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FIG – UNIMESP

CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DE SÃO PAULO

AVALIAÇÃO AB

DESCOBRIR, AMAR, CONHECER E CONQUISTAR.

FERNANDO GIORGETTI DE SOUZA - 1108

GUARULHOS/2012.
FERNANDO GIORGETTI DE SOUZA

AVALIAÇÃO AB

DESCOBRIR, AMAR, CONHECER E CONQUISTAR.

Trabalho solicitado para averiguação de


aprendizagem AB da disciplina Hispano
América ministrada pelo professor
Marcelo Lambert

Guarulhos-SP – 2012
Analisando a obra de Todorov em especial o livro “A conquista da
América: A questão do outro” observa-se quatro temáticas principais: Descobrir,
Amar, Conhecer e Conquistar.
Nessas quatro temáticas, Todorov deixa clara a visão de como é
constituída a conquista da América e a formação da conquista espanhola. A
estranheza ocorre por conta do modelo de escravidão empregada por
Colombo.

DESCOBRIR

Descobrir é a primeira temática e Todorov a traz como tema central, a


questão do outro. O autor justifica estar a sua pesquisa inconclusa. A história
dá-se no descobrimento da América, ou melhor, dos americanos.
Esse é “o encontro mais surpreendente de nossa história”. Nas palavras
do autor, é o anuncio e fundação de nossa identidade. E essa descoberta do
outro causa um sentimento de estranheza.
“Os homens descobriram a totalidade de que fazem parte.” (p.7)
Porém, essa conquista gera grande um impacto biológico, ecológico,
humano e por conta desse descobrimento do outro, ocorre o maior genocídio
da história no século XVI.
Analisando as diversas citações encontradas no relato de Todorov, o
corajoso navegador genovês Cristóvão Colombo partiu em busca do ouro junto
com sua tripulação. No entanto, duas são as justificativas dessa “empresa”
financiada pela coroa espanhola: A busca de riquezas e a visão messiânica de
Colombo em evangelizar “o outro”.
Assim, observa-se em Colombo um homem de ações modernas com
cultura medieval limitada pelos grilhões da igreja. Todavia, de acordo com
Todorov, o verdadeiro intento de Colombo seria levantar recursos para “partir
em cruzada e libertar Jerusalém!” (p.13)
Com a descoberta da América, ocorre um choque civilizacional e
cultural. Colombo - o “eu” descobre o povo americano - “o outro”.
O hermeneuta descreve a natureza, a fauna e a flora, no entanto, “não
presta a mínima atenção aos leprosos e aos seus costumes singulares; mas
inicia imediatamente uma longa descrição dos hábitos das tartarugas”. (p.25)
Desse modo, desconsidera o outro como se fosse bestial. Dentre os
diversos erros, a não compreensão do sistema indígena americano e a
imposição dos referenciais ocidentais são os principais.
Isso por que é a partir da visão eurocentrista e egoísta o navegador
avalia e descreve o outro como a natureza, desprovido de valores. O que ele
não percebe é que cada povo tem um sistema, um referencial, uma unidade de
valor.
Todorov aponta a dificuldade de Colombo e de sua tripulação em
compreender as palavras dos povos do Novo Mundo: “Colombo não reconhece
a diversidade das línguas e, por isso, quando se vê diante de uma língua
estrangeira, só há dois comportamentos possíveis, e complementares:
reconhecer que é uma língua, e recusar-se a aceitar que seja diferente, ou
então reconhecer a diferença e recusar-se a admitir que seja uma língua...” (p.
42).
Mas, o relato é confuso e cheio de contradições. Colombo afirma: “Pelo
que ouvi dos índios...” e duas linhas abaixo escreve: “não compreendo a
linguagem deles.” (p.44)
Grande parte dos relatos do capítulo “Descobrir” são apenas
especulações e suposições.
Em síntese Todorov registra: “a pouca percepção que Colombo tem dos
índios, mistura de autoritarismo e condescendência; a incompreensão de sua
língua e de sinais; a facilidade com que se aliena a vontade do outro visando a
um melhor conhecimento das ilhas descobertas; a preferência pela terra, e não
pelos homens. Na hermenêutica de Colombo, estes não tem lugar reservado.”
(p.46)
A questão do mito do “bon sauvage” do bom/mau descrita por Colombo
é normatizada pela igreja. Ele erra ao descrever os índios como preguiçosos,
sem pecado, submetido às missões, através da dominação. É nesse processo
de educação cristã que se percebe “o bom índio” que pode ser salvo pela
religião cristã.
Outros erros são cometidos por Colombo, como a recusa em reconhecer
a língua dos nativos. Interpreta-a como quer, mesmo sendo desconhecedor
dela.
Acerca de seus relatos, são confusos e contraditórios. Prefere descrever
a natureza e os aspectos geográficos e biológicos da terra do que descrever os
seus o povo americano. Inferioriza os índios perante a cultura europeia
dominante. O prazer de Colombo consiste em descobrir mais e mais terras,
riquezas e desse modo obter lucros.
Deseja então explorar o Mundo Novo e suas riquezas e incutir no povo
americano a religião cristã em troca. Assim insiste em que os habitantes do
Novo Mundo assimilem seus costumes, sem que ao menos respeite sua
cultura.
Em sua busca é pelo paraíso demonstra sua ignorância em impor a
religião cristã aos americanos. Todorov critica a visão de Colombo: “Esta visão
de Colombo é facilitada pela capacidade que tem de ver as coisas como lhe
convém”. (p. 60)
Desse modo, Colombo não percebeu, sentiu, ou olhou o outro. Tratando
os índios como objeto vivo, de lucro e as mulheres como objeto de violação,
“tendo o mesmo nível que o gado” (p.66-7), recusa admitir a igualdade de
direitos dos americanos e dos europeus. Isso demonstra claramente que
“Colombo descobriu a América, mas não os americanos.” (p.69).

