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Provincia de Sofala

Uma provincia do sul de Moçambique, situada na zona centro do país, com uma longa costa,
numa reentrância do canal de Moçambique. Tem como capital a cidade da Beira, está dividida
em 13 distritos:

-Distrito de Beira

-Distrito de Búzi

-Distrito de Caia

-Distrito de Chemba

-Distrito de Cheringoma

-Distrito de Chibabava

-Distrito de Dondo

-Distrito de Gorongosa

-Distrito de Machanga

-Distrito de Maringué

-Distrito de Marromeu

-Distrito de Muanza e

-Distrito de Nhamatanda.

e possui 5 muinicipios:

Beira, Dondo, gorongosa, Marromeu e Nhamatanda.O município encontra-se dividido em


cinco postos administrativos:

Urbano nº 1, Urbano nº 2, Urbano nº 3, Urbano nº 4 e Urbano nº 5 [16] , que se dividem em


26 bairros:

Macuti, Palmeiras, Ponta-Gêa, Chaimite, Pioneiros, Esturro, Matacuane, Macurungo,


Munhava-Central, Mananga, Vaz, Maraza, Chota, Alto da Manga, Nhaconjua, Chingussura, Vila
Massane, Inhamízua, Matadouro, Mungassa, Ndunda, Manga Mascarenha, Muave, Nhangau,
Nhangoma e Tchonja.

Situa-se no centro de Moçambique, partilha a norte e a nordeste o rio zambeze com as


provincias de Tete e Zambézia, a leste com o oceano índico, a sula é separada pelo rio Save pa
provincia de Inhambane, e a oeste está ligada com Manica.

Beira é uma cidade de Moçambique , capital da província de Sofala . A localidade tem o


estatuto de cidade desde 20 de Agosto de 1907 e, do ponto de vista administrativo, é um
município com um governo local eleito; e é também, desde Dezembro de 2013, um distrito ,
uma unidade local do governo central, dirigido por um administrador. Beira é a segunda maior
cidade de Moçambique, logo após a capital do país, Maputo , contando com uma população
de 431.583 habitantes de acordo com o Censo de 2007.
A cidade de Beira foi originalmente desenvolvida pela Companhia de Moçambique no século
XIX, e depois diretamente pelo governo colonial Português entre 1942 e 1975, ano em que
Moçambique obteve sua independência de Portugal . Atualmente a cidade se encontra
modernizada, embora ainda mantenha algumas áreas degradadas e problemáticas, como é o
caso do Grande Hotel Beira . Depois de Maputo, Beira é o segundo maior porto marítimo para
o transporte internacional de cargas de Moçambique.

História

A povoação foi fundada pelos portugueses em 1887 , numa área conhecida pelo nome de
Aruângua ,e logo suplantou Sofala como principal porto no território da atual província de
Sofala . Originalmente chamada Chiveve , o nome de um rio local, foi rebatizada para
homenagear o Príncipe da Beira , Dom Luís Filipe , primogénito de D. Carlos I que, em 1907 , foi
o primeiro membro da família real portuguesa a visitar Moçambique, trazendo de Lisboa o
decreto real que elevava Beira à categoria de cidade. Tradicionalmente, o príncipe herdeiro de
Portugal levava o título de Príncipe da Beira, província histórica de Portugal .

A administração portuguesa construíu um porto e famílias portuguesas se estabeleceram na


localidade recém-fundada, e começaram a desenvolver atividades comerciais. A cidade passou
a ser administrada pela Companhia de Moçambique , fundada em 1891 e que tinha sua sede
em Beira. Foi então construída uma

ferrovia que ligava à então Rodésia , aberta em 1899 . Em 20 de agosto de 1907 , Beira era
elevada à condição de cidade, um ano depois era inaugurada a iluminação elétrica e, em 1911 ,
um serviço telefónico urbano. Em 1926 , ainda não existiam automóveis em Beira, porém, em
1934 estes já somavam 596, bem como duas companhias de transportes coletivos. Em 1942 ,
com o fim da concessão da Companhia de Moçambique, a administração da cidade reverteu
para a administração direta do governo Português.

A construção de uma nova estação ferroviária foi concluída em 1966 . Antes da


independência, a Beira era destaque por seu porto marítimo bem equipado, uma das
principais instalações de seu tipo em toda a África Oriental , e também pelo turismo, pesca e
comércio. A cidade prosperou como um porto cosmopolita com diferentes comunidades
étnicas (portugueses, indianos, chineses, africanos indígenas) empregadas na administração,
comércio e indústria. O grande número de habitantes que fala inglês deve-se ao facto da
cidade ter sido um destino de férias preferido para os brancos da Rodésia. Um sinal desta
época é o Grande Hotel construído perto da costa do Oceano Índico . Em 1970 , a cidade da
Beira possuía 113.770 habitantes.

Após a independência de Portugal

Após a independência de Portugal em 1975 , a maioria dos portugueses deixaram a cidade.


Moçambique foi devastado por uma guerra civil entre 1976 e 1992 , que opunha os marxistas
da FRELIMO , que controlavam o governo, e os rebeldes da RENAMO , chegando próximo ao
caos total em dois anos e gerando fome, doença e miséria. O Grande Hotel foi ocupado por
cerca de 1.000 beirenses desabrigados, e no fim da guerra civil , a cidade estava bastantes
degradada.

