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Florianópolis, SC
2013
HENRIQUE MARTINI DE SOUZA
Florianópolis, SC
2013
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: ANÁLISE DE INCENTIVOS FISCAIS
.............................................................................................
Profa. Gisely J. Tonello Martins,MSC.
Coordenador de Cursos
.............................................................................................
Profa. Ana Lúcia de Faria Lucena Dantas, Dra.
Coordenadora de Estágios
.............................................................................................
Profa. Evanilde Drehmer Carminati
Orientadora
.............................................................................................
Profa. Priscila Campana
Banca Examinadora
AGRADECIMENTO
We propose here a research project, whose purpose is setting the necessary and
legal elements for a survey to be held in Florianópolis/SC, in the Centre of higher
education – UNICA/SOCIESC. In present day, one of the various strategies adopted
by companies to reduce their costs and remain competitive is through the tax
planning, due to the great importance that the taxes have in the current business
context. Such planning envisions the opportunities for reducing taxes through
incentives. And this study showed precisely covered the analysis of tax incentives of
a company held in real income tax, studying it tax planning so it could be reduced the
load. Aiming evaluating the effects of tax incentives in the payment of taxes in a
company included in real income taxation. The specific objetives in studying tax law,
analyze the impact on the tax after the use of tax incentives and investigate the
effects of tax incentives. Presentation of research and case study, it was used the
inductive method, descriptive and qualitative, using techniques of bibliographical and
documentary.
Keywords: Legal entity. Legal and tax structure. Tax planning. Real profit.
LISTA DE ABREVIATURAS
CF Constituição Federal
COFINS Contribuição para Seguridade Social
CSL Contribuição Social sobre o Lucro
CSLL Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido
CTN Código Tributário Nacional
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS Imposto Sobre as Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e
Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicações
IN Instrução Normativa
IN/SRF Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal
IPI Imposto Sobre Produtos Industrializados
IR Imposto de Renda
IRRF Imposto de Renda Retido na Fonte
LA Lucro Arbitrado
LALUR Livro de Apuração do Lucro Real
LC Lei Complementar
LP Lucro Presumido
LR Lucro Real
PIS/PASEP Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do
Servidor Público
REFIS Programa de Recuperação Fiscal
RIR Regulamento do Imposto de Renda
SRF Secretaria da Receita Federal
OAB Ordem dos Advogados do Brasil
SEBRAE Serviços Brasileiro de Apoio as Micro Pequenas Empresas
SESI Serviços Social da Indústria
SENAI Serviços Nacional da Aprendizagem do Comércio
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 13
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA ................................................. 13
1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 14
1.2.1 Geral ................................................................................................................... 14
1.2.2 Específico .......................................................................................................... 15
1.3 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 15
1.4 ESTRUTURA DO ESTUDO ................................................................................... 16
2 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................... 17
2.1 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ............................................................................. 17
2.1.1 Definição do Planejamento................................................................................ 18
2.2 ELISÃO E EVASÃO ............................................................................................... 20
2.3 REGIMES DE TRIBUTAÇÃO .................................................................................. 22
2.3.1 Lucro presumido ............................................................................................... 22
2.3.1.1 Opções pelo lucro presumido ........................................................................... 23
2.3.1.2 Alíquota e Base de Cálculo do Lucro Presumido .............................................. 24
2.4 LUCRO ARBITRADO ............................................................................................. 25
2.4.1 Aplicação do arbitramento de lucro ................................................................. 26
2.4.2 Ocorrência ......................................................................................................... 26
2.4.3 Receita bruta conhecida .................................................................................... 27
2.5 LUCRO REAL ......................................................................................................... 29
2.5.1 Pessoas jurídicas obrigadas ao lucro real ....................................................... 30
2.5.2 Base de cálculo .................................................................................................. 31
2.5.3 Apuração do lucro real – Lalur ......................................................................... 32
