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Capítulo 1

Olhe só aquele jovem, aquele descendo a rua. Qual o nome deste agora? Matias, acho que pode
ser um bom nome, se bem que isso não importa muito, importa que ele está descendo uma rua,
agora, em uma cidade. Ele poderia estar em qualquer cidade, ele poderia estar em qualquer
lugar, assim como o resto de nós, mas não, Matias, esse garoto sem nome, está em uma cidade
sem nome, descendo uma rua a qual o nome não importa mais do que o nome de qualquer
outra coisa.

Matias está descendo uma rua, as pessoas ao seu redor podem ouvi-lo tossir, sua cabeça dói, é
necessário comprar algum remédio e a farmácia fica no fim da rua que o mesmo desce.
Entretanto, não é na farmácia que Matias irá entrar, não será com uma caixa de remédio que
ele irá gastar seu dinheiro; bem ao lado da farmácia fica um depósito de bebidas e ele compra
duas latas de cerveja barata, na verdade, a mais barata que ele poderia encontrar, Matias
aprendeu com suas experiências na faculdade que apesar do que muitos dizem, a cerveja só
serve mesmo para você encher a cara lentamente, gastando pouco dinheiro.

Muitos brigavam em rodas de bar decidindo qual a bebida com melhor sabor, qual a mais
amarga, qual embebedava mais rápido, mas Matias só virava o copo quando os demais também
faziam o mesmo, ele esperava seu corpo levemente quebrar as restrições que a mente colocava
quando sóbrio, de modo que ele poderia rir livremente, fazer suas confissões ou aguardar pelo
mal-estar da manhã seguinte.

Entretanto, já faz algum tempo que ele não vai mais à faculdade, a alguns anos que ele começou
a trabalhar em um lugar qualquer, Matias não senta mais em rodas de bar, tampouco vê os
amigos que ele deixou em outro lugar; ele apenas se senta em uma cadeira de plástico branco
encardido que fica na frente do depósito de bebidas com duas latas de cerveja barata.

A garganta para de importar para ele, agora só é preciso deixar o líquido descer por sua garganta,
as pessoas param de ser importantes para ele, agora só é preciso esquecer que está sendo
julgado por ficar bebendo em um começo de tarde.

Ele não se importa, mas um senhor já de idade com uma jaqueta preta de couro estaciona sua
moto na frente do depósito, Matias começa a encara-lo e sente medo do mesmo quando este
passa do seu lado, não necessariamente pela figura do velho que, de fato, era sombria, mas por
algo mais que Matias não conseguiria descrever nem para si mesmo.

Algo em suas olheiras ou seus cabelos já grisalhos fazia com que Matias quisesse sair correndo
dali, mas ele apenas ficou o encarando entrar para comprar o que parecia uma garrafa de
conhaque e ir embora com sua moto.

A moto do velho se perdera nas ruas daquela tarde bem como mais um dia de vida de Matias; a
cerveja tinha acabado, ele se levantou da cadeira encardida que, junto de uma mesa igualmente
encardida, ficava ao lado do depósito e começou a tomar o mesmo caminho que pegou para
chegar até ali, mas poucos passos após se levantar algo o parou.

Um caderno preto estava jogado na sarjeta, no mesmo lugar em que o velho havia parado sua
moto, parecia um Moleskine, mas certamente era só mais uma cópia, aparentava ser utilizado
como diário uma vez que dias e meses estavam registrados no começo de cada página escrita.
Matias ficou encarando o caderno em suas mãos sem saber bem o que fazer, o velho já tinha
ido embora a algum tempo, não tinha como devolvê-lo, talvez se tivesse deixado com o dono
do depósito o diário iria encontrar o seu dono, mas algo fez com que Matias coloca-se o mesmo
debaixo do braço.

Ele imaginava se havia algo naquele diário que explicasse o fato de ter sentido medo do velho
da moto e porque ficou encarando-o na frente do depósito, talvez ele fosse um assassino, ou
talvez algo ainda pior, um demônio, que exalava terror por seus poros; Matias iria saber somente
se lesse o que está escrito naquele caderno, mas naquele momento isto não importava tanto
assim, ele era apenas um rapaz, subindo uma rua, em alguma cidade, podendo ir para qualquer
lugar, mas a sua casa era o destino da vez, iria se deitar no sofá e dormir algumas horas, a noite
daquele sábado ainda o esperava.

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