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RESUMO – VALERIA

DESPACHOS, DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS E SENTENÇA


a) DESPACHOS: ART: 93, XIX, CF
Não possuem carga decisória
Dão andamento ao processo
Podem ser praticados por outro serventuário da justiça desde que
autorizado pelo juiz.
Ex: intime-se a testemunha, Vista ao MP, ETC.

b) DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS: Trazem carga decisória no conteúdo,


que podem acarretar ou não a extinção do processo. São divididas
Em:

SIMPLES: questões controvertidas no processo sem extinção. Decide


algo dentro do processo, mas o mesmo segue normalmente.
EX: Decisão que decreta a prisão preventiva, ou a prisão temporária, ou
que recebe a peça acusatória.

MISTAS: Possuem duas espécies, e também decidem questões


controvertidas dentro de processo. Porém podem acarretar a extinção do
processo, ou o final de uma etapa.

1- TERMINATIVAS: Extinguem o processo sem resolução do mérito


principal. EX: Decisão que rejeita a peça acusatória.

2- Não terminativas: Encerram uma etapa do processo, mas não geram


a extinção. EX: A pronúncia, encerra a primeira fase do Tribunal do
Júri e dá início a segunda, que é o julgamento do acusado perante o
plenário do Tribunal do Júri.

c) SENTENÇA: decisão definitiva e terminativa quanto ao mérito, abordando


a questão relativa à pretensão punitiva do Estado.

1) SENTEÇA EXECUTÁVEL: Desde o momento em que são proferidas


já podem ser executadas dentro do processo. EX: Sentença
absolutória própria.

2) SENTEÇA NÃO EXECUTAVEL: Não podem ser executadas desde já


quando forem proferidas, seja por ainda caber recurso ou por não ter
ocorrido o transito em julgado. EX: sentença condenatória, via de
regra, não é executável enquanto pendente recurso.
3) SENTENÇA SUICIDA: Possui contradição entre o fundamento e o
dispositivo. Possui nulidade absoluta.

4) SENTENÇA VAZIA: Não possui fundamentação. Também possui


nulidade absoluta.

CLASSIFICAÇÃO DAS SENTENÇAS QUANTO AO ÓRGÃO


PROLATOR
a) Subjetivamente simples: Proferida por um único magistrado,
decisão singular.
b) Subjetivamente plúrimas/coletivas: São proferidas por órgão
colegiado homogêneos.
c) Subjetivamente complexas: Também são proferidas por órgão
colegiado, porem heterogêneos. EX: Tribunal do Júri, onde a
decisão é formada pelo Conselho de sentença. E a dosimetria da
pena é feita pelo juiz. Ou seja, mais de uma pessoa proferindo
uma decisão.
ESTRUTURA E REQUISITOS DA SENTENÇA

Art. 381. A sentença conterá:

I - Os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações


necessárias para identificá-las;

II - A exposição sucinta da acusação e da defesa;

III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão;

IV - A indicação dos artigos de lei aplicados;

V - O dispositivo;

VI - a data E a assinatura do juiz.

 OBS: O relatório é obrigatório, acarretando nulidade, só é dispensável no


JEC.
 Todas as decisões devem ser fundamentadas.
 No Tribunal do Júri nas decisões dos jurados não há necessidade de
fundamentação, porem o juiz-presidente deve fundamentar a dosimetria
da pena aplicada.
 A fundamentação sucinta, segundo o STF é diferente de falta de
fundamentação, não acarretando diretamente nulidade.
 O enfrentamento de todas as teses apresentadas deve ser feito pelo juiz,
porém não há necessidade de o fazer de forma detalhada em cada tese
na sua fundamentação.
 A fundamentação per relationem, utiliza fundamentação exposta pela
defesa ou acusação, é permitida desde que transcreva, não sendo
permitido que ele somente remeta a fundamentação originaria.
 O recebimento da peça acusatória, no procedimento comum não é
necessária fundamentação, porém alguns procedimentos em que é
previsto a resposta preliminar, o magistrado precisa fundamentar o
recebimento da peça acusatória. Mas regra geral, não é necessário.
 O dispositivo é a conclusão de tudo aquilo que foi dito na fundamentação.
 Ele quem vai geral os efeitos da decisão.
 A ausência do dispositivo gera a inexistência do ato. Passa a ser como se
a sentença não existisse.

