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PROVA: 28/11/2016
Explique o que foi o "realismo jurídico" e defina se pode ser considerado uma
teoria do direito ou uma teoria da decisão judicial.
Questão 1
(Professora Izabel - 3,5 pontos)
Tema 9
GABARITO:
O aluno deverá descrever o conceito trabalhado em sala de aula, segundo o qual, para
Robert Dahl a "democracia de larga escala" ou "poliarquia" demanda a existência de
seis instituições políticas: 1. Agentes eleitos 2. Eleições livres, justas e freqüentes; 3.
Liberdade de expressão; 4. Fontes alternativas de informação; 5. Autonomia
Associativa; e 6. Cidadania inclusiva.
Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro
-EMERJ-
Questão 2
(Professora Izabel - 3,5 pontos)
Tema 3
Explique o que foi o "realismo jurídico" e defina se pode ser considerado uma teoria
do direito ou uma teoria da decisão judicial.
GABARITO:
Questão 3
Tema: 7 e 8
(Professora: Ana Paula Sciammarella - 3,0 pontos)
Ação levada ao STF pede proteção de direitos às vítimas da epidemia de zika. Proteção
social e interrupção da gravidez então entre pedidos da ADI.
Na ação direta de inconstitucionalidade protocolada nesta quarta-feira (24/8) no
Supremo Tribunal Federal (STF) pede que sejam garantidos direitos que estariam sendo
violados diante da epidemia do vírus zika no Brasil: acesso à informação, planejamento
familiar, interrupção da gravidez, proteção social e garantia ao transporte. Trata-se da
ADI 5581, ajuizada pela Associação Nacional dos Defensores Públicos (ANADEP) e
coordenada pela Anis - Instituto de Bioética. Segundo o grupo, o Estado brasileiro é
omisso ao deixar desamparadas as famílias afetadas pela síndrome congênita do zika,
responsável pelo nascimento de crianças com microcefalia e outras desordens
neurológicas. "Esta é uma ação por direito à saúde, a planejamento familiar, à
proteção social à maternidade, à infância e à deficiência. São muitos pedidos porque
são muitas as violações", explica a advogada Sinara Gumieri, da Anis. Os autores
reforçam que o texto é uma denúncia da negligência do Estado brasileiro. "São
violações múltiplas. E nem a crise política, nem as olimpíadas são justificativas para
que o Estado se desresponsabilize. Por isso levamos o caso ao STF", afirma. Na petição
de 90 páginas, ainda sem relator ou previsão de chegada ao plenário da Suprema
Corte, o grupo reivindica que as mulheres tenham acesso a métodos contraceptivos de
maior eficácia, como o DIU hormonal, e repelentes e as crianças afetadas pela
síndrome do zika tenham garantia à reabilitação e transporte para serviços de saúde.
(publicado no Portal Jota Estadão em 24.08.16)
Gabarito:
0 aluno deverá indicar os estudos sobre o fenômeno da "judicialização de políticas",
com demandas judiciais que direcionam políticas e governo ou pleiteiam a efetivação
de direitos. O fenômeno relaciona, por um lado, o ativismo e a mobilização dos
agentes judiciais e, por outro lado, as dificuldades de afinidade entre princípios
constitucionais relacionados à políticas sociais e a realidade das administrações
executivas. O aluno poderá, ainda, abordar os sentidos de "judicialização da política" e
"politização da justiça" como expressões correlatas (que indicariam os efeitos da
expansão do poder judiciário no processo decisório das democracias
contemporâneas). Poderá indicar que judicializar a política relaciona-se com o uso de
métodos típicos da decisão judicial na resolução de disputas e demandas nas arenas
políticas com a ampliação das áreas de atuação dos tribunais pela via do poder de
revisão judicial de ações legislativas e executivas. Além disso, poderá indicar que no
Brasil Werneck Vianna usou o termo para descrever as transformações constitucionais
pós 88, possibilitando o maior protagonismo dos tribunais, decorrente da ampliação
dos instrumentos de proteção judicial.
ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
- EMERJ -
PROVA: 07/12/2016
Para Hans Kelsen, em sua Teoria Pura do Direito, qual o fundamento de validade da
norma jurídica?
Kant empresta fundamento moral aos direitos subjetivos; neste sentido, pode-se
dizer um fundamento racional. Como difere essa fundamentação do direito da proposta por
Hobbes em sua formulação: "AUCTORITAS, NON VERITAS FACIT LEGEM" (A autoridade,
não a verdade, faz a lei)?
Questão 1.
Resposta.
Questão 2.
Resposta.
Questão 3.
Resposta.
PROVA: 30/05/2016
de "sanção"'Simnn^n^0^0
ae TnCeÍt°
sanção e a importância de ambos de "deverpara
os vocábulos jurídico", sua
o Direito. relação com a noção
Tema - 2
R:- P^veriurídico éaconduta exifida. Este conceito começou aser teorizado apartir de
Cristiano Tomásio, no início do século XVIII. Anteriormente, não era considerado
categoria independente, mas obrigação de ordem moral, que ordenava aobediência do
Direito. Ojurisconsulto alemão distinguiu a obligatio interna, que estabelecia
imperativo apenas para aconsciência, da obligatio externa, correspondente ao dever
jurídico eque osituava no plano da objetividade.
Emmanuel Kant distinguiu os dois deveres apenas quanto aos motivos da ação enão em
relação ao conteúdo de cada um, pois achava que todos os deveres jurídicos
expressavam, direta ou indiretamente, deveres morais.
Somente no século XIX, com John Austin foi que se operou, de uma forma mais
esclarecida, aindependência do dever jurídico em relação àmoral eaalguns elementos
psicológicos. Ojurisconsulto inglês concebeu a estrutura da norma como mandato e
formulou uma noção sistemática do dever jurídico, que considerou como componente
essencial ao Direito.
