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EAD 2019 – CICLO III

PREVENÇÃO E COMBATE A
INCÊNDIOS FLORESTAIS

1º Ten. QOBM Keyla Karas Soltes


2º Ten. QOBM Fillipe Borlot
2º Ten. QOBM Bruno Eduardo Da Macena

MÓDULO I – TEORIA BÁSICA FLORESTAL


EAD 2019 – CICLO III – PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS

MÓDULO I – TEORIA BÁSICA FLORESTAL

OBJETIVOS DESTE MÓDULO

 REVER CONCEITOS BÁSICOS RELACIONADOS AO TETRAEDRO DO FOGO


 RELATAR AS FASES DA COMBUSTÃO RELATIVA AO INCÊNDIO FLORESTAL
DISCORRER SOBRE AS CLASSIFICAÇÕES E ARRANJOS DOS COMBUSTÍVEIS
FLORESTAIS;
CARACTERIZAR OS FATORES DE PROPAGAÇÃO ENVOLVIDOS NO INCÊNDIO
FLORESTAL;
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MÓDULO I – TEORIA BÁSICA FLORESTAL

TETRAEDRO DO FOGO

Em qualquer incêndio forestal é necessário haver


combustvel para queimar, oxigênio para manter as
chamas, calor para iniciar o processo de queima e
reação em cadeia para manter a combustão.
Se retrarmos qualquer um destes elementos, ou
mesmo reduzi-los a certos níveis, o processo da
combustão é inviável.
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 COMBUSTÍVEIS

Os combustveis em sua maioria são compostos orgânicos (moléculas que possuem


em sua composição átomos de carbono e hidrogênio). O combustvel é o elemento
que serve de campo de propagação para o fogo.

Veremos a seguir que os combustveis forestais podem ser classifcados quanto ao


estado fsico, à volatlidade e quanto à propagação das chamas.
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• Classifcação dos combustveis quanto ao ESTADO FÍSICO

Sólidos: são os mais encontrados no ambiente forestal. Para entrarem em


combustão necessitam passar da fase sólida para a gasosa.
Líquidos: Raramente encontrados nos incêndios forestais, exceto quando atngem
depósitos de estocagem destes produtos. Ex: Álcool, gasolina etc.
Gasosos: São diversos gases infamáveis. O perigo destes gases reside
principalmente na possibilidade de vazamento dos mesmos, podendo formar com
o ar atmosférico, misturas explosivas que facilmente atngem uma fonte de ignição.
Ex: gás liquefeito de petróleo (GLP).
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• Classifcação dos combustveis quanto a VOLATILIDADE

Voláteis: Desprendem vapores capazes de se infamar em temperatura ambiente.

Não Voláteis: Desprendem vapores infamáveis somente após serem aquecidos.


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• Classifcação dos combustveis quanto a PROPAGAÇÃO DAS CHAMAS

LEVES PESADOS
São os combustveis de fácil ignição e São os combustveis de propagação
propagação e muitas vezes servem de lenta. Necessitam de temperaturas
base para a combustão em combustveis mais altas para entrarem em
pesados. Ex: folhas secas/mortas, combustão. Ex: troncos e árvores de
arbustos e vegetais oleosos. grande porte.
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 COMBURENTE

É o gás que serve para produzir e manter a combustão por meio da sua
combinação com os gases infamáveis provenientes do aquecimento dos
combustveis. O comburente mais abundante é o Oxigênio (O2) que é encontrado a
21% na atmosfera. Experiências mostram que se reduzirmos a porcentagem de
oxigênio abaixo de 15% não teremos o processo da combustão.
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 CALOR
É uma forma de energia. Nos incêndios forestais, normalmente a “energia para
ignição” é o calor que será originado das maneiras mais diversas, tais como: brasas,
pontas de cigarros, queima de lixo, resíduos de escapamento de veículos, etc. A
energia para ignição pode ser ainda descargas atmosféricas. A temperatura de
ignição dos combustveis forestais está entre 260 a 400 ºC.

Unidade de Calor: Caloria (cal)


É a quantdade de calor que deve ser fornecida a um grama de água para elevar a
sua temperatura em um grau Celsius.
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Calor de Combustão
SUBSTÂNCIA CALOR DE COMBUSTÃO