Em 2000 , inundações em Moçambique devastaram Beira e as regiões próximas, deixando


milhões de desabrigados e causando graves danos à economia local.
A cidade da Beira tem como étnias representativas: Sena e Ndau

Cultura e Hábito do povo Sena

A partir deste trabalho, pretende-se mostrar ou entender aquilo que foi ou que são os senas,
na manifestação da sua cultura a quando comparada com os seus descendentes a maneira
como estes encaram esta realidade de preservação ou conservação destes valiosos valores
oferecidos pelos seus antepassados.

Caracterização geográfica do grupo em estudo

o chisena é uma língua banto falada em ambas as margens do rio Zambeze, desde o Chinde até
Tambara. Os dialectos de Chiphodzo nas florestas de Chupanga e Chigombe na margem do
norte do rio zambeze é que representa uma mais antiga forma desta lingua.

o chisena apresenta as seguintes variantes:

- Sena Gombe , falado nos distritos de Caia, Mutarara, Chemba, parte do distrito de Tambara e
parte do distrito de Morrumbala (vale do rio Chire).

- Sena Phodzo (Chiphodzo), falado nos distritos de Marromeu, Mopeia e parte do distrito de
Chinde.

- Sena Rambara (Chirambara), falado em toda zona alta do distrito de morrumbala, sem se
confundir com Chilolo, uma língua ainda não escrita mas falada estritamente à volta da sede
do distrito.

- Sena Bangwe (Chibangwe), falado nos distritos de Cheringoma, Dondo, Nhamatanda e parte
da Beira.

- Sena Tonga (Chitonga), falado nos distritos de Maríngwe, parte do Guro, Tambara e
Gorongosa.

De um ponto de vista histórico, o estudo da língua Chisena é de maior interesse. Pois, foi com
esta língua que os primeiros Portugueses que subiram pelo rio Zambeze se familiarizaram para
introduzirem dentro da corte de monomotapa.

Portanto essa limgua é falada em várias provincias, na qual encontramos:

Provincia de Sofala, 604.690 falantes, o que corresponde à 46,9% da população total -


1.289.309.

Provincia de Tete, 133.919 falantes, o que corresponde à 11,7% da população total-1.144.004.

Província da Zambézia, 222.669 falantes, o que corresponde à 7.7% da população total-


2.891.000

O Chisena é falado em dois Paises vizinhos: Malawi e Moçambique.

No Malawi fala-se no sul, nas zonas de Nsanje e Chiromo, cujas percentagens não tem-se em
mão. Em Moçambique é falado em quatro Províncias, nomeadamente: Manica, Sofala, Tete e
Zambézia, cujas as percentagens estão acima.
Os “senas” no seu governo tradicional há estados grandes onde reina um mambo, junto com
um ajudante chamado saphanda, uma assembleia de conselheiros chamado mathubo.

Uma pequena povoação é governada por um pequeno chefe chamado mweni.

Há dois termos de respeitos utilizados para lideres: mfumo e mafumo (plural), estes termos
sao usados para mostrar respeito para pessoa.

Normalmente em casa do rei ou regulo, tem tido um alpendre, onde se resolvem problemas
da comunidade juntos com os seus saphandas e mathubo.

O aviso da reunião tem sido por meio de toque de um batuque “nhanga”. Se o rei tiver uma
maior porção de terra a governar, ele tem mandado os seus ajudantes para avisar todos os
mwenis, onde cada um destes avisa o seu povo. No julgamento, as sanções são feitas por
torturas inerente às pessoas desprovidas de razão.

Como no governo tradicional dos senas reina um mambo, junto com um ajudante chamado
saphanda, uma assembleia de conselheiros chamado mathubo. Uma pequena povoação é
governada por um pequeno chefe chamado mweni. Neste existe o nhandalo, este avisa o rei
de acordo com a vontade do espírito territorial da região. A terra é propriedade do régulo, cujo
este, divide para diversos agregados familiares.

Normalmente o rei ou régulo aponta um filho que lhe concede hábil para tomar a herança do
pai. Geralmente tem sido o filho primogénio, mas no caso de morrer antes de apontar o filho,
os saphandas e mathubo reunem-se para escolher o filho do rei capaz de lhe suceder.

No dia de empossamento ocorrer cerimónias acompanhadas de muita festa, onde não falta
bebidas como sura, cabanga e nipa.

Eles observam na generalidade os cultos da possessão por espiritos, faz suspeitar que,
originalmente entraram na constituição destes sub-grupos povos de extracto chona-caranga.

Processos de casamentos/matrimónio

Em relação ao casamento, os sena são virilocais. Além disso, os sena gozam de endogamismo,
a regra de casamento que obriga o individuo a escolher seu cônjuge dentro do mesmo grupo
(local de parentes, de status, etnia etc.) ou outro grupo a que pertença.

Segundo Gouveia Osório, nos senas “podzo” distingue-se as seguintes fases de casamentos:

- Lupato-declaração;

- Pete- confirmação do ajuste; entrega de importância acordada;

- Malimbico-transição do namoro para o noivado oficial;

- Maxunguzo-pedido formal apresenado pelos pais do noivo, com oferendas de dinheiro,


bebidas, panos etc.;

- Gogodo-lamento ritualizado da mãe da noiva, feito perante o noivo, com o fim de lhe solicitar
presentes;

- Sembwene-pagamento de honorários devido às anciãs que ministram a noiva os


ensinamentos tradicionais.
Quando se chega o tempo de escolher mulher para casar, o sena dirige-se a um amigo, o
nhacubuzira e encarrega-o de procurar a rapariga escolhida e de a informar sobre as suas
pretenções.

A escolha recai numa rapariga que seja da sua raça, mas da familia diferente. Estes factos são
ainda reminiscências do totenismo e a escolha “endogamismo”.

