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A FORMAÇÃO DA BÍBLIA AO LONGO DOS SÉCULOS E A IMPORTANTE

A História da Bíblia Sagrada é muito longa, pois abarca um período que compreende nada
menos que 15 séculos, iniciando-se no tempo anterior a Moisés, por volta do ano 1200 a.C. (antes de
Cristo), chegando até o final do primeiro século após o nascimento de Jesus Cristo (século I d.C. —
depois de Cristo.). Observa-se que é um grande lapso de tempo e muitos foram os acontecimentos que
sucederam - se para a formação da Palavra de Deus que temos hoje em mãos.
A palavra Bíblia, vem do latim vulgar Bíblia, que por sua vez vem do grego PlP^ia que não é
singular mas plural de “livro” (em grego: livros). Uma vez que o plural grego de Bíblia foi adotado em
latim, sua forma gramatical tanto pode ser um plural neutro, como um singular feminino.
A Bíblia é em síntese um conjunto de livros canônicos que concentram em si uma certa unidade,
descrevendo a Revelação Divina. Ela também é denominada como: As Sagradas Escrituras.
A Bíblia divide-se em duas partes principais: O Velho Testamento e o Novo Testamento. Este
termo Testamento refere-se ao contexto principal dos diversos livros da Escritura. O Antigo Testamento
liga-se à idéia do pacto entre Deus e o homem, iniciado com Noé, repetido com Abraão, renovado em
Israel, com a libertação do Egito e o simbolismo da Arca da Aliança. Já o Novo Testamento surge da
predição do profeta Jeremias (c.f. Jer 31,31-34) que o autor da carta aos Hebreus declara realizar-se em
Jesus Cristo (c.f. Heb 8,6-13;10,15-17). O termo “Novo Testamento” foi dito por Cristo na última ceia
(c.f. Luc 22,20), e reivindicado por São Paulo como parte do seu ministério (cf. I Cor 11,25; II Cor 3,6).
Com o passar do tempo o termo Antigo Testamento ficou designando as Escrituras Judaicas
(cf. II Cor 3,14), e o Novo Testamento, os novos escritos (primeiros escritos apostólicos) que começavam
a surgir. O termo hebraico berith que significa aliança, foi traduzido no Velho Testamento grego,por uma
palavra grega (õia97]XKrj) que possui uma dupla significação (1° - disposição, vontade ou testamento; 2° -
aliança ou pacto.). O texto da Vulgata Latina traz escrito Novum Testamentum, de onde vem a tradução atual
de Novo Testamento, conservando-se apenas um dos sentidos da tradução grega da palavra hebraica.

“Como os Evangelhos e os outros escritos apostólicos foram sendo pouco a pouco considerados como
escritura, foi mister distingui-los pelo nome de “O Novo Testamento”, expressão que começou a
empregar-se no princípio do terceiro século, quando Orígenes1 fala das “Divinas Escrituras”, que são o
Velho e Novo Testamento”. (História, Doutrina e Interpretação da Bíblia.2São Paulo.1951, p.3)

COMO E QUEM DEFINIU QUAIS SERIAM OS LIVROS DA BÍBLIA

“Quanto ao Antigo Testamento, temos três idiomas originais. A maior parte foi escrita e chegou até
nós em língua hebraica. Alguns capítulos dos livros de Esdras e Daniel, e um versículo de Jeremias
estão em aramaico, que foi o idioma falado na Palestina depois do exílio babilônico (séc. VI a.C.).
Dois livros, o segundo dos Macabeus e a Sabedoria, foram escritos originalmente em grego. Dos livros
de Judite, Tobias, Baruc e Eclesiástico, e parte também de Daniel e Ester, perdeu-se como no caso do
Evangelho de Mateus, o texto original hebraico ou aramaico, sendo substituído pela versão grega.
Essas diferenças lingüísticas não deixavam de exercer a sua influência sobre a extensão do cânon dos
livros sagrados. Enquanto os Judeus disseminados no mundo greco — romano não tinham dificuldade
em introduzir os livros redigidos em grego, os judeus da palestina não queriam conformar-se com isso.
”(Bíblia Sagrada.São Paulo.1982, p.8)

O Antigo Testamento nos foi legado pelos Hebreus, tínhamos no início do Cristianismo, duas
versões, uma Palestina (Cânon restrito) composta por 39 livros que foram escritos na Terra Santa, em

1
Foi um dos Pais Apostólicos da Igreja Católica. Mestre de famosa Escola de Teologia em Alexandria (Egito) no séc. III. Nasceu
em 184 e morreu em 254 d.C. em Cesaréia na Palestina, durante a perseguição do imperador romano Décio.
2
Livro de autor Protestante, Doutor em Teologia.

1
hebraico, divididos em: A lei (Torá), Os profetas e os Escritos (Hagiógrafa) e uma Alexandrina (Cânon
completo), composta de 46 livros, que é uma tradução grega, da versão Palestina, feita na cidade de
Alexandria entre 250 a.C e 100 a.C, através de setenta sábios judeus (ou setenta e dois, segundo tradições),
fato este que originou o termo versão dos Setenta (LXX) ou Alexandrina. Os sete livros que só figuram na
versão dos Setenta ou Alexandrina são: Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico ou Sirááda, I e II Macabeus,
além dos fragmentos de Ester 10,4-16,
24, Daniel 3,24-20; e os capítulos 13 e 14.
No ano 100 d.C. (séc. I d.C.), época em que se difundia o Novo Testamento com os
Evangelhos e as cartas dos Apóstolos que surgiam, (que os judeus não acreditavam nem aceitavam) os
Doutores da Sinagoga (rabinos judeus) realizaram um Sínodo (Conselho de Jâmnia) na cidade de Jâmnia
(ou Jabnes), perto de Jafa, na Palestina, para definir quais seriam os livros da Bíblia (somente o Antigo
Testamento em que eles acreditavam) e definiram como critério para isso os seguintes itens como assevera
o teólogo Felipe Aquino:

1. Deveria ter sido escrito na Terra Santa;


2. Escrito somente em hebraico, nem aramaico nem grego;
3. Escrito antes de Esdras (455-428 a.C.);
4. Sem Contradição com a Torá ou Lei de Moisés.
“Esses critérios eram racionalistas mais do que religiosos, fruto do retorno do exílio da
Babilônia. Por esses critérios não foram aceitos na Bíblia Judaica da Palestina os livros que
não constam na Bíblia protestante”. (Escola da Fé II — A Sagrada Escritura. Lorena -
SP. 2000, p.32)

“(...) foi - se formando (...) a opinião de que depois de Esdras (séc. IV a.C.) faltando ou sendo
incerto o dom profético (f. I Mac 4,46;14,41) nem sequer admitiam pudessem ser escritos livros
inspirados por Deus. Por isso quando nos fins do séc. I d.C. os Doutores da Sinagoga fixaram o
cânon das sagradas escrituras, foram excluídos até os livros escritos em hebraico depois daquela época,
como o Eclesiástico. Daí resultou o cânon hebraico em que faltam sete livros”. (Bíblia Sagrada. São
Paulo.1982,p.8)
A definição do Cânon Bíblico para os cristãos partiu da autoridade apostólica da Igreja Católica3,
tanto para os livros do Velho Testamento, quanto para os livros do Novo Testamento, como pode ser
evidenciado histórica e teologicamente. No que diz respeito ao Antigo Testamento, os Judeus nos legaram
as duas versões acima descritas (Palestina e Alexandrina ou dos LXX), e a Igreja após dirimir suas dúvidas
através da análise teológica dos livros, juntamente com o discernimento do Espírito Santo optou pelo
Cânon completo da versão dos LXX (Alexandrina).

“A palavra cânon égrega e significa literalmente uma regra ou medida, ou varinha direita. No seu
pnnápal sentido metafórico de regra de fé aparece a palavra cânon no Novo Testamento:“a todos
quanto andarem nesta regra, paz e misericórdia sobre eles” (f. Gal 6,16). Parece ter sido neste sentido
na verdade muito apropriado que no quarto século a paavra cânon principiou a ser aplicada às
Escrituras, que continham a regra autorizada pela qual deve ser moldada a vida do homem. Mas foi a
Igreja4, que guiada por Deus formou o Cânon, determinando depois de largos debates, que livros
deveriam ter sido recebidos como sagrados e quais deveriam ser rejeitados. A Igreja, pois é que

3
As coisas divinamente reveladas, que se encerram por escrito nas Sagradas Escrituras e nesta se nos oferecem, foram
consignadas sob influxo do Espírito Santo. Pois a Santa Mãe Igreja, segundo a fé apostólica tem como sagrados e canônicos os
livros completos tanto do Antigo como do Novo Testamento, com todas as suas partes, por que, escritos sob a inspiração do
Espírito Santo (cf. Jo 20,31; II Tim 3,16; II Ped 1,19-21; 3,15-16), eles tem em Deus o seu autor e nesta sua qualidade foram
confiados a Igreja. (Dei Verbum 11).
4
Trata-se da Igreja Católica Apostólica Romana. A primeira vez na História que aparece o termo "Igreja Católica" foi em
uma carta de Inácio de Antioquia (+110), à comunidade de Esmirna (atual Izmir, Turquia) que dizia: "Onde está o Cristo
Jesus está a Igreja Católica" (Carta aos Esmirnenses 8,2). Inácio foi o terceiro bispo da comunidade de Antioquia, fundada
por São Pedro. Conheceu pessoalmente São Paulo e São João (evangelista). Foi preso e conduzido a Roma por ordem do
imperador Trajano, sendo martirizado no Coliseu, nos dentes dos leões. A caminho de Roma escreveu cartas às
comunidades de Éfeso, Magnésia, Filadélfia, Esmirna, Trales e ao bispo de Esmirna, São Policarpo. Na Enciclopédia
Compacta de Conhecimentos Gerais (da revista "Isto é"), página 259, tópico Igreja Católica, vemos a seguinte afirmação:
"Roma foi a única Igreja ocidental fundada por um apóstolo (São Pedro). Da Irlanda aos Cárpatos, os cristão passaram a
reconhecer o bispo de Roma como o Papa (do latim vulgar papa, "pai") e usavam o latim nos serviços religiosos nas
leituras das escrituras e na teologia (...)."

2
primeiramente canonizou os livros santos, que ficaram sendo canônicos, isto é, conforme o cânon à
regra.”
(História, Doutrina e Intepretação da Bíblia. São Paulo.1951,p.6)

Os protestantes após a “reforma luterana” começaram a rejeitar os sete livros acima citados, da
versão dos LXX e em meados dos séculos XIX os retiraram de suas Bíblias, como afirma o teólogo Felipe
Aquino:

“Lutero, ao traduzir a Bíblia para o alemão, traduziu também os sete livros (deuterocanônicos) na sua
edição de 1534, e as Sociedades Bíblicas protestantes, até o século XIX incluíam os sete livros nas
edições da Bíblia” (Escola da FéII — A Sagrada Escritura. Lorena - SP. 2000, p.34)

“Osprotestantes só admitem como livros sagrados os 39 livros do cânon hebreu (de Jâmnia). O
primeiro que negou a canoniádade dos sete deuterocanônicos foi Carlostadio (1520), seguido de Lutero
(1534) e depois Caláno (1540)”. (Como a Bíblia foi escrita. A.C.I. Digital. 2004)

Historicamente se comprova que os primeiros cristãos utilizavam o Antigo Testamento da


versão dos LXX (Alexandrina), portanto com os sete livros rejeitados pelos judeus e protestantes.
“Tem — se dito que a Bíblia dos Apóstolos, aquela que habitualmente atam é a septuagentina6, e
que esta versão contém os livros apócrifos. Que eles usavam a versão dos setenta não sofre dúvida”.
(História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo.1951,
p.15)
“Os Apóstolos e Evangelistas optaram pela Bíblia completa dos Setenta (Alexandrina), considerando
canônicos os livros rejeitados em Jâmnia (ou Jabnes). Ao escreverem o Novo Testamento usaram o
Antigo Testamento, na forma da tradução grega de Alexandria, mesmo quando esta era dferente do
texto hebraico. O texto grego, “dos Setenta” tornou-se comum entre os cristãos; e portanto o cânon
completo, incluindo os sete livros e os fragmentos de Ester e Daniel, passou para o uso dos
cristãos”.(Escola da Fé II — A Sagrada Escritura. Lorena - SP. 2000, p.32)

Quanto às dúvidas surgidas no seio da Igreja durante o processo de definição do Cânon das
sagradas escrituras, nota-se o debate teológico dos grandes Pais Apostólicos da Igreja e a colaboração do
Espírito Santo para a chegada em um consenso.

“Alguns Padres da Igreja denotam certas dúvidas nos seus escritos, por exemplo, Atanásio (373),
Cirilo de Jerusalém (386), Gregório Na%ian%eno (389), enquanto outros mantiveram como
inspirados também os deutero-canônicos, por exemplo, Basílio10 ( 379), Santo Agostinho1 (430),
Leão Magno12 (461). A partir do ano 393 diferentes concílios, primeiro regionais e logo ecumênicos,
foram fazendo precisões à lista dos Livros "canônicos" para a Igreja”. (Como a Bíblia foi escrita.
A.C.I. Digital. 2004).

