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Técnicas e Temas de discursivas p/ ATRFB 2012

Equipe de Professores – Aula 01

AULA 1

SUMÁRIO PÁGINA

Técnicas para discursivas 3

Temas em Sequência (total: 18 temas) 8-15

Direito Administrativo (Prof. Cyonil Borges) 16-30

Direito Constitucional (Prof. Cyonil Borges) 31-37

Direito Previdenciário (Prof. Ali Jaha) 38-52

Direito Tributário (Prof. Cyonil Borges) 53-65

Legislação Tributária (Prof. George Firmino) 66-74

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Fala galerinha de todo o Brasil!


Que bom tê-los e vê-los, ainda que virtualmente, aqui no curso
que acaba de surgir: ESTRATÉGIA, com letras maiúsculas! Tenham
certeza de que todo o grupo vai se empenhar o máximo para oferecer
a vocês o que tem de melhor no mundo dos concursos.
Propositadamente, na aula demonstrativa, não fizemos a devida
apresentação da equipe de Professores  Agora é o momento
próprio!
A seguir, além da apresentação oficial dos demais Professores,
os concursandos terão contato com os temas sugeridos das mais
variadas disciplinas segundo o conteúdo programático.
As aulas serão estruturadas da seguinte forma: primeiro, os
temas em sequência, sem resolução, para o aluno ter uma visão
geral da diversidade de assuntos que serão tratados. Em seguida,
cada professor comenta e resolve os temas da sua área.
A dinâmica ficou muito interessante, afinal cada professor tem
um estilo peculiar, o que demonstra, de forma clara, que não existe
uma só maneira de ser bem sucedido na discursiva.
Esperamos que aproveitem!

Preparados?! Então vamos!

Erick Alves e Cyonil Borges

Equipe Estratégia

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TÉCNICAS PARA DISCURSIVAS


Vamos dar prosseguimento às técnicas. Se essa é sua primeira
aula, e, portanto, leitura, pedimos sua atenção para que reavive os
melhores momentos da aula demonstrativa; isso porque as técnicas
da presente da aula são continuação daquela aula.

2- A resolução de questões discursivas

Já falamos tudo de mais relevante que você precisa saber sobre


preparação para a prova discursiva. Agora, vamos conversar sobre o
mais importante: como escrever um texto.
Como fazer uma prova discursiva? Como estruturar o texto?
Quais as técnicas de redação mais importantes? Como é a avaliação
feita pela banca examinadora?
Sem dúvida alguma, são muitas as indagações na cabeça do
concursando! O nosso objetivo será, a partir de agora, respondê-las
uma a uma, de forma bem sistematizada. Para isso, dividiremos o
nosso estudo em três momentos: i) planejamento; ii) escrita; e iii)
revisão.

Let’s go!

2.1 Planejamento do texto

O ponto de partida para responder uma questão discursiva é


prestar bastante atenção no enunciado. A prova começa no
enunciado! Não adianta se desesperar [Don’t Worry, be happy]!
Por vezes, quando você olha a questão, pode até ter a impressão de
que não conseguirá resolvê-la. Todavia, isso não é verdade! Basta
que você organize suas ideias, afinal o conhecimento para tanto
vocês têm de sobra [os conhecimentos sobejam, vicejam, não é
“vero”?]. Nesse momento você deve se fazer a seguinte pergunta: “O
que o examinador quer que eu responda?”
Procure se deslocar para o “outro lado do apito”; tente pensar
como se você fosse o examinador [bom, não precisa ser
assim tão mau!]. Afinal quando a questão foi elaborada, muito
provavelmente já se pensou em uma possível resposta. E o mais
comum em concursos públicos (embora às vezes isso não ocorra!) é
que a banca examinadora trace uma espécie de roteiro a ser seguido

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pelos candidatos. Se isso acontecer, vai ficar, em tese, mais fácil!


Falamos “em tese”, porque, nesse caso, o(a) amigo(a) deverá seguir
a cartilha da banca ipsis litteris, enfim, responder a todos os quesitos,
sob pena de omissão de tópico, e aí a coisa não fica nos trinques!
Para exemplificar, vejamos a questão discursiva de Comércio
Internacional que foi cobrada no concurso de Auditor Fiscal da
Receita Federal do Brasil (AFRFB) em 2010. O enunciado dessa
questão, o grande “bicho-papão” da prova, foi o seguinte:

(ESAF/AFRFB-2010) O comércio internacional é considerado importante


propulsor do desenvolvimento econômico. Face a um ambiente externo cada vez
mais competitivo, os governos atuam, por meio de suas políticas comerciais, no
sentido de fomentar condições e otimizar oportunidades de desenvolvimento
relacionadas ao comércio internacional. Com base nessa assertiva, discorra
sobre a relação entre comércio internacional e desenvolvimento, considerando
detidamente os seguintes aspectos:
a) a importância dos acordos e regras da Organização Mundial do Comércio;
b) o papel dos sistemas preferenciais e dos acordos regionais;
c) no caso brasileiro, a importância e funções dos regimes aduaneiros aplicados
em áreas especiais.”

Caros amigos(as), percebam que o comando central da questão


foi “discorra sobre a relação entre comércio internacional e
desenvolvimento”. O candidato deveria, ainda, abordar três tópicos
em sua resposta: i) a importância dos acordos e regras da
Organização Mundial do Comércio; ii) o papel dos sistemas
preferenciais e dos acordos regionais; iii) no caso brasileiro, a
importância e funções dos regimes aduaneiros aplicados em áreas
especiais.
Na fase de planejamento, o candidato precisa compreender
exatamente o que a questão está pedindo. No caso dessa, o ponto
central foi a relação entre comércio internacional e desenvolvimento
econômico. Assim, cada um dos outros três tópicos deveria ser
abordado à luz dessa relação, ok? De nada adiantaria que o candidato
falasse sobre os acordos da OMC e os acordos regionais se ele não
abordasse a influência desses sobre o desenvolvimento econômico.
Assim, o candidato deveria se concentrar em responder às
seguintes perguntas:

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1) Como os acordos e regras da OMC influenciam o


comércio internacional e, consequentemente, o
desenvolvimento econômico?
2) Como os acordos regionais e os sistemas de
preferências comerciais influenciam o comércio
internacional e o desenvolvimento econômico?
3) Qual a influência dos regimes aduaneiros aplicados
em áreas especiais sobre o desenvolvimento econômico?
Pronto! Já sabemos o que a banca examinadora quer que seja
respondido. Agora só nos falta estruturar a resposta! Todavia para
isso é fundamental termos a noção do que é o parágrafo.
O parágrafo é uma divisão textual baseada na ideia de
hierarquia. Mas como assim? Vamos nos explicar melhor: se um texto
possui um tema central, é natural que esse tema central esteja
dividido em temas específicos.
Na questão que ora analisamos, o tema central é a relação
entre comércio internacional e desenvolvimento. Já os temas
específicos são cada um dos tópicos pedidos no enunciado pela banca
examinadora, os quais devem estar relacionados ao tema central.
Cada um desses temas específicos deverá ser objeto de um ou mais
parágrafos (caso seja possível identificar divisões dentro de um
mesmo tema específico).
 1º Parágrafo: Introdução (onde será abordado o tema central)
 2º Parágrafo: As funções da OMC e sua influência na
liberalização do comércio internacional e, consequentemente,
no desenvolvimento econômico.
 3º Parágrafo: A influência dos acordos e regras da OMC no
comércio internacional e, consequentemente, no
desenvolvimento econômico.
 4º Parágrafo: Influência dos acordos regionais no comércio
internacional e desenvolvimento econômico.
 5º Parágrafo: Influência dos sistemas de preferências
comerciais no comércio internacional e desenvolvimento
econômico.
 6º Parágrafo: Influência dos regimes aduaneiros aplicados em
áreas especiais no desenvolvimento econômico

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 7º Parágrafo: Conclusão
Estruturar o texto antes de começar a escrevê-lo é
fundamental, pois impede que deixemos de abordar algum tópico
pedido pelo enunciado. Costumamos aconselhar que 1/5 do tempo
reservado à prova discursiva seja reservado à tarefa de
planejamento. Essa estrutura também permite que o
examinador identifique exatamente onde está a resposta para
cada item que ele deseja que nós respondamos! E é justamente
isso o que nós mais precisamos: mostrar ao examinador que estamos
respondendo a todas as perguntas que nos foram feitas, pois ele irá
procurar pelas respostas em nosso texto. Dividir essas respostas em
parágrafos bem definidos garante que não serão descontados
preciosos pontos por fuga ao tema ou por omissão de tópico.
Logicamente, a definição da estrutura de uma redação depende
do espaço disponível que teremos para escrever. Há redações que
devem ser respondidas em sessenta linhas; outras, em no máximo
trinta. No último concurso do Ministério Público da União (MPU), que
ficou a cargo do CESPE [a ESAF não repete questões discursivas,
a lógica, portanto, é sermos inéditos, ou remetermos aos
exames realizados por outras organizadoras], foi cobrada a
seguinte questão:

(CESPE/ MPU-2010) Os atrasos na criação e na aprovação de projetos de


infraestrutura e a falta de planejamento para a Copa do Mundo de 2014 estão
preocupando os membros do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e
Engenharia Consultiva. Segundo um dos representantes regionais dessa
organização, esses atrasos podem gerar prejuízos de tempo e de dinheiro, visto
que as obras e os serviços tenderão a ficar mais caros.
Internet:<www.atarde.com.br> (com adaptações).
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador,
redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema:
“A importância do planejamento (estratégico, tático e operacional) para o sucesso
da realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil.”

Analisando o enunciado, verificamos que a banca examinadora


desejava que fossem abordados três tópicos principais: i) A
importância do planejamento estratégico para o sucesso da realização
da Copa do Mundo de 2014 no Brasil; ii) A importância do
planejamento tático para o sucesso da realização da Copa do Mundo
de 2014 no Brasil e; iii) A importância do planejamento operacional
para o sucesso da realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil.

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Mais uma vez, a banca examinadora traçou um roteiro a ser


seguido pelo candidato, não foi? Assim, o trabalho se torna mais fácil.
A redação poderá ser estruturada em cinco parágrafos: um parágrafo
para a introdução, um parágrafo para cada tópico do enunciado e um
parágrafo para a conclusão. Importante destacar que os três
parágrafos do desenvolvimento devem ser o quanto possível
simétricos, ou seja, devem possuir mais ou menos a mesma
quantidade de [exceção feita à introdução e
linhas
conclusão, de regra, menores do que os parágrafos
de desenvolvimento]. Quando os parágrafos possuem
tamanhos muito diferentes, o examinador fica com a impressão de
que o aluno sabe muito sobre um tópico e pouco sobre o outro, o que
não é algo positivo.
E o que fazer quando a banca não define um roteiro no
enunciado da questão?
Bem, nesse caso, o trabalho de planejamento do texto torna-se
ainda mais importante. Já que não existe um roteiro pré-
definido, é o próprio candidato que deverá criá-lo. Vejamos um
exemplo de questão discursiva desse tipo:

(Questão Inédita) Construa um texto dissertativo, de no máximo 30 linhas,


comentando a seguinte frase:
“O Ministério Público é o guardião do regime democrático, tendo legitimidade
para intervir no processo eleitoral em todas as suas fases.”

Um exemplo de roteiro a ser definido pelo candidato diante


desse enunciado seria o seguinte: 1º Parágrafo: Introdução; 2º
Parágrafo: A importância das eleições para o Estado
democrático de direito; 3º Parágrafo: Crimes eleitorais; 4º
Parágrafo: A atuação do Ministério Público no processo
eleitoral; 5º Parágrafo: Conclusão.
Uma vez que já definimos qual será o roteiro do nosso texto, já
podemos passar para a próxima fase: a da escrita! Cenas das
próximas aulas!

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TEMAS EM SEQUÊNCIA

Pessoal, excepcionalmente na aula de hoje não teremos temas


de Administração Geral; em compensação, trouxemos 6 temas de
Direito Administrativo (3 a mais que o previsto), de modo que o
número total de questões não ficará prejudicado.
Nas próximas aulas recuperaremos os temas de Administração
Geral.
E vamos que vamos! Seguem as questões que serão
comentadas e resolvidas na sequência da aula:

DIREITO ADMINISTRATIVO

1) ANEEL 2010 – Cargo 7/Área 2 - CESPE


Considerando que o contrato deve ser executado fielmente pelas
partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas da Lei
8.666/1993, respondendo cada uma pelas consequências de sua
inexecução total ou parcial, discorra acerca dos termos a serem
observados na execução dos contratos, abordando, necessariamente,
os seguintes aspectos:
 acompanhamento e fiscalização, pela administração, da
execução do contrato;
 responsabilidade do contratado por danos e encargos.
Extensão máxima: 20 linhas.

2) CESPE – OAB/Unificado - 2010


Determinada pessoa jurídica, prestadora de serviços de limpeza em
diversos órgãos públicos da União, foi declarada inidônea para licitar
e contratar com a administração pública pelo ministro de estado
competente, com fundamento no art. 88 da Lei n.º 8.666/1993, após
o trâmite de regular processo administrativo, no qual lhe foram
assegurados a ampla defesa e o contraditório.
Em razão de tal decisão, a União rescindiu unilateralmente alguns dos
contratos vigentes celebrados com tal pessoa jurídica, também com
fundamento nas normas da Lei de Licitações. Contra tal ato, a
empresa impetrou o mandado de segurança cabível, sustentando, em
suma, que a declaração de inidoneidade depende de decisão judicial,
não podendo ser imposta pelo ministro. Consigna, além disso, a
impossibilidade de rescisão dos contratos em curso, sob o argumento

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de que, ainda que se admita a validade da decisão que declarou sua


inidoneidade para contratar com o poder público, tal decisão não tem
eficácia ex nunc, devendo ser aplicada apenas para contratos futuros.
Em face dessa situação hipotética, esclareça, com base na Lei n.o
8.666/1993, se a declaração de inidoneidade para contratar com a
administração somente pode ser imposta por meio de demanda
judicial e se existe alguma possibilidade de rescisão, pela União, dos
contratos vigentes.
Extensão máxima: 30 linhas.

3) CESPE – OAB/Unificado 3 - 2010


O estado-membro S desencadeou procedimento licitatório para a
construção de uma escola pública, tendo saído vencedora a empresa
R. Homologado o procedimento e adjudicado o objeto em favor da
referida empresa, a administração pública anulou o certame em razão
da constatação de ocorrência de irregularidade, por fato não
imputável à administração. Inconformada com a medida, a empresa
impetrou mandado de segurança sob o fundamento de que, após a
adjudicação, teria o direito líquido e certo de contratar com o poder
público. Postulou, desse modo, a concessão da segurança para impor
à administração pública o dever de celebrar o contrato ou,
alternativamente, para que fosse reconhecido o seu direito à
indenização pelos prejuízos suportados em decorrência da anulação.
Considerando essa situação hipotética, apresente, com a devida
fundamentação, os argumentos indispensáveis à impugnação do
pedido formulado pela empresa impetrante.
Extensão máxima: 30 linhas.

4) Petrobras 2010 – Advogado - CESGRANRIO


Considerando o regime jurídico da Petróleo Brasileiro S.A – Petrobras,
e com base em dispositivos da Lei do Petróleo e Decreto
regulamentador, redija um parecer explicando se é constitucional a
instituição de um procedimento licitatório simplificado para aquisição
de bens e serviços que, entre outros aspectos, estabeleça a utilização
de carta-convite para contratos que ultrapassem os limites de valores
previstos na Lei n.º 8.666/93.
Extensão máxima: 30 linhas.

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5) INCRA 2010 – Área Direito – CESPE


O governo deve economizar 20% na compra de remédios com pregão
eletrônico: o valor gasto pelo governo com a compra de
medicamentos pelo Sistema Único de Saúde deverá diminuir cerca de
20% com o uso de pregão eletrônico. A estimativa do Ministério do
Planejamento é que ocorra uma economia de cerca de R$ 1,3 bilhão
por ano.
Internet:<www.parana-online.com.br> (com adaptações).

Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter


unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do
seguinte tema.
PREGÃO ELETRÔNICO
Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes
aspectos:
• obrigatoriedade ou não do pregão eletrônico nas aquisições
realizadas pela união;
• obrigatoriedade ou não do pregão eletrônico nas aquisições
realizadas por entes públicos ou privados que recebem
repasse voluntário de recursos da união em razão de
convênios ou instrumentos congêneres;
• possibilidade ou não de contratação de serviços de engenharia
por meio de pregão;
• possibilidade ou não de contratação de bens e serviços de
tecnologia da informação por meio de pregão.
Extensão máxima: 30 linhas.

6) Caixa Econômica 2009 – Advogado – CESGRANRIO


Autarquia federal celebrou convênio de cooperação técnica com
instituição brasileira, sem fins lucrativos, incumbida estatutariamente
do desenvolvimento institucional, tendo por objeto a implementação
e o gerenciamento de programa de gestão da folha de pagamento
dos servidores vinculados à autarquia, mediante o pagamento de
uma taxa de administração.
Emita parecer abordando a juridicidade da celebração do convênio.
Extensão máxima: 50 linhas.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

7) STJ 2012 – Analista – CESPE


Redija, de forma fundamentada, um texto dissertativo acerca da
inviolabilidade domiciliar, garantida pela Constituição Federal no art.
5.º, inciso XI. Em seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes
aspectos:
- conceito de domicílio para a Constituição Federal;
- autoridades com poder de ordenar a violação domiciliar;
- hipóteses de admissibilidade de violação domiciliar.
Extensão máxima: 30 linhas.

