 2,30 13,00 4,49
0,15 2,20 18,00 4,29 5,94
0,25 2,30 13,00 7,48
Fonte: Autores (2016)

4.9 Lançamento da estrutura


Através do projeto arquitetônico, foi realizado o lançamento estrutural do
edifício onde é importante relevar a relação entre o projeto arquitetônico e o
estrutural para que haja total singularidade entre os dois durante a formulação,
como representa a figura 7 e 8.
43

Figura 7 - Forma do pavimento tipo

Fonte: Eberick V8 (2016)


44

Figura 8 - Visualização do pórtico em 3D

Fonte: Eberick (2016)

4.9.1 Configurações do sistema

Todas as características de materiais citados foram configuradas no


sistema do Eberick®, além disso outras configurações devem ser destacadas
pela sua importância na análise:

 Grelha: é o processo de cálculo onde o pavimento é constituído de


grelha plana formado por faixas das lajes nas duas direções e pelas
vigas do pavimento, onde este processo considera a deformação das
vigas no cálculo das lajes. Dessa forma, o software padroniza para o
45

cálculo, espaçamento de 50 cm entre as faixas e total de 4 faixas nas


lajes mas podem ser alteradas de acordo com a necessidade do
utilizador.
 Ação do vento: a análise por pórtico espacial ativa as configurações do
vento, onde foram seguidas de acordo com o próprio livro para deixar o
mais similar possível.
 Materiais e durabilidade: Compreende caracterizar as propriedades do
concreto e das armaduras para todo o projeto, assim foram
estabelecidos de acordo com citado pelo próprio autor no livro,
começando pela classe agressividade ambiental, sucessivamente
diâmetro das barras para cada elemento estrutural, tamanho do
agregado utilizado e outros. Diante disso, o software mostra um campo
de “avisos” caso haja alguma irregularidade nos materiais.

4.9.2 Combinações das ações

Tanto na etapa de projeto, quanto na construção e utilização, existem


incertezas inerentes nos valores das ações que atuam nas estruturas. Os
coeficientes de segurança têm a função de cobrir estes fatores inerentes a
qualquer estrutura. Os coeficientes de ponderação das ações no estado limite
último são apresentados na NBR 6118 (2014) e são utilizados no cálculo das
combinações, onde os tipos de carregamentos devem ser combinados de
diferentes maneiras, afim de encontrar a situação mais desfavorável para a
estrutura. Para o dimensionamento, as combinações últimas normais são
descritas como:

Fd   g  Fgk    g  F gk   q  ( Fq1k   oj  Fqjk )

Onde segundo a NBR 6118 (2014):

Fd É o valor de cálculo das ações para combinação última

Fgk Representa as ações permanentes diretas


46

F k Representa as ações indiretas permanentes, como a retração, fluência,

deslocamentos de apoio e imperfeições geométricas.

Fqk Representa as ações variáveis diretas

Para as combinações de serviço, onde são divididas em frequentes,


quase permanentes e raras, são dispostas como a quadro 3.

Quadro 3 - Combinações de serviço

Fonte: NBR 6118 (2014)


47

5.0 ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.1 Lajes
Araújo (2010) realiza o dimensionamento da laje L02=L15, onde, possui,
tipo maciça e espessura de 10 cm, então esta mesma laje foi selecionada para
realizar a análise comparativa de reações de apoio, flecha, momento fletor e
área de aço.

5.1.1 Reações de apoios


Como explanado anteriormente, o software utiliza método teórico
diferente em relação a Araújo (2010), onde o método de grelhas equivalentes
que considera os apoios deformáveis, apresentou resultados de reações
diferentes para as quatro bordas, já Araújo (2010) considera o mesmo valor da
reação para ambos os lados de x e y devido ao seu método de placas, como
mostra a figura 9 e 10.