No caso de ser correspondido dirige-se então a uma mulher que possa ser sua madrinha ou
encarregada das “demarches” junto dos pais da futura noiva.

Aceite o gero, portanto é submetido a uma cerimónia de “pedir serviço”, que é uma tradição
que consiste em o noivo, antes de casar, servir os sogros por alguns anos.

Hoje, a exigência dos pais da noiva compreende, duma maneira geral, a construção duma
palhota, ou ajuda na reconstrução de algo que necessite.

Para os sena, no dia de casamento, isto é, em que a noiva vai deixar a casa paterna, as amigas
e parentes vem despedir-se, trazendo-lhe presentes, que são os mais variados e conforme as
posses de cada um oferecendo a mão , por sua vez, alguns cestos de cereais.

Organiza-se, o cortejo que conduz a futura esposa à casa do marido. Quando chegam
despedem-se e desejam-lhe muitas felicidades.

A tia do noivo é que conduz a rapariga à sua palhota e, ali, despe-a e deita-a numa esteira
sobre um lençol ou pano branco, onde fica à espeira do marido que permanece numa palhota
próxima. Depois o noivo vai na palhota onde se encontra a noiva para realizar o primeiro acto
sexual. Findo o acto sexual, o noivo sai da palhota e junta-se ao grupo que festeja as suas
bodas. Entretanto, a tia e outras mulheres vão verificar se consumou o acto e a noiva estava
ou não virgem.

Apoderam-se do despejo e saem da palhota em grande algazarra, mostrando o pano , como a


forma de comunicar a todos que ela era pura.

As cerímonias das festas nem sempre se verifica, porque muita das vezes a noiva ja esta
desflorada e este facto não é para que o casamento não se realize.

Ficando a viver juntos, existem ainda, na vida de casados algumas pequenas cerimonias, que
pelo facto da mulher estar grávida não deixa de manter relações sexuais com o marido, que só
em estado adiantado de gravidez o deixa de fazer.

O marido que tratava a sua esposa com especial carinho podia ser obsequiado pelos sogros
com oferta de uma segunda mulher geralmente irmã ou próxima parente da primeira. Este
tipo de matrimónio, por ximbire é isento de pete.

Concepção de família

As tribos sena, uma pessoa pode ser identificada com dois aspectos: dzindza

e ntupo.

Dentro da tribo podemos encontrar vários mitupos: ntupo é o nome de louvor de clã, e o
nome de tabu, associado com clã pode identificar familiares distantes usando perguntas.

Ritos de iniciação masculino e feminino


Quando chega a puberdade, o filho sena escolhe o nome que mais lhe agrada, que duma
maneira geral, é aquele que era conhecido seu avô paterno.

O rapaz atinge a sua maior idade e capacidade para procriar, depois de um exame
previamente feito pelo tio mais velho, do tronco paterno, ao produto das suas seminações,
necessárias a maturação para dar vida e gerar novos seres, reconhecendo este, pela cor que
apresenta e pela consciência que oferece. Este aconselha, então o sobrinho a procurar a
mulher que mais lhe convenha e agrade para se unir pelo casamento.

Os rapazes são ensinados para procurarem fruto de nome vungute. Corta-se em pedaço este
fruto, ainda fixo na árvore, uma parte fica acrescer na árvore e deve controlar o crescimento
enquanto que o pedaço cortado é introduzido na garrafa com água e vai se tomando até que o
sexo tome o tananho do fruto e daí corta-se para não exagerar. Além desta árvore usam raizes
de alguns arbustros de nome nhandhima fazem secar as raizes trituradas e as outras que não
são trituras, são postas nas garrafas juntando com água para se tomar, este facto tem o nome
de mizinha que é usado para dar potência sexual.

Os senas geralmente não se tatuam, não são sujeitos a iniciação sexual nem a circuncisão, o
que não quer dizer que não a façam, por vezes. As raparigas são reconhecidas as suas
capacidades procriadoras no inicio das primeiras menstruações.

As meninas também no momento da puberdade escolhe outro nome que normalmente é o da


avô paterna.

São estas iniciadas na vida sexual. O “pungo” é um grupo de parentes casados e que ja tenham
concebido, é que lhes ensina os segredos da vida sexual, modo de se encontrarem com os
futuros maridos, instruindo-as também sobre actos de purificação e higiene a meter na vida de
mulheres casadas e futuras mães.

Os hábitos de limpeza, entre mulheres, são notavéis durante as épocas menstruais e tomam
banho várias vezes ao dia.

As mulheres senas, quando chegam à puberdade tatuam a parte superior das coxas e baixo-
ventre, parte superior do tronco, membros superiores e face, como simples adorno. Nao
exageram as tatuagens, que são feitas por pequenas incisões que podem ser coloridas pelo
uso da casca da manga, colhida em verde, ou preta, proviniente de uma untura de carvao ou
plantas queimadas.

As meninas são ensinadas pelas madrinhas contratadas pelos seus pais, a usarem frutos de
uma planta “Mfuta” para puxar os crítores até tornar-se comprimido.

As tatuagens da parte superior do tronco só algumas vezes tem relevo. No entanto, o mesmo
nao sucede com as da parte inferior do abdomen que representa relevo, consideravel. Usam
ainda cintos de missanga com várias cores e enfeites, com fins de estimular erótico, o qual cai
sobre o baixo-ventre.