2.5.3.1 Adições ao lucro líquido .................................................................................... 32
2.5.3.2 Exclusões do lucro líquido ................................................................................. 33
2.5.3.3 Compensação de prejuízos ............................................................................... 34
2.5.4 Como calcular o lucro real ................................................................................ 35
2.5.5 Lucro real anual .................................................................................................. 36
2.5.6 Lucro real trimestral ........................................................................................... 38
2.6 SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTOS DE IMPOSTOS E
CONTRIBUIÇOÕES DAS MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO
PORTE .......................................................................................................................... 39
2.6.1 Opção pelo simples............................................................................................ 40
2.6.2 Tributos integrantes do simples ....................................................................... 40
2.6.3 Tributos excluídos do simples .......................................................................... 41
2.6.4 Vedações ao simples ......................................................................................... 42
2.6.5 Alíquotas do simples nacional .......................................................................... 44
2.7 IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA ........................................................... 45
2.7.1 Base de Cálculo .................................................................................................. 46
2.7.2 Suspensão e redução do imposto .................................................................... 46
2.8 INCENTIVOS FISCAIS............................................................................................ 46
2.8.1 Incentivo caráter cultural ...................................................................................... 48
2.8.2 Incentivos fiscais dos projetos audiovisuais ........................................................ 48
2.8.3 PAT- Programa de auxílio Transporte ................................................................. 49
2.8.4 Lei rouanet .......................................................................................................... 50
2.8.5 Fundo Criança ..................................................................................................... 51
2.8.6 Incentivos Esportivos............................................................................................ 53
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................. 57
4 ESTUDO DE CASO .................................................................................................. 59
4.1 APRESENTAÇÃO DA ANÁLISE DOS DADOS ...................................................... 59
4.2 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA ........................................................................... 59
4.3 INFORMAÇÕES ECONÔMICAS ........................................................................... 60
4.4 APURAÇÃO DO IRPJ E CSLL DO PERÍODO ....................................................... 61
4.4.1 Cálculo Incentivos Fiscais ................................................................................ 63
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 65
REFERENCIAS ............................................................................................................ 67
13
1 INTRODUÇÃO
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Geral
1.2.2 Específicos
1.3 JUSTIFICATIVA
2 REVISÃO DA LITERATURA
reduzir impostos devidos; ele serve como uma alternativa para a empresa, que vise
à relação custo/benefício.
Planejamento tributário não deve ser confundido com sonegação fiscal, pois é
uma escolha entre formas lícitas de tributação que possam aumentar a rentabilidade
da empresa, enquanto sonegar é utilizar de meios ilícitos para deixar de recolher
tributos devidos.
Para que se perceba o resultado efetivo, é importante que o planejamento
estratégico seja implantado de maneira correta e de forma contínua. Por outro lado,
o consultor precisa ter uma relação de relevância e conhecer a fundo a legislação
tributária, devendo, de preferência, ser um especialista na área, pois o planejamento
objetiva verificar as brechas na legislação e, exige do consultor, bom senso e
dedicação a esse estudo, uma vez que as mudanças constantes na legislação
requerem atenção e atualização nas leis, justamente para conseguir maior eficácia
na redução da carga tributária.
A empresa, sob o ponto de vista jurídico, pode, em determinada operação,
utilizar a alternativa que indique o menor ônus tributário, empregando todos os
recursos legais exigidos do administrador. Faz-se necessário encontrar a forma de
reduzir custos da empresa e as de oferecer serviços de qualidade, elevando o nível
de competitividade e maximizando os lucros, visto que com a globalização dos
mercados a elevada carga tributária sufoca as empresas. Uma forma eficaz,
aplicada corretamente para gerenciar os custos, é o planejamento tributário, também
denominado elisão fiscal, de acordo com Oliveira (2009, p. 201), “o planejamento
tributário realizado antes da ocorrência do fato gerador é conhecido como elisão
fiscal”.
