Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
AULA 1
p.9
AULA 1
O Setor Industrial Têxtil
• Fiação
o Processo de transformação das fibras naturais ou artificiais em fios. Ambas
passam por processos de limpeza, estiramento e paralelização, necessários à
formação dos filamentos;
o A principal diferença entre os fios produzidos a partir de fibras naturais e
artificiais é o comprimento da fibra. Enquanto as fibras naturais formam fios de
pequeno comprimento e relativamente uniformes, as fibras manufaturadas originam
fios formados pelo corte de filamentos contínuos em comprimentos maiores e mais
homogêneos;
o A capacidade de produção dos fios é extremamente dependente do tipo de
tecnologia dos equipamentos utilizados na formação dos fios, denominados filatórios.
• Tecelagem
o Os tecidos planos são fabricados a partir do entrelaçamento de fios de diferentes
origens, em equipamentos específicos, denominados teares;
o Os teares convencionais utilizam sistemas de inserção do fio de trama através
de lançadeiras, as quais atravessam as camadas de fios de urdume, previamente
engomados e paralelizados;
o Os teares mais modernos e velozes realizam este processo de inserção do fio de
trama utilizando sistemas a jato de ar, jato de água, projéteis ou pinças;
o As áreas de tecelagem (e também de malharia) devem ser condicionadas, ou
melhor, possuir controles de temperatura e umidade. Também são importantes
sistemas de exaustão com filtros para a retenção de partículas em suspensão no ar,
as quais se desprendem dos fios e tecidos que estão sendo utilizados e formados,
respectivamente.
• Malharia
o Neste caso, o tecido é formado pelo entrelaçamento de um ou mais conjuntos de
fios por meio de laçadas;
o Na malharia por trama, o entrelaçamento ocorre na direção horizontal com um
ou mais fios alimentando várias agulhas dispostas linearmente ou na forma de um
círculo. No sistema circular, é produzida a chamada malha tubular, além de peças
específicas, como meias. No sistema retilíneo, obtêm-se peças abertas para vestuário;
o Já na malha produzida por urdimento, o entrelaçamento ocorre no sentido do
urdume, ou seja, vertical. Neste caso, são produzidos tecidos elásticos, forros, rendas,
redes, etc.
• Acabamento
o Os processos desta etapa são bastante variados e reconhecidamente os mais
impactantes em termos ambientais;
o No Acabamento existem três etapas básicas: Beneficiamentos Primários,
Secundários e Terciários ou Finais, as quais podem ser classificadas e divididas da
seguinte forma, apresentadas nas Figuras 1a , 1b e 1c:
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 1
p. 11
100
100
M
80
79
60 T
F A 48
40 46
25
20
0
1990 1997
Fiações (F) 100 25
Tecelagens (T) 100 48
Malharias (M) 100 79
Acabamentos (A) 100 46
Período
Produção de matérias-primas
% de redução
120
100
100
F
80
72
60 A
48
40
20
0
1989 1998
Fibras e filamentos (F) 100 72
Algodão (A) 100 48
Período
Fonte: ABIT, 1999
A recuperação
Muitas empresas que não possuíam estrutura suficiente para melhorar seus níveis de
competitividade, qualidade e produtividade foram atingidas letalmente.
A ordem era elevar a qualidade do produto nacional, a fim de retomar a confiança e
credibilidade dos clientes internos. Um dos caminhos adotados para atingir este
objetivo foi a adoção de normas técnicas que permitissem um controle mais rígido dos
processos produtivos e dos produtos fabricados, que passariam, assim, a ter uma
avaliação de conformidade.
Praticando e aprendendo
O que estudei
Nesta primeira aula, definimos alguns conceitos fundamentais, necessários para
entender o que é a indústria têxtil de um modo geral, a fim de podermos contextualizar
algumas características importantes, relacionadas às questões ambientais.
Abordamos principalmente as divisões e atribuições de cada uma das diferentes áreas
têxteis e suas subdivisões:
Glossário
Alvejamento: processo químico para eliminar colorações indesejáveis nas fibras, fios e
tecidos.
Celulósicas: fibras compostas por moléculas de celulose.
Desengomagem: processo químico ou bioquímico utilizado para a remoção da goma
impregnada nos fios empregados na fabricaçao de tecidos planos.
Estabilidade dimensional: característica do material têxtil na qual suas dimensões se
mantêm estáveis.
Filamento:material artificial (exceto a seda), de comprimento determinado.
Filatórios: equipamentos empregados na formação dos fios.
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 1
p. 17
Fio de trama: fios inseridos no sentido da largura por entre os fios de urdume na
formação de tecidos planos.
Fio de urdume: fio posicionado no sentido do comprimento na formação de tecidos
planos.
Mercerização: tratamento químico aplicado aos tecidos de fibras celulósicas com o
objetivo de aumentar sua afinidade com os corantes, resistência mecânica, brilho e
absorção.
Protéicas: fibras formadas por substâncias orgânicas do tipo aminoácidos.
Purga: processo de remoção de impurezas naturais existentes nos fios e tecidos crus,
tais como óleos, gorduras, ceras etc
Substrato: constituinte da parte essencial; base; essência.
Transgênicos: organismos geneticamente modificados (OGM).
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 2
p. 18
AULA 2
Os processos produtivos têxteis e seus impactos ambientais
Purga
Estampas fechadas
Tingimento com
Alvejamento
cores claras
Tinturaria Estamparia
Acabamentos
finais
Linha de processo
Linha de efluente
Legenda líquido
Emissões atmosféricas
Resíduos sólidos
O consumo de água
A indústria têxtil é considerada uma das atividades industriais que mais consome
água em seus processos. De uma maneira geral, as tecnologias tradicionais indicam
que cerca de 80 litros de água são consumidos na produção de 1,0 kg de tecido, nos
processos mais críticos. Algumas referências bibliográficas citam valores superiores a
150 l/kg em alguns processos. No dia-a-dia, observamos que quase 90% deste
volume é descartado na forma de efluente; o restante é evaporado.
O principal motivo para o consumo elevado de água é a operação de lavagem,
seguida dos processos de tingimento e acabamento dos tecidos. Não podemos
esquecer que, nestes setores, assim como em outros, são necessárias constantes
limpezas do piso e dos equipamentos e, conseqüentemente, temos um maior
consumo de água.