8) MPDFT 2003 – Promotor de Justiça Adjunto


Diferencie a eficácia horizontal da eficácia vertical dos direitos
fundamentais. No Brasil, há casos de eficácia horizontal dos direitos
fundamentais? Caso afirmativo, cite uma hipótese? Caso negativo,
justifique os limites absolutos de sua aplicação no Direito
Constitucional Brasileiro?
Extensão máxima: 20 linhas.

9) IESES/CE 2011 – Titular de Serviços Notariais e Registrais


Dispõe o artigo 5º (Título II Dos Direitos e Garantias Fundamentais –
Capítulo I Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos), inciso
XXXIV, alínea “a”, da Constituição Federal: são a todos assegurados,
independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição
aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder. Discorra sobre o instituto ali previsto, abordando
clara e objetivamente os seguintes pontos:
a) Sua origem histórica;
b) Se possível a sua utilização como instrumento de defesa
jurisdicional;
c) Se possível o seu manejo também por estrangeiros;
d) Se seu uso é restrito à defesa de direitos individuais, tão-
somente e;
e) Quais os destinatários da petição.
Extensão: mínimo de 15 e máximo de 30 linhas.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

10) INÉDITA
“Embora a arquitetura da seguridade brasileira pós-1988 tenha a
orientação e o conteúdo daquelas que conformam o estado de bem
estar nos países desenvolvidos, as características excludentes do
mercado de trabalho, o grau de pauperização da população, o nível
de concentração de renda e as fragilidades do processo de
publicização do Estado permitem afirmar que no Brasil a adoção da
concepção de seguridade social não se traduziu objetivamente numa
universalização do acesso aos benefícios sociais.”
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter
unicamente motivador, disserte sobre a Seguridade Social,
abordando os seguintes aspectos:
a) Conceito e princípios constitucionais;
b) Financiamento;
c) Previdência Social;
d) Saúde e Assistência Social;
Extensão: de 40 a 60 linhas.

11) INÉDITA
“Os beneficiários da Previdência Social são os segurados e seus
dependentes. Os segurados podem ser obrigatórios, quando exercem
atividade remunerada vinculada ao Regime Geral de Previdência
Social - RGPS, ou facultativos, quando contribuem de forma
facultativa para a Previdência Social.”
Disserte sobre os Segurados da Previdência Social, abordando os
seguintes aspectos:
a) Segurados do RGPS;
b) Empregados;
c) Empregados Domésticos;
d) Contribuintes Individuais;
e) Trabalhadores Avulsos;
f) Segurados Especiais;
g) Segurados Facultativos.

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Extensão: de 40 a 60 linhas.

12) INÉDITA
“Para financiar a aposentadoria especial e os demais benefícios
concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa
decorrente dos riscos ambientais do trabalho, as empresas estão
obrigadas a contribuir para a Previdência Social mediante a aplicação
de alíquotas variáveis, de acordo com o grau de risco da atividade
preponderante, sobre o total da remuneração paga, devida ou
creditada a qualquer título, no decorrer do mês, ao segurado
empregado e ao trabalhador avulso.
A legislação vigente prevê que o enquadramento é feito de acordo
com atividade econômica preponderante da empresa, devendo esse
enquadramento ser realizado mensalmente, sob responsabilidade
exclusiva da empresa. Para tanto, deve-se consultar a Relação de
Atividades Preponderantes e Correspondentes Graus de Risco,
elaborada com base na Classificação Nacional de Atividades
Econômicas, observando-se, entre outras disposições, que uma
empresa, com apenas um estabelecimento e uma única atividade
econômica será enquadrada na respectiva atividade”.
Disserte sobre a contribuição da empresa destinada ao financiamento
dos benefícios concedidos em razão do Grau de Incidência de
Incapacidade Laborativa decorrente dos Riscos Ambientais do
Trabalho, bem como a contribuição adicional da empresa destinada
ao financiamento da aposentadoria especial dos indivíduos sujeitos a
atividades que ensejem tal benefício previdenciário.
Extensão: de 15 a 30 linhas.

DIREITO TRIBUTÁRIO

13) OAB 2010 – Unificado 1 - CESPE


Em caso que considerou de grande relevância e urgência, o
presidente da República editou medida provisória, publicada em 30
de outubro e convertida em lei no dia 14 de novembro do mesmo
ano, majorando as alíquotas do imposto territorial rural, a partir de
1.º de janeiro do ano seguinte.
Nessa situação hipotética, a majoração das alíquotas do referido
imposto foi estabelecida de acordo com o previsto na Constituição

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Federal? A partir de que momento poderia o imposto, com as novas


alíquotas, ser cobrado? Fundamente ambas as respostas.
Extensão máxima: 30 linhas.

14) Sebrae 2007 - CESPE


A Constituição da República estabelece que o exercício da
competência tributária não é irrestrito. Nesse sentido, discorra acerca
das limitações constitucionais ao poder de tributar.
Extensão máxima: 15 linhas.

15) ISS/RJ 2010 – Auditor Tributário - ESAF


Discorra sobre o crédito tributário, abordando:
a) A natureza jurídica, as características, a forma de constituição,
a função, os efeitos, e os modos de alteração;
b) As hipóteses de suspensão do crédito tributário, conceituando
cada uma delas;
c) As hipóteses de extinção do crédito tributário, conceituando
cada uma delas; e
d) As hipóteses de exclusão do crédito tributário, conceituando
cada uma delas.
Extensão máxima: 60 linhas.

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

16) INÉDITA
A Constituição Federal atribui à União a competência para instituir
impostos sobre a renda e proventos de qualquer natureza. Contudo,
não estabeleceu os conceitos de renda e proventos, recepcionando as
definições do Código Tributário Nacional para os dois institutos.
Nesse contexto, defina os conceitos de renda e provento, abordando
as semelhanças e diferenças entre ambos, considerando as
disposições do CTN, bem como o entendimento da doutrina
dominante e dos tribunais superiores.
Extensão: 15 a 30 linhas

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17) INÉDITA
A tributação das pessoas jurídicas, diferentemente do que ocorre com
as pessoas físicas, pode resultar em pagamento do imposto de renda
mesmo quando não houver lucro.
Desenvolva um tema abordando as formas de tributação das pessoas
jurídicas, explicando em que situação pode ocorrer a hipótese
descrita na assertiva acima.
Extensão: 15 a 30 linhas

18) INÉDITA
O Sistema Tributário Nacional é regido pela disciplina da Constituição
Federal e do Código Tributário Nacional, bem como pelo disposto nas
leis instituidoras dos tributos.
A Constituição Federal, em Seção específica, define as limitações ao
poder de tributar, normas aplicáveis aos diversos impostos, cujos
preceitos dão origem aos princípios constitucionais tributários.
Ocorre que alguns impostos sofrem a incidência de princípios que
lhes são peculiares.
Nessa linha, discorra sobre a disciplina constitucional conferida ao
Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI.
Extensão: 15 a 30 linhas

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Orientações de Direito Administrativo – Prof. Cyonil Borges

1. ANEEL 2010 – Cargo 7/Área 2 - CESPE


Considerando que o contrato deve ser executado fielmente pelas
partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas da Lei
8.666/1993, respondendo cada uma pelas consequências de sua
inexecução total ou parcial, discorra acerca dos termos a serem
observados na execução dos contratos, abordando, necessariamente,
os seguintes aspectos:
 acompanhamento e fiscalização, pela administração, da
execução do contrato;
 responsabilidade do contratado por danos e encargos.
Extensão máxima: 20 linhas.

Orientações
Depois de um longo tempo, mais de 14 anos, pra ser mais
preciso, a ESAF retoma o tópico licitações e contratos para a Receita
Federal. Galerinha! Acredito piamente que a banca possa querer nos
surpreender, inclusive na prova discursiva. Por isso, vou postar não 3
questões, mas 6, e só de licitações e contratos. Nos próximos
encontros, avançarei em outros tópicos do Edital.
Vamos prosseguir!
Tema bem interessante e sempre pertinente para a
Administração Pública: o dever de vigilância com relação aos
contratos administrativos. Tal dever é encontrado no art. 67 da
Lei 8.666/1993 (Lei de Licitações), sendo inafastável pela
Administração.
Obviamente, a deficiência na fiscalização do contrato não pode
levar à alegação pelo contratado de culpa “in vigilando” por parte da
Administração, pois, nos termos do artigo 70 da Lei de Licitações, o
contratado responde diretamente pelos danos.
Todavia, há peculiaridades específicas quanto a determinados
encargos, como estabelece o art. 71, caput e respectivos parágrafos.
Enfim, há disposições específicas com relação a encargos
previdenciários e trabalhistas advindos dos contratos da
Administração.
Como se depreende da questão, aparentemente simples, exige-

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se dos candidatos uma multiplicidade de conhecimentos, atrelado ao


incrível poder de síntese (se vira nas 20!).
Vejamos, então, a solução sugerida, avançando, porém, além
das 20 linhas fixadas pela banca examinadora, por motivo puramente
didático.

Proposta de solução
Entre os deveres-poderes contratuais da Administração Pública, há
o de acompanhar a fiel execução dos contratos administrativos celebrados
com os particulares em geral, conforme previsto na Lei 8.666/1993.
O poder de fiscalização é realizado para a proteção de interesses
públicos envolvidos. Desse modo, é dever da Administração a manutenção
de fiscal/gestor responsável pelo acompanhamento do contrato. Ressalta-
se a possibilidade de contratação de terceiros para subsidiar o fiscal do
contrato com informações, de modo que, efetivamente, a Administração
cumpra com a missão de acompanhar diligentemente os contratos que
firme.
Por outro lado, não cabe alegação pelo contratado de desídia na
fiscalização do contrato por parte da Administração para se eximir dos
prejuízos causados. Assim, sendo o caso, o particular contratado é quem
responderá pelos danos causados não só à Administração como a
terceiros, decorrentes de culpa ou dolo na execução do contrato.
O contratado responderá, ainda, pelos encargos fiscais, comerciais,
trabalhistas e previdenciários resultantes da execução do contrato, não se
transferindo à Administração, no caso de inadimplência, a obrigação de
pagamento. Todavia, cabem observações com relação aos dois últimos
encargos.
De acordo com a Lei 8.666/1993, a Administração responderá
solidariamente no que se refere aos encargos previdenciários que resultem
do contrato. A responsabilidade pelos encargos trabalhistas segue o
entendimento de que o inadimplemento das obrigações trabalhistas por
parte do empregador nos contratos de prestação de serviços em que a
Administração seja a tomadora dos serviços implica a responsabilidade
subsidiária do Poder Público, conforme decisão do Supremo Tribunal
Federal e jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho.

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2. CESPE – OAB/Unificado - 2010


Determinada pessoa jurídica, prestadora de serviços de limpeza em
diversos órgãos públicos da União, foi declarada inidônea para licitar
e contratar com a administração pública pelo ministro de estado
competente, com fundamento no art. 88 da Lei n.º 8.666/1993, após
o trâmite de regular processo administrativo, no qual lhe foram
assegurados a ampla defesa e o contraditório.
Em razão de tal decisão, a União rescindiu unilateralmente alguns dos
contratos vigentes celebrados com tal pessoa jurídica, também com
fundamento nas normas da Lei de Licitações. Contra tal ato, a
empresa impetrou o mandado de segurança cabível, sustentando, em
suma, que a declaração de inidoneidade depende de decisão judicial,
não podendo ser imposta pelo ministro. Consigna, além disso, a
impossibilidade de rescisão dos contratos em curso, sob o argumento
de que, ainda que se admita a validade da decisão que declarou sua
inidoneidade para contratar com o poder público, tal decisão não tem
eficácia ex nunc, devendo ser aplicada apenas para contratos futuros.
Em face dessa situação hipotética, esclareça, com base na Lei n.o
8.666/1993, se a declaração de inidoneidade para contratar com a
administração somente pode ser imposta por meio de demanda
judicial e se existe alguma possibilidade de rescisão, pela União, dos
contratos vigentes.
Extensão máxima: 30 linhas.

Orientações
Antes da proposta de solução, duas dicas. A primeira é de que
a declaração de inidoneidade, em âmbito interno, pode ser aplicada
por Ministros de Estado e Secretários. A segunda é de que a União
pode rescindir os contratos vigentes, desde que, caso a caso,
assegure à empresa o contraditório e a ampla defesa. Vejamos a
solução sugerida.

Proposta de solução
Na situação hipotética, duas são as questões essenciais a serem
resolvidas: a legitimidade da aplicação da pena de inidoneidade e os
efeitos decorrentes da aplicação dessa sanção, que, de acordo com a
impetrante, não pode ser aplicada pelo Ministro de Estado e seus efeitos
não podem atingir outros contratos em vigor.

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Quanto à competência para a aplicação da declaração de


inidoneidade, o argumento da empresa não merece prosperar. Com efeito,
a Lei 8.666/1993, em seu art. 87, § 2.º, prevê expressamente a competência
exclusiva dos Ministros, no âmbito federal, para aplicação da declaração
de inidoneidade, a partir da ocorrência dos fatos previstos na norma.
Desta feita, descabido o argumento apresentado pela empresa, com
relação a este aspecto.
No tocante à impossibilidade de rescisão dos contratos em curso, a
tese jurídica da empresa igualmente não merece chancela. É que a Lei
8.666/1993 estabelece como cláusula obrigatória dos contratos
administrativos a obrigação de o contratado manter, durante toda a
execução de seus contratos, todas as condições iniciais de habilitação.
Desse modo, quando da declaração de inidoneidade, a empresa
prestadora dos serviços deixa de cumprir as condições iniciais de
habilitação. Assim plenamente possível, e mesmo recomendável, a rescisão
dos demais contratos firmados pela empresa, a partir da eficácia da
decisão que declarou sua inidoneidade.
No entanto, para o STJ, a declaração de inidoneidade só produz
efeitos para o futuro (efeito “ex nunc”), sem interferir nos contratos já
existentes e em andamento. Com isso, afirma-se que o efeito da sanção
inibe a empresa de licitar ou contratar com a Administração Pública, sem,
contudo, acarretar, automaticamente, a rescisão de contratos
administrativos já aperfeiçoados juridicamente e em curso de execução,
notadamente os celebrados perante outros órgãos administrativos não
vinculados à autoridade impetrada ou integrantes de outros entes da
Federação (Estados, Distrito Federal e Municípios).
Evidentemente, a ausência do efeito rescisório automático não
compromete nem restringe a faculdade que têm as entidades da
Administração Pública de, no âmbito da sua esfera autônoma de atuação,
promover medidas administrativas específicas para rescindir os contratos
nos casos autorizados, observadas as formalidades estabelecidas nos arts.
77 a 80 da Lei de Licitações.
Por todo o exposto, conclui-se que a declaração de inidoneidade
para contratar com a administração independe de decisão judicial,

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segundo o art. 88 da Lei de Licitações, e que se faculta à União a rescisão


dos contratos vigentes, os quais, entretanto, não serão automaticamente
rompidos, competindo à entidade contratante decidir se partirá para a
rescisão, instaurando-se, para tanto, a devida apuração administrativa, à
vista de, na visão do STJ, a declaração não atingir automaticamente os
contratos em curso.

3. CESPE – OAB/Unificado 3 - 2010


O estado-membro S desencadeou procedimento licitatório para a
construção de uma escola pública, tendo saído vencedora a empresa
R. Homologado o procedimento e adjudicado o objeto em favor da
referida empresa, a administração pública anulou o certame em razão
da constatação de ocorrência de irregularidade, por fato não
imputável à administração. Inconformada com a medida, a empresa
impetrou mandado de segurança sob o fundamento de que, após a
adjudicação, teria o direito líquido e certo de contratar com o poder
público. Postulou, desse modo, a concessão da segurança para impor
à administração pública o dever de celebrar o contrato ou,
alternativamente, para que fosse reconhecido o seu direito à
indenização pelos prejuízos suportados em decorrência da anulação.
Considerando essa situação hipotética, apresente, com a devida
fundamentação, os argumentos indispensáveis à impugnação do
pedido formulado pela empresa impetrante.
Extensão máxima: 30 linhas.