Tema -1
R:.0 aluno deverá evidenciar que, usualmente, otermo éempregado em sete sentidos
básicos:
a) Como direito positivo: éaquele posto pela vontade do Estado. Nâo deve ser
confundido com odireito escrito, uma vez que odireito positivo pode ser nâo escrito,
como na tradição dacommon law;
b) Como direi^ubjetiva: trata-se do direito objetivo que retoma sobre osujeito como
prerroganva aeste atribuída, que se manifesta nas versões básicas de direito eventual
direrto hqmdo ecerto, direito adquirido emera expectativa de direito;
c) Como vajor: refere-se ao valor dajustiça;
d) Como fato social: de regulação do meio social, abordado, preferencialmente, na
Sociologia Jurídica;
£) C°m0 fe"ômeno normativo ohjrtivo: que se distingue da subjetividade moral, mas
que é, ao mesmo tempo, diverso ecomplementar aela, num movimento que compõe o
próprio ethos humano eque épróprio da Filosofia do Direito;
f) Como Ciência do Direito: que, ao tomar otermo direito como ciência ecaracterizar o
seu objeto, permite analisar as diversas percepções deste fenômeno como norma, fato,
valor, justiça, manifestação do ethos, etc.
Já aexpressão "direito natural" não foi indicada como uma das acepções da palavra
direito em virtude de seu "enfraquecimento operacional», que decorre, sobretudo, da
promulgação dos direitos fundamentais nas Constituições, que, de alguma forma,
positivou odito direito natural (FERRAZ JÚNIOR, Tercio Sampaio. Introdução ao
Estudo do Direito. 7ed. São Paulo: Atlas, 2013).
ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Bibliografia:
Tema - 3
PROVA: 01/04/2016
Considerando que a Lei "A" revogou inteira e expressamente a Lei "B", é possível
que as duas leis mantenham-se vigentes simultaneamente em algum momento? Justifique.
Questão: /
"Judiciário pode obrigar Estado a reformar presídios, decide STF.O Supremo Tribunal
Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira, 13, que o Poder Judiciário poder obrigar o
Executivo a realizar obras emergenciais em presídios mesmo quando o Estado alegar
ausência de recursos orçamentários. A decisão foi tomada por unanimidade. Os
ministros analisaram um recurso apresentado à Corte pelo Ministério Público do Rio
Grande do Sul A ação contesta uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado que
entendeu como "descabida" uma ação civil pública que obrigou o governo do Estado a
reformar o Albergue Estadual de Uruguaiana, cidade gaúcha na região fronteiriça.
Embora o caso específico seja sobre o Rio Grande do Sul, o caso tem repercussão
geral, ou seja, o que for decidido vale para casos semelhantes tanto para a União
quanto para os Estados. A argumentação pelo Ministério Público foi feita pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que defendeu a intervenção do
Judiciário na realização de obras em presídios. O procurador-geral disse que a
situação penitenciária do País é "vergonhosa"(...). Janot sustentou sua argumentação
afirmando que a precariedade do sistema penitenciário fere direitos democráticos
previstos na Constituição Federal (...) Relator do caso, o presidente do STF, ministro
Ricardo Lewandowski, votou pela intervenção do Judiciário em casos emergenciais
quando houver omissão do Executivo. Para o relator, a argumentação sobre falta de
verbas é uma "absoluta falácia". (...) Ao proferir o seu voto, Barroso disse que os
presos têm liberdade restrita por determinação do Estado. "Se Estado se arroga no
poder de privar essas pessoas de liberdade, tem o dever de exercer seus deveres de
proteção dessas pessoas, questão sob sua guarda por decisão sua", defendeu. "Entendo
que o Judiciário não só pode como deve interferir para determinar a realização de
obras em presídios cuja situação seja atentatória a condição de dignidade da
/?motf. "(Estadão, 13/08/2015)
Bibliografia:
Questão: -
Bibliografia:
Questão: j
9) Considerando que a Lei UA" revogou inteira e expressamente a Lei "B", é possível
que as duas leis mantenham-se vigentes simultaneamente em algum momento?
Justifique.
R:. O aluno deverá indicar que:
a) Com base no art. Io da LINDB, "salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar
em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada";
b) Isto significa que o vigor da lei, que é sua força vinculante, pode ser desacoplado
cronologicamente do momento da publicação, quando começa sua vigência: a lei vige,
mas não vigora;
c) Deste modo, é possível que, durante o período de vacatio legis da lei revogadora,
mantenham-se vigentes tanto a lei revogada quanto a revogadora.
ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
- EMERJ -
PROVA: 09/06/2016
John Rawls, em sua Teoria da Justiça, afirmou que: "Desse modo, digamos que uma
sociedade é bem ordenada quando não apenas tende a promover o bem-estar dos próprios
membros, mas também quando é regulada de maneira eftiva por uma concepção pública de
justiça. Isso significa que se trata de uma sociedade em que 1) cada um aceita e sabe que
os outros aceitam os mesmos princípios de justiça e 2) as instituições fundamentais da
sociedade costumam satisfazer esses princípios e, em geral, de modo reconhecido. (...) Do
ponto de vista da justiça como equidade, a posição originária de igualdade corresponde ao
estado natural da teoria tradicional do contrato social. (...) Os princípios de justiça são
escolhidos sob um véu da ignorância . Isso assegura que, na escolha dos princípios,
ninguém seja beneficiado ou prejudicado pelo acaso natural ou pela contingência das
circunstâncias sociais".
Um importante jusfilósofo do início do século XX foi Gustav Radbruch. Segundo as
palavras de Heinrich Scholler sobre o pensamento de Radbruch: "o Direito é a realidade ,
que tem o sentido de servir ao caminho do Direito ou a idéia da Justiça. (...) Direito é o que
tem a finalidade de fazer justiça.(...) Pelo visto, o conceito de Justiça de Radbruch não é
positivista, já que a norma somente pode ser vista como Direito quando a justiça pelo menos
é intencionada. (...) Como a idéia da finalidade, ele entende o direito do bem geral e da
justiça social. Aqui se mostra uma tensão entre a segurança do Direito e a justiça, ou seja,
por uma decisão subjetiva, que impede a obediência no caso de uma Lei Vergonhosa
(Schandgesetz), ou seja, uma lei contrária à consciência".
A partir dos textos, apresente os principais aspectos das teorias de John Rawls e
Gustav Radbruch, mencionando qual teoria jusfilosófica eles criticam, indicando o ponto
central filosófico no qualambos buscam base para fundamentar suas próprias teorias.
Explique o que levou Kelsen a qualificar o Direito como uma ciência formal hipotético-
dedutiva e em que medida seu Normativismo Jurídico se aparta do Positivismo.