CONQUISTAR

A vitória de Cortez, na primeira fase da conquista, deu-se pelo


comportamento ambíguo de Montezuma, que não oferece quase nenhuma
resistência. Seriam pessoais ou culturais sua tranquilidade frente aos
conquistadores? Na época os historiadores espanhóis pensam sobre ele ser
um louco ou um sábio. Pierre Martyr acredita na sabedoria de Montezuma
frente ao levante espanhol.
Por que então os índios não resistem mais? É a questão levantada ao
ler a história do México. (p.80)
A segunda fase da conquista acontece devido a superioridade dos
espanhóis na guerra. Nessa época os astecas não conheciam a metalurgia, e
por isso suas armas não eram tão poderosas quanto às dos invasores. (p.85)
Além disso, inaugura-se uma guerra bacteriológica, trazendo a varíola e
muitas mortes.
Quanto aos relatos indígenas, descrevem os acontecimentos, e apontam
a falta de comunicação entre os maias, os astecas e os deuses. (p.86)
Os signos ajudaram então os espanhóis a conquistarem a América?
Essa questão é levantada, pois, os deuses se calaram e desse modo acreditam
os astecas, estarem os deuses a favor dos espanhóis.
Os índios praticam a adivinhação, a astrologia e acreditam em profecias
e presságios. Além disso, possuem seu próprio calendário adoram diversos
deuses.
Esse misticismo em acreditar em presságios é o motivo de interpretarem
o mundo como superdeterminado. As profecias e presságios diminui a
resistência dos índios.
Os astecas desenham seus mapas e mensagens em papel, podendo
assim transmiti-los à distância. No entanto, na primeira fase da conquista,
Montezuma não quer intercâmbio das mensagens com os espanhóis e pune
aqueles que insistem em trazer as notícias, por isso tornam-se poucos os que
queiram realizar essa tarefa. (p.97)
Há uma incapacidade de perceber a identidade humana do outro. A
xenofobia é evidente, pois, o estrangeiro tem dificuldade de reconhecer o outro
como igual. Sempre o imagina como inferior. Se não fala a mesma língua, não
sabe falar, é considerado bárbaro. A estranheza parte de Colombo, pois, “não
consegue facilmente ver o outro como humano e igual ao mesmo tempo; mas,
devido a isso, trata-os como animais.” (p.107)
Todorov relata a coletividade dos povos americanos e como são
educados. A transmissão do conhecimento e dos valores é pautada nas
experiências, diferente de como ocorre nas sociedades utilizadoras dos livros.
Os astecas utilizam os desenhos, e com pictogramas, registram a experiência e
não a linguagem. (p.112)
Os franciscanos chegam ao México e iniciam o trabalho de catequisar os
índios e convertê-los ao cristianismo. Ao encontrarem com os especialistas em
assuntos divinos astecas, empregam debates sobre a superioridade dos
deuses. Porém, a tradição e a religião deles provêm de seus pais e garante a
sua identidade cultural.
Existe a questão das profecias terem sido “fabricadas a posteriori, de
uma prospecção retrospectiva” (p.122)
Isso gera uma discussão e são apresentados argumentos sobre a
autenticidade ou não da história.
A mentira era repreendida pelos índios. Os pais puniam seus filhos e
eles eram educados a não mentirem. Há indícios, uma lenda que foram os
espanhóis que ensinaram a mentira a eles.
A guerra para os astecas tem um significado diferente. Eles não querem
matar os espanhóis, querem fazer prisioneiros, ao passo que os espanhóis
querem receber tributos dos perdedores e utilizam do uso simbólico das armas.
Ao capturarem as armas não sabiam usá-las e dedicavam aos seus
deuses nos templos. Os americanos permitem a vitória dos espanhóis, também
pelo determinismo, que paralisa sua resistência e pelo medo.
Diz o escritor sobre o encontro de Montezuma com Cortês: “...é antes de
mais nada, um encontro humano; e não há razão para surpresa se os
especialistas da comunicação humana levam a melhor.” (p.138)
Os espanhóis estavam interessados no ouro, e não se dedicavam a
aprender com os índios.
A religião cristã garante o sucesso da conquista. O discurso religioso é o
meio que conduz a vitória. Escreve Gomara (p.155) que a bandeira de Cortez
tinha uma cruz no centro e a inscrição de que com a fé nesse símbolo
venceriam.