Na tabela 1, podemos observar alguns dados que demonstram o elevado consumo
de água em cada etapa de processamento. Este consumo é sempre calculado em
relação ao peso de material:
Parâmetros Valores
DBO5 (mg/l) 196-350
Sólidos em suspensão (mg/l) 77-300
DQO (mg/l) 942-1000
OG (mg/l) 53-65
Fenóis (mg/l) 0,053-0,24
PH 8,0-10,2
Sulfetos (mg/l) 0,005-0,20
Cromo total (mg/l) 0,05-0,07
Existem outros parâmetros específicos que também podem ser avaliados, tais
como fenóis, óxidos de ferro e carbonatos, os quais, dependendo dos processos,
podem ser mais significativos ou não.
Praticando e aprendendo
O que estudei
Nesta aula, estudamos alguns conceitos necessários ao entendimento de como a
indústria têxtil, principalmente a área de Acabamento, pode ter um impacto negativo
no meio ambiente, principalmente aquático. Vimos ainda:
A água é um insumo fundamental para a maioria dos processos a úmido, que
estão presentes na maior parte das atividades têxteis.
Os principais parâmetros que caracterizam um efluente industrial têxtil, suas
características, origens e destinos são: pH, DBO5, Temperatura, Sólidos, DQO,
Cor, Surfactantes e Metais tóxicos.
Glossário
AULA 3
A certificação ecológica na área têxtil
Os Selos Verdes
A maioria dos produtos têxteis e de vestuário não representa verdadeiro perigo para
a saúde dos seres humanos. Apesar disso, os consumidores desejam adquirir peças
de vestuário, de cama e banho e de decoração que tenham sido testadas e estejam
comprovadamente livres de substâncias prejudiciais. Isto não significa que os
materiais têxteis não tenham sido tratados com substâncias químicas. Até porque para
obter-se produtos úteis, na moda e agradáveis, elas são indispensáveis.
No caso da Norma Oeko-Tex 100, são definidas classes para os produtos. Cada
classe corresponde a um grupo de artigos, que são classificados considerando uma
futura aplicação ou utilização. Para cada classe de produtos são verificados os artigos
prontos para a comercialização, assim como os produtos preliminares empregados em
todos os níveis de fabricação daquele artigo, ou seja, desde a geração da fibra,
passando pela fabricação dos fios e tecidos, até seu acabamento definitivo.
Não podemos nos esquecer que também os acessórios das peças e artigos
comercializados devem ser certificados.
Tabela 1: Valores máximos das principais substâncias controladas pela norma Oeko-Tex
100 (McCarthy, 1998).
III - Contato
II - Contato direto IV - Material
Classe do produto I - Bebês indireto com a
com a pele para decoração
pele
pH1 4,0 – 7,5 4,0 - 7,5 4,0 - 9,0 4,0 - 9,0
Formaldeído (ppm)
Lei 112 20 75 300 300
2
Emissão 0,1 0,1
Metais tóxicos
extraíveis (ppm)3
4
As 0,2 1,0 1,0 1,0
5 5
Pb 0,2 1,0 1,0 1,0
5 5
Cd 0,1 0,1 0,1 0,1
Cr 1,0 2,0 2,0 2,0
Cr(IV) Abaixo do limite Abaixo do limite
5 6
de detecção de detecção
5 5
Co 1,0 4,0 4,0 4,0
6 5 5
Cu 25,0 50,05 50,0 50,0
Ni 1,0 4,0 4,0 4,0
4
Hg 0,02 0,02 0,02 0,02
Pesticidas (ppm)4
Todos (inclusive 0,5 1,0 1,0 1,0
PCP/TeCP)
Fenóis clorados
(ppm)
Pentaclorofenol 0,05 0,5 0,5 0,5
(PCP)
2,3,5,6-
Tetraclorofenol 0,05 0,5 0,5 0,5
(TeCP)
Corantes Não aplicável Não aplicável Não aplicável Não aplicável
Aminas aromáticas
Carcinogênicos
Alergênicos
Carrier orgânico 1,0 1,0 1,0 1,0
clorado(ppm)
Acabamento com Nenhum Nenhum Nenhum Nenhum
biocida
1
Valores de pH entre 4,0 – 10,5.
2
Somente para carpetes, colchões e artigos recobertos com espuma.
3
Para Classe I, solução artificial de saliva, para Classe II-IV, solução artificial ácida.
4
Somente para fibras naturais.
5
Sem pré-requisito para acessórios metálicos.
6
Limites quantificados: Cr(IV), 0,5 ppm, aminas aromáticas, 20 ppm, corantes alergênicos,
0,006%.
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 3
p. 30
III - Contato
II - Contato direto IV - Material
Classe do produto I - Bebês indireto com a
com a pele para decoração
pele
Acabamento com Nenhum Nenhum Nenhum Nenhum
retardante de
chama
Solidez da cor
À água 3 3 3
Ao suor ácido 3-4 3-4 3-4
Ao suor alcalino 3-4 3-4 3-4
7
À fricção seca 4 4 4 4
7
À fricção úmida 2-3 2-3 2-3 2-3
À saliva e suor resistente
Emissão de voláteis
3 2
(mg/m )
Toluol 0,1 0,1
Estirol 0,005 0,005
Vinilciclohexeno 0,002 0,002
4-Fenilciclohexeno 0,03 0,03
Butadieno 0,002 0,002
Cloreto de vinila 0,002 0,002
Hidroc. aromáticos 0,3 0,3
Orgânicos voláteis
Determinação de
odores
8
Geral Nenhum odor
9
anormal
7
Para pigmentos, corantes à cuba ou sulfurosos, mínimo grau de solidez da cor à fricção de 3
(seco) e 2 (molhado).
8
Para todos os artigos com exceção de carpetes e tapetes.
9
Sem odor mofo, de solventes de petróleo, aromas e perfumes.
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 3
p. 31
Nos últimos anos algumas iniciativas vêm surgindo no setor têxtil com o objetivo
claro de melhorar a imagem das empresas em relação às questões ambientais.
Podemos citar:
A redução gradativa da utilização de substâncias químicas na produção de fibras
de origem natural (vegetal ou animal);
Maior controle dos processos na fabricação das fibras sintéticas;
Utilização de fibras de origem alternativa, como a madeira (reciclada ou com
plantio direcionado), que consome menor quantidade de recursos naturais e agride
menos o meio ambiente;
Incentivo cada vez maior ao emprego de fibras notavelmente biodegradáveis;
Preocupação com a fabricação de tecidos com características antialérgicas ou
fibras com propriedades antibacterianas, ou ainda tecidos mais permeáveis, os
chamados “dry fit”, que permitem uma melhor transpiração da pele, etc.