O sistema parentesco dos sena obedece o sistema patrilinear, que consiste em os filhos
pertencer aos homens, que apesar disso, esses mantém uma relação muito forte com a família
da mãe.

os aspectos principais da vida material dos senas sao:

-Palhotas quadradas de dois tipos: as lacustres e as construidas directamente sobre o solo;


Segundo anciã victória Camoio, a uma nossa entrevista, ela defenda que as praticas agricolas
para os senas tem haver com a localização deste grupo linguístico, onde os que se encontram
mais proximo do rio zambeze dedicam as culturas como arroz, milho, batata-doce e pequena
hortaliça.

Os que se localizam distante deste rio dedicam as culturas como mexoeira, mulimbi, gonko, e
praticam agricultura de rendimento “algodão”.

Para Rita Ferreira na sua obra “povos de moçambique, histórias e culturas”, defende que o
trabalho agrícola para os senas é da responsabilidade da mulher, cabendo aos homens apenas
a derruba e a construção de defesas contra animais. Cultiva-se milho, mapira, mexoeira,
batata-doce e diversos tipos de arroz e feijão. Nas regiões mais altas e de solos mais leve surge
o amendoim e a mandioca. Entre as árvores frutiferas destaca-se a mangueira e sobretudo a
bananeira. Juntamente com os antecedentes, as palmeiras e alguns citrinos, concedem direitos
de propriedade sobre a terra ocupada.

Tipo de alimentação

Segundo a nossa entrevistada , o tipo de alimentação tipica para os senas é a farinha de


mexoeira, seguindo de gonko “mapira”, milho, e tuberculos como batata-doce, rizoma
“mpama”.

Em termo de frutos que os sena mais gostam são matondo, ndalala, nhongolo ndheme e
massanica, malambe, mfula, manga e ndatcha, para além de outros.

Mudanças societais de alimentação

Em termos de mudanças societais de alimentação referente aos senas resume-se da seguinte


maneira:

Antigamente nos senas notava-se dificilmente a prática ou produção de milho, arroz, girassol
em quantidade, mas devido o intercâmbio provincial o melhor a globalização nota-se hoje a
produção destes produtos entre outros.

Nos senas, se alguem morrer, tem que se praticar a cerimonia de pita kuf. Quando não se
pratica, outras pessoas também podem morrer por várias enfermidades provocadas por não
cumprimento desta cerimónia. Para cumprir a cerimónia, matam uma galinha ou mais que
representa a pessoa morta.

Comem todos juntos. Assim comunicam comunhão, e ficam purificados. Guardam os ossos e
quando outros vem de longe mais tarde, estes pegam os ossos, para mostrar comunhão com a
familia. Se leva um ano ou muito tempo para chegar, a familia que vier de longe tem que
tomar tabaco junto ou fumar do mesmo cigarro.

Antes de se completar a cerimónia de pita kufa, ninguém pode ter qualquer contacto sexual e
toda aldeia tem que ter cuidado, mas especialmente a familia enlutada. Se alguém não
cumprir esta regra , deve ir ao dono da cerimónia para confessar. Se confessar não sofre
nenhuma enfermidade ou doença “não vai tossir sangue e não morrerá” por causa de não
cumprimento desta cerimónia.

Para os crentes senas, não cumprem esta cerimónia de pita kufa e não morrem por causa de
não cumprimento desta.
Para além de pita kufa, os sena são submetido a outros tipos de cerimonias, como: pita zadue,
pita mbhepo, pita moto entre outras.

A cerimónia de pita zadué, consiste nas cerimonias pós parto, para retirar o bébé dentro da
casa, onde os progenitores da ciança são submetidos a esta cerimónia.

A cerimónia de pita mbhepo, é feito quando há um aborto, ou quando a criança perde a vida
em ou em menos de uma semana, que para a sua purificação são obrigados por tradição os
familiares em especial os pais da falecida/o de cumprir com o mandamento de tradição.

A cerimónia de pita moto, é feita quando há um incêndio, que na explicação tradicional para o
facto não venha a ocorrer de outras vezes, os proprietários da casa, em especial os pais são
obrigados relações sexuais como forma de purificar a casa.

Depois de cada morte, o povo sena consulta um curandeiro para saber da pessoa que causou a
morte do seu familiar. Para os crentes não fazem a consulta, acreditam que tudo está nas
mãos de deus, e pode confiar nele. Se foi alguém que causou também dizem que é Deus que
sabe e nada mais o que eles podem fazer.

Em geral, para os senas cada algo maligno ou bom que acontece por exemplo na compra de
qualquer algo de valor, para garantir o bom funcionamento deste, tem que praticar uma
cerimónia.

Os senas antes de realizar o enterro, fazem, uma dança de tristeza chamada (use), nesta dança
usa-se um e unico batuque. Mas antes disto, fazem ouvir tambor como anuncio de morte,
naquela povoaçao.

Para os senas o morto não deve ir impuro, com isto rapa-lhe a cabeça e os pelos dos corpos e
vala-o convinientemente; este trabalho é executado por individuos especializado no assunto.
O corpo é utado com óleo, especialmente as articulações, para que não vá rigido para juntos
dos espíritos.

É vestido com outros panos e metido numa cesta de caniço-“Cangala”, cozido nas
extremidades com cascas de árvore.

A cova é aberta numa mata (cemiterio), um pouco afastado das povoações. No dia seguinte
faz-se um cortejo que conduzirá o defunto à sua última morada. É aberto o cortejo por alguns
parantes e, depois, o esquife armado com caniço, com o morto dentro.

Quando chegam no cemiterio, o defunto é colocado no fundo da cova, onde depositam


alguma comida e restos dos cabelos e pelos, para que nada lhe falte quando estiver junto dos
espíritos. Coberta a cova, depõem sobre ela os objectos, pertença do morto, o que distingue
facilmente o local de uma sepultura.