Defnimos calor de combustão como


MADEIRA 4.500 Kcal/kg
sendo a quantdade de calor liberada por
GÁS DE CARVÃO 5.400 Kcal/kg
unidade de massa ou por unidade de
volume, quando se queima GÁS NATURAL 9.000 a 22500 Kcal/m³
completamente uma substância. Os
CARVÃO 7000 a 9500 Kcal/m³
calores de combustão dos combustveis
sólidos e líquidos são normalmente ÁLCOOL ETÍLIO 7000 Kcal/kg
expressos em Kcal.
ÓLEO COMBUSTÍVEL 10.000 kcal/kg
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 REAÇÃO EM CADEIA
De forma simples, o calor irradiado das chamas atnge o combustvel ainda não
queimado e este é aquecido, liberando vapores combustveis que se combinam
com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para o combustvel próximo,
formando um ciclo constante que mantém as chamas, a este ciclo constante
chamamos Reação em Cadeia.
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COMBUSTÃO
Todos os corpos combustveis para entrarem em combustão, necessitam atngir
determinadas temperaturas. O fenômeno químico da Combustão é uma reação
que se processa em cadeia, que após a partda inicial, é mantda pelo calor
produzido durante o processamento da reação. Vejamos três pontos importantes
que ocorrem durante um processo de combustão:

1 – Ponto de Fulgor
2 – Ponto de Combustão
3 – Ponto de Ignição
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Ponto de FULGOR Ponto de COMBUSTÃO Ponto de IGNIÇÃO

É a temperatura mínima na É a temperatura mínima na É a temperatura


qual os corpos combustíveis qual os gases desprendidos mínima na qual os
começam a desprender dos corpos combustíveis, ao gases desprendidos
vapores que se incendeiam entrar em contato com a fonte dos corpos
em contato com uma fonte externa de calor, entram em combustíveis entram
externa de calor, entretanto combustão e continuam a em combustão, apenas
a combustão não se queimar. pelo contato com
mantém, devido a oxigênio do ar,
insuficiência na quantidade independente de
de vapores emanados dos qualquer fonte de calor
combustíveis. externa.
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FASES DA COMBUSTÃO
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FASES DA COMBUSTÃO
Pré-aquecimento
Nessa fase é secado o combustvel que parcialmente se destla, sem a existência de chamas. O calor
elimina o vapor de água e contnua aquecendo o combustvel até a temperatura de ignição, que fca
entre 260 e 400ºC para a maioria do material forestal.

Destlação ou Combustão dos Gases


Nessa fase os gases destlados dos combustveis se acendem e queimam, produzindo chamas e altas
temperaturas que podem atngir 1.250ºC. Nesse estágio do processo de combustão os gases estão
queimando, mas o combustvel propriamente dito ainda não está incandescente.

Incandescência ou Consumo do Carvão


Nesta fase o combustvel (carvão) é consumido, restando apenas às cinzas. O calor gerado é intenso,
mas já não existem chamas nem fumaça.
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CLASSIFICAÇÃO DAS COMBUSTÕES


• VIVAS
São as que se processam com certa rapidez, produzindo calor e desenvolvimento
de luz ou incandescência.

• LENTAS
Também chamadas “Eremacause”, são combustões em que o desenvolvimento de
calor é pequeno e não se faz notar; por exemplo: combustão no interior do
organismo dos seres organizados.
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• ESPONTÂNEAS
Chama-se combustão espontânea o fato de alguns corpos terem como propriedade
característca, a possibilidade de se combinarem com o oxigênio do ar ou de outro
portador (agentes oxidantes) com que estejam em contato, ocasionando uma
reação exotérmica, isto é, com desprendimento de calor, o que favorece sua
combustão, sem o concurso de uma fonte externa de calor, centelha ou outra causa
de incêndio.
A presença de umidade dentro de determinados limites, em certos casos, pode
favorecer o aquecimento, como por exemplo o carvão de lenha. Esse quando
sujeito a uma prolongada ação de temperatura não muito alta, pode queimar
espontaneamente, devido a formação de carbono poroso ou carvão na superfcie
exposta da mesma.
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• PIRÓLISE

A pirólise é defnida como sendo a decomposição química de uma substância, pela


ação do calor.
Vapor d’água e gases infamáveis são liberados da decomposição do combustvel.
Se disponível a mínima energia de ignição os gases se infamam. Na temperatura
que ocorre a ignição do combustvel o processo químico deixa de ser endotérmico e
passa a ser exotérmico e a reação se auto sustenta.
A esse processo químico chamamos de Pirólise.
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ELEMENTOS RESULTANTES DA COMBUSTÃO


 FUMAÇA
São partculas do material combustvel em suspensão, infamados ou não (resíduos
da combustão) juntamente com outras substâncias que poderão ser: poeiras,
cinzas, gases, etc.
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A cor da fumaça, ou seja, sua maior ou menor transparência, serve de orientação prátca na
identfcação do material combustvel que está queimando. A sua descrição de volume, tpo
e cor da fumaça, será uma indicação da grandeza, intensidade do fogo e do material em
combustão.
TIPO DESCRIÇÃO
COR TIPO DO MATERIAL

Fino Fumaça em pequena extensão.