SENTENÇA ABSOLUTÓRIA

A) PRÓPRIA: Aquela em que o acusado é absolvido plenamente. Sem


nenhuma imposição.

B) IMPRÓPRIA: Aplicação da Medida de Segurança. O juiz não


reconhece a culpabilidade, porém reconhece a periculosidade.
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva,
desde que reconheça:
Parágrafo único. Na sentença absolutória, o juiz:
III - aplicará medida de segurança, se cabível.

FUNDAMENTOS:

Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva,


desde que reconheça:

I - Estar provada a inexistência do fato;

 Essa decisão tem reflexo na jurisdição civil, fazendo coisa julgada no


mesmo, já que se o fato não existiu não há o que se falar em reparação
de dano.

II - Não haver prova da existência do fato;

 Nesse caso o juízo não é de certeza, por isso na dúvida a medida é a


absolvição, dessa forma não faz coisa julgada no civil.

III - não constituir o fato infração penal;

 Não se pode punir alguém por fato que não é crime, mas também não faz
coisa julgada no juízo civil.
IV – Estar provado que o réu não concorreu para a infração penal;

 Nesse caso por ter um juízo de certeza, faz coisa julgada no juízo cível.

V – Não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;

 Nesse caso existe dúvida, se impondo a absolvição, mas não gerando


coisa julgada no civil.

VI – Existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena


ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência;

 As excludentes de ilicitude fazem coisa julgada no civil, mas as


excludentes de culpabilidade não fazem, o acusado pode ser demandado
no civil.

VII – não existir prova suficiente para a condenação.

 Na dúvida, absolvição é o que se impõe. E não faz coisa julgada no civil.

SENTENÇA CONDENATÓRIA – Quando julgam procedente, total ou


parcialmente, a pretensão punitiva;

Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória:

I - Mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes definidas


no Código Penal, e cuja existência reconhecer; arts. 42 e 43 do Código Penal;

II - Mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o mais que deva


ser levado em conta na aplicação da pena, de acordo com o disposto nos arts.
59 e 60 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
Penal;

III - aplicará as penas de acordo com essas conclusões;

IV - Fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração,
considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido;

V - Atenderá, quanto à aplicação provisória de interdições de direitos e


medidas de segurança, ao disposto no Título Xl deste Livro;

VI - Determinará se a sentença deverá ser publicada na íntegra ou em


resumo e designará o jornal em que será feita a publicação (art. 73, § 1o, do
Código Penal).
SENTENÇA TERMINATIVAS DE MÉRITO: também chamadas de definitivas em
sentido estrito, quando julgam o mérito, mas não condenam nem absolvem o
acusado, Ex; ocorre na sentença de declaração da extinção de punibilidade.

EFEITOS DA SENTENÇA CONDÉNATÓRIA;

a) A prisão do réu não é necessária, como faz crer o art. 393 do CPP, pode ser
um dos efeitos da condenação sujeita a recurso.

b) O lançamento do nome do réu no rol dos culpados, livro existente nos ofícios
criminais, denominados “Registro do Rol dos Culpados”. Deve se frisar que este
dispositivo deveria ter sido alterado desde a entrada em vigor da Constituição
Federal de 1988, que consagra, expressamente, o princípio da presunção de
inocência. Assim, não se lança o nome do réu nesse rol antes do trânsito em
julgado.

QUANDO A SENTENÇA CONDENATÓRIA TRANSITA EM JULGADO PRODUZ


OS SEGUINTES EFEITOS:

a) PENAIS (pode gerar reincidência, impedir ou revogar o SURSIS, impedir,


ampliar o prazo ou revogar o livramento condicional, impedir a concessão de
penas restritivas de direitos e multa ou causar a reconvenção das restritivas de
direito em privativa de liberdade, entre outros).

b) EXTRAPENAIS (torna certa a obrigação de reparar o dano, gerando título


executivo judicial, provoca a perda dos instrumentos do crime, se ilícitos, do
produto ou proveito do crime, além de poder gerar efeitos específicos para
determinados crimes. Ex. A perda do pátrio poder ou poder familiar, segundo o
CC, em crimes apenados com reclusão, cometidos por pais contra filhos.

Efeitos genéricos e específicos

Art. 91 - São efeitos da condenação:

I - Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime

II - A perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé:

a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso,
porte ou detenção constitua fato ilícito;

b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo
agente com a prática do fato criminoso.

