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Posturas de Trabalho
Esforços Repetitivos
Informação relativa a Esforços Repetitivos - riscos para a segurança e saúde dos
trabalhadores e respectivas medidas de prevenção
A postura pode ser considerada como a posição relativa dos vários elementos do corpo de um
indivíduo em relação ao tipo de actividades que desenvolve.
As posturas adoptadas no desenrolar das tarefas (especialmente aquelas que envolvem grandes
pesos) constituem a principal causa de problemas de coluna. Isto acontece porque na maioria
dos casos, aquando do levantamento e transporte de cargas, os trabalhadores mantêm as
pernas rectas e “dobram” a coluna vertebral.
Pode ainda ocorrer outra situação ou movimento perigoso. A rotação excessiva do tronco,
aquando da movimentação, levantamento ou abaixamento da carga.
O corpo humano nunca adopta posturas perfeitamente estáticas – como corpo vivo que é, realiza
reajustamentos constantes que lhe permitem a manutenção de uma determinada postura
corporal.
A postura corporal poder-se-á então definir como sendo a capacidade que um determinado corpo
possui, para manter um certo alinhamento intersegmental (entre os diversos segmentos
corporais) sem consequências nocivas para a saúde ou segurança.
É necessário termos sempre presente que quando se adopta uma postura ou realiza um simples
movimento, entram em acção um grande número de músculos, ligamentos e articulações em
simultâneo.
Para além das tensões musculares, alguns movimentos ou posturas incorrectos obrigam a um
dispêndio energético muscular excessivo e a uma sobrecarga pulmonar e cardíaca.
Para se analisarem e adoptarem posturas e movimentos adequados é importante o contributo de
outras áreas, tais como:
a) Fisiologia
Para entender as estruturas e as funções do corpo humano, estudaremos as ciências da
anatomia e da fisiologia. A anatomia (anatome = cortar em partes, separar) refere-se ao estudo
da estrutura e das relações entre estas estruturas. A fisiologia (physis + lógos + ia) é a ciência
que estuda a relação e funções das diferentes partes do corpo e o seu funcionamento. A função
não se pode dissociar da estrutura, por isso, a anatomia e a fisiologia têm que ser estudadas em
conjunto.
b) Antropometria
A antropometria e a ergonomia são indissociáveis. Estudam a interacção do homem com os
espaços, construções, instrumentos de controlo, utensílios e meio envolvente. A antropometria
estuda as medidas do corpo humano para posterior classificação antropológica (ex. sob a forma
de tabelas).
Os dados referentes às dimensões variam de pessoa para pessoa e de país para país. No geral,
as dimensões dos indivíduos variam também com o decorrer do tempo – variam ao longo das
diferentes idades, mas também cronologicamente (de geração para geração).
Os principais aspectos do binómio ergonomia – antropometria estão relacionados com as
medidas dos segmentos do corpo, forças musculares, posturas, movimentos e padrões motores
de manuseamento, uma vez que, interferem directamente com o conforto, a segurança e a
funcionalidade.
c) Biomecânica
Em termos de definição, é comum dividir-se a palavra biomecânica em duas partes. No prefixo
“bio”, de biologia, ou seja, relativo aos seres vivos e, mecânica. Logo, a partir da análise
morfológica da palavra, a biomecânica será a aplicação dos vários princípios da mecânica aos
seres vivos – mais concretamente ao corpo humano.
O objecto de estudo da Biomecânica é o movimento. Este estudo dos movimentos consiste na
análise da interacção do corpo, que realiza uma determinada acção, com o meio envolvente.
Com as análises e estudos realizados no âmbito da biomecânica pretende-se:
a) Aumentar a eficiência técnica dos indivíduos em diversas actividades e profissões; e
b) Diminuir a probabilidade de se verificarem lesões, do tipo crónico ou agudo, decorrentes da
actividade física realizada pelos indivíduos.
É importante que no decorrer das suas tarefas, os trabalhadores tentem manter os diferentes
músculos, ligamentos e articulações em posições confortáveis. Adicionalmente, as curvaturas
naturais da coluna devem ser “respeitadas” durante a execução do trabalho. Posturas anómalas
ou movimentos bruscos podem lesar os discos intervertebrais, as articulações, os ligamentos e
nervos, provocando dor ou outras perturbações.
