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EAD

O Atletismo na Educação
Física Escolar

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1. OBJETIVOS
• Compreender o atletismo como um elemento cultural.
• Conhecer e ser capaz de transmitir, pedagogicamente, os
fundamentos básicos, as técnicas e regras básicas.
• Analisar criticamente o ensino do atletismo, focalizando
questões educacionais significativas, tais como: relação
professor – aluno e especificidades do conteúdo.
• Compreender a importância de jogos e brincadeiras para
o ensino do atletismo.

2. CONTEÚDOS
• O esporte como conteúdo da Educação Física Escolar,
• Contextualização do ensino do atletismo,
• O ensino do atletismo na escola – possibilidades,
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• O papel do professor de educação física e o ensino do


atletismo,
• O ensino do atletismo e o espaço físico,
• O ensino do atletismo e os materiais alternativos,
• Sugestões de atividades,

3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE


Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que
você leia as orientações a seguir:
1) Recomendamos a leitura por várias vezes dos textos
deste material para fixar seus conteúdos. Para isso, re-
comendamos realizar pequenos apontamos com a finali-
dade de comparar e aprofundar pontos de destaque uti-
lizando-se das fontes aqui elencadas e que já indicamos
como indispensáveis para o estudo deste tema.
2) Fique atento a todo o conteúdo desta unidade, na qual
você encontrará conceitos importantes para sua apren-
dizagem.
3) Volte às unidades anteriores para entender e recordar os
conceitos propostos. Consulte sempre o Glossário quan-
do surgirem ideias que ainda não foram completamente
assimiladas.
4) Leia os livros da bibliografia indicada, para que você am-
plie e aprofunde seus horizontes teóricos. Esteja sempre
com o material didático em mãos e discuta a unidade
com seus colegas e com o tutor.

4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Chegamos a nossa última unidade! Em nossa trajetória ini-
ciamos o estudo sobre o esporte e suas diferentes manifestações,
e então, seguimos para o processo histórico do atletismo, a origem
de suas provas, as modificações ocorridas ao longo do tempo, as
inovações tecnológicas, o atletas que fizeram e fazem a história do
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esporte. Dando continuidade aos nossos estudos, partimos para


a organização atual do atletismo, as características das diferentes
provas, como seus fundamentos técnicos e regulamentares. E,
após todos os conhecimentos adquiridos com os estudos das uni-
dades anteriores, chegou o momento de pensarmos no atletismo
enquanto conteúdo da Educação Física escolar.
E para tratarmos desse assunto é importante ressaltarmos
que todo professor tem um compromisso com a educação dos
seus alunos. Assim durante o processo educacional, o professor,
ao ensinar um esporte não deve se limitar apenas em transmitir os
conhecimentos técnicos acerca dessa modalidade. Educar é mui-
to mais que isso! Enquanto educador, que de acordo com Alves
(1982), é aquele que tem visões, paixões, esperanças e horizontes
utópicos; o professor deve garantir a seus alunos uma prática, re-
fletida, capaz de contribuir para a formação de cidadãos críticos
atuantes e transformadores da sociedade.
E pensando nas responsabilidades do professor de educa-
ção física escolar, dentre elas está o ensino do atletismo, conteú-
do pertencente à cultura corporal de movimento, conteúdo este,
que é deixado de lado pela grande maioria dos professores. Assim,
pensando no compromisso com a transformação da realidade,
buscamos direcionar o conteúdo dessa unidade de forma que pos-
sa garantir a você acadêmico, elementos necessários para ensinar
o atletismo na escola por meio de ações que levem os alunos a
conhecer, entender, refletir e discutir sobre o atletismo.

5. O ESPORTE COMO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO FÍSͳ


CA ESCOLAR
A Educação Física escolar é hoje reconhecida como uma dis-
ciplina que trata, pedagogicamente, do conhecimento de uma área
denominada de cultura corporal (COLETIVO DE AUTORES, 1992). E,
seus conhecimentos, estão organizados em três blocos de conteú-

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dos, sendo eles: esportes, jogos, lutas e ginásticas; atividades rít-


micas e expressivas; conhecimento sobre o corpo; os quais devem
ser estudados ao longo dos anos escolares.
Seguindo essa organização, as diferentes modalidades es-
portivas atualmente, fazem parte dos conteúdos que devem ser
ensinados nas aulas de Educação Física escolar, e de acordo com
Darido e Rangel (2005) o esporte focalizado na escola,
Tem por finalidade democratizar e gerar cultura pelo movimento
de expressão do indivíduo em ação como manifestação social e de
exercício crítico da cidadania, evitando a exclusão e a competitivi-
dade exacerbada (p. 180).

Mas, nem sempre foi assim. O esporte no decorrer da histó-


ria, influenciou e foi influenciado pelo ensino da Educação Física
e antes de iniciar nosso estudo do ensino do atletismo na escola,
acreditamos ser essencial fazermos um breve resgate histórico so-
bre o esporte como conteúdo da Educação Física Escolar.
O esporte não esteve sempre presente como conteúdo da
Educação Física Escolar. O grande crescimento da influência do es-
porte sobre a Educação Física foi após a Segunda Guerra Mundial,
o período do fim do Estado Novo no Brasil. E de acordo com Assis
(2001):
Registra-se como importante avanço dessa influência no Brasil a
difusão do método denominado "Educação Física Desportiva Ge-
neralizada", criado pelo Instituto Nacional de Esportes da França
e que aqui chegou por volta dos anos de 1940. Foi difundido prin-
cipalmente nos os cursos de aperfeiçoamento técnico-pedagógico
ministrado pelo professor Auguste Listello, ficando conhecido como
"Método Desportivo Generalizado" (p. 15).

A ascensão do fenômeno esportivo aconteceu entre 1969


e 1979, período no qual o esporte passou a ocupar mais espaço
na Educação Física escolar. Com isso, o binômio "Educação Física/
Esporte" passou a ser utilizado, além de acontecerem profundas
mudanças na política educacional, subordinando a Educação Física
escolar ao sistema esportivo (BETTI, 1991, p. 100).
Segundo Listello apud Betti (1991), o Método Desportivo Ge-
neralizado tinha como objetivos:
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A iniciação nos diferentes esportes; orientar para a especialização


através do desenvolvimento e aperfeiçoamento das atitudes e ges-
tos; desenvolver o gosto pelo belo, pelo esforço e performance e
provocar as necessidades de higiene (p. 98).

Nesse período o esporte passou a ser "esporte na escola e


não o esporte da escola", sendo que a aptidão física foi definida
como referência fundamental para orientar o planejamento, con-
trole e avaliação da Educação Física (COLETIVO DE AUTORES, 1992,
p. 54).
Nessa fase, caracterizada por Ghiraldelli Jr. (1997) como a da
"Educação Física Competitivista" (p. 20), "o rendimento, a seleção
dos mais habilidosos, o fim justificando os meios", o culto do atle-
ta herói eram características ainda mais presentes no âmbito da
Educação Física escolar (DARIDO, 2004, p. 7). Não existia diferença
entre o professor e o treinador, enquanto o aluno era visto como
atleta.
Quanto aos procedimentos nota-se que eram empregadas
práticas mecânicas e repetitivas dos movimentos esportivos (DARI-
DO, 2004). A ginástica, o treinamento, os jogos recreativos ficavam
submetidos ao desporto de elite, desenvolvendo-se o treinamento
esportivo baseado nos avanços de estudos da Fisiologia do Esforço
e da Biomecânica, capazes de melhorar a técnica e a performance
(GHIRALDELLI, JR., 1997).
A partir da década de 80, com o surgimento das novas abor-
dagens para a Educação Física Escolar, o esporte de rendimento na
escola passou a ser questionado e, então, surgem as novas formas
de pensar a Educação Física na escola e estudos direcionados a
uma re-significação do esporte, para que ele não tenha mais um
"objetivo nele próprio" e passe a ser tratado pedagogicamente
"como um meio para a uma melhor formação dos alunos" (Barro-
so e Darido, 2006, p. 111).
No entanto, segundo Bracht (1986), a tarefa que se impõe
é o desenvolvimento de uma pedagogia que permita o acesso a

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uma cultura esportiva mais desmistificada, possibilitando aos alu-


nos "analisar criticamente o do fenômeno esportivo, situá-lo e
relacioná-lo com todo o contexto sócio-econômico, político e cul-
tural" (p. 66).
Ao ser reconhecido como elemento da cultura corporal e,
portanto, ser inserido como conteúdo da Educação Física Escolar,
se faz necessário "resgatar os valores que privilegiam o coletivo
sobre o individual", que haja um "compromisso da solidariedade e
respeito humano", a diferenciação de "jogar com o companheiro
e jogar contra o adversário" e que seu "ensino não se esgote nos
gestos técnicos" (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 71).
Kunz (2003) defende o esporte como conteúdo da Educação
Física, porém, aponta para a necessidade de uma transformação
didático-pedagógica, e enfatiza que o esporte na escola não deve
ser algo apenas praticado, mas sim estudado, possibilitando ao
aluno a competência do entendimento sobre o mundo dos espor-
tes e, oportunizando, a reflexão e o diálogo sobre essas práticas
para conduzir a uma verdadeira superação do ensino tradicional
pelas destrezas técnicas.
Apesar de muitos estudos estarem direcionados para a su-
peração dos problemas do ensino dos esportes na educação Física,
muito ainda precisa ser feito, Paes (2006) aponta alguns proble-
mas que ainda precisam ser superados como:
a. O oferecimento do esporte de maneira desvinculada do projeto
político pedagógico da escola.
b. Conteúdos repetitivos do esporte em diferentes níveis do sis-
tema escolar.
c. Ensino fragmentado do conteúdo esportivo [...] Caracteriza-
da pela falta de compromisso com o processo educacional (p.
220).

Para que esses problemas possam ser superados, os profes-


sores precisam se conscientizar da responsabilidade que possuem
no processo de educação dos alunos e, que os esportes, não de-
senvolvem valores sozinhos. É preciso que o professor de Educa-
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ção Física escolar se sinta responsável pela formação de alunos


conhecedores das diferentes práticas esportivas, que sejam capa-
zes de praticar, analisar e refletir sobre eles e sobre a influência no
meio social.
Em busca de conscientizar professores com a importante ta-
refa de educar por meio do ensino do esporte Freire (2003) sinaliza
que o desafio a ser vencido pelos professores de Educação Física
é fazer com que todas as crianças tenham acesso ao esporte e, o
praticando, aprendam-no bem e aprendam a gostar dele, para que
futuramente possam utilizar esse conhecimento.
E para que o ensino do esporte não se limite ao ensino dos
gestos técnicos e possa fazer parte do processo da formação de
cidadãos críticos, acreditamos na importância de se trabalhar o
esporte nas três dimensões dos conteúdos, ou seja, o aluno deve
aprender sobre os esportes por meio da dimensão conceitual,
aprender a fazer os diferentes movimentos por meio da dimensão
procedimental e a refletir como se deve ser com a dimensão ati-
tudinal.
Após esse breve estudo sobre o ensino dos esportes na Edu-
cação Física escolar, pudemos perceber a importância do papel do
professor no processo de formação dos alunos. E para aprofundar
ainda mais esse estudo, realizaremos agora um estudo aprofunda-
do sobre o ensino do atletismo na escola, sobre suas dificuldades
e possibilidades no ambiente escolar.

6. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ENSINO DO ATLETISMO


Estudando a história do atletismo pudemos perceber que
ele sempre esteve presente na história do homem, suas diferentes
provas exploram as habilidades motoras do ser humano, as quais
foram utilizadas para sobrevivência em épocas ancestrais. Na Gré-
cia Antiga, o atletismo configurou-se como esporte com o início
dos Jogos Olímpicos, na qual suas provas já se faziam presentes

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desde as primeiras edições das competições Olímpicas e, atual-


mente, é considerado como a modalidade mais tradicional e im-
portante desse evento.
Ao pensarmos na frase que circula no meio olímpico: "os Jo-
gos Olímpicos podem acontecer apenas com o Atletismo. Nunca
sem ele" (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISMO, 2008), po-
demos dizer que o atletismo é considerado um esporte clássico,
pois de acordo com Saviani (1991), "clássico é aquilo que se confir-
mou como fundamental, como essencial" (p. 21).
Mas, ao mesmo tendo que o atletismo é um esporte tão an-
tigo e considerado clássico, ele é pouco difundido no Brasil e pra-
ticamente esquecido nas aulas de Educação Física. Para fazermos
uma breve constatação dessa triste realidade, como nos sugere
Matthiesen (2007), podemos pensar em nossa própria trajetória
escolar para buscar identificar se o atletismo esteve e como este-
ve presente nas nossas aulas de Educação Física escolar. E como
ocorre com a grande maioria dos acadêmicos de Educação Física,
muito provavelmente a resposta será não.
Calvo (2005) mostra que além de o atletismo ser pouco tra-
balhado nas escolas, muitas vezes, o pouco contato com essa mo-
dalidade esportiva, quando ele ocorre, é deficiente. Em seu estudo
realizado em 2002 com graduandos no curso de Educação Física
(Licenciatura e Bacharelado) da UNESP de Rio Claro ficou consta-
tado que a maioria (73%) dos estudantes não teve contato com
o atletismo na escola. Resultado semelhante ocorreu em 2005,
quando constatou que a maior parte (62%) dos graduandos da
mesma Universidade também não teve contato com o atletismo
durante o período escolar. Além disso, Calvo (2002; 2005) identifi-
cou em ambos os estudos que o conhecimento dos universitários
sobre o atletismo está pautado em conteúdos veiculados pela mí-
dia, voltados, portanto, a poucas provas do atletismo, quase sem-
pre em época de grandes competições como os Jogos Olímpicos,
conforme ressaltou Matthiesen (2009).
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Infelizmente, sabemos que, na maioria das vezes, tudo que


se conhece e é divulgado pela mídia sobre o atletismo está rela-
cionado a recordes, índices, marcas e competições, o que pode
provocar nos professores uma sensação que os impossibilite de
desenvolver um trabalho com o atletismo dentro da sua realidade
escolar. Contudo, é papel da escola e do professor de Educação
Física difundir, esclarecer e proporcionar experiências a cerca dos
"conhecimentos" transmitidos pela mídia (MATTHIESEN, 2005b), e
isso deve ocorrer também em relação ao atletismo.
Pela falta de cultura que existe no Brasil acerca do atletis-
mo devemos ressaltar que muitos professores, por não terem tido
contato com o atletismo durante a sua formação, não se sentem a
vontade para ensiná-lo, como mostra Matthiesen (2005b) e ainda
apontam o desinteresse dos alunos em aprender sobre o atletismo
e afirmam que "os alunos só se interessam por bola".
Em busca de uma visualização dos problemas básicos do
atletismo na realidade escolar e seguindo a constatação de que as
modalidades esportivas de maior prestígio nacional são coletivas
e têm como implemento de ação a bola, talvez uma justificativa
para o fato de o atletismo não ser trabalhado na escola, estivesse
na sentença apresentada por Oro (1984) ou seja: “atletismo não
tem bola!” (p. 4).
Alguns professores entrevistados por Daólio (1994) reforçam
essa ideia ao afirmarem que os alunos só se motivam com a bola e
acabam justificando a divisão do ano letivo em modalidades espor-
tivas coletivas. Seguindo essa afirmação dos professores e mesmo
não sendo apresentadas no referido estudo, quais os esportes tra-
balhados durante o ano letivo, poderíamos nos questionar: onde
estaria o atletismo, já que ele não utiliza a bola?
Realmente a bola e o futebol despertam grande interesse nas
crianças de todas as idades, pois o Brasil é visto como o país do fu-
tebol. Conforme nos lembra Matthiesen (2007) como uma criança
em idade escolar pode se interessar por uma modalidade que ela

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ainda não conhece? Não é papel do professor de Educação Física


transmitir os conteúdos pertencentes à cultura corporal? Assim, se
faz necessário enfatizar sobre a responsabilidade do professor em
garantir que os alunos tenham a oportunidade de conhecer, estu-
dar, entender e saibam refletir sobre os diferentes conteúdos da
cultura corporal independente de serem ou não valorizados pela
mídia, como ressalta Matthiesen (2007, p. 16).
No caso do professor de Educação Física, deve haver um compro-
misso com a transmissão, em especial, da cultura corporal, que
inclui, entre tantas outras coisas, o atletismo, negligenciado na
maioria das vezes. Portanto, o gosto pelo atletismo ou o desejo de
ensiná-lo, que poderia aparecer como justificativa de alguns, não
se justifica se pensarmos no compromisso, que assumimos como
professores, com a transmissão do saber.

Tentando investigar as razões para o não desenvolvimento


do atletismo em aulas regulares de Educação Física, Silva (2005)
realizou uma pesquisa com professores da Rede Pública da cidade
de Rio Claro-SP. As informações fornecidas possibilitaram eviden-
ciar as dificuldades apresentadas pelos professores ao se tratar do
seu ensino na escola, sendo elas: falta de material e espaço físico;
desinteresse dos alunos e da escola para com a Educação Física;
falta de cultura ou tradição nessa modalidade esportiva.
Ao pensarmos na realidade das escolas públicas brasilei-
ras, dificilmente encontraremos uma escola que possua pista de
atletismo e os materiais oficiais dessa modalidade como: dardo,
disco, martelo, colchões para salto em altura e com vara. Mas, o
professor de Educação Física deve ter claro quais são seus objeti-
vos enquanto professor, pois provavelmente será na escola a única
oportunidade dos alunos em conhecer, vivenciar e aprender sobre
essa modalidade, e que para ensinar o atletismo na escola, esses
materiais e espaço não são essenciais e ainda,Oro (1984) chama a
atenção para o critério de rendimento absoluto que tem orientado
a didática do atletismo no Brasil, concorrendo para uma precoce
elitização e especialização precoce. Além disso, verifica-se que a
atenção exagerada dada à correção técnica dos movimentos e ao
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aproveitamento imediato dos alunos talentosos pelos professores


e treinadores, parece ser reforçada pela literatura especializada
à disposição dos professores. Segundo Ferreira (1993), isso con-
tinuará acontecendo enquanto profissionais da área não se dis-
puserem a procurar novos enfoques e formas alternativas para o
ensino do atletismo na escola.
Embora não apresentada por professores atuantes na escola,
a produção bibliográfica na área do atletismo pode ser destacada
como mais uma dificuldade ao ensinar o atletismo na escola, pois,
a maioria dos livros direcionados ao ensino do atletismo possui
uma perspectiva técnica do esporte, como nos revela a pesquisa
realizada por Faganello (2008), na qual, foi constatada, uma predo-
minância de livros "técnicos" em relação aos livros denominados
"pedagógicos". Os livros "técnicos" são direcionados a formação
de atletas, nos quais, o ensino do atletismo está direcionado a lo-
cais que possuem uma pista e materiais oficiais, sendo que são
poucas as atividades direcionadas para a realidade das escolas.
Os livros "pedagógicos" são mais direcionados aos objetivos
da Educação Física na atualidade, nos quais o ensino do atletismo
envolve atividades lúdicas, críticas e participativas, as quais valori-
zam e respeitam o conhecimento prévio dos alunos, contribuindo
para a autonomia, a criatividade, reconhecimento de suas limita-
ções e para a formação de indivíduos capazes de aprender diferen-
tes possibilidades de movimento.
Com base nessa constatação, é de fundamental importância
que acadêmicos do curso de Educação Física, assim como os pro-
fessores, tenham acesso e saibam fazer uso desse conhecimento,
adaptando e criando novas atividades de acordo com a sua reali-
dade, objetivos de ensino e local de trabalho.
Devemos ressaltar que não é pelo simples fato de se realizar
uma ou outra atividade que envolve a corrida, ou o salto, o lan-
çamento e o arremesso que podemos afirmar que trabalhamos
com o atletismo na escola. Como nos mostra Matthiesen (2006),

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o atletismo possui seus movimentos específicos sendo necessário


contextualizar as habilidades de correr, marchar, saltar, arremessar
e lançar em relação às provas do atletismo.
Certamente as dificuldades para ensinar o atletismo na esco-
la existem, mas para que ele aconteça e as dificuldades possam ser
superadas depende da disposição do professor em adequar o es-
paço físico, os materiais, os conteúdos com as reais possibilidades
de ensino que garantam o contato inicial com cada uma das provas
e, principalmente, tenha clareza dos objetivos e comprometimen-
tos com a transmissão dos conteúdos pertencentes da Educação
Física escolar (MATTHIESEN, 2007).
Pensando nas dificuldades que os professores poderão en-
contrar ao ensinar o atletismo na escola, como observa Matthie-
sen (2007) é de grande relevância destacar o papel fundamental da
formação dos professores, pois a grande maioria dos estudantes
de Educação Física terá seu primeiro contato com o atletismo no
ensino superior, assim, a forma de como o atletismo será ensinado
nesse período, irá refletir na prática do futuro profissional no âm-
bito escolar. Dessa forma, durante o período de formação procura-
mos garantir, aos nossos alunos, possibilidades reais de conhecer e
ensinar o atletismo de forma que as possíveis dificuldades possam
ser superadas, para que futuramente não sirvam de justificativas
para o não ensino do atletismo na escola.

7. O ENSINO DO ATLETISMO NA ESCOLA ͳ POSSIBILIͳ


DADES
Atualmente, são várias as tentativas para modificar carac-
terísticas que se tornaram marcantes na Educação Física escolar,
dentre as quais:
a valorização dos procedimentos; "o fazer pelo fazer"; a repetição
mecânica dos movimentos; a "valorização dos mais habilidosos";
a caracterização dos alunos como atletas e dos professores como
técnicos, já que são muitos os professores que trabalham seguindo
esse modelo (DARIDO 2003, p. 7).
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De acordo com os PCNs, o processo de ensino e aprendiza-


gem em Educação Física não se restringe ao simples exercício de
certas habilidades e destrezas, mas sim à capacitação do indivíduo
para refletir sobre suas potencialidades corporais e, com autono-
mia, exercê-las de maneira social e culturalmente significativa e
adequada. Trata-se de compreender como o indivíduo utiliza suas
habilidades e estilos pessoais dentro de diferentes linguagens e
contextos sociais, pois um mesmo gesto adquire significados dife-
rentes conforme a intenção de quem o realiza e de acordo com a
situação em que ocorre (BRASIL, 1997).
Seguindo a proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCNs) entendemos a Educação Física como uma cultura corporal,
sendo o conceito de cultura o produto da sociedade, da coletivi-
dade à qual os indivíduos pertencem, antecedendo-os e transcen-
dendo-os (BRASIL, 1997). Assim,
É tarefa da Educação Física escolar garantir o acesso dos alunos às
práticas da cultura corporal, contribuir para a construção de um es-
tilo pessoal de exercê-las e oferecer instrumentos para que sejam
capazes de apreciá-las criticamente (BRASIL, 1997, p. 28).

