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Elogio de Advogado

São dignos sempre de louvor aqueles que se dedicam


exemplarmente à sua profissão, com especialidade os que se
consagraram à Advocacia, pela relevante importância que lhe
reconhecem todos.
Ainda que seja o melhor prêmio das boas ações tê-las praticado,
contudo o aplauso pode sempre acompanhar aqueles que, no
desempenho da Advocacia — “clarius quam gratius officium”: ofício antes
ilustre que grato —, hajam procedido com proficiência e elevação,
servindo pois de modelo aos colegas.
Da mesma sorte que é praxe dar ciência à Ordem, para as
providências de cunho disciplinar, de atos de seus membros
incompatíveis com o decoro da profissão, parece de razão se lhe
comuniquem também os nomes dos advogados que a honraram e
enalteceram com o seu procedimento.
Ao demais, por soberano preceito de justiça, cada um deve ter o
que merece.
Isto mesmo se praticou em julgamento realizado na colenda
15a. Câmara do Tribunal de Alçada Criminal, como se vê do extrato
abaixo reproduzido:

À derradeira, quisera este obscuro juiz (que proveio da


nobre milícia dos Advogados), render sincero e fraterno
preito ao digno defensor do paciente, Dr. Eugênio Carlo
Balliano Malavasi.
Tenho acompanhado com edificação o devotamento de
Sua Excelência a esta causa que patrocina. Fui relator de dois
“habeas corpus” impetrados em prol do mesmo paciente, e
pude verificar o empenho e o alto grau de zelo com que se
houve em ambos, aliando à tenacidade (virtude própria do
criminalista), invejáveis predicados de espírito.
Porque nas duas vezes votei contra a pretensão do
paciente, sempre fiel ao impulso de minha consciência e
à prova dos autos (como era forçoso), hão de levar-me a
bem os mui distintos Colegas da 15a. Câmara Criminal se
consigno aqui estas palavras congratulatórias e de estímulo
ao ilustre advogado. E, pois que o exórdio de sua peça
jurídica reproduz página imortal de Rui, seja-me também
lícito encerrar este voto com um pensamento do excelso
Jurista, que retrata a desmedida grandeza da Advocacia:
“A defesa tem a sua religião, e há na defesa momentos em que
aquele que apela para a Justiça está na presença de Deus” (Rui
Barbosa, Obras Completas, vol. XXIII, t. V, p. 61).
Como a parte final deste meu voto argui o sentido de
elogio a um membro da ínclita profissão, proponho se envie
cópia desta decisão e da petição inicial ao Excelentíssimo
Senhor Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil,
Secção de São Paulo.

5. Pelo meu voto, denego a ordem de “habeas corpus” e


proponho a expedição de ofício à OAB, comunicando
elogio ao advogado.

São Paulo, 29 de outubro de 1998


Carlos Biasotti
Relator
(TACrimSP; “Habeas Corpus” nº 330.734/7 – Santos)

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PODER JUDICIÁRIO

Tribunal de Alçada Criminal


Décima Quinta Câmara

“Habeas Corpus” nº 330.734/7


Comarca: Santos
Impetrante: Dr. Eugênio Carlo Balliano Malavasi
Paciente: AASF

Voto nº 1190
Relator

– A Jurisprudência, ao fixar em 81 dias o


prazo máximo para a apuração da
responsabilidade criminal de réu preso, fê-lo
genericamente, sem meter em linha de conta
a ocorrência de fatos que atenuam e
excepcionam o rigor do preceito, v.g., a
complexidade da causa, que justifica
pequena demora na busca da verdade real,
escopo de todo o processo.

–“Encerrada a instrução criminal, fica superada a


alegação de constrangimento por excesso de prazo”
(Súmula nº 52 do STJ).

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– Os que se dedicam exemplarmente à
profissão que abraçaram são dignos sempre
de louvor, com especialidade os que se
consagraram à Advocacia, cuja desmedida
grandeza Rui Barbosa celebrou num texto
sublime: “A defesa tem a sua religião, e há na
defesa momentos em que aquele que apela para
a Justiça está na presença de Deus” (Obras
Completas, vol. XXIII, t. V, p. 61).