Uma má postura ou postura incorrecta pode ser definida como sendo aquela que possibilita o
aparecimento de uma incapacidade, determinada dor ou patologia. É necessário ter em
consideração que os diferentes indivíduos possuem também diferentes susceptibilidades de
contrair as diferentes patologias.
A postura é determinada pelo sistema locomotor. Este é responsável pelo deslocamento e pelos
diferentes movimentos do corpo no espaço. Todo e qualquer movimento, por menor que seja,
requer a participação do sistema locomotor, mesmo em repouso ou numa posição estática.
Estádio 1
Sensação de peso, adormecimento (sensação de formigueiro) e desconforto em áreas
específicas. Podem ocorrer dores ocasionais, durante as actividades mais intensas (no trabalho
ou fora dele). Regra geral, este tipo de sintomas cessa após descanso de horas ou dias.
Estádio 2
Neste estágio a dor é mais persistente e localizada. Geralmente, a dor torna-se mais intensa
durante períodos de actividade mais intensos. Mesmo com períodos de descanso, a dor pode
permanecer ou reaparecer inesperadamente. Apesar disso, o quadro clínico ainda não é
considerado muito grave, exemplo: dores nos pulsos ou início de tendinites.
Estádio 3
O quadro clínico correspondente a este estádio é bastante grave. A doença pode prolongar-se
por vários meses ou até anos. Caracteriza-se pelas dores crónicas que por vezes não cessam
com o repouso ou através de medicamentos; a dor é espontânea e mais ou menos permanente.
Geralmente pode haver perturbação do sono. As dores sentidas pelos pacientes podem tornar-
se insuportáveis e provocar pontadas, choques, perdas de força, etc.
Estádio 4
Este estádio é caracterizado por dores agudas e constantes. Por vezes, as dores tornam-se
insuportáveis atingindo outras partes do corpo. Os trabalhadores perdem a força e o controlo de
determinados movimentos.
Na realidade, as mãos são essenciais em quase todos os tipos de trabalho. Desta forma há que
ter em conta ainda as seguintes recomendações:
Reduzir ao máximo a distância entre a tarefa e o tronco do trabalhador;
Remover obstáculos existentes na bancada/posto de trabalho que possam impossibilitar
o movimento normal das mãos dos trabalhadores no decorrer das diferentes tarefas;
Colocar sempre os utensílios e ferramentas de trabalho numa posição bem acessível
para os trabalhadores de modo a evitar movimentos bruscos quando for necessário
alcançá-los;
Disponibilizar aos trabalhadores ferramentas/utensílios ergonómicos e versáteis.
Trabalhos realizados de pé
A posição parada de pé (parada de pé) é bastante fatigante porque exige muito trabalho estático
por parte dos músculos envolvidos para manter essa posição. O coração está sujeito a maiores
dificuldades para bombear o sangue para as diferentes extremidades do organismo. Os
indivíduos que executam trabalhos dinâmicos em pé, geralmente apresentam menores níveis de
fadiga relativamente aos que permanecem numa posição estática ou sujeitos a pouca
movimentação.
A postura bípede está intrinsecamente associada a trabalhos que exigem utilização de forças
consideráveis e ainda deslocamentos do corpo.
A manutenção desta postura implica a “utilização” constante dos músculos dorsais e do conjunto
de músculos que controlam a posição da bacia.
São várias as profissões e tipos de trabalhos que implicam a permanência dos trabalhadores em
pé, nomeadamente, linhas de montagem e embalagem de produtos, armazenamento,
metalomecânica e restauração. A permanência em pé durante períodos de tempo muito longos,
pode provocar diversas patologias, como por exemplo, dores nas costas, inflamações e inchaço
das pernas, diversos problemas de circulação sanguínea e cansaço muscular.