“Outro fato importantíssimo é que nos mais antigos escritos dos santos Padres da Igreja (Patrística) os
livros rejeitados pelos protestantes (deuterocanônicos) são citados como Sagrada Escritura. Assim, São
Clemente de Roma , o quarto Papa da Igreja, no ano de 95 escreveu a Carta aos Coríntios, citando
Judite, Sabedoria, fragmentos de Daniel, Tobias e Eclesiástico; livros rejeitados pelos protestantes.Da
mesma forma, o conhecido Pastor de Hermas4, no ano 140, faz amplo uso de Eclesiástico, e do II
Macabeus; Santo Hipólito (f234), comenta o Livro de Daniel com os fragmentos deuterocanônicos
rejeitados pelos protestantes, e cita como

6 Forma como também é conhecida a versão dos LXX (setenta).


7 , , ,
S. Atanásio (295-373 d.C.), é considerado doutor da Igreja, nasceu em Alexandria, tornou-se diácono e junto com o
Bispo Alexandre destacou-se no Concílio de Nicéia (325 d.C.) combatendo o arianismo que negava a divindade de Cristo.
8 É considerado doutor da Igreja, foi Bispo de Jerusalém, guardião da fé professada no concílio de Nicéia (325 d.C.), é autor da
obra Catequeses Mistagógicas, esteve no concílio Ecumênico Constantinopla I (381 d.C.).Morreu em 386 d.C.
9 É considerado Doutor da Igreja, nasceu em 329 d.C. em Naziano na Capadócia e morreu em 389 d.C. Lutou contra o

3
arianismo, sua doutrina sobre a Santíssima Trindade lhe rendeu o título de teólogo, confirmado no Concílio de Calcedônia em
481 d.C.
10 É considerado Doutor da Igreja, nasceu em 330 d.C. e morreu em 369 d.C., foi Bispo.
11 Foi Bispo e Doutor da Igreja, nasceu em Tagaste na Tunísia, viveu de 354 d.C. a 430 d.C. , se converteu em Milão, ouvindo
as pregações do Bispo S. Ambrósio.Tornou-se Bispo de Hipona aos 42 anos de idade, combateu
o maniqueísmo, o donatismo e o pelagianismo, heresias do seu tempo.
12

Foi Papa (440 - 461 d.C) e Doutor da Igreja, viveu de 400 d.C. a 461 d.C. Deixou 96 sermões e 173 cartas, participou do
Concílio da Calcedônia combatendo o monofisismo.
13
Foi o terceiro sucessor de São Pedro, quarto Papa da Igreja (88 - 97 d.C.), nos tempos dos imperadores romanos Domiciano
e Trajano (92 - 102 d.C.). Segundo S. Irineu "ele viu os apóstolos e com eles conversou, tendo ouvido diretamente a sua
pregação e ensinamento" (Contra as heresias). (cf. Fil 4,3).
12Era irmão do Papa São Pio I (140 - 155 d.C.). Escreveu a obra Pastor, de visão apocalíptica, morreu em 160 d.C.
13 S. Hipólito de Roma (160 - 234 d.C.), foi discípulo de S. Irineu (140 - 202 d.C.), foi célebre na Igreja de Roma, sendo sua
pregação ouvida por Orígenes (184 - 254 d.C.). Escreveu contra os hereges, compôs textos litúrgicos e a obra Tradição
Apostólica, em que relata os costumes da Igreja no século III.
14

Sagrada Escritura Sabedoria, Baruc, Tobias, I e II Macabeus. Fica assim, muito claro, que a
Sagrada Tradição da Igreja e o Sagrado Magistério sempre confirmaram os livros deuterocanônicos
como inspirados pelo Espírito Santo. Vários Concílios confirmaram isto, os Concílios regionais de
Hipona (ano 393); Cartago II (397), Cartago IV (419), Trulos (692). Pnnápalmente os Concílios
ecumênicos de Florença (1442), Trento (1546) e Vaticano I (1870)”. (Escola da FéII — A
Sagrada Escritura. Lorena - SP. 2000,p.33)

Os livros rejeitados pelos protestantes são por eles chamados de apócrifos, os católicos não
adotam este termo para tratar os referidos sete livros, considerando-os deuterocanônicos, ou seja, aqueles
livros que do século II d.C. ao século IV d.C. a Igreja não tinha ainda ratificado a sua canonicidade e eram
motivo de estudo e discernimento do Sagrado Magistério da Igrejctb.

“Chegou-se afazer distinção entre “livros reconheados” (homologúmenos), admitidos por todos (os do
cânon hebraico) e “livros controversos” (antilogúmenos), não admitidos por todos (...) os primeiros se
chamam protocanônicos e os segundos deuterocanônicos, ou seja, canônicos de primeira e segunda época.
Compreende-se que os hebreus rejeitem, em sua totalidade o Novo Testamento, alem dos
deuterocanônicos do Antigo. Os protestantes ocupam uma posição de meio termo. No novo testamento
depois das primeiras incertezas de seus fundadores admitiram integralmente e sem distinção o Cânon
Católico. No Antigo Testamento, ao invés, seguindo o cânon mais restrito dos hebreus, rejeitam como
fora da série dos livros sagrados, sob o nome de “apócrifos”, os que nós chamamos deuterocanônicos.”
(Bíblia Sagrada. São Paulo. 1982, p.8)

Para se chegar ao Novo Testamento que temos, a Igreja Católica teve de rejeitar diversos livros
que não eram inspirados por Deus, e através de sua autoridade apostólica5 definir o Cânon das Escrituras.Os
livros abaixo citados são os que os católicos consideram apócrifos, ou seja, livros não revelados pelo
Espírito Santo e que muitas vezes continham heresias, a Igreja os considera importante para o estudo,
visto que alguns deles podem conter verdades históricas.Através da quantidade de livros observa-se como
a Igreja teve de ser criteriosa, inspirada e dirigida pelo Espírito Santo, para retirar o joio do meio do trigo.
Sem a autoridade da Igreja não teríamos como saber quais seriam os livros divinamente inspirados por

5
Em sua extrema benignidade, Deus tomou providencias a fim de que aquilo que Ele revelara para a salvação de todos os
povos se conservasse inalterado para sempre e fosse transmitido a todas as gerações (...). Mas para que o Evangelho sempre
se conservasse vivo e inalterado na Igreja, os Apóstolos deixaram como sucessores os Bispos, a eles "transmitindo o seu
próprio encargo do Magistério" (S. Irineu in: Adv. Haer., III, 3,1). Portanto, esta Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura de
ambos os testamentos são como o espelho em que a Igreja peregrina na terra contempla a Deus de Quem tudo recebe, até que
chegue a vê-lo face a face como é ( cf. I Jo 3,2).(Dei Verbum, 7). O ensinamento dos Santos Padres testemunha a presença
vivificante dessa tradição, cujas riquezas se transfundem na praxe e na vida da Igreja que crê e ora. Pela mesma Tradição
torna-se conhecido à Igreja o Cânon completo dos livros sagrados (...). E assim o Deus, que outrora falou, mantém um
permanente diálogo com a esposa de seu dileto Filho, e o Espírito Santo, pelo qual a voz viva do evangelho ressoa na Igreja e
através da Igreja no mundo, leva os fieis à verdade toda e faz habitar neles abundantemente a palavra de Cristo (cf. Col 3,16).
(Dei Verbum, 8).

4
Deus para a composição da Revelação Escrita — As Sagradas Escrituras.
1. Evangelho segundo os Hebreus (gnóstico) — Fim do Séc I d.C.
2. Proto — Evangelho de Tiago.
3. Evangelho do Pseudo Tomé.
4. O Evangelho de Pedro — Meados do Séc II d.C.
5. O Evangelho de Nicodemos.
6. O Evangelho dos Ebionitas ou dos Doze Apóstolos — Meados do Séc II d.C.
7. Evangelho segundo os Egípcios — Meados do Séc II d.C.
8. Evangelho de André — Séc II/III d.C.
9. Evangelho de Felipe - Séc II/III d.C.
10. Evangelho de Bartolomeu — Séc II/III d.C.
11. Evangelho de Barnabé — Séc II/III d.C.
12. O drama de Pilatos.
13. A morte e assunção de Maria.
14. A Paixão de Jesus.
15. Descida de Jesus aos Infernos.
16. Declaração de José de Arimatéia.
17. História de José o garimpeiro.
18. Atos de Pedro.
19. Atos de Paulo.
20. Atos de André.
21. Atos de João.
22. Atos de Tomé.
23. Atos de Felipe.
24. Atos de Tadeu.
25. Epístola de Barnabé.
26. III Epístola aos Coríntios — Séc. II d.C.
27. Epistola aos Loadicenses — Fim do Séc. II d.C.
28. Carta dos Apóstolos — 180 d.C.
29. Correspondência entre Sêneca e São Paulo — Séc. IV d.C.
30. Apocalipse de Pedro — Meados do Séc. II d.C.
31. Apocalipse de Paulo — 380 d.C.
32. Sibila Cristã — Séc. III d.C.

Também em relação ao Antigo Testamento a Igreja Católica, rejeitou diversos livros como
apócrifos, utilizando-se mais uma vez de sua autoridade para a delimitação do Cânon Bíblico.

Apócrifos referentes ao Antigo Testamento rejeitados pela Igreja Católica:

1. A vida de Adão e Eva.


2. I Henoque.
3. II Henoque.
4. Apocalipse de Abraão.
5. Testamento de Abraão.
6. Testamento de Isaac.
7. Testamento de Jacó.
8. Escada de Jacó.
9. José e Asenet.
10 Testamento dos Doze Patriarcas
. 6
11. Assunção de Moisés.
12. Testamento de Jô.
13. Salmos de Salomão.

6
Na Epístola de S. Judas (canônica), há uma alusão deste apócrifo, citando uma antiga tradição hebraica - A ascensão de
Moisés.(cf. Judas v.9).E uma citação do apócrifo de Henoque (cf. Judas v. 14-15).

5
14. Odes de Salomão.
15. Testamento de Salomão.
16. Apocalipse de Elias.
17. Ascensão de Isaías.
18. Paralipômenos de Jeremias.
19. Apocalipse Siríaco de Baruc.
20. Apocalipse de Sofonias.
21. Apocalipse de Esdras.
22. Apocalipse de Sedrac.
23. III Esdras.
24. IV Esdras.
25. Sibilinos.
26. Pseudo-Filemon.
27. III Macabeus.
28. IV Macabeus.
29. Salmos 151-155.
30. Oração de Manasses.
31. Carta de Aristeu.
32. As Dezoito Bênçãos.
33. Ahigar.
34. Vida dos Profetas.
35. Recabitas.

Relação de citações implícitas dos livros deuterocanônicos nos escritos do Novo


Testamento:
Deuterocanônico Protocanônico
Antigo Testamento Novo Testamento
Sabedoria 13,1 — 9 Romanos 1,19 — 32
Sabedoria 6,1 — 4 Romanos 13,1
Sabedoria 2,13.18 Mateus 27,43
Eclesiástico 4,34 Tiago 1,19
Eclesiástico 27,30 — 28,1-7 Lucas 11,4; Mateus 6,15
Eclesiástico 31,1—11 Lucas 18,24 — 25
Eclesiástico 35,11—24 Lucas 18,1— 8
I Macabeus 2,29 — 48 Marcos 2,27
II Macabeus 6,18 — 7,42. Hebreus 11,34 — 40
Tobias 12,15 Apocalipse 8,2
Tobias 12,1 — 22 Mateus 6,1 — 18
Tobias 13,11 — 18 Apocalipse 21,1 — 22,1 — 5
VERSÕES DO VELHO TESTAMENTO

• Pré — Massorético e Massorético — É um trabalho que surge do fim do primeiro século


em diante, transmitindo o texto hebraico livre de corrupção. O texto do Velho
Testamento fixou-se pela tradição, e a versão massorética trazia as variantes anotadas
na margem. O hebraico era escrito sem o uso das vogais até o século VII. Entre os
séculos VII a X os doutores judeus colocaram as vogais no texto.

6
• Semíticas:

1. Em primeiro lugar se coloca os Targuns, devido a utilizar linguagem que mais se


aproxima do original hebraico. Após a volta dos Judeus do cativeiro da Babilônia, em
grande parte haviam perdido o uso da própria língua, sendo-lhes necessário não só ler ás
escrituras no original como dar-lhe a verdadeira significação. Dessa forma era feita a
tradução parafraseada numa série de targuns (interpretações) na língua caldéica ou no dialeto
oriental aramaico. Os targuns eram numerosos e os que chegaram até nos eram da era cristã.
Os mais antigos são os da Lei e dois referentes ao Pentateuco anteriores ao sétimo século.

2. O Pentateuco Samaritano - Foi escrito num dialeto da família hebraica, utilizando


caracteres do antigo hebraico. Eusébio de Cesaréia e Cirilo de Jerusalém fazem referencias a
cópias deste manuscrito. Por muito tempo pensou-se que tudo havia sido perdido, mas
no princípio do século XVII foi enviada uma cópia de Constantinopla a Paris. O valor
dessa obra chegou a ser superestimado, mas já não se julga superior ao texto hebraico.
A cópia samaritana é valorosa para a determinação da história das vogais hebraicas.