Figura 9 - Reações de apoio L02=L15 segundo Araújo (2010)

Fonte: Autores (2016)


48

Figura 10 - Reações de apoio segundo Eberick

Fonte: Eberick (2016)

Diante dos resultados das reações, foi perceptível uma discrepância


pequena, considerando ainda pelo fato que o software utiliza para o cálculo de
reações de apoio as combinações de serviço que consideram cargas de peso
próprio, cargas acidentais e adicionais segundo a NBR 6118 (2014). Certificado
então que mesmo com a realização das combinações, os valores entre ambos
analisados estão coerentes graças a pouca diferença entre as reações.

5.1.2 Flecha da laje


Aplicados seus métodos teóricos para a obtenção da flecha na laje
L02=L15, o software e Araújo (2010) apresentaram diferentes resultados como
mostra a quadro 4.

Quadro 4 - Flechas comparadas

Flecha Inicial (cm) Flecha final (cm)


Eberick 0,37 0,42
Araújo 0,10 0,35

Fonte: Autores (2016)

Dessa forma, a flecha final obteve uma diferença entre os analisados de


16,67%, mostrando então que o método utilizado pelo Araújo (2010), que
considera o vão, carga, rigidez da laje e fluência do concreto, resultou no valor
3,5 vezes a mais que a flecha inicial, além de ser calculada no estádio I e
49

diferenciando do Eberick que utiliza o momento fletor e define a rigidez da peça


no estádio I, II e intermediário para obter um resultado dentro da NBR 6118
(2014).

5.1.3 Momento Fletor na laje L02=L15


Analisando os momentos resultantes para o Eberick® e Araújo (2010)
como mostra o quadro 5, com a ferramenta interativa computacional do
software para o método de grelhas equivalentes, foi possível obter valores
diferentes para a laje armada em cruz L02=L15 comparados com Araújo (2010)
que utiliza o método das placas, que se apoia em tabelas de relação entre vãos
para determinar coeficientes relevantes para o processo de cálculo, no entanto
tais resultados não determinam qual método é o correto ou não, pois ambos os
métodos utilizados estão dentro de estudos realizados e aplicados a diversos
anos. A figura 11 ilustra o formato das lajes em 3D.

Quadro 5 - Momentos fletores da laje

Mx (kN.m) My (kN.m)
Eberick 5,85 2,8
Araujo 1,93 3,68
Fonte: Autores (2016)

Figura 11 - Grelha 3D de momentos fletores

Fonte: Eberick (2016)


50

5.1.4 Área de aço


Com a determinação de flechas e momentos fletores, determinar a área
de aço é o próximo passo do dimensionamento da laje, onde ficou relevante
que o método teórico utilizado por ambos pode influenciar de maneira
significativa nos resultados, logo a quadro 6 representa os resultados.

Quadro 6 - Área de aço e disposição L02=L15

Eberick As(cm2)/m Disposição


Mx(kN.m) 1,64 Ø 5.0 c/ 12cm
My(kN.m) 1,03 Ø 5.0 c/ 19cm

Araújo As(cm2) Disposição


Mx(kN.m) 1,93 Ø 5.0 c/ 13cm
My(kN.m) 3,68 Ø 5.0 c/ 13cm

Diante do exposto, Araújo (2010) realiza comparações de momentos


fletores para definir armaduras mínimas, onde isso ocorre na laje L02=L15 pois
o momento fletor em ambos os lados é abaixo do momento fletor considerado
para armadura mínima, adotando então o cálculo da área de aço e disposição
das barras para a direção primária, diferente da secundária que apresenta três
critérios para ser estabelecido entre os maiores valores encontrados, tais
assertivas resaltam o motivo da disposição ser a mesma para o autor. Além
apresentado, Araújo (2010) descreve em seu livro: “em um bordo comum
coloca-se uma armadura negativa com a mesma área da maior armadura
positiva das duas lajes adjacentes, na direção considerada”, tal afirmativa
demonstra um processo antieconômico para a utilização da armadura negativa.