Cortez é curioso, após a conquista, não se preocupa com os astecas e
sim em preservar a cultura asteca, preocupa-se com as aparências. É um
estrategista de guerra e atrai os astecas em suas armadilhas mortais. O
barulho dos canhões aterroriza os americanos.
Outro fato é que Cortez domina os signos e desse modo vence o império
asteca.
O capítulo terceiro “Amar” – Compreender, tomar e destruir inicia com a
seguinte pergunta: “... o desejo de tomar, de enriquecer a custa do outro, não
deveria predispor à conservação desse outro, fonte potencial de riqueza?”
(p.183)
Cortez louva os méritos dos americanos e exacerba-os através dos
valores comparativos. Alguns costumes dos astecas são absorvidos pelos
espanhóis. Não há como dizer que são inferiores. Sua engenharia, seus
artífices, seus ourives, os artesãos, são vistos como os melhores. Parece ser
um sonho nas palavras de Bernal Díaz.
Mas Cortez exagera em suas comparações com seu ponto de vista
egocêntrico, sem perder de vista a ideia de ter o melhor Deus e a melhor
religião do que os astecas.
A melhor explicação de tomar pela destruição, é obtida pela hecatombe
que causou a morte de tanta gente ao mesmo tempo. Foi um estrago. Sem
contar os maus tratos da inquisição espanhola.
Na questão tributária os americanos sofriam com os altos impostos, com
o trabalho escravo, com o jugo pesado nas minas, com a privação de
alimentos, e com as doenças. Sobre isso o franciscano Motolinia justifica que
Deus está punindo os astecas com as “as dez pragas” lembrando-se da
passagem bíblica no Egito.
Todorov organiza os relatos dos escritores que apontam sofrimentos
estarrecedores, sub-humanos, tanto sangue vertido, pelo desejo de enriquecer.
Os espanhóis criticavam os rituais americanos, mas, puniam os astecas
antropófagos matando-os nas fogueiras da Inquisição. As leis morais eram
diferentes. Nesse caso, Todorov questiona se tivéssemos de escolher entre a
civilização do sacrifício e a civilização do massacre, qual seria a escolha.
(p.210)
Las Casas é um defensor dos índios e prega o cristianismo e a
igualdade entre os homens. Ele observa o comportamento deles e considera-
os cristãos. Um detalhe importante sobre o espanhol é ser ele contra o
escravismo apesar de aprovar a colonização espanhola.
Há inúmeros relatos exagerados no capítulo denegrindo a imagem dos
índios, barbarizandos, afirmando serem eles bestas, mais idiotas do que asnos
(p.218).
Sepúlveda é a favor da escravidão e apropriando-se de Aristóteles
defende que uns nasceram para serem senhores e outros escravos, e declara
a hierarquia ser o estado natural da sociedade humano, em detrimento da
igualdade. Projeta uma identificação entre os meus e os valores. Desse modo,
entra em debate com Las Casas.
Entretanto Las Casas não esta só na defesa dos índios. Nota-se nos
escritos que “a maior parte dos documentos oficiais emitidos pela coroa fazem
o mesmo.” (p.234)
Las Casas em momento algum critica a empresa espanhola. Todavia é
louvável, pois, sem ele muitos seriam mortos. Ele fez a escolha pelo outro
motivado pelos pressupostos pessoais. Ao mesmo tempo em que manda
cartas ao rei, fala do projeto catequizador. Entende ser melhor o colonialismo
do que o escravismo.
Escreve Todorov: “Las Casas ama os índios, mas não os conhece;
Cortez conhece-os, ao seu modo, embora não sinta por eles nenhum amor
especial; ” (p.257)
Mas Las Casas e Cortez concordam com colonialismo e rejeitam o
escravismo.
A quarta parte denominada “Conhecer” mostra Las Casas introduzindo a
ideia de perspectivismo na religião. Fala sobre o deus dos índios e o verdadeiro
Deus.
Entende serem os astecas mais religiosos e fervorosos do que os
cristãos. Erra ao ser radical inferiorizando os índios ao pensar que eles estão
em uma frase anterior da evolução dos europeus em relação a religião
verdadeira. (p. 277)
O ex-dominicano Giordano Bruno disputa com Las Casas sobre
questões doutrinárias e por isso é preso, julgado pela inquisição e queimado
em praça pública em 1600 por declarar que o todo era central no universo.
(p.280)
Estudando a questão dos índios Vasco de Quiroga se mostra
assimilacionista e demonstra não conhecer aos índios. Como Colombo e Las
