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Cap.

IV: ESCOAMENTOS ESTACIONÁRIOS [1]

Vamos considerar neste capı́tulo situações um pouco mais complexas que as examinadas no capı́tulo anterior, de fluidos
em equilı́brio. Vamos considerar ~v 6= 0, mas ∂~v /∂t = 0, isto é movimentos em que em cada ponto do espaço o fluido em
estudo passa com a mesma velocidade, independente de t. Dizemos nesse caso que o movimento é estacionário. Quanto
a grandezas termodinâmicas, elas permanecem constantes no tempo (por exemplo, ρ = ρ(x, y, z), s = s(x, y, z), . . .). Antes de
iniciar propriamente o estudo de escoamentos estacionários, vamos voltar sobre uma noção que se torna muito útil nesse estudo.
(Vários dos resultados deste capı́tulo são generalizações de resultados do capı́tulo II.)

1 Linhas de corrente[2] (cf. cap.II)


Para visualizar o escoamento de um fluido, costumamos introduzir a noção de linhas de corrente, cujas tangentes indicam a
direção do vetor velocidade no ponto de tangência num dado instante

1
Fig.1: visualização das linhas de corrente num instante dado.
Uma linha de corrente é dada pelas equações (usando ~v ∝ d~l/ds)

dx dy dz
= = , (4.1)
vx vy vz

onde ~v ≡ (vx , vy , vz ) é a velocidade do fluido no instante dado t e d~l ≡ (dx, dy, dz) o elemento da linha de corrente considerada.
Em geral, as linhas de corrente mudam com o tempo e, portanto, a trajetória de um elemento do fluido não coincide
necessariamente com nenhuma linha de corrente. As tangentes à uma trajetória dão as direções das velocidades de um mesmo
elemento do fluido em instantes diferentes. Se o escoamento é estacionário, então as linhas de corrente coincidem com as
trajetórias dos elementos do fluido.

2
2 Equações do movimento no caso estacionário
Vejamos agora como ficam as nossas equações do movimento:

2.1 Conservação da massa


Temos ∂ρ/∂t = 0 e, portanto,
~ · (ρ~v ) = 0 .
∇ (4.2)
Para compreendermos o significado desta equação, vamos considerar um tubo de linhas de corrente e duas secções S1 e S2 .

Fig.2 : exemplo de tudo de linhas de corrente.

3
Todas as linhas de corrente que passam por S1 passam também por S2 , isto é, (como as linhas de corrente coincidem com
trajetórias) todo fluido que atravessa a superfı́cie S1 num dado instante t1 atravessa pela superfı́cie S2 num instante posterior
t2 > t1 (a rigor, a escolha de S1 é inteiramente arbitrária, mas S2 deve ser tomada passando por um ponto arbitrário, porém de
modo que os elementos do fluido que passaram por S1 no instante t1 passem simultaneamente por ele. Esta escolha é sempre
possı́vel). Considerando o volume delimitado pelo tubo e pelas superfı́cies S1 e S2 , integremos a nossa equação no seu interior.
Z I Z Z
0= ~ · (ρ~v ) dτ =
∇ ρ~v · ~ndS = ρ~v · ~n1 dS + ρ~v · ~n2 dS ,
V0 S≡S1 +S2 +St S1 S2

pois ρ~v · ~nt dS = 0. Portanto,


R
St
∆m
Z Z
ρ~v · (−~n1 )dS = ,
ρ~v · ~n2 dS = (4.3)
S1 S2 ∆t
isto é, o fluxo de matéria através da superfı́cie S1 é igual ao fluxo através de S2 .
Esta formulação vale para qualquer tamanho de S1 e S2 . No capitulo II, vimos que se S1 e S2 são secções retas bastante
pequenas (para ter constancia das quantidades involvidas), podiamos re-escrever (4.3) como ρ1 S1 v1 = ρ2 S2 v2 . Isto para fluido
incompressı́vel, se simplifica como S1 v1 = S2 v2 .