1. O ilustre advogado Dr. Eugênio Carlo Balliano Malavasi,


pela petição de fls. 2/8, requer a este Egrégio Tribunal ordem de
“habeas corpus” em favor de AASF, que se acha preso e recolhido no
5º Distrito Policial de Santos.
Alega que o paciente sofre constrangimento ilegal de parte
do MM. Juízo de Direito da 2a. Vara Criminal da Comarca de
Santos, por excesso de prazo na formação da culpa.
Deveras, afirma, passa de 88 dias da prisão do paciente e,
até aqui, pende-lhe ainda indecisa a situação processual.
Aduz mais que para essa delonga, que lhe está importando
manifesto e ilegítimo constrangimento, em nada concorreu o
paciente.
Cita, em prol de sua argumentação, o magistério da
Doutrina e a jurisprudência dos Tribunais.
Pleiteia, por fim, a concessão da ordem e o relaxamento da
custódia cautelar do paciente (fls. 2/8).
Ao pedido acostou cópias das principais peças dos autos
(fls. 9/47).

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A egrégia Vice-Presidência do Tribunal, sob o argumento de
que a marca temporal de 81 dias é construção da Jurisprudência,
e sua inobservância não implica ilegalidade manifesta que desde
logo se deva resolver, denegou ao paciente a medida liminar
(fl. 51).
A mui digna autoridade indicada como coatora prestou
informações, nas quais consta haver decretado a prisão cautelar
do paciente, depois transformada em custódia preventiva.
Afirma ainda que os motivos ensejadores da prisão
cautelar, esclarecidos no ofício de informações do “Habeas Corpus”
nº 327.466/4, “subsistem até o presente momento”.
Diz mais que a prova oral, como já foi produzida, o
processo está na fase do art. 499 do Código de Processo Penal.
O Ministério Público fez requerimentos, aos quais já se
atendeu, à exceção de um, “referente a recortes de jornais” que,
apreendidos em poder do réu, “não foram encaminhados ao Juízo”.
A defesa também se manifestou nessa quadra e requereu a
juntada de fita de videocassete.
Acrescenta a digna autoridade apontada como coatora que
o Ministério Público encarece ao Juízo “assista às fitas de videocassete
gravadas pelo réu”, ora paciente, pedido ainda não apreciado.
“O caso é grave e complexo” — continua Sua Excelência —,
“principalmente pela forma probatória, pois envolve fitas de videocassete e
de gravações telefônicas” (fl. 72).
Arremata que “a prova oral foi concluída em tempo inferior a 81
dias, estando o Juízo procurando obter o encerramento de toda a instrução o
mais rápido possível” (ibidem).

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Acompanha o ofício de informações grande número de
peças do processo principal (fls. 73/162).
A ilustrada Procuradoria-Geral de Justiça, em esmerado e
sólido parecer do Dr. Luiz Cyrillo Ferreira Junior, opina pela
denegação da ordem (fls. 168/170).
É o relatório.

2. Dos documentos que instruem o presente pedido de “habeas


corpus” colhe-se, com certeza, que o réu se acha preso à ordem da
ilustre autoridade judiciária indicada como coatora, que lhe
decretou a custódia cautelar (fl. 21).
Desde o dia 4 de julho, no entanto, o paciente já se achava
encarcerado, por efeito de mandado de prisão temporária.
O período de prisão do paciente, portanto, corresponde
deveras ao alegado pelo nobre impetrante.
A despeito, porém, de extrapassada a meta cronológica
de 81 dias, tenho que se não caracterizou, “data venia”, o
constrangimento ilegal a que alude a impetração.
É que a Jurisprudência, ao fixar em 81 dias o prazo máximo
para a apuração da responsabilidade criminal de réu preso, fê-lo
genericamente, sem meter em linha de conta a ocorrência de fatos
que atenuam e excepcionam o rigor do preceito. Dentre esses,
avulta a complexidade do caso, que implica inevitável lentidão na
marcha do processo, cujo escopo é a pesquisa da verdade real.
A causa-crime intentada contra o paciente é desse número:
a materialidade do delito que lhe imputou a denúncia consta de
fitas magnéticas, que obrigam a detida análise.