Orientações
Obviamente, na presente questão, a interpretação não é o
problema maior, mas sim o conhecimento dos pormenores do tema
Licitações e Contratos. A partir de perguntas, vamos estruturar a
ideia do texto. Vejamos:
1) A Administração Pública pode anular procedimentos de licitação?
2) Há necessidade de se garantir o contraditório e a ampla defesa?
3) A licitante vencedora faz jus à indenização?
4) A adjudicação da licitação gera o dever de contratar?
Como de costume, que tal algumas dicas teóricas, na ordem
das perguntas apresentadas:

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• O art. 49 da Lei 8.666/93 prevê a possibilidade de a


autoridade competente revogar ou anular a licitação. Nos termos da
Súmula 473 do STF, a Administração Pública pode revogar atos
legais, por razões de interesse público (conveniência e oportunidade
– mérito administrativo), como deve (ato vinculado) anular atos
ilegais, com efeito, geralmente, “ex tunc” (retroativos).
• O art. 109, I, “c”, da Lei de Licitações, prevê o contraditório
do ato de anulação, no prazo de cinco dias úteis a contar da
intimação do ato ou da lavratura da ata. Além disso, como o
procedimento já foi homologado, gerando direitos subjetivos ao
pretendente ao contrato, soma-se a este dispositivo o art. 49, § 3.º,
que garante o contraditório no caso de desfazimento de licitação, no
caso, por revogação ou anulação.
• Nos termos do § 1.º do art. 49 da Lei de Licitações, a
anulação do procedimento não gera obrigação de indenizar,
ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 59, vale dizer,
quando a ilegalidade for imputável à própria Administração,
oportunidade que deverá promover a responsabilidade de quem lhe
deu causa.
• Não se confunde a adjudicação com eventual direito de
contratar. A adjudicação, então, gera mera expectativa de direito ao
vencedor da licitação quanto à contratação futura: se alguém tiver de
ser contratado em razão de uma licitação, será o licitante vencedor.
O contrato, em si, é uma decorrência da adjudicação do processo
licitatório, ou seja, é consequência, não se confundindo com o ato
que o antecedeu, a adjudicação. Agora, é só dissertar!

PROPOSTA DE SOLUÇÃO
Na situação hipotética, o estado-membro S, depois de homologado e
adjudicado o objeto da licitação à empresa R, vencedora do certame,
decidiu pela anulação do procedimento licitatório, haja vista a
constatação de irregularidade, porém não imputável à Administração.
Inconformada, a empresa R impetrou mandado de segurança, suscitando o
dever de contratar da Administração ou, alternativamente, o
reconhecimento do direito à indenização pelos prejuízos suportados.
O primeiro argumento, em desfavor da concessão da segurança, é o
de que a Administração Pública pode tanto revogar (razões de interesse

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público) como anular o procedimento de licitação sempre que verificar a


presença de ilegalidades, nos termos do art. 49 da Lei 8.666/1993 e da
Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal (STF), a qual faz alusão ao
princípio da autotutela.
No caso, a anulação dar-se-ia de ofício ou por provocação,
mediante parecer escrito e devidamente fundamentado, precedida, em todo
caso, do contraditório e da ampla defesa, como determina o art. 109, I,
“c”, da Lei de Licitações, combinado com o art. 49, § 3.º, da mesma Lei.
No entanto, nos termos do § 1.º, do art. 49, da Lei de Licitações, a
anulação do procedimento não gera obrigação de indenizar, a não ser que
a ilegalidade fosse imputável à própria Administração, o que não ocorreu
na situação apresentada.
O segundo argumento é o de que a adjudicação da licitação não se
confunde com o direito de contratar. A adjudicação – última fase da
licitação – gera mera expectativa de direito ao vencedor da licitação
quanto à contratação futura, como se depreende da leitura do RE 107.552
do STF. Dessa forma, mais uma vez, não merece prosperar a impugnação
da empresa.
Por todo o exposto, a considerar o dever-poder de a Administração
anular seus próprios atos, a inexistência de nulidades atribuídas à própria
Administração, a ausência de direito líquido e certo à contratação, haja
vista a adjudicação não acarretar direito subjetivo à contratação, conclui-
se que as razões de direito e de fato apresentadas pela impetrante não
merecem chancela.

4. Petrobras 2010 – Advogado - CESGRANRIO


Considerando o regime jurídico da Petróleo Brasileiro S.A – Petrobras,
e com base em dispositivos da Lei do Petróleo e Decreto
regulamentador, redija um parecer explicando se é constitucional a
instituição de um procedimento licitatório simplificado para aquisição
de bens e serviços que, entre outros aspectos, estabeleça a utilização
de carta-convite para contratos que ultrapassem os limites de valores
previstos na Lei n.º 8.666/93.
Extensão máxima: 30 linhas.

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Orientações
A organizadora solicita-nos a elaboração de um parecer, peça
de natureza técnica. Como dito, reiteradas vezes, não é nosso
objetivo trabalharmos as peças técnicas, logo vamos nos restringir ao
conteúdo da questão em si.
Em termos de interpretação, o enunciado não gera
ambiguidades, é direto e não truncado. Cabe ao candidato dissertar
sobre a constitucionalidade de processo licitatório simplificado
para a Petrobras.
Seguem algumas dicas para a dissertação. Vejamos:
• O art. 173, § 1.º, da CF/1988, garante às empresas estatais maior
flexibilidade na contratação. No entanto, até o momento, não houve a
expedição de Lei nesse sentido, o que acarreta a aplicação da Lei
8.666/1993.
• Há entendimento doutrinário e jurisprudencial de que, apesar da
ausência de estatuto próprio de licitações, as empresas
governamentais acham-se dispensadas de licitar naquilo que diz
respeito à atividade finalística.
• A Lei 9.478/1997 e Decreto 2.745/1998 preveem um regime
simplificado de licitações para a Petrobras sem limite de valor para a
modalidade convite.
• O STF vem entendendo que o procedimento simplificado de
licitações da Petrobras não fere a Constituição Federal, uma vez que
em síntese a Petrobras deixou de deter o monopólio sobre o petróleo
desde a aprovação da Emenda Constitucional 9/1995.
Prontos? Agora é só dissertar!

Proposta de solução
A partir da Constituição Federal de 1988, o procedimento de
licitação passou a ser norma impositiva para toda a Administração
Pública, direta e indireta, aqui incluídas as empresas governamentais,
como é o caso da sociedade de economia mista Petrobras. Contudo, nem
todas as pessoas do Estado acham-se presas à literalidade dos dispositivos
da Lei 8.666/1993.
Com efeito, a própria Constituição, com redação oferecida pela EC
19/1998, prescreve a possibilidade de um tratamento diferenciado para as

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empresas estatais que atuam excepcionalmente no mercado, em


concorrência com as demais, permitindo-lhes adotar um estatuto jurídico
próprio de licitação, menos rígido que a Lei 8.666/1993, observados os
princípios da administração pública. Porém, a pretendida flexibilização
não foi totalmente implementada, porque o estatuto próprio de licitações
das empresas governamentais, em geral, depende do advento de lei, ainda
não editada.
A despeito da ausência de estatuto próprio, em especial, em se
tratando de aquisição de bens diretamente relacionados à atividade-fim
dessas estatais, o Tribunal de Contas da União (TCU) firmou entendimento
de que a licitação não será necessária toda vez sua realização constituir
obstáculo intransponível à atividade negocial dessas entidades, pois
submetê-las aos rigores da norma geral de licitações e contratos traduzir-
se-ia em flagrante desvantagem em relação às demais, que adquirem seus
bens sem maiores formalidades, e, portanto, de forma mais célere.
Demais essa interpretação do TCU em favor da constitucionalidade
de parte dos procedimentos simplificados adotados pela Petrobras,
destaca-se que, mais recentemente, o Supremo Tribunal Federal
reconheceu, liminarmente, que o procedimento simplificado de licitações
da Petrobras não fere a Constituição Federal, uma vez que, em síntese, a
Petrobras deixou de deter o monopólio sobre o petróleo desde a aprovação
da Emenda Constitucional 9/1995.
Desde então, a empresa passou a atuar em um ambiente de livre
concorrência, o que acabou sendo explicitado na Lei 9.478/1997. Foi esta
lei que excluiu a Petrobras do sistema de licitação e contratação imposto
pela Lei 8.666/1993, autorizando a União Federal a definir procedimento
licitatório simplificado mediante decreto.
Por todo o exposto, o procedimento simplificado instituído pelo
Decreto 2.745/1998, para a aquisição de bens e de serviços da Petrobras,
atende os ditames constitucionais, sendo lícita a adoção de carta-convite
para contratos com limites superiores àqueles estabelecidos na Lei
8.666/1993.

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5. INCRA 2010 – Área Direito – CESPE


O governo deve economizar 20% na compra de remédios com pregão
eletrônico: o valor gasto pelo governo com a compra de
medicamentos pelo Sistema Único de Saúde deverá diminuir cerca de
20% com o uso de pregão eletrônico. A estimativa do Ministério do
Planejamento é que ocorra uma economia de cerca de R$ 1,3 bilhão
por ano.
Internet:<www.parana-online.com.br> (com adaptações).

Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter


unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do
seguinte tema.
PREGÃO ELETRÔNICO
Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes
aspectos:
• obrigatoriedade ou não do pregão eletrônico nas aquisições
realizadas pela união;
• obrigatoriedade ou não do pregão eletrônico nas aquisições
realizadas por entes públicos ou privados que recebem
repasse voluntário de recursos da união em razão de
convênios ou instrumentos congêneres;
• possibilidade ou não de contratação de serviços de engenharia
por meio de pregão;
• possibilidade ou não de contratação de bens e serviços de
tecnologia da informação por meio de pregão.
Extensão máxima: 30 linhas.

Orientações
Em matéria de licitações, a expectativa para as provas
subjetivas e objetivas é sempre a cobrança de questões versando
sobre a mais nova modalidade de licitação: o pregão. Na presente
questão, a organizadora, depois de texto motivador sobre o pregão,
apresenta-nos, gentilmente, um roteiro, ou seja, determinados
aspectos sobre o pregão eletrônico a serem trabalhados ao longo da
dissertação.
O enunciado, em si, não gera qualquer problema de
interpretação, isso porque se solicita uma discursiva acerca do pregão

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eletrônico. A maior dificuldade dos candidatos será, sempre, a


organização dos quesitos propostos pela banca, oportunidade que
ganha relevo a separação, no dia de prova, de preciosos minutos
para o adequado planejamento: a) como começar? b) por onde
começar; c) trabalhar qual dos quesitos, em que ordem? d) seguir a
ordem proposta pela organizadora?
Essas e outras perguntas surgirão no derradeiro dia da prova,
mas fiquem tranquilos, não existe, a priori, uma fórmula mágica ou
“varinha de condão” ou uma “receita de bolo” para as dissertações,
cada candidato tem o seu estilo de escrever, nem sempre a ordem
dos quesitos é a mais lógica, sendo de vital importância que os
quesitos sejam trabalhados expressamente, afinal os corretores
vasculharão, ao longo da dissertação, os aspectos sugeridos.
Vejamos uma possível paragrafação, com cinco a seis linhas por
parágrafo:
1.º Parágrafo (introdução) – cabe a exposição de que, ao
lado das modalidades estabelecidas na Lei de Licitações, a Lei
10.520/2002 instituiu, nacionalmente, o pregão. Importante
destacar, desde o início, que o pregão assume duas formas: a
presencial e a eletrônica, de modo a antecipar o tema da dissertação:
o pregão eletrônico.
2.º Parágrafo (desenvolvimento – obrigatoriedade do
pregão na esfera federal) – o candidato pode esclarecer que o
pregão é de uso facultativo (discricionário), nos termos da Lei
10.520/2002, mas, em âmbito federal, tornou-se obrigatório sob a
forma presencial, sendo preferencial o uso eletrônico. Pode apontar,
ainda, que o pregão tem gerado economia de recursos públicos.
3.º Parágrafo (desenvolvimento – serviços de
engenharia) – é importante que o candidato estabeleça sempre um
link (uma interligação) entre os parágrafos. O trecho final do 2.º
parágrafo pode servir de início do 3.º parágrafo (e assim
sucessivamente), por exemplo: esclarecimentos de que a economia
tem limites, porque o campo de aplicação do pregão se restringe aos
serviços/bens comuns, antecipando que determinados serviços de
engenharia podem ser contratados por pregão eletrônico.
4.º Parágrafo (desenvolvimento – tecnologia da
informação) – o candidato, mais uma vez, deve estabelecer um
link. Como, no parágrafo anterior, falou-se na contratação de

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serviços de engenharia, é possível a seguinte construção: “além dos


serviços de engenharia, (...).”
5.º Parágrafo (desenvolvimento-conclusão – instituições
públicas e privadas que recebam transferências voluntárias e
o uso do pregão) – nesta última fase, dois Decretos Federais podem
ser destacados: 5.504/2005, o qual obriga que entidades adotem o
pregão, ao receberem recursos voluntários, e o 6.170/2007, que
faculta a simples cotação prévia de preço pelas entidades que
recebam dinheiros por meio de convênios. Agora é com vocês!
Dissertem!

Proposta de solução
Ao lado das modalidades de licitação previstas na Lei 8.666/1993,
concorrência e convite, por exemplo, a Lei 10.520/2002 instituiu o pregão,
procedimento administrativo que é aplicável por toda a Administração
Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios.
Apesar de facultativo nos termos da norma nacional, tratando-se de
instituições federais, o uso do pregão é obrigatório, sendo preferencial sua
realização com o uso da tecnologia da informação, ou seja, pela internet, o
dito pregão eletrônico. Ressalte-se que quando for inviável o pregão
eletrônico, isso deve ser adequadamente justificado pela instituição
promovedora do certame, nos termos do Decreto 5.450/2005, haja vista a
economia e a eficiência gerada na aplicação dos recursos públicos.
No entanto, a economia gerada e a celeridade garantida pelo
pregão eletrônico têm limites, afinal referida modalidade de licitação se
restringe à aquisição de bens e serviços comuns, definidos como aqueles
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.
Esclareça-se que, no Decreto Federal 3.555/2000, há rol não exaustivo de
serviços comuns, a exemplo da contratação de serviços de manutenção de
imóveis, os quais podem ser considerados serviços de engenharia.
Todavia, essa permissão não se estende às contratações de obras de
engenharia, segundo o art. 6.º do Decreto Federal 5.450/2005.
Além dos serviços de engenharia, podem ser enquadrados os bens e
serviços de tecnologia da informação como passíveis de aquisição por

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meio do pregão eletrônico, desde que compreendidos no conceito de


comuns, a despeito de o critério de julgamento do pregão ser o de menor
preço. Nesse caso, em havendo equivalência das condições propostas pelos
licitantes, será dada preferência a bens e serviços comuns e fornecidos por
empresas que cumpram o processo produtivo básico.
Por fim, assinala-se que o sucesso do pregão eletrônico na esfera
federal foi tanto, a ponto de o Decreto 5.504/2005 torná-lo obrigatório
para as entidades de direito público ou privado que recebam recursos
voluntários da União. Todavia, com a edição do Decreto 6.170/2007, as
entidades de direito privado, desprovidas de intuito lucrativo, quando
receberem recursos públicos federais por meio de convênios ou outras
transferências voluntárias, obrigam-se a proceder, no mínimo, a cotações
prévias de preço para firmarem contratos com recursos públicos recebidos
da União, mas não a licitarem na forma da Lei 8.666/1993 ou da Lei
10.520/2002, o que se alinha, inclusive, às decisões proferidas pelo
Tribunal de Contas da União.

6. Caixa Econômica 2009 – Advogado – CESGRANRIO


Autarquia federal celebrou convênio de cooperação técnica com
instituição brasileira, sem fins lucrativos, incumbida estatutariamente
do desenvolvimento institucional, tendo por objeto a implementação
e o gerenciamento de programa de gestão da folha de pagamento
dos servidores vinculados à autarquia, mediante o pagamento de
uma taxa de administração.
Emita parecer abordando a juridicidade da celebração do convênio.
Extensão máxima: 50 linhas.

Orientações
A professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, em sua obra
“Parcerias na Administração Pública”, esclarece a diferenciação entre
as formas de ajuste ora examinadas mediante a apresentação
pontual das características básicas dos convênios. Confira-se:
“a. os entes conveniados têm objetivos institucionais comuns e
se reúnem, por meio do convênio, para alcançá-los; (...)

b. os partícipes do convênio têm competências institucionais


comuns; o resultado alcançado insere-se dentro das atribuições de
cada qual;

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c. no convênio, verifica-se a mútua colaboração, que pode assumir


várias formas, como repasse de verbas, uso de equipamentos, de
recursos humanos e materiais, de imóveis, de know-how ou outros;
por isso mesmo, no convênio não se cogita de preço ou
remuneração;”

A partir da doutrina citada, pode-se afirmar que nos contratos,


diferentemente dos convênios, o que se tem são obrigações
recíprocas, ou seja, interesses relativamente opostos, contrários. Daí,
a razão do próprio nome contrato.
Interessante registrar, ainda, que enquanto os contratos são,
no mais das vezes, antecedidos de licitação, os convênios não o
serão. Assim, usar um “convênio” em lugar de contrato traz a
vantagem, no caso, irregularidade, de a Administração não estar
submissa ao dever de licitar. Esta distinção é fundamental para a
resolução da questão, que é apresentada a seguir e foi construída a
partir do espelho de correção da organizadora.