Nessa perspectiva, o Eberick® realiza o cálculo da área de aço para


cada momento resultante especifico, sem que haja comparação para
determinação de armadura mínima podendo gerar então resultados mais
econômicos para o projeto.
51

5.2 Vigas
Para realizar o comparativo foi selecionado a viga V226=V26 com seção
de 12 cm x 40 cm, onde o próprio Araújo (2010) realiza um demonstrativo do
dimensionamento, assim como dito anteriormente, os parâmetros de análise
são divididos em momento fletor, área de aço transversal, área de aço
longitudinal e correção das vigas.

5.2.1 Momentos fletores


Neste item foram comparados os momentos fletores positivos e
negativos, onde como dito anteriormente o software e o autor utilizam métodos
diferentes para obter estes resultados. Dessa forma, para os carregamentos
aplicados sobre a viga foram encontrados diferenças entre os ambos
comparados, onde o Eberick® apresentou valores de carregamentos diferentes
dos demonstrados por Araújo(2010), logo verificou-se que o software realiza
combinações com coeficientes de carregamentos, considerando ação até de
ventos sobre a estrutura e escolhendo assim a combinação com o
carregamento mais elevado para fator de segurança, então o fato de realizar
essas combinações influenciam diretamente nas reações de apoio das lajes
sobre as vigas fazendo obter essa diferença entra valores dos carregamentos
dos objetos comparados como mostrado anteriormente nas análises de
resultados das lajes, pois Araújo (2010) não realiza nenhum tipo de
combinação, deixando assim as reações de apoio de cada laje apresentarem o
mesmo valor para ambos os lados de x e y sobre a viga e os carregamentos de
peso próprio, variável e parede sejam apenas somados e aplicados com o
eficiente de segurança sobre a viga como carregamento. Nessa perspectiva, é
importante ressaltar que os valores fornecidos pelo autor das cargas de
paredes foram os mesmos aplicados como carregamentos no software para
obter a maior similaridade possível.
52

Quadro 7 - Carregamentos sobre a viga V226

Eberick

Peso Reações Reações Carga Carga


Linear
próprio permanentes acidentais min Max
(kN/m)
(kN/m) (kN/m) (kN/m) (kN/m) (kN/m)
Vão 1 1.2 3.67 5.06 2.19 9.93 12.12
Vão 2 1.2 2.68 8.95 3.35 12.83 16.18
Araujo
Vão 1 1.2 3.67 7.85 12.72
Vão 2 1.2 2.68 11.68 15.56
Fonte: Autores (2016)

Diante do exposto, com os carregamentos distribuídos no vão 1 de 2,94


metros e vão 2 de 4,20 metros (quadro 7), foi então possível determinar os
momentos fletores positivos e negativos apresentados pela viga V226=26 para
o software estudado e o autor Araújo (2010).

Figura 12 - Momentos fletores V226=V26

Fonte: Autores (2016)

Com os resultados dos momentos fletores (figura 12), pode ser


observado que ocorreu uma discrepância pequena entre os valores dos
53

momentos positivo, encontrando uma discrepância maior no momento negativo


com uma diferença 36,58 %. Dessa forma, atribui-se esta discrepância aos
diferentes métodos de dimensionamento dos momentos, pois como dito
anteriormente no estudo, o software realiza, em cima do pré dimensionamento
realizado do usuário, o cálculo do momento fletor resistente da seção,
determinando assim que quando o momento solicitante for maior que o
resistente, o programa apresentará um erro, diferente de Araújo (2010) que
realiza todo o dimensionamento da viga com carregamentos sem as
combinações necessárias mas ao dimensionar em relação ao momento fletor,
multiplica pelo fator de majoração, utilizando assim para o momento fletor de
cálculo, fazendo então os resultados entre o software e ele serem
aproximados. De certo, para o software é necessário que o utilizador entenda o
que esteja fazendo para que possa identificar quando o momento resistente for
muito maior que o momento solicitante, não deixando ocorrer então um
superdimensionamento no elemento.