Segundo Malkowski (2000, p. 19), “a consideração do Planejamento Tributário
como parte da rotina empresarial aponta o caminho que deve ser trilhado pelo
administrador no trato com a questão fiscal”.
corresponde ao agente (contribuinte) que, por meios ilícitos, visa a eliminar, reduzir
ou retardar o recolhimento de um tributo, já devido pela ocorrência do fato gerador.
Em momento precedente, na elisão fiscal, o agente licitamente visa evitar, minimizar
ou adiar a ocorrência do próprio fato gerador, que daria origem à obrigação
tributária.
Tem-se caracterizada a evasão fiscal pelas seguintes práticas:
Simulação: pode ser caracterizada por relativa (dissimulação: sob o ato ou
negócio praticado, jaz outro negócio, oculto, que pode corresponder à real vontade
das partes) ou absoluta (fingir que não existe).
Sonegação: ocultação de rendimentos na declaração de imposto de renda,
que levaria ao pagamento de um tributo menor do que o devido.
Fraude: corresponde a atos tais como falsificação ou adulteração de
documentos, levando o contribuinte a furtar-se ao pagamento de tributos devidos.
A elisão se caracteriza como um meio de se auto-organizar, utilizando o
planejamento tributário de maneira lícita para se ajustar à melhor forma de tributação
possível.
Segundo Oliveira (2009), a atuação do particular de se auto-organizar
corresponde a um direito que lhe dá a Constituição, pois é absoluta a garantia ao
exercício da autonomia privada, dentro dos limites estabelecidos pelo Estado.
Esta autonomia é desenvolvida pelo planejamento tributário, que ajusta o
contribuinte na melhor forma de tributação, a qual, em conformidade com as regras
da Constituição, permitem-lhe reduzir os tributos ou alíquotas a ser pagos. Pode-se,
então, resumir a elisão fiscal como procedimento lícito adotado pelo contribuinte
antes da ocorrência do fato gerador, para que possa postergar ou eliminar a
quantidade de tributos devidos. Em Oliveira (2009) conclui-se que:
O lucro presumido não pode ser utilizado por qualquer contribuinte para
recolhimento de tributos. Beneficia apenas pessoas jurídicas que se encaixam nas
regras para seguir esta forma simplificada de apuração de tributos.
As pessoas jurídicas que optarem e se encaixarem nesse sistema, ficam
isentas da incidência de IR nos dividendos dos sócios, acionistas que não
ultrapassaram o valor que serviu de cálculo do IRPJ (art.39, XXIX, do RIR). Estes
lucros ou dividendos devem ser distribuídos de acordo com o capital investido por
cada sócio.
Segundo Higuchi (2009), não podem optar pelo regime de lucro presumido as
empresas:
O que gera um certo desconforto nos contribuintes que optam por esse
regime de tributação é a impossibilidade de deduzir da base de cálculos dos tributos
as despesas e os custos gerados na empresa.
Isso quer dizer que os tributos acima dispostos serão calculados
independentemente de a empresa ter receita suficiente para cobrir despesas e
custos.
2.4.2 Ocorrência
Pinto (2011) define receita bruta como o produto da venda de bens e serviços
nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas
operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos
incondicionais concedidos.
Os artigos 48 a 55 da Lei 8.981, de 20 de janeiro de 1995, regulam a matéria
sobre o lucro arbitrado a partir do período-base, iniciado em 1° de janeiro de 1995.
Os percentuais aplicáveis às atividades de pessoa jurídica são determinados, para
efeito do lucro arbitrado (art. 48), de acordo com a receita bruta conhecida. Esses
percentuais só vigoraram em 1995 porque, a partir de 1° de janeiro de 1996 entrou
em vigor o art. 16 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, o qual reza:
Parágrafo Único: No caso das instituições a que se refere o inciso III do art.
36 da Lei 8.981, de 20 de janeiro de 1995, o percentual para a
determinação do lucro arbitrado será de 40%.
