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Texto argumentativo-Dissertativo: Publicidade Infantil em Questão no Brasil.

Criancaconsumo.org.br

● O consumismo é uma ideologia, um hábito mental forjado que se tornou uma das
características culturais mais marcantes da sociedade atual.
● Graves consequências relacionadas aos excessos do consumismo: obesidade infantil,
erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização
da agressividade e violência, entre outras.
● Para o mercado, antes de tudo, a criança é um consumidor em formação, consumidor
de hoje e do amanhã, e uma poderosa influência nos processos de escolha de produtos
ou serviços.
● As crianças brasileiras influenciam 80% das decisões de compra de uma família
(TNS/InterScience, outubro de 2003).
● Em 2006, os investimentos publicitários destinados à categoria de produtos infantis
foram de R$ 209 milhões(Ibope Monitor, 2005x2006, categorias infantis). No entanto, a
publicidade não se dirige às crianças apenas para vender produtos infantis. Elas são
assediadas pelo mercado como eficientes promotoras de vendas de produtos
direcionados também aos adultos.
● O Ibope Mídia, que anualmente divulga os dados de investimento publicitário no Brasil,
constatou que foram movimentados cerca de R$ 112 bilhões em 2013 com publicidade.
A televisão permanece a principal mídia utilizada pela publicidade, representando 70%
do investimento. Ao cruzar essa informação com o fato de a criança brasileira passar
em média cinco horas e 35 minutos por dia assistindo à programação televisiva (Painel
Nacional de Televisores, Ibope 2015) é possível imaginar o impacto da publicidade na
infância.
● A TNS, instituto de pesquisa que atua em mais de 70 países, divulgou dados em
setembro de 2007 que evidenciaram outros fatores que influenciam as crianças
brasileiras nas práticas de consumo. Elas sentem-se mais atraídas por produtos e
serviços que sejam associados a personagens famosos, brindes, jogos e embalagens
chamativas.
● No âmbito da alimentação, a publicidade é um fator que estimula a disseminação da
maior epidemia infantil da história: a obesidade. A pesquisa Targeting Children With
Treats (Alvejando crianças com guloseimas, em livre tradução do inglês) de 2013
aponta que as crianças que já têm sobrepeso aumentam em 134% o consumo de
alimentos com altos teores de sódio, gorduras trans e saturadas e açúcar, quando
expostas à publicidade destes produtos.
● O programa Criança e Consumo, do Alana, combate qualquer tipo de comunicação
mercadológica dirigida às crianças por entender que os danos causados pela lógica
insustentável do consumo irracional podem ser minorados e evitados, se efetivamente a
infância for preservada em sua essência como o tempo indispensável e fundamental
para a formação da cidadania.
Publicidade Infantil abusiva
https://jakechagas.jusbrasil.com.br/artigos/308250329/publicidade-infantil-abusiva

● Conforme o explorado no tópico anterior o Código de Proteçâo e Defesa do Consumidor