Branca Grama, ervas.
Fumaça em maior
Pesada intensidade.
Cinza Avermelhada Arbustos leves.
Grande volume de fumaça erguendo-se
Crescente vertcalmente, podendo espalhar ou ter um
efeito de agitação no alto.
Arbustos pesados, carvalho,
Negra
toras
Fumaça que é seguida por correntes de ar e dá
Vaga
um grande efeito de propagação. Geralmente pinho e
Amarela
Fumaça distendida sobre grandes ervas.
Espalhada
áreas.
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A capacidade de identfcar rápida e apropriadamente a fumaça poderá auxiliar o comandante da


operação de combate a incêndio a decidir que attude tomar. Poderemos tratar com três tpos de
fumaça: Legitma, Falsa e Ilegítma.

• FUMAÇA LEGÍTIMA

Tem autorização legal ou permissão e estão sob controle. Elas vêm de fontes tais como locomotvas,
serrarias, ranchos, queima de detritos, operações ou acampa- mentos, e devem ser frequentemente
registradas no mapa do incidente. Tais tpos de fumaça tem um padrão defnido quanto à hora do
dia em que aparecem, volume e cor da fumaça e duração do tempo em que permanecem visíveis.
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• FUMAÇA FALSA
Se faz passar por fumaça sob certas condições de luz ou de tempo atmosférico, tais como
despenhadeiros, rochedos distantes, clareiras de mato ou arbustos, pequenas áreas de mata seca,
poeira de carros, elementos vivos e colunas de nevoeiro ou nuvens. As fumaças falsas devem ser
assinaladas no mapa do incidente. Quando em dúvida quanto a uma possível fumaça falsa, assinale- a
como um “INCÊNDIO”.

• FUMAÇA ILEGÍTIMA
Quaisquer fumaças não autorizadas por Lei ou Permissão, ou quaisquer fogos sem controle. Assinale
todas as fumaças ilegítmas como sendo “INCÊNDIO”.
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 CHAMA
É a parte visível da combustão. A cor da chama muitas vezes poderá indicar o
material em combustão. No combate aos incêndios forestais as equipes de ataque
direto e ataque indireto utlizam a base das chamas como uma referência de ataque
ao fogo.
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 GASES
Os gases produzidos pela reação do combustvel com comburente, dependem do
corpo combustvel.

• Gás Carbônico (CO2)


Por ocasião da combustão o carbono do combustvel combina-se com oxigênio do
ar na proporção de dois átomos de oxigênio para um de carbono, dando como
resultado o gás carbônico, que é produto da combustão completa.
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• Monóxido de Carbono (CO)

Em locais com restrição de O2 a combustão se realiza com união apenas de um


átomo de oxigênio para um de carbono, formando o monóxido de carbono que é
um gás característco das combustões incompletas. É explosivo e altamente tóxico.
Se for respirado, mesmo em baixas concentrações, vai retrar o oxigênio contdo no
sangue, levando o indivíduo à morte. Quando misturado com ar atmosférico em
determinadas proporções (12,5%), forma uma mistura explosiva.
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MÉTODOS DE TRANSMISSÃO DE CALOR

Uma fonte de calor sufcientemente forte é uma das condições necessárias para a
ocorrência e a contnuidade da combustão para os combustveis próximos, a fm de
que o incêndio possa avançar ou se propagar.

Essa transferência de calor pode ocorrer por condução, radiação e convecção.


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 CONDUÇÃO
É a transferência de calor por contato direto com a fonte aquecida de calor. Quando
uma substância é aquecida ela absorve calor e sua atvidade molecular interna
aumenta. O aumento da atvidade molecular é acompanhado de um aumento de
temperatura. A capacidade de conduzir calor varia bastante entre diferentes
substâncias. Os materiais combustveis forestais são maus condutores de calor, daí
a pequena importância da condução na propagação dos incêndios forestais.
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 RADIAÇÃO
É a transferência do calor pelo espaço, por meio de ondas ou raios, em todas as
direções, à velocidade da luz. Radiação é o único meio de transferência de calor
que não requer uma substância intermediária entre a fonte de calor e a substância
receptora, podendo processar-se inclusive no vácuo, como por exemplo o
aquecimento da terra pelo sol.
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CONVECÇÃO
É a transferência de calor por meio do
movimento circular ascendente de massas de
ar aquecidas. O ar aquecido diminui sua
densidade, tornando-se mais leve e tendendo
a subir. Segundo o princípio da convecção, o
fogo pode criar condições de turbulência
aspirando oxigênio pelos lados e lançando
para cima o ar aquecido. Esse processo é
responsável pelo barulho que se ouve em
grandes incêndios que se movimentam
rapidamente.
A convecção é responsável por cerca de 70%
do calor emitdo pelas chamas.
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Todos os três métodos de transferência de calor condução, radiação e convecção - geralmente