2.2 Conservação da entropia


Supondo um fluido perfeito, podemos repetir exatamente o mesmo raciocı́nio anterior, substituindo a densidade de massa ρ pela
densidade de entropia ρs. Isto é: o fluxo de entropia através da superfı́cie S1 é igual ao fluxo através de S2 .
Podemos também estudar diretamente a entropia (especı́fica) s, partindo da equação ds/dt = ∂s/∂t + ~v · ∇s ~ = 0:
Nesse caso, como ∂s/∂t = 0, temos
~ =0 ,
~v · ∇s (4.4)
Podemos construir uma base de referencia usando o versor ˆl, tangente à linha de corrente num certo ponto, mais outros dois
versores ortogonais.

4
Fig.3 : linha de corrente: a seu longo, a entropia especı́fica não varia.
O gradiente pode ser escrito nesta base([3] apêndice A):

~ = ∂s ˆl + termos ortogonais
∇s
∂l
Temos
~ · ˆl = ∂s ∝ ~v · ∇s
∇s ~ =0
∂l
isto é,
∂s
=0 , (4.5)
∂l
ou, expresso em palavras, a entropia (especı́fica) é constante ao longo das linhas de corrente (para escoamento estacionário de
um fluido perfeito).
Obs.: de modo geral, cada vez que temos uma quantidade f que satisfaz ~v · ∇f ~ = 0, concluimos que f é constante ao longo
das linhas de corrente (para escoamento estacionário).

5
2.3 Equação de Bernoulli generalizada[4]
Consideremos agora a equação de Euler. Para ∂~v /∂t = 0, ela se reduz a
~
~ v = − ∇p + ~g .
(~v · ∇)~ (4.6a)
ρ
Já vimos que usando a identidade
(~v · ∇)~ ~ × ~v ) × ~v + 1 ∇v
~ v = (∇ ~ 2 ,
2
~
podemos reescrever o primeiro membro da equação (4.6a). Escrevemos também ~g = −∇(gz). Então,
1~ 2 ~ × ~v ) × ~v = − 1 ∇p
~ − ∇(gz)
~
∇v + (∇ . (4.6b)
2 ρ
Multiplicando escalarmente cada termo desta equação por ~v, segue
 v2  ~v ~
~
~v · ∇ + gz + · ∇p = 0 . (4.6c)
2 ρ
O último termo desta equação pode ser reescrito, lembrando que dw = T ds + (1/ρ) dp. Então
 2
~ v + w + gz − T~v · ∇s
~ =0 .

~v · ∇
2
~ = 0 , isto é
Mas, como o movimento é estacionário, da conservaçao da entropia segue ~v · ∇s
 2
~ v + w + gz = 0

~v · ∇ (4.7a)
2
6
ou seja (ao longo das linhas de corrent)

v2
+ w + gz = const. , (Equação de Bernoulli generalizada, ao longo das linhas de corrente) (4.7b)
2

Se o fluido for incompressı́vel, (4.6c) leva diretamente a:

v2 p
+ + gz = const. , (Equação de Bernoulli, ao longo das linhas de corrente) (4.7c)
2 ρ

O teorema de Bernoulli (Daniel Bernoulli, 1700-1782), representado pela equação (4.7b), vale para qualquer escoamento
estacionário de fluido perfeito. A forma (4.7c) vale para qualquer escoamento estacionário de fluido perfeito incompressı́vel. É
natural se perguntar em qual caso, (4.7b) ou (4.7c) valem não só para linhas de corrente mas tudo o espaço.
~ × ~v = 0, o movimento é chamado de irrotacional. A equaçao de Euler (4.6b) se escreve, então,
Se ∇
 v2 1 ~
~

∇ + gz + · ∇p =0 .
2 ρ
~ v2 + w +
Se, além de irrotacional, o movimento for isentrópico (daı́ dw = 1/(ρ)dp), esta equação poderá ser re-escrita como ∇( 2
gz) = 0 e podemos integrar sem a restriçao sobre o caminho de integração. Assim teremos nesse caso

v2
+ w + gz = const. (irrot. + isentr.) ,
2
em todo o interior do fluido.