• Versões Gregas:

1. A septuagentina — A versão chamada dos LXX (setenta) ou Septuagentina ou ainda


Alexandrina, foi feita no Egito por judeus de Alexandria. Aristeas, um escritor da Corte
de Ptolomeu Filadelfo II (285-247 a.C.) conta em uma pseudocarta, que esta versão foi
feita por setenta e dois judeus (seis de cada tribo) mandados a Alexandria no ano de
285 a.C. por Eleazer a pedido de Demétrio Falário, o bibliotecário do rei e completada
em setenta e dois dias. Não se pode precisar que se tenha ocorrido verdadeiramente
dessa maneira que a história nos chega. Quanto ao tempo em que se completou, não
existe prova alguma. Uma análise crítica da obra mostra que esta contém muitas
palavras greco-egípcias, e que o Pentateuco está traduzido com maior exatidão do que
os outros livros.
A Hexapla de Orígenes — Na primitiva Igreja Cristã7 a versão dos LXX era de grande
estima, embora certos escritores buscassem o texto hebraico para confirmar seu texto.
No intuito de corrigi-la, Orígenes (185-254), um dos grandes teólogos da Igreja
Católica do século III, compôs a sua Hexapla ou Versão das seis colunas (em meados de
228 d.C.). Esta versão continha além da Versão dos LXX, as traduções gregas do
Antigo Testamento feitas por: Áquila do Ponto (130 d.C.); Teodoto de Éfeso (160 d.C.)
e Símaco um samaritano (218 d.C.). As duas colunas restantes continham o texto
hebraico e a sua tradução em caracteres gregos. Esta obra era constituída de cinqüenta
volumes e perdeu- se provavelmente no saque de Cesaréia, feito pelos sarracenos em
653 d.C. Eusébio8 de Cesaréia (260-339) havia copiado a coluna formada pelo texto da
versão dos LXX, com as correções ou adições dos outros tradutores aos quais Orígenes
havia recorrido. O texto hexaplariano como é conhecido, foi publicado em Paris no ano
de 1714. Os principais códices manuscritos dos LXX são: o Vaticano (B); o Sianaítico;
o Alexandrino (A) e os fragmentos do Códice Efraimita (C). Entre as edições impressas

2 0 r
Quando se diz Primitiva Igreja Cristã ou Igreja Primitiva, entenda-se a unica Igreja Cristã existente na época: Católica
Apostólica (vide nota de rodapé n° 5). "As primeiras Igrejas surgiram como comunidades fundadas pelos apóstolos (54 d.C.).
Do nUcleo fundado por Pedro em Roma, originou-se todo o cristianismo no Ocidente, que posteriormente foi dividido em
arquidioceses, dioceses e províncias eclesiásticas, em comunhão com a Sé Romana, a partir de 70 d.C." (Revista:
Superinteressante. Ed.181, pg.22-23).
8
Bispo Católico de Cesaréia na Palestina. Por volta do ano 300 d.C. escreveu a primeira História da Igreja. Nasceu na
Palestina, em Cesaréia, foi discípulo de Orígenes (184-254). Escreveu sua Crônica, A História
Eclesiástica, A preparação e a Demonstração Evangélicas. Foi perseguido pelo imperador romano Dioclesiano.

7
dos LXX, pode-se citar a Complutensiana (1517), que segue em muitos trechos a versão
hebraica massorética e a Hexapla de Orígenes; a Aldina (1518), que apresenta muitas
variantes do Códice do Vaticano (B); a Romana ou Vaticana (1587) baseada no Códice
do Vaticano (B); a Grabiana (1707 a 1720) que foi baseada principalmente no Códice
Alexandrino (A) e a edição crítica de Cambridge (1887 — 1894).

• Antigas Versões Latinas :

1. Latina — Entre as mais antigas versões baseadas nas versões dos LXX, temos a
Latina feita na África, e muitas vezes transcritas total ou parcialmente em várias
províncias do Império Romano. Pelas diferenças que se encontram nas cópias, alguns
acreditam que houveram diversas versões, porém a hipótese mais aceita é que se trata
da revisões da mesma tradução original.

2. Ítala — A mais importante das revisões da Latina fez-se na Itália, com o fim de
corrigir os provincianismos e outros pequenos defeitos da versão africana. Santo
Agostinho refere-se a ela em seu escrito De Doctrina Cristiana II, chamando-a de Ítala.
São Jerônimo a considera em geral muito boa. Em seu texto predomina traços do
Códice Alexandrino (A) e baseando-se em citações de Tertuliano,9 presume-se que a
versão seja do final do segundo século (Séc. II d.C.).

3. Vulgata — Devido a diversidade de cópias e as suas imperfeições, a pedido do Papa (de


366 a 384 d.C.) S. Dâmaso, S. Jerônimo foi incumbido da tarefa de fazer a revisão dos
textos das cópias latinas, como Orígenes havia feito a revisão da Septuagentina.
Utilizou para isso a Hexapla de Orígenes, para corrigir todo o Velho Testamento.
Quando estava prestes a terminar esta correção, S. Jerônimo decidiu fazer uma
tradução em latim, feita diretamente do Hebraico. Consagrou o melhor do seu tempo a
esta obra, completando-a em 404 d.C. aproximadamente.

“Entre os tradutores antigos da Bíblia, S. Jerônimo foi o último no tempo, embora o primeiro no
mérito: não só por se ter podido valer do trabalho dos seus antecessores, mas sobretudo porque, pela
prática constante, adquiriu domínio tal das línguas bíblicas (hebraico, aramaico e grego) que entre os
antigos cristãos não se conhece igual. Acrescente-se um conhecimento igualmente único da literatura
exegética tanto judaica, quanto cristã. Com bagagem de cultura literária incomum, com ótima
preparação e excelentes critérios, pôs mãos ao árduo trabalho. Começou por corrigir (em Roma em 384
a convite do Papa S. Dâmaso) os Evangelhos Latinos, auxiliado para isso pelos melhores códices
gregos. Transferindo-se depois para a Palestina (386)... estendeu o mesmo trabalho de paciente
revisão... aos livros do Antigo Testamento; mas tendo terminado uma parte deles, sobretudo os Salmos,
que passaram depois a Vulgata, compreendeu que prestaria um serviço muito melhor à Igreja, fazendo
uma nova versão diretamente do texto hebraico. E sem esmorecer diante das ingentes dificuldades, e sem
se cansar no longo e áspero caminho, a ela se dedicou com admirável constância pelo espaço de uns
quinze anos, de 390 a 404, até o acabamento feliz da obra”. (Bíblia Sagrada. São Paulo. 1982,
p.13)

Uma reverencia supersticiosa à versão dos LXX, fez com que muitos não aceitassem a obra de
S. Jerônimo, mas a tradução foi conquistando espaço e ganhando destaque, e no tempo de Gregório (o
9
Tertuliano (220d.C.) de Catargo, norte da Africa, era advogado em Roma quando em 195 d.C converteu-se ao Cristianismo
passando a servir à Igreja de Catargo como catequista. Combateu as heresias do gnosticismo, mas se desentendeu com a
Igreja. É autor da frase: "o sangue dos mártires é semente de novos cristãos."

8
Grande), Papa de 690 a 604, já tinha igual autoridade e foi dignificada com o nome de Vulgata (“versio
Vulgata”; a versão corrente).

As traduções de S. Jerônimo não encontraram imediatamente no mundo latino a acolhida que


mereciam. A propagação devida em parte às dificuldades da época, foi lenta, mas em constante
progresso, de sorte que dois séculos depois S. Isidoro de Sevilha (636) pôde escrever que ela já estava em
uso em toda a Igreja do Ocidente, e mais tarde o renascimento carolíngio consagrou- lhe definitivamente
o triunfo sobre as antigas versões latinas. Formou-se assim entre o séc. V e IX, a versão que
propriamente é chamada Vulgata. (Bíblia Sagrada. São Paulo. 1982, p.13-14)

O texto da Vulgata foi composto em parte da antiga versão latina (Cinco deuterocanônicos do
Antigo Testamento: I e II Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruc, com a carta de Jeremias), em parte
na edição revista por S. Jerônimo (os Salmos, o Antigo e Novo Testamentos) e è também uma nova
tradução feita diretamente do hebraico (todo o Antigo Testamento hebraico, exceto os Salmos, Tobias e
Judite). S. Jerônimo estava familiarizado com os exegetas hebraicos incorporando muitas das suas
interpretações na vulgata, mas geralmente seguia-se a versão dos LXX, mesmo quanto o texto diferia do
hebraico. Com o passar do tempo,
o texto da Vulgata perdeu um pouco de sua pureza, devido às cópias e introduções de antigas versões,
porém nobres doutores revisaram o texto reconduzindo-o à primitiva integridade. Citamos a revisão
efetuada pelo sábio Alcuíno (735 — 808 d.C.), ordenada por Carlos Magno e a de Lanfranc. Com o passar
do tempo começaram a surgir novamente, textos de valor discutíveis, principalmente após a “reforma
protestante”. Assim sendo, a Sessão IV de 08 de abril de 1546, do Concílio Ecumênico de Trento, após
definir o Cânon das Sagradas Escrituras, decretou que a Vulgata seria versão autêntica, e que fosse
impressa com a máxima correção. Os Papas desde Pio IV (1559 a 1565) até Clemente III (1592 a 1605)
nomearam consecutivamente quatro comissões para este fim, culminando na edição publicada em 1590
por Sixto V, (Papa de 1585 a 1590), posteriormente substituída pela edição publicada em 1592 por
Clemente VIII, (Papa de 1592 a 1605), edição conhecida como sixto —Clementina. Depois houve mais
duas edições vaticanas em 1593 e 1598, as quais são a base de todas as versões posteriores até os dias
atuais. O mais importante e célebre manuscrito da vulgata é o Codex Amiatinus, do final do sétimo século,
que está em Florença, Itália, na biblioteca Laurentiana.

Siríaca ou Versão Aramaica Ocidental:

1. A versão Peshita — Peshita significa “correta ou simples”, esta versão foi feita
diretamente do hebraico e concorda com rigor ao texto massorético. Não se
pode afirmar em que tempo e onde foi feita esta tradução, presume-se que
os cristãos da Síria, obtiveram a Escritura em sua própria língua. Pelo exame
da tradução acredita-se que os tradutores eram judeus — cristãos que
traduziram o Velho Testamento do original hebraico. Esta versão continha
todos os livros canônicos do Velho e Novo Testamentos, exceto II carta de
S. Pedro, II e III carta de S. João, a carta de S. Judas e o Apocalipse de S.
João. O texto difere de das principais classes de manuscritos.

9
Diversas versões antigas:

1. A História Eclesiástica, de Eusébio de Cesaréia, coloca a versão da Etiópia no


ano de 330 d.C. O texto baseia-se totalmente na versão dos LXX e segue as variantes do
códice Alexandrino.

2. A maior parte o Velho Testamento, existe nos dialetos cópticos de Egito. A época
mais provável em que essas versões foram feitas são os séculos III ou IV d.C. com
algumas suposições que possam ser dos séculos I ou II d.C. São baseados na versão dos
LXX, seguindo as variantes do códice Alexandrino, os tradutores são desconhecidos.

3. A versão Gótica da Bíblia, foi feita por Ulfilas, bispo dos Ostrogodos, que esteve
no Concílio de Constantinopla I (maio a junho de 381 d.C.). É uma tradução da versão
dos LXX, de considerável valor crítico, embora se restem alguns fragmentos desta versão.

4. A versão Armênia foi feita em meados do século V d.C., baseada na versão


Siríaca, mais tarde foi revista segundo a versão dos LXX, sendo traduzida pelo patriarca
Mesrob.

5. A versão Gregoriana foi feita no século VI d.C., através de cópias da versão


Armênia.

6. A versão Eslava ou Eslavônica foi feita em meados do século IX d.C., pelos


irmãos católicos, Cirilo e Metódio de Tessalônica, missionários da Bulgária e Moravia, que
traduziram as Escrituras para a língua eslava (ou eslavônica). Considera-se como
proveniente da versão dos LXX embora alguns testemunhos antigos indiquem que a
tradução foi feita do latim.

7. As versões Árabes dos diversos livros das Escrituras, foram traduzidas da


versão dos LXX entre os séculos VIII e XII d.C, segundo diversos escritores, porém os
livros de Jó, Crônicas, Juízes, Rute, Samuel, e algumas partes de outros livros, foram
traduzidas da versão Siríaca Peshita.

A DEFINIÇÃO DO CÂNON DO NOVO TESTAMENTO

“O Espírito Santo, dado a Igreja, despertou santos instintos, auxiliou o discernimento entre o puro e o
espúrio, e assim foi possível chegar a uma gradual harmônica e por fim unânime conclusão. Havia na
Igreja o que um teólogo designou com felicidade pela expressão “inspiração da seleção””. (História,
Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo.1951,
p.29)
A formação do Cânon do Novo Testamento deu-se de forma gradual, de modo que depois do
ano 400 d.C. não existiam mais dúvidas a este respeito, graças a intervenção da Igreja Católica, que como
já citamos anteriormente, foi quem através do Espírito Santo e agindo de acordo com sua autoridade
apostólica definiu quais eram os livros canônicos.

A princípio os livros foram surgindo separadamente, em diferentes localidades, e eram


guardados cuidadosamente pelas diversas comunidades apostólicas (paróquias) e lidos nas reuniões cristãs.
Depois começaram a ser classificados em grupos: os Evangelhos, as Cartas (Epístolas) de São Paulo, os Atos dos
Apóstolos e as Cartas Católicas (Epístolas Gerais) a estes grupos, foi acrescentado o Apocalipse, estando por
volta do final do século II d.C. praticamente completa a coleção. Porém a autenticidade de alguns livros

10
ainda ficou em aberto por certo tempo.
Existiam na Igreja Primitiva (vide nota n° 5 e n° 20), muitos escritos que diziam tratar da vida
de Jesus. Segundo nos relata S. Lucas (cf. Luc 1,1-2) muitos escritores buscavam reproduzir o primitivo
Evangelho oral, visto que os primeiros Evangelhos só foram escritos de 20 a 30 anos após a morte e
ressurreição de Jesus Cristo, estes se conservaram oralmente até serem escritos graças a assistência do
Espírito Santo, atuando na Sagrada Tradição Apostólica da Igreja, que se desenvolvia cada vez mais,
expandindo-se e convertendo os povos ao Cristianismo.
Não demorou para que os quatro Evangelhos, fossem constituídos pela Tradição Apostólica,
sendo universalmente reconhecidos e pela Igreja. Os Evangelhos de S. Marcos e S. Lucas foram escritos
respectivamente sob a influência de S. Pedro e S. Paulo.