3a QUESTÃO: (Valor - 3 pontos)
No julgamento da ADPF 54 (interrupção da gestação do feto anencéfalo), o Ministro
Gilmar Mendes "Evidenciou a relevância do amicus curiae como fonte de informação para a
Corte, além de cumprir função integradora importante no Estado de Direito, tendo em conta o
caráter pluralista e aberto de sua admissão, fundamental para o reconhecimento de direitos e
a realização de garantias constitucionais". Portanto, o Ministro afirmou que a figura do
amicus curiae seria imprescindível para auxiliar os ministros a formarem sua cognição sobre
o caso, pois a questão ultrapassava, e muito, o jurídico, onde o Direito teria que lançar mãos
de conhecimentos e expressões típicas de uma outra área, ou como mencionou Nicklas
Luhmann, de um outro subsistema.
A partir do caso citado, explique o motivo de o Direito ser considerado pelo autor
mencionado um sistema "operativamente fechado e cognitivamente aberto" e como esse
pensamento se diferencia de uma visão mais clássica positivista normativista.
Tema - 5
John Rawls, em sua Teoria da Justiça, afirmou que: "Desse modo, digamos
que uma sociedade é bem ordenada quando não apenas tende a promover o
bem estardos próprios membros, mas também quando é regulada de maneira
eftiva poruma concepção pública de justiça. Isso significa que se trata de uma
sociedade em que 1) cada um aceita e sabe que os outros aceitam os mesmos
princípios de justiça e 2) as instituições fundamentais da sociedade costumam
satisfazer esses princípios e, em geral, de modo reconhecido. (...) Do ponto de
vista da justiça como equidade, a posição originária de igualdade corresponde
ao estado natural da teoria tradicional do contrato social. (...) Os princípios de
justiça são escolhidos sob um véu da ignorância . Isso assegura que, na
escolha dos princípios, ninguém seja beneficiado ou prejudicado pelo acaso
natural ou pela contingência das circunstâncias sociais".
Um importante jusfilósofo do início do século XX foi Gustav Radbruch. Segundo
as palavras de Heinrich Scholler sobre o pensamento de Radbruch: "o Direito é
a realidade , que tem o sentido de servir ao caminho do Direito ou a idéia da
Justiça. (...) Direito é o que tem a finalidade de fazer justiça. (...) Pelo visto, o
conceito de Justiça de Radbruch não é positivista, já que a norma somente
pode ser vista como Direito quando a justiça pelo menos é intencionada. (...)
Como a idéia da finalidade, ele entende o direito do bem geral e da justiça
social. Aqui se mostra uma tensão entre a segurança do Direito e ajustiça, ou
seja, por uma decisão subjetiva, que impede a obediência no caso de uma Lei
Vergonhosa (Schandgesetz), ouseja, uma leicontrária à consciência".
A partir dos textos, apresente os principais aspectos das teorias de John Rawls
e Gustav Radbruch, mencionando qual teoria jusfilosófica eles criticam,
indicando o ponto central filosófico no qual ambos buscam base para
fundamentar suas próprias teorias.
GABARITO
Bibliografia:
Questão: 2
Tema -1
Explique o que levou Kelsen a qualificar o Direito como uma ciência formal hipotético-
dedutiva e em que medida seu Normativismo Jurídico se aparta do Positivismo.
R:. O aluno deverá evidenciar que Hans Kelsen, em sua Teoria Pura do Direito,
publicada originalmente em Viena, em 1934, buscou promover uma autonomia
epistemológica rigorosa desta área do saber.
Sua pretensão era purificar a Ciência do Direito, retirando de suas reflexões quaisquer
resíduos conceituais da Sociologia, Política, Psicologia etc.
O objeto da Ciência Jurídica é a norma, que a tudo atribui significado próprio, sob o
prisma especificamente jurídico.
Neste sentido, recebe influência do positivismo, mas rompe com ele, por não considerar
o direito um fato (situado no mundo do ser), mas um conjunto de normas (mundo do
dever ser). Assim, ao dividir todas as possibilidades de conhecimento válido em dois
grandes grupos - o das ciências naturais (conhecimento empírico) e o das ciências
formais hipotético-dedutivas (matemática e lógica) - Kelsen parte para uma apreciação
das normas em si mesmas, desconsiderando os fatos que as põem e a eficácia delas
sobre a realidade, caracterizando a Ciência Jurídica como uma ciência formal
hipotético-dedutiva.
Questão: 3
Tema -1
GABARITO
PROVA: 05/10/2016
(...) Não obstante, é mister que Governo Federal trate a Judicialização como
conseqüência e não causa de um problema. Há mais de uma década discute-se a
possibilidade de uma força-tarefa entre os operadores do Direito e os profissionais da saúde
para se resolver esta questão. Entretanto, enquanto apolítica do Governo Federal nao fizer
sua parte, com ações, mudanças de gestão, previsões de gastos e uma atenção especial
aos hospitais públicos, o Judiciário continuará servindo como porta de acesso àqueles que
conseguem pagar advogados para ter privilégios ou para serem colocados à frente nas filas
de espera para os diversos procedimentos da rede SUS.
Na direção inversa àquela que poderia diminuir os números relacionados à
Judicialização da Saúde, o governo discute as desvinculações orçamentárias que atingem o
financiamento da saúde previsto na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241. Editada
pelo Planalto, a PEC 241 prevê teto de gastos do governo federal pelos próximos 20 anos e
acaba com a vinculação de verbas do Orçamento para as áreas da Saúde e Educação, o
que representará diminuição dos gastos da União nessas áreas.
Em um sistema de lógica de conto de fadas, o governo sugere que a população pare
de adoecer (ou de viver) durante os próximos 20 anos para que os recursos (jà escassos)
voltem a ser aplicados em percentual maior no setor. Não parece um cenário crível quando
se lembra que especialistas em saúde dizem que os recursos precisam ser maiores e mais
bem-aplicados.
É desejável que sejam criadas varas especiais nos Estados para recebimento dos
processos judiciais de solicitação de atendimento ao SUS, como pedidos de medicamentos e
de tratamento hospitalar. Êfundamental ter um juiz especializado na área da saúde para que
decisões mais justas sejam tomadas para a sociedade. Ainda que os pedidos sejam para
favorecimento do indivíduo, na maioria das vezes, a decisão de forma indireta atingirá a
sociedade, seja pelos recursos desviados de programas coletivos, seja porque osgastos dos
sistemas privados influenciam diretamente no aumento das mensalidades de todos os
usuários.