Não lhe fazem culto especial, pois pouco se importam com ele, a não ser para a cerimónia de
purificação que consiste em mais uma festa, com bastante bebida e comida em que o morto
tem a sua quota-parte, derramam a bebida sobre a campa. Esta dança chama-se “sedo” e
usam nove batuques de várias alturas. Os participantes põem máscara como se fosse um
carnaval, para animar e consolar a família enlutada. A dança “djagadja” é semelhante como
“sedo” e usa-se também para aliviar as pessoas com o mesmo tipo de sofrimento.
Se for o homem casado a morrer, a viúva é herdada pelo cunhado, que tem por obrigação
olhar pela familia do defunto. Se a viúva, porém, passado alguns meses preferir casar com
outro homem, nada a impede de a fazer, findo aquele tempo considerado tabu. Os filhos do
morto são pertença do tio mais velho.

Ritos propociatórios (morte de animas e festa)

Nos senas para além de pita kufa eles se dedicam outras cerimónias como Nsembe, cujo este
se disringue em dois aspectos:

- Nsembe para evocar os espíritos antepassados, neste caso avó paterno, pai ou ambos, é uma
festa que envolve bebida específica de nome bhuadwa, mata-se animais tipo cabritos,
caracteriza-se pelo uso de um tipo de cereais de nome mulumbi, mexoeira para questões de
massa para alimentar crianças homens com objectivo de proteger a família no geral.

- Nsembe para evocar os espíritos dos antepassados dirigentes, com objectivo de pedir a chuva
devido a seca prolongada. Caracteriza-se pelo uso de bebida como ou simplesmente nipa,
farinha, para o local de evocação e o autor de evocação deve ser o mfumo actual
acompanhado pelo ancião.

Para os senas, a cultura material baseia-se na roupa tradicional. A roupa tradicional do povo
sena foi muito influenciado pelos que fizeram os primeiros negócios no rio zambeze. Os
homens utilizam kaphunda, as mulheres ricas tambem utiliazam roupas com mangas
compridas. Com influencia destes comerciantes, o povo sena aprendeu a tecnica de tecer
panos.

As mulheres até hoje utilizam panos que cobre os seios e chegam até abaixo de joelhos. As
menias sao obrigadas de manter os seios cobertos. Depois da cerimonia de gravidez
(makhurundzu) a senhora ja nao tem esta obrigação.

Os senas praticam danças culturais que nao tem nada ver com os demonios, mas
simplesmente fazem parte do patrimonio cultural. As danças sao distintas e facilmente
reconhecidas. Todos sabem que aquele estilo é sena. Tambem podem comerar eventos edatas
na historia.fazem lembrar o que passou.

Para os senas são notáveis os seguintes tipos de danças:

-Sedo: uma dança que usa-se nove batuques de varias alturas, dançada quando existe
cerimonias de morte;

- Use: uma dança de tristeza, com um só batuque, que pode ser lata qualquer. Dança-se
durante funerais, antes de enterro;

- Djagadja: semelhante com “sedo”, dança-se de mascaras, para alegrar pessoas depois de
alguem morrer. Usa-se tres batuques e todos os homens e mulheres que sabem dançar podem
participar;

- Manyalala: uma das danças que as mulheres realizam no casamento, é educativa, as cantam
para ensinar o casal para que tenha respeito;

- Masesseto: quando uma menina atinge 14 anos, as jovens da mesma idade (ja iniciadas)
dançam para ensinar a nova companheira. Os homens nao sao admitidos para assistir a este
tipo de dança. É simplesmente para as mulheres e todas tiram roupa no processo de dança. A
festa desta natureza muita das vezes leva uma semana a se realizar;

- Makhurundzo: quando uma mulher casa e fica grávida de tres meses, ela é submetida a este
tipo de dança, para mostrar que verdadeiramente está naquele estado;

- Thati: é uma das cerimonias que se realiza depois de se tirar dentro da casa um bebe récem-
nascido. Realizam esta dança para ensinar a nova mãe como tomar conta do bebe.

- Cikudzire: uma dança que se realiza em conjunto entre rapazes e raparigas. Usam tres
batuques e acompanham batendo palma, é para ocasioes especiais, só para alegria ou
consolar um familiar depois dum falecimento;

- Likhuba: uma dança de rapazes com meninas, usam tres batuques, com o mesmo significado
do cikudzire;

- Valimba: uma dança com musica de marimba, todos dançam em conjunto, por alegria para
fazer festa a uma pessoa;

- Ngundula: uma dança para todos, semprem usam tres batuques, especialmente para os
jovens, em festa quaisquer.

Povo Ndau

Cultura do Povo Ndau

Ndaus

Os ndaus são um grupo étnico que habita o vale do rio Zambezi, do centro de Moçambique até
o seu litoral, e o leste do Zimbábue, ao sul de Mutare.

Os ancestrais dos ndaus eram guerreiros da Suazilândia que se misturaram com a população
local, constituída etnicamente por manikas, barwes, tewes, nas províncias moçambicanas de
Manica e Sofala. A população local do Zimbábue, antes da chegada dos Gaza Nguni,
descenderia primordialmente de Mbire, próxima à atual Hwedza.

Língua

O ndau (ou xiNdau) é o idioma falado pelos ndaus, grupo étnico que habita partes de
Moçambique e Zimbábue.