“Os Evangelhos de Marcos e de Lucas foram escritos por companheiros dos apóstolos: Marcos, o
convertido de Pedro (cf. I Ped 5,13), e Lucas o amigo íntimo de Paulo (cf. At 20,5-6, etc). Papias
(130), Justino (falecido em 164), Irineu (180), e Orígenes, todos falam do Evangelho de Marcos,
como geralmente aceito, dizendo que tinha sido ditado e sancionado por Pedro. Irineu, Tertuliano e
Orígenes discorrem sobre o Evangelho de Lucas como sendo universalmente recebidos e sancionados por
Paulo ”. (História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo.1951,p.72)

Os Pais da Igreja Católica (S. Clemente de Roma, S. Policarpo de Esmirna, S. Inácio de


Antioquia, Hermas) citam os Evangelhos de tal maneira que indicam ser a autoridade dos Evangelhos
inteiramente reconhecida pela Igreja. Taciano (172 d.C.), discípulo de Justino Mártir25, fez a combinação
dos Evangelhos numa Harmonia chamada de Diatessaron, uma outra Harmonia foi feita por Amônio de
Alexandria, professor de Orígenes. S. Irineu que quando jovem, conheceu S. Policarpo que foi discípulo
do apóstolo S. João (evangelista), reconheceu a santa quaternidade dos escritos, testificando a aceitação
desses livros como inspirados por Deus.
S. Tertuliano da África, Atanásio de Alexandria, e Cirilo de Jerusalém confirmam ser os quatro
Evangelhos as verdadeiras narrativas evangélicas.
Aos Evangelhos foi acrescentado o Livro dos Atos dos Apóstolos por consenso geral, como o
segundo livro escrito por de Lucas.

“As fontes dos primeiros séculos confirmam a autenticidade do Novo Testamento. Vejamos apenas
uns poucos exemplos. Evangelho de Mateus - No ano 130 o Bispo Pápias, de Hierápolis na Frígia,
região da Ásia Menor, que foi uma das primeiras a ser evangelizada pelos Apóstolos, fala do
Evangelho de São Mateus dizendo: “Mateus, por sua parte, pôs em ordem os dizeres na língua
hebraica, e cada um depois os traduziu como pode” (Eusébio, História da Igreja III, 39,16). Quem
escreveu essas palavras foi o bispo Eusébio de Cesaréia na Palestina, quando por volta do ano 300
escreveu a primeira história da Igreja. Ele dá o testemunho histórico de Pápias. Note que Pápias
nasceu no primeiro século, isto é, no tempo dos próprios Apóstolos; S. João ainda era vivo. Portanto
este testemunho é inequívoco.
Outro testemunho importante sobre o Evangelho de Mateus é dado por Santo Irineu (f200), do
segundo século. Ele foi discípulo do grande bispo S. Policarpo de Esmirna, que foi discípulo de S. João
evangelista. S. Irineu na sua obra contra os hereges gnósticos, fala do Evangelho de Mateus, dizendo:
“Mateus compôs o Evangelho para os hebreus na sua língua, enquanto Pedro e Paulo em Roma
pregavam o Evangelho e fundavam a Igreja.”(Adv. Haereses II,
1,1).
Evangelho de São Marcos - É também o Bispo de Hierápolis, Pápias (f130) que dá o primeiro
testemunho do Evangelho de Marcos, conforme escreve Eusébio: “Marcos, intérprete de Pedro, escreveu
com exatidão, mas sem ordem, tudo aquilo que recordava das palavras e das ações do Senhor; não
tinha ouvido nem seguido o Senhor, mas, mais tarde..., Pedro. Ora, como Pedro ensinava, adaptando-
se às várias necessidades dos ouvintes, sem se preocupar em oferecer composição ordenada das sentenças
do Senhor, Marcos não nos enganou escrevendo

11
25 , ,
Nasceu em Naplusa, antiga Siquém em Israel, achou nos evangelhos "a única filosofia proveitosa", era filósofo e fundou
uma escola em Roma. Dedicou a sua Apologia ao imperador Romano Antonino Pio em 150 d.C. defendendo os cristãos. Foi
martirizado em Roma em 164 d.C. aproximadamente.
conforme recordava; tinha somente esta preocupação, nada negligenciar do que tinha ouvido, e nada
dizer de falso” (Eusébio, História da Igreja, III, 39,15).
Evangelho de São Lucas - O Prólogo do Evangelho de S. Lucas, usado comumente no século II,
dava testemunho deste Evangelho, ao dizer: “Lucas foi sírio de Antioquia, de profissão médica,
discípulos dos apóstolos, mais tarde seguiu Paulo até a confissão (martírio) deste, servindo
irrepreensivelmente o Senhor. Nunca teve esposa nem filhos; com oitenta e quatro anos morreu na
Bitínia, cheio do Espírito Santo. Já tendo sido escritos os evangelhos de Mateus, na Bitínia, e de
Marcos, na Itália, impelido pelo Espírito Santo, redigiu este Evangelho nas regiões da Acáia, dando a
saber logo no início que os outros Evangelhos já haviam sido escritos.”
Evangelho de São João — é Santo Ireneu (f202) que dá o seu testemunho:
“Enfim, João, o discípulo do Senhor, o mesmo que reclinou sobre o seu peito, publicou também o
Evangelho quando de sua estadia em Éfeso. Ora, todos esses homens legaram a seguinte doutrina: ...
Quem não lhes dá assentimento despreza os que tiveram parte com o Senhor, despreza o próprio
Senhor, despreza enfim o Pai; e assim se condena a si mesmo, pois resiste e se opõe à sua salvação — e
é o que fazem todos os hereges”. (Contra as heresias)” (Escola da Fé II — A Sagrada Escritura.
Lorena - SP. 2000, p.40-42)

As Cartas de S. Paulo gozam também, da mesma autoridade apostólica dos Evangelhos, treze
delas tem o seu nome, geralmente eram escritas através de alguém que a copiava para o apóstolo, sendo
uma testemunha legítima dos seus escritos, como no caso de Tércio, que redigiu a carta aos Romanos (cf.
Rom 16,22), nestes casos ele acrescentava a sua assinatura e saudação (cf. I Cor 16,21; Col 4,18). Suas
cartas eram enviadas por mensageiros particulares (cf. Rom 16,1; Ef 6,21; Fil 2,25; Col 4,7-8). Sabemos
pelos escritos dos Católicos S. Inácio, S. Policarpo, e S. Clemente de Roma que as Cartas de S. Paulo eram
consideradas como escrituras inspiradas e lidas com a Lei, os Profetas e os Evangelhos. Uma prova mais
remota aparece na II Carta de S. Pedro (cf. II Ped 3,15-16) onde se da às Cartas de S. Paulo, o nome de
Escrituras.
Uma carta de S. Clemente de Roma, do século I, dirigida a comunidade de Corinto, identifica-se
com o conteúdo da Carta aos Hebreus, que era admitida pelos antigos escritores da escola Alexandrina entre
os escritos inspirados do Novo Testamento, porém sobre o autor pairava dúvidas, Eusébio de Cesaréia
acreditava que a mesma tinha sido concebida por S. Paulo, mas redigida por outro, ou escrita por S. Paulo
em hebraico ou aramaico e traduzida por um especialista em grego. Orígenes concluiu que “os pensamentos
são do apóstolo (S. Paulo), mas que a redigiu só Deus sabe”.
Quanto aos livros restantes referentes ao Novo Testamento, foram chamados de
antilegúmenos, ou seja, não admitidos por todos, sendo classificados também como deuterocanônicos,
visto que a sua canonicidade só foi atestada numa época posterior aos dos outros livros do Novo
Testamento acima citados. Estes livros foram sendo introduzidos no Cânon pouco a pouco, de modo que
no princípio do século IV, toda a Igreja Católica já os reconhecia como inspirados por Deus.
Houve dúvidas se os escritos de Tiago10, Pedro11 João e Judas12 teriam sido escritos por eles,

10Foi o primeiro Bispo de Jerusalém depois da dispersão dos Apóstolos, é o autor da Epístola Católica que leva o seu nome. Foi
morto no Templo por instigação do Sumo Sacerdote Anás II, sendo lançado de uma galeria e espancado até a morte em 62 d.C.
11
Sobre a I Pedro: O autor da epístola é sem dúvida, S. Pedro, o príncipes dos Apóstolos, que então se encontrava em Roma e
daí (cf. I Ped 5,13) escreveu aos longínquos fiéis da Asia, embora não tenham sido convertidos por ele (cf. II Ped 3,2),
servindo-se de Silvano (cf. I Ped 5,12), como escrivão, e talvez como redator da epístola, notável não só pela força do
pensamento, como também por que exarada em excelente grego. Desde que se formou o cânon escriturístico do Novo
Testamento, a presente epístola foi incluída nele. Sobre a II Pedro: Nos séculos II e III, a II Pedro era pouco conhecida, ao
menos fora do Egito, e a sua canonicidade, ou caráter sagrado, era posto em dúvida, quando não negada. Mas no século IV
passou a ser bem mais conhecida no Ocidente e, simultaneamente, foram-se desvanecendo as dUvidas a respeito do seu valor
de livro sagrado. Entre o IV e V século ocupou um lugar definitivo no cânon das Igrejas da Europa e da África, enquanto que na
Síria continuou a ser ignorada por mais alguns séculos. O mesmo não se deu com o reconhecimento da sua autenticidade...S.
Pedro é verdadeiramente o seu autor. S.Jerônimo não registrava senão os fatos quando afirmava, que no ano 392, que Pedro
"escreveu duas epístolas denominadas católicas, a segunda das quais muitos afirmam não ser de sua autoria, por que (foi)

12
visto que muitas composições falsas surgiam com os nomes dos apóstolos, como pode ser observado pelo
ensino apostólico (cf. II Tess 2,1-2; I Joa 4,1).
“Ao lado do grande epistolário paulino, outras sete epístolas de apóstolos (uma de Tiago, duas de
Pedro, três de João e uma de Judas) constituem grupo à parte no cânon do Novo testamento. Desde os
primeiros séculos foram denominadas tanto em grupo como individualmente, católicas, isto é,
“universais”... Entre os latinos, foram também chamadas epístolas “canônicas”, talvez como protesto
da fé no seu caráter de livros sagrados, que a maior parte delas foi reconhecido em era muito tardia. De
fato, somente a primeira de Pedro e a primeira de João foram, desde o princípio, consideradas sem
contestações nas Igrejas, como inspirados e, portanto, canônicas. Todas as outras, umas mais outras
menos, encontraram oposição em diversos tempos e lugares (Eusébio. Ecles., III, 25, 1-3). No
Ocidente, o grupo encontra-se já constituído em sua integridade e autoridade canônica, no princípio do
século IV (Concílio Plenário da África; Papa Inocêncio I, 405). Nas Igrejas orientais não antes dos
séculos VI e VII”. (Bíblia Sagrada. São Paulo. 1982, p.1318)

OS PRIMEIROS CATÁLOGOS DO NOVO TESTAMENTO

Do ano 200 d.C. ao ano 400 d.C. graças aos Católicos, publicaram-se aproximadamente quinze
ou dezesseis catálogos de livros do Novo Testamento, vejamos alguns:

^ O Fragmento Muratoriano ou Cânon de Muratori — É o mais antigo documento sobre o Cânon


do Novo Testamento, escrito por volta do ano 150 d.C. Uma cópia do original, datada
do século VIII, foi descoberta pelo padre Italiano Ludovico Antônio Muratori em 1740
na Livraria Ambrosiana, em Milão. Fala do Papa Pio I, (bispo de Roma de 143 a 155
d.C.) irmão de Hermas, como se fosse contemporâneo. O fragmento traduzido do
grego principia por Lucas como “terceiro Evangelho”, subentendendo os outros dois e
cita todos os livros do Novo Testamento, com exceção das cartas: Hebreus, Tiago, I e
II Pedro e II e III de João. Pelo manuscrito pode-se distinguir os livros que eram lidos
publicamente na Igreja, os que algumas pessoas queriam que fossem lidos, os
desprezados e os que eram lidos particularmente. (cf. Anexo I ).

^ S. Clemente de Alexandria (\ 215 d.C.) — (segundo Eusébio de Cesaréia) No princípio do


século III, faz a distinção entre “o Ecvangelho” e “o Apóstolo”, reconhece quatorze
Cartas de S. Paulo, inclusive “Hebreus”, omite as Cartas de
Tiago, II Pedro e III João.
^ Orígenes (f 254 d.C.) — (segundo Eusébio de Cesaréia), lista do todos os livros do Novo Testamento,
exceto as Cartas de Tiago e Judas, aos quais se refere em outra parte.

^ Eusébio Panfílio — (315 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento, relata porém que há
contestação da parte de alguns a respeito das Cartas de Tiago, Judas, II Pedro, II e III João.

y S. Atanássio (f 337 d.C) - (315 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento. Fala da obra O Pastor de
Hermas, como útil, mas não como canônico.

^ S. Cirilo de Jerusalém (f 386 d.C) — (315 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento, exceto o

lavrada em estilo diferente da primeira (De viris III.c.1). Partilhando da opinião de que ambas eram genuínas, ele (S.Jerônimo)
explica as diversidades de linguagem e de estilo pelo fato de S. Pedro ter ditado a dois tradutores ou redatores gregos diversos
(Carta 120, a Edibia,c.9)
12
Esta curta epístola encontrava-se já no século II, segundo o testemunho do cânon Mutratoriano, incluída no cânon
escriturístico da Igreja de Roma. Não faltou já então, e mais ainda depois, quem pusesse em duvida ou negasse principalmente
sua canonicidade como atesta S. Jerônimo (De Vir. Ill., IV), por causa da citação do livro apócrifo de Henoque (cf. v.14-15).
Prevaleceu, porém o uso antigo e a autoridade da Igreja, segundo testemunho do mesmo S. Jerônimo, e bem cedo as
oposições cessaram no Ocidente e mais tarde também no Oriente.