Outras iniciativas importantes também vêm limitando o uso de produtos químicos
têxteis auxiliares em processos de acabamento, reduzindo os níveis de ruído e a
quantidade de partículas em suspensão, como poeira, fibras soltas e fumaça
produzidas pelas máquinas.
Vários processos vêm sofrendo alterações significativas como, por exemplo, os
tingimentos feitos com espuma ou banhos curtos, os quais reduzem sensivelmente a
quantidade de água e energia necessárias. Diversos corantes vêm sendo
desenvolvidos com o objetivo de melhorar suas aplicações no esgotamento dos
banhos de tingimento e, conseqüentemente, reduzir a quantidade de corantes nas
águas residuais.
Novas máquinas de estamparia também estão sendo projetadas, visando
economizar a quantidade de pasta e pigmentos utilizados. Além disso, também as
embalagens empregadas passaram a ser recicláveis ou biodegradáveis.
O setor têxtil foi pioneiro na reciclagem de fibras, fios e tecidos, que eram
desperdiçados dentro do processo de fabricação. Desta forma, diminuímos o custo de
produção que, no caso das fibras naturais, é bastante alto. O mercado da moda
desempenha também um papel fundamental neste processo, principalmente no
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 3
p. 32
Praticando e aprendendo
Considerando o que você aprendeu nesta aula sobre os selos verdes, responda às
seguintes questões:
Em sua opinião, os selos ecológicos, principalmente os criados para a indústria
têxtil, são ou podem tornar-se algum tipo de barreira comercial?
Você acha que as empresas que não possuem certificações ecológicas para seus
produtos podem sofrer algum tipo impedimento na comercialização de seus produtos?
Você conhece algum caso em que isto tenha ocorrido? Investigue e descubra casos
verídicos, mesmo que não sejam da área têxtil, e identifique que tipo de barreiras
comerciais ocorre em cada caso.
O que estudei
Nesta aula, iniciamos nosso estudo sobre as certificações denominadas Selos
Ecológicos ou Selos Verdes, que são aplicadas a diversos setores industriais, cada um
com suas características de avaliação e tipos de análise. Alguns pontos a serem
destacados:
Para a indústria têxtil e de confecção, observamos a existência de alguns
certificados desta natureza, que visam, basicamente, atender a exigências dos
consumidores destes produtos, principalmente relacionadas à Saúde. Na Norma
Oeko-Tex 100, são descritos os principais parâmetros de controle e análise,
organizados por classificação e aplicações.
Vimos também algumas iniciativas interessantes do setor têxtil e de confecção
para melhorar seu desempenho ambiental e mais facilmente adequar-se às exigências
das normas e certificações ecológicas.
Glossário
Solidez da cor: É uma característica que o material têxtil tinto ou estampado apresenta
de manter a cor quando este material for exposto a diferentes agentes (água, suor,
fricção etc.) durante seu processo de fabricação ou posteriormente, quando o material
têxtil estiver em uso.
Formaldeído: é uma função orgânica formada pela presença de um grupamento CHO;
também conhecido como aldeído fórmico, acetaldeído, aldeído acético e popularmente
formol.
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 4
p. 34
AULA 4
Educação Ambiental para Gestão Ambiental
vida humana”. Estabelece, ainda, que a Educação Ambiental deve ser oferecida em
todos os níveis de ensino e em programas específicos direcionados para a
comunidade. Desta forma, a Política Nacional visava a preparação de todos os
cidadãos brasileiros para uma maior participação na defesa do meio ambiente.
O Decreto n.º 88.351/83 determinou a necessidade da inclusão da Educação
Ambiental nos currículos escolares de nível médio e superior. Foram recomendadas a
inclusão de temas ambientais da realidade local compatíveis com o desenvolvimento
social e cognitivo da população, e a integração da escola com a comunidade como
estratégia de aprendizagem.
No contexto internacional, começou a ser preparada a Conferência Rio’92, na qual
a grande preocupação centrava-se nos problemas ambientais globais e nas questões
do desenvolvimento sustentável. Nessa conferência, em relação à Educação
Ambiental, destacaram-se dois documentos principais:
Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis, elaborado
pelo fórum das ONGs, que explicitava o compromisso da sociedade civil com a
construção de um modelo de desenvolvimento mais humanizado e harmônico, no qual
os direitos humanos da terceira geração são verdadeiramente reconhecidos, assim
como a perspectiva de gênero, o direito e a importância das diferenças e o direito à
vida;
Carta Brasileira de Educação Ambiental, elaborada pela Coordenação de
Educação Ambiental no Brasil, na qual foram estabelecidas as recomendações para a
capacitação de recursos humanos.
A Conferência Rio’92 apresentou uma proposta de ação para os anos seguintes,
conhecida como Agenda 21. Esse documento visava garantir o acesso de todos ao
ensino básico, conforme recomendações da Conferência de Educação Ambiental
(Tbilisi, 1977) e da Conferência Mundial sobre Ensino para Todos (Jomtien, Tailândia,
1990).
De acordo com a Agenda 21, deveria se promover, com a colaboração das ONGs
ambientais, feministas, indianistas etc, programas de educação de adultos que
incentivassem a educação permanente sobre meio ambiente e desenvolvimento, com
foco nos problemas locais. As indústrias deveriam estimular as escolas técnicas a
incluírem o desenvolvimento sustentável em seus programas de ensino e treinamento.
Nas universidades, os programas de pós-graduação deveriam organizar cursos
direcionados para capacitar profissionais no exercício de práticas de desenvolvimento
sustentável.
Em cumprimento às recomendações da Agenda 21 e à Constituição Federal, foi
aprovado o Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA), que previa ações
nos âmbitos de Educação Ambiental formal e não-formal. Na década de 90, o
Ministério da Educação e Cultura (MEC), o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA)
desenvolveram diversas ações para consolidar a Educação Ambiental no país.
No MEC, foram aprovados os novos “Parâmetros Curriculares”, que incluem a
Educação Ambiental como tema transversal em todas as disciplinas. Foi também
desenvolvido um programa de capitação de multiplicadores em Educação Ambiental
em todo o país.
O MMA criou a Coordenação de Educação Ambiental, que foi projetada para
desenvolver políticas nessa área em todo o país e sistematizar as ações existentes.
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 4
p. 39
água. E esta água, como substância líquida, após sua utilização nos processos
industriais têxteis, poderá tornar-se um típico efluente líquido, normalmente de elevado
impacto no meio ambiente.