Proposta de solução
Os convênios têm em comum com o contrato tão somente o fato de
serem acordos de vontade. Cada qual, porém, apresenta características e
tratamento próprios, sendo que o principal elemento de distinção concerne
aos interesses das partes, que, no contrato, são opostos e contraditórios,
ao passo que no convênio, são convergentes e paralelos. No contrato, as
partes têm interesses opostos: o ente pagador deseja a prestação dos
serviços, o fornecimento de um bem ou a execução de uma obra, enquanto
que o prestador de serviços/vendedor/empreiteiro tem o foco na
remuneração.
A partir da leitura do objeto contratual, conclui-se, sem maiores
dificuldades, que o ajuste entre a Autarquia federal e instituição brasileira,
sem fins lucrativos, não pode ser caracterizado como verdadeiro convênio.
Ao contrário disso, trata-se de contrato travestido de convênio, em que a
obrigação principal do ente público é repassar os recursos financeiros
necessários à execução do objeto e fiscalizá-lo e, em contrapartida, a
obrigação da entidade privada é executar o objeto contratual.
Nesse contexto, no presente caso, não restam dúvidas de que não se
cogita de mera transferência de recursos vinculada à consecução de objeto
específico comum, mas, ao contrário, trata-se de relação tipicamente

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sinalagmática, em que indisfarçavelmente a autarquia pretende a


prestação de serviços por parte da instituição conveniada e, pretendendo
burlar o necessário procedimento licitatório que deveria preceder o ajuste,
fê-lo atribuindo-lhe o “nomen juris” de convênio.
O fato de ao ajuste ter sido atribuída a denominação de convênio
absolutamente não tem o condão de desnaturar a sua verdadeira essência
contratual. Nesse sentido, é suficiente reportar-se à norma do artigo 2.º,
parágrafo único, da Lei de Licitações e Contratos Administrativos.
Por outro lado, tampouco serve de fundamento para sustentar-se a
legalidade da celebração do “convênio” a hipótese de contratação direta
prevista no artigo 24, inciso XIII, da Lei 8.666/1993. Isso porque a
possibilidade de dispensa de licitação contemplada naquele dispositivo
legal pressupõe a observância dos requisitos exigidos pelo artigo 26 do
diploma, mediante a formalização de um procedimento de dispensa de
licitação em que a autoridade administrativa deve evidenciar a hipótese de
contratação direta, a razão da escolha do executante, bem como a
justificativa do valor contratual, no caso, a taxa de administração.
A conclusão a que se chega, portanto, é de ilegalidade do convênio
examinado, por violação ao princípio licitatório.

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Orientações de Direito Constitucional – Prof. Cyonil Borges

7. STJ 2012 – Analista – CESPE


Redija, de forma fundamentada, um texto dissertativo acerca da
inviolabilidade domiciliar, garantida pela Constituição Federal no art.
5.º, inciso XI. Em seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes
aspectos:
- conceito de domicílio para a Constituição Federal;
- autoridades com poder de ordenar a violação domiciliar;
- hipóteses de admissibilidade de violação domiciliar.
Extensão máxima: 30 linhas.

Orientações
Questão simples e objetiva. De acordo com o art. 5º, XI da CF,
a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
sem consentimento do morador, salvo em flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial.
O conceito de casa abrange também os locais ocupados de
habitação coletiva e os compartimentos privados não abertos ao
público, como escritórios profissionais.
Somente autoridades judiciais podem determinar a
inviolabilidade domiciliar.
Essas são as considerações a serem feitas.
PARAGRAFAÇÃO
Vamos ao roteiro:
1º PARÁGRAFO (introdução) – introdução sobre a casa ser
asilo inviolável. Pode ser parte da descrição do art. 5º, XI da CF.
2º PARÁGRAFO (desenvolvimento – Conceito
constitucional de casa) – discorrer sobre o conceito de casa.
3º PARÁGRAFO (desenvolvimento – hipóteses de
possibilidade de violação domiciliar) – listar as hipóteses
constitucionais de violação domiciliar.
4º PARÁGRAFO (desenvolvimento – autoridades que
podem ordenar a violação domiciliar) – citar as autoridades que

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podem ordenar a violação domiciliar.


5º PARÁGRAFO (conclusão) – dar um fechamento à
dissertação.
Vejamos uma possível solução.

Proposta de solução
De acordo com o art. 5º, XI da Constituição Federal, a casa é asilo
inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo alguns casos constitucionalmente estabelecidos.
Segundo a doutrina, o conceito de domicílio para a Constituição
Federal abrange não só a residência, mas qualquer local ocupado de
habitação coletiva e compartimento privado não aberto ao público, onde é
exercida alguma profissão ou atividade. Como exemplo, tem-se os
escritórios de advocacia.
A garantia de inviolabilidade domiciliar não é absoluta, podendo ser
relativizada em caso de flagrante delito, ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.
Assim, salvo o caso de flagrante delito, desastre ou para prestar
socorro, apenas as autoridades judiciais podem ordenar a violação
domiciliar, e apenas durante o dia.
Por fim, percebe-se que a inviolabilidade domiciliar é um direito
individual, mas como tal, não é absoluto, sendo excepcionado nas
hipóteses constitucionais acima descritas.

8. MPDFT 2003 – Promotor de Justiça Adjunto


Diferencie a eficácia horizontal da eficácia vertical dos direitos
fundamentais. No Brasil, há casos de eficácia horizontal dos direitos
fundamentais? Caso afirmativo, cite uma hipótese? Caso negativo,
justifique os limites absolutos de sua aplicação no Direito
Constitucional Brasileiro?
Extensão máxima: 20 linhas.

Orientações
Inicialmente, é preciso lembrar que os direitos fundamentais
nasceram para proteger o indivíduo contra os abusos do Estado. É a
ideia dos direitos fundamentais agindo como direitos de defesa do

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indivíduo face às arbitrariedades do Estado, impondo-lhe um dever de


abstenção, necessário ao exercício do direito à vida, à liberdade, à
propriedade, à igualdade, entre outros direitos genericamente
referidos como civis e políticos.
Cabe assinalar que mesmo para os direitos fundamentais
sociais, mediante os quais se busca assegurar ao indivíduo um
patamar mínimo de prestações materiais para que ele possa se
desenvolver (por exemplo, saúde, educação, moradia e trabalho), é o
Estado que aparece como principal destinatário, assumindo
obrigações positivas.
É por isso que tradicionalmente se afirma que os direitos
fundamentais são dotados de eficácia vertical, na medida em que
incidem na relação entre Estado e particular.
Todavia, a doutrina evoluiu e passou a admitir a aplicação
direta desses direitos sobre relações tipicamente privadas, ou seja,
envolvendo apenas particulares. Daí resulta o emprego da
terminologia “eficácia horizontal”. A advertência que se faz é no
sentido de que haja cautela no emprego dos direitos fundamentais às
relações privadas, com vistas a não comprometer o princípio da
autonomia da vontade e a noção de igualdade, a não ser quando a
atenuação seja justificável do ponto de vista da razoabilidade.
Não é por outra razão que a teoria da aplicação dos direitos
fundamentais às relações privadas tem encontrado maior
receptividade nas situações envolvendo atividades que tenham, com
bem ensina o professor Pedro Lenza, um “certo” caráter público, por
exemplo, em escolas (matrículas), clubes associativos, relações de
trabalho, etc.
Podemos citar como caso paradigma de eficácia horizontal dos
direitos fundamentais a decisão proferida pelo Supremo Tribunal
Federal no julgamento do RE 201819/RJ (Informativo n. 404 do STF).
Discutiu-se ali a legitimidade da decisão da União Brasileira de
Compositores – UBC, sociedade civil sem fins lucrativos, dotada de
personalidade jurídica de direito privado, de excluir associado de seus
quadros, sem lhe garantir, contudo, oportunidade de defender-se das
acusações e de realizar possíveis provas em seu favor.
Segundo entendimento da Relatora, Ministra Ellen Gracie, a
controvérsia envolvendo a exclusão de sócio de entidade privada
deveria ser resolvida a partir das regras do estatuto social e da

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legislação civil em vigor, já que cada indivíduo, ao ingressar numa


sociedade, conhece suas regras e seus objetivos, aderindo a eles. Por
isso, posicionou-se no sentido de não acolher a pretensão do sócio
excluído de reingressar nos quadros da UBC, pois não vislumbrara
ofensa ao princípio constitucional da ampla defesa.
Ocorre, no entanto, que a tese vencedora foi aquela
capitaneada pelo Ministro Gilmar Mendes, para quem as
peculiaridades do caso concreto tornariam imperiosa a observância
das garantias constitucionais do devido processo legal, do
contraditório e da ampla defesa (art. 5°, LIV e LV, da CF). Em seu
voto, o ilustre Ministro destaca, inicialmente, que a própria história do
desenvolvimento dos direitos fundamentais não autorizaria a
conclusão em favor de uma aplicação direta e imediata desses
direitos às relações privadas. Isso porque o dever que se pretende
impor a uma das partes de observar os direitos fundamentais poderia
de algum modo fragilizar o princípio da autonomia da vontade e a
idéia de igualdade. Nesse sentido, a associação teria autonomia para
gerir a sua vida e a sua organização, incluindo a faculdade de
escolher com quem se associar, com poder de exclusão dos membros
indesejados.
Muito embora tais considerações soem como regra, o Ministro
Gilmar Mendes bem advertiu que o direito de associação não é
absoluto e comporta restrições, orientadas para o prestígio de outros
direitos também fundamentais. Enfatizou que naquele caso a
exclusão unilateral seria especialmente gravosa porque a condição de
integrante da entidade talvez fosse o único meio de garantir a
subsistência do associado atinente à percepção dos valores
pecuniários relativos aos direitos autorais decorrentes das
composições, sendo que a vedação das garantias constitucionais de
defesa poderia acabar por lhes restringir a própria liberdade de
exercício profissional. Entendeu, portanto, decisiva essa questão para
legitimar a aplicação direta a uma relação privada dos direitos
fundamentais concernentes ao devido processo legal, ao contraditório
e à ampla defesa (art. 5°, LIV e LV, da CF) ao processo de exclusão
de sócio de entidade.

Proposta de solução
A doutrina tradicional construiu o pensamento segundo o qual os
direitos fundamentais são exercidos pelo indivíduo contra o Estado, seja

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para impor-lhe um dever de abstenção, seja para obrigar-lhe a garantir


um patamar mínimo de prestações materiais necessárias a uma vida digna.
Resulta daí a concepção clássica de que a incidência de tais direitos
estaria reservada às relações jurídicas marcadas pela verticalidade, ou
seja, aquelas que envolvem o Estado e o particular, não assumindo maior
relevância para as relações de caráter puramente privado.
Nesse contexto, o receio é o de que a aplicação dos direitos
fundamentais às relações privadas venha a suprimir ou restringir em
demasia o princípio da autonomia privada. Todavia, a doutrina evoluiu e
passou a admitir a aplicação direta desses direitos às relações privadas, as
quais contam somente com a presença de particulares. Daí resulta o
emprego da terminologia “eficácia horizontal”.
É certo, contudo, que a incidência dos direitos fundamentais às
relações privadas não pode ocorrer de forma indiscriminada, sob pena de
injustificadamente comprometer o princípio da autonomia da vontade e a
noção de igualdade, já que o reconhecimento do direito em favor de um
particular implica o sacrifício de faculdades do outro.
No Brasil, vem crescendo a aplicação dos direitos fundamentais às
relações privadas, em especial nos casos envolvendo atividades de feição
pública. Pode-se mencionar como caso paradigma de “eficácia
horizontal” o julgado do Supremo Tribunal Federal, por meio do qual se
determinou a reingresso de associado afastado dos quadros de sociedade
civil, tendo em vista que sua exclusão fora realizada sem observância dos
princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa.

9. IESES/CE 2011 – Titular de Serviços Notariais e Registrais


Dispõe o artigo 5º (Título II Dos Direitos e Garantias Fundamentais –
Capítulo I Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos), inciso
XXXIV, alínea “a”, da Constituição Federal: são a todos assegurados,
independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição
aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder. Discorra sobre o instituto ali previsto, abordando
clara e objetivamente os seguintes pontos:
a) Sua origem histórica;
b) Se possível a sua utilização como instrumento de defesa
jurisdicional;

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c) Se possível o seu manejo também por estrangeiros;


d) Se seu uso é restrito à defesa de direitos individuais, tão-
somente e;
e) Quais os destinatários da petição.
Extensão: mínimo de 15 e máximo de 30 linhas.

Orientações
A base doutrinária dessa questão encontra-se no livro de
autoria de Gilmar Ferreira Mendes e outros, Curso de Direito
Constitucional, 4ª ed., São Paulo: Saraiva, 2009, pp.611 e seguintes.
Não é uma questão fácil. Esse é um tema que gera muitas
dúvidas nos concursandos.
Como a questão solicitou muitas informações, temos que ser
mais objetivos. Inclusive, a objetividade foi destacada no enunciado
da questão.
Atenção para não se esquecer de discorrer sobre nenhum dos
pontos solicitados. Procure riscar os itens que você já tiver tratado,
como se fosse um check list.
PARAGRAFAÇÃO
Perceba que, mais uma vez, o roteiro foi traçado. Cumpre-nos,
portanto, a distribuição dos parágrafos que, nesse caso, fica fácil.
Vejamos:
1º PARÁGRAFO (introdução) – Como foi solicitada a origem
histórica. Nesse caso, por que não utilizar a própria introdução, com
modificações, no caso, de estilo.
2º PARÁGRAFO (desenvolvimento – instrumento de
defesa jurisdicional) – tratar sobre a possibilidade de utilizar o
direito de petição como instrumento de defesa jurisdicional.
3º PARÁGRAFO (desenvolvimento – manejo por
estrangeiros) – discorrer sobre a possibilidade de estrangeiros
também utilizarem esse direito.
4º PARÁGRAFO (desenvolvimento – se o uso é restrito à
defesa de direitos individuais) – argumentar se o uso desse
direito é restrito à defesa dos direitos individuais.
5º PARÁGRAFO (desenvolvimento – destinatários da

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petição) – tratar sobre os destinatários da petição.


6º PARÁGRAFO (conclusão) – fechamento da questão.
Aconselho evitar a conclusão-avanço [com ideias novas]. É
recomendável, a meu ver, a conclusão-retorno, ou seja, reportando-
se às ideias anteriores, sem inovações.

Proposta de solução
O direito de petição, que configura clássico direito fundamental,
possui origem no conhecido Bill of Rights inglês, datado de 1689,
resultado da Revolução Gloriosa, de 1688.
Esse direito, na verdade, consiste em importante instrumento de
defesa não jurisdicional dos direitos individuais, gerais ou coletivos, sendo
de índole administrativa.
Apesar de o caput do art. 5º da Constituição Federal dispor que os
direitos individuais se aplicam aos brasileiros e estrangeiros residentes no
país, o Supremo Tribunal Federal entende que os direitos individuais se
estendem aos estrangeiros, independentemente de residirem ou não no
país. Assim, por evidente, o direito de petição pode e é, de fato, exercido
tanto por nacionais como por estrangeiros.
O direito de petição presta-se, é notório, tanto à defesa de direitos
individuais contra eventuais abusos, como também para a defesa de
interesse geral e coletivo. Portanto, não se restringe apenas à defesa dos
direitos individuais.
A petição elaborada deve ser destinada ao órgão ou à autoridade
competente vinculado ao objeto do inconformismo manifestado pelo
peticionante.
Dessa forma, percebe-se a importância do direito de petição para defesa
contra o abuso de direito e a obtenção de informações, sendo um direito
fundamental positivado na atual Constituição da República.

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Orientações de Direito Previdenciário – Prof. Ali Jaha

Apresentação
Olá Concurseiro! =)
Meu nome é Ali, Engenheiro Civil de formação, Especialista em
Administração Tributária e em Gestão de Políticas Públicas. Sou
Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB) aprovado no
último concurso da instituição. Venho ministrando cursos de Direito
Previdenciário desde 2011 neste respeitado e conceituado site de
preparação para carreiras públicas, sendo esse o meu 7.º curso
ministrado.
Tenho uma boa experiência em concursos públicos, tendo sido
aprovado em alguns cargos antes de adentrar a Receita Federal do
Brasil, entre outros: Técnico Judiciário do TJ/PR, Técnicos de Suporte
em Infraestruturas de Transportes do DNIT, Analista de
Infraestruturas de Transporte do DNIT, Analista Judiciário do TRT-8 e
Analista de Orçamento do MPU.
Sobre o nosso curso de Técnicas e Temas para as Provas
Discursivas, estarei trazendo 18 Temas sobre Direito
Previdenciário, (conteúdo que se encontra embutido na disciplina
Direito Tributário), com as devidas Orientações Gerais e a
respectiva Proposta de Solução. Será um curso célere, com revisão
dos tópicos importantes, pois a essa altura dos acontecimentos,
pressupõe-se que você já tem amplo conhecimento de todas as
disciplinas, uma vez que venceu milhares de candidatos na primeira
fase e está caminhando, a passos largos, à segunda e derradeira fase
do certame. A vitória está próxima! =)
Sem maiores delongas, vamos à nossa aula! Bons Estudos! E
muito sucesso nessa Reta Finalíssima. =)

10. INÉDITA
“Embora a arquitetura da seguridade brasileira pós-1988 tenha a
orientação e o conteúdo daquelas que conformam o estado de bem
estar nos países desenvolvidos, as características excludentes do
mercado de trabalho, o grau de pauperização da população, o nível
de concentração de renda e as fragilidades do processo de
publicização do Estado permitem afirmar que no Brasil a adoção da
concepção de seguridade social não se traduziu objetivamente numa

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universalização do acesso aos benefícios sociais.”


Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter
unicamente motivador, disserte sobre a Seguridade Social,
abordando os seguintes aspectos:
a) Conceito e princípios constitucionais;
b) Financiamento;
c) Previdência Social;
d) Saúde e Assistência Social;
Extensão: de 40 a 60 linhas.

Orientações
Primeiramente, tome muito cuidado com os “textos
motivadores”. Eles geralmente não servem para muita coisa, exceto
atrapalhar você na hora organizar as suas ideias. Não o leve em
consideração! Leia o comando da questão e responda de forma
objetiva sempre!
No tema em questão, pede-se para dissertar sobre a
Seguridade Social abordando quatro tópicos. Nesse caso, aconselho
você a estruturar a sua redação com quatro parágrafos, separando
um parágrafo para cada tópico. Em provas de concurso, esqueça a
“fórmulinha” ensinada na 8.ª série de que o texto deve ter 3
parágrafos, sendo um de introdução, um de desenvolvimento e um
de conclusão. Responda o que foi solicitado no comando, de forma
objetiva, correta, organizada e com letra legível, isso vai te
garantir uma excelente nota. =)
Quantas linhas escrever? Observe que o comando é claro ao
definir o limite mínimo (40 linhas) e máximo (60 linhas). Nesse caso,
projete o seu rascunho para aproximadamente 50 linhas, pois ao
passar a limpo, se der um pouco a menos ou um pouco a mais, você
não será penalizado por não estar dentro dos limites. Procure deixar
todos os parágrafos com aproximadamente o mesmo tamanho, ou
seja, 4 parágrafos de 12 ou 13 linhas. No entanto, se algum deles
apresentar poucas linhas a menos ou linhas a mais, não haverá
problema! O que não pode é deixar o segundo parágrafo com 2 linhas
e o terceiro com 20, entendeu? =)

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Sendo assim, vamos analisar e dar as devidas orientações


gerais para cada parágrafo de sua produção textual.
1.º Parágrafo: Existem vários conceitos sobre Seguridade Social
na doutrina pátria, mas aconselho adotar o conceito presente no Art.
194 da CF/1988:
A seguridade social compreende um conjunto
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos
e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos
relativos à saúde, à previdência e à assistência
social.

Tem que decorar? Não precisa decorar palavra por palavra, mas
é interessante ter a ideia central em mente. =)
E os princípios constitucionais da Seguridade Social? Preciso
lembrar-me de todos? Explanar sobre cada um deles? Citar todos ou
pelo menos os principais é ponto positivo para a sua prova. Explanar
sobre cada um é desnecessário, pois não é uma avaliação específica
sobre princípios constitucionais, logo, não precisa apresentar um
grande aprofundamento sobre o tema. Para você relembrar, são
esses os princípios:

1 UCA Universalidade da cobertura e do atendimento

Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços


2 UEBS
às populações urbanas e rurais

Seletividade e distributividade na prestação dos


3 SDBS
benefícios e serviços.

4 IRRVB Irredutibilidade do valor dos benefícios.

5 EFPC Equidade na forma de participação no custeio.

6 DBF Diversidade da base de financiamento.

Caráter democrático e descentralizado da


administração, mediante gestão quadripartite, com
7 DDQ
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

2.º Parágrafo: Nesse ponto, é importante ressaltar que a

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Seguridade Social será financiada pelo Estado e pela Sociedade, ou


seja, há uma divisão do ônus, como podemos observar no Art. 195
da CF/1988:
A seguridade social será financiada por toda a sociedade,
de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante
recursos provenientes dos orçamentos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
contribuições sociais.

Preciso decorar? Não! Você não precisa citar nenhum artigo


legal em sua literalidade, basta compreender a ideia central e
descreve-la no papel. Aconselho você saber o número e o ano de
alguns atos normativos (Estatuto do Servidor Federal, Código
Tributário Nacional, Constituição Federal, etc.), para poder cita-los na
prova. Mas acho que você, depois de milhares de horas estudando
para a prova objetiva, não terá problemas com isso, já conhece
todas! =)
3.º Parágrafo: Como você sabe, a Seguridade Social é divida
em Previdência Social, Assistência Social e Saúde. Esse parágrafo
será todo dedicado à Previdência. Logo, lembre-se do disposto no Art.
201 da CF/1988:
A previdência social será organizada sob a forma de regime
geral (RGPS), de caráter contributivo e de filiação
obrigatória, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial.

A ideia da Previdência Social é equivalente a de uma


contratação de seguro comum, como dos veículos, por exemplo. Você
compra um veículo e faz o seguro, pagando um valor estipulado por
ano, e caso sofra algum sinistro ou roubo, o seguro “cobre” essa
ocorrência. Quando o segurado contribui para a Previdência, ele está,
em tese, contratando um seguro. Logo, quando ocorrer algum
sinistro (idade avançada, invalidez ou morte, por exemplo), estará
coberto pelos benefícios previdenciários. Essa é a ideia central!
4.º Parágrafo: O último parágrafo deve ser separado para
tratar das outras duas áreas da Seguridade Social: Saúde e
Assistência Social. Como a questão deixou esses dois tópicos dentro
de um item apenas, disserte aproximadamente metade do parágrafo
sobre um assunto e a outra metade sobre o outro. Não escreva 12
linhas sobre Assistência Social e apenas 3 linhas sobre Saúde, prefira

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escrever 8 linhas sobre Assistência e 7 linhas sobre Saúde,


aproximadamente. Isso demonstra equilíbrio de conhecimentos por
parte do candidato, além de transparecer que você conhece os dois
assuntos abordados.
Lembre-se dos seguintes dispostos constitucionais:
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que
visem à redução do risco de doença e de outros agravos e
ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para
sua promoção, proteção e recuperação.

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela


necessitar, independentemente de contribuição à
seguridade social.

Na parte de Saúde, transcorra superficialmente sobre o SUS, se


achar necessário, e explique que qualquer pessoa, independente de
classe social ou situação financeira, tem direito à saúde. Quanto à
Assistência Social, devida somente aos que dela necessitem, discorra
sobre o direito que estes possuem (crianças carentes, portadores de
deficiência e idosos sem condições de se sustentarem, etc.).

Proposta de solução
A Seguridade Social, conforme dispõe a Constituição Federal de
1988 (CF/1988), é definida como um conjunto integrado de ações de
iniciativa dos Poderes Públicos (Estado) e da Sociedade, destinadas a
assegurar aos indivíduos as seguintes proteções sociais: Saúde,
Previdência Social e Assistência Social. Por sua vez, a Seguridade Social
será organizada pelo Estado por meio de lei ordinária e deverá obedecer
alguns princípios constitucionais, que garantem o bom funcionamento do
sistema securitário brasileiro. Entres os princípios da Seguridade Social
expressos na CF/1988, podemos citar os seguintes: Princípio da
Universalidade da Cobertura e do Atendimento, Princípio da Seletividade
e Distributividade, Princípio da Equidade na Forma de Participação no
Custeio e o Princípio da Diversidade da Base de Financiamento.
Quanto ao financiamento, a Seguridade Social será financiada por
toda a Sociedade, de forma direta e indireta, e pelo Estado, nos termos da
Lei n.º 8.212/1991, que define o Plano de Custeio da Seguridade Social.
Tal financiamento será realizado pelos recursos provenientes dos

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orçamentos de todos os entes políticos (União, Estados Membros, Distrito


Federal e Municípios) e das contribuições sociais devidas pelas empresas,
empregadores e trabalhadores, sendo que essas contribuições apresentam
valores pecuniários mais elevados às empresas em detrimento aos valores
devidos pelos trabalhadores, em razão do Princípio Constitucional da
Equidade na Forma de Participação no Custeio.
A Previdência Social, segundo a CF/1988, será organizada sob a
forma de Regime Geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,
sendo que tal regime deverá observar os critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário. Por seu turno, a
Previdência Social é um direito social devido apenas aos indivíduos que
contribuem para o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), não sendo
devido nenhum benefício previdenciário para os indivíduos não
contribuintes do RGPS. Ressalta-se que os benefícios previdenciários
fazem frente às situações de necessidade do cidadão, como os casos de
doenças, de idade avançada, de desemprego e de reclusão.
A Saúde é direito de todos e dever do Estado, ou seja, conforme
disposição constitucional e legal, qualquer pessoa terá direito a saúde e,
consequentemente, de ser atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS),
independentemente de suas condições econômicas ou sociais. Por essa
razão, tem-se que a todos os indivíduos é garantido o acesso universal e
igualitário às ações e serviços de Saúde, conforme dispõe a CF/1988. Por
sua vez, a Assistência Social, segundo disposição constitucional, será
prestada somente aos indivíduos que dela necessitar, ou seja, somente as
pessoas necessitadas terão direito a essa proteção social, como as crianças
carentes, os portadores de deficiência e os idosos sem condições de
garantir seu próprio sustento. Por fim, ressalta-se que tanto a Saúde
quanto a Assistência Social são duas formas de proteção não contributivas,
ao contrário da Previdência Social.

11. INÉDITA
“Os beneficiários da Previdência Social são os segurados e seus
dependentes. Os segurados podem ser obrigatórios, quando exercem
atividade remunerada vinculada ao Regime Geral de Previdência
Social - RGPS, ou facultativos, quando contribuem de forma
facultativa para a Previdência Social.”

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Disserte sobre os Segurados da Previdência Social, abordando os


seguintes aspectos:
a) Segurados do RGPS;
b) Empregados;
c) Empregados Domésticos;
d) Contribuintes Individuais;
e) Trabalhadores Avulsos;
f) Segurados Especiais;
g) Segurados Facultativos.
Extensão: de 40 a 60 linhas.

Orientações
Mais uma vez, leia o texto motivador e esqueça-o! Observe que
o comando pede para você dissertar sobre Segurados da Previdência
Social abordando 7 tópicos distintos. Como de costume, vamos dividir
o nosso rascunho em 7 parágrafos de 7 linhas aproximadamente (50
linhas / 7 parágrafos  7 linhas por parágrafo). Ahhh... E se a questão
não trouxesse essa separação em tópicos? E se fosse uma questão
única sem divisões? Nesses casos, aconselho a você, antes de
elaborar o rascunho, preparar uma estrutura em tópicos do assunto
cobrado na questão da seguinte forma:
Tópico 1: Conceito legal;
Tópico 2: Aplicação ao caso concreto;
Tópico 3: Especificidades;
Tópico 4: Ressalvas.
Essa estrutura é só um exemplo, você pode abrir menos ou
mais tópicos! No exemplo, você pegou uma questão única e “abriu”
em quatro tópicos. Agora é só escrever um tópico por parágrafo e sua
produção textual estará excelentemente bem organizada e
estruturada (já ganhou muitos pontos com isso). =)
Dando continuidade, vamos analisar e dar as devidas
orientações gerais para cada parágrafo de sua produção textual.
1.º Parágrafo: Os segurados do Regime Geral de Previdência
Social (RGPS) se dividem entres segurados obrigatórios e
facultativos. Conforme dispõe a legislação previdenciária, o simples

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exercício de atividade remunerada enseja a filiação obrigatória ao


RGPS na condição de segurado obrigatório em uma de suas 5
classes: Contribuinte Individual (C), Trabalhador Avulso (A),
Empregado Doméstico (D), Empregado (E) e Segurado Especial (S),
formando o mnemônico CADES. E quem não recebe nenhuma
remuneração, mas deseja participar do RGPS, para ter o direito de
gozar dos benefícios da Previdência Social, pode ser segurado? Pode,
mas na condição de Segurado Facultativo (F). Com isso, temos o
mnemônico completo dos segurados do RGPS: CADES F.
2.º Parágrafo: A definição de Empregado tanto para a
legislação previdenciária quanto para a legislação trabalhista é
praticamente a mesma, conforme dispõe o Regulamento da
Previdência Social de 1999 (RPS/1999):
Aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural a
empresa, em caráter não eventual, sob sua
subordinação (jurídica) e mediante remuneração,
inclusive como diretor empregado.

O dispositivo supracitado traz apenas o principal


enquadramento de Segurado Empregado da legislação previdenciária,
existindo muitos outros. Porém, aconselho dissertar sobre essa
definição legal e, se achar necessário, informar que existem outros
enquadramentos. Vai uma dica! Um enquadramento legal para ser
citado é o caso do menor aprendiz! =)
3.º Parágrafo: A definição de Empregado Doméstico encontra-
se expressa na legislação previdenciária:
Pessoa física que presta serviço de natureza contínua,
mediante remuneração, a pessoa ou família, no âmbito
residencial desta, em atividade sem fins lucrativos.

Devemos ter em mente que não existe apenas um exemplo


sobre esse enquadramento, a empregada doméstica. Temos também
o motorista que presta serviço de natureza contínua, mediante
remuneração, para família (esposa e filhos de um fazendeiro, por
exemplo) no âmbito residencial (ele não trabalha com as atividades
da fazenda) e realiza uma atividade sem fins lucrativos (levar os
filhos do patrão para o colégio não caracteriza atividade lucrativa,
não para o patrão!). Há ainda o exemplo da cozinheira, “piscineiro”,
jardineiro, entre outros. Não há muito segredo nesse parágrafo. =)

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4.º Parágrafo: A legislação previdenciária traz dezenas de


enquadramentos distintos para o Segurado Contribuinte Individual.
As mais diversas atividades ou profissões podem ser enquadradas
como CI, como o Árbitro de Futebol, o Garimpeiro, O Ministro de
Confissão Religiosa, o Diretor Não Empregado, o Microempreendedor
Individual (MEI), o Comerciante Ambulante, o Condutor Autônomo, o
Médico Residente, o Incorporador Imobiliário, entre outros. O que
fazer nesse parágrafo diante de tanta riqueza de detalhes legais?
Lembrar-se dos enquadramentos que trazem a lógica por trás do
conceito de Contribuinte Individual! Que são:
Quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em
caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação
de emprego.

A pessoa física que exerce, por conta própria, atividade


econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou
não.

Disserte sobre a eventualidade na atividade, a falta de relação


de emprego/vínculo empregatício, do risco da atividade por conta
própria e cite alguns dos enquadramentos supracitados. Foque no
conceito jurídico e explane com alguns exemplos. Não tem erro!
5.º Parágrafo: Esse tipo de segurado é meio atípico, pois não
traz enquadramentos presentes no dia a dia da maioria dos
concurseiros. O que fazer se não conseguimos enxergar o
Trabalhador Avulso? Lembrar-se da definição legal:
Trabalhador Avulso é aquele que, sindicalizado ou não,
presta serviço de natureza urbana ou rural, a diversas
empresas, sem vínculo empregatício, com a
intermediação obrigatória do Órgão Gestor de Mão de
Obra (atividades portuárias), nos termos da Lei n.º
8.630/1993 (Lei dos Portos), ou do Sindicato da
Categoria (atividades não portuárias).

Basta explanar que essa classe trabalhadora presta suas


atividades sem vínculo empregatício, por meio do Órgão Gestor de
Mão de Obras (OGMO) no caso das atividades portuárias, e por meio
do Sindicato da Categoria, no caso das atividades não portuárias. Não
fique inventando exemplo de atividades que você não conhece.
Trazer o conceito legal de forma clara, objetiva e organizada vale
muitos pontos. Por sua vez, escrever sobre assuntos que você
desconhece, pode ser muito perigoso e custar muitos pontos

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também. Tenha cuidado!


6.º Parágrafo: Os Segurados Especiais são a classe mais
complexa de se estudar e entender durante os estudos de Direito
Previdenciário. São inúmeros detalhes, ressalvas e outros
pormenores difíceis de serem memorizados. Como dissertar 7 ou 8
linhas sobre esse tipo de Segurado? Novamente, tenha em mente a
ideia central, conforme dispõe o RPS/1999:
São segurados obrigatórios da previdência social
classificados na qualidade de segurado especial, a
pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado
urbano ou rural próximo que, individualmente ou em
regime de economia familiar, ainda que com o auxílio
eventual de terceiros, na condição de:
a) produtor, seja ele proprietário, usufrutuário,
possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados,
comodatário ou arrendatário rurais;
b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que
faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida,
e;
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior
de dezesseis anos de idade ou a este equiparado, do
segurado de que tratam as alíneas “a” e “b” deste inciso,
que, comprovadamente, tenham participação ativa nas
atividades rurais do grupo familiar.

Disserte sobre essa extensa definição, que você terá sucesso,


com certeza, em sua produção textual.
7.º Parágrafo: Lembrando-se da definição legal de segurado
Facultativo:
É segurado facultativo o maior de 16(dezesseis) anos
de idade que se filiar ao RGPS (Regime Geral de
Previdência Social), mediante contribuição, de 20% sobre o
salário de contribuição por ele declarado, desde que não
esteja exercendo atividade remunerada que o
enquadre como segurado obrigatório da previdência social.

Muitos concurseiros erroneamente acreditam que para filiar-se


ao RGPS, o indivíduo deve ter no mínimo 16 anos. Essa é a regra,
mas como toda regra, há exceção. O menor aprendiz pode ser
segurado empregado a partir dos 14 anos de idade. Cuidado com
essa informação!