13
Apocalipse de S. João, os livros contestados de que fala Eusébio já são neste tempo geralmente
aceitos.

^ Concílio de Laodicéia — (364 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento, com exceção do
Apocalipse.

^ Epifânio de Salamis — (370 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento.

^ Gregório Na%ianzeno (f 389 d.C.) — (375 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento, menos o
Apocalipse.

^ Anfilóquio de Icônio — (380 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento, mas diz que a maioria
exclui o Apocalipse.

^ Filástrio de Brésáa — (380 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento, menciona treze Cartas de
S. Paulo e a Carta aos Hebreus, dizendo sobre a mesma, que alguns duvidam que seja de autoria de
S. Paulo, diz também que outros negam que sejam de S. João o Evangelho e o Apocalipse.

^ Concílio de Catargo II — (397 d.C.) Foi um Concílio regional da Igreja, ao qual S. Agostinho (f 430 d.C.)
assistiu, cita todos os livros do Novo Testamento, sendo as atas deste Concílio muito importantes
pelo seu testemunho histórico.

^ S. Jerônimo (f 420 d.C.) — (382 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento, diz que a Carta aos
Hebreus é colocada por muitos fora dos escritos de S. Paulo.

^ Rufino de Aquiléia — (390 d.C.) Lista do todos os livros do Novo Testamento.

^ S. Agostinho (f 430 d.C.) — Lista do todos os livros do Novo Testamento, refere- se à Carta aos Hebreus
como sendo de S. Paulo.

^ S. João Crisóstomo (f 407 d.C.) — Numa sinopse que lhe atribuem, enumera quatorze Cartas de S. Paulo, os
quatro Evangelhos, os Atos dos Apóstolos e três Epístolas Católicas, omitindo o restante dos livros.

14
Apócrifos referentes ao Novo Testamento rejeitados pela Igreja Católica:
OS MANUSCRITOS DO NOVO TESTAMENTO

Os mais antigos manuscritos dos textos do Novo Testamento eram escritos em papiro, um
material frágil, que se estragava com o manuseio e que somente se conservava em condições excepcionais
de um clima seco como o do Egito.
Existem pedaços dos Evangelhos e Epístolas em papiro, encontrados na grande quantidade de
manuscritos do Egito. Foram encontrados fragmentos de Evangelho S. Mateus (Mat 1,1-9.12.14-20), do
Evangelho de S. João (Joa 1,23-31.33-41; 20,11-17.19-25) pelos exploradores Grenfell e Hunt em
Oxyrhynehus, a 120 milhas ao sul do Cairo, no Egito. O fragmento de Mateus está na Biblioteca da
Universidade da Pensilvânia, o de João esta no Museu Britânico. Pelos mesmos exploradores também
foram encontrados a Logia ou Paavras de Nosso Senhor, que muito provavelmente foi copiada no ano 200
d.C.
No século IV d.C. os papiros foram substituídos pelos pergaminhos, dando aos manuscritos
uma maior durabilidade e permanência. A Conversão de Constantino ao Cristianismo, fez com que
houvesse uma cuidadosa e brilhante produção de escritos cristãos. Os códice (“codex” palavra derivada de
Caudex, é uma tabuinha geralmente coberta de cera, na qual se escrevia com um ponteiro de ferro,
chamado stylus ) foram adotados no lugar dos rolos, e assim pela primeira vez, as escrituras do Novo
Testamento, puderam ser convenientemente ajuntadas num único volume. Os códices eram reunidos por
um cordel, que passava por orifícios feitos no alto dos exemplares à esquerda, ficando desse modo com
forma de livro, ao contrário das volumina ou rolos. Todos os manuscritos que tivessem esta forma eram
chamados de “códice,”como as tabuinhas eram muito usadas para fins jurídicos, chama-se código a um
sistema de leis.
Eusébio (f 339 d.C.) afirma em seu livro Vida de Constantino que o Imperador mandou fazer
cinqüenta exemplares das Escrituras em pergaminho, para as Igrejas de sua nova capital. Dois desses
exemplares talvez existam no Códice Vaticano B e no manuscrito Sinaítico.
Quando o pergaminho se tornou muito caro para o copista, as palavras eram muitas vezes
lavadas e raspadas, para se escrever outra coisa, esse tipo de manuscrito era chamado de “codex rescriptus”
ou “Palimpsesto,”do grego, “raspado de novo”. Algumas vezes acontecia que a raspadura não era completa,
ou que a tinta do original se tornava tão estável que o velho escrito reaparecia. Temos como exemplo o
Códice Ephraemi (C), sobre o qual falaremos a seguir.
Os manuscritos do Novo Testamento acham-se divididos em duas classes, a Uncial (provém de
“uncia”, polegada em latim), escritas em letras maiúsculas, e a Cursiva, escritas em letras minúsculas.
Nos primeiros séculos o Novo Testamento estava dividido em três partes: os Evangelhos, as
Epístolas e os Atos dos Apóstolos e o Apocalipse. No século III d.C. os evangelhos foram divididos em duas
espécies de “capítulos”: os maiores eram os resumos e os menores capítulos, estas divisões foram
introduzidas por primitivamente por Amônio e por isso chamadas de divisões amonianas. No século IV d.C.
já eram usadas nos Evangelhos, sendo adaptadas por Eusébio em suas “tábuas de referência”, conhecidos de
“cânones de Eusébio”.
No ano de 459 d.C. Eutálio, diácono de Alexandria, publicou uma edição das Cartas de S.
Paulo, divididas em “capítulos”, segundo as divisões amonianas, do mesmo modo, dividiu ele em 490 d.C. as
Epístolas Católicas e os Atos dos Apóstolos. Ele próprio afirma que pôs acentos nos manuscritos, copiados
por ele, costume que não se generalizou até o século VIII d.C.
A moderna divisão em capítulos é atribuída aos católicos cardeal Estevão Langton (f 1228), no
início do século XIII d.C. na Universidade de Paris, mais tarde no século XVI d.C. os mesmos capítulos
foram divididos em versículos numerados por Sante Pagnine, para o Antigo Testamento (1528) e por
Roberto Estevão, para o Novo Testamento (1551).

São conhecidos aproximadamente 5.236 manuscritos13 do texto original em grego do Novo

29
Todos estes manuscritos, sao fruto de copistas Catolicos.

15
Testamento, sendo 266 códices unáais, 2.754 códices cursivos, 81 papiros e 2.135 lecionários, comprovadamente
autênticos pelos mais renomados pesquisadores e especialistas do mundo.

OS PRINCIPAIS MANUSCRITOS UNCIAIS

São os principais códices que se conservaram, servindo para que se possa conhecer os nomes,
as datas e o valor comparativo dos principais exemplares do texto sagrado. Segundo S. Agostinho em sua
obra De doctrina Cristiana “O primeiro cuidado de quem quer entender a Divina Escritura deve ser o de corrigir os
códices”.

♦♦♦ (N) Alef — Sinaíticus (Aleph 01) — Foi descoberto no convento de Sta. Catarina, no
monte Sinai em 1859, pertence ao século IV d.C. Contém o Antigo Testamento grego
e todo Novo Testamento, além das Epístolas de Barnabé e uma parte do Pastor de
Hermas. Está no Museu Britânico desde 1933.

♦♦♦ (A) Alexandrinus (A02 Alexandrino) — Foi oferecido ao Rei Carlos I da Inglaterra, por
Cirilo Lucar, o Patriarca de Constantinopla em 1627. Pertence ao século V d.C.
Contém o Velho Testamento grego, e o Novo Testamento desde Mateus 25,6 havendo
algumas falhas (João 6,50 - 8,1-52; II Coríntios 4,13 — 12,1-6), contém também a
Primeira Epístola de Clemente de Roma, com uma pequena parte da segunda (uma
homilia). Está no Museu Britânico.

♦♦♦ (B) Vaticanus (B03 Vaticano) — Foi colocado na Livraria do Vaticano em Roma, pelo
Papa Nicolau V (1447-1455). Pertence ao século IV d.C. Contém o Velho Testamento
em Grego com omissões, e o Novo Testamento até Hebreus (Heb
9,14) ,contém as Epístolas Católicas mas faltam as Pastorais (I e II Timóteo e
Tito), Filemon e o Apocalipse. Uma edição foi publicada em 1857 pelo cardeal Mai,
por ordem do Papa Pio IX (1846-1878).

♦♦♦ (C) Ephraemi (C04 Efrém rescrito) — É um palimpsesto (codex rescriptus), resultante de
terem sido diversas obras de Ephraem da Síria copiadas sobre o texto original no
século XII d.C. Felizmente a tinta do último copista era de menor duração e qualidade
que a do primeiro, foi escrito no século V d.C. muito provavelmente no Egito. Contém
fragmentos do Velho Testamento e todos os livros do Novo Testamento com grandes
omissões, à exceção da II Tessalonicences e da II João. Está na Biblioteca Nacional de
Paris.

♦♦♦ (D) Bezae (D05 Beza) — É um manuscrito em grego e latim, em colunas paralelas, foi
descoberto no mosteiro de S. Irineu em Lyão, e oferecido à universidade de
Cambridge, em 1581 por Teodoro Beza. Foi escrito no princípio do século VI d.C.
Contém com algumas omissões os Evangelhos e os Atos dos Apóstolos. É notável
pelos seus desvios do texto comum e pelas edições.

♦♦♦ (D2) Cloromontanus (D06 Claromantano) — Foi descoberto em Clermont, próximo de


Beauvais, donde lhe deriva seu nome. Foi escrito no século VI d.C. Está escrito em
grego e latim como o códice Bezae, sendo um suplemento deste, pois contém as Cartas
de S. Paulo com omissões, e a Carta aos Hebreus, sendo estes os únicos livros do Novo
Testamento que se encontram. Pode-se perceber no manuscrito, o trabalho de vários
copistas posteriores. Está na Biblioteca Nacional de Paris.

Esses seis códices descritos acima formam a lista dos unciais de primeira classe. Citaremos alguns
que apesar de parciais e incompletos são de grande valor e oferecem sugestivas leituras e um bom estudo:
30

16
♦♦♦ Codex Basiliensis (E) — Pertence ao século VII/VIII d.C. trazido provavelmente de
Constantinopla para Basiléia pelo Cardeal J.B. Ragúsio em 1431. Contém os Evangelhos
quase completos.

♦♦♦ Codex Regius (L) - Pertence ao século VIII d.C., está na Biblioteca Nacional de Paris.
Contém os Evangelhos com omissões, é valioso por se ver nele, a dupla conclusão do
Evangelho de Marcos.

♦♦♦ Codex Zacynthius — É umpalimpsesto de Zanete, oferecido pelo general Macaulay à


Sociedade Bíblica de Londres em 1821, onde se encontra guardado em sua biblioteca.
Contém a maior parte do Evangelho de Lucas, com comentários.

♦♦♦ Codex Augiensis - Pertence ao século IX d.C, existente no Trinity College, Cambridge
(F), vindo do mosteiro de Augia Dives (Reichenau) no Lago de Constança. Contém a
maior parte das Epístolas Paulinas, com a versão Latina.

♦♦♦ Manuscrito da Biblioteca Bodleiana de Oxford (T ) - Digno de citação, por ser um


manuscritos muito antigo com data explicita ( 844 d.C.).

♦♦♦ Manuscrito Roma (S) — Existente na Biblioteca do Vaticano, também digno de citação,
por ser um manuscritos muito antigo com data explicita ( 949 d.C.).

OS MANUSCRITOS CURSIVOS

Com o aumento da procura por manuscritos dos textos do Novo Testamento ao longo dos
séculos, era necessário o emprego de uma forma de escrita com letra menor e mais fácil. Dessa forma foi
introduzida a “letra corrente” ou cursiva que já era empregada nas correspondências sociais e comerciais.
Durante quase dois séculos. Usou-se o uncial e o cursivo, mas pouco a pouco foi prevalecendo o cursivo.
Foi com essa letra que nos chegaram a maioria dos manuscritos do Novo Testamento, que começaram a
ser escritos de forma cursiva do século IX d.C. até a invenção da Imprensa no século XV d.C. Eram
empregados, o papel e o pergaminho que variavam muito na duração e forma.
OS PAPIROS

São antiqüíssimos testemunhos do texto original do Novo Testamento, com alguns remontando
ao ano 200 d.C. Segundo o teólogo Felipe Aquino alguns eles estão distribuídos da seguinte forma:

N°14 CONTEÚDO LOCAL DATA (Século)


P1 Evangelhos Filadélfia III
P2 Evangelhos Florença VI
P3 Evangelhos Viena VI-VII
P4 Evangelhos Paris III
P5 Evangelhos Londres III
P6 Evangelhos Estrasburgo IV
P7 Atos dos Apóstolos Berlim IV
FONTE: Escola da Fé II — A Sagrada Escritura. Lorena - SP. 2000, p.38

Sigla do Papiro (Exemplo: Papiro 1).

17
OS LECIONÁRIOS

Os Lecionários são coleções dos Evangelhos e Epístolas, para a leitura nas celebrações da Igreja
Católica, desde os primórdios do cristianismo. São escritos com especial cuidado, com caracteres grandes e
claros. Não existe testemunho mais valioso dos textos Sagrados para a mesma época em que foram escritos
nos Lecionários. Dos chamados Evangelistaria, que são lições dos Evangelhos, existem mais de mil
exemplares. Dos Praxapostoli que são lições dos Atos dos Apóstolos e Epístolas, conhecem-se
aproximadamente três mil exemplares. Todos estes Leaonários são de grande importância para o estudo do
texto original das Sagradas Escrituras.
AS CITAÇÕES DOS PRIMEIROS CRISTÃOS

As citações dos primeiros cristãos referindo-se aos textos do Novo Testamento,(como algumas
vezes já foram utilizadas nesta pesquisa) são de suma importância, como testemunho a respeito do Cânon
Bíblico. Encontram-se na História, diversas citações dos Católicos: Clemente de Roma (f 102 d.C.), Taciano
(f172 d.C.), Justino Mártir (\164 d.C.), Clemente de Alexandria (f 215 d.C.), Orígenes (f 254 d.C.),
Tertuliano (f220 d.C.), Cipriano (\258 d.C.), Ambrósio (f397 d.C.) e Agostinho (f430 d.C.) entre outros.