A seguir, são descritas as características ambientais mais importantes de cada um
dos diferentes setores produtivos que compõem o setor têxtil:
Agroindústria
- Algodoeira e demais fibras de origem vegetal
A utilização ainda ostensiva de substâncias tóxicas - os conhecidos agrotóxicos
– que podem contaminar o subsolo, atingindo os lençóis freáticos e em seguida
fontes de água, rios, lagos etc, provocando o desequilíbrio ecológico. O controle
destes problemas ambientais nestas atividades implica uma série de modificações,
principalmente relacionadas à sensibilização de produtores e empregados das
lavouras. A substituição destas substâncias nocivas por novas tecnologias de
controle de pragas vem sendo realizada com sucesso através da genética e da
utilização de biocontroles.
- Lã e outras de origem animal
Basicamente, as características desta atividade fornecedora de matéria-prima
têxtil são semelhantes às de qualquer outra atividade de criação de animais, com
elevada produção de dejetos orgânicos, como fezes, restos de ração, ou dos
próprios processos de tosquiamento. Em especial, podemos citar a seda, cuja
origem animal está mais intrinsecamente ligada ao controle vegetal das amoreiras,
onde as larvas do bicho-da-seda se desenvolvem.
Fiação
Nesta área têxtil, dentre as características ambientais mais relevantes, podemos
destacar a questão da poeira em suspensão, normalmente controlada com
aspiradores gigantes (Figura 2), cujo objetivo inicial era controlar a qualidade do
produto (fio) e não a qualidade do ar respirado.
Entretanto, grande parte deste resíduo coletado pode transformar-se num novo
componente de natureza sólida, que provavelmente causará algum tipo de impacto
ambiental. Há ainda a questão da chamada poluição sonora, que pode ser minimizada
pelo uso de EPI’s (Figura 3), mas que ainda influencia bastante o desempenho nas
atividades de trabalho.
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 4
p. 42
Protetores auriculares.
Tecelagem e malharia
Tais áreas têxteis apresentam situações semelhantes à da fiação, com
agravamento dos aspectos relativos às questões de controle da poluição sonora, em
conseqüência da utilização de teares mais ruidosos.
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 4
p. 43
Confecção
Para muitos profissionais do setor têxtil, esta é uma área praticamente livre de
cargas poluidoras, mas, do ponto de vista ambiental, talvez seja uma das áreas mais
importantes, com diversos aspectos ambientais a serem destacados. Podemos citar o
nível de ruído das máquinas de costura, cuja evolução tecnológica constante tende a
reduzi-lo.
A quantidade de retalhos e restos de tecidos é enorme e há uma busca incansável
de sua redução. Há também uma significativa variedade de materiais utilizados, tanto
têxteis como de embalagens de diferentes tamanhos e composições (plásticos,
papelões etc.), os quais também devem ser devidamente eliminados ou minimizados.
Vale ressaltar que, na área de confecção, repleta de máquinas, assim como nas
áreas de fiação, tecelagem e malharia, existem resíduos oriundos das manutenções
dos equipamentos que não podem ser desprezados, tais como óleos, graxas,
detergentes, etc.
Indústria química
A indústria química, fabricante de fibras sintéticas e artificiais, é um importante
fornecedor de matéria-prima para o setor têxtil, não só do ponto de vista técnico-
econômico, mas também ambiental. Os processos industriais envolvidos na fabricação
de fibras poliméricas têm suas características diferenciadas, com efluentes
quimicamente potentes, tanto líquidos, como gasosos e sólidos. Para a indústria têxtil
e de confecção, é conveniente conhecer não somente as características técnicas das
fibras utilizadas, mas também suas principais implicações ambientais.
Lavanderia e passadoria
Alguns aspectos específicos podem ser descritos, como: resíduos de pedras de
lavagem de jeans (pedra cinasita), que formam cascalhos e areia em grande
quantidade; e vapores de secagem, que utilizam solventes potencialmente tóxicos,
como é o caso da substância Percloroetileno, a qual está gradativamente sendo
substituída por outras menos agressivas.
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 4
p. 44
• Acabamento
Praticando e aprendendo
Reflita sobre o que você estudou nesta aula e responda às questões a seguir:
Destaque uma característica comum às definições de Educação Ambiental
apresentadas no texto.
Desenhe uma linha do tempo (linha cronológica), incluindo os principais fatos
históricos que formaram as bases da Educação Ambiental.
Cite as principais características que impactam o meio ambiente nos processos de
Fiação, Lavanderia e Acabamentos Secundários (Tinturarias).
O que estudei
Nesta aula, tivemos a oportunidade de estudar o desenvolvimento de uma das
ferramentas mais importantes da Gestão Ambiental, que é a Educação Ambiental.
Vimos também a evolução de seus conceitos e como foram formados os atuais
conceitos que envolvem a questão ambiental.
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 4
p. 45
Glossário
AULA 5
O Sistema de Gestão Ambiental e a Norma ISO 14001
Na prática, o ciclo PDCA não é tão cíclico assim. O conceito desta ferramenta
oriunda da gestão de qualidade indica que as etapas de implantação que se seguem
não retornam nunca ao mesmo ponto inicial, conforme podemos observar no esquema
da Figura 2. Este ciclo resulta em uma espiral que não deve jamais encerrar o
processo, ou seja, o ciclo é sempre retomado de forma progressiva num novo ponto.
Por este motivo, ele é utilizado para alcançar as melhorias, alterações ou modificações
necessárias ao sistema que está sendo implantado ou que já esteja implantado.
3) Implantação e operacionalização;
4) Verificação e correção e
5) Análise crítica.
Podemos estruturá-las através de um diagrama, que facilita a visualização destas
etapas e mostra como elas irão ocorrer durante o processo de implantação do SGA.
Vejamos a figura 3.
EMPRESA X
A EMPRESA X LTDA. tem como política ambiental desenvolver suas atividades
industriais orientando-se pelos princípios do desenvolvimento sustentável e da
melhoria contínua, compromentendo-se a:
o Assegurar a manutenção da qualidade da água no entorno do
empreendimento através do controle de seus efluentes;
o Promover a racionalização na utilização de recursos naturais em suas
atividades;
o Aplicar em suas atividades procedimentos e tecnologias de prevenção à
poluição;
o Atender à legislação ambiental vigente e cumprir os acordos firmados com
órgãos de fiscalização locais, clientes e fornecedores;
o Promover a conscientização e a capacitação de colaboradores internos e
externos, buscando a formação de uma cultura ambiental.