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Para concluir o último parágrafo, e a sua produção textual, é


interessante citar alguns exemplos desse enquadramento, como a
Dona de Casa, o Síndico de Condômino não Remunerado e o
Estudante.

Proposta de solução
Os segurados do Regime Geral de Previdência Social (RGPS),
conforme dispõe o Regulamento da Previdência Social de 1999
(RPS/1999), são classificados em obrigatórios e facultativos. Todo
indivíduo que exerce atividade laboral remunerada é automaticamente
filiado ao RGPS na condição de segurado obrigatório em uma de suas
cinco classes: empregado, empregado doméstico, contribuinte individual,
trabalhador avulso ou segurado especial. Por seu turno, o cidadão que não
exerce atividade remunerada e deseja estar filiado ao RGPS, poderá
participar na condição de segurado facultativo.
O empregado é aquela pessoa física que presta serviço de natureza
urbana ou rural à empresa, em caráter contínuo (não eventual), sob
subordinação jurídica, mediante remuneração. Como pode ser observado,
o conceito jurídico de empregado é idêntico tanto no Direito
Previdenciário quanto no Direito do Trabalho. Por sua vez, o RPS/1999
traz inúmeras atividades e profissões que se enquadram no conceito de
segurado empregado, sendo interessante citar o caso do Menor Aprendiz,
que é aquele que, a partir dos 14 anos de idade, trabalha sujeito à
formação técnico-profissional.
O empregado doméstico é o indivíduo que presta serviço de natureza
contínua (não eventual), mediante remuneração, a outra pessoa física ou
família, no âmbito residencial, sem finalidade lucrativa. A priori, tem-se o
enquadramento clássico da empregada doméstica, que preenche
completamente os requisitos legais supracitados, mas ainda temos outras
atividades nesse rol de segurados, como é o caso do motorista particular
da família, que também é enquadrado como empregado doméstico, desde
que preencha todos os requisitos supracitados.
O Contribuinte Individual, em regra, é a pessoa física que presta
serviço, em caráter eventual a uma ou mais empresas, sem manter relação
de emprego. Também se enquadra nessa situação, o indivíduo que exerce,
por conta própria, assumindo o risco da atividade, atividade econômica

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com ou sem finalidade de lucro. Apesar das definições supracitadas,


retiradas da legislação previdenciária, existem dezenas de outras
atividades que se enquadram como Contribuinte Individual, a saber: O
Garimpeiro, O Microempreendedor Individual (MEI), o Incorporador
Imobiliário e o Médico Residente.
O trabalhador avulso, conforme o RPS/1999, é o indivíduo
sindicalizado ou não, que presta serviço a diversas empresas, sem vínculo
empregatício, com a intermediação do Órgão Gestor de Mão de Obra
(OGMO) nos casos de atividades portuárias, ou do Sindicato da Categoria
nos casos de atividades não portuárias. É um enquadramento muito
específico presente na legislação previdenciária, sendo aplicado,
geralmente, aos trabalhadores de área portuária.
O segurado especial é o trabalhador rural que exerce as suas
atividades em regime de economia familiar, com o eventual auxílio de
terceiros. Apesar de a legislação previdenciária apresentar inúmeras
nuances a respeito dessa classe de segurado, é importante ressaltar que as
principais atividades enquadradas nessa classe são: o produtor rural, o
pescador artesanal e o cônjuge, companheiro ou filho maior de 16 anos de
idade que auxilia nas atividades rurais.
Por fim, temos a figura do segurado facultativo. Maior de 16 anos
de idade que não exerce atividade laboral remunerada, mas se filia ao
RGPS por meio de contribuição social sobre o salário de contribuição por
ele declarado, respeitando os limites mínimos e máximos previstos na
legislação previdenciária. Entre as atividades enquadradas nessa classe,
temos a dona de casa, o síndico de condomínio não remunerado e o
estudante.

12. INÉDITA
“Para financiar a aposentadoria especial e os demais benefícios
concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa
decorrente dos riscos ambientais do trabalho, as empresas estão
obrigadas a contribuir para a Previdência Social mediante a aplicação
de alíquotas variáveis, de acordo com o grau de risco da atividade
preponderante, sobre o total da remuneração paga, devida ou
creditada a qualquer título, no decorrer do mês, ao segurado
empregado e ao trabalhador avulso.

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A legislação vigente prevê que o enquadramento é feito de acordo


com atividade econômica preponderante da empresa, devendo esse
enquadramento ser realizado mensalmente, sob responsabilidade
exclusiva da empresa. Para tanto, deve-se consultar a Relação de
Atividades Preponderantes e Correspondentes Graus de Risco,
elaborada com base na Classificação Nacional de Atividades
Econômicas, observando-se, entre outras disposições, que uma
empresa, com apenas um estabelecimento e uma única atividade
econômica será enquadrada na respectiva atividade”.
Disserte sobre a contribuição da empresa destinada ao financiamento
dos benefícios concedidos em razão do Grau de Incidência de
Incapacidade Laborativa decorrente dos Riscos Ambientais do
Trabalho, bem como a contribuição adicional da empresa destinada
ao financiamento da aposentadoria especial dos indivíduos sujeitos a
atividades que ensejem tal benefício previdenciário.
Extensão: de 15 a 30 linhas.

Orientações
Nesse tema, o comando veio em texto único, sem separação
por tópicos. O que fazer? Vamos realizar a nossa própria estruturação
em tópicos! Lendo o enunciado, podemos dividir a nossa produção
em duas, da seguinte maneira:
Tópico 1: Contribuição da empresa destinada ao financiamento
dos benefícios concedidos em razão do Grau de Incidência de
Incapacidade Laborativa decorrente dos Riscos Ambientais do
Trabalho (GILRAT);
Tópico 2: Contribuição adicional da empresa destinada ao
financiamento da aposentadoria especial dos indivíduos sujeitos
a atividades que ensejem tal benefício previdenciário (Adicional
GILRAT);
Realizada essa estruturação, como planejar o nosso rascunho?
Observe que estamos diante de um tema de 15 a 30 linhas, logo,
vamos planejar que a nossa produção textual terá algo próximo de 22
linhas (média entre 15 linhas e 30 linhas). Com isso, podemos
montar dois parágrafos com 11 ou 12 linhas cada.
Dando continuidade, vamos analisar e dar as devidas
orientações gerais para cada parágrafo de sua produção textual.

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1.º Parágrafo: A Contribuição da empresa destinada ao


financiamento dos benefícios concedidos em razão do Grau de
Incidência de Incapacidade Laborativa decorrente dos Riscos
Ambientais do Trabalho, conhecida simplesmente como GILRAT,
financia os benefícios decorrentes dos riscos ambientais do trabalho,
a saber: o Auxílio-Doença e a Aposentadoria por Invalidez.
O GILRAT financia os benefícios decorrentes dos riscos
ambientais de trabalho: Auxílio-Doença e Aposentadoria por
Invalidez. O enquadramento do GILRAT é realizado considerando
todos os empregados e avulsos presentes na empresa. O GILRAT
corresponde à aplicação das seguintes alíquotas sobre a remuneração
paga os segurados empregados (E) e trabalhadores avulsos (A) da
empresa:
1. 1% (um por cento) para a empresa em cuja atividade
preponderante o risco de acidente do trabalho seja
considerado leve;
2. 2% (dois por cento) para a empresa em cuja atividade
preponderante o risco de acidente do trabalho seja
considerado médio;
3. 3% (três por cento) para a empresa em cuja atividade
preponderante o risco de acidente do trabalho seja
considerado grave.

Esses percentuais serão definidos pela atividade preponderante


da empresa, ou seja, aquela atividade que agrupa mais
trabalhadores. E será apenas um percentual por empresa. Lembre-se
de que em uma metalúrgica, a atividade preponderante não é a da
secretária ou do office-boy, mas sim, as dos metalúrgicos =)
2.º Parágrafo: A Contribuição adicional da empresa destinada
ao financiamento da aposentadoria especial dos indivíduos sujeitos a
atividades que ensejem tal benefício previdenciário, conhecida
simplesmente como Adicional GILRAT, é um valor pago pela
empresa com intuito de financiar a Aposentadoria Especial dos seus
trabalhadores que exercem atividades especiais, ensejando
aposentadoria após 15, 20 ou 25 anos.
As alíquotas referentes ao Adicional GILRAT serão de 12 (doze),
9 (nove) ou 6 (seis) pontos percentuais, respectivamente, se a
atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa ensejar a
concessão de aposentadoria especial após 15 (quinze), 20 (vinte) ou

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25 (vinte e cinco) anos de contribuição. O Adicional GILRAT incide


exclusivamente sobre a remuneração do segurado sujeito às
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física,
ao contrário do GILRAT, que é pago sobre todas as remunerações
devidas pela empresa.

Proposta de solução
A Contribuição da empresa destinada ao financiamento dos
benefícios concedidos em razão do Grau de Incidência de Incapacidade
Laborativa decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho, conhecida
apenas por GILRAT, financiará os benefícios previdenciários decorrentes
dessas atividades (Auxílio-Doença e Aposentadoria por Invalidez) aos
funcionários que trabalham em empresas que apresentam riscos
laborativos. O GILRAT incidirá sobre a remuneração dos empregados e
trabalhadores avulsos a uma alíquota de 1%, 2% ou 3%, para as
atividades de risco de acidente leve, médio e grave, respectivamente. A
aferição desse risco é realizada pela empresa, considerando sua atividade
preponderante, ou seja, a alíquota refletirá a atividade que conta com o
maior número de trabalhadores envolvidos.
Por sua vez, a Contribuição adicional da empresa destinada ao
financiamento da aposentadoria especial dos indivíduos sujeitos a
atividades que ensejem tal benefício previdenciário, conhecida
simplesmente como Adicional GILRAT, financia a Aposentadoria Especial
dos trabalhadores que exercem atividades que ensejem tal benefício
previdenciário. As alíquotas do Adicional GILRAT serão de 12%, 9% ou
6%, para as atividades que ensejarem Aposentadoria Especial após 15, 20
ou 25 anos, respectivamente. Por fim, é importante ressaltar que o
Adicional GILRAT incide exclusivamente sobre a remuneração dos
trabalhadores que exercem tais atividades, ao contrário da aplicação do
GILRAT, que engloba a remuneração de todos os funcionários da empresa.

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Orientações de Direito Tributário – Prof. Cyonil Borges

13. OAB 2010 – Unificado 1 - CESPE


Em caso que considerou de grande relevância e urgência, o
presidente da República editou medida provisória, publicada em 30
de outubro e convertida em lei no dia 14 de novembro do mesmo
ano, majorando as alíquotas do imposto territorial rural, a partir de
1.º de janeiro do ano seguinte.
Nessa situação hipotética, a majoração das alíquotas do referido
imposto foi estabelecida de acordo com o previsto na Constituição
Federal? A partir de que momento poderia o imposto, com as novas
alíquotas, ser cobrado? Fundamente ambas as respostas.
Extensão máxima: 30 linhas.

Orientações
Galerinha! É importante termos ideia das questões já aplicadas
pela ESAF, mas antecipo que a banca não vai repetir o tema. O
objetivo do curso em andamento é, além de apresentar o
comportamento passado da ilustre organizadora, avançar em novos
tópicos nunca dantes explorados, e, por conseguinte, acertamos o
tema da prova [pura pretensão, mas vai que se concretiza, né?].
Vamos prosseguir.
É sabido que nem sempre foi creditado no Brasil que as
medidas provisórias poderiam instituir e majorar tributos. O problema
estaria na expressão “força de lei”. Porém, com o advento da Emenda
Constitucional 32/2001, a matéria restou pacificada em seu artigo 62,
§2°, que assim dispõe:
Art. 62 § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração
de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II,
só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.

A regra apresentada é verdadeira proteção aos contribuintes


contra a “voracidade” da União em instituir ou majorar tributos por
medida provisória e cobrá-los no mesmo exercício financeiro. Esse é
o princípio da anterioridade na medida provisória, cabendo afirmar
que, apesar da publicação e do nascimento da medida, esta passaria
a gerar efeitos somente a partir do dia primeiro de janeiro do ano
financeiro seguinte aquele em que a mesma foi editada. Cabe a

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observação de que a necessidade de conversão da medida no ano


anterior à cobrança se apresenta obrigatório apenas para os
impostos e com as exceções do II, IE, IPI e IOF, pois impostos com
função extrafiscal.
O aluno deve lembrar que vigência da lei diverge da eficácia da
lei. No caso da medida provisória, a vigência é imediata, ocorre com
a publicação do ato pelo chefe do Executivo. No entanto, a sua
eficácia fica sujeita à observância do princípio da anterioridade e,
mais recentemente, da noventena. Para a proteção do sujeito
passivo, dos dois prazos (noventena e anterioridade na MP) deve ser
utilizado o prazo maior.
Vejamos uma possível solução.

Proposta de solução1
Segundo a Constituição Federal de 1988 (CF/1988), a lei que cria
ou majora o tributo deve ser anterior ao exercício financeiro em que o
tributo será cobrado, o princípio da anterioridade anual. A lei deve,
também, observar a antecedência mínima de 90 dias entre a data de
publicação da lei e a data em que passa a ter efeitos, o princípio da
anterioridade mínima.
Entretanto, tais princípios comportam exceções, como é o caso dos
impostos que, por atenderem a certos objetivos extrafiscais, necessitam de
maior flexibilidade e demandam rápidas alterações. O Imposto Territorial
Rural (ITR) não se enquadra entre as exceções, devendo, portanto,
obediência cumulativa aos princípios da anterioridade e da noventena.
A aplicabilidade de tais princípios – que visam à proteção do
contribuinte quanto a não surpresa do aumento da carga tributária – tem
uma leve sutileza tratando-se de medidas provisórias. Conforme a
CF/1988, a instituição ou a majoração de impostos, em regra, só surtirá
efeitos no exercício financeiro seguinte, isso se a medida provisória tiver
sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. A
noventena, por sua vez, é contada da publicação da medida provisória, a
não ser que a lei de conversão altere substancialmente a medida, seguindo
orientação do STF.

1
Síntese dos livros dos autores Luciano Amaro e Eduardo Sabbag.

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Diante dessas considerações, sabendo que, no caso concreto, a


medida provisória expedida pelo presidente da República, majorando o
ITR, foi convertida em lei no dia 14 de novembro, a incidência dar-se-ia
em 1º de janeiro do ano seguinte (anterioridade). Porém, observada a
antecedência mínima de 90 dias da data de publicação da medida
provisória (30 de outubro) (anterioridade mínima), a incidência dar-se-á
em fevereiro do ano seguinte.
Assim, considerando que a majoração da alíquota do ITR está a
partir do dia 1º de janeiro do ano seguinte à data de conversão da medida
provisória em lei, conclui-se que o princípio da anterioridade mínima não
foi observado. Como o fato gerador do ITR é periódico, definindo-se por
ficção jurídica, no dia 1º de cada ano, neste caso, o aumento repercutirá
apenas no fato gerador do segundo ano seguinte ao da publicação da
medida provisória.

14. Sebrae 2007 - CESPE


A Constituição da República estabelece que o exercício da
competência tributária não é irrestrito. Nesse sentido, discorra acerca
das limitações constitucionais ao poder de tributar.
Extensão máxima: 15 linhas.

Orientações
Este é um modelo sempre excelente para uma prova, pois é
curto, direto e sem rodeios. Solicita-se do candidato discorrer sobre
as limitações constitucionais ao poder de tributar. O problema
enfrentado, mais uma vez, é a limitação de linhas (se vira nas 15
LINHAS! No caso de vocês, nos 30!), ganhando realce, portanto, o
adequado planejamento.
Antes da paragrafação propriamente dita, vamos à tempestade
de ideias, isto é, rápidos lembretes teóricos, de forma a garantir aos
amigos a construção da dissertação sem necessidade de, nesse
momento, socorrer-se aos bons e recomendados manuais de Direito
Tributário. Vejamos:
 Competência tributária: é uma prerrogativa de que são
portadoras as pessoas políticas, que se consubstancia na
faculdade de legislar para a produção de normas jurídicas sobre
tributos. Não devendo ser confundida, como vimos, com a

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capacidade tributária ativa.