§ 1o poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito


do crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no exterior.
§ 2o Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas na legislação processual
poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior
decretação de perda.

Art. 92 - São também efeitos da condenação:

I - A perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:

a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos
crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública;

b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos
demais casos.

II – A incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes


dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo poder
familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado;

III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime
doloso.

Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser
motivadamente declarados na sentença.

COISA JULGADA FORMAL, MATERIAL E SOBERAMENTE JULGADA

A coisa julgada formal é a imutabilidade da sentença como ato processual que


já não é mais recorrível por força de preclusão dos recursos, se finda todo e
qualquer tipo de alteração da sentença por meio de outros recursos, devido ao
exaurimento dos prazos recursais Há coisa julgada formal, quando na sentença
não for tratado especificamente do fato supostamente delituoso, nas palavras de
Lopes Jr: “... Não há análise e julgamento sobre o mérito (ou seja, sobre o fato
processual ou caso penal), a decisão faz coisa julgada formal...” Ex: Decisão de
impronúncia é o exemplo da coisa julgada formal, pois é o ato onde o Juiz
singular, diante da ausência de materialidade e, ou indícios de autoria ou
participação, nega-se o prosseguimento da ação penal, resultando na extinção
do processo sem a resolução de mérito.

A coisa julgada material surge na sentença de mérito, isto é, na efetiva resolução


do fato típico, condenando ou absolvendo o réu. O caso julgado material, sempre
é precedido da formal, visto que primeiramente ocorre a preclusão dos prazos
recursais, e que a sentença seja imutável. Após, e somente com a imutabilidade
da sentença, é que esta fará parte de um universo, isto é, que seus efeitos
extrapolem o processo, restringindo possibilidade de nova denúncia.

A coisa julgada não se confunde com a coisa soberanamente julgada. Quando


se fala em “coisa soberanamente julgada”, o que a doutrina quer dizer é que,
nesse caso, a imutabilidade dessa decisão judicial é absoluta, de modo a se
tornar imutável, não podendo, em hipótese alguma, ser modificada (até mesmo
se tiver sido proferida por um juízo absolutamente incompetente). Haverá coisa
soberanamente julgada nas hipóteses de sentença absolutória ou no caso de
decisão declaratória de extinção da punibilidade. Isto porque, no ordenamento
brasileiro, não se admite revisão criminal pro societate.

PRINCIPIO DA CORRRELAÇÃO

É o princípio garantidor do direito de defesa do acusado, cuja inobservância


acarreta a nulidade do processo.
PRINCIPIO DA CORRELAÇÃO entende-se que deve haver uma correlação
entre o fato descrito na denúncia ou queixa e o fato pela qual o réu é condenado.
O juiz não pode julgar o acusado extra petita, ultra petita ou citra petita;vale dizer,
não pode desvincular-se o magistrado da inicial acusatória julgando o réu por
fato do qual ele não foi acusado.

Princípio da congruência
Dessa forma, refere-se à necessidade de o juiz decidir a lide (seja ela penal ou
civil) nos limites do pedido. Não podendo julgar de forma extra, ultra ou citra
petita.

(a) a sentença não pode ser ultra petita (a sentença não pode ir além do pedido:
denúncia por lesão corporal e condenação por lesão corporal seguida de morte
– ne eat iudex petita partium), nem
(b) extra petita (a sentença não pode estar fora do pedido: acusação de furto e
condenação por apropriação indébita), nem
(c) citra petita (a sentença não pode ficar aquém do que foi pedido: acusação
de dois delitos e condenação por um só deles, sem nada decidir sobre o outro).

EMENDATIO LIBELLI:

É a possibilidade de o juiz dar nova definição jurídica ao fato, devidamente


descrito na denúncia ou queixa, ainda que importe em aplicação de pena mais
grave (art. 383, CPP).

Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou


queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em
consequência, tenha de aplicar pena mais grave.
§ 1o Se, em consequência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de
proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com
o disposto na lei.

§ 2o Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão


encaminhados os autos.

MUTATIO LIBELLI

É a possibilidade de o juiz dar nova definição jurídica ao fato, não descrito na


denúncia ou queixa, devendo haver prévio aditamento da peça acusatória e, em
qualquer situação, ouvindo-se a defesa (art. 384 CPP).

Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição


jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou
circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público
deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude
desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-
se a termo o aditamento, quando feito oralmente.

