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PROCESSO Nº TST-AIRR-3933900-98.2008.5.09.

0014

A C Ó R D Ã O
(2ª Turma)
GMDMA/MHA/sm

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE


REVISTA. PROCESSO REGIDO PELA LEI
13.015/2014. DIFERENÇAS SALARIAIS.
PARÂMETROS PARA LIQUIDAÇÃO DE
SENTENÇA. Não merece ser provido
agravo de instrumento que visa a
liberar recurso de revista que não
preenche nenhum dos pressupostos
contidos no art. 896 da CLT. Agravo
de instrumento não provido.

Vistos,   relatados   e   discutidos   estes   autos   de


Agravo   de   Instrumento   em   Recurso   de   Revista   n.°  TST­AIRR­3933900­
98.2008.5.09.0014,   em   que   é   Agravante  LUCIANA   DE   OLIVEIRA  e   é
Agravada MITRA DA ARQUIDIOCESE DE CURITIBA.

O Vice-Presidente do Tribunal Regional do Trabalho


da 9.ª Região denegou seguimento ao recurso de revista interposto
pela reclamante.
Inconformada, a reclamante interpõe agravo de
instrumento, sustentando que seu recurso de revista tinha condições
de prosperar.
Não foram apresentadas contrarrazões nem
contraminuta.
Desnecessária a remessa dos autos ao Ministério
Público do Trabalho, consoante o art. 83, § 2.º, II, do RITST.
É o relatório.

V O T O

1 – CONHECIMENTO

Preenchidos os requisitos legais de


admissibilidade, CONHEÇO do agravo de instrumento.

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MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
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2 – MÉRITO

O   recurso   de   revista   da   reclamante   teve   seu


seguimento   denegado   pelo   juízo   primeiro   de   admissibilidade,   aos
seguintes fundamentos:

PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
Recurso tempestivo (decisão publicada em 22/01/2016 - fl. 443;
recurso apresentado em 27/01/2016 - fl. 447-454).
Representação processual regular (fl. 21).
Preparo dispensado (fl. 101).
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
REMUNERAÇÃO, VERBAS INDENIZATÓRIAS E BENEFÍCIOS /
SALÁRIO/DIFERENÇA SALARIAL / REAJUSTE SALARIAL.
Alegação(ões):
- violação do(s) artigo 7º, inciso VI da Constituição Federal.
- divergência jurisprudencial.
A recorrente pede a reforma para que seja determinada "a incidência
dos índices de reajustes/promoções que foram concedidos no período
compreendido entre janeiro de 2001 a outubro de 2007 sobre o valor do
salário-hora do momento da redução salarial (R$ 3,50)" (fl. 454).
Fundamentos do acórdão recorrido (fls. 412/414):
" (...) os recibos de fls. 71/78 (impugnados apenas pelo fato de serem
unilaterais - fl. 114) demonstram que a autora percebia cerca R$ 140,00
mensais até janeiro/2001, quando seu salário passou a ser R$ 377,50 (fl.
75). A CTPS (fl. 15), por seu turno, registra alteração salarial em
02/01/2001 em virtude de alteração na jornada laboral.
Tem-se, assim, que no período sem registro a autora laborava uma
vez por semana, recebendo R$ 20,00 por dia trabalhado. Em 01/06/1999, a
autora foi contratada formalmente pela ré para laborar uma vez por
semana com salário mensal de R$ 140,00. Em janeiro/2001, contudo,
sua jornada de trabalho foi ampliada de 40 para 220 horas mensais e o
seu salário passou a ser R$ 377,50.

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Isto posto, ao contrário do que aduz a ré nas contrarrazões (fls.