É parte da família lingüística xona, falado nos distritos do sul da província de Sofala, Machanga,
Chibabava, Búzi, bem como em Nhamatanda, Dondo e Beira (Bangwe), assim como em
Machaze e Mossurize, na província de Manica (Danda). Também é falado em Nova Mambone,
no norte da província de Inhambane).
Os ndaus também falam o português, em Moçambique, e o inglês, no Zimbábue. Neste país é
falado principalmente nos distritos de Chipinge e Chimanimani.

As origens do povo Ndau não são fáceis de traçar devido a escassez de fontes e as
contradições existentes. Contudo, parece seguro afirmar que as origens do grupo se
encontram ligadas é fragmentação dos reinos do Muenemutapa e Dom Pire aos ciclos
expansionistas de grupos linhageiros Shonas-Caraga, os Rozvi, dos planaltos centrais do
Zimbabwe na direcção da costa litoral do indico.

A organização Social Tradicional Ndau

Os Ndau são um grupo éticos que habitam o vale do Zambeze, do centro de Moçambique ate
ao seu litoral, e leste do Zimbabwe ao sul do Mutare.

Os ancestrais dos Ndaus eram guerreiros da Suazilândia que se juntaram com a população
local, constituída etnicamente por Manikas, Tewes, Barwes nas províncias de Manica e Sofala.
A população local do Zimbabwe, antes da chegada dos Nguni, descenderia primordialmente de
Mbire próxima actual Hwadza.

Os ndaus falam um idioma que pertencem a família linguística xona, o ndau.

Localização Geográfica e Número de Falantes da língua Ndau

A língua Ndau é falada nas províncias de Sofala, Manica e na zona Setentrional de Inhambane.
Também é falado na República de Zimbabwe.

Segundo Martinho (2004) o povo Ndau localiza-se na região sul do continente africano na
região central de Moçambique, pois, na província de Sofala encontram se mais aglomerados
nos distritos de Chibabava, Buzi, Machanga, Gorongosa, Nhamantada, cidade da Beira, Dondo.

Na província de Manica estão nos distritos de Machazi, Mussorizi e na Cidade de Chimoio e


parte setentrional da província de Inhambane vão desde de Machacama à Mambone.

Quanto ao número de falantes é de referir que: há cerca de 581.000 falantes de Ndau em


Moçambique segundo os dados do Censo populacional de 1997.

Estabelecimento da variante de referência

O Ndau apresenta variações regionais na pronúncia.

Por exemplo, no litoral (Mussorisze e Machaze) em certas palavras abrandam o R para l, ao


contrário dos do interior ( Buzi).

Segundo a classificação de (Guthrie 1997) a língua tem as seguintes variantes:

Cimachanga, falado no Distrito de Machanga, Buzi, em Sofala e, no Distrito de Mambone, em


Inhambane. A variante Cimashanga tem Subdialectos Cibwani e Cibhara, ambos falados no
distrito de Buzi;

Cidanda falado no distrito de Machazi; Cigova falado no distrito de Buzi; Cidondo falado de
Chibambava e de Buzi; Cibangwe, falado na cidade da Beira; Ciqwaka, falado em Gorongosa
por uma comunidade localizada na Serra; Cinayai, falanda na direita da margem do rio Save
deste de Machacame ate Mambone; Cindau falando no distrito de Mussurize e em Chimoio, na
província de Manica.
Segundo keith, (19870) é comuns os Ndaus traçarem a sua origem na região do Mbire, existia
nesta região, nos século XVII/XVI com pequeno reino que esteve ligado ao grande reino de
Muenemutapa mais que se teria tornado independente.

O reino de Quiteve surge igualmente nos finais do século XV representa mais uma cisão no
reino de Muenemutapa. Este reino veio assumir uma certa importância sobretudo o século
XVII em virtude do interesse dos mercadores árabes e portugueses no comércio de marfim e
ouro. Quiteve controlava uma vasta região, deste o planalto central da zona do chimoio ate as
terras baixas do Buzi perto de Sofala.

O reino Quiteve viria perder esta importância a partir do século XVIII, em parte devido as
constantes lutas internas entre os membros da família real, mas também em virtude do
desinteresse dos árabes e dos portugueses, quando se aperceberam que a exploração mineira
não era atractiva, o declínio de Sofala está intimamente relacionado com o declínio do reino
de Quiteve.

A organização sócio -politica Tradicional

Os primeiros estudos aprofundados e de carácter sistemático sobre esta população, conhecido


por etnónimo Ndau, só seriam efectuados na primeira metade do Século XX.

São vários os autores que postulam que o nome Ndau foi atribuídas a estes populações pelos
invasores Nguni e deriva da observação da forma de saudação costumeira perante um rei
Chefe, ou mesmo um estrangeiro desta e populações Ndau, que é a de se sentar no chão, ou
ajoelharem, e bater as palmas gritando “Ndau ui ui, Ndau ui ui” (Junod, 1934,Rita Ferreira,
1982).

Esta forma tradicional de saudação foi descrita pela primeira vez por Frei João dos Santos na
sua obra ethiopia oriental, de 1609. Não é claro, a partir de que fonte este autor retirou esta
informação ou se ela não passa de especulação; contudo, é certo que esta concepção sobre a
origem do etnónimo Ndau esta na actualidade amplamente enraizada e aceite por estas
populações.

Segundo Vijfhuizen (1998) o termo Ndau significaria literalmente, “lugar” associado a uma
forma tradicional de saudação.

No entanto, segundo esta autora o termo Ndau já teria utilizado muito antes da chegada dos
europeus, informação essa que a autora retira da obra de Rennie Keith (1987).