Entendendo que o papel da Educação Física escolar é trans-


mitir os conhecimentos da cultura corporal, é preciso deixar claro
que o atletismo, muitas vezes negligenciado, faz parte dos conte-
údos que devem ser ensinado. Portanto, diante das dificuldades
encontradas para ensinar o atletismo na escola, cabe ao professor
buscar soluções, antes de utilizá-las como justificativas, para que
os alunos tenham a oportunidade de conhecer essa modalidade
esportiva tão tradicional e ao mesmo tempo esquecida.
Na tentativa de mudar essa realidade, alguns autores têm se
dedicado a estudar o atletismo e assim superar essas dificuldades
apontando novos caminhos e possibilidades para que o ensino do
atletismo nas escolas aconteça.
Analisando a forma de como tradicionalmente o atletismo
é ensinado Kunz (2003) acredita ser impossível atribuir ao atle-
tismo algum valor "pedagógico-educacional", uma vez que "não

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há diversão, é pura busca de melhor rendimento” (p. 130). Dessa


forma, o atletismo torna-se a modalidade menos atrativa para os
professores, estudante de Educação Física e alunos das escolas.
Entretanto, o autor apresenta possibilidades de trabalhar
com o atletismo superando a forma tradicional de ensino, por
meio de diferentes atividades sem alterar o significado do esporte
e dá um bom exemplo quando fala que "na corrida de velocidade
o objetivo é correr a toda velocidade" (KUNZ 2003, p. 126). Esse
significado no conteúdo a ser estudado deve continuar inalterado,
sabendo que o que muda, são as formas de alcançar esse obje-
tivo. Ou seja, minimizar o tempo em uma corrida de velocidade
trabalhando em duplas ou trios; brincando de somar tempos em
equipes; são estratégias que poderão possibilitar às crianças que
não possuem boa velocidade, contribuírem para o êxito do grupo.
Desse modo, a transformação do ensino das corridas de ve-
locidade, ocorre em relação às limitações físicas e técnicas dos alu-
nos para realizar determinados movimentos, enfatizando o prazer
e a satisfação do aluno em movimentar-se, uma vez que a tarefa
da escola não é treinar o aluno, mas estudar o esporte de forma
atrativa e compreensiva, incluindo a efetiva participação de todos
(KUNZ, 2003).
Buscando demonstrar as possibilidades do ensino do atle-
tismo na escola, Matthiesen (2008), com seu projeto intitulado
Atletismo se aprende na escola: aplicação na realidade escolar re-
alizado em uma escola pública de Rio Claro – SP, realizado em três
etapas: visita das crianças à pista de atletismo da UNESP – Rio Cla-
ro, exposição de imagens do atletismo olímpico e para-olímpico no
pátio da escola e aulas de atletismo nas aulas de Educação Física;
nos mostra que apesar das dificuldades de espaço físico e mate-
riais, notou-se um grande entusiasmo das crianças durante as ati-
vidades, além de favorecer a aprendizagem do ensino do atletismo
aos alunos da escola, e também de contribuir para a formação dos
profissionais envolvidos no projeto.
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A fim de difundir o salto com vara em aulas de Educação


Física, Freitas (2009) verificou a possibilidade e as contribuições
do ensino do salto com vara a partir de sua história. Sua pesquisa
mostrou além de ser possível a realização desse trabalho, possi-
bilitou aos alunos a contextualização dessa cultura para além das
questões técnicas esportivas, ao contrário do que dizem muitos
professores a respeito do desinteresse dos alunos em aprender no-
vas modalidades esportivas daquelas que não fazem uso da bola.
Durante um trabalho realizado, em uma das escolas da rede SESI –
SP, com o atletismo, desenvolvido por meio de jogos, brincadeiras
e confeccionando materiais juntamente com os alunos, foi possí-
vel perceber o interesse dos alunos a respeito da nova modalidade
que estava sendo trabalhada e ao final das atividades foi possível
confirmar, por meio dos relatos dos alunos, o quanto gostaram do
atletismo e como essa experiência foi rica para eles, tais como:
"O melhor de tudo foi nossa diversão, depois confecciona-
mos o peso, o martelo, o dardo e o disco com materiais alternati-
vos, mas aprendemos do mesmo jeito".
"Gostei mais dos lançamentos, porque gostei de fazer o ma-
terial".
"Achei interessante o que eu nunca tinha visto antes, princi-
palmente a marcha atlética".
“Eu posso compreender melhor o que vejo na TV”.
Trabalhos como esses apontam diferentes caminhos para
ensinar o atletismo na escola, contribuindo para desmistificar as
justificativas como a impossibilidade de ensinar o atletismo na es-
cola sem uma pista, materiais oficiais ou porque os alunos não se
interessam.
Partindo das dificuldades apontadas pelos professores de
ensinar o atletismo na escola, e pensando em diferentes possibi-
lidades de ensinar o atletismo, faremos agora um estudo sobre
alguns pontos: “falta de materiais”, "espaço físico" e o "papel do

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professor e o ensino do atletismo” que acreditamos serem essen-


ciais para que você, ao se tornar professor, sinta-se seguro em tra-
balhar com o atletismo na escola e possa contribuir para mudar
essa realidade.

8. O PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA E O


ENSINO DO ATLETISMO
O pouco conhecimento do professor acerca do atletismo e a
forma de como ele lhe foi transmitido, muitas vezes não garantem
ao profissional segurança em desenvolver essa modalidade espor-
tiva, pois, como destaca Calvo (2005), o atletismo ainda é visto por
muitos professores como um esporte exclusivamente técnico, que
exige apenas esforços quantitativos e a superação de obstáculos,
inviabilizando o seu ensino na escola.
Assim, buscando garantir aos nossos alunos segurança em
trabalhar com o atletismo quando estiverem atuando na escola,
se faz necessário que o atletismo seja entendido como uma mo-
dalidade esportiva que envolve as habilidades motoras básicas
de marchar, correr, saltar, lançar e arremessar, com suas especi-
ficidades técnicas distribuídas em suas diferentes provas, as quais
podem ser desenvolvidas por meio de atividades que valorizam o
conhecimento prévio dos alunos, exploram a criatividade, estimu-
lam suas potencialidades, auxiliam no reconhecimento e respeito
dos limites de cada um, não excluem os menos habilidosos e ainda
criam situações pedagógicas para o desenvolvimento do ensino,
fazendo com que o aluno aprenda, goste e pratique o atletismo.
Durante as aulas de Educação Física, o professor ao realizar
atividades direcionadas ao ensino das diferentes provas do atletis-
mo, deve buscar o desenvolvimento dos movimentos e a compre-
ensão das regras básicas indispensáveis ao conhecimento dessa
modalidade esportiva. Ou seja, o professor não deve se preocu-
par, meramente, com detalhes técnicos de cada movimento, e sim
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verificar se o aluno está atendendo às especificidades do movi-


mento, por exemplo: se está utilizando apenas uma das pernas
para a realização do salto em altura, se o arremesso do peso tem
início com o implemento encostado no pescoço, se no salto triplo
o aluno está realizando os dois primeiros saltos com a mesma per-
na, entre outras. Pois, a ênfase nos detalhes técnicos pode levar
o professor a atuar de forma seletiva, excluindo os alunos menos
dotados, além de diminuir a liberdade de criação e exploração do
repertório motor dos alunos.
Tani et al (2006) ressaltam que a aprendizagem motora é um
processo de soluções de problemas motores, que não deve consi-
derar a existência de uma única solução eficiente, mas um conjun-
to de soluções apropriadas. Além disso, lembram que a prática não
pode ser resumida a tentativas de repetição de um único padrão
de movimento, pois pode resultar na aquisição de um padrão de
movimento rígido e estereotipado, de baixa adaptabilidade. Ou
seja:
Prática significa a repetição do processo de solucionar problemas
motores e não a repetição do meio de solucioná-los. Prática implica
repetição sem repetição, pois se essa condição for negada, ela se
tornará uma simples repetição mecânica de movimentos (BERSN-
TEIN apud TANI, 2006, p. 232).

Na escola, como mostra Kunz (2003), o professor deve bus-


car novas formas de ensino, alternativas para iniciar os alunos na
modalidade e a compreender as suas possibilidades, oportunizan-
do experiências práticas do correr, marchar, saltar, lançar e arre-
messar sem se prender a particularidades técnicas muito específi-
cas que objetivam apenas o desenvolvimento de um gesto técnico
eficiente e o máximo rendimento.
É importante ressaltar que não estamos dizendo que ao
ensinar o atletismo não se faz necessário o ensino das diferentes
técnicas das diversas provas do atletismo, pois o atletismo se ca-
racteriza como modalidade esportiva devido a suas origens, histó-
ria, conceitos e também por suas especificidades técnicas. Mas,

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184 © Atletismo

queremos deixar claro que o ensino do atletismo não deve estar


subordinado ao ensino dos gestos técnicos determinando como
finalidade do trabalho o rendimento máximo.
Como apresentado por Darido e Rangel (2005), é importante
diferenciarmos rendimento máximo de rendimento ótimo. O con-
ceito de rendimento máximo pode ser entendido como recordes,
medalhas, fama e dinheiro. E o rendimento ótimo é a melhor per-
formance de cada indivíduo na realização de uma tarefa. E assim
como as autoras, defendemos que na escola o esporte "deve levar
os alunos ao rendimento ótimo, explorando suas potencialidades,
respeitando suas características individuais e suas limitações" (DA-
RIDO e RANGEL, 2005 p. 189).
O professor de Educação Física, ao ensinar o atletismo, deve
se sentir responsável pela educação e formação de seus alunos, e
não apenas serem transmissores de técnicas, preocupados única e
exclusivamente com um bom desempenho. Como destacado por
Paes (2006) o professor de Educação Física deve ser reconhecido
como um educador, responsável pelo desenvolvimento, por meio
da prática esportiva, da moral, das inteligências múltiplas, do au-
toconhecimento, da autoestima, da afetividade, a sociabilidade,
do reconhecimento da importância social do esporte, da educação
para a autonomia, enfim, de contribuir para a formação do cida-
dão que "poderá não ser um atleta" (p. 220).
Como considerado por Paes (2005), em nenhum momento o
esporte, realizado ou não dentro da escola, ou seja, na educação
formal ou não formal, está desvinculado da educação, de modo
que técnicos e professores de Educação Física devam estar preocu-
pados com a educação dos alunos. "O professor deve estar atento
em promover intervenções positivas; ter a participação, a coope-
ração, a co-educação, a emancipação e a totalidade como princí-
pios [...]" (PAES, 2005, p. 128).
Como dissemos anteriormente, para que o atletismo seja
realmente trabalhado, se faz necessário contextualizar as habili-
© U4 - O Atletismo na Educação Física Escolar 185

dades do correr, marchar, saltar, lançar e arremessar às diferen-


tes provas pertencentes ao universo do atletismo que possuem
seus movimentos e técnicas específicas. E não como acreditam
alguns professores estarem trabalhando com o atletismo quando
realizam qualquer atividade que envolva as corridas, os saltos, os
lançamentos e arremesso, sem, contudo especificar, direcionar o
conteúdo do atletismo.
Para que o atletismo possa ser trabalhado na escola de for-
ma prazerosa e sem esquecer as suas especificidades como mo-
dalidade esportiva, um bom caminho é o seu ensino por meio dos
jogos e brincadeiras. Pois como destaca Paes (2001):
O jogo tem uma função mágica, pois ao mesmo tempo que acentua
a ludicidade de uma prática que visa ao aprendizado de fundamen-
tos, pode também acentuar exigências técnicas proporcionando a
melhor execução do movimento (p. 77).