5.2.2 Área de aço longitudinal e transversal


Com os momentos determinados, a área de aço longitudinal pode ser
obtida e seus resultados comparados no quadro 8, logo:

Quadro 8 - Área de aço longitudinal

Vão 1 Md(kN.m) d (cm) As(cm2) As efetivo Ø


Eberick 13,59 36 0,89 2Ø 10 mm ( 1,57 cm2)
Araujo 10,82 36 0,71 2Ø 10 mm ( 1,57 cm2)

Vão 2 Md(kN.m) d (cm) As(cm2) As efetivo Ø


Eberick 30,83 35 2,19 3Ø 10 mm ( 2,36 cm2)
Araujo 31,64 36 2,17 3Ø 10 mm ( 2,36 cm2)

Momento negativo
Md(kN.m) d (cm) As(cm2) As efetivo Ø
Eberick -51,05 33 4,81 4 Ø 12,5 mm ( 4,9 cm2)
Araujo -36,18 36 2,53 2Ø 12,5 mm ( 2,45 cm2)
Fonte: Autores (2016)

Diante dos dados, é plausível que devido à pouca discrepância que


ocorreu entre os momentos, reflita diretamente na área de aço principal onde o
momento positivo no vão 1 resultou em uma área de aço mínima para ambos
54

os analisados, diferente do vão 2 que apresentou uma área de aço maior, logo
com mais barras para suprir esta área. Dessa forma, para o momento negativo
houve uma discrepância entre as áreas de 47 %, influenciando assim na
quantidade de barras dispostas para suprir este momento, no caso o dobro da
quantidade o software precisou a mais que o Araújo (2010).

Para a área de aço transversal, comparando-se os esforços cortantes e


as áreas de aço resultantes, foi obtido os seguintes valores no quadro 9:

Quadro 9 - Área de aço transversal

Vão 1 Vd(kN) Asw(cm2) Asw,min(cm2) As efetivo Ø


Eberick 36.65 0 1.23 Ø 5.0 c/ 21cm
Araújo 38.49 0.39 1.2 Ø 5.0 c/ 21cm

Vão 2 Vd(kN) Asw(cm2) Asw,min(cm2) As efetivo Ø


Eberick 66.31 2.48 1.23 Ø 5.0 c/ 16cm
Araújo 54.36 1.49 1.2 Ø 5.0 c/ 21cm
Fonte: Autores (2016)

Diante do exposto, a diferença entre os esforços cortantes de cálculo foi


pequena com média de diferença 11,4 %, do mesmo modo refletiu na área de
aço onde o vão 1 foi determinado em área de aço mínima, diferente do vão 2
que apresentou uma área de aço principal maior que a mínima, diferenciando
então no espaçamento entre ambos os analisados. Diante disso, a pouca
discrepância entre os resultados demonstra que mesmo ambos utilizarem
seguimentos de normas diferentes como NBR 6118 (2014) e CEB (1990), os
resultados são consideravelmente próximos, gerando assim uma coerência
entre eles.

5.2.3 Correção das vigas


Ao realizar o processamento da estrutura no software, as vigas V22, V23,
V30, V31, V32 e V33 apresentaram um erro comum entre elas, determinado
pelo software de erro A11 (figura 13), onde Eberick® define que a largura do
apoio das vigas, cujo estão apoiadas, são insuficientes para a ancoragem,
assim influenciaram as vigas V18 e V4 a apresentarem também o erro, logo
como solução apresenta o aumento da largura dos apoios destas vigas onde
55

antes tinham 12 cm e agora estão com 15 cm. Depois da alteração na largura


dos apoios, foi realizado o processamento da estrutura e constou que todos
passaram dentro do esperado.