7
Se o movimento for irrotacional e o fluido perfeito incompressı́vel, temos similarmente:
v2 p
+ + gz = const. (irrot. + incompr.) ,
2 ρ
em todo o interior do fluido.

esc. estac. fluido qualquer incompressı́vel


v2 v2
fluido perfeito 2
+ w + gz = 2
+ ρp + gz =
cste/f ilete cste/f ilete
fluido qualquer incompressı́vel
irrot.+isentr. irrot.
v2 v2
2
+ w + gz = 2
+ ρp + gz =
cste cste

3 Exemplos de aplicação da equação de Bernoulli


~ × ~v = 0.
Vamos continuar a discussão do teorema de Bernoulli, sem fazer a restrição ∇

3.1 Fluido perfeito incompressı́vel


Na capitulo II, vimos várias aplicações: lei de Stevin p2 = p1 + ρg(y1 − y2 ) (fluido em repouso), efeito Venturi p2 + ρv22 /2 =
p1 + ρv12 /2 (fluido numa mesma altura), fórmula de Torricelli v 2 = v02 + 2gh (fluido a pressão contante). Vemos que em todo
rigor, estas fórmulas valem só ao longo de um filete de corrente.

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Olhamos agora algumas outras aplicações.

(i) Tubo de Pitot[5]

Para medir pressão ou velocidade num fluido em movimento, é necessário introduzir nele algum instrumento de medida, que
geralmente perturba o escoamento. Consideremos um objeto colocado na correnteza de um fluido.
Sobre sua superfı́cie, sempre aparecem pontos onde ~v = 0, chamados de pontos de estagnação.

Fig. 4: formação de pontos de estagnação.


Chamemos de p0 a pressão nesses pontos. Para um ponto sobre a face superior ou inferior do objeto onde o escoamento não
é perturbado, a pressão p e a velocidade do fluido v satisfazem:
ρv 2
p0 = p + .
2
9
Acoplando o corpo considerado a um manômetro diferencial para medir p − p0 , obtemos um tudo de Pitot.

Fig. 5: Tubo de Pitot: medida da velocidade em A com h.


Portanto, temos p − p0 = ρo gz e
s
2ρ0
v= gh , (4.10)
ρ
isto é, podemos medir a velocidade v, medindo a altura h, proporcional a p − p0 .

(ii) Medidor Venturi [5]


Na figura 6, temos constancia da vazão

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Fig. 6: efeito Venturi: pressão menor no estrangulamento
A1
v2 = v1
A2
com A1 secção vertical passando pelo ponto 1 e A2 por 2.
Assim, v2 > v1 .
Como
1 1
p1 + ρv12 = p2 + ρv22
2 2
temos p2 < p1 . Nos pontos de estrangulamento, onde a velocidade de escoamento é maior, a pressão é menor (efeito Venturi).
Por esta razão, quando um caminhão comprido passa perto de um carro, as linhas de corrente do ar são estranguladas como
na fig.6, a pressão entre os veı́culos é reduzida e o motorista do carro tem a impressão que se carro esta sendo sugado pelo
caminhão. Outro exemplo é arteriosclerose: placas se formam sobre as paredes internas das arterias, ocasionando uma baixa de
pressão e podando até fechar momentaneamente uma arteria.

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(Bom, melhor voltar a nossa conta.) A pressão nos pontos 1 e 2 satisfaz:

p1 − p2 = (p0 + ρgh1 ) − (p0 + ρgh2 ) = ρgh

onde h é a diferença de altura.


As tres equações anteriores podem ser combinadas para ter v1 em função de h:
s
2gh
v1 = A2
A21− A22

Obtem-se também a vazão A1 v1 .


O medidor Venturi é um estrangulamento que se introduz numa tubulação para medir a velocidade de um fluido (ou sua
vazão) com a fórmula anterior.
Podemos facilmente fazer experiencias de efeito Venturi. A mais simples talvez, consiste em segurar uma folha pela borda e
soprar horizontalmente sobre a face de cima como na fig. 7a: ela se levanta sozinha. Isto acontece pois a velocidade do ar sobre
a face superior cresceu e a pressão do ar diminuiu, enquanto nada aconteceu na face inferior.

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Fig.7a: uma ilustração muito simplês do efeito Venturi, cf. texto.
Outra experiência consiste em tomar dois discos de papel bem juntos como na fig. 7b. O disco de cima tem um furo apenas
suficiente para introduzir um canudo. Ao soprar no canudo, os discos grudam um no outro no lugar de (como poderia talvez se
esperar) se afastar. Este paradoxo hidrodinâmico se explica assim: o escapamento de ar com grande velocidade reduz a pressão
entre as folhas. A face superior da folha de baixo fica com pressão menor do que a face inferior, onde atua a pressão atmosférica.