Fabretti (2009, p. 222) explica que “Se a pessoa jurídica tem prejuízo desde o
início do trimestre, não é preciso pagar o imposto para depois reduzi-lo”. Convém
lembrar que é preciso comprovar com a escrituração contábil, com balancetes, a
apuração dos lucros descritos na Lalur. Se a documentação comprovar o prejuízo
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c) Atividade cultural;
d) Atividade audiovisual.
II Dedutíveis na declaração anual:
a) PDTI e PDTA.
A dedução global ficou dividida em dois grupos. Com isso, a empresa poderá,
por exemplo, deduzir, do imposto de renda devido no mês ou na declaração, 4% do
incentivo fiscal como PAT e mais 4% como incentivo da atividade cultural ou 3% de
audiovisual e ainda os outros incentivos que não estão nos limites globais tais como
doação para fundo da criança.
Os arts. 5º e 6º da Lei no 9.532/97, com a redação dada pelo art. 10 da MP nº
2.189-49/01, alteraram os limites individuais e globais das deduções de incentivos
fiscais, como segue:
I - dedução isolada limitada a 4%:
PAT – Lei no 6.321/76
Cultura – Lei no 8.313/91
PDTI e PDTA – Lei no 8.661/93
II - dedução global limitada a 4%
1o Grupo:
PAT – Lei no 6.321/76
PDTI e PDTA – Lei no 8.661/93
2o Grupo:
Cultura – Lei no 8.313/91
Audiovisual – Lei nº 8.685/93 e art. 44 da MP n° 2.228/2001
Continuam em vigor os limites individuais de dedução dos seguintes
incentivos fiscais:
a) audiovisual – 3% fixado pela Lei nº 9.323 de 05-12-96;
b) fundo da criança –1% fixado pelo Decreto nº 794 de 5 abr.93.
A Lei nº 11.077, de 2004, prorrogou diversos benefícios fiscais do setor de
informática e automação.
Pode-se aplicar 3% fixado pela Lei nº 9.323, de 5 dez. 96. O parágrafo único
do art. 44 da MP nº 2.228, de 6 set/2001 prorrogou até o ano-calendário de 2006 o
incentivo fiscal de audiovisual da Lei nº 8.685, de 1993.
Na época da entrega de declarações de renda das pessoas jurídicas, surgem
indagações quanto à possibilidade ou não de efetuar aplicações em projetos
audiovisuais e gozar do benefício fiscal da dedução do imposto de renda devido uma
vez findo o período de apuração.
A solução de consulta nº 155, da 7a RF (DOU de 18 set. 01), diz que a partir
de janeiro de 1996, com a vigência da IN nº 62, de 21 dez. 95, que deu nova
redação aos artigos 1º e 2º da IN nº 56, de 18 jul. 94, não mais é possível a
dedução, na declaração de rendimentos, de valores relativos à aplicação de
recursos em projetos audiovisuais que sejam feitos após o encerramento do ano-
base correspondente, como expressamente era autorizado pela antiga redação do
§1º do art. 2º da IN nº 56, de 1994. (HIGUCHI, 2005, p. 34).
Na história do Imposto de Renda no Brasil, duas leis de incentivo à cultura
foram personalizadas. A Lei nº 7.505/86 ficou conhecida como Lei Sarney, em
referência ao presidente da República, e a Lei nº 8.313/91, como Lei Rouanet, nome
do secretário de Cultura da Presidência da República, embaixador Sergio Paulo
Rouanet.
49
d) Para bens imóveis, admite-se a adoção do valor que serviu de base para o
imposto de transmissão (ITBI).
De ciência do valor a ser doado, é importante decidir qual a instituição que se
beneficiará desta doação. Alguns conselhos permitem que o doador escolha, entre
as entidades cadastradas, a que será beneficiada com a doação; outros, não.
A municipalização e o contribuinte farão a sua doação com base em um dos
princípios valorizado pelo Estatuto Criança e do Adolescente.
Os serviços municipais precisam se tornar cada vez mais qualificados e
informados para que os direitos das crianças e adolescentes sejam assegurados
nas diferentes regiões do País.