estão atuando simultaneamente em um incêndio forestal. No entanto o grau de importância
de cada método varia de acordo com a situação. No início de um incêndio, o calor de uma
fagulha pode ser transferido para o combustvel por qualquer um dos métodos, ou por uma
combinação dos mesmos.
Para que o fogo se propague, o calor deve ser transferido para o combustvel que ainda não
queimou e essa transferência é feita principalmente por radiação ou convecção. Se não existe
vento e o terreno é plano, a coluna de convecção é pratcamente vertcal. Nesse caso a
transferência de calor para o combustvel à frente do fogo é insignifcante e a radiação torna- se
o mais importante método de transmissão do calor que sustenta a combustão, assim como a
coluna de convecção vertcal do slide anterior.
A presença de vento e uma topografa acidentada favorecem o movimento convectvo e então
a convecção passa a ser o processo dominante na propagação, principalmente dos grandes
incêndios.
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A presença de vento e uma topografa acidentada favorecem o movimento


convectvo e então a convecção passa a ser o processo dominante na propagação,
principalmente dos grandes incêndios.
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 DESLOCAMENTO DE CORPOS INFLAMADOS


O combustvel forestal ao queimar pode lançar à frente da linha de fogo, fagulhas ou material
forestal em brasa. Tal fenômeno ocorre principalmente em função da ação do vento. Regiões de
extensas forestas, reforestamentos e campos são mais suscetveis a tais fenômenos. O incêndio
forestal quando assume proporções maiores cria condições próprias, principalmente correntes de
ar em função da convecção. Ex: fagulhas, quedas de árvores e animais se deslocando pela foresta
com o pelo em chamas.
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 CORRENTES OU DESCARGAS ELÉTRICAS

Ocorrem principalmente devido a incidência de raios. Já foram registrados casos no


Estado do Paraná de incêndios forestais que tveram origem em função de
descargas atmosféricas. Outro ponto que se deve considerar são as torres de alta
tensão, pois pode haver rompimento de cabos energizados que ao cair na
vegetação podem dar início aos incêndios.
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CLASSIFICAÇÕES E ARRANJOS DOS


COMBUSTÍVEIS FLORESTAIS
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 O BIOMA DO ESTADO DO PARANÁ

O Estado do Paraná integra a região Sul e


sua extensão territorial é de 19 milhões
de hectares. É composto por 399
municípios e sua população totaliza
cerca de 11.348.937 habitantes (IBGE,
2018).
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Originalmente 83% de sua superfcie eram cobertos por forestas. Estas forestas pertencem a três
tpos principais, cada um com suas peculiaridades estruturais e forístcas: a Floresta Ombrófla
Densa (no Litoral e Serra do Mar), a Floresta Ombrófla Mista ou Floresta de Araucária (no leste e sul
da Região Planaltna) e a Floresta Estacional Semi-Decidual (no oeste e norte do Estado). Estes três
tpos de Florestas são legalmente reconhecidos, no Brasil, como componentes do Bioma “Mata
Atlântca”.
Segundo Maack (1981), a vegetação nos 17% restantes da área do Estado originalmente era
composta por formações não-forestais, entre estas estão os campos, encontrados nas regiões de
Ponta Grossa e Guarapuava, os cerrados, encontrados em fragmentos como na região de
Jaguariaíva, a vegetação pioneira de infuência marinha (restngas), fuviomarinha (mangues) e
fúvio-lacustre (várzeas), e pela vegetação herbácea do alto das montanhas (campos de alttude e
vegetação rupestre).
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COMBUSTÍVEIS

Combustvel é qualquer material orgânico vivo ou morto, no solo, abaixo do solo ou


no ar, capaz de entrar em ignição e queimar. Combustveis são encontrados em
uma infnita combinação de tpo, quantdade, tamanho, forma, posição e arranjo no
ambiente forestal e abrangem desde a grama esparsa e material morto até
coníferas de grande densidade, as quais devido a sua composição complexa
possuem alto índice de infamabilidade.
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 De forma resumida, os combustveis forestais podem ser analisados


com base no organograma:
COMBUSTÍVEL

Localização Caracterização

Aéreos Superficiais Subterrâneos Quantidade Tipo Arranjo

Total Perigosos Distribuição

Disponível Semi-perigosos Continuidade

Verdes Compactação

Fonte: Soares, Batista e Nunes (2009)


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QUANTO À LOCALIZAÇÃO:

COMBUSTÍVEL SUBTERRÂNEO

Todo material encontrado abaixo da superfcie da terra, como raízes e pedaços de madeiras
enterrados, comumente caracterizados pela denominação “turfa”.

Foto – “Turfa”
Fonte: Acervo pessoal 1º Ten. QOBM Mariana Lorenzi
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 COMBUSTÍVEL SUPERFICIAL
Todo material localizado imediatamente acima do solo, até a altura
de 1,8 metros, como gramas, húmus, turfa, pedaços de madeiras
mortas, pequenos galhos e pequenos arbustos.