QUADRO COMPARATIVO DE CITAÇÕES


Cristão Evangelho Atos dos Epístolas Epístolas Apocalipse Total
Apóstolos Católicas Paulinas
Justino Mártir 268 10 63 43 3 387
Irineu 1.038 194 23 499 65 1.819
Clemente de Alexan. 1.017 44 207 1.127 11 2.406
Orígenes 9.231 349 399 7.778 165 17.922
TOTAL GERAL 11.554 597 692 9.447 244 22.534
Adaptado de: História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo.1951, p.47

O quadro15 que se segue (o quadro está na página seguinte, para melhor visualização), mostra os
principais escritores eclesiásticos católicos dos primeiros quatro séculos do Cristianismo, entre outros, que
direta ou indiretamente aceitavam o Cânon do Novo Testamento, em sua totalidade ou em suas diversas
partes.
Legenda:

(f) — Data da morte do escritor.


(♦) — Tempo em que mais ou menos floresceu o escritor ou o escrito.
(*) — Autor de um catálogo.

30
15
Adaptado de: História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo.1951, p.47

18
Novo Testamento citado como Citado, interpretado e comentado Seitas que apelaram para o Novo
autêntico, uma coleção distinta como tendo particular autoridade, ou Testamento
como Divino
SECULO I
Epístola de Barnabé Barnabé -
Hermas, Pastor — f 160 Hermas
Clemente de Roma — f 102 Clemente
Inácio
Policarpo — f 156 Policarpo
SÉCULO II
Quadratus — ♦ 130 - Basilides, Alex — ♦ 122
Papias — f 163 - Valentino, Roma — ♦ 140
Dionísio de Coríntio — f 163 Dionísio Setites, Egito — ♦ 140
Justino Mártir — f Justino Mártir Carpocracianos, Alex — ♦ 145
Melito — ♦ 180 - Marcião — ♦ 150
Hegesipo — f 175 - Montanistas — ♦ 157
Antenágoras — f 180 Taciano — f 172 Eucratistes — ♦ 165
Teófilo — f 180 Teófilo Celso — ♦ 178
* Muratoriáno — ♦ 150 Irineu Teodoto — ♦ 193
Irineu — f 202. - Artemon — ♦ 193
SÉCULO III
Cipriano — f 258 Amônio de Alexandria — ^200-35 Hernógenes, Catargo — f 203
* Orígenes — f 254 Cipriano Novaciano, Roma — f 251
* Clemente de Alexandria — f 215 Orígenes -
Tertuliano — f 220 Clemente Sabelianos do Egito — ♦ 258
Minúcio Félix — ♦ 220 Tertuliano Paulo de Samosata — ♦ 265
Dionísio Alex — f 265 - Maniqueu, Pérsia — ♦ 274
Comodiano — ♦ 270 Dionísio -
Vitórino de Petávio — ♦ 290 Hipólito — f 234 Porfírio, Roma — ♦ 305
Lactâncio — f 325 Vitorino Luciano — f 312
* Eusébio de Cesaréia — f 339 - -
SÉCULO IV
Eusébio de Nicomédia — ♦ 335 - Arianos — ♦ 318
Apolinário, Laodicéia — ♦ 362 - Donatistas — ♦ 328
Concílio de Laodicéia — ♦ 363 - Imperador Julialo — ^365
Damaso, Roma — f 367 - -
Hilário de Pointers — f 367 - -
Atanásio — f 373 Atanásio -
* Anfilóquio de Icônio — f 380 Efraím, Sírio — f 378 Priscilianistas — ♦ 378
* Cirilo de Jerusalém — f 386 Basílio, Cesaréia — f 379 Apolinaristas — ^378
* Filástrio — f 387 - -
* Gregório Nazianzeno — f 389 Gregório Nazianzeno -
Dídimo, Alexandria — f 396 - -
Ambrósio de Milão — f 397 Ambrosio -
* Sínodo de Catargo — f 397 - -
* Epifânio, Chipre — f403 Epifânio -
* João Crisóstomo — f 407 Paládio — ♦ 407 Pelagianos — M10
* Jerônimo — f 420 Jerônimo -
* Agostinho — f 430 - -
Rufino — f 410 - -

19
A LÍNGUA DO NOVO TESTAMENTO

“O Novo Testamento Inteiro foi escrito em grego; só o Evangelho de Mateus, conforme testemunho de antigos teve
uma primeira redação em aramaico, a qual, porém se perdeu sem deixar vestígios; em lugar dela temos uma
tradução, ou melhor, uma redação grega” (Bíblia Sagrada. São Paulo. 1982, p.8)

O grego das escrituras foi escritos por helenistas, judeus que falavam grego, mas o seu pensamento era
formado segundo o original Hebraico e suam mente estava voltada para a linguagem da Versão dos LXX das
escrituras judaicas . A língua grega é uma mistura de dialetos, cujos principais são o dórico e o jônico.
O dialeto dórico foi o primeiro pela sua antiguidade e influência, é áspero e de som extenso. Já o dialeto
jônico que foi o segundo quanto ao tempo, era notável pela doçura e suavidade, foi primeiramente utilizado na Ática
e posteriormente na Ásia Menor.
Com a conquista da Grécia, por Felipe da Macedônia, foram-se confundindo os dialetos e formou-se o
Helênico (“dialeto comum”) cuja base era o Ático. Com as conquistas de Alexandre Magno e a fusão de diferentes
povos, acabaram por produzir mais modificações no dialeto, os idiomas macedônico e alexandrino tornaram-se comum
na Grécia, no Egito e no Oriente.
Em Alexandria, residiam muitos judeus e lá foi onde se fez a Versão dos LXX, sendo judeus os escritores,
o grego alexandrino que eles falavam foi modificado a ponto de compreender pensamentos e expressões idiomáticas
hebraicas. É esta, a linguagem do Novo Testamento, helenística ou mais propriamente grego-hebraica. Uma mistura de
dialetos, modificados por judeus de Alexandria e da Palestina. Por isso que se encontram palavras e frases, vindos
de diversas fontes, como do aramaico, do latim, do persa e do egípcio. Existem também palavras que em sua ortografia,
forma, flexão e gênero são particulares a antigos dialetos que não se usou no helênico. E por fim temos também
palavras e expressões de sentido propriamente judaico e cristão.
Podem se ver expressões aramaicas em S. Marcos (cf. Mac 14,36; 3,17), nos Atos dos Apóstolos (cf. At
1,19), em S. Mateus (cf. Mat 5,22), palavr^as latinas em S. Mateus (cf. 5,26; 10,29; 17,25; 18,28; 26,53; 27,27.65), S.
Marcos (cf. Mac 15,39), S. Lucas (cf. Luc 19,20), S. João (cf. Joa
2,15) , nos Atos dos Apóstolos (cf. At 19,12), frases latinas em S. Mateus (cf. Mat 12,14), S. Marcos (cf. Mac 15,15),
S. Lucas (cf. Luc 12,58), nos Atos dos Apóstolos (cf. At 17,9), expressões pérsicas em S. Mateus (cf. Mat 2,1; 5,41;
27,32), S. Marcos (cf. Mac 15,21), S. Lucas (cf. Luc 23,43), nos Atos dos Apóstolos (cf. At 8,27) e expressões egípáas
em S. Mateus (cf. Mat 27,50) e S. Lucas (cf. Luc 16,19).

A INSPIRAÇÃO E A ORIGINALIDADE DO TEXTO

“As coisas reveladas por Deus, que se encontram e manifestam na Sagrada Escritura, foram escritas por
inspiração do Espírito Santo. De fato a Igreja, por fé apostólica, considera como sagrados e canônicos os livros
inteiros tanto do Antigo como do Novo Testamento, com todas as suas partes, por que tendo sido escritos por
inspiração do Espírito Santo (f. Jo 30,31; II Tim 3,16; II Ped 1,19-21; 3,15-16), tem a Deus por autor e
como tais foram confiados à própria Igreja. Todavia para escrever os Livros sagrados, Deus escolheu homens, que
utilizou na posse de faculdades e capacidades que tinham, para que agindo Deus neles e por meios deles, pusessem
por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e sé aquilo que Ele quisesse.” (Bíblia Sagrada. São Paulo.
1982, p.9)

A Igreja Católica, sempre afirmou que a inspiração da Bíblia, partiu de Deus, através do Espírito Santo,
agindo no autor bíblico (hagiógrafo) que utilizava de suas faculdades para escrever. Por tanto, coexistem na
escritura elementos divinos e humanos, é um livro que expressa a revelação de Deus, utilizando-se da maneira humana
de se expressar.

“A inspiração Bíblica, segundo o conceito Católico, não é uma moção mecânica, nem um ditado como se o autor
humano fosse passivo e nada de próprio assentasse no Livro inspirado...Antes de tudo, a inspiração é uma luz
intelectual, que, ou descobre ao homem aquilo quer antes ignorava (e então tem-se a revelação) ou com novo

20
esplendor lhe apresenta aquilo que já sabia... A ação inspiradora estende-se a todas as faculdades do homem, a
todas as suas ações empregadas ao escrever, até à redação completa...Dai segue que a inspiração não suprime nem
atenua a personalidade do escritor humano, e nos vários livros da Bíblia, pode-se ver refletida a índole e o estilo de
cada autor”. (Bíblia Sagrada. São Paulo. 1982, p.10)

No que diz respeito à originalidade dos escritos Bíblicos, sabemos que nenhum autógrafo, tal qual saíram
das mãos do autor bíblico, chegou até nós. Porém a “substância do depósito da fé” foi magnificamente conservada por
Deus, mantendo a revelação divina inalterada mesmo nas cópias que nos legaram o texto que hoje possuímos.

“Ainda que em geral possamos estar certos de que possuímos substancialmente os livros como eles foram escritos,
não tendo sido obscurecida uma promessa, não tendo sido alterada uma verdade, e ainda pelo menos a contar do
fim do primeiro século, a pureza da letra tenha sido miraculosamente preservada, temos de contentar-nos com a
posse dum tesouro que não corresponde perfeitamente aos autógrafos sagrados. As imperfeições da letra podem
levar-nos a considerar o espírito do texto, indo das palavras para a Palavra, que permanece inabalável e cresce em
significado através dos tempos”. (História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo.1951, p.28)

Segundo os mais exigentes críticos do século IXX, os eruditos ingleses de Cambridge, Brook Foss
Westcott e Fenton Jhon Anthony Hort (Westcott e Hort), que em 1881, publicaram
o livro The New Testament In The Orginal Greek — Vol I e II, contendo a teoria e o método da crítica textual., existem no
Novo Testamento, mais de 150.000 (cento e cinqüenta mil) palavras, com mais de 250.000 (duzentos e cinqüenta
mil) variantes, que são na maioria minúcias que não atingem absolutamente o sentido. Assim sendo “sete oitavas de
todo o Novo Testamento são transmitidos sem variantes, quanto às variantes, somente a milésima parte atinge o sentido, e só umas
vinte assumem verdadeira importância, nenhuma atinge alguma verdade de fé”. Desta forma, conclui-se categoricamente que o
texto genuíno do Novo Testamento é assegurado na substância e em quase todas as minuciosas particularidades.

CONCLUSÃO

“Eu aprendi a venerar os livros da Escritura que chamamos canônicos. Quanto aos outros, quando os
leio não penso que seja verdadeiro o que dizem, porque o dizem, mas por que me puderam convencer,
ou pelos autores inspirados ou por alguma razão especial, de que não se desviaram da verdade”
Santo Agostinho (f 430 d.C.)

Sem dúvidas, a participação da Igreja Católica Apostólica Romana no processo de formação,


definição e conservação do Cânon Bíblico, foi essencial para hoje podermos dispor da Palavra de Deus — a Bíblia..
Sem a ação Divina através da Igreja, não teríamos como saber quais seriam os livros da Bíblia e
nem o texto original teria resistido incorruptível ao longo dos séculos.

“Na Sagrada Escritura, salva sempre a verdade e a santidade de Deus, manifesta-se a admirável
condescendência da eterna Sabedoria, para nos levar a conhecer a inefável benignidade de Deus e a
grande acomodação que usou nas palavras, tomando antecipadamente cuidado da nossa natureza”
São João Crisóstomo (f 407 d.C.)

Deus quis e utilizou a Igreja, para conservar intacta e transmitir ao mundo sem erro, a sua
Revelação.