proíbe qualquer tipo de publicidade enganosa ou abusiva.
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 220, § 3o, II, dispôs que a lei estabelecesse:
Art. 220, § 3o, II. “os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se
defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no
art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à
saúde e ao meio ambiente”.
Como já foi apresentado, o rol do artigo 37, § 2º é exemplificativo, isto é, o Código não definiu
juridicamente o que é publicidade abusiva, podendo existir outras formas de abusividade. A
autora Claudia Lima Marques prevê algumas modalidades deste tipo de publicidade, tais como:
Publicidade discriminatória, publicidade exploradora de medo ou superstição, publicidade
incitadora de violência, publicidade antiambiental e publicidade indutora de insegurança. Ela
também menciona a publicidade dirigida aos hipossuficientes, como idosos, crianças, índios,
doentes, rurícolas e moradores de periferia[1].
● O Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária também não traz uma
definição de publicidade abusiva:
Art. 19 - Toda atividade publicitária deve caracterizar-se pelo respeito à dignidade da
pessoa humana, à intimidade, ao interesse social, às instituições e símbolos nacionais,
às autoridades constituídas e ao núcleo familiar.
Art. 20 - Nenhum anúncio deve favorecer ou estimular qualquer espécie de ofensa ou
discriminação racial, social, política, religiosa ou de nacionalidade.
Art. 21 - Os anúncios não devem conter nada que possa induzir a atividades criminosas
ou ilegais - ou que pareça favorecer, enaltecer ou estimular tais atividades.
Estratégias para atingir o público infantil
● A publicidade dirigida a criança possui algumas estratégias: estratégia de marketing,
estratégia de criação e estratégia de mídia.
É utilizada a estratégia de marketing na criação de planos com o objetivo de atrair o
público infantil, mobilizando as fantasias infantis, fazendo com que a criança deseje com
tanta intensidade o produto ou serviço apresentado a ponto de convencer seus pais de
que necessita daquilo para ser feliz. O marketing busca sempre conhecer a fundo as
particularidades psicológicas das crianças, com o propósito de persuadi-las, para isso
se utiliza das ferramentas de pesquisa de público.
Influência da publicidade abusiva para crianças e adolescentes
● O público infantil representa, sem dúvida, o principal grupo a ser explorado pelas
propagandas publicitárias, os valores absorvidos na infância têm grande probabilidade
de serem levados pelo resto da vida, pois aqueles que são impactados desde muito
jovens tendem a ser mais fiéis a marcas e ao próprio hábito consumista que lhes é
praticamente imposto. Por este motivo o Código de Defesa do Consumidor classifica
como abusiva a publicidade que se aproveita da inocência da criança para despertar um
desejo incontrolável em consumir.
● A publicidade também atinge e prejudica aqueles que vivem em situação de extrema
carência social, pois desperta o desejo de consumir naqueles que não têm acesso a
nada do que é veiculado nas propagandas.
A publicidade para o público infantil ocorre o tempo todo e em quase todos os lugares,
inclusive nas escolas, porém se intensifica durante períodos que antecedem
determinadas datas comemorativas tais como natal, pascoa, dia das crianças, entre
outros. Em 2010, o Instituto Alana, organização que busca defender os direitos da
criança, realizou uma pesquisa durante a semana das Crianças e concluiu que um canal
infantil pago exibia uma propaganda a cada dois minutos.
No Natal de 2011, uma pesquisa realizada pelo Instituto Alana[3] contabilizou 81 mil
anúncios no período analisado. Desse número, as campanhas voltadas para as
crianças ocuparam quase metade (46%) do espaço publicitário dos canais monitorados.
Os produtos mais anunciados foram brinquedos, com 37% de todas as publicidades
veiculadas. O Instituto Alana também presentou a empresa Mattel, em São Paulo, com
um troféu de “Vencedora do Prêmio Manipuladora – Dia das Crianças 2011”, porque foi
apurado que nos 15 dias anteriores ao Dia das Crianças, a empresa veiculou 8.900
comerciais em 15 canais de televisão.
● De acordo com uma pesquisa do IBOPE a criança brasileira passa em média quatro
horas 50 minutos e 11 segundos por dia assistindo à programação televisiva.
● Margaret Chan[5], presidente da Organização Mundial de Saúde (OMS), afirmou que o
maior desafio atual na promoção de saúde é enfrentar os interesses econômicos de
fabricantes de cigarros, alimentos e bebidas alcoólicas. Em seu discurso, na abertura da
8ª Conferência Global de Promoção da Saúde na Finlândia, ela afirmou: “Nem um único
país conseguiu lidar com a epidemia de obesidade, em qualquer faixa etária. Isso não é
um fracasso da força de vontade individual. É um fracasso da força de vontade política
de enfrentar as grandes corporações”. Ela também reafirmou que as empresas temem a
regulação e são contrárias à adoção de estilos de vida e hábitos mais saudáveis, disse
que as empresas promovem táticas como lobbies, promessas de autorregulação,
processos e pesquisas financiadas pelo próprio empreendimento, que confundem o
consumidor.
O impacto da publicidade na vida familiar
● Em entrevista cedida ao Jornal da Mídia, Synésio Batista da Costa[6] – presidente da
Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) – afirmou que a decisão
de compra do produto anunciado é sempre dos pais, sendo estes responsáveis pela
relação dos menores com a propaganda, e por isso não se deve enxergar a publicidade
infantil como vilã do consumismo infanto-juvenil.
● O foco da publicidade é atingir as crianças para que elas sejam promotoras de vendas
do produto. Elas são estimuladas a induzir os pais a se afogarem em crediários e gastos
supérfluos, concorrendo para o aumento da inadimplência e comprometendo a
harmonia familiar. Em função dessas manobras, hoje, as crianças participam em 80%
do processo decisório das compras da família
O Problema da publicidade de alimentos
● De acordo com o senso do IBGE (2008/2009) a obesidade infantil triplicou no Brasil nos
últimos 20 anos. Atualmente no Brasil, 30% das crianças de 5 a 9 anos estão com
sobrepeso e 15% estão obesas (POF 2008-2009). A queda da expectativa e da
qualidade de vida está intimamente ligada ao aumento de gastos públicos com
tratamentos de enfermidades relacionadas à obesidade (estimados em 488 milhões de
reais anuais).
Hoje 90% da publicidade de alimentos dirigida ao público infantil são de produtos
não saudáveis, com alto teor de gorduras, açúcar e sódio.
● O Ministério da Saúde apurou que somente 38,3% das crianças entre 5 e 10 anos
consomem frutas, legumes e verduras. E ainda, uma pesquisa realizada pela UNIFESP
concluiu que 56% dos bebês tomam refrigerantes frequentemente antes do primeiro ano
de vida.

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