 COMBUSTÍVEL AÉREO
Todo combustvel verde ou morto, localizado no topo das árvores
(copa), como grandes árvores, troncos mortos, e grandes arbustos
(acima de 1,8 metros).
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QUANTO AO TIPO:

COMBUSTÍVEIS PERIGOSOS

A categoria de combustveis forestais perigosos inclui pequenos galhos, de


diâmetro igual ou inferior a 1,0 cm, folhas, liquens, musgos e gramíneas, todos em
estado seco. Esses materiais, por apresentarem menor temperatura de ignição,
facilitam o início do fogo e aceleram a propagação, queimando rapidamente, com
muito calor e chamas intensas (SOARES e BATISTA, 2007, p. 48).
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COMBUSTÍVEIS SEMI-PERIGOSOS

Os combustveis semi-perigosos compreendem galhos acima de 1,0 cm de


diâmetro, troncos caídos, húmus e turfa. São, portanto, materiais lenhosos ou em
decomposição e compactados, que por suas característcas queimam lentamente.
Embora de ignição mais lenta e mais difcil, esses materiais desenvolvem intenso
calor e podem manter uma combustão latente, com risco de reiniciar incêndios
aparentemente controlados (SOARES e BATISTA, 2007, p. 48).
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COMBUSTÍVEIS VERDES

• Os combustveis verdes são consttuídos pela vegetação viva existente na foresta.


Devido ao alto teor de umidade, os combustveis verdes, exceto as coníferas
resinosas, são às vezes considerados não infamáveis. O calor liberado pela
combustão dos outros combustveis pode, entretanto, secar esses materiais
tornando-os facilmente infamáveis (SOARES e BATISTA, 2007, p. 49).
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FATORES DE PROPAGAÇÃO DOS INCÊNDIOS


FLORESTAIS – QUANTIDADE E ARRANJO
DOS COMBUSTÍVEIS
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 UMIDADE DO COMBUSTÍVEL

Equivale a porcentagem de água contda no combustvel em


relação a seu peso seco. Em uma foresta em que o material
combustvel esteja seco por conta de um período de estagem, o
fogo tem uma tendência a se propagar de uma forma mais rápida.
Com efeito, forestas onde os combustveis possuem alta umidade
devido ao orvalho e por estarem verdes tendem a apresentar
difculdade na queima.
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 Isto se explica pelo fato de que, para vaporizar a água existente


na umidade do combustvel, é necessário uma grande quantdade
de energia, o que vai gerar uma diminuição na energia calorífca
para a queima daquele combustvel.
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 ARRANJO VERTICAL DO COMBUSTÍVEL

Defnimos arranjo vertcal do combustvel como uma relação entre


o tamanho relatvo do combustvel e sua contnuidade vertcal. Em
reforestamentos é prátca comum a desrama das espécies à
medida que vão crescendo com a fnalidade de causar uma quebra
no arranjo vertcal, bem como evitar que folhas ou acículas em
queda se depositem nos galhos mais próximos ao solo e também
funcionem como escada para a propagação dos incêndios.
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 QUANTIDADE/CARGA DO COMBUSTÍVEL
No ambiente forestal a carga do material combustvel é dada como o peso do
material seco dividido pela área em que o mesmo se encontra. Usualmente é
expressa em toneladas por acre (t/a). A carga do material combustvel varia de
acordo com o tpo de vegetação, como nos exemplos abaixo:
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 COMPACTAÇÃO DO COMBUSTÍVEL

A compactação do material combustvel é defnida como o espaço


existente entre as partculas do material, referindo-se à quantdade
de combustvel por unidade de volume, infuenciando diretamente a
circulação de ar existente (SOARES, 1985). Assim, quanto maior a
circulação de ar, maior será a quantdade de oxigênio fornecido ao
processo de combustão, resultando numa produção maior de calor e
aumento da velocidade de propagação do fogo sobre a superfcie
(SOARES, BATISTA e NUNES, 2009).
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 TAMANHO E FORMA DO COMBUSTÍVEL

O tamanho e a forma do material combustvel afetam a razão área de


superfcie – volume dos combustveis. Combustveis forestais com
diâmetros pequenos (gramíneas, folhas e galhos secos, por exemplo)
têm maior superfcie de contato com o oxigênio atmosférico,
apresentando, portanto, uma maior facilidade de ignição e manutenção
do fogo e requerendo menos calor para alcançar o ponto de combustão,
quando em comparação com combustveis que apresentam grandes
diâmetros (árvores de grande porte, por exemplo).
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 TAMANHO E FORMA DO COMBUSTÍVEL

Se dividirmos o cubo em 08 peças teremos o mesmo volume de combustvel (1m³),


entretanto teremos uma área de superfcie de 12 m², ou seja, com o mesmo volume,
alterando apenas a forma, é possível aumentar a superfcie de contato do material.