A seguir, apresentam-se algumas recomendações para evitar ou minorar os riscos derivados dos
trabalhos realizados em pé:
O piso do local de trabalho deverá estar sempre limpo, desimpedido de obstáculos e
nivelado;
Quando as características do trabalho ou tarefa especificamente obrigam o trabalhador à
permanência em pé, deve dotar-se o posto de trabalho de um tapete anti-fadiga;
O corpo do trabalhador deve permanecer direito permitindo liberdade de movimentos;
No horário de trabalho devem estar calendarizados pequenos intervalos ou pausas
durante as quais os trabalhadores possam descansar na posição de sentados;
Colocação nos postos de trabalho de amparos verticais. Este tipo de apoio permitirá ao
trabalhador encostar-se ligeiramente ao longo da realização das suas tarefas e, em
simultâneo, reduzir a pressão exercida sobre as pernas e coluna vertebral (ainda que
por curtos períodos de tempo);
O raio de acção dos movimentos executados pelos braços dos trabalhadores deve estar
próximo do seu tronco de modo a evitar que haja necessidade dos trabalhadores se
debruçarem e curvarem a coluna;
O raio de acção das mãos deverá estar compreendido a sensivelmente entre 20 a 30 cm
do tronco.
O calçado de trabalho reveste-se de grande importância. Este deverá ser extremamente
confortável e não possuir saltos.
Será importante que a bancada de trabalho se possa ajustar às diferentes alturas dos
trabalhadores. Caso esta condição não se verifique (e caso haja necessidade), deve
facultar aos trabalhadores um estrado ou pedestal – para elevar o trabalhador ou a
bancada de trabalho (consoante a necessidade);
A altura dos objectos e ferramentas deve também ser adaptada à tarefa que o
trabalhador realiza.
Esta posição exige uma actividade muscular bastante intensa por parte da coluna vertebral e do
abdómen. O consumo energético nesta posição é inferior relativamente à posição de pé. A maior
parte do peso do corpo é suportado pelas nádegas e coxas. Os assentos e cadeiras devem por
isso possibilitar pequenas mudanças na postura adoptada de modo a retardar o aparecimento da
fadiga. Na posição de sentado, o peso das pernas deve ser transmitido à superfície de apoio no
solo através dos pés.
Hoje em dia são inúmeros os trabalhos que implicam o trabalho na posição sentado. Esta
posição de trabalho é normalmente adaptada em trabalhos que não necessitam de grande força
física e podem ser realizados numa área limitada (normalmente secretária, balcão ou bancada
de trabalho).
Regra geral, a posição de sentado é mais confortável e bastante menos cansativa para os
trabalhadores. No entanto, a permanência nesta posição por longos períodos de tempo também
não é benéfica para os trabalhadores, sobretudo para a coluna que sofre normalmente uma
ligeira curvatura e para as pernas que se encontram flectidas e isentas de movimento. Desta
forma, facilmente se conclui que, se possível os trabalhadores que habitualmente trabalham
sentados devem alterar de posição.
O layout, equipamento / ferramentas e mobiliário tem neste tipo de trabalhos um papel muito
importante na prevenção e minimização de riscos profissionais.
Projectos inadequados de máquinas, assentos ou bancadas de trabalho obrigam o trabalhador a
adoptar posturas inadequadas. Se estas forem mantidas ao longo do tempo, podem provocar
fortes dores localizadas em todo os conjunto de músculos solicitados na conservação dessas
posturas.
A concepção do posto de trabalho no respeitante aos trabalhos na posição de sentado, deve por
isso, obedecer a uma série de requisitos, nomeadamente:
O trabalhador deve poder conseguir alcançar todos os objectos e ferramentas de que
necessita para executar as suas tarefas (do inicio até ao fim do ciclo de produção) sem
ter que efectuar movimentos bruscos ou efectuar grandes extensões dos braços ou
mãos;
Os trabalhadores deverão adoptar uma posição que permita que a coluna vertebral se
mantenha numa posição recta relativamente às coxas;
A mesa (bancada ou superfície de trabalho) deve ser concebida de modo a estar mais
ou menos nivelada pelos cotovelos e antebraços, de modo a evitar pressões
desnecessárias;
Caso haja necessidade de utilização de electricidade, a mesa ou bancada de trabalho
devem possuir tomadas de modo a evitar a passagem de fios através do chão;
A posição da cabeça deve ser neutra - erecta (a flexão ou extensão podem provocar
diversas lesões no pescoço, cabeça e coluna) enquanto o trabalhador está a olhar para
a tarefa que realiza;
Os ombros não devem estar sujeitos a pressões;
A cadeira deverá ser bastante confortável. Deverá permitir a regulação dos apoios dos
braços, costas e assento.