Os diferentes estudos elaborados sobre os Ndau apresentam uma estrutura social bastante
homogénea para o conjunto das populações desde a fronteira com o Zimbabwe ao litoral do
indico.

Divisões dos grupos Ndau

1. Os Shangas: estes habitam principalmente a faixa costeira entre os rios Save e Buzi e cujo o
clã totémico principal, é o Simango. Simango foi o Mambo mais poderoso desta região, vivia
em Chiloane.

2. Os gova, que habitam as terras baixas situadas entre os rios Buzi e Save , cujo o mutupu o
mais importante é o Nkomo.

3. Os Danda, que habitam a região fronteira ao Zimbabwe e cujo mutupu principal e


igualmente o Nkomo.
4. Os Tombodji, que habitam as terras altas do maciço central, junto da fronteira, entre o rio
Save e o maciço chiamanimani. O mambo mais importante dos tombodji era o mutema
nkomo, que vivia numa região do actual zimbabwe.

5. Os Teve, ligados ao reino de Quiteve (Junod 1934), no entanto,é bastante problemático

considerar os teve um subgrupo Ndau. Apesar terem origens comuns, parece ser grupos
diferentes, com aspectos da sua organização social que são distintos, com diferenças
linguísticas, significativas.

Ritos de Iniciação

Ritos de iniciação são cerimónias de carácter tradicional e cultural praticado nas sociedades
africanas que visa preparar o adolescente para encarar a outra fase da vida, isto é, a fase
adulta.

Visam essencialmente a integração pessoal, social e cultural do indivíduo, permite ao indivíduo


reunir múltiplas influências do seu meio para em seguida integrá-la na sua maneira de pensar,
de agir e de si comportar, o indivíduo participa activamente nas actividades e na vida do grupo
que pertence.

Na sociedade moçambicana, os ritos de iniciação não se manifestam de maneira homogénica.


Eles variam de província para província, de região para região, de religião para religião, e de
sexo para sexo.

O objectivo destas cerimónias é de preparar os rapazes e as raparigas para a vida matrimonial


e social e com o rito de iniciação os rapazes e as raparigas têm o acesso a participação e ao
conhecimento de certos mistérios.

Descrição de algumas Cerimónias

Fase de Menstruação

Quando a mãe descobre na filha os sinais de menstruação ou tende certificar-se bem da


verdade se é real a suposição. Acordam a menina e esta, por tudo ter sido preparado em
segredo, assusta-se. Mandam-na pôr de pé e molham-na toda três ou 4 vezes. Depois tiram-
lhe toda a roupa para só lhe colocar uma pequena tira de pano que -lhe passa por entre as
pernas.

Todas as mulheres se sentam, a madrinha senta-se no meio delas, estende as pernas e manda
sentar a rapariga com a cabeça levantada e encostada a si.

Nesta atitude começam a cantar, explicando a rapariga que não tenha medo que aquela
doença é normal; dão-lhes norma de higiene e ensinam-lhe como ela deve fazer acto sexual
com o seu homem. A madrinha vai lhe explicando tudo com gesto no corpo.

Seguidamente uma Tia ou Prima levanta a rapariga, prende-lhe as pernas agarram-lhe os


braços, deita a por terra e cai sobre ela. Levanta-a, agarram-lhe pelo corpo e atira-a de novo ao
chão com toda a forca. Isto repete-se várias vez as vezes seguidas para que a menina pague e
sofra desta maneira pelo mal que fez com as suas maldades passadas.

Vestem-lhe um pano grande que a cobre totalmente e obrigam a ficar uma semana inteira
dentro de casa sem tomar banho.
Durante este período de tempo deve abster-se de comer certas comidas e não pode provar
alimento com sal.

Passada a semana, a madrinha vem-lhe dar banho e dão-lhe também licença para sair fora de
casa. Contraem-lhe uma palhota ao lado da casa e ela não se pode ausentar daqui sem licença
da mãe, nem ver homens ou mulher casados, nem o noivo.

Quando depara com alguém deve cobrir-se e, ordinariamente, anda acompanhada de uma
criança para a avisar da proximidade das pessoas.

Esta temporada pode demorar 2 meses ou ate mais de 1 ano conforme a dificuldade que a
família encontrar em arranjar dinheiro para acabar a festa.

Depois reúnem-se as mulheres nuas batucam, todo o dia e todo a noite ensinando a rapariga a
dançar são severas e rigorosas nestes exercícios e se a rapariga não sabe ou lhe custa aprender
alem dos castigos que sofre, é uma grande vergonha para a mãe.

Durante a noite chegam os rapazes cerimoniados e os homens casados. Vem todos para ouvir
os conselhos dado a rapariga, administrado em estilo de advinha ou representadas ao vivo por
figuras alegóricas.

Tudo isso é cantado ao som de dois bambus postos em paralelos onde todos podem tocar.
Todas estas advinham, que aparentemente nos parecem inocentes e desprovidas de qualquer
sentido com a vida matrimonial.

Mathunya/Mathindji

É a dilatação dos pequenos lábios do aparelho sexual feminino. A rapariga, desta tenra idade, é
levada pela mãe ao mato, para lhe ensinar a fazer esta operação que ela depois repetira todos
os dias, até no casamento. Chegam a delata-los tanto que conseguem dar-lhe um nó mas se a
mulher exagerar esta operação, os homens não a querem, por ela ter alargado demasiado e
não lhes causar prazer sexual.

É este um costume social, hoje os rapazes estão já em não se importarem com o assunto, mas
é frequente encontrar raparigas que não arranjam casamento ou são abandonadas e
difamadas por não terem isso.