Exemplo de relação área/volume


AUTOR: Cap. QOBM Alexandre Mançano Cavalca
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 CONTINUIDADE DO COMBUSTÍVEL

A contnuidade do material combustvel refere-se à distribuição


horizontal do combustvel em uma determinada área. Afeta
diretamente na propagação, pois em locais onde há combustvel de
forma contnua, sem barreiras naturais ou criadas, haverá um
“caminho” para o fogo percorrer, seja nos combustveis superfciais
ou aéreos.
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 CONTINUIDADE DO COMBUSTÍVEL

Exemplos de contnuidade e descontnuidade do Combustvel


FONTE: htp://diariobombeiro.blogspot.com.br/2013/04/comportamento-dos-incendios-forestais.html
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 PROPRIEDADES QUÍMICAS DO COMBUSTÍVEL

Referem-se à presença de substâncias voláteis no material


combustvel forestal, como óleos, resinas, ceras, breu, que podem
alterar a taxa de propagação do fogo. Devido as suas característcas
em povoamentos de coníferas o fogo tende a se propagar mais
intensamente que em um povoamento de Eucalyptus, por
exemplo.
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FATORES CLIMÁTICOS

VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO

O vento é o mais variável e o mais crítco fator que altera o comportamento do fogo, sendo

também o mais imprevisível deles. O vento é resultado da diferença de temperatura

causada por gradientes de pressão entre diferentes áreas, resultantes dos processos de

aquecimento e resfriamento.
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VELOCIDADE E DIREÇÃO DO VENTO

O vento afeta a intensidade, direção e propagação do fogo, pré-aquecendo combustveis por radiação

e convecção, fornece suprimento de oxigênio necessário à propagação, favorece uma troca rápida de

umidade entre o ar e os combustveis, o que os tornarão mais secos, carrega partculas de combustvel

(fagulhas) e lança-as a frente da linha de fogo, em áreas ainda não queimadas. Nos incêndios de copa o

vento torna possível o transporte de calor e das chamas entre a copa das árvores.
.
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 VENTO
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 UMIDADE RELATIVA DO AR

A umidade do material combustvel varia de acordo com a umidade relatva do ar,


no caso da inexistência de precipitações. Os combustveis absorvem água de uma
atmosfera úmida e a liberam em dias quentes, entretanto tal fenômeno está
também intmamente ligado ao tamanho, compactação e arranjo do material.
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 UMIDADE RELATIVA DO AR
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 PRECIPITAÇÃO

A ocorrência de chuvas é o principal fator na extnção de um incêndio


forestal. Sua infuência direta na propagação do fogo é evidente.
Longos períodos de estagem afetam o potencial de propagação do
incêndio, principalmente pela secagem do combustvel, o que
aumentará a probabilidade de ignição e facilitará a propagação.
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 TEMPERATURA DO AR

A temperatura do ar atua em conjunto com pratcamente todos os demais fatores de

propagação dos incêndios forestais. O combustvel forestal depende da temperatura

do ar em volta dele para entrar em ignição. Experiências mostraram que a temperatura

de ignição do combustvel varia de 260º a 400º C, variando de acordo com o tpo do

combustvel e com as condições atmosféricas.


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 TEMPERATURA DO AR

O tempo necessário para o início da combustão depende do teor de umidade do

combustvel, ou seja, da quantdade de calor necessária para vaporizar a água antes

que a ignição possa iniciar. A temperatura máxima que o combustvel pode atngir se

considerando apenas a radiação solar é em torno de 75º C, o que não é sufciente para

provocar a ignição.
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 TEMPERATURA DO AR

O tempo necessário para o início da combustão depende do teor de umidade do

combustvel, ou seja, da quantdade de calor necessária para vaporizar a água antes

que a ignição possa iniciar. A temperatura máxima que o combustvel pode atngir se

considerando apenas a radiação solar é em torno de 75º C, o que não é sufciente para

provocar a ignição.
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 TEMPERATURA DO AR

A taxa de propagação do fogo também aumenta consideravelmente


com o aumento da temperatura do ar e do combustvel.
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ESTABILIDADE ATMOSFÉRICA

O ar na atmosfera pode estar estável, neutro ou instável, dependendo da temperatura em que se


encontra. A estabilidade atmosférica refere-se a tais movimentos, que dependendo das condições
locais alteram o comportamento do fogo.
Na atmosfera encontramos o ar em movimento constante, variando de acordo com a
temperatura, umidade, pressão e outras propriedades. Na ocorrência de um incêndio em uma
foresta, a atmosfera próxima das chamas se tornará extremamente aquecida, o que produzirá
grande instabilidade em níveis acima, criando movimentos vertcais das correntes de ar que
poderão incrementar a atvidade do fogo.
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 RELEVO

A topografa do terreno afeta o meio ambiente do incêndio por alterar


os processos normais de transmissão de calor e infuenciar nas
modifcações do clima local, infuenciando no tpo de vegetação e
combustvel. Pode-se dizer que resulta em micro climas com condições
de umidade localizadas e específcas.
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 INCLINAÇÃO