Desde 2009, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) criou um grupo de trabalho que
traça diretrizes aos magistrados quanto às demandas judiciais que envolvem a assistência à
saúde. Em 2010, institui-se o Fórum Nacional do Judiciário para monitoramento e resolução
das demandas de assistência à Saúde - Fórum da Saúde, haja vista o reconhecimento da
importância do tema para o Direito - haja vista sua função social.
. P\.1CX? 1
A partir da leitura do trecho do artigo intitulada "Judicialização da saúde:
muitas causas para tratar, poucas soluções" (publicado no jornal Estadão em
21.09.16), apresente como o tema tratado no artigo vem sendo analisado do ponto de
vista da ciência política.
Conceito é a essência das coisas, o que as define. Se retirada sua essência, algo
deixa de ser o que é. Contudo, afigura-se tarefa difícil dar o conceito preciso de Direito, pois
a palavra tem ampla significação, conforme a corrente adotada para a leitura do fenômeno
jurídico. Neste passo, explicite os sete sentidos básicos do termo direito, isto é, como: a)
direito positivo; b) direito subjetivo; c) valor; d) fato social; d) fenômeno normativo objetivo; e)
ciência do Direito.
FMFR T
Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro
-EMERJ-
3^ Questão (3 pontos)
Conceito é a essência das coisas, o que as define. Se retirada sua essência, algo deixa de ser o
que é. Contudo, afigura-se tarefa difícil dar o conceito preciso de Direito, pois a palavra tem
ampla significação, conforme a corrente adotada para a leitura do fenômeno jurídico. Neste
passo, explicite os sete sentidos básicos do termo direito, isto é, como: a) direito positivo; b)
direito subjetivo; c) valor; d) fato social; d) fenômeno normativo objetivo; e) ciência do Direito
(3,0 pontos).
R.: O aluno deverá evidenciar que, usualmente, o termo é empregado em sete sentidos
básicos:
a) Como direito positivo: é aquele posto pela vontade do Estado. Não deve ser confundido
com o direito escrito, uma vez que o direito positivo pode ser não escrito, como na tradição da
common law;
b) Como direito subjetivo: trata-se do direito objetivo que retorna sobre o sujeito como
prerrogativa a este atribuída, que se manifesta nas versões básicas de direito eventual, direito
líquido e certo, direito adquirido e mera expectativa de direito;
e) Como fenômeno normativo objetivo: que se distingue da subjetividade moral, mas que é, ao
mesmo tempo, diverso e complementar a ela, num movimento que compõe o próprio ethos
humano e que é próprio da Filosofia do Direito;
f) Como Ciência do Direito: que, ao tomar o termo direito como ciência e caracterizar o seu
objeto, permite analisar as diversas percepções deste fenômeno como norma, fato, valor,
justiça, manifestação do ethos, etc.
Já a expressão "direito natural" não foi indicada como uma das acepções da palavra direito em
virtude de seu "enfraquecimento operacional", que decorre, sobretudo, da promulgação dos
direitos fundamentais nasConstituições, que, de alguma forma, positivou o dito direito natural
(FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito. 7 ed. São Paulo: Atlas,
2013).
Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro
- EMERJ -
12 Questão (3 pontos)
(...) Não obstante, é mister que Governo Federal trate a Judicialização como conseqüência e
não causa de um problema. Há mais de uma década discute-se a possibilidade de uma força-
tarefa entre os operadores do Direito e os profissionais da saúde para se resolver esta questão.
Entretanto, enquanto a política do Governo Federal não fizer sua parte, com ações, mudanças
de gestão, previsões de gastos e uma atenção especial aos hospitais públicos, o Judiciário
continuará servindo como porta de acesso àqueles que conseguem pagar advogados para ter
privilégios oupara serem colocados àfrente nas filas de espera para os diversos procedimentos
da rede SUS.
Na direção inversa àquela que poderia diminuir os números relacionados à Judicialização da
Saúde, o governo discute as desvinculações orçamentárias que atingem o financiamento da
saúde previstos na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241. Editada pelo Planalto, a PEC
241 prevê teto de gastos do governo federal pelos próximos 20 anos e acaba com a vinculação
de verbas do Orçamento para as áreas da Saúde e Educação, o que representará diminuição
dos gastos da União nessas áreas.
Em um sistema de lógica de conto defadas, o governo sugere que a população pare de adoecer
(ou de viver) durante os próximos 20 anos para que os recursos (já escassos) voltem a ser
aplicados em percentual maior no setor. Não parece um cenário crível quando se lembra que
especialistas emsaúde dizem que os recursos precisam sermaiores e mais bem aplicados.
Edesejável que sejam criadas varas especiais nos Estados para recebimento dos processos
judiciais de solicitação de atendimento ao SUS, como pedidos de medicamentos e de
tratamento hospitalar. Éfundamental ter um juiz especializado na área da saúde para que
decisões mais justas sejam tomadas para a sociedade. Ainda que os pedidos sejam para
favorecimento do indivíduo, na maioria das vezes, a decisão de forma indireta atingirá a
sociedade, seja pelos recursos desviados de programas coletivos, seja porque os gastos dos
sistemas privados influenciam diretamente no aumento das mensalidades de todos os
usuários.
Desde 2009, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) criou um grupo de trabalho que traça
diretrizes aos magistrados quanto às demandas judiciais que envolvem a assistência à saúde.
Em 2010, institui-se o Fórum Nacional do Judiciário para monitoramento e resolução das
demandas de assistência à Saúde - Fórum da Saúde, haja vista o reconhecimento da
importância do tema para o Direito - haja vista suafunção social
A partir da leitura do trecho do artigo intitulada "Judicialização da saúde: muitas causas
para tratar, poucas soluções" (publicado no jornal Estadão em 21.09.16), apresente como o
tema tratado no artigo vem sendo analisado do ponto de vista da ciência política.
22 Questão (4 pontos)
Ateorização do Estado Democrático de Direito parte de duas idéias básicas, onde: "O Estado
limitado pelo direito e o poder político estatal legitimado pelo povo. O direito é o direito
interno do Estado; o poder democrático é o poder do povo que reside no território ou
pertence ao Estado" (CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da
Constituição. 6ed. Coimbra/Portugal: Livraria Almedina, 2002, p.231).