13
Fig.7b: uma outra ilustração [5] do efeito Venturi, cf. texto.

3.2 Fluido perfeito compressı́vel: velocidade de escape de um gás


Consideremos um gás que escapa de um recipiente através de um pequeno orifı́cio.

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Fig. 8: escapamento de um gás.
Calculamos ve em função de p, p0 e ρ0 .
Supondo o gás perfeito, temos, para uma expansão adiabática,
p  ρ γ cp
= . (γ = > 1)
p0 ρ0 cV

Então, ao longo de uma linha de corrente, (já que s é constante), temos

dp dp
dw = = 1 .
ρ ρ0 ( pp0 ) γ

15
Portanto,
1 1
p0γ p1− γ γ p0  p 1− γ1
w= + const. = + const.
ρ0 (1 − γ1 ) γ − 1 ρ0 p0
Substituindo na equação de Bernoulli, vem

v2 γ p0  p 1− γ1
+ = const./filete (4.11)
2 γ − 1 ρ0 p0
(desprezamos o termo gz, por se tratar de um gás num recipiente).
Escrevendo a equação (4.11) para um ponto do interior do recipiente, onde v = 0 (a pressão é p0 ), e para a vizinhança da
abertura, onde v = ve (a pressão é p a pressão atmosférica), temos

γ p0 v2 γ p0  p 1− γ1
= const. = e + .
γ − 1 ρ0 2 γ − 1 ρ0 p0
Portanto, a velocidade de escape é dada pela expressão seguinte, chamada fórmula de Zeuner:
2γ p0  p 1− 1
 
ve2 = 1− γ
. (4.12)
γ − 1 ρ0 p0
Nesta equação, vemos que aumentando a pressão interna p0 do tanque podemos aumentar a velocidade de escape ve , mas
existe um valor limite s s
2γ p0 2γ R
vm = = T0 , (4.13)
γ − 1 ρ0 γ −1m
que depende somente da temperatura interna. Isto é, por mais que aumente a pressão interna p0 , a velocidade de escape não
poderá ultrapassar o valor limite vm e para aumentar vm será necessário aumentar a temperatura.

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√ Esta diferença de comportamento do gás, quando comparado com um fluido incompressı́vel (onde a velociade de escape
2gh cresce sem limite se h cresce), é devida ao trabalho adicional que êle realiza para se expandir (além de se acelerar).
Se o movimento não for estacionário, a velocidade poderá ser maior que vm .

4 Fluxo de energia
O teorema de Bernoulli é uma conseqüência direta da conservação da energia (energia cinética+potencial+interna). Para
demonstrar esta afirmação, vamos considerar um elemento de volume qualquer V0 fixo no espaço e vejamos como a energia
contida nele varia com o tempo (consideremos inicialmente um movimento qualquer, particularizando depois para o escoamento
estacionário).
A densidade de energia é ρv 2 /2 + ρǫ + ρgz. Portanto, a energia dentro de V0 é V0 (ρv 2 /2 + ρǫ + ρgz)dV . A variação da
R

energia em V0 por unidade de tempo é, então,

d
Z  v2  Z
∂  v2
 
ρ + ǫ + gz dV = ρ + ǫ + gz dV .
dt V0 2 V0 ∂t 2
Calculemos cada um dos termos da função integranda do segundo membro. Usando as equações de continuidade e de
movimento,
∂  ρv 2  v 2 ∂ρ ∂~v v2 ~ ρ ~ 2 ~ + ρ~v · ~g ,
= + ρ~v · = − ∇ · (ρ~v ) − ~v · ∇v − ~v · ∇p
∂t 2 2 ∂t ∂t 2 2
que pode ser reescrita, com o uso da relação termodinâmica dw = T ds + ρ1 dp, como

∂  ρv 2  v2 ~ ρ ~ 2 ~ + ρT~v · ∇s
~ − ρ~v · ∇(gz)
~
=− ∇ · (ρ~v ) − ~v · ∇v − ρ~v · ∇w .
∂t 2 2 2