Os incêndios tendem a se propagar mais rapidamente em montanhas e


vales acima (aclives) e mais lentamente nos declives. A medida que a
inclinação aumenta a propagação do fogo também aumenta, causando
mais destruição.
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 INCLINAÇÃO
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 INCLINAÇÃO
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EFEITO CHAMINÉ

Outro aspecto muito importante a ser verifcado na topografa do terreno é a presença das linhas
d’água, existentes no encontro de duas encostas ou em vales apertados e com declive acentuado.
Nesses locais, designados por “chaminés”, a vegetação é mais densa e, geralmente, o efeito de
progressão ascendente do incêndio é reforçado. Trata-se, pois, de uma confguração topográfca muito
perigosa, pois propicia condições extremas de propagação dos incêndios forestais, comumente
chamada de “efeito de chaminé” (CASTRO, et al, 2003).
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 EFEITO CHAMINÉ

Quanto maior for à inclinação, maior a velocidade de propagação do


incêndio. O efeito de chaminé agrava-se em vales mais apertados (vales
em garganta) com acentuada inclinação (CASTRO, et al, 2003).
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 EFEITO CHAMINÉ
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 EXPOSIÇÃO

A exposição refere-se à incidência


direta dos raios solares no terreno.
Abaixo do Equador os raios solares
incidem com maior intensidade nas
faces voltadas para o norte, sendo
estas as mais aquecidas. Em seguida
temos as faces oeste, leste e sul, nesta
ordem, como as mais aquecidas.
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 ELEVAÇÃO

A elevação está diretamente relacionada com a estabilidade atmosférica.


Quanto maior a alttude, mais rarefeito é o ar e mais baixas são as
temperaturas, o que infuencia na propagação do fogo. Topos de montanhas e
fundos de vales apresentam diferentes condições de queima devido às
correntes de vento e às condições de temperatura e umidade em cada um
deles. O potencial de propagação é maior no fundo de um vale durante o dia,
sendo que à noite o processo se inverte.
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 COMPORTAMENTO DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

O comportamento do fogo forestal é defnido como a maneira em


que o combustvel entra em combustão (característcas do
combustvel), como o fogo se propaga no terreno (característcas
do relevo) e exibe outros fenômenos termodinâmicos relacionados
e das condições meteorológicas (clima).
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 COMPORTAMENTO DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

A supressão de um incêndio forestal está baseada na perfeita


assimilação dos fatores que infuenciam o comportamento do fogo, pois
pode-se precisar quais os esforços e medidas a serem tomadas, quais os
meios mais indicados para o efciente combate de cada tpo de incêndio,
bem como pode-se prever os riscos que os combatentes vão encontrar
e as formas de saná-los.
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MÓDULO I – TEORIA BÁSICA FLORESTAL

COMPORTAMENTO DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS


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TRIÂNGULO DO INCÊNDIO FLORESTAL - Fatores que infuenciam


no comportamento do fogo.

Fonte: ICMBio, 2010.


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COMPORTAMENTO DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

Além de sempre ter o comburente disponível para alimentar o foco, o incêndio forestal
apresenta mudanças signifcatvas no “vento do local de queima” devido às correntes de
convecção provocadas pelo próprio foco, além da infuência do terreno e das característcas do
material combustvel.

Pela afrmação acima, podemos concluir também que após iniciado um novo foco, esse
também provocará uma nova corrente de convecção, criando mais zonas de baixa e alta
pressões, alterando o “vento do local de queima”.

Por isso, ouvimos falar que o vento muda muito nos incêndios forestais.
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A fgura ao lado representa a coluna de convecção em


uma frente de fogo. Nos gases ascendentes, se
diferenciam os gases quentes, do lado da zona
queimada, e os gases frios, do lado do combustvel
sem queimar. Esses gases frios ascendentes, em
direção contrária ao avanço do fogo consttuem a
corrente de sucção, chamada de “contravento”, que é
a zona de baixa pressão criada pelo foco, ou seja, o ar
aquecido ao redor do foco sobe e deixa o espaço que
estava ocupando “vazio”, fazendo com que o foco
puxe o ar frio para preencher esse vazio.
Na área embaixo da coluna de convecção, verifca-se a
“fumaça pesada”, que atua secando e pirolisando o
combustvel, podendo criar uma atmosfera infamável
com alta concentração de monóxido de carbono (CO),
sendo extremamente perigosa aos bombeiros que
atuam em ataque direto na frente de fogo.
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 MORFOLOGIA DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

Partes de um IF
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PARTES DE UM INCÊNDIO FLORESTAL