A empresa compromete-se ainda a elaborar e revisar periodicamente seu plano de
ações estratégicas ambientais.
Esta Política Ambiental está à disposição do público na área de Qualidade, Meio
Ambiente, Saúde e Segurança da empresa.
_________________
Diretor Geral
Esta primeira etapa de elaboração de uma política que oriente as ações a serem
tomadas em prol do meio ambiente dentro de uma empresa é de suma importância
para o bom desenvolvimento de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA). As etapas
seguintes são extremamente dependentes desta primeira fase e com base nesta serão
construídas, planejadas e implementadas.
Em qualquer tipo de estrutura organizacional, seja uma escola, uma igreja, um
hospital ou uma indústria, a definição coerente e bem orientada de como será tratado
o assunto Meio Ambiente é fundamental para iniciar um bom processo de implantação
de um SGA. Na indústria têxtil ou de confecção não é diferente.
Praticando e aprendendo
O que estudei
Nesta fase de nosso estudo, iniciamos o processo de estruturação de um SGA
genérico, partindo de conceitos simples, bem próximos de nossa realidade. Facilmente
poderemos aproximá-los de situações profissionais, que fazem parte do nosso dia-a-
dia de trabalho.
A identificação de certas características importantes na implantação de um Sistema
de Gestão Ambiental calcado em uma norma de cunho internacional proporciona-nos
uma dimensão maior de como qualquer organização pode, com relativa facilidade,
estar alinhada com as questões ambientais. Nesta aula vimos conceitos como:
O que é um Sistema de Gestão Ambiental e qual a sua relação com a série de
normas da ISO-14000;
A importância da norma ISO-14001 na implantação de um SGA;
A fase inicial de identificação da situação da empresa em relação às questões
ambientais;
O caminho para desenvolver e elaborar uma política ambiental fiel à realidade
da empresa e factível de ser atingida pelas futuras ações e planejamento da
empresa.
Este é mais um momento de pausa para verificar como está seu aprendizado.
Reflita sobre as afirmações a seguir e marque apenas as opções corretas.
( ) Existe uma relação entre as normas da série ISO-9000 (SGQT) e as normas
da série ISO-14000 (SGA).
( ) Segundo a norma ISO-14001, um SGA pode se basear na ferramenta da
qualidade conhecida como “Espinha de Peixe”.
( ) O processo de implantação de um SGA, baseado no PDCA, deve visar
sempre alcançar um ponto diferente daquele observado anteriormente.
( ) A política ambiental da empresa deve atender aos interesses pessoais
econômico-financeiros de seus diretores.
( ) A política ambiental deve ser tornada pública e divulgada entre todos os
funcionários, clientes e fornecedores da empresa.
Glossário
AULA 6
Aspectos e Impactos Ambientais
Início
Foram Foram
identificados
Foram identificados
Foram NÃO
SIM NÃO impactos
impactos
identificados identificados
desprezíveis? consideráveis?
SIM
Registrar
aspectos/impactos
desprezíveis Classificar os aspectos e
impactos ambientais
consideráveis com com
relação à necessidade de
Relatório controle
Relatório Relatório
Fim
Outra questão importante a ser considerada nesta etapa inicial de identificação dos
Aspectos/Impactos Ambientais existentes na empresa são os fatores relacionados
com o custo e o tempo necessários para a coleta dos dados de maneira idônea e
confiável. Por isto, é fundamental que o procedimento de obtenção e análise destas
informações seja realizado de forma o mais abrangente possível, considerando
situações normais do cotidiano da empresa, situações extraordinárias e situações de
risco em potencial.
Para analisar esta grande quantidade de informações coletadas de maneira
organizada, existem alguns critérios que facilitam a identificação dos Aspectos e
Impactos e suas características mais importantes. Os mais simples classificam
somente os Impactos Ambientais de acordo com sua significância:
Significativos;
Mediamente significativos; e
Não-significativos.
Para esta classificação, deve-se considerar algumas características relativas aos
Impactos Ambientais, tais como:
Existência de legislação vigente que os controle;
Se são diretos ou não;
Se são positivos ou negativos;
Se ocorrem em situações operacionais normais ou não;
Se são resultantes de atividades atuais ou não; e
Se são freqüentes ou não.
Tais considerações devem ser estabelecidas pelas próprias empresas que definirão
a melhor classificação a ser aplicada, determinando pesos de significância para cada
um dos Impactos Ambientais.
Quando a empresa tiver todos os seus Impactos Ambientais devidamente
classificados, será possível decidir se eles serão ou não abordados no plano de
objetivos e metas ambientais. Numa primeira tentativa de aplicação do PDCA
ambiental, pode-se focar os Impactos Ambientais mais significativos. Dessa forma, a
empresa poderá testar seu planejamento e levar em consideração também alguns
fatores econômicos que não inviabilizem o processo de implantação do SGA.
Vamos tentar ilustrar melhor esta etapa de suma importância com o exemplo a
seguir, que pode ser facilmente observado numa empresa têxtil.
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 6
p. 57
Observe que nesta tabela não nos preocupamos ainda com a classificação dos
Impactos Ambientais em relação a sua significância. Esta classificação pode ser feita
de várias maneiras - numericamente, quantificando esta siginificância, ou
simplesmente categorizando a relação que o Aspecto/Impacto Ambiental tem com o
meio ambiente.
É muito comum correlacionar um Impacto Ambiental a algo negativo. Mas, na
verdade, nem todo Aspecto Ambiental está relacionado a uma situação prejudicial ao
meio ambiente. Podemos também ter Impactos Ambientais considerados positivos.
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 6
p. 58
Praticando e aprendendo
Na aula 5, como exercício, você elaborou uma Política Ambiental que retratasse o
relacionamento de “Sua Casa” com o Meio Ambiente. Nesta aula, vamos
complementar este estudo, relacionando os Aspectos e Impactos Ambientais
envolvidos. Somente com a identificação destes itens poderemos realmente Planejar a
implantação de um SGA, determinando os principais objetivos e metas a serem
alcançados.
Crie uma tabela e registre as principais atividades desenvolvidas dentro de sua
casa, em condições normais, ou quando ocorre alguma coisa diferente, por exemplo,
uma festa, ou um churrasco. Certamente, as atividades que ocorrem durante estas
ocasiões especiais apresentarão Aspectos e Impactos correlatos muito mais
significativos e interessantes!
Depois, quantifique o grau de significância de cada uma destas atividades, criando
uma escala de pontuação, de acordo com este grau. Quanto maior a significância
associada à quantidade de repetições das atividades, maior será o Impacto causado e,
conseqüentemente, maior a importância daquele Aspecto Ambiental.