§ 1o não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-se o


art. 28 deste Código.

§ 2o Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido o


aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designará dia e hora
para continuação da audiência, com inquirição de testemunhas, novo
interrogatório do acusado, realização de debates e julgamento.

§ 3o Aplicam-se as disposições dos §§ 1o e 2o do art. 383 ao caput deste artigo.

§ 4o Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) testemunhas,


no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do
aditamento.

§ 5o Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá.

EMBARGOS DECLARATÓRIOS

Previsto no art. 382 CPP “qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias,
pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade,
ambiguidade, contradição ou omissão”

REQUISITOS PARA A OPOSIÇÃO DOS EMBARGUINHOS;

a) OBSCURIDADE quando faltar clareza na redação da sentença; b)


AMBIGUIDADE quando a decisão, em qualquer ponto, permitir duas ou mais
interpretações.
c) CONTRADIÇÃO quando conceitos e afirmações acabam por colidir ou opor-
se entre si. Ex. Juiz reconhece a ilicitude do fato e decide pela absolvição por
excludente de antijuricidade.
d) OMISSÃO quando a sentença deixa de dizer o que era indispensável fazê-lo,
como, por exemplo, não fixa o regime inicial de cumprimento da pena.

SÚMULA 152 das Mesas de Processo Penal da Faculdade de Direito da


Universidade de São Paulo: “Embora a lei preveja embargos de declaração
apenas contra sentença ou acórdão, qualquer decisão judicial pode ser
embargada, enquanto não ocorrer preclusão”.

OBS: O prazo para pedir o pedido de declaração será de 2 dias, contados da


intimação da sentença. Nas infrações de competência dos Juizados Especiais
Criminais, caberão embargos declaratórios em caso de Obscuridade,
Contradição, Omissão ou Dúvida. O prazo, contudo, será de 5, e não de 2 dias.

PUBLICAÇÃO DA SENTENÇA

Dá-se no momento em que ela é recebida no cartório pelo escrivão. É a data da


entrega em cartório, e não da assinatura da sentença.
OBS: A PUBLICAÇÃO da sentença é obrigatória mesmo nos processos em que
determinados atos são sigilosos.

INALTERABILIDADE OU RETIFICAÇÀO DA SENTENÇA

Com a publicação, o juiz não pode mais alterar a sentença. Cabível somente nas
hipóteses de embargos declaratórios.

A INTIMAÇÃO DA SENTENÇA

Deverá ser feita ao réu pessoalmente, esteja solto ou preso, por adoção ao
princípio da ampla defesa, bem como a seu defensor, fluindo o prazo recursal a
partir da última intimação efetuada. Neste sentido STF, 2*T, HC 72.220-2/SC,
Rel Min. Néri da Silveira, DJU,).

NULIDADES

“Nulidade é a sanção cominada pelo ordenamento jurídico ao ato praticado em


desrespeito às formalidades legais.

VICIOS PROCESSUAIS:

a) Irregularidade: Ocorre sempre que a formalidade desrespeitada for


considerada inócua. Tal desrespeito é incapaz de gerar prejuízo, seja para a
acusação, seja para a defesa. O ato produz seus efeitos normalmente.
Exemplos: falta de leitura do libelo no início da fala da acusação; falta de
compromisso pelo perito louvado ou particular (o perito oficial é funcionário e, ao
tomar posse, já assume esse compromisso); oferecimento de denúncia fora do
prazo legal (5 dias para o réu preso e 15 para o solto) acarreta o relaxamento da
prisão em flagrante, mas a denúncia em si é válida.
Podemos, assim, enumerar as seguintes características da irregularidade:
- formalidade estabelecida em lei (norma infraconstitucional);
- Exigência sem qualquer relevância para o processo;
- Não visa garantir interesse de nenhuma das partes;
- A formalidade tem um fim em si mesma;
- A violação é incapaz de gerar qualquer prejuízo;
- Não invalida o ato e não traz qualquer consequência para o processo.
(Trecho retirado da obra de Fernando Capez, p. 604)