Por meio de jogos e brincadeiras que trabalham as habili-


dades do correr, marchar, saltar, lançar e arremessar o atletismo
pode ser explorado de forma lúdica indo ao encontro de suas téc-
nicas específicas reforçando, com isso, um dos recursos pedagógi-
cos proposto por Paes (2001), o "jogo possível" que:
[...] possibilita o resgate da cultura infantil no processo pedagógi-
co de ensino do esporte, tornando seu aprendizado uma atividade
prazerosa e eficiente no que diz respeito à aquisição de habilidades
básicas específicas.
[...] permite adaptações relativas ao espaço físico, possibilita a par-
ticipação de um grande número de alunos, pois trata-se de uma
prática de inclusão e não de exclusão [...] (p. 94).

Ensinar o atletismo por meio de jogos e brincadeiras também


é a ideia defendida por Freire e Scaglia (2003). Segundo os autores,
os jogos, as brincadeiras, a construção são caminhos que levam
desde os primeiros anos escolares até o final do ensino médio ao
conhecimento e a aprendizagem, permitindo que o atletismo seja
jogado, brincado e reconstruído de forma lúdica indo ao encontro
de suas técnicas, e ressaltam:

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186 © Atletismo

Não se deve confundir o aprofundamento dos conhecimentos es-


portivos com o treino para o rendimento.
As atividades direcionadas para o "desenvolvimento das técnicas
esportivas devem ser preferencialmente lúdicas" (p. 112).

Durante o ensino das diferentes provas do atletismo, é im-


portante que o professor não apresente o movimento pronto de
cada uma delas ou realize modelos de execução que devam ser
reproduzidos, mas garantir orientações aos alunos para que con-
sigam solucionar o problema de cada atividade e encontre a sua
melhor forma de realização do movimento, oportunizando a esti-
mulação cognitiva, ações problematizadoras, a reflexão, o diálogo
sobre as práticas realizadas e a realidade do esporte. Como desta-
ca Freire (1997) sobre as formas de ensinar o salto em distância:
Uma das maneiras de ensinar a alguém o salto em distância é o
adestramento. Outra é a compreensão dos elementos envolvidos
na atividade, como tempo, espaço, o próprio corpo, enfim, explo-
rando a inteligência do praticante. Prefiro esta segunda. A Educa-
ção Física tradicional, porém, tem demonstrado uma opção pela
primeira. (p. 132).

Além da busca pelo entendimento dos movimentos realiza-


dos no atletismo, há a necessidade do conhecimento de suas ori-
gens, história e evolução para oportunizar a compreensão do mo-
mento atual de cada uma das provas do atletismo. Desse modo, ao
ensinar, por exemplo, a arremesso do peso, ou o salto em altura,
se faz necessário que o professor proporcione ao aluno o conheci-
mento histórico dessas provas, como ocorreu à evolução do arre-
messar o peso, ou do saltar em altura, ou seja, buscar na história
como, quando e por que os diferentes estilos técnicos surgiram.
Enfim, para que o ensino do atletismo na escola possa acon-
tecer de forma completa, devemos garantir que ele seja contem-
plado nas três dimensões do conteúdo:
1) Conceitual: ensinar o conceito do atletismo, das suas
diferentes provas, o histórico da modalidade e as mu-
danças ocorridas no esporte desde suas origens até a
atualidade. Analisar as razões da pouca divulgação desse
esporte no Brasil.
© U4 - O Atletismo na Educação Física Escolar 187

2) Procedimental: vivenciar as diferentes provas do atletis-


mo: a marcha, as corridas, os saltos, lançamentos e arre-
messos, seus fundamentos e gestos técnicos.
3) Atitudinal: aprender com o ensino do atletismo valores
como: a importância de respeitar o adversário, a partici-
pação e cooperação nas atividades em grupos, reconhe-
cer e valorizar atitudes não preconceituosas.

9. O ENSINO DO ATLETISMO E O ESPAÇO FÍSICO


Como pudemos observar, a falta de espaço físico, ou seja, da
pista oficial de atletismo, tem sido uma das principais dificuldades
para se trabalhar com o atletismo nas escolas, pois, muitos profes-
sores possuem uma visão muito técnica do ensino do atletismo,
fazendo-se essencial a presença de uma pista para que o ensino
aconteça.
Mais uma vez lembramos que o papel do professor de Edu-
cação Física é: transmitir o conhecimento, neste caso o atletismo,
e dar oportunidade de ampliação do repertório motor dos alunos,
garantindo que o atletismo seja estudado, conhecido e praticado
por seus alunos e não de buscar a formação de atletas com exe-
cuções técnicas perfeitas. Afirmamos que embora a presença de
uma pista possa auxiliar no processo de ensino e aprendizagem da
modalidade, a falta dela não exclui a possibilidade de trabalhar de
forma efetiva com o atletismo na escola.
Na escola qualquer espaço livre pode ser um bom local para
o ensino do atletismo, desde que alguns cuidados sejam tomados,
como verificar as condições do piso, para a redução do impacto
nas atividades de saltos, buscar realizá-las em terrenos macios
(grama, areia, ou colchões), como também verificar a segurança
das crianças nas atividades de lançamentos, entre outras coisas
sugeridas por Matthiesen (2009).
Mas para que o professor saiba utilizar esses espaços é fun-
damental que se tenha clareza que o atletismo escolar deve ser

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188 © Atletismo

ensinado de forma atrativa, priorizar o contato inicial com o co-


nhecimento dos movimentos básicos e específicos do atletismo,
garantindo a participação efetiva de todos os alunos e possibili-
tar o reconhecimento do atletismo como prática social e não mais
como um esporte mecânico, excludente, que visa a superação de
limites e recordes. E, como estudamos anteriormente, um bom
caminho para que isso aconteça é ensinar o atletismo por meio
de jogos e brincadeiras direcionadas para o aprendizado de seus
fundamentos, regras e conceitos.
Além das possibilidades e benefícios oportunizados pela uti-
lização dos jogos e brincadeiras no processo de ensino de apren-
dizagem do atletismo, eles também possibilitam ao professor a
adaptação dos espaços disponíveis na escola como a quadra, o
pátio, um gramado, qualquer espaço livre e até mesmo a sala de
aula. E para demonstrar a possibilidade de realização desses espa-
ços para o ensino do atletismo na escola apresentaremos alguns
exemplos de atividades que podem ser trabalhadas para o ensino
de diferentes provas do atletismo.

Iniciando o trabalho
Mesmo com a pouca divulgação da mídia e pouco conheci-
mento prático do atletismo, certeza grande parte das crianças já
viram alguma matéria na TV sobre o atletismo, mesmo sem saber
que é o atletismo, como alguma matéria sobre quebra de recor-
des, um escândalo de doping, e a competição de alguma prova
principalmente em época de Jogos Olímpicos.
Assim, ao iniciar um trabalho, é importante que o professor
levante os conhecimentos prévios das crianças relacionados ao
atletismo e, para isso, são inúmeras as atividades que o professor
poderá realizar em qualquer espaço da escola, até mesmo na sala
de aula.
As sugestões de atividades para essa finalidade podem ser:
© U4 - O Atletismo na Educação Física Escolar 189

• O “Alfabetismo” no qual os alunos deverão escrever dife-


rentes palavras sobre o atletismo iniciando com cada uma
das letras do alfabeto.
• Selecionar diferentes imagens do atletismo e pedir para
que os alunos em grupos conversem sobre o que sabem
sobre a imagem como: qual é a prova, algumas regras
dessa prova, o nome do atleta da imagem ou de outros
atletas que realizam essa prova.
A marcha atlética
Para ensinar a marcha atlética na escola podemos utilizar a
quadra de esportes ou qualquer área livre, embora nas compe-
tições oficiais a marcha seja realizada em longas distâncias, na
aprendizagem o importante é a diferenciação entre o andar, o
marchar e o correr. Assim, sugerimos que o trabalho seja iniciado
com atividades que envolvam o andar, o andar mais rápido até que
algumas especificidades técnicas da marcha sejam inseridas, como
por exemplo: a inexistência da fase aérea, extensão da perna que
avança desde o primeiro contato com o solo e o movimento do
quadril.
As corridas
As corridas fazem parte do universo das brincadeiras das
crianças. E no atletismo as corridas estão presentes em diferentes
provas como nas corridas de velocidade, com barreiras, obstácu-
los, de revezamento e de resistência.
Durante o trabalho é importante que o professor incentive
as crianças a conhecerem e criar gosto pela modalidade e, para
isso, podemos e devemos aproveitar as brincadeiras já conhecidas
pelos alunos, mas lembrando da importância de contextualizá-las
com as diferentes provas de corrida do atletismo.

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190 © Atletismo

Corridas de velocidade
Direcionando as brincadeiras para o ensino das corridas de
velocidade uma boa sugestão é o "pega-pega em linha reta”. Nes-
sa atividade os alunos estarão divididos em grupos dispostos em
fila e, ao sinal do professor, só poderão pegar o colega que está a
sua frente antes que ele cruze a linha de chegada.
Com essa atividade podemos trabalhar o tempo de reação
dos alunos, a diversificação das formas de realizar a saída, dando
início ao processo de descoberta da perna de impulsão e também
a corrida em linha reta, já que nas provas de corrida de velocidade,
barreiras, e revezamento 4X100 a corrida é realizada em raia mar-
cada, possibilitando o conhecimento sobre as regras.
Corridas de longa distância
Uma das maiores dificuldades das crianças quando precisam
correr por um tempo maior é o emprego do ritmo de corrida, ou
seja, elas iniciam a corrida muito rápida e não conseguem finalizar
com a mesma velocidade ou até mesmo desistem.
Assim, para desenvolver um trabalho com corridas de velo-
cidade uma das principais características dessas corridas é saber
dosar o ritmo de corrida, ou seja, trabalhar a noção de tempo, es-
paço e tempo-espaço, e para esse trabalho o professor não precisa
de um espaço muito amplo.
Para trabalhar com a noção de tempo pode sugerir que os
alunos caminhem pela quadra até o momento que eles acredita-
rem que se passou, por exemplo, um minuto, um minuto e trinta
segundos.
Já a noção de espaço pode ser trabalhada pedindo para que
os alunos tentem adivinhar quantos pés são necessários para que
cheguem do outro lado da quadra, do pátio, ou de outra área su-
gerida pelo professor.
© U4 - O Atletismo na Educação Física Escolar 191