Isto influenciaria decisivamente na definição das ações a serem tomadas a fim de
contornar aquela situação, visando sua eliminação ou minimização dos aspectos
negativos. Isto será o Planejamento Ambiental de “Sua Casa”, o qual dará
continuidade ao seu PDCA interno.
O que estudei
Nesta fase do curso, as informações começam a ser mais consistentes e a ter uma
maior aplicabilidade. Muitas destas informações são de grande importância no
processo de implantação do SGA em qualquer tipo de estrutura organizacional.
Nesta aula, vimos que a estruturação de uma metodologia de identificação das
atividades é o ponto de partida para a definição de um Plano de Ações. As etapas
estudades foram:
Levantamento de todas as atividades desenvolvidas em cada setor, sejam
consideradas normais , anormais ou de risco;
Verificação da origem e do destino de todas as entradas e saídas respectivas,
ou seja, de onde vem e para onde vão tudo o que entra e o que sai dos
processos envolvidos nas diferentes atividades;
Verificação de todas as entradas e saídas dos processos que envolvem estas
atividades, ou seja, tudo o que entra em termos de matérias-primas e insumos,
e tudo o que sai em termos e de produtos, sub-produtos ou rejeitos;
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 6
p. 59
Glossário
NBR: Normas Brasileiras.
Polieletrólitos: substâncias químicas dispersantes poliméricas, naturais ou sintéticas.
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 7
p. 60
AULA 7
SGA: Etapa de Implantação e Operacionalização
SGA e SGQ
Em teoria, as normas que regem um Sistema de Gestão Ambiental apresentam
notáveis semelhanças com as normas utilizadas para a regulamentação dos Sistemas
de Gestão da Qualidade (SGQ). Ambas as normas fornecem os subsídios necessários
para a melhoria do processo produtivo em qualquer tipo de organização, em qualquer
nível.
Para obtermos a qualidade do processo produtivo considerando a questão de seu
impacto no meio ambiente não é necessária uma mudança drástica nos
procedimentos e processos já instalados na organização. Os resultados desejados são
obtidos através de um processo evolutivo contínuo, que passa pela avaliação,
implementação, controle e revisão.
O sucesso na implementação da norma ISO-14000 depende, como na Gestão da
Qualidade, de um consenso em todos os níveis hierárquicos da instituição, de modo
que não se transforme numa imposição. Como já foi ressaltado anteriormente, o
comprometimento da alta direção e a integração das funções que incorporam
responsabilidades são pré-requisitos indispensáveis.
Hipoteticamente, para uma organização que possui um SGQ implementado, mas
não necessariamente certificado, que já possua indicadores de desempenho de
qualidade, revisões e melhorias em andamento, a implantação de um processo de
Gestão Ambiental fica facilitada pelo simples fato de que cerca de 50 a 70% de toda a
estruturação mínima exigida para o SGA já foi preparada na implantação do SGQ.
Neste caso, podemos considerar que quase a metade ou mais do trabalho envolvido já
foi realizado. Bastaria fazer uma adaptação do SGQ para incluir os requisitos
necessários ao SGA, como, por exemplo, adicionar ao Manual da Qualidade existente
os requisitos específicos de procedimentos e instruções de trabalho inerentes ao SGA,
lembrando que tudo isto deve ser devidamente documentado e registrado.
SGA Têxtil
Como visto anteriormente, na primeira etapa do SGA é definida pela alta
administração da organização a Política Ambiental a ser adotada e que norteará todas
as ações na área ambiental. Paralelamente, é feita a avaliação inicial, ou seja, a
verificação de como se encontra a questão ambiental na organização. Os três
questionamentos básicos nesta etapa são:
Onde estamos?
Aonde queremos chegar?
Como chegar aonde se quer?
O esquema básico demonstrado na figura 2 ilustra bem este conceito.
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 7
p. 63
DADOS INSTITUCIONAIS
a) Empresa
b) Contato na Empresa
b1. Nome:
b2. Setor/Cargo:
c) Tipo de empresa
( ) Fiação ( ) Tecelagem ( ) Malharia
( ) Confecção ( ) Tinturaria ( ) Estamparia ( ) Química têxtil
( ) Maquinários /Acessórios ( ) Outros _____________________
d) N° de funcionários:
( ) até 50 ( ) 51-100 ( ) 101-300 ( ) mais de 300
e) Tipo de Capital:
( ) Nacional ( ) Estrangeiro ( ) Misto (% nac._____)
4) OBJETIVOS E METAS
4.1) Foram baseados na Política Ambiental e nos aspectos
ambientais considerados relevantes.
5) GESTÃO DA QUALIDADE DO AR
5.1) Há monitoramento com instrumentos na área específica de
atuação.
5.2) Os resultados estão dentro dos padrões exigidos.
6) GESTÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA
6.1) Os efluentes líquidos são monitorados periodicamente.
6.2) Os corpos receptores são monitorados periodicamente.
6.3) Os resultados são compatíveis com os padrões legais
estabelecidos.
7) GESTÃO ENERGÉTICA
7.1) Existe racionalização no consumo de água e energia.
8) GESTÃO DE RESÍDUOS
8.1) Existe controle dos resíduos produzidos.
8.2) Há um programa de redução dos resíduos através de reciclagem
ou reaproveitamento.
9) GESTÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS
9.1) Há controle dos produtos considerados tóxicos ou nocivos à
saúde.
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 7
p. 65
12) TREINAMENTO
12.1) Há investimento em programas de treinamento e
conscientização dos funcionários.
13) COMUNICAÇÃO INTERNA
13.1) Existe um sistema de comunicação interna que divulga a
Política, os objetivos e metas ambientais internamente para os
funcionários.
14) COMUNICAÇÃO EXTERNA
14.1) Existe um procedimento interno para a divulgação das ações
ambientais para a comunidade, clientes, fornecedores, órgãos
governamentais, etc.
15) DOCUMENTAÇÃO
15.1) Existe um Manual de Gestão Ambiental que regulamenta um
sistema atualizado de informações.
15.2) Há uma cópia deste manual disponível em todos os setores da
empresa.
Itens de avaliação 0 1 2 3
1) Interesse por questões ambientais, segurança e saúde no local de
trabalho.
2) Importância do comprometimento da Instituição com questões
ambientais.
3) Nível de informações na área ambiental dentro da Instituição.
4) Interesse por um programa específico de gerenciamento na área
ambiental.