17
Consideremos agora o termo ∂(ρǫ)/∂t. Levando em conta que dǫ = T ds − p dV = T ds + (p/ρ2 ) dρ, temos

∂ ∂ρ ∂s p ∂ρ  p~ ~ .
(ρǫ) = ǫ + ρT + =− ǫ+ ∇ · (ρ~v ) − ρT~v · ∇s
∂t ∂t ∂t ρ ∂t ρ
Finalmente
∂ ∂ρ ~ · (ρ~v ) .
(ρgz) = gz = −gz ∇
∂t ∂t
Ajuntando os três termos obtidos acima, temos

∂  v2  v2 p  v2
    
ρ + ǫ + gz = − ~ ~
+ + ǫ + gz ∇ · (ρ~v ) − ρ~v · ∇ + w + gz ,
∂t 2 2 ρ 2

ou, lembrando que w = ǫ + pV = ǫ + p/ρ, vem

∂  v2  2
~ · ρ~v v + w + gz
     
ρ + ǫ + gz = −∇ . (14.a)
∂t 2 2
Integrando esta expressão e usando o teorema de Gauss, temos finalmente

d Z  v2  I  v2 
ρ + ǫ + gz dV = − ρ~v + w + gz · ~n dS . (4.14b)
dt V0 2 S 2
Como o primeiro membro desta equação representa a variação da energia contida em V0 por unidade de tempo e a energia
total se conserva, o segundo membro deve ser interpretado como o fluxo de energia através da superfı́cie S por unidade de tempo
e entrando/saindo no volume V0 .

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Na expressão acima do fluxo de energia, aparece o termo w e não ǫ como parece natural a primeira vista. Para com-
preendermos o seu significado, vamos introduzir explicitamente ǫ no segundo membro da equação (4.14), usando a relação
w = ǫ + p/ρ:
I  v2  I  v2  I
ρ~v + w + gz · ~n dS = ρ~v + ǫ + gz · ~n dS + p~v · ~n dS .
S 2 S 2 S
O último termo representa o trabalho efetuado pelo elemento do fluido V0 sobre o restante do sistema, enquanto que o primeiro
é a energia contida nele transportada pelo movimento.
Consideremos agora um escoamento estacionário. Usando (4.14a) com (4.2):

∂  v2  2 2
~ v + w + gz) .
~ · ρ~v v + w + gz = −ρ~v · ∇(
     
ρ + ǫ + gz = 0 = −∇
∂t 2 2 2
Concluimos que
v2
+ w + gz = const. , (Equação de Bernoulli/filete)
2
o que demonstra a afirmação inicial.

5 Fluxo de quantidade de movimento


Calculemos de modo análogo o fluxo de quantidade de movimento (suponhamos ~g = 0):
~

dP d R R ∂ρ ∂~
v
dt
= dt V0 ρ~v dV = V0 ∂t ~v + ρ ∂t dV
R h
~ · (ρ~v ) + ρ(~v · ∇)~
~ v + ∇p
~ dV,
i
= − V0 ~v∇
ou, em coordenadas cartesianas:

19
h i
k)
dPi
= − vi ∂(ρv ∂vi
+ ρvk ∂x + ∂p
dV
R
dt V0 ∂xk
  k ∂xi

= − ρvi vk + pδik dV = − S (ρvi vk + pδik ) nk dS.
R H
V0 ∂xk
Nas expressões escritas acima, estamos usando a notação de Einstein, muito útil em cálculo tensorial, que consiste em
abreviar o sı́mbolo da somatória toda vez que ocorrem ı́ndices repetidos. Por exemplo,
P

∂(ρvk ) X ∂(ρvk )
≡ .
∂xk k ∂xk

Voltando a notação vetorial, temos


dP~ I h i
=− ρ(~v · ~n)~v + p~n dS , (4.15)
dt S
que é a expressão procurada.
Como no caso do fluxo de energia, temos dois termos na equação (4.15). O primeiro termo (do segundo membro) corresponde
ao fluxo de momento linear devido ao transporte direto de matéria pelo movimento do fluido, enquanto que o segundo termo
representa o fluxo de momento devido à força exercida pela vizinhança.
Dicas de revisão
Tubo de Pitot e medidor de Venturi §2.5 [5]

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Exercı́cios

1. Qual condição deve ser satisfeita por ~v para que haja conservação de massa
a) num escoamento estacionário?
b) para um fluido incompressı́vel?
(Fácil)

