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Universidade Federal Da Bahia – UFBA (FFCH)

Ciências Sociais – 2019.2

Disciplina – Liberalismo E Estado

Professor – Antonio Oliveira

Aluno – Jorge Antonio Da Paz Ribeiro

Data – 08/10/19

Resenha: “O Caminho Da Servidão” (Friedrich A. Hayek) (Caps. 01, 03, 05)

Friedrich A. Hayek escreveu, nos anos de 1940, uma das mais


importantes obras sobre o pensamento liberal intitulada “O Caminho Da
Servidão”, que alerta para os perigos do coletivismo enquanto ideia estruturante
de uma visão de mundo e de um projeto de sociedade alternativo ao liberalismo,
e alerta para os males da planificação econômica associada ao intervencionismo
estatal. Hayek escreve esse manifesto em plena crise das ideias liberais nos
países europeus, em momento de ascensão de ideias coletivistas que
estruturaram os projetos fascista, nazista e comunista no séc. XX, mas sobretudo
sinalizando que o liberalismo se expande para além de puro laissez-faire, livre-
iniciativa, economia livre: o liberalismo é uma concepção de sociedade, a nível
de instituições e indivíduos. Diante disso, nessa resenha estarão presentes
capítulos-chave da obra: “O Caminho Abandonado”, ”Individualismo E
Coletivismo” e “Planificação E Democracia”.

Em “O Caminho Abandonado”, Hayek sinaliza a perda de terreno do


liberalismo para as ideias coletivistas (nazismo, comunismo, fascismo), que em
última instância levarão à destruição da civilização e de tudo que foi construído
e possibilitado pelo liberalismo, tanto no plano da economia quanto no plano da
sociedade e da ciência. Isso é um indicativo de um reacionarismo civilizatório (e
um regresso intelectual) embutido nesses projetos coletivistas, ou seja, um
retorno à uma ordem social anterior ao liberalismo, que submete o indivíduo à
ordem política. Ao se “abandonar” esse caminho, abandona-se também tudo
aquilo que o liberalismo construiu e que ajudou a alicerçar a sociedade moderna,
sobretudo o estímulo à criatividade humana, a partir do individualismo, a partir
da liberdade individual. Ao se rejeitar esse fato, caminha-se para a “servidão”,
para a dependência para com o Estado, que dita o que vai ser feito ou não,
justamente pelo controle total da sociedade, e pela submissão do indivíduo à
vontade do coletivo (à necessidade do Estado).

Já no capítulo “Individualismo e Coletivismo”, há uma discussão de nível


mais conceitual a respeito do que é o socialismo e o que é a planificação, de
modo a se combater as ambiguidades que podem obscurecer certas questões
ligadas à esses termos, como por exemplo os métodos que essas definições
carregam consigo que por sua vez levarão a determinado fim. No caso do
socialismo e da planificação, costuma-se confundir (ou se esquecer) os fins com
os métodos, como por exemplo a questão da justiça social, que é um dos fins do
socialismo, no entanto existem aqueles que desconhecem os meios e
consequências para se chegar a isso. No caso da planificação, ela é confundida
com planejamento, embora sejam coisas distintas: quando se trata de planificar,
na verdade trata de submeter a totalidade da esfera econômica e suas
respectivas atividades ao controle estatal, sendo portanto uma economia
planificada, ou seja, onde o estado gerencia desde a produção até a distribuição
de bens e serviços. O planejamento, ao contrário, significa uma “intervenção
controlada e localizada”, com vista a determinado fim, não se tratando de um
controle total, mas sim parcial de alguma parte da economia.

Socialismo e planificação, são elementos de uma mesma moeda: o


coletivismo. São elementos que integram um projeto socioeconômico que
aniquila a propriedade privada e a livre-concorrência, assim como também se
estende para a esfera individual (liberdades individuais), onde o individualismo
perde espaço para o coletivo, justamente porque no socialismo não há
possibilidade de viver segundo as escolhas pessoais de cada um, mas sim de
acordo com o que o coletivo necessita ou julga melhor: logo, quando você
advoga favoravelmente à uma planificação, cabe sinalizar que não apenas a
economia, mas também toda a sociedade estarão sob julgo de alguns (em nome
do coletivo, do estado), ou seja, aniquila-se as liberdades individuais.
Já em Planificação e Democracia, Hayek argumenta a incompatibilidade
entre planificação (socialismo) e democracia, justamente pela predisposição que
as ideias coletivistas possuem à submissão de toda atividade social ao controle
do estado, regulando as necessidades da sociedade (o que se julga como tal)
intencionalmente controlada. É impossível pressupor uma “homogeneidade” de
um corpo social, justamente pelo seu antônimo (heterogeneidade) que marca as
relações sociais, ou seja, as pessoas possuem interesses e aspirações distintas
entre si, se manifestam de maneira particular, se comportam de maneira
particular, possuem uma sua própria opinião. A sociedade possui demandas
diversas, dispersas, e relacionadas com forças políticas econômicas para
mobilização de seus interesses em relação ao estado (como por exemplo os
grupos de pressão em ação no Legislativo). A democracia é um instrumento
que assegura, na interação entre estado-indivíduo, a preservação das garantias
individuais, assegura o regime das discussões, a negociação de interesses
privados (tornados públicos a partir das políticas), a pluralidade de interesses
com rotatividade de elites dirigentes via processo eleitoral.

É impossível, assim sendo, conciliar qualquer tipo de coletivismo com


democracia, uma vez que o coletivismo pressupõe um “interesse único”, com
rejeição à pluralidade de interesses e discussões, além de que não se exista
competição na esfera eleitoral (para composição do legislativo) nem na
econômica (a partir da livre-concorrência), muito menos que o mercado sirva de
ente distribuidor dos serviços e bens, gerenciando os recursos, de forma não-
discriminatória. Não se compatibiliza democracia e socialismo, pois são
elementos de natureza e conteúdo distintos, nos meios e nos fins.

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