157/159), o pleito por diferenças salariais a partir de janeiro/2001 não
constitui inovação recursal pelo simples fato de a autora ter apontado, na
exordial, que a alteração contratual lesiva teria ocorrido na data de sua
contratação formal (em junho/1999) e não em janeiro/2001. Isto por que o
pedido inicial se atrela à alteração salarial em virtude da ampliação da
jornada, ocorrida, de fato, em janeiro/2001, como já havia admitido a
reclamante em impugnação (fls. 114/117). Logo, trata-se de simples
confusão de datas, plenamente justificada pelo lapso temporal decorrido.
Nesse quadro, constata-se que apenas a alteração contratual
perpetrada em janeiro/2001, com ampliação da jornada de 40 horas
para 220 horas mensais (de acordo com a jornada reconhecida em
sentença, fl. 133) e aumento do salário de R$ 140,00 (nos limites do
pleito inicial) para R$ 377,50 (fl. 75), implicando a redução do valor do
salário-hora de R$ 3,50 para R$ 1,71, configurou alteração contratual
lesiva.
Assim, tendo em vista o salário-hora de R$ 3,50 anterior à
alteração contratual, a reclamante deveria ter recebido, ao menos, R$
770,00 após a ampliação de jornada (220h x R$ 3,50).
Devidas, portanto, diferenças salariais a partir de janeiro/2001.
O cálculo das diferenças salariais, por conseguinte, deve ter como
parâmetro o valor de R$ 770,00, sendo inaplicável para tais efeitos as
diferenças percentuais entre o salário-hora anterior e posterior à
alteração contratual uma vez que não se trata de recomposição salarial.
Nesse quadro, não há que se falar em pagamento de diferenças nos
meses em que o salário-base da reclamante superou tal parâmetro,
conforme se apurar dos recibos de pagamento colacionados às fls.
75/91.
São devidos reflexos em aviso prévio, férias acrescidas de 1/3 e
décimo-terceiro, nos limites da inicial (fl. 9)
Reforma-se, para condenar a ré ao pagamento de diferenças salariais,
com reflexos."
Fundamentos os embargos de declaração (fls. 436/439):
"(...) No que diz respeito às diferenças salariais em percentual,
analisando os embargos opostos, percebe-se que a parte embargante
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pretende o reexame de mérito, para o que não se prestam os embargos de


declaração. A hipótese, efetivamente, não é de omissão, obscuridade ou
contradição, nos moldes do artigo 535 do CPC e 897-A da CLT.
Pelo contrário, meramente intenta a reapreciação da matéria em seu
mérito, sendo certo que a tese jurídica adotada por esta Corte encontra-se
exaustivamente explanada na decisão embargada, in verbis (fls. 296/299 -
destacou-se):
Inicialmente, registre-se que o acórdão anteriormente proferido
reconheceu a existência de vínculo de emprego entre a autora e a
Arquidiocese de Curitiba no período de 03/06/1996 a 01/06/1999, em um
dia por semana (fl. 169). O contrato de trabalho da autora perdurou,
portanto, de 03/06/1996 a 02/10/2007 (fl. 15).
Pois bem.
Em inicial, a reclamante aduz que, no período anterior ao registro,
laborava "uma ou duas" vezes na semana e recebia R$ 20,00 por dia
trabalhado (fl. 3). Narra, porém, que após a sua contratação formal em
01/06/1999 passou a receber R$ 140,00 por mês (fl. 3), laborando de
segunda-feira a sábado, exceto nas quartas-feiras (fl. 6).
Em defesa, a ré admite que a demandante foi "contratada pelo salário
mensal de R$ 140,00". Sustenta, todavia, que a autora laborava apenas às
quintas-feiras, sendo que "Apenas a partir de 02/01/2001 a reclamante
passou a trabalhar de segunda à sexta-feira"(fl. 47).
Nesse sentido, os recibos de fls. 71/78 (impugnados apenas pelo fato
de serem unilaterais - fl. 114) demonstram que a autora percebia cerca R$
140,00 mensais até janeiro/2001, quando seu salário passou a ser R$ 377,50
(fl. 75). A CTPS (fl. 15), por seu turno, registra alteração salarial em
02/01/2001 em virtude de alteração na jornada laboral.
Tem-se, assim, que no período sem registro a autora laborava uma
vez por semana, recebendo R$ 20,00 por dia trabalhado. Em 01/06/1999, a
autora foi contratada formalmente pela ré para laborar uma vez por semana
com salário mensal de R$ 140,00. Em janeiro/2001, contudo, sua jornada
de trabalho foi ampliada de 40 para 220 horas mensais e o seu salário
passou a ser R$ 377,50.
Isto posto, ao contrário do que aduz a ré nas contrarrazões (fls.
157/159), o pleito por diferenças salariais a partir de janeiro/2001 não
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constitui inovação recursal pelo simples fato de a autora ter apontado, na


