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FIG – UNIMESP

CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DE SÃO PAULO

AVALIAÇÃO AC

ANÁLISE DO LIVRO “O LABIRINTO DA SOLIDÃO E POST-SCRIPTUM”

FERNANDO GIORGETTI DE SOUZA - 1108

GUARULHOS/2012.
FERNANDO GIORGETTI DE SOUZA

AVALIAÇÃO AC

ANÁLISE DO LIVRO “O LABIRINTO DA SOLIDÃO E POST-SCRIPTUM”

Trabalho solicitado para averiguação de


aprendizagem AC da disciplina Hispano
América ministrada pelo professor
Marcelo Lambert

Guarulhos-SP – 2012
Nascido na Cidade do México em 31 de Março de 1914, o escritor
Octavio Paz desde cedo, tomou gosto pela literatura e na biblioteca de seu avô
teve contato com muitas obras.
O capital cultural recebido pelo avô escritor e também pelo pai o
jornalista político engajado nos levantes agrários liderado por Emiliano Zapata,
ao lado de outros intelectuais progressistas, foi fundamental para a formação
do escritor latino americano.
Participou do II Congresso Internacional de Escritores Anti-Fascistas na
Espanha e retornando ao México fundou a revista Taller (Workshop) em 1938
que marcou uma nova geração de escritores mexicanos.
Sua imersão na poesia modernista anglo-americana ocorreu em 1943,
quando recebeu uma bolsa de estudo para estudo nos Estados Unidos.
Entrou para oo serviço diplomático mexicano e foi enviado para a
França, onde teve contato com várias atividades e publicações surrealistas. Foi
lá que escreveu o livro de estudo em questão: “O labirinto da escuridão” um
estudo da identidade mexicana.
Octavio Paz foi nomeado embaixador do México para a índia (1962-
1968) e após esse período continuou seu trabalho de editor dedicado as artes
e a política.
O poeta e ensaista foi nomeado em 1980 “doutor honoris causa” na
Universidade de Harvard e recebeu diversos prêmios destacando-se entre eles
o prêmio Cervantes (1981) e o American Neustadt Prize (1982).
Em 1990, o poeta recebeu o Prêmio Nobel da Paz em conforme registra
o site do Prêmio Nobel: “The Nobel Prize in Literature 1990 was awarded to
Octavio Paz "for impassioned writing with wide horizons, characterized by
sensuous intelligence and humanistic integrity". Isto é, o prêmio foi atribuído
pela inteligência sensual e integridade humanística do mexicano.
Suas obras consistem em poesias, prosas poéticas, teatro, ensaios,
traduções e edições, livros, traduções, antologias, estudos críticos e
entrevistas. Elas contribuem para os debates contemporâneos nos campos
filosóficos, históricos e sociais.
Escolhi a biografia de Octavio Paz publicada no site Nobelprize.org e
após a leitura e tradução do conteúdo, selecionei os trechos mais relevantes e
parafraseei conforme aqui se apresenta.
O texto de Octavio Paz é excelente para compreender a essência da
individualidade, os símbolos e dramas mexicanos carregados de tradições e
estuda o mexicano, não o crioulo, ou o mestiço, ou o estrangeiro.
O autor compara as descobertas que os adolescentes têm de si mesmo,
com o processo de crescimento do país e é curioso o fato de ter pensado a
questão dos Pachucos e de ter concebido parte do livro nos Estados Unidos:
"muitas das reflexões que fazem parte deste ensaio nasceram fora do México,
durante dois anos que passei nos Estados Unidos" (PAZ, 2006, p.16).
No primeiro capítulo ao relatar quem são os Pachucos, o autor define
serem eles um grupo de jovens mexicanos que vivem geralmente nas cidades
do sul dos Estados Unidos e que são facilmente reconhecidos pelas suas
roupas, seus comportamentos e linguagens. Eles são marginalizados e estão
prontos para quebrar as regras desafiando o sistema e irritar a sociedade.
Acrescenta ainda: “O pachuco não quer voltar a sua origem mexicana;
também, pelo menos na aparência – não deseja fundir-se à vida norte-
americana” (p.17)
Por esse motivo Paz diz que queiram ou não eles são mexicanos, o
extremo em que se pode chegar um mexicano. Acrescenta ainda ser o pachuco