 Princípio da predominância do interesse: o princípio da
predominância do interesse é o princípio geral que norteia a
repartição de competência entre as entidades federativas,
segundo o qual à União caberão as matérias e as questões de
predominante interesse geral, ao passo que com os Estados
ficarão as matérias e os assuntos de interesse regional e com
os Municípios, as questões de predominante interesse local.
 Limitações ao poder de tributar: as limitações
constitucionais ao poder de tributar se desdobram em princípios
e em imunidades. Os Princípios Constitucionais Tributários ou
os Princípios Jurídicos da Tributação tratam de verdadeiras
limitações constitucionais ao poder de tributar dos entes
políticos que elaboram leis para instituir tributos no Brasil,
entre eles conhecemos: capacidade contributiva, legalidade
tributária, anterioridade, irretroatividade, isonomia tributária.
 Imunidades tributárias: As Imunidades são regras
constitucionais que impedem os entes políticos de exercer sua
competência tributária sobre determinadas pessoas ou
situações. Entre elas temos: imunidade recíproca, religiosa,
objetiva sobre livros, jornais e periódicos.
PARAGRAFAÇÃO
Agora, vejamos a paragrafação (média de três a cinco linhas
por parágrafo, mantendo-se, assim, a simetria):
1º PARÁGRAFO (introdução) – o amigo concursando, depois
de mencionar que o poder de tributar garante a edição de leis para a
instituição de tributos, deve esclarecer que a competência, para
tanto, não é absoluta, existindo, no texto constitucional, as limitações
ao poder de tributar. Esse é o gancho para o parágrafo subsequente.
2º PARÁGRAFO (desenvolvimento – tipos de limitações
constitucionais) – o candidato pode expor que as limitações ao
poder de tributar desdobram-se em princípios e em imunidades. A
organizadora não nos deixou espaço suficiente para os conceitos de
princípios e imunidades, por isso, é recomendável que o candidato
apresente exemplos, afinal, como se diz por aí, um exemplo diz
mais que mil palavras!
3º PARÁGRAFO (desenvolvimento – tipos de limitações

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infraconstitucionais) – o comando da questão solicita-nos discorrer


sobre as limitações constitucionais e não sobre as limitações
infraconstitucionais. Assim, o parágrafo tem efeito puramente
didático.
4º PARÁGRAFO (conclusão) – o arremate da dissertação tem
peso comparável com o da introdução. Ultimamente, temos
percebido, na análise da conclusão pelas organizadoras, certa
severidade. Muitos concursandos têm sido penalizados por
desconhecimento da problemática, por argumentação inexata e,
ainda, por fuga do tema. Como isso pode acontecer se com a
conclusão não se cria uma nova ideia, mas apenas se sintetiza as
premissas perpassadas pelo texto, questiona o candidato. É porque a
conclusão é também parte da dissertação, portanto toda cautela no
fechamento da prova subjetiva.
Prontos? Então, mãos à obra. Recomendamos que, antes da
leitura da proposta de solução, o amigo concursando rascunhe o
planejamento da dissertação, isto é, faça uma simulação de como
ficaria a sua prova subjetiva.

Proposta de solução2
Ao conferir a competência tributária da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, a Constituição Federal outorgou a
essas pessoas políticas o poder de instituir tributos. Entretanto, essa
faculdade não é sem fronteiras, destacando-se um conjunto de princípios e
de normas que delimita a competência, as chamadas limitações ao poder
de tributar.
A visualização dessas limitações desdobra-se nos princípios
constitucionais, como os da legalidade, do não confisco e da anterioridade,
que protegem os cidadãos e os contribuintes contra o abuso do Estado no
exercício do poder de tributar; e nas imunidades, como é o caso da
imunidade recíproca, a qual proíbe que os entes políticos façam incidir
impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços uns sobre os outros.
Tais limites da competência tributária não se resumem aos listados
no texto constitucional, abre-se campo para a aplicação de outros
normativos (resolução do Senado, por exemplo), que, em certas situações,

2
Ssíntese do Luciano Amaro (Direito Tributário Brasileiro. 16ª edição. Editora Saraiva, 2010, p. 127-8).

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demarcam o poder de tributar na criação ou na modificação dos tributos.


Assim, as limitações ao poder de tributar devem ser entendidas
como balizas que servem para definir o campo próprio de atuação do
Estado quanto ao estabelecimento de exações, permitindo-se, dessa
maneira, compatibilizar o exercício da atividade tributante como os
direitos e garantias fundamentais do cidadão-contribuinte.
---------------------------
Especialmente nessa questão, preferi ultrapassar o limite
delimitado pela ilustre organizadora (15 linhas), para acrescentar
importantes detalhes no conteúdo e, por conseguinte, prepará-los
para futuros certames.

15. ISS/RJ 2010 – Auditor Tributário - ESAF


Discorra sobre o crédito tributário, abordando:
e) A natureza jurídica, as características, a forma de constituição,
a função, os efeitos, e os modos de alteração;
f) As hipóteses de suspensão do crédito tributário, conceituando
cada uma delas;
g) As hipóteses de extinção do crédito tributário, conceituando
cada uma delas; e
h) As hipóteses de exclusão do crédito tributário, conceituando
cada uma delas.
Extensão máxima: 60 linhas.

Orientações
Não fiquem chateados! Prometo postar uma prova de ESAF
por encontro, viu!
Tratando-se de provas discursivas, não temos dúvidas em
afirmar que, por vezes, os certames públicos representam
verdadeiros paradoxos. Trocando em miúdos. Para os temas
sugeridos pelas bancas organizadoras relativamente difíceis,
esforçamo-nos para atingir o número mínimo de linhas estabelecido.
Já para os temas, por assim dizer, “mais tranquilos”, nós
concursandos até criticamos o motivo de tão poucas linhas!
Certamente, no concurso em análise (ISS/RJ), esse paradoxo
foi verificado, pois, considerando a relativa “facilidade” do tema, os

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candidatos tiveram a dificuldade de comportar em 60 linhas assunto


tão rico em detalhes. Nestes momentos, as diretrizes PENSAR e
PLANEJAR são fundamentais e diferenciais para o sucesso do
concurso. Em síntese: parte da dificuldade enfrentada pelos
candidatos deve-se, normalmente, à circunstância de não reservarem
um quinto do tempo total da prova discursiva, por exemplo,
para a interpretação e planejamento da dissertação, passando,
açodadamente, para o trabalho braçal (REDIGIR).
Preliminarmente à estruturação da dissertação, vamos à
tempestade de ideias, na ordem de apresentação sugerida pela ESAF,
e, dessa forma, garantindo aos amigos uma breve lembrança do
conteúdo proposto. Vejamos:
 Crédito tributário

Definição: é a obrigação tributária líquida, certa e exigível,


sendo o lançamento tributário o ato que lhe confere a exigibilidade. A
partir da qualificação e quantificação da obrigação tributária, o Fisco
goza da faculdade de exigir do sujeito passivo a obrigação
correspondente, com a inscrição, se for o caso, do direito em Dívida
Ativa.
Para a doutrina, o crédito tributário é o vínculo jurídico, de
natureza obrigacional, por força do qual o Estado (sujeito ativo) pode
exigir do particular, o contribuinte ou responsável (sujeito passivo), o
pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária (objeto da relação
obrigacional) (por Hugo de Brito Machado. Curso de Direito
Tributário. 31ª edição, pág. 181).
Há quem defina o como o direito subjetivo de que é portador o
sujeito ativo de uma obrigação tributária e que lhe permite exigir o
objeto prestacional, representado em uma importância em dinheiro
(por Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 21ª edição. São
Paulo: Saraiva, 2009, pág. 398).
Natureza jurídica: segundo o CTN, o crédito tem a mesma
natureza da obrigação, afinal o crédito é a própria obrigação, isso
depois de tornada líquida, certa e exigível pelo ato de lançamento.
Em síntese: a natureza jurídica do crédito é de direito público e
conteúdo patrimonial.
Efeito: para o autor Ricardo Lobo Torres, o crédito tributário
perpassa por diferentes momentos de eficácia ou efeitos:

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“(a) crédito simplesmente constituído pela ocorrência do fato gerador,


(b) torna-se crédito exigível pelo lançamento notificado ou pela
decisão administrativa, (c) e finalmente crédito exequível pela
inscrição nos livros da dívida ativa, dotado de liquidez e certeza”.

Função: criar um liame entre o sujeito ativo (Estado) e o


sujeito passivo (contribuinte ou responsável).
Características: é de competência privativa das autoridades
administrativas; os agentes devem atuar de forma vinculada e
obrigatória em sua constituição; há autonomia entre a obrigação e o
crédito, isso porque as modificações efetuadas no crédito tributário
não afetam a obrigação correspondente; o crédito, por sua natureza
pública, goza de uma série de garantias e privilégios específicos. O
crédito tributário é receita pública indispensável para o
funcionamento da máquina estatal e é privilegiado com relação aos
demais créditos particulares. Além disso, para que o Fisco possa
exigi-lo com maior efetividade, a lei fixa garantias para o seu
recebimento. Em havendo inadimplemento por parte do contribuinte,
o Fisco pode enviar o seu crédito formalizado e, dessa forma,
exigível, para inscrição em dívida ativa, de modo a gerar o título
executivo extrajudicial que lhe dá exequibilidade: a certidão da
dívida ativa.
Forma de constituição: há três formas de constituição, a
saber: pelo lançamento, por ato do particular com a entrega de
declarações tributárias, exemplo da Declaração de Contribuições de
Tributos Federais (DCTF), e por ato judicial, quanto às contribuições
previdenciárias decorrentes de sentenças condenatórias proferidas
pela Justiça do Trabalho.
Modos de alteração: segundo o art. 145 do CTN, são
hipóteses de alteração do crédito tributário: a impugnação do sujeito
passivo, o recurso de ofício, e a iniciativa de ofício da autoridade
administrativa, nos casos previstos no art. 149.
 Formas de suspensão, extinção e exclusão do crédito
tributário.
1) Uma vez constituído, o crédito tributário somente se
modifica, ou se extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou
excluída, nos casos previstos em lei, fora dos quais não pode a
autoridade administrativa dispensar o seu pagamento, nem suas
garantias, sob pena de responsabilidade funcional.

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2) O crédito tributário – constituído pelo lançamento – rege-se


pelo princípio da indisponibilidade do patrimônio público. As
autoridades não podem dispensar o seu pagamento e suas garantias,
exceto nos casos expressamente previsto na lei, sob pena de
responsabilidade funcional.
3) As referidas formas devem ser interpretadas literalmente.
 Hipóteses de Suspensão e seus conceitos.

4) A exigibilidade do crédito não é absoluta. Pode a


exigibilidade ser suspensa. Segundo o CTN, suspendem a
exigibilidade do crédito tributário: (i) Moratória, que é a dilação ou
prorrogação do prazo legal para o pagamento do tributo; (ii) Depósito
do seu montante integral, que significa o depósito integral e em
dinheiro (súmula 112 do STJ) do valor exigido pela Administração
Tributária; (iii) Reclamações e os recursos, que podem ser
conceituados como qualquer tipo de impugnação administrativa do
sujeito passivo da relação tributária contrária a cobrança do tributo,
nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;
(iv e v) Concessão de medida liminar em mandado de segurança ou
concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras
espécies de ação judicial, que significam, em síntese, uma decisão
judicial no sentido de impedir o Fisco de cobrar o crédito tributário,
nos termos das leis processuais (art. 5°, LXIX c/c a Lei 12.016/2009,
art. 273 do CPC); (vi) Parcelamento, que se caracteriza pela ação do
contribuinte de pagar o tributo, mas não de uma vez só, isto é,
ocorre quando o pagamento de determinado tributo é feito em várias
parcelas.
5) As formas de suspensão do crédito tributário não dispensam
o cumprimento das obrigações acessórias (instrumentais),
dependentes ou consequentes da obrigação principal respectiva.
Assim, mesmo no caso de suspensão da exigibilidade do crédito
tributário, o sujeito passivo não se exime de continuar cumprimento
os deveres instrumentais, como prestar declarações e escriturar livros
fiscais.
6) Possibilitam ao contribuinte o direito à obtenção de certidão
positiva, com efeito de negativa.
 Hipóteses de Extinção e seus conceitos.

7) Assim com as hipóteses de suspensão, a extinção do crédito

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tributário é matéria compreendida no âmbito da reserva legal, isto é,


apenas a lei é instrumento apto para estipular os casos em que se
verifica.
8) Conforme o CTN, são formas de extinção do crédito
tributário: (i) Pagamento, que significa o cumprimento ou o
adimplemento voluntário da obrigação tributária, podendo ser
realizados, nos termos do CTN, em moeda corrente, cheque ou vale
postal, mas, também, nos casos previstos em lei, os tributos podem
ser pagos em estampilha, em papel selado ou por processo mecânico
(art. 162, incs. I e II); (ii) Compensação, que se caracteriza pelo
confronto de contas dos débitos e dos créditos tributários na hipótese
de duas pessoas serem ao mesmo tempo credor e devedor uma da
outra; (iii) Transação, que significa uma negociação ou acordo por
meio de concessões recíprocas ou mútuas, que deve por fim a um
litígio, sendo sempre estipulada por lei; (iv) Remissão, que é o
perdão da dívida pelo credor tributário; (v) Decadência, que é a
extinção do prazo para o Fisco constituir o crédito tributário ou o
prazo para o lançamento do tributo; (vi) Prescrição, que é extinção
da pretensão do Fisco decorrente do direito do crédito tributário
definitivamente constituído; (vii) Conversão de depósito em renda,
que ocorre quando existe um depósito do crédito tributário e também
uma discussão administrativa ou judicial a respeito deste crédito
depositado, assim, após a decisão definitiva administrativa ou judicial
favorável ao Fisco, o depósito integral efetuado nos autos é
convertido em renda em favor do Fisco; (viii) Pagamento antecipado
e a respectiva homologação do lançamento, que acontece nos
tributos sujeitos ao lançamento por homologação, em que o sujeito
passivo faz o pagamento antecipado do crédito tributário e ocorre a
sua extinção com a homologação posterior expressa ou tácita
efetuada pelo fisco (art. 150, §4°, CTN); (ix) A consignação em
pagamento, que permite que o sujeito passivo exerça seu direito de
pagar o tributo, sendo que quando julgada procedente a consignação,
o pagamento se reputa efetuado e a importância consignada é
convertida em renda, extinguindo o crédito tributário (art. 164, CTN);
(x) A decisão administrativa irreformável, assim entendida a
definitiva e favorável ao fisco na órbita administrativa, que não mais
possa ser objeto de ação anulatória; (xi) A decisão judicial passada
em julgado ou transitada em julgado, sendo a hipótese de coisa
julgada em decisões judiciais que determinem a extinção do crédito

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tributário, em qualquer via processual, valendo para o fisco e para o


sujeito passivo, uma vez que não há mais possibilidade de recurso
em qualquer esfera de poder; (xii) A dação em pagamento em bens
imóveis, que representa o ato de dar em pagamento bens imóveis em
substituição à pecúnia (dinheiro), na forma e condições estabelecidas
em lei.
9) Esclareça-se que nem sempre a extinção do crédito
tributário implica a extinção da obrigação principal respectiva. Por
exemplo: quando o crédito tributário é extinto por vício formal em
sua constituição, decorrente de decisão administrativa irreformável,
não ocorrerá automática extinção da obrigação, cumprindo às
autoridades administrativas efetuar um novo lançamento.
 Hipóteses de Exclusão e seus conceitos.

10) O CTN dispõe que excluem o crédito tributário a isenção e a


anistia. Tais hipóteses evitam que o crédito seja constituído.
11) Ocorrido o fato gerador do tributo, a relação tributária resta
configurada. Surge, a partir daí, o dever de pagar o tributo. Porém,
por medidas de natureza fiscal ou política, o legislador pode renunciar
ao recolhimento dos tributos, outorgando isenções, ou perdoar o
contribuinte que incorreu em infração à legislação tributária,
concedendo-lhe a anistia.
12) As exclusões decorrem sempre de lei. Segundo a CF (art.
150, §6º), as leis concessivas de isenções e anistias devem ser
específicas, ou seja, evita-se que o assunto seja veiculado em leis
gerais, possibilitando que a renúncia tributária passe sem ser notada
durante a discussão e votação.
13) A doutrina clássica ensina que a isenção é um benefício
legal em favor do sujeito passivo, pelo qual o Fisco deixa de lançar o
tributo devido. Esse, inclusive, é o entendimento do STF.
14) Parte da doutrina mais moderna defende que, com isenção,
não há fato gerador do tributo e, portanto, não há sequer o
surgimento da obrigação tributária.
15) A anistia, por sua vez, é a exclusão do crédito tributário
relativo a penalidades pecuniárias. Extingue-se a punibilidade do
sujeito passivo infrator da legislação tributária. Abrange
exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da
lei que a concede, e não se aplica, por exemplo, aos atos qualificados

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em lei como crimes ou contravenções.