Deve evitar-se uma postura incorrecta muito comum, ou seja, o deslizamento anterior da
bacia, que provoca uma curvatura na coluna, e consequentemente, aumento da tensão
nos ligamentos espinais posteriores.
Evitar a concentração de pressões excessivas causadoras de desconforto nas zonas
apoiadas nas cadeiras (coluna vertebral, nádegas e coxas) – estas podem provocar
dificuldades ao fluxo sanguíneo e contracções musculares.
Cerca de 25% de todas as lesões que ocorrem na indústria estão directamente relacionadas com
o levantamento, transporte e deslocação de materiais.
Dores nas costas, hérnias, lesões nos pés e mãos são consequências normais dos
levantamentos que estão para além da capacidade física dos trabalhadores ou ainda da
aplicação de métodos de trabalho impróprios.
Como já foi referido, a movimentação manual de cargas pode acarretar uma série de riscos e
patologias para os trabalhadores, caso as condições de trabalho não sejam as mais indicadas.
Para que se possa compreender melhor, as situações de perigo e risco associadas à
movimentação manual de cargas, apresentam-se a seguir, alguns exemplos de más práticas:
Carga mal equilibrada ou com conteúdo sujeito a oscilações;
Carga mal posicionada, de tal modo que tenha que ser mantida ou manipulada a grande
distância do tronco ou com flexão / torção do tronco;
Carga susceptível, devido ao seu aspecto exterior e/ou à sua consistência, de provocar
lesões no trabalhador, nomeadamente em caso de choque ou balanceamento;
Carga demasiado pesada ou demasiado volumosa;
Carga muito pesada (inadequada às características fisiológicas do trabalhador) ou difícil
de agarrar;
Inexistência de espaço suficiente para o trabalhador se movimentar juntamente com a
carga;
Movimentação da carga a alturas inapropriadas ou adoptando posturas incorrectas;
Pavimento degradado com desníveis;
Movimentação de cargas a diversos níveis (ex. ter que transportar cargas entre
diferentes pisos);
Ponto de apoio instáveis – ex.: existência de tapetes ou carpetes não fixadas ao chão;
Condições ambientais desfavoráveis (temperatura, humidade, velocidade do ar);
Utilização de calçado inapropriado ex.: calçado com saltos altos;
Realização de esforços que solicitem, a coluna vertebral por períodos demasiadamente
prolongados;
Tempo insuficiente de descanso fisiológico ou de recuperação quando se realizam
tarefas que implicam esforços mais pesados;
Necessidade de movimentos de abaixamento ou elevação das cargas demasiado
grandes;
Ritmos de trabalho excessivo sem possibilidade de os trabalhadores efectuarem
pequenas pausas.
Caso alguma destas regras de más práticas seja identificada, convém que seja alvo de
correcção imediata. A sua continuidade ao longo do tempo pode provocar sérias lesões nos
trabalhadores atingidos, ou ainda, determinados tipos de acidentes ou incidentes.
A correcção das referidas não conformidades deve pautar-se pela correcta aplicação dos vários
princípios ergonómicos a fim de optimizar a compatibilidade entre o homem, as máquinas e o
ambiente físico de trabalho. Isto conseguir-se-á através do equilíbrio entre as exigências das
tarefas, das máquinas e as características anatómicas, fisiológicas, cognitivas e percepto-
motoras do homem.
“É necessário ter sempre em conta que se deve tentar sempre proceder à adequação
do trabalho ao Homem e não do Homem ao Trabalho.”
É importante relembrar que apesar de todas estas recomendações, será necessário ter sempre
em consideração que o desempenho de todos trabalhadores, vai depender directamente da sua
aptidão física e psíquica paralelamente à qualidade da formação que lhes é ministrada.
