Mulher de 67 anos, hipertensa, diabética, em uso de captopril , hidroclorotiazida e
glibenclamida. Tabagista durante 40 anos (parou há 20), procedente de São Benedito do Sul e natural de Alagoas, aposentada, portadora de marcapasso recém-implantado e com uma história de AVC há cerca de 2 anos e meio.
No dia 06 de outubro de 2009, a paciente foi encaminhada ao HAM (Hospital Agamenon
Magalhães) de uma consulta com o cardiologista em Palmares com história de edema em membros inferiores, dispnéia de repouso sem episódios de dispnéia paroxística noturna há cerca de 2 meses. A paciente ainda trazia um ECG com indicação de implantação de marcapasso. Foi realizado novo ECG antes do implante de marcapasso no HAM, mostrando um bloqueio atrioventricular de 2° grau tipo II (figura 1). Assim sendo, foi realizado o implante de marcapasso definitivo e após 48h a paciente teve alta.
No dia 12 de outubro de 2009 a paciente dá entrada na emergência cardiológica do HAM
com quadro de dispnéia de repouso associada a sudorese há cerca de 7 horas, negando precordialgia, bem como tontura, náuseas e vômitos. Na admissão a paciente mostrava-se com estado geral regular, consciente, orientada, hidratada, acianótica, anictérica, normocorada, ritmo cardíaco regular em 2 tempos, bulhas normofonéticas, sem sopros , com freqüência cardíaca de 74 bpm e pressão arterial de 130x80 mmhg. Foi realizado ECG que mostrou um ritmo de marcapasso com espículas e bloqueio de ramo esquerdo (figura 2). A paciente foi medicada com lasix, tridil, plasix e clexane, obtendo melhora dos sintomas após cerca de 24 horas com sedação da terapia.
A paciente evoluiu assintomática e seguiu internada para melhor investigação do quadro.
A curva de evolução dos marcadores de necrose miocárdica se mostrou compatível com IAM (infarto agudo do miocárdio) sem supra (tabela 1). Foi realizado ecocardiograma transtorácico que evidenciou acinesia septo médio-apical e ínfero-apical, uma fração de ejeção de 40% e uma insuficiência mitral importante. Foram realizadas também uma coronariografia e uma ventriculografia, as quais mostraram as seguintes informações: Artéria CD ocluída em 1/3 proximal, recebendo circulação colateral inter e intracoronária; artéria CX apresenta lesão moderada em 1/3 médio-distal; artéria DA apresenta lesão grave em 1/3 proximal; VE com volume diastólico aumentado e com hipocinesia difusa moderada. A paciente permaneceu internada para avaliação da possibilidade de uma terapia de revascularização miocárdica e plastia valvar.