Proposta de solução
A expressão crédito vincula-se às relações obrigacionais, em que
uma pessoa, credora, tem o direito de exigir de outra, devedora, o
cumprimento de uma obrigação de dar, fazer e não fazer. Por isso, diz-se
que o crédito tributário decorre da obrigação tributária principal e tem a
mesma natureza desta. O crédito é a própria obrigação tributária, depois
que esta, obviamente, é tornada líquida, certa e exigível pelo ato ou
procedimento administrativo de lançamento.
Quanto à sua formalização, o crédito tributário pode ser constituído
pelo lançamento, por ato do particular (exemplo da Declaração de
Contribuições de Tributos Federais) e por ato judicial (exemplo das
sentenças proferidas pela Justiça do Trabalho quanto às contribuições
previdenciárias). Enquanto não extinto o direito de lançar do Fisco,
excepcionalmente o crédito pode ser alterado em virtude de: impugnação
do sujeito passivo, recurso de ofício e iniciativas de ofício, feitas pelo
próprio fiscal autuante ou pelo julgador tributário.
Uma vez constituído, o crédito tributário, marcado que é pelo
princípio da indisponibilidade do patrimônio público, somente se extingue
ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos em lei,
fora dos quais o seu pagamento e suas garantias não podem ser
dispensados, sob pena de responsabilidade funcional. Segundo o CTN, os
casos de suspensão, extinção e exclusão são interpretados literalmente e as
circunstâncias que excluem a sua exigibilidade não afetam a obrigação
tributária que lhe deu origem.
No CTN, as seguintes hipóteses suspendem a exigibilidade do
crédito tributário: a moratória (é a concessão de novo prazo para
pagamento da obrigação principal); o depósito do seu montante integral (é
o depósito voluntário pelo contribuinte em dinheiro da totalidade da
dívida); a concessão de liminar em mandado de segurança ou de tutela
antecipada em outras espécies de ação judicial (são os provimentos
jurisdicionais preliminares que impedem a exigência do tributo); e o
parcelamento (é o pagamento do débito tributário em diversas prestações).
À semelhança das hipóteses de suspensão, a extinção do crédito

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tributário compreende-se no campo da reserva legal, ou seja, só a lei é


hábil para estabelecê-la. No CTN, entre outras, as seguintes hipóteses
extinguem o crédito tributário: o pagamento (é o modo ordinário de
satisfação do crédito tributário); a compensação (em que a lei específica
autorizadora permite que créditos do contribuinte sejam abatidos com os
créditos do Fisco); a transação (é um acordo por meio de concessões
recíprocas, para por fim a um litígio); a decadência e prescrição
(enquanto a primeira influencia na exigibilidade do crédito, a prescrição
consiste na perda do direito à ação judicial para a cobrança do crédito
tributário); a dação em pagamento em bens imóveis (é o adimplemento da
dívida com a entrega de bem diverso do originariamente pactuado), e a
conversão do depósito em renda (em que a decisão administrativa ou
judicial é favorável ao Fisco, revertendo-se o depósito do sujeito passivo
em renda).
Por fim, por medidas de ordem fiscal ou política, o legislador pode
excluir, por lei específica, o recebimento do crédito tributário, outorgando
isenções (benefícios legais em favor do sujeito passivo, pelos quais o Fisco
deixa de lançar o tributo devido), ou perdoando o contribuinte que
incorreu em infração à legislação tributária, concedendo-lhe a anistia (são
abrangidas, exclusivamente, as infrações cometidas anteriormente à
vigência da lei que a concede, não se aplica, por exemplo, aos atos
qualificados como crimes ou contravenções). Entre os efeitos das hipóteses
de suspensão e exclusão, registra-se que não dispensam o cumprimento
das obrigações acessórias (as instrumentais), de tal sorte que o sujeito
passivo não se exime de, por exemplo, escriturar os livros fiscais e prestar
declarações.
O crédito tributário é indispensável receita pública para o
funcionamento do Estado. Por isso, em regra, tal crédito deve ser
privilegiado com relação aos demais créditos particulares, bem como,
cercado de garantias, para que o Fisco possa exigi-lo com maior
eficiência. Dessa forma, as autoridades administrativas não podem alterar
o crédito tributário ou dispensá-lo fora das situações previstas em lei, sob
pena de responsabilidade funcional.

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Orientações de Legislação Tributária – Prof. George Firmino

Apresentação
Olá, concurseiros da Receita Federal!
Meu nome é George Firmino, sou natural de Recife/PE e
graduado em Administração pela Universidade de Pernambuco
(UPE/FCAP).
Atualmente exerço o cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal
do Brasil. Atuei inicialmente como parecerista em processos de
restituição e compensação tributária, bem como na orientação aos
contribuintes em questões que envolviam a interpretação da
legislação tributária. Após 2 anos como parecerista, passei a exercer
minhas atividades na malha fiscal e na fiscalização do Imposto de
Renda Pessoa Física, onde acumulo a Chefia da Equipe de Fiscalização
(pessoa física e jurídica).
Na minha jornada como concurseiro obtive aprovação nos
seguintes certames:
 Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, classificado na 68ª
posição e obtendo a 5ª maior nota nacional na prova
discursiva;
 Agente Fiscal de Rendas da SEFAZ/SP (ICMS/SP);
 Analista Tributário da Receita Federal do Brasil (ATRF);
 Auditor Fiscal de Ipojuca/PE;
 Auditor Fiscal de Abreu e Lima/PE (1º lugar);
 Gestor da Secretaria de Administração/PE;
 Assistente Técnico Administrativo do Ministério da Fazenda.
Para mim é uma grande satisfação participar deste curso ao
lado de professores tão renomados. O objetivo é explorar os temas
que apresentam maior probabilidade de cobrança nas provas
discursivas da Receita Federal.
Após a apresentação de cada tema, será feito um breve roteiro
identificando os pontos específicos que foram exigidos na resposta e,
em seguida, será divulgada uma resposta modelo.
Vamos lá, então?

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16. INÉDITA
A Constituição Federal atribui à União a competência para instituir
impostos sobre a renda e proventos de qualquer natureza. Contudo,
não estabeleceu os conceitos de renda e proventos, recepcionando as
definições do Código Tributário Nacional para os dois institutos.
Nesse contexto, defina os conceitos de renda e provento, abordando
as semelhanças e diferenças entre ambos, considerando as
disposições do CTN, bem como o entendimento da doutrina
dominante e dos tribunais superiores.
Extensão: 15 a 30 linhas

Orientações
A questão exige o conhecimento do artigo 43 do Código
Tributário Nacional que define o fato gerador do imposto de renda.
É importante observar o próprio enunciado define os itens que
devem ser abordados.
Quando estivermos diante desse tipo de questão, faz-se
necessária a abordagem de todos os tópicos pedidos e, sempre que
possível, na mesma ordem proposta pela banca, salvo se prejudicial
ao desenvolvimento de uma sequência lógica do tema.
Para garantir os pontos da questão, o candidato deveria
abordar, necessariamente:
 A definição de renda e de proventos constantes no CTN;
 A diferença entre os institutos;
 O elemento comum aos dois institutos: o acréscimo
patrimonial;
 O que tem entendido a doutrina e a jurisprudência acerca do
fato gerador do imposto de renda.

Conhecimentos necessários
“Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e
proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição
da disponibilidade econômica ou jurídica:
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da
combinação de ambos;
II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os

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acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.”

“Sendo o acréscimo patrimonial o fato gerador do Imposto de Renda,


certo é que nem todo ingresso financeiro implicará a sua incidência.
Tem-se que analisar a natureza de cada ingresso para verificar se
realmente se trata de renda ou proventos novos, que configurem
efetivamente acréscimo patrimonial.” (PAULSEN, Leandro. Direito
Tributário: Constituição e Código Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência.
12ª ed. Livraria do Advogado, 2010, p. 724)

“... nem todo dinheiro que ingressa no universo da disponibilidade


financeira do contribuinte integra a base de cálculo do IR, mas única
e exclusivamente os aportes de recursos que vão engrossar, com
uma conotação de permanência, o patrimônio de quem os recebe...”
(CARRAZZA, Roque Antonio. Imposto sobre a Renda. 3ª ed. Melheiros, 2009, p.
190)

“IMPOSTO DE RENDA... 2. Não é o nomen juris, mas a natureza


jurídica da verba que definirá a incidência tributária ou não. O fato
gerador de incidência tributária sobre renda e proventos, conforme
dispõe o art. 43 do CTN, é tudo que tipificar acréscimo ao patrimônio
material do contribuinte.” (STJ, Primeira Seção, EREsp 976.082/RN, Rel.
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, ago/08 ).

Nessa linha, decidiu o STF, no RE 117.887-6/SP, que a


expressão “renda e provento de qualquer natureza” está intimamente
relacionada a acréscimo patrimonial. O relator Min. Carlos Velloso
assim dispôs: “não me parece possível a afirmativa no sentido de que
possa existir renda ou provento sem que haja acréscimo patrimonial”.

Proposta de solução
A Constituição Federal disciplina que compete à lei complementar
de normas gerais em matéria tributária definir os fatos geradores, bases de
cálculo e contribuintes dos impostos discriminados no próprio texto
constitucional. Em cumprimento a tal determinação, o Código Tributário
Nacional (CTN) estabelece que o imposto de renda incide sobre a
disponibilidade econômica ou jurídica de renda e proventos.
Na definição do CTN, renda representa o acréscimo
patrimonial proveniente do trabalho, do capital ou da combinação de
ambos. Assim, o salário recebido pelo trabalhador no final do mês

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constitui renda, eis que aquele acréscimo patrimonial teve origem no


trabalho.
Já a definição de provento é obtida por exclusão, ou seja, representa
qualquer outro acréscimo patrimonial que não se enquadre no conceito de
renda. É o caso do valor recebido mensalmente por um aposentado.
Com efeito, percebe-se que renda e provento distinguem quanto à
origem. Enquanto renda é algo obtido em função do trabalho ou do
capital, o provento é obtido mediante qualquer outra ocorrência que não
tenha origem no trabalho ou no capital.
Por outro lado, vale notar que renda e provento, como elementos
integrantes do fato gerador do imposto, se assemelham no que diz respeito
ao acréscimo patrimonial.
Nessa linha, a doutrina dominante tem defendido que tanto renda
como provento constituem acréscimo patrimonial, sem o qual não pode
ocorrer o fato gerador do imposto de renda.
Na esteira desse entendimento, também segue o Supremo Tribunal
Federal, tendo decidido reiteradas vezes que não há que se falar em renda
ou provento dissociado do conceito de acréscimo patrimonial.

17. INÉDITA
A tributação das pessoas jurídicas, diferentemente do que ocorre com
as pessoas físicas, pode resultar em pagamento do imposto de renda
mesmo quando não houver lucro.
Desenvolva um tema abordando as formas de tributação das pessoas
jurídicas, explicando em que situação pode ocorrer a hipótese
descrita na assertiva acima.
Extensão: 15 a 30 linhas

Orientações
Mais uma vez a questão faz referência aos tópicos que devem
ser abordados:
 As formas de tributação do IRPJ;
 Em que situação a empresa deverá pagar o imposto, mesmo na
ocorrência de prejuízo.

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Os conhecimentos que são necessários para responder a esta


questão estão dispostos no artigo 219 do Regulamento do Imposto de
Renda, que dispõe sobre as formas de tributação do IRPJ, bem como
nos artigos 518 e 519, que versam sobre a base de cálculo do lucro
presumido.
Era preciso explicar que a hipótese em que ocorre a situação
descrita é quando a empresa é tributada pelo lucro presumido, uma
vez que a base de cálculo do imposto é a receita bruta e não o lucro,
já que este é presumido e pode não existir, de fato.
Conhecimentos necessários
Art. 219. A base de cálculo do imposto, determinada segundo a lei
vigente na data de ocorrência do fato gerador, é o lucro real,
presumido ou arbitrado, correspondente ao período de apuração.

Art. 518. A base de cálculo do imposto e do adicional, em cada


trimestre, será determinada mediante a aplicação do percentual de
oito por cento sobre a receita bruta auferida no período de apuração,
observado o que dispõe o § 7o do art. 240 e demais disposições
deste Subtítulo (Lei no 9.249, de 1995, art. 15, e Lei no 9.430, de
1996, arts. 1o e 25, e inciso I).

Art. 519. Para efeitos do disposto no artigo anterior, considera-se


receita bruta a definida no art. 224 e seu parágrafo único.
§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo
será de (Lei no 9.249, de 1995, art. 15, § 1o):
I - um inteiro e seis décimos por cento, para atividade de revenda,
para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico
carburante e gás natural;
II - dezesseis por cento para a atividade de prestação de serviço de
transporte, exceto o de carga, para o qual se aplicará o percentual
previsto no caput;
III - trinta e dois por cento, para as atividades de:
a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares;
b) intermediação de negócios;
c) administração, locação ou cessão de bens, imóveis, móveis e
direitos de qualquer natureza.

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Proposta de solução
A tributação da renda das pessoas jurídicas representa, em nosso
ordenamento, algo extremamente complexo. Por esta razão, no intuito de
permitir ao contribuinte a opção por uma forma mais simplificada de
apuração do imposto, o legislador previu três modalidades de tributação
das empresas, a saber: pelo lucro real, presumido ou arbitrado.
O lucro real constitui, como o próprio nome diz, o resultado de fato
obtido pela empresa, apurado a partir do lucro contábil, com os ajustes
efetuados pelas adições, exclusões e compensações permitidas pela
legislação.
O lucro arbitrado é uma forma peculiar de apuração da base de
cálculo do imposto de renda. Este sistema, dependendo de certas
condições, é alternativo ao lucro real ou presumido, os quais são os
sistemas padrão. Normalmente, o lucro arbitrado destina-se às empresas
que não possuem escrituração contábil ou fiscal, ou incorrem em outra
situação especificada nas hipóteses de arbitramento.
Já no lucro presumido, o contribuinte irá apurar a base de cálculo
mediante a aplicação de percentuais definidos na legislação para cada
tipo de atividade, que irão incidir sobre a receita bruta respectiva. A
lógica desta forma de tributação é que para cada tipo de atividade há uma
estimativa de qual percentual da receita bruta representa lucro. Por
exemplo, para o comércio de mercadorias, presume-se que o lucro
corresponde a oito por cento da receita bruta.
Com efeito, há que se perceber que o resultado apurado nesse último
modelo é algo presumido, ou seja, não é exato. Por esta forma de
tributação, mesmo a empresa não tendo lucro terá que pagar o imposto de
renda. Isso ocorre porque o contribuinte, ao optar pelo lucro presumido,
está abrindo mão de apurar o lucro real, mediante o confronto das receitas
e despesas, em troca de sofrer uma tributação com menos formalidades e
exigências em comparação com o lucro real.

18. INÉDITA
O Sistema Tributário Nacional é regido pela disciplina da Constituição
Federal e do Código Tributário Nacional, bem como pelo disposto nas
leis instituidoras dos tributos.

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A Constituição Federal, em Seção específica, define as limitações ao


poder de tributar, normas aplicáveis aos diversos impostos, cujos
preceitos dão origem aos princípios constitucionais tributários.
Ocorre que alguns impostos sofrem a incidência de princípios que
lhes são peculiares.
Nessa linha, discorra sobre a disciplina constitucional conferida ao
Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI.
Extensão: 15 a 30 linhas

Orientações
Nessa questão, o enunciado não mencionou os itens a serem
abordados, não tendo, por conseguinte um roteiro pré-determinado a
ser seguido.
O enunciado se limitou a pedir, de forma genérica, a disciplina
constitucional conferida ao IPI.
Nessa linha, seria interessante dividir a dissertação em:
1º parágrafo: Introdução. Abordar a disciplina constitucional
genérica, que pode ser aplicada a todos os impostos.
2º parágrafo: Caráter extrafiscal do IPI. Exceções aos
princípios da legalidade e anterioridade.
3º parágrafo: Seletividade, afirmando o caráter extrafiscal do
IPI.
4º parágrafo: Não-cumulatividade.
5º parágrafo: Conclusão.

Conhecimentos necessários
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
III - cobrar tributos:b) no mesmo exercício financeiro em que haja
sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos
nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso
III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II,

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III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos


previstos nos arts. 155, III, e 156, I.

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


IV - produtos industrializados;
§ 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os
limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos
enumerados nos incisos I, II, IV e V.
§ 3º - O imposto previsto no inciso IV:
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada
operação com o montante cobrado nas anteriores;

Proposta de solução
A Constituição Federal, não obstante conferir competência
tributária aos entes federados, estabelece limitações ao poder de tributar,
dais quais resultam os princípios constitucionais tributários. Esses
princípios conformam todo o sistema tributário, sendo aplicáveis a todos
os impostos, como a legalidade, anterioridade, irretroatividade, entre
outros.
Determinados impostos, entretanto, devido às suas peculiaridades,
acabam constituindo exceções a alguns desses princípios. É o caso do
imposto sobre produtos industrializados (IPI), tratado pela Constituição
como exceção aos princípios da legalidade e da anterioridade. Tal
particularidade se deve ao caráter extrafiscal do imposto, permitindo uma
manipulação mais eficaz por parte do governo, a fim de promover sua
política de regulação de determinado setor econômico ou modificações no
consumo da sociedade.
Exatamente para conferir efetividade ao caráter extrafiscal do IPI, a
Carta Magna estabelece para o legislador ordinário a observância da
seletividade. Isso significa que as alíquotas poderão variar em função da
essencialidade do produto. Dessa forma, os itens de primeira necessidade
terão alíquotas menores, ao passo que os mais supérfluos apresentarão
alíquotas mais expressivas.
Outra determinação constitucional direcionada ao IPI é a não-

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cumulatividade, que consiste em uma técnica para evitar o ônus tributário


muito elevado naqueles tributos que incidem em várias etapas. Assim,
exclui-se do tributo devido em cada etapa o montante pago nas etapas
anteriores.
Por fim, vale observar que, apesar da disciplina constitucional
aplicável a todos os impostos, o IPI apresenta aspectos que lhes são
peculiares, dado o seu caráter extrafiscal, o que implica a observância
obrigatória de princípios específicos, dos quais o legislador ordinário não
poderá se afastar.

FIM

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