Figura 13 - Erro depois do processamento para apoio das vigas com largura de
12 cm

Fonte: Eberick (2016)

5.3 Pilares
Tendo como escopo para este trabalho o comparativo entre
dimensionamento manual e dimensionamento por computador (software), no
que diz respeito, principalmente, a área de aço para mesma seção transversal
de concreto do pilar do pilar abordado(P5), embora, usando o mesmo processo
de cálculo para efeitos de segunda ordem local ( Pilar-padrão com Curvatura
Aproximada), os resultados como podem ser visto na quadro, apresentam
diferenças significativas no aspecto da área de aço calculada, na ordem de
157% e 6,3% para área de aço calculada e área de aço efetiva
respectivamente.
56

Para valores tão discrepantes, percebe-se que dois outros fatores foram
determinantes, são eles no quadro 10: Momento de cálculo total ( M d ,tot ) e

excentricidade total ( ex ), estes por sua vez, influenciados diretamente pelo

modelo de pórtico adotado para o dimensionamento (pórtico plano para


dimensionamento manual e pórtico espacial para dimensionamento por
computador).

Aqui, neste tópico, ressalta que o processo de cálculo por pórtico plano é
o fator determinante para obtenção de uma área de aço conservadora, e que o
modelo por pórtico espacial se apresenta como melhor escolha de processo
para dimensionamento de pilares.

Quadro 10 - Comparativo do Pilar P5

Eberick Araújo
Nd 1014,59KN (0,55%) 1009KN
M 1d ,topo 101,72KNm (3,80%) 98KNm
M 1d ,base 67,88KNm 118KNm (73,83%)
M d ,tot 105,28KNm 172,54KNm (63%)
As,cal 6,3cm² 16,2cm² (157%)
As,ef 12,05cm² 18,85cm² (6,63%)
ex 11,82cm 17,1cm (44,67%)
Mod. Cálc. Simp. Curvatura Aproximada Curvatura Aproximada
Mod. Pórtico Pórtico Espacial Pórtico Plano
Área Seção Crítica Centro Extremidade
Fonte: Autores (2016)
57

6.0 CONCLUSÃO

Diante dos objetivos propostos, concluímos que o dimensionamento


estrutural com auxílio computacional foi satisfatoriamente cumprido, e por sua
vez ampliou o conhecimento na operacionalização do software – Eberick V8-
fazendo com que o como e por que dos resultados obtidos deixassem ser
meros dados apresentados para se tornarem dados compreendidos.

Pela análise comparativa pôde-se perceber que o software apresentou


valores ligeiramente maiores para os itens analisados das lajes e vigas em
relação ao dimensionamento manual – Araújo- e que este supera o primeiro
nos itens comparados no pilar. Deste modo, mesmo com métodos diferentes
de cálculo para ambos os analisados em lajes, a similaridade dos resultados na
área de aço final, demonstra que a discrepância dos valores responsáveis em
obter tal cálculo como rações, momento fletor e flecha também estão
apresentando pouca discrepância, o mesmo serve para vigas que obteve
resultados muito próximos para ambos os sistemas analisados. No entanto,
durante a análise de pilar foi possível observar discrepâncias maiores em
relação aos momentos, resultando então na diferença de valores da área de
aço, tal diferença se deve ao fato do software analisado utilizar uma interação
mais completa em seu pórtico espacial onde proporciona mais proximidade da
realidade na obtenção a esforços sofridos, diferente de Araújo (2010) que tem
uma limitação quando dimensiona através de pórtico plano.