Discorra sobre as concepções de Estado, apontando como se formou o Estado de Direito,
sobretudo a partir do "rule of law" norte-americano (4,0 pontos).
R.: Oaluno deverá citar as seguintes concepções de Estado e apontar as características abaixo
indicadas:
a) Concepção natural-oreanicista:
b) Concepções contratualistas:
-Hobbes: oser humano é individualista e sua liberdade no estado natural impede oconvívio,
que só se estabelece a partir de um contrato social, para o qual se entrega a um governo
absoluto o poder de estabelecer uma ordem jurídica.
-Locke: vislumbra um processo histórico constituído por três fases: oestado de natureza ideal
(onde nascem os direitos fundamentais, como a liberdade, a igualdade e a propriedade); o
estado de natureza real (representado tanto pela guerra como pelo arbítrio, no qual os direitos
naturais não são garantidos) e o estado civil (no qual o estado de natureza não é suprimido,
mas recuperado em sua forma atual).
- Rousseau: Ocontrato social é concebido como um vetor da razão. Neste sentido, combate o
absolutismo e defende a predominância da bondade humana no estado de natureza, o poder
equilibrado, a defesa dos direitos naturais da pessoa e a igualdade.
c) Concepção formal:
- Hans Kelsen elabora uma teoria normativista de Estado, na qual o fundamento deste situa-se
no conjunto normativo que o constitui.
d) Concepção ético-material:
- Hermann Heller critica a concepção normativista ao afirmar que esta ignora a realidade a
qual o Estado está submetido diariamente ao tratar a legitimidade como legalidade.
- O "Estado vive da sua justificação", sendo esta específica para cada contexto histórico,
segundo as necessidades de cada geração.
- OEstado não pode ser justificado exclusivamente por normas e seus sentidos objetivos,
demandando para sua fundamentação valores socialmente compartilhados.
- O Estado justifica-se quando se corporifica na organização necessária que garanta os
princípios morais do Direito, entendidos estes simultaneamente como realidade e norma, ou
seja, gozando da aquiescência voluntária da sociedade e da imperatividade heterônoma do
direito positivo, ambos fundam-se em um direito suprapositivo e ético.
O Estado de Direito
e) Estado de Direito:
2a QUESTÃO:
ã/tf
- ü Estado de Direito é concebido paralimitar o poder soberano, seja do monarca ou do
povo A adjetivação do Estado como de direito é derivada diretamente da forma
limitadora do poder soberano, ou seja, da Constituição e da lei, assumindo, também, a
denominação Estado Constitucional.
Foi requerido que os alunos explicitassem sete sentidos do termo direito, porém, tanto
na enumeração do enunciado quantono gabarito foram cobrados apenas seis sentidos do
vocábulo direito. Como já esclarecido, trata-se apenas de erro material, pois, em lugar
de usete" deveria constar "seis".
Contudo, tal equívoco não justifica a revisão das notas atribuídas, pois não influenciou
na distribuição dos pontos. Aproveito para indicar, a seguir, em vermelho, como realizei
a correção:
3) Conceito é a essência das coisas, o que as define. Se retiradasua essência, algo deixa
de ser o que é. Contudo, afigura-setarefe difícil dar o conceito preciso de Direito, pois a
paiarera tem ampla significação,, conforme a corrente adotada para a leitura do fenômeno
jurídico. Neste passo, explicite os sele sentidos básicos do termo direito, isto é, como a)
direito positivo, b) direito subjetivo; c) valor; d) fato social; d) fenômeno normativo
cèjetivo; e) ciência do Direito (3,0 pontos).
RO aluno deverá evidenciar que, usualmente, o termo é empregado em sete sentidos
básicos:
a) Como direito positivo: é aquele posto pda vontade do Estado. Não deve ser
confundido com o direito escrito, uma vez que o direito positivo pode ser não escrito,
como na tradição da common law (0,5 ponto);
ã/^
b) Comodireito subjetivo: trata-se do direito objetivo que retorna sobreo sujeitocano
prerrogativa a este atribuída, que se manifesta nas versões básicas de direito eventual,
direito líquido e coto, direito adquirido e mera expectativa de direito (0,5 ponto),
c) Corno valor, refere-se ao valor da justiça (0,5 ponto);
d) Cama fato social de regulação do meio social, abordado, preferencialmente, na
Sociologia Jurídica (0,5 ponto);
e) Cano fenômeno normativo objetivo: que se distingue da subjetividade moralT mas
que é, ao mesmo tempo, diverso e complementar a ela, num movimentoque compõe o
próprioethos humano e que é próprio da Filosofiado Direito (0,5 ponto);
í) Como Ciênciado Direito: que, ao tomar o termo direito como ciência e caracterizar o
seu objeto, permite analisar as diversas percepções deste fenômeno como norma, fato,
valor, justiça, manifestação do ethos, etc (0,5 ponto).
Jfá a expressão "direito naftuaF não foi indicada como uma das acepções da palavra
direito em virtude de sai "enfraquecimento operacional", que decorre, sobretudo, da
promulgação dos direitos fundamentais nas Constituições, que, de alguma forma,
positivou o dito direito natural (FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio htírodução ao
Estmh do Direito. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2013) (embora não fosse necessário abordar a
L*\p!cssào direito natural", ainda atribuí até 0,25 para os alunos que se esqueceram de
mencionar algum dos outros sentidos, mas mencionaram este).
>a alegação de que apenastrês definições foram comentadas em sala, esta não se
sustenta, pois abordei todos os seis conceitos solicitados, inclusive na mesma ordem
exigida pelo enunciada o que pode ser comprovado pelo plano de aula que envio anexo
(vide slides 2 e 3). Trata-se do material que utilizo para ministrar este conteúdo e que
disponibílizo a todos os alunos.
inicio de toda aula, peço ao monitor da turma (pie salve o ptaw> de aula e encaminhe
a todos os alunos.