Para o trabalho com a noção de tempo-espaço, o professor


define um número de voltas que devem ser dadas na quadra e o
tempo em que isso deve ser feito, como exemplo duas voltas e
dois minutos.
Após cada uma das atividades, o professor conversa com os
alunos sobre os resultados alcançados, dá algumas orientações e
refazem as atividades mudando as distâncias e o tempo para que
os alunos possam ao final adequar o ritmo da corrida com o espa-
ço e tempo sugeridos pelo professor.
Corridas de revezamento
As corridas de revezamento são provas que auxiliam o traba-
lho em grupo. Para essas provas é interessante realizar brincadei-
ras de estafetas com grupos iguais ao oficial (de quatro pessoas)
ou maiores.
Uma das características das corridas de revezamento é a
passagem de bastão em deslocamento, assim uma boa sugestão
para escolas com espaços pequenos é a atividade de revezamento
em círculo. Nessa atividade o professor faz três círculos no chão
para cada grupo, enquanto os alunos que estão com o bastão cor-
rem ao redor dos demais grupos, os demais alunos de cada grupo
correm no respectivo círculo, assim ao receber o bastão, fará o
movimento em deslocamento.
Corridas com barreiras e obstáculos
As corridas com barreiras e obstáculos são desafiantes para
os alunos, embora possuam suas especificidades técnicas elas po-
dem ser trabalhadas de forma adaptada na escola oportunizando
o conhecimento dessas provas e a vivência do movimento de cor-
rer transpondo obstáculos diferenciados e adaptados pelo profes-
sor e alunos.
Uma boa forma de iniciar as atividades com barreiras é utili-
zando cordas, que aos poucos podem ser elevadas e aumentando

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192 © Atletismo

o número. Para a realização dessas atividades o professor pode


organizar grupos, percursos variados e o espaço da quadra é um
bom espaço, o importante é a criatividade do professor.
Os saltos
As atividades envolvendo os saltos também constituem ver-
dadeiros desafios para os alunos, que sempre querem conseguir
saltar mais longe ou mais alto do que conseguiu na última vez. E
para a realização dessas atividades as principais orientações sobre
o espaço é procurar um local mais seguro, que seja plano como a
quadra de esportes ou se a escolha possuir um gramado ou areia
que auxilia na redução do impacto. Mas, caso a escola possua so-
mente a quadra, as atividades envolvendo os saltos podem e de-
vem acontecer, mas nesse caso o professor deve ficar atento ao
número de repetição para não sobrecarregar a musculatura dos
alunos.
Salto em distância
Para a iniciação do salto em distância, sugerimos atividades
de saltar de diferentes formas: com os dois pés, com pé direito,
com pé esquerdo, parado, com deslocamento, para depois come-
çar a inserir especificidades dessa prova.
Após a realização de diferentes tipos de saltos o professor
pode colocar cordas, ou desenhar, delimitando o espaço que deve
ser saltado e, assim, iniciar a realização dos saltos com apenas um
dos pés (inicialmente é interessante o aluno revezar a perna du-
rante a atividade, para que ele descubra qual a sua melhor perna
para realizar o salto, ou seja, descobrir a sua perna de impulsão).
Uma atividade bem interessante para realização do salto em
distância trabalhando em equipes é a soma dos saltos, em que o
primeiro aluno de cada equipe deverá saltar e marcar o seu salto
com uma corda ou giz e o aluno seguinte deverá realizar o salto a
partir da distância alcançada pelo aluno que saltou anteriormente
e, assim, sucessivamente, e ao final da atividade mede-se a distân-
cia atingida por cada grupo.
© U4 - O Atletismo na Educação Física Escolar 193

Salto triplo
O salto triplo é uma excelente prova para trabalhar a coorde-
nação motora dos alunos e pode ser iniciado, também, utilizando
brincadeiras tradicionais da infância, como a amarelinha. Por meio
da amarelinha, professor e alunos podem desenhar figuras de di-
ferentes formatos e explorar saltos de diferentes formas.
Para uma maior aproximação do movimento do salto triplo
e, ainda brincando de amarelinha, o professor poderá desenhar
duas figuras iguais e uma diferente, por exemplo, dois círculos e
um retângulo nos quais os alunos deverão realizar o salto com a
mesma perna nas figuras iguais e mudar de perna na figura dife-
rente, realizando assim, o movimento do salto triplo de: direita,
direita e esquerda ou esquerda, esquerda e direita.
Salto em altura
Assim como para as demais prova do atletismo, o salto em
altura também pode ser realizado na quadra da escola, tomando
os devidos cuidados para garantir a segurança dos alunos, como:
não realizar muitas repetições e ir até uma altura que não ofereça
riscos aos alunos.
Para a realização do salto em altura o professor poderá ini-
ciar o trabalho por meio de atividades com corda, como pular cor-
da, pular a corda em movimentos horizontais ou verticais (cobri-
nha), elevar um pouco a corda e mantendo-a parada. Todas essas
variações podem ser feitas inicialmente com os dois pés, com um
dos pés para que, posteriormente, inicie a aproximação com o mo-
vimento do salto em altura.
O estilo mais simples para a realização do salto em altura,
sem dúvida é o tesoura e com o qual sugerimos que o trabalho seja
iniciado. Com uma corda que deverá ser elevada aos poucos, os
alunos deverão saltá-la com apenas uma das pernas e estando de
lado para a corda. Inicialmente os saltos devem ser realizados com
a corrida de aproximação pelo lado direito e esquerdo para que os
alunos possam perceber a perna de impulsão.

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194 © Atletismo

Salto com vara


A principal dificuldade na realização de atividades direcio-
nadas ao salto com vara é a falta de materiais, mas, com as adap-
tações com cabo de vassoura, bastões e varas de bambu, como
estudaremos mais a diante, as atividades podem ser realizadas na
quadra de esportes, no pátio ou em uma área livre da escola.
Os lançamentos e o arremesso
Os lançamentos e arremesso podem ser iniciados por meio
de diferentes jogos que trabalham o movimento do lançar, todos
possíveis de serem realizados na quadra da escola, como: queima-
da, acertar o alvo que pode ser fixos como: desenhos no chão ou
arcos presos nas traves de futsal; ou móveis como: acertar uma
bola lançada pelo professor, ou os alunos acertarem bolas lança-
das pelos colegas.
Em seguida, para uma maior aproximação e possibilitando a
diferenciação dos movimentos das provas do lançamento do disco,
dardo, martelo e arremesso do peso, é interessante que o profes-
sor realize as atividades solicitando a realização dos movimentos
de cada uma das provas, ou seja, realizar o lançamento de bolas
de meia com extensão do braço para trás para o lançamento do
dardo, lançar a bola com uma das mãos após a realização de giros
para o lançamento do disco e com ambas as mão para o lança-
mento do martelo e para o arremesso do peso, arremessar a bola
iniciando o movimento com ela encostada no pescoço e direcio-
nando o braço a frente.
Essas e outras atividades que dadas nesse material, são ape-
nas sugestões para que o professor, a partir de sua criatividade e
realidade, possa criar novas atividades e adaptações.
As provas combinadas
A realização das provas combinadas é excelente para tra-
balhar as diferentes provas do atletismo que já foram ensinadas.
© U4 - O Atletismo na Educação Física Escolar 195

Podem funcionar como uma atividade final do trabalho como a


realização de uma mini competição de três provas: corrida de ve-
locidade, salto em distância e arremesso do peso, ou outras provas
que o professor achar interessante. Assim, os alunos conhecerão
também sobre as competições das provas combinadas existentes
no atletismo.

10. O ENSINO DO ATLETISMO E OS MATERIAIS ALͳ


TERNATIVOS
Como vimos à falta de materiais específicos do atletismo,
também é apresentada como uma das dificuldades para se tra-
balhar com o atletismo na escola e servindo como justificativa
para que seu ensino não aconteça. Sabemos que os custos desses
materiais, o espaço necessário para guardá-los e para utilizá-los
dificultam a aquisição desses materiais pelas escolas e, assim, di-
ficilmente os professores terão acesso a esse tipo de material na
escola.
Embora possuir materiais específicos do atletismo possa
contribuir para o aperfeiçoamento dessa modalidade, a falta de-
les para um professor comprometido com o processo de forma-
ção dos alunos e com a transmissão dos conhecimentos da cultura
corporal, não será uma justificativa para que o ensino do atletismo
não ocorra.
Além de ser uma ótima estratégia para suprir a falta dos ma-
teriais específicos, a utilização de materiais alternativos tais como:
bolas de borracha, medicine-ball, cordas, cones, arcos, sacos plás-
ticos, ou materiais confeccionados como exemplo: bolas de meia,
bolas de meia com areia, discos feitos com pratinhos descartáveis,
dardos feitos com jornal ou cano de PVC, entre outros, colaboram
para incentivar a criatividade dos alunos em construir novos mate-
riais para serem empregados na realidade de cada escola.

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196 © Atletismo

Trabalhar com materiais alternativos para auxiliar o desen-


volvimento das atividades além de facilitar e compensar deficiên-
cias na execução de movimentos são sugestões também trazidas
por Kunz (2003), que traz como exemplo saltar em distância e em
altura com o uso de um mini trampolim, confeccionado por alunos
e professor, para reforçar a dinâmica de impulsão, permitindo as-
sim vivenciar conscientemente e sentir o movimento, superando
os problemas de condução e de controle dos movimentos mais
complexos e velozes.
De acordo com Kunz (2003), o professor ao trabalhar com
materiais alternativos, possibilita aos alunos o trabalho em peque-
nos grupos o que auxilia na superação do medo, inseguranças e
da falta de alguma habilidade, solucionando situações problemas
trazidas pelo professor.
Como apontam Netto e Pimentel (2010), ao se dedicar na fa-
bricação dos materiais que serão utilizados nas aulas, além de oca-
sionar o enriquecimento das aulas, propicia o surgimento de rela-
ções interpessoais e também faz com que os alunos se envolvam
desde a pesquisa do esporte e do material a ser usado, passando
pela manufatura do mesmo e sua utilização como implemento da
modalidade e, assim, passam a interagir com as regras e técnicas
para o seu manuseio.
Como pudemos perceber a falta de materiais não pode ser
apresentada como uma justificativa de não ensinar o atletismo
na escola, pois como vimos, trabalhar com materiais alternativos,
além se suprir a falta dos materiais oficiais a confecção dos mate-
riais por alunos e professores são de grande relevância no proces-
so de ensino e aprendizagem. E para auxiliar na criação de novas
ideias para a confecção de novos materiais, mostraremos alguns
exemplos de adaptação e confecção de implementos do atletismo
utilizando materiais alternativos.
© U4 - O Atletismo na Educação Física Escolar 197

As corridas
Corrida de velocidade – saída baixa

Figura 1 Saída baixa

Dificilmente encontraremos uma escola que possua um blo-


co de partida para a realização da saída baixa, obrigatória nas cor-
ridas de velocidade, mas na Figura 1 mostramos a possibilidade da
realização da saída baixa com o bloco de partida sem a utilização
de material específico ou adaptado, apenas precisamos da cola-
boração dos próprios alunos para a realização dos blocos com os
próprios pés.
Após a realização de atividades que auxiliam na descoberta
da perna de impulsão, com essa adaptação oportunizamos a vi-
vência de como posicionar o bloco de partida, em relação à linha
de saída, e do movimento de saída baixa com o uso de um bloco
de partida, a descoberta da função da perna de impulsão no mo-
mento da saída baixa, como também a importância do trabalho
em grupo para possibilitar a realização da atividade.