Os fundos dos direitos da criança e do adolescente são obrigados a enviar à
Receita Federal, anualmente, até o último dia útil de março do ano seguinte ao das
contribuições, a Demonstração de Benefícios Fiscais - DBF, com o nome dos
contribuintes, CNPJ e o valor total da doação recebida. De posse desta informação,
a Receita Federal vai cruzar os valores informados pelos contribuintes em sua DIPJ.
A doação ao fundo, do ponto de vista do contribuinte do Imposto de Renda,
pode ser entendida como uma possibilidade de incentivo fiscal.
Através dos artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente, o governo
federal concede incentivo fiscal à empresa tributada pelo Lucro Real que destinar
recursos aos fundos. Será concedida dedução do Imposto de Renda, limitada a 1%
do valor do imposto devido (IN 267/02, art. 11, §1º).
Inexiste limite global (coletivo) de dedução às doações efetuadas ao Fundo
dos Direitos da Criança e do Adolescente; basta o contribuinte observar o limite de
1%, informado anteriormente, sem se importar com as demais contribuições.
Existe um fundo – seja municipal, distrital, estadual ou nacional - que abriga a
parcela do Imposto de Renda devido ao governo federal pelo contribuinte, ficando à
disposição para ser aplicado para financiar projetos e programas que garantam à
criança e jovens um futuro melhor.
Limite global é a soma algébrica dos incentivos fiscal passíveis de dedução.
Com a definição das infrações através do art. 10, o art. 11 impõe as sanções
que poderão ser aplicadas aos que não cumprirem com os requisitos da Lei
11.438/06:
Art. 11. As infrações aos dispositivos desta Lei, sem prejuízo das demais
sanções cabíveis, sujeitarão:
I - o patrocinador ou o doador ao pagamento do imposto não recolhido,
além das penalidades e demais acréscimos previstos na legislação;
II - o infrator ao pagamento de multa correspondente a 2 (duas) vezes o
valor da vantagem auferida indevidamente, sem prejuízo do disposto no
inciso I do caput deste artigo.
Parágrafo único. O proponente é solidariamente responsável por
inadimplência ou irregularidade verificada quanto ao disposto no inciso I do
caput deste artigo.
O inciso I do art. 11 informa que aquele que não pagou o imposto com base
na lei de incentivo o deverá recolher e incluir o pagamento das penalidades previstas
na legislação. Ainda com base no parágrafo único do artigo acima, aquele que
propõe o projeto esportivo junto ao Ministério do Esporte se torna solidário com este
sobre as irregularidades encontradas na destinação dos recursos aprovados. A lei
de incentivo ao esporte é instrumento de suma importância, pois estabelece
incentivos fiscais para pessoas jurídicas para que elas, pelo encaminhamento de
recursos, patrocinem e estimulem o desenvolvimento do esporte nacional, através
de projetos desportivos e paradesportivos.
A análise do caput do artigo 1º da Lei 11.438/06 traz a informação sobre o
prazo inicial e final dos benefícios desta lei:
56
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4 ESTUDO DE CASO
A empresa, no exercício de 2012, era optante pelo lucro real anual pois
devido a receita não pode optar pelo presumido ou simples nacional, dessa forma a
tributação que incide é de 1.65% de PIS e 7.6% de COFINS sobre o faturamento.
Sobre o lucro auferido no exercício, calcula-se o IRPJ com um percentual de 15% e
a CSLL, de 9%.