Casas “vê neles, não o que são, mas o que quer que sejam...”. Além disso,
discursa o pensamento de Thomas More.
Gonzalo Guerrero identifica-se completamente com os índios. Aprende a
língua, adota seus costumes, religião e modos. (p. 285)
Cabeza de Vaca também faz alguns registros sobre os índios. Ele
“avança bastante na via da identificação”. (p.291). Sabe-se que ele era bem
recebido como mascate e como um xamã, rezava e assoprava sobre eles para
curá-los. No entanto, sua identificação com eles ainda não é completa, pois,
vive reclamando e quando tem a oportunidade, embarca para a Espanha.
O maior relato acerca dos maias é feito pelo franciscano Diego de
Landa, mas, infelizmente além de escrever, ele queima os livros. Recusa-se a
identificação com os índios e força-os a religião cristã.
Nesse capítulo denominado conhecer outra personalidade destaca-se. É
a do espanhol Diego Durán que aos seis anos de idade chega a América e
formado in loco, aprende a cultura e é considerado um dos maiores escritores
do século XVI.
Durán irrita-se com o fato dos índios simularem “a celebração das festas
de nosso Deus e dos santos, inserem e celebram as de seus ídolos quando
caem no mesmo dia. E introduzem seus antigos ritos no nosso cerimonial.”(p.
299)
Alguns rituais judaicos são semelhantes aos rituais astecas. Diante
disso, ele acredita na teoria de que os astecas são uma tribo perdida de Israel.
(p.307).
Todorov diz que Durán talvez já tivesse uma predisposição para a
mestiçagem cultural, assimilando e absorvendo uma nova cultura. Sobre o
pensamento diferenciado do espanhol Durán, observa-se que ele não concorda
que o evangelho seja forçado e a fé pregada com a espada na mão.
Finalizando Todorov apresenta a vida de Shagún e sua obra “A História
general de las cosas de Nueva Espanã” que é escrita durante quase quarenta
anos e “é uma enciclopédia da vida espiritual e material dos astecas antes da
conquista.” (p.332).
O capítulo final resgata os comentários dos autores anteriormente
apresentados e não deixa de ser uma escrita sobre a questão do outro, cheia
de comparações.
Finalizando com uma reflexão, o livro “A conquista da América: a
questão do outro”, mostra a atitude dos colonizadores autodenominados
“civilizados”, frente aos americanos discriminados e considerados “bárbaros”
pelos espanhóis.
No entanto, o autor questiona sobre qual o significado verdadeiro de ser
civilizado? Ou o que é verdadeiramente ser bárbaro?
Nas quatro temáticas apresentadas, descobrir, amar, conhecer e
conquistar, o autor apresenta diversos conceitos como: conceitos históricos,
antropológicos, linguísticos, civilizacionais, geográficos, biológicos e teológicos,
etc.
Duas civilizações diferentes são comparadas por historiadores na
maioria espanhóis e poucas pelos americanos. Os índios não podem ser
considerados como povos inferiores, pois, através de sua cultura apresenta-se
até mais civilizado do que os europeus em alguns aspectos.
A forma que os índios entendem a guerra é bem diferente da forma que
os europeus entendem. Os valores para cada um são diferentes, pois, vivem
sistemas diferentes.
Nesse sentido, o europeu trilhou a constituição de uma sociedade e
impôs aos americanos o processo de aculturalização, desprezando a sua
cultura nativa.
Acontece um grande genocídio, por ocasião da instalação europeia nas
terras americanas. A cruel matança das almas indígenas deu-se pela ganância
espanhola por metais preciosos e foi muito bem retratada por Frei Bartolomeu
de Las Casas testemunha ocular de tais acontecimentos, que jamais ficou
calado diante do tratamento desumano dispensado pelos colonizadores aos
povos nativos.
Esqueceram-se da questão de alteridade, da questão do outro e
empregaram os meios mais desumanos para chegar ao seu objetivo.
Os índios forma tratados pior do que animais, como coisas. Foram
mortos milhões de almas, tendo as seguintes justificativas: a ganancia pelo
ouro, e a fé católica cristã.
BIBLIOGRAFIA:

TODOROV, Tzvetan. A Conquista da América: A questão do Outro: São Paulo:


Martins Fontes, 2011.

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