Frente principal ou cabeça – zona onde o incêndio se propaga com maior intensidade;
Retaguarda ou cauda – zona oposta à frente, onde o incêndio assume menor intensidade, ainda que
possa também progredir nessa direção;
Flanco – parte lateral situada entre a frente e a retaguarda. São divididos entre direito e esquerdo;
Dedo – saliência num fanco, correspondente ao local onde o incêndio se propaga com maior velocidade;
Ilha – área situada no interior do perímetro do incêndio que não foi atngida pelo mesmo, isto é, não foi
queimada;
Foco secundário – ponto exterior, separado do perímetro do incêndio principal, onde se verifca a ignição
de um novo foco de incêndio;
Bolsa – zona compreendida entre o fanco e o dedo.
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 MORFOLOGIA DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

Padrão de propagação

Forma Circular Forma Elíptica


(sem vento) (com vento)
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 MORFOLOGIA DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

Padrão de propagação

Forma Circular Forma Elíptica


(sem vento) (com vento)
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 MORFOLOGIA DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

Padrão de propagação
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PROPAGAÇÃO PELO VENTO


• Tem uma coluna de fumaça direcionada para a direção do vento, o que favorece ao combatente identfcar a

cabeça, retaguarda e fancos;


• Propagam-se de forma elíptca;

• A intensidade e o sentdo de propagação estão diretamente relacionados com a velocidade e direção do vento;

• Ocorrem, frequentemente, focos secundários na frente do incêndio;

• A retaguarda e os fancos podem ser dominados com relatva facilidade;

• É possível prever para onde o incêndio vai propagar.


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 MORFOLOGIA DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS


Padrão de propagação

Formas Irregulares
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PROPAGAÇÃO PELAS CORRENTES DE CONVECÇÃO

• Nos incêndios propagados pela ação das correntes de convecção observam-se colunas de fumaça
ascendentes. Muita atenção neste tpo de incêndio, pois, nestas situações, não é possível determinar onde
fcam a cabeça, os fancos e a retaguarda.
• A velocidade e direção de propagação são atpicas;
• Pode haver fogo encosta abaixo e sem a ajuda do vento;
• Não há, normalmente, projeção de materiais e partculas incandescentes a grande distância;
• Pode haver queda de partculas incandescentes na área de infuência da coluna de fumaça, mas a sua
direção é aleatória;
• O incêndio propaga-se de uma forma intensa;
• A difculdade em dominar o incêndio é muito grande;
• Não é possível prever para onde o incêndio se vai propagar.
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 MORFOLOGIA DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS


Modelos geométricos de propagação dos incêndios forestais:
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 COMPORTAMENTO DO FOGO
INTENSIDADE: Um dos mais importantes parâmetros do comportamento
do fogo é a intensidade do fogo. BYRAM (1959) defniu este termo como
“a taxa de energia ou calor liberado por unidade de tempo e por unidade
de comprimento da frente de fogo”.

Taxa de Propagação do Fogo: é o termo usado para descrever a taxa


segundo a qual o fogo aumenta, tanto em área quanto linearmente.
Em estudos de comportamento do fogo, um dos mais importantes
parâmetros é a taxa de propagação linear do fogo, ou velocidade de
propagação, que pode ser medida em metros por segundo, metros por
minuto ou quilômetros por hora.
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 INTENSIDADE DA FRENTE E COMPRIMENTO DA CHAMA


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 INTENSIDADE DA FRENTE E COMPRIMENTO DA CHAMA


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REGRA DOS 30

Na Espanha, os especialistas forestais classifcam o risco de um incêndio usando a "Regra dos 30".

• Mais de 30 graus ºC de temperatura do ar;

• Mais de 30% de inclinação do terreno;

• Umidade relatva do ar inferior a 30%;

• Vento superior a 30 Km/h;

• Mais de 30 dias sem chuvas.

Quando essa situação ocorre, há um alto risco de qualquer foco de incêndio se tornar um grande incêndio forestal .
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REFERÊNCIAS

COMPORTAMENTO DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS – PARTE II. Diário de um bombeiro, 2019. Disponível em:
<htp://diariobombeiro.blogspot.com.br/2013/04/comportamento-dos-incendios-forestais.html>
IBGE – Insttuto Brasileiro de Geografa e Estatstca. Censo 2018. IBGE, 2018. Disponível em:
<htps://cidades.ibge.gov.br/brasil/pr/panorama>.
MAACK, R. Geografa Física do Estado do Paraná. Livraria J. Olympio Editora. 2 ed. Curitba, 1981.
PARANÁ, Corpo de Bombeiros. Manual do Curso de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais. 1 ed. Curitba, 1975.
SOARES, R. V. Incêndios Florestais – Controle e Uso do Fogo. Curitba, 1985.
SOARES, R. V.; BATISTA, A. C. Incêndios forestais: controle efeitos e uso do fogo. Departamento de ciências forestais da
UFPR. Curitba, 2007.
SOARES, R. V.; BATISTA, A. C.; NUNES, J. R. S. Incêndios Florestais no Brasil: o estado da arte. Departamento de ciências
forestais da UFPR. Curitba, 2009.

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