O seu fim é alargar a entrada da vagina para facilitar o acto sexual. Na sua ostentação sente o
homem prazer. Quando ele esta triste ou cansado, no fim de um dia de trabalho, ou de uma
viagem a mulher despe-se para lhe mostrar isso e assim lhe dar alegria.

Casamento dos Ndau

Os Ndau estão organizados em grandes unidades sociais, com base no sistema de


descendência patrilinear. As unidades mais vastas são os grupos familiares mais extensos, clãs
totémicos, designados por bvumbu ou dzinza, em que o totem é designado por mutupu.

Os Ndau praticam o casamento exogamico entre bvumbu, pois”as pessoas não podem casar
dentro do mesmo mutupu”. No entanto, actualmente, esta regra é frequentemente
desrespeitada, sobre tudo entre a população mais urbanizada das vilas-sede de distrito, e
casamento entre indivíduos com o mesmo mutupu, ou pertencendo ao mesmo bvumbu.

No que respeita ao casamento Ndau, este é oficializado quando evolve o pagamento do


lobolo. Denominado kulola em Cindau, que actualmente consiste numa quantia monetária que
pode variar entre 1 e 1.5 mil de mts, enquanto na época pré-colonial consistia
maioritariamente em capulanas.

No período pré-colonial, os Ndau praticavam também uma forma de casamento directo, que
não implicava o uso do lobolo.

Exemplo: Quando alguém pretendesse uma mulher levava a sua filha para fazer tipo troca.
Deixava a sua filha e levava a filha do outro como esposa. Isto por falta de dinheiro.

Ou no casamento a forma predominate de residência e a de virilocal; contudo,


ocasionalmente, era possível optar por uma forma uxorilocal temporário, ou seja, quando um
homem não podia lobolar uma mulher prestava serviços durante um tempo em casa dos
sogros antes de constituírem o seu agregado familiar nas terras do pai, costume que ainda
hoje e praticado.

Os ndau praticam ainda hoje o levirato, ou seja, um homem pode tomar a (s) esposa (s) e filhos
do seu falecido irmão.

O lugar Social dos Espíritos

Seres Espirituais

Segundo Martinez (2007), através da actividade religiosa a sociedade exprime o seu


relacionamento com o mundo espiritual: com o transcendente, o ser supremo, com os
restantes seres espirituais e com as forcas invisíveis. De facto há um ser supremo, cuja
existência é reconhecida universalmente, apesar das formas e ideologias até hoje existentes
no mundo o ser supremo nunca é confundido com os seres espirituais e entre todos eles dá-se
sempre uma determinada hierarquização. Sem eles não haveria ritos, pois é a eles que os ritos
são dirigidos.

Um dos aspectos mais relevantes no processo de sucessão é a inuciação da consulta aos


espíritos dos falecidos mambos, como, de resto, acontecem na maioria dos grupos de origem
Shona (Land, 1987).

Neste sentido, torna se necessário, no primeiro momento, compreender as representações


que as populações Ndau concebem sobre os aspectos da vida e da morte.

Franz Boas, antropólogo que usou como informate k”amba Simango, escrevia em 1920 que a
vida para os Ndaus designa-se por Vgomi. Sobre o conceito de pessoa, ela é constituído por
duas partes:

- O corpo, muvili, e o espírito, bvuli.

O muvili é uma espécie de sombra, ou o reflexo/imagem de um ser. Após a morte só o bvuli é


que se mantém vivo e transforma-se no espírito, murugo.

O murugo tem o carácter e a forma do falecido. Não fica no túmulo como o corpo, mais fica a
viver com a família, é imortal, e os Ndaus não acreditam na reencarnação.

Os Ndaus utilizam o termo Mudzimu para designarem o espírito de uma família. Os vadzimu
(plural) são os espíritos de musi e ficam a habitar junto dos restantes membros que é
Nhamussoro:

Exemplo: Quando morrer a pessoa vai se a enterrar, depois aquele espírito, se a pessoa tiver
filhos vão para filho ou para filha, caso não tiver vão para outra família daquele falecido(a).
Os Vadzimu são, pois, os varungu dos falecidos de determinado grupo familiar, e a sua função
é de proteger os membros desse agregado contra todo e qualquer infelicidade que seja
provocado por outros espíritos.

Uma vez que os Ndaus não existe a noção de acaso e todos os acontecimentos da vida
individual e colectiva são interpretados como manifestações dos varungu. Esta função
protectora dos vadzimu é sublinhada por S, para que “os vadzimu são bons porque ajudam a
cuidar da vida aos que ainda não morreram como se fossem Deus, os vadzimu andam junto de
Deus”, “ou também por AI, segundo o qual os vadzimu” é para a protecção da própria família
são eles que podem, por exemplo proteger a família de outros espíritos maus. “Os vadzimu da
casa fazem luta com aqueles espíritos maus que estiverem a sair da outra casa, para não
entrarem na quela casa”.

Tem um papel social de enorme ambivalência. Eles são simultaneamente protectores de seu
Musi, e nesta estância constituem-se como Vadzimu para os seus parentes, enquanto para
todos os outros indivíduos podem significar uma enorme ameaça. Quando os vadzimu actuam
no exterior do seu Musi são conhecidos como Nbvuri.

Entre os Ndaus de Moçambique não existem a crença, comum entre os povos Shona do
Zimbabwe, sobre o espírito de Nhandhoro, espírito de falecido mambo que encarna num
médium (Land 1987). Para os Ndaus o espírito Nhandhoro, é um espírito que sai num leão e
esta liga do aos trabalhos de médium, Nhamussoro.

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