uma moda, um ser agressivo que nega a sua origem.
Mesmo assim, buscam ser diferentes dos outros. Entre tantas as
descrições de Paz sobre eles, destaca o carater desafiador, deles, pois, “Nega
a sociedade da qual procede e a norte-americana”.(p.20)
O instinto e a rebeldia dos pachucos não são para reinvindicar a sua
raça e sim para mostrarem-se diferentes dos outros. Por isso, o ódio norte-
americano se volta contra o grupo.
O pachuco é um intruso não apenas para os americanos, mas, também
para o universo.
Outra questão abordada é a dos mexicanos viverem nesse labirinto da
solidão e se sentirem sozinhos. Paz entende que eles não devem se sentir
inferiores, mas diferentes.
O autor discute as diferenças entre a sociedade norte-americana e a
sociedade mexicana, apontando a solidão dos mexicanos, contrastando-a com
a alegria dos americanos conformados com o mundo em que vivem e as
diferenças religiosas também são evidenciadas ao relatar os costumes dos
pães em forma de ossos e caveiras cultuando a morte em dois de novembro,
herdado dos indígenas. Ele acredita ser a religiosidade do povo mexicano
muito profunda.
O autor apresenta também a valorização da morte como o verdadeiro
companheiro para a vida, culto que acontece desse modo, só na sociedade
mexicana.
Após a extensa abordagem da questão do pachuco, e dos inúmeros
conceitos sobre esse grupo e de suas ideologias, e da apresentação do povo
mexicano como um povo solitário, o autor prossegue o seu estudo introduzindo
“as máscaras mexicanas”.
É nas máscaras de auto-negação que o povo esconde sua identidade e
prendem-se na solidão. Apesar da herança cultural dos indígenas, o autor fala
da também da herança espanhola. A máscara distancia os mexicanos do
mundo e de si mesmo.
Fechar-se é a ordem. Falar demais é um erro e aqueles que assim
procedem são covardes. Silenciar-se é defender-se. Observa Paz: “Os que “se
abrem” são covardes. Para nós, ao contrário do que acontece com outros
povos, abrir-se com alguém é uma fraqueza ou uma traição. O mexicano pode
se curvar, se humilhar, se agachar, mas não pode “se abrir”, isto é, permitir que
o mundo externo penetre na sua intimidade.” (p.30-1)
Nesse sentido, a mulher é considerada uma ferida aberta, pois, “sua
inferioridade é constitucional e reside no seu sexo.” Portanto, um ser inferior
nessa sociedade.
Quanto às relações, o mexicano que se abre para o próximo se abdica
devido expor sua vida, se alienando a alguém. Isso pode ser percebido por
ocasião da submissão ao colonizador.
As heranças do recato feminino provem dos indios e dos espanhois e os
mexicamos entendem ser a mulher depositária de certos valores. Não importa
quem seja, Segundo o autor, seja ela: “Prostituta, deusa, senhora, amante, a
mulher transmite ou conserva, mas não cria, os valores e as energias que lhe
confiam a natureza ou a sociedade.” (p. 35).
A mulher é apenas é uma reprodutora, conservadora de valores, um
símbolo da continuidade da raça humana.
Outra característica do mexicano na ótica de Paz é o escesso de
dissimulação das paixões e de si mesmo. Está imbuída no olhar cabisbaixo.
De acordo com Paz há possibilidade dessa dissumulação ter se
originado ainda nos tempos coloniais, pois, “Índios e mestiços tinham, como no
poema de Reyes, de cantar mudo, pois, ‘entre os dentes ainda se ouvem
palavras de rebelião.’ ” (p.42)
As mascaras mexicanas servem então para proteger a intimidade. Eles
não querem ser alienados por outros e então adentram no labirinto da solidão,
para livrar-se do perigo do mundo exterior.
É impressionante a abordagem de Paz no quarto capítulo. A princípio ele
faz uma crítica pesada ao capitalismo, demonstrando a estranheza para o
mexicano contra o sistema. Em seguida, retoma a ideia da “máscara mexicana”
esconder o medo e o receio, ao afirmar: “Escravos, servos ou raças
submetidas apresentam-se sempre cobertos por uma máscara sorridente ou