21
SÉCULO II/III - A PRIMEIRA ESCOLA DA BÍBLIA:

TRADUÇÃO DO CANON DE MURATÓRI

...aos quais esteve presente e assim o fez. O terceiro livro do Evangelho é o de Lucas. Este Lucas,
médico que depois da ascensão de Cristo foi levado por Paulo em suas viagens, escreveu sob seu nome as
coisas que ouviu, uma vez que não chegou a conhecer o Senhor pessoalmente, e assim, à medida que
tomava conhecimento, começou sua narrativa a partir do nascimento de João. O quarto Evangelho é o de
João, um dos discípulos. Questionado por seus condiscípulos e bispos, disse: “Andai comigo durante três
dias a partir de hoje e que cada um de nós conte aos demais aquilo que lhe for revelado”. Naquela mesma
noite foi revelado a André, um dos apóstolos, que, de conformidade com todos, João escrevera em seu
nome. Assim, ainda que pareça que ensinem coisas distintas nestes distintos Evangelhos, a fé dos fiéis não
difere, já que o mesmo Espírito inspira para que todos se contentem sobre o nascimento, paixão e
ressurreição [de Cristo], assim como sua permanência com os discípulos e sobre suas duas vindas
depreciada e humilde na primeira (que já ocorreu) e gloriosa, com magnífico poder, na segunda (que ainda
ocorrerá). Portanto, o que há de estranho que João frequentemente afirme cada coisa em suas epístolas
dizendo: “O que vimos com nossos olhos e ouvimos com nossos ouvidos e nossas mãos tocaram, isto o
escrevemos?” Com isso, professa ser testemunha, não apenas do que viu e ouviu, mas também escritor de
todas as maravilhas do Senhor. Os Atos foram escritos em um só livro. Lucas narra ao bom Teófilo
aquilo que se sucedeu em sua presença, ainda que fale bem por alto da paixão de Pedro e da viagem que
Paulo realizou de Roma até a Espanha. Quanto às epístolas de Paulo, por causa do lugar ou pela ocasião
em que foram escritas elas mesmas o dizem àqueles que querem entender: em primeiro lugar, a dos
Coríntios, proibindo a heresia do cisma; depois, a dos Gálatas, que trata da circuncisão; aos Romanos
escreveu mais extensamente, demonstrando que as Escrituras têm como princípio o próprio Cristo. Não
precisamos discutir sobre cada uma delas, já que o mesmo bem-aventurado apóstolo Paulo escreveu
somente a sete igrejas, como fizera o seu predecessor João, nesta ordem: a primeira, aos Coríntios; a
segunda, aos Efésios; a terceira, aos Filipenses; a quarta, aos Colossenses; a quinta, aos Gálatas; a sexta,
aos Tessalonicenses; e a sétima, aos Romanos. E, ainda que escreva duas vezes aos Coríntios e aos
Tessalonicenses, para sua correção, reconhecesse que existe apenas uma Igreja difundida por toda a terra,
pois da mesma forma João, no Apocalipse, ainda que escreva a sete igrejas, está falando para todas. Além
disso, são tidas como sagradas uma [epístola] a Filemon, uma a Tito e duas a Timóteo; ainda que sejam
filhas de um afeto e amor pessoal, servem à honra da Igreja Católica e à ordenação da disciplina
eclesiástica. Correm também uma carta aos Laodicenses e outra aos Alexandrinos, atribuídas [falsamente]
a Paulo, mas que servem para favorecer a heresia de Marcião, e muitos outros escritos que não podem ser
recebidos pela Igreja católica porque não convém misturar o fel com o mel. Entre os escritos católicos, se
contam uma epístola de Judas e duas do referido João, além da Sabedoria escrita por amigos de Salomão
em honra do mesmo. Quanto aos apocalipses, recebemos dois: o de João e o de Pedro; mas, quanto a este
último, alguns dos nossos não querem que seja lido na Igreja. Recentemente, em nossos dias, Hermas
escreveu em Roma “O Pastor”, sendo que o seu irmão, Pio, ocupa a Cátedra de Bispo da Igreja de Roma.
É, então, conveniente que seja lido, ainda que não publicamente ao povo da Igreja, nem aos Profetas cujo
número já está completo , nem aos Apóstolos por ter terminado o seu tempo. De Arsênio, Valentino e
Melcíades não recebemos absolutamente nada; estes também escreveram um novo livro de Salmos para
Marcião, juntamente com Basíledes da Ásia...

FONTE: www.cleofas.com.br. Acesso em 05/06/2002.

22
Traduções.

50 - 55 d.C. - O PRIMEIRO EVANGELHO FOI ESCRITO:

S. Mateus, um dos doze apóstolos de Cristo, mártir da fé, escreve o primeiro evangelho da vida de Cristo em aramaico.
Este evangelho seria seguido por três outros evangelhos escritos em grego. O Evangelho de S. Marcos (64 d.C.), o Evangelho de
S. Lucas (63 ou 64 d.C.) e o Evangelho de S. João (97 d.C.).

52 d.C. - A PRIMEIRA EPÍSTOLA FOI ESCRITA:

S. Paulo, apóstolo de Cristo, mártir da fé, escreve a primeira Epístola a uma parte da Igreja. Esta é conhecida hoje como
"Primeira aos Tessalonicenses”. Este escrito seria seguido de 21 outras epístolas Apostólicas, sendo o último escrito pelo Apóstolo S.
João, em 69 d.C.

64 d.C. - FOI ESCRITO OS ATOS DOS APÓSTOLOS:

S. Lucas, discípulo de S. Paulo, mártir da fé, escreve "Atos dos Apóstolos”, uma história da igreja da Páscoa até a morte de
S. Paulo. Atos e o Evangelho Segundo São Lucas, fez S. Lucas o autor da maior parte do NT, ou seja, 28%.

70 a 140 d.C. - PÁPIAS ERA BISPO DE HIERÁPOLIS:

Segundo ele o Apóstolo Marcos foi o interprete de Pedro, escreveu fielmente, embora sem ordem, tudo o que lembrava
sobre as palavras e as ações do Senhor. Ao passo que Mateus, reuniu ordenadamente, em língua hebraica, a vida de Jesus. O bispo
Pápias afirma ter conhecido as filhas do Apóstolo Felipe.

98-99 d.C. - O ÚLTIMO LIVRO DIVINAMENTE INSPIRADO DOS APÓSTOLOS É FEITO:

S. João, Apóstolo de Cristo, escreve o último livro divinamente inspirado dos Apóstolos. Isto é conhecido hoje como
Apocalipse.

153-170 d.C. - O PRIMEIRO TRATADO EM "A HARMONIA DOS EVANGELHOS”:

A mais antiga tentativa de fazer uma harmonia foi por Taciano (morreu em 172) e seu título, Diatessaron, dá abundante
evidência da primitiva aceitação na Igreja Católica de nossos quatro Evangelhos Canônicos. A próxima Harmonia foi feita por
Amônio de Alexandria, professor de Orígenes, que apareceu em 220 d.C., mas se perdeu.

Os antigos Católicos começaram uma escola em Alexandria para a aprendizagem dos Evangelhos e outros escritos
Católicos antigos.

250 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA EM IDIOMA PARALELA:

O Católico Orígenes cria a edição da Hexapla do VT, que continha o hebraico paralelo com versões gregas.

250 d.C. - A PRIMEIRA BIBLIOTECA CATÓLICA:

O Católico Orígenes cria uma bem equipada biblioteca em Cesaréia, com a finalidade de estudar os Evangelhos e
outros escritos Católicos antigos.

250-300 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA EM FORMA DE LIVRO:

Os judeus usaram o rolo de papiro, os primitivos católicos foram os primeiros ao usar a forma de livro (códice) para
Escrituras.

SÉCULO IV - O USO DA PALAVRA "BÍBLIA":

Veio da palavra grega "biblos", que significa o lado interno do papiro, papel-cana de onde eram feitos os primeiros

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papéis, no Egito. A forma latina "Bíblia", escrita com uma letra maiúscula, veio a significar "O Livro dos Livros", "O Livro" por
excelência. As Santas Escrituras foram chamadas de Bíblia pela primeira vez por S. Crisóstomo, arcebispo Católico de
Constantinopla, no séc. IV.

SÉCULO IV - AS MAIS ANTIGAS BÍBLIAS EXISTENTES:

As duas mais antigas Bíblias existentes, que contém o Velho e a maioria (mas não completo) do Novo Testamento,
chamam-se hoje de Códice Vaticanus (325-350 d.C.), o Códice Sinaiticus (340-350 d.C.), o Códice Ephraemi (345 d.C.) e o Códice
Alexandrinus (450), que foram
copiados à mão por monges Católicos.

340 e 373 d.C. — CONFIRMAÇÃO DO APOCALÍPSE.

Coube aos pais da Igreja, desde os Católicos Eusébio de Cesaréia e Atanásio de Alexandria confirmarem
definitivamente nos anos 340 e 373 dC. que o Apocalipse era obra inspirada.Os concílios de Hipona e de Cartago, já definiram os
27 livros do Novo Testamento ao concatenarem os códigos ocidentais e orientais".

367 d.C. - O USO DO PALAVRA "CÂNON":

S. Atanásio, bispo Católico de Alexandria, aplica o termo cânon para o conteúdo da Bíblia, introduzindo o verbo
canonizar que significa "dar sanção oficial a um documento escrito"

367 d.C. - O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO:

A 39a carta festal de S. Atanásio, bispo católico de Alexandria, enviada para as igrejas sob sua jurisdição em 367,
terminou com toda a incerteza sobre os limites do cânon do NT. Nela, preservada em uma coleção de mensagens, listou como
canônicos os 27 livros do NT, embora os organizasse em uma ordem diferente. Esses livros do NT, na ordem atual são os quatro
Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas, João), Atos dos Apóstolos, Romanos, 1 Coríntios, 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses,
Colossenses, 1 Tessalonicenses, 2 Tessalonicenses, 1 Timóteo, 2 Timóteo, Tito, Filemôn, Hebreus, Tiago, 1 Pedro, 2 Pedro, 1
João, 2 João, 3 João, Judas e Apocalipse.
S. Jerônimo compilou o "Livro de Nomes Hebreus, ou Glossário de Nomes Formais do Velho Testamento". O Livro de Nomes
Hebreus foi sem dúvida de muito uso na época em que as pessoas quase não conheciam o hebraico, embora o arranjo seja
estranho com um glossário separado para cada livro da Bíblia.

388 d.C. - O LIVRO DOS NOMES DE LUGARES HEBREUS:

S. Jerônimo compilou o "O Livro dos Nomes de Lugares Hebreus" que foram feitos primeiro por Eusébio com adições de
Jerônimo. Os nomes sob cada letra são colocados em grupos separados na ordem dos livros das Escrituras nas quais eles
aparecem; por exemplo, na letra A temos os nomes de Gênesis, depois Êxodo, e assim por diante. Mas não há lugar para fantasia,
e o testemunho de homens que viveram na Palestina nos séc. IV e V ainda são de grande valor ao estudante da topografia sagrada.
Quando os lugares estão fora do conhecimento do escritor, ele usa de especulação, como quando o autor nos fala que a Arca
pode ser encontrada nas proximidades do Ararat.

390 d.C. - A PRIMEIRA COMPILAÇÃO COMPLETA DO VELHO E NOVO TESTAMENTO:

No Concílio de Hipona, a Igreja Católica reuniu os vários livros que reivindicaram serem escrituras, revisou cada um e
decidiu quais eram inspirados ou não. A Igreja Católica reuniu todos os livros e Epístolas inspirados em um volume chamado A
Versão de Septuaginta do Velho Testamento (que foi traduzida por setenta estudiosos em Alexandria, Egito por volta de 227 a.C. e foi a
versão que Cristo e os apóstolos usaram) e é a mesma Bíblia que temos hoje. A Igreja católica deu-nos então, a Bíblia.

400 d.C. - A MAIOR PARTE DAS ESCRITURAS SAGRADAS TRADUZIDAS:

Nas línguas siríaco, cóptico, etíope, georgiano. Na região do Reno e Danúbio (Império romano) Uma versão gótica foi
traduzida pelo bispo gótico Ulfilas (318-388), quem, depois de inventar um alfabeto, produziu uma versão das Escrituras da
septuaginta do VT e do grego.

406 d.C. - A TRADUÇÃO ARMÊNIA:

Em 406 o alfabeto Armênio foi inventado por Mesrob, que cinco anos depois completou uma tradução do VT e NT da

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versão Síria em Armênio.

405 d.C. - A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA COMPLETA NA LINGUAGEM COMUM:

A Vulgata latino, de latin editio vulgata: "versão comum", a Bíblia ainda usada pela Igreja Católica Romana, foi traduzida
por S. Jerônimo (quem os tradutores da versão KJV de 1611 em seu prefácio o chamaram de "o pai mais instruído, e o melhor lingüista
de sua época ou de qualquer antes dele". Em 382, o papa Dâmaso pediu a Jerônimo, o maior estudioso bíblico de sua época, que
produzisse uma versão latina aceitável da Bíblia das várias traduções que eram então usadas. Sua tradução latina revisada dos
Evangelhos apareceu em 383. Usou a versão da Septuaginta grega do VT do qual ele produziu uma nova tradução latina, um
processo que ele completou em 405. É como tradutor das Escrituras que Jerônimo é mais conhecido. Sua Vulgata foi feita no
momento certo e pelo homem certo. O latim ainda estava vivo, apesar do Império Romano estar desaparecendo. E Jerônimo era
mestre em latim.
450-550 d.C. - O BEZAE CANTABRIGIENSIS (TAMBÉM CHAMADO CÓDICE BEZAE):

Este é o manuscrito bilíngüe mais antigo existente, com o grego na página esquerda, e latim à
direita. O Bezae Cantabrigiensis era um texto ocidental copiado em 450-550 e que preservou a maior parte
dos quatro Evangelhos e partes de Atos.

SÉCULO VII - A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA PARA O FRANCÊS:

As versões francesas dos Salmos e o Apocalipse, e um métrico do Livro de Reis, apareceu já no


sétimo século. Em 1223 uma tradução completa foi feita sob o rei Católico Louis, o Piedoso. Isto foi 320
anos antes da primeira versão francesa protestante. Até o décimo quarto século, foram produzidas muitas
histórias da Bíblia.

SÉCULO VII - A PRIMEIRA VERSÃO ALEMÃ:

A história da pesquisa Bíblica mostra que as numerosas versões parciais no vernáculo na


Alemanha já aparecem nos séculos VII e VIII. Também há abundância dessas versões nos séculos XIII e
XIV, e uma Bíblia completa no século XV, antes da invenção da imprensa.

