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Universidade Federal da Bahia

Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas


Departamento de Ciência Política

Disciplina: Globalização, Imperialismo e Dependência – 2019.2


Trabalho em equipe. Data de entrega: 13/11/2019

Analise o assunto do artigo abaixo, tendo como base as seguintes obras: “O imperialismo,
etapa superior do capitalismo”, de V. Lenin e “A dialética da dependência” de R.M. Marini.
Espera-se uma boa exposição teórica da concepção dos autores e uma análise do conteúdo do
artigo a partir das respectivas referências teóricas. Caso você considere que estas referências
teóricas não servem para analisar este artigo - ou serve parcialmente - fundamente sua opinião
sem deixar de fazer a exposição das concepções teóricas.
O trabalho deve ter entre cinco (05) e oito (08) páginas de texto, espaço 1,5 e fonte Times
New Roman ou Arial 12. E deve procurar respeitar os padrões de redação de textos
acadêmicos da ABNT.

Os 50 anos do Comício da Central

POR PAULO PASSARINHO*


14 DE MARÇO DE 2014, CORREIO DA CIDADANIA

Há 50 anos realizava-se o famoso comício da Central do Brasil. O presidente da República,


João Belchior Goulart, procurava naquele momento impulsionar um conjunto de reformas
econômicas e sociais que poderiam vir a conferir uma nova qualidade ao nosso processo de
desenvolvimento.

O objetivo dessas reformas de base – conforme eram chamadas e ficaram registradas para a
história – seria dotar o chamado modelo desenvolvimentista, em curso no Brasil, de uma base
de expansão apoiada no fortalecimento das estruturas domésticas do capitalismo brasileiro,
incluindo a criação de melhores condições à geração de renda interna, especialmente aos
trabalhadores. Envolviam mudanças importantes nas políticas e nas estruturas vigentes nas
esferas agrária, educacional, tributária, fiscal, administrativa e urbana do país, além de uma
nova regulação e controle sobre as remessas de lucros das multinacionais às suas matrizes. Na
esfera da representação política, incluía também a ampliação do voto aos analfabetos e
militares de baixa patente, além da legalização do Partido Comunista, então vivendo uma
semiclandestinidade.

Desde meados de 1962, o governo de Goulart procurava responder aos impasses políticos e
econômicos do seu governo, aprofundando uma pauta de caráter nacionalista. O dito
desenvolvimentismo brasileiro, que havia tido início a partir da chamada Revolução de 1930
– a rigor, uma mudança promovida por setores descontentes das próprias oligarquias, a partir
da crise econômica mundial de 1929 -, sempre guardou enormes ambiguidades, caso o
comparemos com as experiências clássicas do nacional-desenvolvimentismo.

[....]

A experiência desenvolvimentista brasileira (1930/1980), em que pese ter logrado êxito no


processo substitutivo de importações, sempre conviveu e se apoiou na forte participação do
capital estrangeiro, seja através do investimento direto de filiais de empresas estrangeiras no
país ou de significativas operações de financiamentos e empréstimos de bancos privados e
instituições multilaterais.

Essa singularidade e hibridismo do nosso desenvolvimentismo fizeram com que –


especialmente ao longo dos anos cinquenta e início dos anos sessenta – uma encarniçada luta
política no seio das forças políticas do país ganhasse corpo. Nas batalhas para a criação da
Petrobrás; na definição do papel a ser desempenhado pelo BNDE – atual BNDES; na
definição dos limites de atuação e controles sobre as multinacionais; na exigência da
realização de uma ampla reforma agrária – buscando o fortalecimento de bases sólidas para o
mercado interno; no papel a ser atribuído às empresas estatais e ao planejamento estatal; ou no
melhor caminho a ser trilhado para a estruturação financeira interna aos investimentos sempre
houve o choque entre correntes que se colocavam a favor do que podemos chamar de um
desenvolvimentismo nacionalista e as defensoras de um desenvolvimentismo associado ao
capital estrangeiro.

Dessa forma, essas diferentes concepções de desenvolvimento e de industrialização do país


desdobravam-se em visões políticas e ideológicas muito distintas, inclusive com a
contaminação inevitável de um mundo dividido pela chamada Guerra Fria.

O mês de março de 1964 representou o ápice desta disputa. O presidente Jango – conforme,
carinhosamente, era conhecido – avançou com a sua pauta reformista e nacionalista, com forte
apoio entre os sindicatos, partidos de esquerda, setores empresariais e a própria população.
Pesquisas do Instituto IBOPE, à época, atestam que as reformas de base contavam com
majoritário apoio popular. O Comício da Central do Brasil, em 13 de março de 1964,
procurava potencializar esse apoio, com o claro objetivo de impulsionar a aprovação de várias
mudanças legais por um Congresso dividido, mas sempre sensível às pressões das ruas.

Contudo, as forças contrárias ao movimento de reformas eram extremamente diligentes e com


muito apoio – inclusive financeiro – de setores empresariais e, especialmente, do governo dos
Estados Unidos. Desde o final da Segunda Grande Guerra, onde muitos oficiais brasileiros
estreitaram as suas relações com militares norte-americanos, a influência da superpotência
estrangeira sobre setores de nossas Forças Armadas era notória, sem falar nos círculos
empresariais, representados na Confederação Nacional do Comércio, na Associação
Comercial de S. Paulo, na Comissão Mista Brasil-Estados Unidos e em setores do próprio
BNDE.

[...]

Todos esses fatos são importantes de serem lembrados, em um momento em que voltamos a
viver uma grave crise política e econômica. Nesses cinquenta anos passados, o mundo mudou,
o Brasil é outro, mas os problemas decorrentes da opção que acabou vitoriosa em 1964,
através do golpe civil-militar, com explícito apoio de uma potência militar estrangeira, estão,
mais do que nunca, presentes.

Vivemos, hoje, o apogeu da hegemonia do capital financeiro e com o Estado brasileiro


fragilizado, em função de sua total captura pelos interesses de grandes grupos privados.
Entretanto, as fissuras do atual esquema de dominação estão expostas.

[...]
* Paulo Passarinho é economista

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