exordial, que a alteração contratual lesiva teria ocorrido na data de sua
contratação formal (em junho/1999) e não em janeiro/2001. Isto por que o
pedido inicial se atrela à alteração salarial em virtude da ampliação da
jornada, ocorrida, de fato, em janeiro/2001, como já havia admitido a
reclamante em impugnação (fls. 114/117). Logo, trata-se de simples
confusão de datas, plenamente justificada pelo lapso temporal decorrido.
Nesse quadro, constata-se que apenas a alteração contratual
perpetrada em janeiro/2001, com ampliação da jornada de 40 horas para
220 horas mensais (de acordo com a jornada reconhecida em sentença, fl.
133) e aumento do salário de R$ 140,00 (nos limites do pleito inicial) para
R$ 377,50 (fl. 75), implicando a redução do valor do salário-hora de R$
3,50 para R$ 1,71, configurou alteração contratual lesiva.
Assim, tendo em vista o salário-hora de R$ 3,50 anterior à alteração
contratual, a reclamante deveria ter recebido, ao menos, R$ 770,00 após a
ampliação de jornada (220h x R$ 3,50).
Devidas, portanto, diferenças salariais a partir de janeiro/2001.
O cálculo das diferenças salariais, por conseguinte, deve ter como
parâmetro o valor de R$ 770,00, sendo inaplicável para tais efeitos as
diferenças percentuais entre o salário-hora anterior e posterior à
alteração contratual uma vez que não se trata de recomposição salarial.
Nesse quadro, não há que se falar em pagamento de diferenças nos
meses em que o salário-base da reclamante superou tal parâmetro,
conforme se apurar dos recibos de pagamento colacionados às fls.
75/91.São devidos reflexos em aviso prévio, férias acrescidas de 1/3 e
décimo-terceiro, nos limites da inicial (fl. 9)
Reforma-se, para condenar a ré ao pagamento de diferenças salariais,
com reflexos.
Constou, portanto, expressamente no v. acórdão que é inaplicável
para apuração das diferenças salariais o cálculo das diferenças
percentuais entre o salário-hora anterior e posterior à alteração
contratual uma vez que não se trata de recomposição salarial,
observando-se que não consta da petição inicial (fls. 3 e 8) pedido de
diferenças salariais decorrentes da aplicação de reajustes convencionais
ou legais sobre o novo salário.
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Assim, a insurgência neste ponto não se justifica sequer para fins de


reapreciação pelo Colegiado, eis que a tese jurídica adotada por esta Corte,
como visto acima, encontra-se devidamente explanada."

A Turma não adotou tese explícita sobre a matéria à luz do preceitos


da legislação federal invocado. Ausente o prequestionamento, incide a
diretriz contida na Súmula 297 do Tribunal Superior do Trabalho.
O recurso de revista não se viabiliza por divergência jurisprudencial,
porque o acórdão paradigma colacionado às fls. 452/453 é inespecífico. O
trecho trazido à configuração do dissídio está descrito à fl. 449 das razões
recursais, e não parte do mesmo pressuposto fático em que se assentou o
acórdão regional.
CONCLUSÃO
Denego seguimento. (Grifei)

A reclamante alega o Tribunal Regional equivocou-


se quanto aos parâmetros para o cálculo das diferenças salariais.
Indica divergência jurisprudencial e violação do art. 7.º, caput,
VI, da Constituição Federal.
À análise.
Inicialmente, constato que o art. 7.º, caput, da
Constituição Federal não tem pertinência com o cerne da questão,
isto é, diferenças salariais.
O Tribunal Regional deferiu diferenças salariais a
partir de janeiro/2001, uma vez que houve redução do valor do
salário-hora de R$3,50 para R$ 1,71 e, levando em consideração a
majoração da jornada de trabalho, consignou que a reclamante deveria
receber, ao menos, R$ 770,00 mensais.
Não obstante, registrou que para o cálculo das
diferenças salariais deveria ser utilizado como parâmetro o valor de
R$770,00 mensais, "sendo inaplicável para tais efeitos as diferenças
percentuais entre o salário-hora anterior e posterior à alteração
contratual uma vez que não se trata de recomposição salarial".
Consignou, ainda, que "não consta da petição
inicial (fls. 3 e 8) pedido de diferenças salariais decorrentes da
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aplicação de reajustes convencionais ou legais sobre o novo


salário".
Nesse contexto, não há de se falar em
irredutibilidade salarial, uma vez que, conforme registrado pelo
Tribunal Regional, a partir do momento em que o salário percebido
alcançar o patamar de R$770,00, o valor do salário-hora (R$3,50)
está preservado. Além de que, conforme consignado no acórdão
regional, não se constata na petição inicial pedido acerca de
recomposição salarial ou de diferenças percentuais entre o salário-
hora anterior e o posterior.
Ileso, portanto, o art. 7.º, VI, da Constituição
Federal.
Por fim, o aresto colacionado é inespecífico, uma
vez que não parte das mesmas premissas fáticas registradas no
acórdão regional. Incidência do óbice da Súmula 296, I, do TST.
Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao agravo de
instrumento.

ISTO POSTO

ACORDAM  os Ministros da Segunda Turma do Tribunal
Superior do Trabalho, por unanimidade, negar provimento ao agravo de
instrumento.
Brasília, 26 de Outubro de 2016.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


DELAÍDE MIRANDA ARANTES
Ministra Relatora

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