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Ao demais, as vítimas e testemunhas, em número
respeitável (13), também haveriam de conspirar para a alegada
demora na tramitação do feito.
Informou, contudo, o digno Magistrado que “a prova oral
foi concluída em tempo inferior a 81 dias” (fl. 72), o que bem
confirmam as extensas assentadas de fls. 111/150 destes autos
(ou fls. 263/305 dos da ação penal).
Delas se vê, igualmente, que Sua Excelência fez quanto lhe
estava nas mãos por evitar algum excesso de prazo na formação
da culpa do paciente, o qual, aliás, está sendo processado por
crime da última gravidade: rezam, com efeito, os autos que,
de posse de fotografias e fotocópias de imagens da vítima AOC,
a manter relações sexuais com ele e com a corré IMCSC, tê-la-ia
o paciente ameaçado, e também ao marido e às filhas, de
divulgá-las em sua roda social, caso não lhes entregassem
dinheiro (fls. 9/11).

3. Mas — e aqui bate o ponto —, ainda que tivesse havido


alguma demora no término da instrução criminal (o que admito,
sem contudo conceder), já estaria ela encerrada. Pelo que, não
aproveitava ao paciente a alegação de constrangimento por
excesso de prazo, como advertiu o Dr. Procurador de Justiça.
É que o Colendo Superior Tribunal de Justiça assentou na Súmula
nº 52 de sua jurisprudência que: “Encerrada a instrução criminal, fica
superada a alegação de constrangimento por excesso de prazo”.

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Ainda:
“O prazo para o encerramento da formação de culpa não é fatal,
peremptório, ficando, muitas vezes, sujeito a diligências e
formalidades indispensáveis que legitimam a sua dilatação; só o
excesso de prazo não justificado autoriza a concessão de habeas
corpus (Rev. Forense, vol. 191, p. 279).
Não está comprovado, portanto, o constrangimento ilegal
em que se funda a impetração; pelo que, não é caso de concessão
de “habeas corpus”.

4. À derradeira, quisera este obscuro juiz (que proveio da


nobre milícia dos Advogados), render sincero e fraterno preito ao
digno patrono do paciente, Dr. Eugênio Carlo Balliano Malavasi.
Tenho acompanhado com edificação o devotamento de Sua
Excelência a esta causa que abraçou. Fui relator de dois “habeas
corpus” impetrados em prol do mesmo paciente, e pude verificar o
empenho e o alto grau de zelo com que se houve em ambos,
aliando à tenacidade (virtude própria do criminalista), invejáveis
predicados de espírito.
Porque nas duas vezes votei contra a pretensão do paciente,
sempre fiel ao impulso de minha consciência e à prova dos autos
(como era forçoso), hão de levar-me a bem os mui distintos
Colegas da 15a. Câmara Criminal se consigno aqui estas palavras
congratulatórias e de estímulo ao digno advogado. E, pois que
o exórdio de sua peça jurídica reproduz página imortal de Rui,
seja-me também lícito encerrar este voto com um pensamento do
excelso Jurista, que retrata a desmedida grandeza da Advocacia:
“A defesa tem a sua religião, e há na defesa momentos em que aquele que
apela para a Justiça está na presença de Deus” (Rui Barbosa, Obras
Completas, vol. XXIII, t. V, p. 61).

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Como a parte final deste meu voto argui o sentido de elogio
a um membro da ínclita profissão, proponho se envie cópia desta
decisão e da petição inicial ao Excelentíssimo Senhor Presidente
da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção de São Paulo.

5. Pelo meu voto, denego a ordem de “habeas corpus”, e proponho


a expedição de ofício à OAB, comunicando elogio ao advogado.

São Paulo, 29 de outubro de 1998

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Carlos Biasotti
Relator

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