#/*
fim, no que tange a bibliografia solicitada, informo que já a enviei em resposta a
mensagem anterior, porém reproduzo abaixo minhas sugestões:
PROVA: 11/11/2015
Adistinção traçada entre direito objetivo e direito subjetivo visa a realçar que o direito
é um fenômeno objetivo, que não pertence a ninguém socialmente, que é um dado cultural,
composto de normas, instituições, mas que, de outro lado, é também um fenômeno
subjetivo, visto que faz dos sujeitos titulares de poderes, obrigações, faculdades,
estabelecendo entre eles relações (FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao Estudo
do Direito: técnica, decisão, dominação. São Paulo: Atlas, 2003, p. 145).
Deste modo, tendo em vista que a norma, embora esteja posta fora do sujeito,
destina-se a ele, ou a ser cumprida por cada sujeito destinatário dela, defina direito
subjetivo à luz da teoria da vontade, proposta por Bernard Windscheid. apresentando
as críticas a ela endereçadas.
Considerando que a Lei "A" revogou inteira e expressamente a Lei "B", é possível
que as duas leis mantenham-se vigentes simultaneamente em algum momento? Justifique.
F.MF.RJ -
ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Bibliografia:
Questões:
2) Considerando que a Lei "A" revogou inteira e expressamente a Lei "BH, é possível
que as duas leis mantenham-se vigentes simultaneamente em algum momento?
Justifique.
R:. O aluno deverá indicar que:
a) Com base no art. Io da LINDB, "salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar
em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada";
b) Isto significa que o vigor da lei, que é sua força vinculante, pode ser desacoplado
cronologicamente do momento da publicação, quando começa sua vigência: a lei vige,
mas não vigora;
c) Deste modo, é possível que, durante o período de vacatio legis da lei revogadora,
mantenham-se vigentes tanto a lei revogada quanto a revogadora.
PROVA: 16/05/2016
PA /f Í 7 0 T
ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Bibliografia:
Tema - 3
Questões: 2
Tema 3
(3 pontos)
Bibliografia:
Questões: 3
Tema 2
R:. Ao aluno deverá apontar que a noção dos atos ilícitos é uma conquista do Direito
moderno, trazida pelos pandectistas alemães do século XIX. O Código Civil alemão -
BGB de 1898 - foi o primeiro a trazer o conceito de ato ilícito.
Contudo, conforme já previa o Direito Romano, a ninguém é lícito causar dano a
outrem; há o dever jurídico do neminem laedere.
Entende-se o ato ilícito como sendo toda conduta humana que viole um dever jurídico
preexistente, imposto por leL gerando conseqüências lesivas aos interesses de outrem.
De qualquer modo, verificada a prática do ato ilícito, surge sempre uma nova relação
jurídica, em que o autor do ato assume um deverjurídico de reparar a infração.
Neste sentido, o art. 186 do CC/02 preleciona que: "Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito".
Além disso, o referido Códex prevê em seu art. 187 a figura do abuso de direito que
consiste no exercício irregular ou abusivo de direito pelo seu titular; é a conduta lícita
que se mostra desconforme com a finalidade que o ordenamento pretende alcançar e
promover naquela circunstânciafática, caracterizando, também, espécie de ato ilícito.
Neste particular, cumpre destacar que, no Direito Penal, há a reserva absolutada lei; não
há crime sem previsão legal. No Direito Civil, por sua vez, há o dever do neminem
laedere; qualquer ação ou omissão pode gerar a responsabilidade, desde que viole
direito e cause prejuízo a outrem (princípio da atipicidade dos atos ilícitos).
Por fim, insta mencionar que a idéia da responsabilidade (civil) é mais ampla do que a
do ato ilícito. Não são apenas os atos ilícitos os geradores da responsabilidade civil;
também os atos lícitos geram a obrigação de reparação, como, por exemplo, o estado de
necessidade (arts. 929 e 188, II, CC/02).
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- EMERJ -
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO PARA A
CARREIRA DA MAGISTRATURA
PROVA DE 2* CHAMADA DE TEORIA GERAL DO DIREITO EDA POLÍTICA
QUESTÕES DISCURSIVAS
CPIVABC2 2015
PROVA: 03/12/2015
estabelecendo entre eles relações (FERRAZ JUNIUK lercio oanp contudo, Hans
Questões:
CAyfCDT .
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Bibliografia:
Questões:
PROVA: 11/12/2015
Tem-se consagrado em nosso país a ideologia de que há uma crise das instituições
públicas. A Constituição Federal elenca um rol de direitos imanentes à condição humana a
serem tutelados e, por sua vez, implementados pelo Executivo, o que, não obstante, não tem
se tornado efetivo.
Correlacione esta questão ao chamado ativismo judicial.
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Bibliografia:
Questões:
d) A compreensão dessa flexibilização perpassa o ideário de justiça, haja vista que 'wa
pena mais leve da lei nova é justa e a mais severa da lei revogada é desnecessária"
(PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. São Paulo: RT, 2004, p. 189);
e) Nesta discussão inserem-se a abolido criminis e a novatio legis in mellius.
PROVA: 23/11/2015
Qual é o conceito de ideologia? O direito pode ser influenciado por uma específica
ideologia?
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Bibliografia:
Questões:
PROVA: 18/11/2015
"% Bibliografia:
Questões:
normas gerais e especiais, sendo que estas subtraem daquelas uma parcela de sua
matéria para submetê-la a diversa (contrária ou contraditória).
3) Miguel Reale afirmou que "quando Hans Kelsen, na segunda década do século
passado, desfraldou a bandeira da Teoria Pura do Direito, a Ciência Jurídica era
uma espécie de cidadela cercada por todos os lados, por psicólogos, economistas,
políticos e sociólogos. Cada qual procurava transpor os muros da Jurisprudência,
para torná-la sua, para incluí-la em seus domínios" (REALE, Miguel. Filosofia do
Direito. 14 ed. São Paulo: Saraiva, 1991, p. 455).
Por isso, Hans Kelsen empreendeu verdadeira empreitada para purificar o Direito.
Contudo, pergunta-se: é possível realizar-se uma separação plena entre Direito e
Política?