austera.” (p.67)
Segundo Paz, a luta contra as entidades imaginárias também é exposta
pelo autor como fantasmas e vestígios do passado engedrados pelo próprio
povo mexicano. Ele enfatiza que a história auxilia o esclarecimento desses
mitos e nos ajuda a compreender “certos traços” do caráter mexicano.
Então Octavio Paz parte para uma análise etimológica da palavra
Chingada. Compreende ser ela de conotação negativa, de significação ruim,
entre os mexicanos e espanhois. Trabalha a derivação do radical e conclui que
“a ideia de romper e de abrir reaparece em todas as expressões... e que o
vocábulo está carregado de suxualidade.”(p.72)
Diante de seus estudos, responde que “a Chingada é a Mãe aberta,
violada ou seduzida pela força” e desse modo, o mexicano seu fruto, é o fruto
de uma violação. (p.75)
Sobre a representação de Cristo crucificado o autor explica a veneração
do povo mexicano: “... o Cristo ensanguentado e humilhado, golpeado pelos
soldados, condenado pelos juízes, porque nele vê a imagem transfigurada de
seu próprio destino. E é isto que também o leva a reconhecer-ce em
Cuauhtémoc, o jovem imperador asteca destronado, torturado e assassinado
por Cortés.” (p.78)
Outra identificação do povo mexicano é com a virgem de Guadalupe.
Eles crêem ser ela “o consolo dos pobres, o escudo dos fracos, o amparo dos
oprimidos.” (p.79)
Assim, explica também o mito da Dona Malinche a amante de Cortés
que voluntariamente se entrega ao conquistador. Acrescenta Paz: “A estranha
permanencia de Cortés e da Malinche na imaginação e na sensibilidade dos
mexicanos atuais revela que são algo mais do que figuras históricas: são
símbolos de um conflito secreto, que ainda não resolvemos.” (p.81)
Esse repúdio a Malinche - a Eva mexicana – explica a existencia de um
rompimento com as ligações do passado e o mexicano nega suas origens,
pois, “penetra sozinho na vida histórica” (p.81)
E assim o mexicano não aceita ser nem índio, nem espanhol, nem
mestiço. Define-se é apenas um homem, filho do acaso.
No quinto capítulo Paz fala sobre a “Conquista e Colônia” e inicia
apontando o México com uma civilização complexa e refinada, ao contrário do
que diz a história espanhola serem eles povos bárbaros ou povos primitivos.
A Espanha e seus homens por ocasião da conquista são medievais. O
catolicismo é o centro das atividades coloniais. Oferece aos americanos o
racionalismo europeu.
O povo mexicano é fervoroso e de uma profunda religiosidade e
passivos diante da colonização espanhola.
No entanto, o autor registra a independencia com um fenômeno. De
duplo significado, isto é, a “desagregação do corpo morto do império e
nascimento de uma pluralidade de novos Estados. Conquista e Independencia
parecem ser momentos de fluxo e refluxo de uma grande onda histórica, que
se forma no século XV, estende-se até a América, atinge um momento de belo
equilíbrio nos séculos XVI e XVII e finalmente se retira, desagregando-se antes
em mil fragmentos.” (p. 108)
Após a Revolução dos intelectuais no século XVIII, mexicanos surge a
nação mexicana negando o seu passado e rejeitando as tradições em busca de
um próspero futuro.
Concluindo, o livro elucida entre tantas questões, a temática da
alteridade discutida por Todorov, sobre a questão do outro. Além disso, é um
tratado sobre o povo mexicano, que revela características desse povo e ajuda
na compreenssão de diversos processos vividos na América Latina.
É impressionante como Octavio Paz decifra os mitos mexicanos, fala
sobre a família mexicana, sobre os seus costumes e a marginalização desse
povo.
BIBLIOGRAFIA:

MLA style: "Octavio Paz - Biography". Nobelprize.org. 5 Nov 2012


http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/literature/laureates/1990/paz-bio.html

PAZ, Octavio. O labirinto da solidão e Post-scriptum. Rio de Janeiro: Paz e


Terra, 2006.

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