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198 © Atletismo

Corrida com barreiras

Figura 2 Barreiras confeccionadas com cadeiras e bastão

Na Figura 2, apresentamos as barreiras construídas com duas


cadeiras e bastão. É importante ressaltar que nessa adaptação os
bastões estão colocados em cima da cadeira e não presos, para ga-
rantir a segurança dos alunos e se aproximar da barreira oficial, a
qual é derrubada se entrar em contato com ela durante a corrida.
© U4 - O Atletismo na Educação Física Escolar 199

Com as imagens podemos observar que atividade e o mate-


rial adaptado possibilitaram o entusiasmo dos alunos em vencer
os obstáculos, e a possibilidade de dinamizar a aula com a forma-
ção de várias barreiras permitindo que vários alunos realizem a ati-
vidade ao mesmo tempo, sem exigir um longo tempo de espera.
Dependendo do espaço disponível na escola, para uma
maior aproximação com as provas de barreira do atletismo, após
os alunos terem vivenciado o movimento e estarem seguros, pode
ser acrescentado mais barreiras em cada grupo. E para uma maior
aproximação com as corridas com obstáculos a adaptação pode ser
feita de obstáculos com pneus, caixotes de madeira, banco sueco,
cones e outros materiais que o professor achar interessante.
Salto em distância

Figura 3 Salto em Distância

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200 © Atletismo

Para a realização do salto em distância, podemos observar


na Figura 3 que os materiais utilizados foram corda e giz para de-
senhar a tábua de impulsão.
Após a realização de atividades sobre o salto em distância, é
interessante que o professor realize uma atividade como esta para
que o aluno tenha a experiência de vivenciar o movimento do sal-
to em distância entendendo e fazendo uso da tábua de impulsão,
permitindo aos alunos o estudo e conhecimento das regras dessa
prova.
Salto triplo

Figura 4 Salto Triplo: Amarelinha do Salto Triplo

Na Figura 4 apresentamos a realização de uma interessan-


te atividade para a aprendizagem do salto triplo, na qual o único
material utilizado é o giz para desenhar a "amarelinha do salto tri-
plo".
Essa atividade pode ser auxiliada no entendimento do movi-
mento do salto triplo, os dois primeiros saltos com a mesma perna
e o terceiro e último salto com a perna contrária. Nos desenhos
iguais (círculos) os alunos realizam o salto com a mesma perna,
onde o desenho é diferente (retângulo) o salto é realizado com a
perna diferente.
© U4 - O Atletismo na Educação Física Escolar 201

Disco

Figura 5 Confecção do disco com materiais alternativos

Na Figura 5 apresentamos o disco feito com areia, sacola


plástica, fita adesiva e pratinhos descartáveis, materiais de fácil
acesso e baixo custo, dando a possibilidade de construir um mate-
rial com formas que se aproximam do disco oficial.
Com a confecção do disco com materias recicláveis além de
explorar a criatividade dos alunos, permite a vivência e descoberta
de diferentes movimentos, a realização de diversas atividades e a
experiência de executar os movimentos dessa prova do atletismo,
tais como:
a) Segurar o disco com as falanges distais sem encostar a
palma da mão no disco.
b) Trocar de disco com o colega: fazer com que o disco role
no chão até chegar ao colega à frente.

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202 © Atletismo

c) Movimentos de balanceio: movimentar o disco de um


lado para o outro formando um “oito” na frente do cor-
po e transferindo o peso do corpo de uma perna para
outra.
d) Lançamento do disco: fazer o disco sair da mão pelo
dedo indicador.
Além dessas sugestões, o professor e alunos poderão criar
novas atividades para a realização do lançamento do disco.
Dardo

Figura 6 Confecção do dardo com folhas de jornal

Nessas imagens da Figura 6 apresentamos a construção do


dardo utilizando apenas jornal e fita adesiva. É uma forma de tra-
© U4 - O Atletismo na Educação Física Escolar 203

balhar com um material que não oferece risco nenhum, permitin-


do a realização da atividade em espaços pequenos e com todos
os alunos trabalhando ao mesmo tempo com o seu próprio, o que
dinamiza a aula, pois o aluno não precisa esperar sua vez e desper-
ta a vontade do aluno em trabalhar com o material que ele mesmo
construiu.
É importante ressaltar que antes de iniciar o ensino dos mo-
vimentos do lançamento do dardo, o professor deixe os alunos
explorarem o seu material permitindo ao aluno a descoberta de
novos movimentos e possibilidades de lançamento.
Com esse material, podemos trabalhar todas as etapas do
lançamento do dardo:
1) Empunhadura: deixar o aluno segurar o dardo de dife-
rentes formas e depois mostrar os diferentes tipos de
empunhadura, “finlandesa”, “americana” e “garfo”.
2) Lançar o dardo parado: deixando com que cada aluno
encontre o melhor ângulo para realizar o lançamento do
seu material.
3) Corrida de aproximação: correr com o dardo na altura
da cabeça.
4) Corrida preparatória: realização da passada cruzada le-
vando o dardo para trás mantendo-o na altura do om-
bro.
5) O lançamento do dardo: realizar o lançamento comple-
to, ou seja, após a realização da empunhadura, corrida
preparatória e corrida de aproximação.
A partir dessas sugestões, o professor e alunos poderão criar
novas atividades para a realização do lançamento do dardo.
Dardo

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204 © Atletismo

Figura 7 Lançamento do dardo utilizando cano de PVC e barbante

Na Figura 7 apresentou a possibilidade da realização do lan-


çamento do dardo com a utilização de um pedaço de barbante ou
© U4 - O Atletismo na Educação Física Escolar 205

nylon (utilizados em varal) passado por dentro de um cano de PVC


e amarrado nas duas traves de futsal.
Essa adaptação também não exige um grande espaço e não
oferece risco, pois, com o cano de PVC preso ao barbante o mate-
rial só poderá seguir na direção da outra trave de futsal.
Com essa adaptação os alunos podem realizar o movimento
do lançamento do dardo tanto parado como com deslocamento
(corridas de aproximação e preparatória), além de fazer com que
os alunos se sintam desafiados em conseguir lançar o PVC até al-
cançar a outra trave, o que estimula a participação dos estudan-
tes.
Martelo

Figura 8 Lançamento do martelo confeccionado com materiais alternativos

As imagens da Figura 8 mostram a realização do lançamento


do martelo, com o martelo confeccionado pelos alunos utilizando:
areia, sacola plástica, uma meia e uma meia calça. Essa alternativa
permite a aproximação ao implemento oficial, pois, seu produto fi-
nal possui as mesmas partes do martelo: cabeça, cabo e empunha-
dura, possibilitando aos alunos a descoberta e vivência de novos
movimentos, como também os movimentos realizados na prova
do lançamento do martelo, tais como:

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206 © Atletismo

1) Lançamento do martelo de diferentes formas: possibili-


tando aos alunos a exploração do seu material e encon-
trando a sua melhor forma de lançá-lo.
2) Molinetes: transferência do peso de uma perna para a
outra, realizando uma circundução do quadril sempre
estando do lado contrário à cabeça do martelo.
3) Giros: sobre o próprio eixo e com a extensão dos braços,
tentando conciliar o giro com o movimento do molinete.
4) Lançamento: fazendo um movimento de cima para baixo
com extensão do tronco.
Para essas atividades sugerimos que sejam realizadas no es-
paço mais amplo da escola, para garantir a segurança dos alunos,
pois, o material contém areia e ao ser lançado não se pode prever
onde o material irá cair e durante a realização das atividades que
envolvam os lançamentos é necessário ter o cuidado para que ne-
nhum aluno esteja à frente do setor de lançamentos estipulado
pelo professor.
Antes de iniciar um trabalho específico de iniciação com
cada uma das provas de lançamento do dardo, disco martelo e ar-
remesso do peso, como apresentamos nas imagens, sugerimos a
realização de atividades que envolvam lançamentos variados, em
diferentes posições, com a mão direita e esquerda, com ou sem
alvos fixos ou móveis.
© U4 - O Atletismo na Educação Física Escolar 207

Salto com Vara

Figura 9 Salto com vara realizado com materiais alternativos

Para muitos professores trabalhar o salto com vara na escola


sem a existência de colchões, a vara e o sarrafo, é praticamente im-
possível. Ainda que sua forma final seja bastante complexa, nessas
imagens da Figura 9 apresentamos a possibilidade da realização
do salto com vara utilizando bastões, cordas e colchonetes.

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208 © Atletismo

Na primeira imagem observamos a disposição de apenas


dois colchonetes para cada grupo, objetivando a iniciação do mo-
vimento do salto com vara, sendo a corrida de aproximação, o
apoio da vara e o giro.
A segunda imagem mostra que todos os colchonetes foram
utilizados para a formação de um único setor de queda, oportu-
nizando mais segurança aos alunos e o movimento do salto com
vara de forma mais completa, ou seja, finalizando o salto com o
giro e de costas para o setor de queda, como também possibilitou
a elevação da corda no decorrer dos saltos, proporcionando mais
um desafio aos alunos.
Assim, como exemplificado nas imagens anteriores, sugeri-
mos que inicie o ensino do salto com vara a partir do manuseio do
material que será utilizado como vara (bastões, cabo de vassoura,
bambu). Em seguida, a condução da vara com a corrida e o apoio
da "vara" no chão e início do movimento do salto, sem que haja
um objeto para ser transposto. E após a familiarização dos alunos
com o material e movimento do salto com vara, acrescente uma
corda para a transposição.
Com base nesses exemplos de construções de materiais al-
ternativos, que podem e são efetivos na substituição dos oficiais,
para a realização das diferentes provas do atletismo, acreditamos
que você, futuro professor, seja capaz de aproveitar esses exem-
plos para a construção de novos materiais juntamente com seus
alunos, e fazer novas adaptações para desenvolver um bom traba-
lho com o atletismo na sua realidade escolar.

11. SUGESTÕES DE ATIVIDADES


Como dissemos anteriormente, uma excelente estratégia,
que auxilia a superar as dificuldades encontradas no ambiente
escolar, como: falta de materiais, pouco espaço físico, pouco co-
nhecimento dos alunos acerca da modalidade, acarretando em um
© U4 - O Atletismo na Educação Física Escolar 209

desinteresse inicial, é trabalhar com o atletismo por meio de jo-


gos e brincadeiras. Mas, é de fundamental importância, para cada
atividade realizada que o professor faça a contextualização com
a prova do atletismo contemplada na atividade, desse modo, se
faz necessário que o professor converse sobre as características
da prova, suas regras e histórico, aproximando as atividades com
a prova.
Para auxiliar um futuro trabalho com o atletismo, apresen-
tamos, agora, alguns jogos e brincadeiras direcionados para as
diferentes provas do atletismo, possíveis de serem realizadas no
ambiente escolar, mas você como professor, não deve usar essas
atividades como receita de bolo, que não podem ser modificadas.
Elas devem ser consideradas como exemplos que possam auxiliar
e incentivar a sua criatividade e serem transformadas e adaptadas
de acordo com a realidade e necessidade dos alunos.