5) Interesse por problemas ambientais fora da Instituição.
Sugestões/Críticas
Avaliador/ramal
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 7
p. 67
Aspectos ambientais
Área Entradas Saídas
FIAÇÃO Energia elétrica, água, ar Fios, fitas têxteis, pó de fibras,
comprimido, fibras naturais e ruído, etc.
artificiais, produtos auxiliares
lubrificantes, etc.
TECELAGEM/ Energia elétrica, água, ar Tecidos planos e malhas,
MALHARIA comprimido, fios e fitas, fibras soltas, retalhos de
auxiliares lubrificantes, goma tecidos e malhas, ruído, etc.
de engomagem, etc.
ACABAMENTO Energia elétrica e de vapor, Tecidos planos
água, ar comprimido, tecidos desengomados, tintos ou
planos engomados e malhas, estampados, malhas tintas,
corantes e pigmentos, produtos efluentes líquidos, emissões
químicos auxiliares, óleo atmosféricas, pó de subst
combustível para caldeira, etc. sólidas, vapores de subst
químicas, odores, ruídos, etc.
CONFECÇÃO Energia elétrica, ar comprimido, Artigos têxteis confeccionados,
água, tecidos planos e malhas ruído, pó de fibras, retalhos
beneficiados, infestos, fios, têxteis, etc.
elásticos, óleo de lubrificação
de máquinas,
Em seguida, deverá ser feita uma avaliação de como estes aspectos ambientais
impactarão no meio ambiente. Com esta avaliação poderão ser definidas as
prioridades referentes aos aspectos ambientais, ou seja, poderá se estabelecer em
que ordem e em que intensidade serão realizados os controles dos aspectos
identificados. É interessante destacarmos que esta identificação é de suma
importância para garantir que os aspectos ambientais responsáveis pelos impactos
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 7
p. 68
Praticando e aprendendo
O que estudei
Nesta aula, estudamos diversos conceitos aplicados ao processo de implantação
de um SGA numa empresa. Vimos como se estrutura a etapa de Implantação e
Operacionalização de um SGA, desde a apresentação de questionários de verificação
da situação ambiental dentro da empresa, até os questionários de verificação da
conscientização em relação às questões ambientais por parte de funcionários,
clientes, fornecedores e demais envolvidos com as atividades da empresa.
Estabelecemos também a relação entre um SGA e um SGQ e entendemos as
vantagens que a existência de um SGQ previamente implantado na empresa pode
trazer para a Implantação e Operacionalização do SGA.
3) Num SGA têxtil, as entradas e saídas que podem estar correlacionadas numa área
de Acabamento são:
(a) Corantes e auxiliares, resíduos sólidos.
(b) Fios e tecidos crus ou PTs, tecidos e fios tintos.
(c) Vapor, eletricidade e óleo, ruídos.
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 7
p. 71
AULA 8
A quarta etapa do SGA: as Auditorias
Monitoramento
As medições e avaliações que constituem o monitoramento das atividades
implantadas são extremamente importantes para o funcionamento do SGA, pois
indicarão se o que está sendo realizado até o momento está ou não em conformidade
com o que havia sido planejado e, evidentemente, com as normas adotadas.
A maneira mais adequada de se verificar tudo isto é recolher a documentação de
todos os procedimentos estabelecidos e mantidos pela organização. Isto permitirá que
as principais características de todas as atividades e operações desenvolvidas pela
empresa que causem algum tipo de impacto ambiental possam ser periodicamente
controladas e medidas, assim como avaliadas em relação ao atendimento às leis e
regulamentos ambientais vigentes. Além disso, também os instrumentos e demais
equipamentos empregados nestes controles passarão a ser rotineiramente calibrados.
Podemos citar um exemplo para ilustrar melhor como um monitoramento deve
acontecer: uma indústria têxtil cuja área de acabamento necessita de grande
quantidade de vapor para suas operações possui uma área de caldeiraria com duas
caldeiras cujos combustíveis usados são óleo mineral e madeira. Devido ao tipo de
combustível empregado e à idade dos equipamentos, há uma geração elevada de
gases de combustão que são lançados na atmosfera por chaminés.
Sob o ponto de vista da Gestão Ambiental, pode-se questionar alguns itens de
monitoramento que subsidiariam esta etapa de Verificação:
• Que métodos são empregados para verificar a composição dos gases emitidos
pelas chaminés das caldeiras?
• Que instrumentos de medição ou equipamentos de controle são empregados na
monitoração dessas emissões gasosas?
• Estes instrumentos e equipamentos são calibrados periodicamente?
• Existem registros destas calibrações e dos procedimentos adotados?
Registro
Auditoria
Uma dica importante para esta etapa do processo de implantação do SGA, que
garantirá a certificação ambiental da empresa, é a dedicação à fase de realização
das auditorias internas. Quanto mais apuradas, mais claramente poderão indicar as
não-conformidades, que mais facilmente poderão ser corrigidas!
Praticando e aprendendo
Um dos tópicos mais interessantes desta etapa do processo está relacionado com a
parte de Monitoramento e Medições. Segundo a norma NBR ISO 14001, este trabalho
de monitoramento necessário para atender a implantação do SGA é descrito através
de um controle operacional.
O controle operacional visa estabelecer quais as atividades das operações
realizadas numa determinada área que estão ligadas aos impactos ambientais mais
relevantes ou que estejam enquadrados na Política Ambiental, seus objetivos e metas.
Visa também associar cada variável aos critérios operacionais, definindo as faixas de
tolerância e controle para cada processo. Para aquelas atividades já estabelecidas,
também devem ser descritos procedimentos de controle, necessários à manutenção
da Política Ambiental. Ainda segundo a norma, os procedimentos relativos aos
aspectos ambientais de produtos ou serviços devem ser estendidos a fornecedores ou
prestadores, assim como todos os equipamentos e materiais empregados nos
controles, inclusive aqueles utilizados na medição de parâmetros determinados nos
objetivos e metas, os quais devem estar devidamente calibrados.
Desta forma, descreva um procedimento aplicado a um controle operacional
importante numa indústria têxtil: o tratamento de efluentes líquidos.
A primeira coisa a se fazer seria apresentar o objetivo daquele procedimento. Nele,
estaria a descrição de como é realizado o monitoramento dos efluentes líquidos
gerados por aquele processo industrial, suas características físico-químicas e
microbiológicas, o funcionamento dos sistemas de tratamento existentes para executar
as operações de remoção das substâncias poluentes, assim como sua eficiência.