O faturamento bruto obtido nesse ano foi de R$ 344.758.167,27 (Trezentos e
quarenta e quatro milhões setecentos e cinquenta e oito mil cento e sessenta e sete
reais e vinte e sete centavos), que resultaram em lucro líquido de R$ 2.796.421,28
(dois milhões, setecentos e noventa e seis mil quatrocentos e vinte e um reais e
vinte e oito centavos). A demonstração do resultado do exercício está transcrita
abaixo:
61
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
RECEITA OPERACIONAL BRUTA 344.758.167,27
MERCADO EXTERNO 123.808,00
MERCADO INTERNO 344.634.359,27
DEDUCOES DA RECEITA BRUTA (112.192.273,87)
IMPOSTOS (68.159.539,28)
DEVOLUCOES (44.032.734,59)
DEVOLUCOES DE VENDAS (44.032.734,59)
RECEITA OPERACIONA LÍQUIDA 232.565.893,40
CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS (196.057.225,72)
LUCRO BRUTO OPERACIONAL 36.508.667,68
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
DESPESAS VARIAVEIS (23.412.119,07)
MERCADO EXTERNO (98.581,47)
COMISSOES S/ VENDAS (1.296.004,61)
RESULTADO A VALOR PRESENTE (1.684.623,99)
DESPESAS FIXAS (17.972.971,94)
DESPESAS COM PESSOAL (8.746.503,14)
DESPESAS ADMINISTRATIVAS (9.039.679,51)
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS (191.826,31)
OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS 2.841.691,13
OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS (3.092.005,64)
RESULTADO A VALOR PRESENTE 5.037,02
RESULTADO FINANCEIRO 9.618.468,00
DESPESAS FINANCEIRAS (26.412.978,30)
RECEITAS FINANCEIRAS 22.816.803,38
VARIACAO CAMBIAL 2.376.710,71
CREDITO PRESUMIDO DE ICMS 10.837.932,21
LUCRO ANTES DO IRPJ E CSLL 4.742.044,67
IMPOSTO DE RENDA (1.219.290,29)
CONTRIBUICAO SOCIAL -447.096,98
LUCRO LIQUIDO APÓS IRPJ E CSLL 3.075.657,40
(-) PARTICIPAÇÕES NO LUCROS
PARTICIPAÇÕES (139.618,06)
PARTICIPAÇÕES (139.618,06)
PARTICIPAÇÕES (139.618,06)
PARTICIPAÇÕES DE PARTES BENEFICIARIAS (139.618,06)
PARTICIPAÇÃO DOS EMPREGADOS (139.618,06)
(=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 2.796.421,28
Figura 3 – Demonstração do Resultado do Exercício – FIRST S.A - 2012Fonte: Dados da pesquisa
O lucro do período, uma vez obtido, é transportado para o Lalur para que
seja ajustado mediante as adições, exclusões e compensações determinadas por
lei, obtendo-se, assim o lucro real do período, para fins de cálculo do IRPJ e da
CSLL devidos.
Para a apuração do IRPJ da empresa, foram identificados, no período,
pagamentos de doações e brindes, multas, entre outros, e, como determinado no
RIR/1999, art. 249, estes pagamentos serão adicionados ao lucro do período, como
demonstrado abaixo:
LUCRO DO EXERCICIO ANTES DO IRPJ E CSLL 4.742.044,67
(+) ADIÇÕES (289.604,73)
BRINDES DOACOES E BONIFICACOES (78.843,75)
DESPESAS C/ LANCHA (51.045,80)
DOACOES IGREJA ADVENTISTA (90.724,35)
MULTA DE TRANSITO (2.298,11)
DESPESA COM TRANSPORTE (1.140,77)
OUTRAS DESPESAS (660,00)
PROVISAO PARA CONTINGENCIAS TRIBUTARIA 25.046,12
TAXAS MUNICIPAIS (10.049,08)
PERDAS INDEDUTIVEIS 27.683,22
MULTAS S/ NOTIFICACOES (3.118,90)
GASTOS COM VEICULOS (30.850,66)
DESPESA COM SEGUROS (70.632,76)
ALUGUEL (2.969,89)
(-) EXCLUSÕES
EQUIVALENCIA PATRIMONIAL 58.488,20
LUCRO REAL 4.973.161,20
IR 15% 745.974,18 745.974,18
ADICIONAL DO IR 10% S/(4.973.161,10 - 240.000,00) 473.316,11
Figura 4 - Apuração de lucro real
Fonte: Dados da pesquisa
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A carga tributária que incide sobre as empresas é bastante alta, o que faz
com que estas paguem um montante significativo de impostos sobre as suas
receitas. Em função disso, os empresários e profissionais da contabilidade
envolvidos, necessitam de alternativas rápidas e precisas para a redução de seus
custos. Para que obtenham sucesso, é necessário que sejam feitos diversos estudos
e análises das informações contábeis disponíveis na empresa, visando assim
encontrar alternativas legais que venham maximizar seus lucros.