Atividades direcionadas para as corridas rasas


Nunca três
Alunos organizados em duplas, sentados um na frente do
outro e espalhados pelo espaço. Dois alunos iniciam a atividade,
sendo um o pegador e o outro fugitivo. Quando o fugitivo sentar
atrás de uma das duplas, o primeiro aluno levanta e passa a ser o
pegador e o aluno que era o pegador passa a ser o fugitivo. E assim
sucessivamente.
Caso o fugitivo seja pego antes de sentar atrás de uma dupla,
ocorre a inversão dos papéis: o pegador passa a ser fugitivo e o
fugitivo passa a ser o pegador.
Para diminuir o tempo de espera na atividade, após todos os
alunos entenderem a atividade, o professor pode acrescentar mais
duplas, realizando a atividade ao mesmo tempo, lembrando que
os alunos deverão ficar atentos de qual pegador o fugitivo estava
fugindo para que não haja confusão na hora de pegar o aluno cor-
respondente aquele que sentou atrás da sua dupla.

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210 © Atletismo

Corrida em círculo
Dividir a sala em dois ou três grupos iguais, que deverão ficar
de mãos dadas e formar círculos. Um aluno de cada grupo deverá
ficar no centro do círculo e iniciar a atividade separando as mãos
de dois colegas e dar a mão para o restante do grupo. Os alunos
que tiveram as mãos separadas deverão correr em direções con-
trárias ao redor do círculo e chegar ao lugar onde estava. O aluno
que chegar primeiro deverá dar as mãos ao colega e fechar o círcu-
lo. E o outro irá para o centro do círculo para reiniciar a atividade.
Siga o sinal
Alunos divididos em equipes, dispostas em duas colunas, em
frente a dois cones distantes 30 metros. Ao primeiro sinal do pro-
fessor, o primeiro aluno de cada equipe dará início a uma corrida
de velocidade que será interrompida por um segundo sinal, a par-
tir do qual deverá realizar um dos educativos de corrida (anfersen
ou skipping) até que o professor dê o terceiro sinal para a retoma-
da da corrida. Cada aluno realizará o percurso de ida e volta, ven-
cendo a equipe que concluir o exercício, com todos os integrantes,
primeiro (MATTHIESEN, 2009, p. 35).
O fugitivo
Alunos correndo pelo espaço, trocando passes entre si com
uma bola de meia. O objetivo é cercar um dos participantes, cujo
nome será dito pelo professor, tocando-lhe a bola. Este fugirá
dos colegas que não poderão correr com a bola nas mãos duran-
te a perseguição, devendo, apenas, efetuar passes (MATTHIESEN,
2009, p. 40).
Jogo dos grupos
Alunos correndo livremente pelo espaço em ritmo modera-
do (de frente, costas, lateral), ao som de uma música ou das pal-
mas do professor. Ao sinal, deverão formar pequenos grupos de
acordo com o solicitado pelo professor: duplas, trios, quartetos,
© U4 - O Atletismo na Educação Física Escolar 211

quintetos. O professor devera intercalar a formação dos grupos


com a corrida individual de modo que os alunos formem sempre
grupos diferentes (MATTHIESEN, 2009, p. 40).
Batalha de maratona
Uma equipe formará um corredor sendo dividido em duas
colunas, tendo em mãos bolas com o objetivo de acertar os inte-
grantes da outra equipe. A equipe adversária terá como objetivo
passar pelo corredor a ser atingido pelas bolas, se for atingido vol-
tará ao final da fila e terá mais uma chance. Ganha a equipe que
mais tiver alunos que não foram atingidos.
Corrida em grupos
Dividir a turma em grupos que deverão trotar pela quadra
em fila. Dado o sinal do professor o último terá que correr para o
início da sua fila e, então, ser o responsável em ritmar a corrida, e
assim sucessivamente.

Atividades direcionadas para a marcha atlética


Marchando em grupos
Alunos formados em seis grupos dispostos um de frente para
o outro. Dado o sinal, o primeiro aluno dos grupos do lado direito,
deverão marchar até o outro grupo, os quais darão as mãos para o
primeiro aluno e realizarão a marcha para o outro lado onde darão
as mãos para o próximo, e assim sucessivamente. Ganha a equipe
que formar primeiro um grande grupo, como todos os alunos.
Pega-pega nas linhas
Um aluno será o pegador e os demais fugitivos, dado o sinal
os alunos deverão marchar sobre as linhas que demarcam as qua-
dras de voleibol, basquetebol, handebol e futebol, das quadras. Ao
serem pegos deverão sentar no local em que foram pegos de modo
que irão interditar a passagem obrigando os alunos a voltarem e
procurar outro caminho, aqueles que correrem para não serem
pegos, desrespeitando as regras, passará a ser pegador também.

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212 © Atletismo

Atividade direcionada para as corridas com barreiras e


obstáculos
Estafeta dos obstáculos
Alunos dispostos em duas equipes, divididas em duas colu-
nas de frente para o circuito formado por dois cones nos quais es-
tão amarradas cordas em uma altura que propicie a transposição
(similar a três barreiras); quatro arcos colocados no chão em forma
de ziguezague e um caixote de madeira (ou tampa do plinto). Ao
sinal, o primeiro aluno de cada equipe iniciará a corrida a partir da
posição de saída baixa em direção aos obstáculos, retornando a
sua equipe por meio de urna corrida de velocidade rasa, tocando
o ombro do próximo componente. Vencerá a equipe que concluir
todo o circuito primeiro (MATTHIESEN, 2009, p. 44).

Atividade direcionada para as corridas de revezamento


Revezamento em círculo
Alunos divididos em três equipes, dispostas em círculos "A",
"B" e "C". Ao sinal, os alunos que estão formando os círculos deve-
rão trotar no sentido horário, enquanto um dos alunos do círculo
"A" sairá correndo com um bastão em volta do círculo “B”. Um
aluno do círculo "B" sairá correndo com um bastão em volta do cír-
culo "C" e um aluno do círculo "C" dará uma volta no círculo "A" e,
então passar o bastão, em movimento para o próximo da equipe.
Vencerá o jogo, a equipe que terminar todo o trajeto primeiro.
Passando o bastão
Alunos divididos em grupos de quatro, que deverão trotar
em fila ao redor da quadra. O último aluno de cada grupo estará
com o bastão na mão e deverá passar o bastão para o colega da
frente realizando a técnica de passagem previamente combinada
(passagem por baixo com troca de mão, passagem por baixo sem
troca de mão, passagem por cima sem troca de mão e passagem
visual), quando o bastão chegar ao primeiro da fila, esse aluno de-
verá ir para o final da final e reiniciar a atividade.
© U4 - O Atletismo na Educação Física Escolar 213

Atividades direcionadas para os saltos horizontais (distância e


triplo)
Saltando com a bexiga
Alunos correndo pelo espaço, com uma bexiga nas mãos. Ao
sinal, deverão executar o movimento do salto grupado, saltando
sobre uma corda estendida, fazendo com que a bexiga toque a
ponta dos pés (MATTHIESEN, 2009, p. 59).
Salto triplo em revezamento
Alunos dispostos em colunas, formando duas equipes, de
frente para um cone colocado a 5 metros de distância. Com um
bastão em uma das mãos, o aluno deverá, ao sinal, realizar o mo-
vimento do salto triplo em direção ao cone e voltar até o final da
coluna, entregando o bastão para o último da equipe. Quando o
bastão chegar ao primeiro da coluna, este reiniciará o exercício
(MATTHIESEN, 2009, p. 66).
Somando os saltos
Divididos em grupos de quatro a seis, um aluno por vez de-
verá realizar o salto em distância que deverá ser marcado com uma
corda no local que alcançou. Em seguida, o próximo aluno deverá
saltar tendo como limite para a sua corrida o local de queda do
aluno anterior e assim sucessivamente. Ganha a equipe que com-
pletar a distância da quadra em primeiro ou que após todos terem
saltado, alcance a maior distância.
Saltando em Corrente
Dividir as crianças em colunas com igualdade de componen-
tes; cada criança segurando a perna esquerda do colega, que es-
tará dobrada para trás, com a mão esquerda. Com a mão direita
apoiada sobre o ombro do colega que está a frente. Ao sinal do
professor, as colunas irão deslocar-se sem quebrar até um ponto
determinado. Variar as pernas a cada trabalho (GOMES; GARA-
VELLO, 1985).

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214 © Atletismo

Atividades direcionadas para os saltos verticais (altura e com


vara)
Corda inclinada
Em duas colunas, as crianças deverão correr em direção à
corda que esta parada e elevada a poucos centímetros do chão.
Essa elevação deverá ser progressiva, mantendo a corda em um
plano inclinado de forma que todas as crianças permaneçam sal-
tando durante a atividade (MATTHIESEN, 2009, p. 70).
Chutando as bolas
Colocar duas bolas de meia em alturas diferentes. As crian-
ças correm e com uma das pernas chuta a bola mais alta e ainda no
ar, chuta com a outra perna a bola que está mais embaixo (GOMES
E GARAVELLO, 1985, p. 60).
Recuperando o bastão
Alunos dispostos em colunas, de frente para uma caixa sus-
pensa contendo um bastão. Ao sinal, o primeiro aluno da coluna
deverá realizar uma corrida em direção a caixa, executando saltos
verticais até recuperar o bastão que está dentro dela. Ao recuperá-
lo, deverá entregá-lo ao próximo de sua equipe que fará o movi-
mento inverso, isto é, colocará o bastão dentro da caixa. O profes-
sor poderá sugerir que o impulso seja realizado com um dos pés;
que o aluno transponha uma corda antes de chegar à caixa etc.
(MATTHIESEN, 2009, p. 71).
Primeiro contato
Alunos dispostos em duas colunas, com uma vara de bambu
nas mãos, de frente para um cone colocado a uma distancia de 20
metros dos participantes. Ao sinal, o primeiro aluno da coluna cor-
rerá em direção ao cone, com a vara, contornando-o. Ao retornar a
coluna, o próximo integrante o acompanhará no mesmo percurso
e assim sucessivamente. O exercício terminará quando todos os in-
tegrantes estiverem correndo juntos segurando a vara com as duas
mãos, retornando ao ponto de partida (MATTHIESEN, 2009, p. 75).
© U4 - O Atletismo na Educação Física Escolar 215

Equilíbrio no bastão
Cada criança deverá correr à vontade com um bastão de
aproximadamente 1,10 metros nas mãos. Ao sinal do professor,
ela irá fixá-lo no chão e, segurando-o, girar em volta do mesmo
com as pernas afastadas para trás (GOMES; GARAVELLO, 1985, p.
88).
Pendurando na corda
Com uma corda amarrada em uma árvore, ou no suporte da
cesta de basquetebol, os alunos deverão, inicialmente, balançar
na corda e, em seguida, tentar ficar pendurados elevando as per-
nas para o alto.
Saltando o rio
Duas varas de bambu colocadas paralelamente, em uma
distancia inicial de 0,60m, que poderá ser aumentada. Alunos dis-
postos de um dos lados das varas, com um cabo de vassoura nas
mãos, deverão correr em direção as varas paralelas (que simboliza
um rio), apoiando-o no chão a fim de realizar a transposição do
“rio”. Obs.: O mesmo exercício poderá ser realizado com algumas
orientações mais técnicas: empunhadura correta da vara; realiza-
ção de giro na transposição etc. (MATTHIESEN, 2009, p. 75).