2. Consideremos um escoamento na região x > 0, y > 0, com ~v = k(−xî + y ĵ) (k > 0).
a) Este escoamento é estacionário? pode ser de um fluido incompressı́vel?
b) Esboçar o campo de velocidade.
c) Calcular as trajetórias e as desenhar.
Que tipo de situação fı́sica este escoamento pode representar?
d) Calcular a aceleração.
(Fácil)

3. Considerar um fluido ideal.


a) Qual é a diferença entre escoamento adiabatico e escoamento isentrópico?
b) Calcular a entalpia w(p) para um gas ideal num processo adiabático.
(Fácil)

21
4. Derivar a equação de Bernouilli sobre um filete para
a) um fluido perfeito qualquer
b) um gas ideal num escoamento isotérmico.
(Médio)

5. Calcular a velocidade v1 da figura 6 (efeito Venturi) no caso de


a) um fluido perfeito incompressı́vel
b) um gas ideal num escoamento adiabatico
c) um gas ideal num escoamento isotérmico.
(Médio)

6. Calcular a velocidade de escape da figura 8 para


a) um gas ideal num escoamento adiabatico
b) um gas ideal num escoamento isotérmico.

7. Um experimentador negligente deixou a válvula de um tanque de hélio ligeiramente aberta durante um fim de semana.
O gás, inicialmente a pressão de 200 atm, escapou lentamente e isotermicamente a 20◦ C.
a) Qual foi a velocidade de escape inicial?
b) Mesma pergunta se o processo for adiabatico.
c) Nos dois casos, qual foi a mudança em entropia que 1 kg do gás (que restou no interior do recipiente) sofreu?
(médio)

8. Um reservatório de água como se mostra na figura está sendo esvaziado através de um tubo adaptado ao fundo do mesmo.

22
a) Calcule a velocidade de escape.
b) Faça uma estimativa do tempo gasto para o esvaziamento.
c) Descreva o que aconteceria se houvesse um pequeno furo na metade do comprimento do tubo.
(Médio)
9. Uma ampulheta é formada, de cada lado, por um tronco de cone circular de altura h = 10 cm, raio da base maior R = 10
cm e raio da base menor r = 0.1 cm. Após enchê-la de água até a metade (=um cone inteiro) ela é invertida.

23
a) calcule a velocidade inicial de descida do nı́vel da água
b) mesma pergunta após o nı́vel ter baixadode 5 cm
c) que forma deveria ter a superfı́cie lateral (de revolução) para que o nı́vel da água baixasse uniformemente?
(médio)

10. Equilibra-se uma bola de ping-pong sobre um jato de ar, como se mostra na figura.

24
a) Como se escreve a resultante de todas as forças que atuam sobre a bola?
b) Usando a expressão obtida no ı́tem anterior, explique por que a bola pode ficar suspensa no ar (Observe que, devido ao
atrito com a superfı́cie da bola, as linhas de corrente dentro do jato de ar se dividem e se separam ao passar por ela, formando
turbilhões atrás dela onde a pressão é aproximadamente igual ao do ambiente= p0 ).
c)Este equilı́brio é estavel se a bola mudar en relaçãp ao jato? (Efeito Coanda)
(Médio)

11. Encosta-se um cartão postal na parte inferior de um carretel de raio a, contendo um pequeno orifı́cio de raio b (ver a
figura, onde o percevejo serve simplesmente para manter o centro do carretel no centro do cartão).

25
Em seguida assopra-se da extremidade superior do orifı́cio, enviando jato de ar com velocidade v0 .
a) O que pode acontecer com o cartão, ao soltá-lo?
b) Faça uma estimativa da força que atua sobre o cartão.
(Médio)

26
12. Extraido da prova de 2009:

27
13. Extraido da prova de 2009:

28
14. Extraido da prova de 2010:

29
15. Extraido da prova de 2010:

30
References
[1] Y.Hama “Mecânica dos fluidos”, notas de aula.

[2] A.R.Paterson “A first course in Fluid Dynamics”, Cambridge 1983.

[3] D.Griffiths “Introduction to Electrodynamics” Prentice Hall 1995.

[4] L.D.Landau & E.M.Lifshitz “Fluid Mechanics” Pergamon Press, 1987.

[5] H.M.Nussenzveig “Fı́sica Básica” vol. 2, Ed. E.Blücher, 3a ed.

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