1:. O aluno deverá indicar que:
a) a Teoria Geral do Direito tradicional sempre se omitiu, com poucas ressalvas, a
enfrentar as discussões sobre as relações entre direito e política, buscado o fundamento
do primeiro na moralidade ou em uma perspectiva filosófica;
b) Não sendo possível separar direito e política, odireito entendido na perspectiva da
política caracteriza aordem jurídica em função dos objetivos políticos que aprecedem e
sustentam. Nessa perspectiva de análise, a criação e aplicação de normas jurídicas
permitem aos detentores do poder limitar econtrolar aatuação de indivíduos egrupos, o
que leva àidéia de que odireito seja produto, finalidade einstrumento da política;
c) Já a política analisada na perspectiva jurídica entende o direito como uma forma
x particular de política, por tentar controlar e coibir outras expressões políticas que
passam a ser consideradas ilegais. Aqui, ao invés de o ordenamento jurídico estar
sujeito à política, esta é que se sujeita àquele.
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- EMERJ -
americano Arthu^^inni0' mencionado Pela Primeira vez em 1947, pelo jornalista norte-
E^^n^p^^T^-JT3 meressante ^Portagem sobre aSuprima Corte dos
^^^^^í^^iã'9"^^
oor S«Lnt Ürf? Constituição no sentido ?ivismo judicial
de garantir quand0
direitos °Juizjá prevê
que ela se considera
como
P^edeZésVS (G0MES'
precedentes? Fonte. OEstado de São Paulo, 2009, espaçoLUÍZaberto,
F,ávioSTF
p.A2). "ativismo sTm
consequendalism^dec^ío39"^0 3CÍma' dhCOra "^ d° ativism0 Íudicia« *
3a QUESTÃO: (Valor -3 pontos)
con^p^eTi^ ~ « d~cias
ATENÇÃO: Responda uma única questão em cada folha.
EMERJ -
PROVA DE 2a CHAMADA - CPIV ABC-TEORIA GERAL -14/06/2017-EMERJ
d) O consequencialismo decisório, por sua vez, consiste em uma análise feita pelos
juizes e pelos tribunais para antever as conseqüências de suas decisões no âmbito
político, econômico e social, tendo umapreocupação em balizar políticas públicas;
e) Tem como pressupostos:
1) a existência de uma infraestrutura e de aporte técnico e de discussão adequada, na via
processual, a permitir subsídios decisórios;
2) a oferta tempo-espaço processual hábil a viabilizar a análise, em cada caso, desse
impacto decisório;
3) uma formação dos magistrados consistente no campo sociológico, político,
administrativo e filosófico (este foi o objetivo do CNJ ao editar a Resolução n°.
75/2009);
f) Em contrapartida, apresentam-se as seguintes críticas:
1) o não cumprimento dos pressupostos indicados;
2) a efetivação de tais políticas (públicas) não cabe ao Judiciário, que assume papel de
substituto face à omissão dos demais poderes, em especial do Executivo;
3) a "padronização decisória", que decorre do julgamento dos Tribunais sobre teses e
não casos.
GABARITO: a resposta deve abordar que o papel político do poder judiciário nas
atuais democracias passa pela defesa dos direitos e garantias fundamentais e pela
imposição de limites ao poder dos governos, na sua função contra-majoritária e muitas
vezes por uma atuação de substituição dos outros poderes quando permanecem inertes
na implementação de políticas públicas que derivam de mandamentos constitucionais;
mas deve sempre o Poder judiciário fazer um exercício de auto contenção em respeito
ao princípio da independência e harmonia dos poderes, para legitimar sempre sua
atuação.
EMERJ-DGEIVIERJ-SECGE-DENSE-DIACD
De:
Daniel Queiroz <danielqueiroz.unirio@gmail.com>
?ado em:
segunda-feira, 8 de maio de 2017 22:40
Para:
EMEIU-DGEMERJ-SECGE-DENSE-DIACD
Assunto:
Re: SOLICITAÇÃO DE QUESTÕES - PROVA 2a CHAMADA - CPIV ABC - TEORIA
GERAL DO DIREITO E DA POLÍTICA
Anexos:
Questões - 2a chamada - Teoria Geral do Direito e da Política.docx
Seguem as questões solicitadas acompanhadas do respectivo gabarito. Elas se referem, respectivamente aos
temas 01-0 conceito de Direito e06 -Ateoria política eateoriajurídica. Legitimidade elegalidade. '
Atenciosamente,
Daniel Queiroz.
Prezado Professor,
Atenciosamente,
Vera Oliveira
e_mail: emeri-dgemeri-secge-dense-diacd@tiri.jm.hr
PROVA: 12/06/2017
T~'\ ,fT?r» T
PROVA REGULAR - CPIV B- TEORIA GERAL DO DIREITO E DA POLÍTICA - 12/06/2017
1) Na reflexão política de Maquiavel, qual o fim que deve orientar a ação de um governante?
GABARITO: a resposta deve abordar a noção da constituição de um Estado que, como poder
acima de qualquer outro poder, submeta os demais poderes sociais de modo absoluto.
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- EMERJ -
PROVA: 23/06/2017
T?* /TT^r» T
PROVA FINAL - CPIV AB - TEORIA GERAL DO DIREITO E DA POLÍTICA - 23/06/2017
GABARITO: Nessa questão o aluno deverá abordar as modificações por que passou o
Poder político e, consequentemente, enfocar as diversas concepções de Estado ao longo
da história.
a) Concepção natural-organicista:
- Segundo Aristóteles, a família seria a associação natural e responsável por
necessidades cotidianas do homem, que consiste em um animal político por natureza.
- Famílias se unem e constituem aldeias. Várias aldeias unidas em uma comunidade
suficientemente grande para ser quase independente ou autossuficiente, assegurando o
bemviver, proporcionam o surgimento da cidade ou Estado.
- O Estado é uma forma natural de associação cuja natureza é a sua finalidade, ou seja, a
perfeição e a autossuficiência.
b) Concepções contratualistas:
- Hobbes: o ser humano é individualista e sua liberdade no estado natural impede o
convívio, que só se estabelece a partirde um contrato social, para o qual se entrega a um
governo absoluto o poder de estabelecer uma ordemjurídica.
- Locke: vislumbra um processo histórico constituído por três fases: o estado de
natureza ideal (onde nascem os direitos fundamentais, como a liberdade, a igualdade e a
propriedade); o estado de natureza real (representado tanto pela guerra como pelo
arbítrio, no qual os direitos naturais não são garantidos) e o estado civil (no qual o
estado de natureza não é suprimido, mas recuperado em sua forma atual).
