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O “tipo alagoano”, tomado como ser de ânimo sereno, apático, com pouca
iniciativa individual, aferro às tradições passadas, não seria idôneo à natureza dos
acontecimentos que se desdobravam. Se essas populações aderiram à revolta, antes
o foi por questão de um “mal-entendido humanitarismo”, só assim o tipo alagoano
acabaria envolvido nesses tratos. Diante do reconhecimento da generalizada adesão,
Brandão fala em “adesão com fictício entusiasmo”, reforçado a perspectiva de que o
tipo alagoano não possui uma índole que o impele a esse tipo de ação. As vilas de
São Miguel e Penêdo são destacadas; para o autor, parte dos “penedenses” que
aderiram à revolução só o fizeram porque “coagidos pelo terror”, num momento em
que sofriam os males da epidemia de varíola e da seca recentes.
Uma das causas principais que teriam levado a uma adesão mais ampla dos
anseios revolucionários, na comarca de Alagoas, seria a divulgação de falsas notícias
sobre a revolução ter sido aderida em várias partes da Colônia.
Para Brandão, no geral, a Revolução Pernambucana tomou forma em
Desde os textos mais antigos a tratar da existência do espaço que mais tarde
veio a ser conhecido como Alagoas, os acontecimentos de 1817 se fazem presentes
nas narrativas dos primeiros escritores que se colocaram a escrever sobre ele. São
narrativas que tratam, de algum modo, das consequências desses acontecimentos
para a formação de Alagoas, e seus enfoques, as relações que fazem, as
interpretações que propõem, quando propõem, são variados. No caso de Moreno
Brandão, o autor foca nas consequências mais factualmente observáveis da revolução
pernambucana para o surgimento de Alagoas. Há suspeitas do quão profundo foram
esses acontecimentos, considerados como os primeiros germes da rebeldia contra a
metrópole portuguesa. Contudo, Brandão escreve num momento em que a revolução
pernambucana já está sendo retomada, por alguns, como evento-símbolo do espírito
republicano no Brasil, um elemento precioso para a memória histórica da jovem
República.