O segundo item a ser descrito é a Responsabilidade, ou seja, qual departamento,
setor, ou área dentro da empresa é responsável pela questão do tratamento dos
efluentes líquidos. Esta pode ser uma área específica para o gerenciamento do meio
ambiente ou associada à qualidade.
Outro item importante é o das abreviaturas ou glossário, que pode vir também como
parte integrante dos anexos. No caso dos efluentes líquidos, encontraremos siglas
como ETE, DBO5, DQO, OD, AOX, SST, entre outras.
Certamente, o item mais importante é o que trata dos procedimentos propriamente.
Este item pode ser subdividido em alguns subitens como, por exemplo, a Descrição
dos Processos e a Descrição das Coletas e Análises. No caso dos efluentes líquidos,
poderíamos descrever a ETE como sendo uma estação compacta, constituída por três
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 8
p. 76
O que estudei
Nesta aula, estudamos a quarta e penúltima etapa do processo de implantação de
um SGA voltado para uma indústria têxtil.
Observamos que esta fase do processo se preocupa muito mais com o atendimento
aos requisitos da norma ambiental, que é a diretriz do sistema de auditoria. Esta
preocupação deve-se, fundamentalmente, ao fato de que as auditorias internas são o
principal instrumento para que se possam fazer ações corretivas e tomar atitudes
preventivas em relação ao processo de implantação e operacionalização do SGA.
Aprendemos que esta etapa fica mais facilmente compreendida quando a
estudamos em diferentes etapas intermediárias:
• Monitoramento;
• Ações corretivas e não-conformidades;
• Registros;
• Auditorias.
Glossário
AULA 9
Concluindo o ciclo do SGA: a Análise Crítica
Praticando e aprendendo
Na verdade, o trabalho de Análise Crítica permite que todos estes atores envolvidos
diretamente na execução da implantação do SGA revejam os acertos e erros, os prós
e contras observados durante todo o processo de implantação dos Planos de Ação,
das planilhas de verificação, das ações corretivas, ou seja, tudo que foi prometido e
comprometido, não só com relação à própria Política Ambiental proposta inicialmente,
mas com todas as demais pessoas e organizações envolvidas direta ou indiretamente.
Vamos imaginar que você seja um administrador, diretor industrial ou até mesmo
diretor-presidente de uma empresa têxtil que esteja implantando um SGA em uma de
suas unidades industriais; por exemplo, uma Tinturaria. Em pleno processo de
implantação do SGA, com o ciclo de PDCA rodando, ou seja, com todas as etapas já
em execução, chega a fase de Revisão Crítica - mais do que nunca será necessária a
participação da alta administração em conjunto com a equipe de Gestão Ambiental.
Qual deve ser a forma de atuação de ambas as partes?Inicialmente, a Comissão de
Gestão Ambiental deve reunir-se conforme um calendário anual elaborado pelo
coordenador, ou extraordinariamente quando este solicitar. Enquanto isso, você, como
representante da alta administração, deve apresentar uma pauta de assuntos a serem
discutidos, visando atender a fase de Análise Crítica. Elabore esta pauta e apresente.
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 9
p. 83
O que estudei
AULA 10
Tendências para a Gestão Ambiental
O que é a Eco-eficiência?
Algumas definições
Minimização de Reuso de
resíduos e emissões resíduos e emissões
Nível 1 Nível
Nível22 Nível 3
Redução
Redução Reciclagem Reciclagem
Reciclagem Ciclos
Ciclos
nafonte
na fonte interna
interna externa biogênicos
Modificação
Modificação Modificação Estruturass Materiais
Materiais
no
no produto
produto no processo
Housekeeping Substituição
Substituiçãode
de Modificação de
matérias -primas tecnologia
tecnologia
Recuperação de gomas
Um exemplo de oportunidade de aplicação da Produção mais Limpa, ocorre no
processo de tecelagem, mais especificamente na etapa de preparação à tecelegam
com a engomagem dos fios de urdume.
Os produtos de engomagem podem ser um dos principais componentes na carga
contaminante dos efluentes têxteis, chegando a compor até 50% das análises DQO
total. Portanto a implantação de processos e tecnologias para a recuperação de
gomas neste processo é uma iniciativa que proporcionará economias substanciais em
termos de energia, matéria-prima e água. A substituição das gomas pouco
biodegradáveis por outras com maior biodegradabilidade é considerada uma
oportunidade de aplicação da Produção Mais Limpa.
Recuperação de índigo
Com a crescente demanda de tecido Denin empregado na produção de jeans,
houve um crescimento visível na utilização de corantes como o índigo.
Concomitantemente, houve um aumento nas regulamentações ambientais locais com
relação à presença de coloração dos efluentes lançados em corpos hídricos, como
rios, lagos e mares. Uma possibilidade de aplicação dos conceitos de Produção Mais
Limpa é a minimização significativa do consumo de água que pode ser obtida pela sua
reutilização durante os processos de lavagem. Outra oportunidade de utilização da
metodolgia de Produção Mais Limpa seria a utilização de tecnologias empregadas
para separar o corante da água de lavagem, como o processo de Ultrafiltração, onde
consegue-se obter um concentrado de corante com até 2,0 %, com uma eficiência de
cerca de 93,0%. Desta forma, a quantidade de corante lançado no efluente é bastante
reduzida, atendendo às exigências da legislação.
Curso de Gestão Ambiental Têxtil
AULA 10
p. 89
Um Pouco de Sustentabilidade
Praticando e aprendendo
O que estudei
Este é mais um momento de pausa para verificar como está seu aprendizado.
Analise os conceitos relacionados abaixo, marcando somente as alternativas
corretas:
( ) As três dimensões que fundamentam o conceito de desenvolvimento
sustentável são: economia, meio ambiente e sociedade.
( ) Uma das vantagens da aplicação do conceito de Eco-eficiência seria a
redução dos custos graças à otimização no uso de recursos e na redução de
capital destinado à infra-estrutura.
( ) As Tecnologias Ambientais de Produção Mais Limpa tratam somente do
“sintoma”, assim como as Tecnologias Ambientais Convencionais.
( ) Dentre as vantagens da minimização do consumo de água nas áreas de
Acabamento Têxtil como iniciativa de Produçao Mais Limpa, destaca-se o
menor gasto de energia para o aquecimento dos banhos de processamento;
( ) A norma internacional que apresenta as regras para a Avaliação da
Performance Ambiental, associadas ou não a um Sistema de Gestão
Ambiental é a ISO 9000.
Glossário