O desenvolvimento desta análise e cálculo dos elementos estruturais


serviu para assimilar e compreender em conjunto as bases teóricas
apresentadas ao longo da graduação, que antes eram fragmentadas. Foi
possível notar que é necessária uma boa compreensão de todas as disciplinas
de estrutura estudadas, além de atenção e bom senso por parte do projetista.
Embora não tendo executado cálculo manualmente, foi nas ilações
apresentados pelo Dr. Araújo em sua obra que se fizeram necessárias
intervenções de cálculo para que pudesse adquirir uma maior percepção e
entendimento da estrutura, favorecendo assim, uma melhor concepção
58

estrutural para este e outros projetos futuros, o qual pode evitar erros e
problemas de dimensionamento, obtendo-se um desempenho satisfatório e
econômico.
A análise pelos métodos manual e com auxílio computacional executado
para a mesma estrutura foi bastante válida para efeito de comparação,
evidenciando que muitos aspectos da estrutura definidos por normas, um
software consagrado aliado à experiência e costumes do calculista podem
influenciar muito no resultado final de uma estrutura, chegando à conclusão
que: um projeto de qualidade - segurança, economia e estética- só é alcançado
com a atuação de um engenheiro capaz.
59

7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ALTOQI INFORMÁTICA. AltoQi Eberick – Manual do Usuário. Florianópolis, SC,
2014.

ARAÚJO, J.M. Curso de Concreto Armado. Vol. 1. 2ª Ed. Cidade Nova: Editora
Dunas, 2003. 222p.

ARAÚJO, J.M. Curso de Concreto Armado. Vol. 2. 2ª Ed. Cidade Nova: Editora
Dunas, 2003. 325p.

ARAÚJO, J.M. Curso de Concreto Armado. Vol. 3. 2ª Ed. Cidade Nova: Editora
Dunas, 2003. 244p.

ARAÚJO, J.M. Curso de Concreto Armado. Vol. 4. 2ª Ed. Cidade Nova: Editora
Dunas, 2003. 234p.

ARAÚJO, J.M. Projeto estrutural de edifícios de concreto armado: exemplo


completo. Vol. 5. 3ª Ed. Cidade Nova: Editora Dunas, 2014. 303p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2001). NBR-6120. Cargas


para cálculo de estruturas. Rio de Janeiro, 1980.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2001). NBR-6118. Projeto


de concreto estrutural – procedimento. Texto base do projeto de revisão da
NBR-6118 e NBR-7197. Rio de Janeiro, 2001.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2001). NBR-6123. Forças


devidas ao vento em edificações. Rio de Janeiro, 1988.

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estrutural> Acesso em 22 out. 2016

CEB-FIP Model code 1990. Comité euro-international du béton. Published by


Thomsa Telford, London, 1993.

CARVALHO, Roberto Chust; FIGUEIREDO FILHO, Jasson Rodrigues de. Cálculo


e detalhamento de estruturas usuais de concreto armado: segundo a NBR
6118:2003. 2. ed São Carlos, SP: EDUFSCAR, 2007. 374 p.

CUTÓDIO, R. e VERGUTZ, J.A. Análise Comparativa de resultados obtidos


em softwares de dimensionamento de estruturas em concreto. Disponível
em:
<http://www.dcc.ufpr.br/mediawiki/images/3/31/Tfc_2010_juliano_ricardo.pdf>
Acesso em: 03 out. 2016.

FILHO, J.F; SILVA, M.A. A utilização da analogia de grelha para análise de


pavimentos de edifícios em concreto armado. Tese.São Paulo .2010.

FREITAS, A.H; SANTOS, D.M; MORAES, G.H. Cálculos Estruturais em


Concreto Armado: Comparativo entre o cálculo manual e com auxílio de software.
Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, Jul./2014.
60

KIMURA, Alio. Informática aplicada em estruturas de concreto armado:


cálculos de edifícios com uso de sistemas computacionais. Editora PINI, 632 p.
São Paulo, 2007

MARTHA, L.P. Método dos elementos finitos: notas de aula. Rio de Janeiro.
PUC-RIO. Agosto 1994.

.SOUZA, M.R; VARGAS, A. Análise comparativa entre dois softwares


comerciais para dimensionamento de estruturas em concreto armado.
Tese. UNESC.2014.

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