Referência Internacional NIOSH ( National Institute for Occupational Safety and Health )
para a movimentação de cargas:
Equação de NIOSH relativa à carga máxima admissível para os trabalhadores:
Carga Máxima = 23 x CM x CH x CV x CF x CD x CA (Kg)
Variáveis referenciadas na equação:
CM (coeficiente de manuseamento da carga);
CV (cm) – distância vertical entre a carga e o corpo;
CH (cm) – distância horizontal entre a carga e o corpo;
CF – frequência do levantamento das cargas (quanto maior, menor será esta variável –
compreendida entre ]0,1]);
CD (cm) – deslocamento da carga sobre a vertical;
CA (graus) - rotação exercida pelo tronco.
Entende-se por “Esforços Repetitivos”, o conjunto de movimentos contínuos mantidos com uma
determinada frequência durante um trabalho que implica a acção conjunta dos músculos, ossos,
articulações e ainda por parte dos nervos ligados a uma parte específica do corpo. Este tipo de
movimentos provocam fadiga muscular, sobre-esforços, dores e, em casos extremos doenças.
Muitas vezes as pessoas ignoram a relação existente entre as doenças a que estão sujeitas e os
esforços repetitivos que realizam reiteradamente durante o seu trabalho. No entanto, verifica-se
uma clara relação entre determinados problemas músculo-esqueléticos e as actividades que
obrigam a adoptar posturas incorrectas do corpo e membros superiores, realização de trabalho
repetitivo, ritmos de trabalho excessivos, manuseamento de cargas pesadas, uso de ferramentas
desadequadas, etc.
Tendinites várias (inflamação de tendões – que muitas vezes provocam muitas dores e
chegam a impedir os movimentos).
Os factores de risco que é necessário ter em conta relativamente aos esforços repetitivos são: a
manutenção de posturas inadequadas (especialmente no respeitante à coluna e ombros); a
aplicação de força manual excessiva; ciclos de trabalho muito longos e repetitivos (em termos de
tarefas que são executadas) que originam consequentemente movimentos rápidos de pequenos
grupos musculares e tempos de descanso insuficientes.
Síndrome de Quervain
Afecção caracterizada pelo espessamento fibroso da bainha dos tendões longo abdutor e curto
extensor do polegar, à sua passagem sobre a apófise estiloideia radial, que se traduz
clinicamente por tumefacção ao nível desta apófise e dores exacerbadas aos movimentos.
(Quervain, Fritz de; cirurgião suíço, 1868-1940).
Epicondilite
Inflamação do epicôndilo ou dos tendões musculares que nele se inserem, caracterizada por
uma dor muito localizada à pressão (epicondialgia), que por vezes se propaga ao longo do bordo
radial do antebraço e é desencadeada pelos movimentos de extensão e de supinação.
Bursite
Inflamação das bolsas serosas que existem nas articulações do nosso corpo.
As nossas articulações possuem pequenas bolsas serosas para diminuir o atrito causado nos
movimento. Porém, se solicitadas inadequadamente, ou constantemente, poderá ocorrer um
processo inflamatório nas mesmas.
A mais comum é a inflamação do ombro: bursite do ombro. A bursite pode tornar-se mais
dolorosa, conforme o problema se agrava. A dor é sempre sentida na mesma região, sempre que
a bolsa é fortemente contraída.
Síndrome do radial
Este síndrome atinge o nervo radial na extensão do braço até ao cotovelo. Os trabalhadores
mais afectados por esta patologia são aqueles que pegam em pesos mais elevados.
Osteonecroses
Esta patologia é caracterizada por falência do osso devido a um microtraumatismo. Ficam
particularmente sujeitas a esta doença os trabalhadores sujeitos a vibrações provocadas por
algumas ferramentas.
Regras de boas práticas para prevenir lesões provocadas por esforços repetitivos
Investigar as causas prováveis que originam as LER nos locais de trabalho, tais como
queixas frequentes de dores por parte dos trabalhadores, trabalhos que exigem
movimentos repetitivos ou aplicação de grande força manual nas tarefas.
Envolvimento e participação directa da administração das empresas, no intuito de
estabelecer um programa de prevenção das LER.
Dar formação e sensibilizar os trabalhadores, incluindo a administração, sobre as LER
para que cada um, em particular, possa tornar-se consciente dos riscos a que está
exposto.