SÉCULO VIII - A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA EM INGLÊS:

Por Adelmo, bispo de Sherborne, e Bede. Uma tradução do século IX da Bíblia para o inglês (no
dialeto anglo-saxão) foi feita por Alfred. Uma tradução do séc. X para inglês foi feita por Aelfric. Foi feita
uma tradução em 1361 da maior parte das Escrituras no dialeto inglês (anglo-normando). Isto foi 20 anos
antes da tradução de Wycliffe em 1381.

SÉCULOS VIII e IX - O USO DA FORMA DE ESCRITA CHAMADA ”MINÚSCULA”:

Como o bloqueio do comércio oriental de papiro fez o mercado ocidental usar o pergaminho, o
fator econômico ficou potente. Para caber mais letras na página, o copista teve de usar letras menores e
apertadas. Alguns, para preservar suas formas, colocavam algumas acima e outras abaixo linha. O resultado
foi uma forma de escrita chamada “Minúscula” pequenas letras, com iniciais maiúsculas para ênfase. Este
sistema ainda é usado hoje. Foi uma mudança gramatical da ”Maiúscula” que consistia de letras grandes
usadas pelos gregos, romanos e judeus.

SÉCULO IX - A PRIMEIRA TRADUÇÃO ESLAVA DA BÍBLIA:

Os Católicos Cirilo e Metódio pregaram o Evangelho para os eslavos na segunda metade do nono
século e S. Cirilo, tendo formado um alfabeto, fez para eles uma versão Velho Eclesiástico Eslavo, ou
Búlgaro, uma tradução da Bíblia do grego. No fim do décimo século esta versão entrou na Rússia e depois do
décimo segundo século sofreu muitas mudanças lingüísticas e textuais. Uma Bíblia eslava completa foi feita
de um códice antigo no tempo de Waldimir (m. 1008) foi publicada em Ostrogodo em 1581.

1170 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA PARALELA EM INGLÊS:

O Psalterium Triplex de Eadwine, que continha a versão latina acompanhada por textos anglo-

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normandos e anglo-saxões, se tornou a base de versões anglo-normandas.

SÉC. XII - A PRIMEIRA DIVISÃO DE CAPÍTULOS:

Foi o arcebispo Católico britânico de Canterbury, St. Estêvão Langton (morreu em 1228), foi o
primeiro a dividir as Escrituras em capítulos: 1.163 capítulos no VT e 260 no NT.
Sob o rei Alfonso V de Espanha.

1230 d.C. - A PRIMEIRA CONCORDÂNCIA:

Uma concordância da Bíblia da Vulgata latina foi compilada pelo frade dominicano Hugo de São
Cher.

1300 d.C. - A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA EM NORUEGUÊS:

A mais antiga e celebrada é a tradução de Gênesis - Reis chamada Stjórn ("Direção"; i.e., de Deus)
em norueguês antigo, em 1300. As versões suecas do Pentateuco e de Atos sobreviveram do décimo quarto
século e um manuscrito de Josué - Juízes por Nicholaus Ragnvaldi de Vadstena de c. 1500. A versão
dinamarquesa mais antiga de Gênesis - Reis deriva de 1470.

1454 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA:

Gutenberg causou grande excitação quando no outono daquele ano exibiu uma amostra na feira
do comércio de Frankfurt. Gutenberg rapidamente vendeu todas as 180 cópias da Bíblia da Vulgata latina até
mesmo antes da impressão estar acabada.

1466 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA EM ALEMÃO:

Isto foi cinqüenta oito anos antes de Lutero fazer sua Bíblia alemã em 1524. Nestes cinqüenta e
oito anos os Católicos imprimiram 30 diferentes edições alemãs da Bíblia.

1470 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA EM ESCANDINAVO: No décimo quarto


século, foram feitas versões das Epístolas dominicas e dos Evangelhos para uso popular na Dinamarca.
Grandes partes da Bíblia, se não uma versão inteira, foi publicada em 1470.

1471 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA ITALIANA:

Muitos anos antes de Lutero fazer sua Bíblia (em 1522) os Católicos já tinham feito 20 diferentes
edições italianas da Bíblia.

1475 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA EM HOLANDÊS:

A primeira Bíblia em holandês foi impressa por católicos na Holanda em Delft em 1475. Algumas
foram impressas por Jacob van Leisveldt em Antwerp.

1478 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA EM ESPANHOL:

Muitos anos antes de Lutero fazer sua Bíblia (em 1522) os Católicos já tinham feito 2 diferentes
edições espanholas da Bíblia.

1466 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA EM FRANCÊS:

Muitos anos antes de Lutero fazer sua Bíblia (em 1522) os Católicos já tinham feito 26 diferentes
edições francesas da Bíblia.

1516 d.C. - A PRIMEIRA IMPRESSÃO DO NOVO TESTAMENTO GREGO:

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Um Católico chamado Erasmo fez a primeira impressão de seu NT grego. Muitos anos antes de
Lutero fazer sua Bíblia (em 1522) os Católicos já tinham feito 22 diferentes edições gregas da Bíblia.
1534 d.C. - O PRIMEIRO USO DE ITÁLICOS PARA INDICAR PALAVRAS QUE NÃO
ESTAVAM NO ORIGINAL:

Um Católico chamado Munster foi o primeiro em usar itálicos para indicar palavras que não
estavam nos textos originais grego e hebraico, em sua versão da Vulgata latina.

1548 d.C. - AS PRIMEIRAS VERSÕES CHINESAS:

Entre as traduções mais antigas uma versão é a de S. Mateus por Anger, um Católico japonês
(Goa, 1548). O jesuíta Padre de Mailla escreveu para uma explicação dos Evangelhos para domingos e festas
em 1740.

1551 d.C. - A PRIMEIRA DIVISÃO DE VERSÍCULOS:

A primeira divisão da Bíblia em versículos é vista pela primeira vez em uma edição do NT grego
publicada em Paris pelo Católico Robert Stephens.

1551 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA COMPLETA COM CAPÍTULOS E


VERSÍCULOS:

A primeira divisão da Bíblia em capítulos e versículos é vista pela primeira vez em uma edição da
Vulgata publicada em Paris pelo Católico Roberto Estevão.

1561 d.C. - A PRIMEIRA BÍBLIA COMPLETA EM POLONÊS:

Foi impressa em Cracóvia em 1561, 1574, e 1577. Jacob Wujek, S.J., fez uma nova tradução da
Vulgata (Cracóvia, 1593) admirada por Clemente VIII e que foi muito reimpressa.

1579 d.C. - A PRIMEIRA VERSÃO MEXICANA:

A primeira Bíblia conhecida no México foi uma versão dos Evangelhos e Epístolas em 1579 por
Dídaco de S. Maria, O.P., e o Livro de Provérbios por Louis Rodríguez, O.S.F. Uma versão do NT foi feita
em 1829, mas só o Evangelho de S. Lucas foi impresso.

1836 d.C. - A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA PARA O JAPONÊS:

Uma versão do evangelho de S. João e dos Atos foi editada em katakana (tipo quadrado) em
Cingapura (1836) por Charles Gutzlaff.

FONTE: http://geocities.yahoo.com.br/jfm2001/contribuicoescatolicas.htm. Acesso em 07/07/2004 (Com Adaptações).


NOTAS DE RODAPÉ

1 — Nota do autor.
2 — AQUINO, Felipe. Escola da FéI — A Sagrada Tradição. Lorena — SP:
Cléofas, 2000,p.31. ; Orígenes e a Reencarnação. Disponível em:
www.cleofas.com.br.Acesso em 14/08/2001.
3 — Nota do autor.
4 — Constituição Dogmática Dei Verbum sobre a Revelação Divina de 18/11/1965, n°
11. In:Bíblia Sagrada. 47° Ed. São Paulo: Ave Maria,1985.
5 — AQUINO, Felipe. Escola da FéI — A Sagrada Tradição. Lorena — SP:
Cléofas, 2000,p.29. ; SILVA.Rogério Amaral. A Fundação da Igreja Católica por Nosso Senhor
Jesus Cristo.ACI Digital - Agência Católica de Imprensa na América Latina Disponível em
www.acidigital.com.br. Acesso em 16/06/2004.

27
6 — Nota do autor.
7 — AQUINO, Felipe. Escola da FéI — A Sagrada Tradição. Lorena — SP:
Cléofas, 2000,p.32.
8 — Ibid., p.33.
9 — Ibid., p.33.
10 — Ibid., p.38.
11 — Ibid., p.35.
12 — Ibid., p.36.
13 — Ibid., p.29.
14 — Ibid., p.29.
15 — AQUINO, Felipe. Escola da FéI — A Sagrada Tradição. Lorena — SP:
Cléofas, 2000,p.32
16 — AQUINO, Felipe. Escola da FéIII — A Sagrado Magistério2 Ed. Lorena — SP:
Cléofas, 2001,p.12-36.
17 — Constituição Dogmática Dei Verbum sobre a Revelação Divina de 18/11/1965, n°
7e 8. In:Bíblia Sagrada. 47° Ed. São Paulo: Ave Maria,1985.
18 — Nota do autor. (cf. Judas, versículo 9).
19 — SILVA, Severino Celestino. Pequena História das Traduções Bíblicas. Disponível
em www.nossosaopaulo.com.br. Acesso em 01/07/2004.
20 — Superinteressante. São Paulo: Ed. Abril, n°181, outubro.2002,p.22-23.
21— AQUINO, Felipe. Escola da FéI — A Sagrada Tradição. Lorena — SP:
Cléofas, 2000,p.32
22 — Ibid., p.35.
23 — Ibid., p.31.
24 — Santo Isidoro de Sevilha. Disponível em
www.capeladelourdes.org.br/santos/vida. Acesso em 06/07/2004.
25 — AQUINO, Felipe. Escola da FéI — A Sagrada Tradição. Lorena — SP:
Cléofas, 2000,p.30
26 — SARMENTO, Francisco de Jesus Maria. Minidicionário Compacto Bíblico. 3° Ed.
São Paulo: Ridiel,2001, p.312.
27 — Bíblia Sagrada. 38° Ed. São Paulo: Edições Paulinas,1982,p.1320.
28 — Ibid., p.1323.
29 — Nota do autor
30 — Nota do autor
31 — Nota do autor
OBS: todas as notas foram adaptadas pelo autor, exceto n° 4 e 23.
BIBLIOGRAFIA

ANGUS, Joseph e GREEN Samuel G. História Doutrina e Interpretação da


Bíblia. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista,1951.

AQUINO, Felipe. Escola da Fé I - A Sagrada Tradição. Lorena - SP: Cléofas, 2000.

AQUINO, Felipe. Escola da Fé II - A Sagrada Escritura. Lorena - SP: Cléofas, 2000.

AQUINO, Felipe. Escola da Fé III - O Sagrado Magistério. Lorena - SP: Cléofas, 2001.

28
BATTISTINI, Francisco. A Igreja do Deus Vivo - Curso Popular sobre a Verdadeira Igreja.29aEd.
Petrópolis - RJ:Vozes,1998.

Bíblia Sagrada. 47° Ed. São Paulo: Ave Maria,1985.

Bíblia Sagrada. 38° Ed. São Paulo: Edições Paulinas,1982

SARMENTO, Francisco de Jesus Maria. Minidicionário Compacto Bíblico.


3° Ed.São Paulo: Ridiel,2001.

SILVA, Rogério Amaral. A Fundação da Igreja Católica por Nosso Senhor Jesus Cristo.ACI Digital -
Agência Católica de Imprensa na América Latina.Disponível em: www.acidigital.com.br. Acesso em
16/06/2004.

SILVA, Severino Celestino. Pequena História das Traduções Bíblicas.


Disponível em www.nossosãopaulo.com.br. Acesso em 01/07/2004.

(Autor Desconhecido).Como a Bíblia foi escrita. ACI Digital - Agência Católica de Imprensa na
América Latina Disponível em www.acidigital.com.br. Acesso em 16/06/2004.

® Todos os Direitos Reservados.


1a Edição: Setembro / 2004.
2 Edição: corrigida e editada em Agosto/ 2005 É permitida a utilização total ou parcial desta
a

obra, citando-se devidamente o autor.


Fale com o autor (comentários e críticas): lmartinsj@yahoo.com.br Obs: Texto disponível
na seção “Novidades” do site: www.cleofas.com.br.
16 Advém da Sucessão Apostólica. É formado pelo Papa (sucessor de Pedro) e Bispos (sucessor dos Apóstolos), com a missão de
conservar o "depósito da fé" (I Tim.1,10; Luc.10,26;), ensinando a verdade extraída da Sagrada Escritura e da Sagrada Tradição
Apostólica.
19
Rei egípcio de Alexandria no século II a.C, que se orgulhava de possuir em sua rica biblioteca todos os "livros do mundo".
22
Viveu de 347 a 420 d.C, é considerado "Doutor Bíblico". Em 379 d.C. ordenou-se sacerdote pelo Bispo Paulino de Antioquia. De
382 a 385 d.C. foi secretário do Papa S. Damaso, por cuja ordem vez a revisão latina da Bíblia, conhecida como Vulgata, levando
aproximadamente 34 anos para terminar. Em S. Jerônimo destaca- se a austeridade, o temperamento forte, a erudição e o amor
à Igreja e a Sé de Pedro.
24
Viveu de 560 a 636 d.C. foi Bispo e Doutor da Igreja. Nasceu em Sevilha, foi educado por seu irmão São Leandro, bispo de
Sevilha. É chamado também o último Padre da Igreja do Ocidente. A sua obra Etimologias, composta de 20 volumes, é uma
síntese de todo saber antigo e de seu tempo.

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