Atividades direcionadas para os lançamentos (dardo, disco e


martelo)
Lancebol
Este jogo consiste em uma adaptação do baseball, em que
a bola deverá ser apenas lançada com uma das mãos. Haverá duas
equipes, sendo que uma realizará o ataque, por meio de um aluno
que percorrera as quatro bases que formam um quadrado, até que
seja interrompido por um adversário que poderá realizar lança-
mentos entre os colegas de sua equipe para desclassificar o ata-
cante. Cada vez que o competidor percorrer as quatro bases, mar-

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216 © Atletismo

cará um ponto para a sua equipe. Caso a bola lançada seja pega no
ar, o aluno (lançador) será desclassificado. O mesmo ocorrerá se o
defensor entrar na base antes do atacante (MATTHIESEN, 2009, p.
82).
Voleilance
Realizado individualmente ou em equipes, cada aluno terá
uma bolinha de meia que deverá ser lançada contra a bola de
voleibol lançada para o alto pelo professor. O aluno que acertar
a bola lançada pelo professor marcará um ponto (MATTHIESEN,
2009, p. 84).
Trombada
Em duplas, cada um com uma bolinha a uma distancia de
4 metros. Ambos lançam as bolinhas em direção ao centro com
o intuito de acertá-las. A distância entre a dupla pode aumentar,
progressivamente, e o mesmo exercício poderá ser feito em equi-
pes (MATTHIESEN, 2009, p. 84).
Lança e troca
Alunos dispostos em duas equipes. Cada qual formará um
circulo, com um dos integrantes posicionado ao centro. Ao sinal,
a bola que estará com um dos integrantes do circulo será lançada
para o colega do centro. Ao mesmo tempo, o integrante que a lan-
çou corre para o centro, tomando o lugar daquele que a recebeu.
O integrante do centro, que recebeu a bola, deverá lançá-la para o
próximo integrante do circulo, correndo para o seu lugar. Ou seja,
cada um deverá lançar a bola e correr na mesma direção em que
ela foi lançada (MATTHIESEN, 2009, p. 89).
Tempestade I
Alunos dispostos em duas equipes com números iguais de
integrantes. A quadra estará dividida em três campos de tamanhos
iguais: no primeiro estará a equipe atacante, com um grande nu-
mero de bolinhas de jornal; no segundo campo estará a equipe de-
© U4 - O Atletismo na Educação Física Escolar 217

fensora e no terceiro campo estarão dez arcos colocados no chão.


Durante 15 segundos, a equipe atacante realizará os lançamentos
das bolinhas de jornal em direção ao terceiro campo, objetivando
mantê-las dentro dos arcos. A equipe defensora deverá tentar in-
terceptar o percurso das bolinhas, mantendo-as consigo, caso con-
sigam recuperá-las. Ao final dos 15 segundos, verificam-se quantas
bolinhas estão dentro dos arcos, marcando pontos para a equi-
pe atacante, antes da inversão das posições de ambas as equipes
(MATTHIESEN, 2009, p. 92).
Queimada adaptada ao lançamento do dardo
Duas equipes, dispostas em campos opostos da quadra de
voleibol. O objetivo do jogo é que a equipe de posse da bola de
meia consiga “queimar” os adversários por meio de lançamentos
que ocorrerão a partir da passada cruzada do lançamento do dar-
do. O “cemitério” contornará a quadra, sendo que mesmo “quei-
mado”, os alunos poderão permanecer na brincadeira, executando
o mesmo movimento (MATTHIESEN, 2009, p. 101).
Boliche americano adaptado ao lançamento do martelo
Alunos dispostos em colunas, formando duas equipes de
frente para 6 corredores demarcados por cordas ao final da qua-
dra esportiva. De costas para os corredores, os alunos, alternada-
mente, deverão realizar o lançamento do martelo adaptado (bola
de jornal com meia de nylon), verificando qual a pontuação que
este atingiu no momento da queda. Obs.: o aluno deverá realizar o
movimento completo do lançamento do martelo (molinetes, giros
e lançamento), somando-se os pontos de todos os integrantes da
equipe (MATTHIESEN, 2009, p. 110).

Atividades direcionadas para o arremesso do peso


Arremessando nos quadrados
Alunos dispostos em 2 equipes com números iguais de in-
tegrantes. A equipe 1 estará distribuída pelos quadrados de onde

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218 © Atletismo

seus integrantes realizarão arremessos laterais (com uma bolinha


de meia) para aqueles que estiverem nos demais quadrados. A
equipe 2, distribuída pelo campo, tentará interceptar as bolinhas
de meia, ficando com elas quando tiver êxito. As posições serão in-
vertidas quando todas as bolas tiverem sido capturadas pela equi-
pe 2 (MATTHIESEN, 2009, p. 114).
Bolão de gude
Alunos dispostos em colunas, com uma bola de medicine ball
nas mãos, de frente para o setor de arremessos onde há uma se-
quência de círculos marcados no chão. O objetivo é arremessar
a bola, fazendo com que esta ultrapasse uma corda suspensa no
ar e caia dentro do circulo, dentro da sequência (1, 2, 3, 4). Se o
aluno acertar, ele continua arremessando, se errar, ele entrará no
final da coluna. Vence o jogo aquele que acertar todos os alvos do
percurso primeiro (MATTHIESEN, 2009, p. 117).

12. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS


Nesta unidade estudamos o esporte como conteúdo da Edu-
cação Física escolar e seguimos com a contextualização do atle-
tismo, onde pudemos perceber que embora seja considerado um
esporte clássico ele é pouco difundido no Brasil e quase que es-
quecido nas aulas de Educação Física.
Dando continuidade ao nosso estudo, vimos as dificuldades
apontadas pelos professores ao se trabalhar como atletismo na
escola, muitas delas utilizadas como justificativas para que o seu
ensino não aconteça. Mas diferentemente do que muitos profes-
sores acreditam, ou não tomam como sendo responsabilidade do
papel do professor, diferentes possibilidades de ensino do atletis-
mo foram abordadas, mostrando que o atletismo pode ser traba-
lhado na escola. Com base nos estudos da Unidade 4 e nas leituras
complementares, responda as seguintes questões:
© U4 - O Atletismo na Educação Física Escolar 219

1) Por que é importante que se ensine o atletismo em aulas


regulares de educação física?
2) Quais são as justificativas dos professores de educação
física escolar para o não ensino do atletismo na escola?
Aponte soluções para essas justificativas/dificuldades.
3) Qual a importância do papel do professor de educação
física e o ensino do atletismo?
4) Pensando em superar as dificuldades encontradas para o
ensino do atletismo nas escolas elabore atividades, que
possam ser realizadas na educação física escolar, para as
seguintes provas:
a) Corridas (escolher uma).
b) Marcha Atlética.
c) Salto em distância ou triplo.
d) Salto em altura ou com vara.
e) Lançamentos (escolher entre o dardo, disco e mar-
telo).
f) Arremesso do peso.
5) Pensando na importância de se trabalhar nas três dimen-
sões do conteúdo, elabore duas atividades direcionadas
aos conceitos do atletismo.

13. CONSIDERAÇÕES
Durante os estudos das unidades, além de inserir você, aca-
dêmico, no universo do atletismo, buscamos também desenvolver
temáticas que possibilitem um conhecimento amplo e concreto
que lhe garanta possibilidades e segurança em desenvolver um
trabalho bem estruturado e direcionado ao ensino do atletismo
nas aulas de Educação Física escolar, como também em outros
contextos.
Nesse sentido, esperamos que, ao se formar professor, você
assuma o compromisso com o ensino desse apaixonante esporte e
assim possa contribuir para o resgate do atletismo enquanto conte-
údo essencial a ser trabalhado em aulas de Educação Física escolar.

Claretiano - Centro Universitário


220 © Atletismo

Esperamos que tenha aproveitado o estudo e que a partir


de agora você procure aprofundar ainda mais o seu conhecimento
acerca do atletismo!

14. E ͵ REFERÊNCIAS
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISMO. Atletismo, o esporte número 1 dos Jogos
Olímpicos. Disponível em: <http://www.cbat.org.br/acbat/historico.asp>. Acesso em: 6
set. 2010.
NETTO, R. S; PIMENTEL, G. G. A. O ensino do atletismo nas aulas de educação física.
Disponível em: <www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/804-4.pdf>.
Acesso em: 6 set. 2010.

15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Lista de figuras
Figura 1 – Saída baixa. Fotografia de Flórence Rosana Faganello Gemente. mar. 2008
Figura 2 – Barreira. confeccionadas com cadeiras e bastão. Fotografia de Flórence
Rosana Faganello Gemente. mar. 2005.
Figura 3 – Salto em Distânica. Fotografia de Flórence Rosana Faganello Gemente. mai.
2009.
Figura 4 – Salto Triplo: amarelinha do salto triplo. Fotografia de Flórence Rosana
Faganello Gemente. mai. 2009.
Figura 5 – Confecção do disco com materiais alternativos. Fotografia de Flórence Rosana
Faganello Gemente. mai. 2009.
Figura 6 – Confecção do dardo com folhas de jornal. Fotografia de Flórence Rosana
Faganello Gemente. mai. 2009.
Figura 7 – Lançamento do dardo utilizando cando de PVC e barbante. Fotografia de
Flórence Rosana Faganello Gemente. mai. 2009.
Figura 8 – Lançamento do martelo confeccionado com materiais alternativos. Fotografia
de Flórence Rosana Faganello Gemente. mai. 2009.
Figura 9 – Salto com vara realizado com materias alternativos. Fotografia de Flórence
Rosana Faganello Gemente. mai. 2009.
ASSIS, S. O. A reinvenção do esporte: possibilidade da prática pedagógica. Campinas, SP:
Autores Associados, 2001.
BARROSO, A. L. R; DARIDO, S. C. Escola, Educação e Esporte: possibilidades pedagógicas.
Revista Brasileira de Educação Física, Esporte, Lazer e Dança, v.1, n.4, p.101-112,
dezembro 2006.
© U4 - O Atletismo na Educação Física Escolar 221

BETTI, M. Educação Física e sociedade. São Paulo: Movimento, 1991.


BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO. Parâmetros Curriculares Nacionais:
Educação Física. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília. MEC/SEF, 1997.
BRACHT, V. A criança qie pratica esporte respeita as regras do jogo...capitalista. Revista
Brasileira de Ciências do Esporte, São Paulo, v.7, n.2, p. 62-68, janeiro 1986.
CALVO, A. P. O. O Atletismo como conteúdo da educação física escolar: estudo realizado
com universitários da UNESP – Rio Claro. 2005. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Licenciatura em Educação Física). Instituto de Biociências. UNESP, Rio
Claro, 2005.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez,
1992.
DAÓLIO, J. A representação do trabalho co professor de educação física na escola: do
corpo matéria-prima ao corpo cidadão. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v.15,
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DARIDO, S. C. Educação Física na escola: questões e reflexões. Rio de Janeiro: Guanabara
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______. Ensinar/aprender Educação Física na escola: Influências, tendências e
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UNESP, Pós-reitoria de Graduação, 2004. 5-22.
DARIDO, S. C; RANGEL, I. C. A. Educação física na escola: implicações para a prática
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