- Rousseau: O contrato social é concebido como um vetor da razão. Neste sentido,
combate o absolutismo e defende a predominância da bondade humana no estado de
natureza, o poderequilibrado, a defesa dos direitos naturais da pessoae a igualdade.
c) Concepção formal:
- Hans Kelsen elabora uma teoria normativista de Estado, na qual o fundamento deste
situa-se no conjunto normativo que o constitui.
- O Estado é criado pela ordem jurídica, sendo a personificação da comunidade
subordinadaà ordem jurídica o que constitui a própria comunidade.
- A vontade coletiva não serve como fundamento para o Estado, uma vez que não existe
uma ordem que expresse esta vontade coletiva, na medida em que pressuporia a
existência de estados mentais idênticos, o que não ocorre.
- A dominação que caracterizaria o Estado pretende a legitimidade e deve ser
considerada por governantes e governados como legítima se realizada segundo o
prescrito em uma ordem jurídica pressuposta como válida por "dominantes" e
"dominados".
d) Concepção ético-material:
- Hermann Heller critica a concepção normativista ao afirmar que esta ignora a
realidade a qual o Estado está submetido diariamente ao tratar a legitimidade como
legalidade.
- O "Estado vive da suajustificação", sendo esta específica para cada contexto histórico,
segundo as necessidades de cada geração.
- O Estado não pode ser justificado exclusivamente por normas e seus sentidos
objetivos, demandando para sua fundamentação valores socialmente compartilhados.
- O Estado justifica-se quando se corporifica na organização necessária que garanta os
princípios morais do Direito, entendidos estes simultaneamente como realidade e
norma, ou seja, gozando da aquiescência voluntária da sociedade e da imperatividade
heterônoma do direito positivo, ambos fundam-se em um direito suprapositivo e ético.
O Estado de Direito
e) Estado de Direito:
- Comumente traduzido por conceitos que incorporam os seguintes elementos:
a) garantia dos direitos individuais;
b) limitação dos poderes políticos, ambas por meio do Direito.
- A norma jurídica, no Estado de Direito, realiza, a partir de sua supremacia, a sujeição
isonômica de todos os membros da sociedade. Assim, as características do Estado de
Direito, em si, correlacionam-se, não por acaso, com os movimentos do
constitucionalismo.
- Concepções do Estado de Direito:
a) Estado "legal" ou de direito alemão;
b) État de droit francês;
c) Rule of law norte-americano.
- O Estado de Direito (rule of law) norte-americano construiu mecanismos institucionais
limitadores do exercício do poder por maiorias, objetivando evitar que a maioria,
representada pelo Legislativo, viesse a configurar-se como tirânica.
- Configurado pela junção do mecanismo de freios e contrapesos ao federalismo,
inovou, a partir do caso Marbury versus Madison (1803), quando passou a admitir a
revisão judicial de atos do Poder Legislativo, transformando a Constituição no limite
para o exercício dos poderes do Estado e do povo, através da maioria legislativa.
- O Estado de Direito é concebido para limitar o poder soberano, seja do monarca ou do
povo. A adjetivação do Estado como de direito é derivada diretamente da forma
limitadora do poder soberano, ou seja, da Constituição e da lei, assumindo, também, a
denominação Estado Constitucional.
PROVA: 28/03/2017
Qual é o conceito de ideologia? O direito pode ser influenciado por uma ideologia
específica?
Miguel Reale afirmou que, "quando Hans Kelsen, na segunda década do século
passado, desfraldou a bandeira da Teoria Pura do Direito, a Ciência Jurídica era uma
espécie de cidadela cercada por todos os lados, por psicólogos, economistas, políticos e
sociólogos. Cada qual procurava transpor os muros da Jurisprudência, para torná-la sua,
para incluí-la em seus domínios" (REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 14 ed. São Paulo:
Saraiva, 1991, p. 455).
Por isso, Hans Kelsen empreendeu verdadeira empreitada para purificar o Direito.
Contudo, pergunta-se: é possível realizar-se uma separação plena entre Direito e Política?
1) Qual é o conceito de ideologia? O direito pode ser influenciado por uma específica
ideologia? (3,5)
GABARITO:
2) Miguel Reale afirmou que "quando Hans Kelsen, na segunda década do século passado,
desfraldou a bandeira da Teoria Pura do Direito, a Ciência Jurídica era uma espécie de
cidadela cercada por todos os lados, por psicólogos, economistas, políticos e sociólogos.
Cada qual procurava transpor os muros da Jurisprudência, para torná-la sua, para incluí-la
em seus domínios" (REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 14 ed. São Paulo: Saraiva, 1991, p.
455).
Por isso, Hans Kelsen empreendeu verdadeira empreitada para purificar o Direito. Contudo,
pergunta-se: é possível realizar-se uma separação plena entre Direito e Política? (3,5)
GABARITO:
b) Não sendo possível separar direito e política, o direito entendido na perspectiva da política
caracteriza a ordem jurídica em função dos objetivos políticos que a precedem e sustentam. Nessa
perspectiva de análise, a criação e aplicação de normas jurídicas permitem aos detentores do
poder limitar e controlar a atuação de indivíduos e grupos, o que leva à idéia de que o direito seja
produto, finalidade e instrumento da política;
c) Já a política analisada na perspectiva jurídica entende o direito como uma forma particular de
política, por tentar controlar e coibir outras expressões políticas que passam a ser consideradas
ilegais. Aqui, ao invés de o ordenamento jurídico estar sujeito à política, esta é que se sujeita
àquele.
DANIEL QUEIROZ PEREIRA ( a ser corrigida pelo Professor JUAN DAVID POSADA)
GABARITO:
b) Apesar disso, a aplicação de uma nova Constituição é imediata, mas não retroativa, não
devendo alcançar situações jurídicas já aperfeiçoadas sob domínio do ordenamento anterior;
d) Deste modo, não se invoca direito adquirido contra nova ordem constitucional, desde que
prevista expressamente (não há retroatividade tácita) (art. 17 do ADCT/88).
ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
- EMERJ -
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GABARITO PROVA DE TEORIA GERAL DO DIREITO E DA POLÍTICA - CPIV - C - DATA:
19/05/2017
QUESTÃO 1
QUESTÃO 2
QUESTÃO 3
Explique como funcionava o Direito das Gentes e o Direito dos Cidadãos, à luz do
contexto narrado acima.(3,5)