Recolher dados, analisando directamente os postos de trabalho, para identificar as
situações mais críticas, incluindo a análise de estatísticas médicas da ocorrência de
problemas relativos a sintomas característicos de LER.
Desenvolvimento de um programa de acompanhamento médico periódico, de forma a
poder detectar e tratar precocemente, e num estádio inicial, as patologias relacionadas
com LER. Desta forma, evita-se ou pelo menos diminui-se o agravamento da patologia e
a consequente incapacidade para o trabalho.
Planear e conceber novos postos de trabalho, estabelecendo novas funções, operações
e processos, de forma a evitar condições de trabalho que exponham os trabalhadores ao
risco de desrespeito pelos princípios ergonómicos devido aos esforços repetitivos.
Ter em consideração o desenho ergonómico do posto de trabalho. Adaptar o mobiliário
(mesa, cadeiras, estantes, armários etc.) a uma distância de fácil alcance e que permita
um fácil manuseamento aos trabalhadores. Os materiais utilizados (objectos e
ferramentas) devem ser adequados às características individuais de cada trabalhador
(altura, peso, idade, etc.), permitindo assim a realização do trabalho com comodidade e
sem necessidade de realizar esforços repetitivos.
Possibilitar a realização das tarefas evitando posturas incorrectas (e consequentemente
incómodas para o corpo). Em trabalhos de escritório, deve procurar-se manter as mãos
alinhadas com o antebraço, assim como, manter coluna numa posição recta e os
ombros em posição de repouso.
Devem ser evitados os esforços prolongados e a aplicação de “forças” manuais
excessivas, sobretudo em movimentos que obriguem à compressão de objectos,
extensão e rotação.
Nos mais diversos trabalhos, devem ser utilizadas ferramentas manuais com um
desenho ergonómico, para que, quando utilizadas permitam que o pulso permaneça em
posição recta relativamente ao antebraço.
Quando se manuseiam ferramentas que requeiram esforços manuais contínuos, como
por exemplo, os alicates ou martelos, é preferível distribuir a força de actuação pelos
vários dedos. Adicionalmente, as ferramentas deverão ser concebidas de modo a
permitir o uso alternativo das duas mãos.
Deve-se tentar reduzir sempre ao mínimo a força aplicada em certas tarefas (ex.
carpintarias, restauração, indústria têxtil, etc.). Para o efeito, devem ser mantidas
devidamente afiadas e em bom estado de conservação, as ferramentas, facas e outros
objectos cortantes.
Para cada tarefa em particular, devem ser sempre utilizadas ferramentas adequadas.
Estas devem ser conservadas em boas condições (isentas de defeitos) e substituídas
sempre que se justifique. Não se deve permitir que haja necessidade de empregar
esforços adicionais para compensar eventuais defeitos das ferramentas.
Sempre que se justificar, utilizar luvas de protecção adequadas ao tipo de trabalho a que
se destinam. As luvas não devem diminuir a sensibilidade táctil do trabalhador pois há o
risco de se aplicar força em demasia ou por defeito.
Devem evitar-se as tarefas repetitivas. Para o efeito, deve programar-se o trabalho de
modo a permitir, por exemplo, pausas para os trabalhadores ou a rotatividade dos
mesmos pelos diversos postos de trabalho. Deve evitar-se também a repetição do
mesmo movimento durante mais de 50 por cento da duração do ciclo de trabalho.
Nota: entende-se por ciclo de trabalho “a sucessão de operações necessárias para executar
uma determinada tarefa ou obter uma unidade de produção”.
Vigiar a saúde dos trabalhadores efectuando exames médicos periódicos que facilitem a
detecção de possíveis lesões músculo-esqueléticas e possam adicionalmente controlar
factores extra-laborais que possam interferir no trabalho.
Estabelecer pausas periódicas que permitam recuperar fisicamente e descansar
mentalmente (quando o trabalho é muito monótono e repetitivo). Favorecer a alternância
de tarefas para conseguir que se utilizem diferentes grupos musculares e, ao mesmo
tempo, se diminua a monotonia no trabalho.
Dar formação e informação aos trabalhadores sobre relativamente aos movimentos
repetitivos e estabelecer programas de formação periódicos que permitam trabalhar sem
perdas de segurança e saúde.