O planejamento tributário é um método muito eficaz que pode resultar em real
economia para as empresas, sem a preocupação com posteriores complicações
com o fisco. A análise das rotinas e procedimentos operacionais, além de visualizar
a empresa globalmente, assegurando que fornecedores e clientes sejam
considerados na visualização sistêmica da empresa como um todo, faz parte do
processo de planejamento.
Para realizar um bom planejamento tributário é necessário que sejam
diariamente analisados: a legislação tributária, a possibilidade de compensação de
tributos, se os produtos, mercadorias ou serviços têm ou não tratamento tributário
diferenciado como o caso da substituição tributária, analisar o ramo de atuação da
empresa, o perfil dos clientes, o melhor enquadramento tributário para a empresa e
atentar para o possível aproveitamento de créditos tributários.
Desta forma o trabalho realizado teve como objetivo principal avaliar os
efeitos de incentivos fiscais no pagamento de tributos em uma empresa inserida no
lucro real, o qual foi alcançado no capítulo 4, ao analisar-se os dados da empresa
objeto do estudo de caso.
O Lucro Real vem se mostrando uma das melhores alternativas na hora de se
apurar os impostos, pois, além de exigir uma escrituração contábil mais rigorosa,
permite ao empresário visualizar a verdadeira situação patrimonial em que a
empresa se encontra ainda aproveitar os benefícios dos incentivos fiscais, vedados
aos demais regimes, Lucro Presumido, Lucro Arbitrado e Simples Nacional.
Os objetivos específicos também foram alcançados sendo que ao estudar a
legislação tributária federal e os incentivos fiscais, foi possível analisar o impacto na
carga tributária que estes incentivos proporcionam e comparando-se o resultado
66
entre a utilização ou não dos incentivos fiscais, concluiu-se que o benefício social
gerado é relevante.
O problema foi respondido pois foi demonstrado que houve uma redução na
carga tributária devida num montante de R$ 74.597,42 (Setenta e quatro mil
quinhentos e noventa e sete reais e quarenta e dois centavos, o qual foi aplicado em
benefícios para a comunidade através dos incentivos fiscais.
Comprovou-se então que através deste estudo que é possível, através de um
planejamento tributário, reduzir o pagamento de tributos, sem infringir a legislação.
Com a devida apuração dos resultados e a constatação de que, quando se opta pelo
regime tributário correto, obedecendo sempre os princípios e as determinações da
legislação tributária, a minimização da influência desses resultados se dá de forma
bastante significativa, e em muitos casos, resulta na própria manutenção e
permanência da empresa no mercado reduzindo a tributação e principalmente
aprimorando a sua imagem frente à sociedade em geral.
Desta forma, ao realizar o planejamento tributário foi possível aprimorar e
aprofundar os conhecimentos na área tributária e, em especial a legislação e,
principalmente, contribuir com informações necessárias para o desenvolvimento da
empresa.
67
REFERÊNCIAS
________. Código Tributário Nacional. 15. ed. Rio de Janeiro: Saraiva, 2001.
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COELHO, F.U. Curso de Direito Comercial. v. III. São Paulo: Saraiva, 2000.
______. Prática tributária da micro e pequena empresa. São Paulo: Atlas, 2009.
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 22a ed. rev., atual. e ampl.
De acordo com a EC 39/2002. São Paulo: Malheiros Editores, 2003.
OLIVEIRA, Gustavo Pedro de. Contabilidade tributária. 2. ed. rev. e ampliada. São
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