B) Inexistência: ato inexistente é aquele que não reúne elementos sequer para
existir como ato jurídico. São os chamados não-atos, como, por exemplo, a
sentença sem dispositivo ou assinada por quem não é juiz. Ao contrário da
nulidade (relativa ou absoluta), a inexistência não precisa ser declarada pelo juiz,
bastando que se ignore o ato e tudo o que foi praticado em sequência, pois o
que não existe é o “nada”, e o “nada” não pode provocar coisa
Alguma. Grinover, Scarance e Magalhães sustenta o contrário, no sentido de
que, mesmo no caso de inexistência, não poderá ser violada a garantia da coisa
julgada, em prejuízo do réu. Isto porque “... o rigor técnico da ciência processual
há de ceder perante princípios maiores do favor rei e do favor libertatis” (As
nulidades no processo penal, cit., p. 46).
(Trecho retirado da obra de Fernando Capez, pp. 605/606)

NULIDADE:

Nulidade relativa: viola exigência estabelecida pelo ordenamento legal


(infraconstitucional), estabelecida no interesse predominante das partes. A
formalidade é essencial ao ato, pois visa resguardar interesse de um dos
integrantes da relação processual, não tendo um fim em si mesma. Por esta
razão, seu desatendimento é capaz de gerar prejuízo, dependendo do caso
concreto. O interesse, no entanto, é muito mais da parte do que de ordem
pública, e, por isso, a invalidação do ato fica condicionada à demonstração do
efetivo prejuízo e à arguição do vício no momento processual oportuno.
São estas, portanto, suas características básicas:
- Formalidade estabelecida em ordenamento infraconstitucional;
- Finalidade de resguardar um direito da parte;
- Interesse predominante das partes;
- Possibilidade de ocorrência das partes;
- Necessidade de provar a ocorrência do efetivo prejuízo, já que este pode ou
não ocorrer;
- Necessidade de arguição oportuno tempore, sob pena de preclusão;
- Necessidade de pronunciamento judicial para o reconhecimento desta espécie
de eiva.
(Trecho retirado da obra de Fernando Capez, p. 604)

Nulidade absoluta: nesse caso, a formalidade violada não está estabelecida


simplesmente em lei, havendo ofensa direta ao Texto Constitucional, mais
precisamente aos princípios constitucionais do devido processo legal (ampla
defesa, contraditório, publicidade, motivação das decisões judiciais, juiz natural
etc.). As exigências são estabelecidas muito mais no interesse da ordem pública
do
Que propriamente no das partes, e, por esta razão, o prejuízo é presumido e
sempre ocorre. A nulidade absoluta também prescinde de alegação por parte
dos litigantes e jamais preclui, podendo ser reconhecida ex officio pelo juiz, em
qualquer fase do processo. São nulidades insanáveis, que jamais precluem. A
única exceção é a Súmula 160 do STF, que proíbe o Tribunal de reconhecer ex
officio nulidades, absolutas ou relativas, em prejuízo do réu.

Suas características:
- Há ofensa direta a princípio constitucional do processo;
- A regra violada visa garantir interesse de ordem pública, e não mero interesse
das partes;
- O prejuízo é presumido e não precisa ser demonstrado;
- Não ocorre preclusão; o vício jamais se convalida, sendo desnecessário arguir
a nulidade no primeiro momento processual; o juiz poderá reconhecê-la ex officio
a qualquer momento do processo;
- Depende de pronunciamento judicial para ser reconhecida.

Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se dá nulidade não resultar prejuízo
para a acusação ou para a defesa.

Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:

I - Por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;

II - Por ilegitimidade de parte;

III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:

a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de


contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante;

b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado


o disposto no Art. 167;

c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente,


e de curador ao menor de 21 anos;

d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele


intentada e nos dá intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de
ação pública;

e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando


presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa;

f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o


rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri;
g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri,
quando a lei não permitir o julgamento à revelia;

h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos


termos estabelecidos pela lei;

i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri;

j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua


incomunicabilidade;

k) os quesitos e as respectivas respostas;

l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento;

m) a sentença;

n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido;

o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de


sentenças e despachos de que caiba recurso;

p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação,


o quórum legal para o julgamento;

IV - Por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato.

Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos


ou das suas respostas, e contradição entre estas.

Art. 565. Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado
causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja
observância só à parte contrária interesse.

Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver
influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.

Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios,


devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz
competente.

Art. 568. A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser


a todo tempo sanada, mediante ratificação dos atos processuais.

Art. 569. As omissões da denúncia ou da queixa, da representação, ou,


nos processos das contravenções penais, da portaria ou do auto de prisão em
flagrante, poderão ser supridas a todo o tempo, antes da sentença final.

Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação


estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consumar-
se, embora declare que o faz para o único fim de argui-la. O juiz ordenará,
todavia, a suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a
irregularidade poderá prejudicar direito da parte.

Art. 571. As nulidades deverão ser arguidas:

I - As da instrução criminal dos processos da competência do júri, nos


prazos a que se refere o art. 406;

II - as da instrução criminal dos processos de competência do juiz singular


e dos processos especiais, salvo os dos Capítulos V e Vll do Título II do Livro II,
nos prazos a que se refere o art. 500;

III - as do processo sumário, no prazo a que se refere o art. 537, ou, se


verificadas depois desse prazo, logo depois de aberta a audiência e apregoadas
as partes;

IV - As do processo regulado no Capítulo VII do Título II do Livro II, logo


depois de aberta a audiência;

V - As ocorridas posteriormente à pronúncia, logo depois de anunciado o


julgamento e apregoadas as partes (art. 447);

VI - as de instrução criminal dos processos de competência do Supremo


Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, nos prazos a que se refere
o art. 500;

VII - se verificadas após a decisão da primeira instância, nas razões de


recurso ou logo depois de anunciado o julgamento do recurso e apregoadas as
partes;

VIII - as do julgamento em plenário, em audiência ou em sessão do tribunal,


logo depois de ocorrerem.

Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, Ill, d e e, segunda parte, g e h,


e IV, considerar-se-ão sanadas:

I - Se não forem arguidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto


no artigo anterior;

II - Se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim;

III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos.

Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma dos artigos
anteriores, serão renovados ou retificados.

§ 1o A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele
diretamente dependam ou sejam consequência.
§ 2o O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se
estende.

PRINCIPIOS:

Princípio da instrumentalidade das formas:

Não se declara a nulidade de ato que não influiu na apuração da verdade real e
na decisão da causa (artigo 566 do CPP) e também de ato que, apesar de
praticado de forma diversa da prevista, atingiu sua finalidade (artigo 572, inciso
II, do CPP).
“Segundo esse princípio, a forma não pode ser considerada um fim em si
mesma, ou um obstáculo insuperável, pois o processo é apenas um meio para
se conseguir solucionar conflitos de interesse, e não um complexo de
formalidades sacramentais e inflexíveis. Assim, dispõe ele que “não será
declarada a nulidade de
Ato processual que não houver influído na apuração da verdade de ato
processual que não houver influído na apuração da verdade substancial ou na
decisão da causa” (CPP, art. 566). Não tem sentido declarar nulo um ato inócuo,
sem qualquer influência no deslinde da causa, apenas por excessivo apego ao
formalismo. (Com base no Fernando Capez, p. 611)

Princípio da Causalidade
Segundo o artigo 573, § 1.º, do Código de Processo Penal: “A nulidade de um
ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou
sejam consequência”. Todos os atos visam a sentença; os atos processuais são
entrelaçados entre si. Assim, se um ato é nulo, os demais que dele dependam
também o serão. O juiz deve declarar expressamente quais são os atos
contaminados. A Professora Ada Pellegrini Grinover estabelece duas regras
úteis para saber se há contaminação dos atos subsequentes:
· A nulidade dos atos da fase postulatória, como regra, anula todo o
Processo. Exemplo: nulidade na denúncia, citação.
· A nulidade de atos da fase instrutória, via de regra, não contamina os demais
atos da mesma fase processual. Exemplo: laudo elaborado por um só perito.

Princípio da Convalidação:
Nem sempre a atipicidade do ato processual acarreta a sua invalidação. Em
várias hipóteses, pode ocorrer a convalidação do ato processual imperfeito, ou
seja, ser o ato considerado válido e eficaz. Trata-se de desdobramento dos
princípios da economia processual e da instrumentalidade das formas e atos
processuais.
Convalidação, sanção ou saneamento têm o sentido de se remover o defeito,
remediar a falha ou suprir a omissão do ato processual imperfeito, para que ele
possa ser considerado válido e produza os efeitos legais que são próprios do ato
perfeito

Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, Ill, d e e, segunda parte, g e h, e IV,
considerar-se-ão sanadas:
I - Se não forem arguidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto
no artigo anterior;

Art. 569. As omissões da denúncia ou da queixa, da representação, ou, nos


processos das contravenções penais, da portaria ou do auto de prisão em
flagrante, poderão ser supridas a todo o tempo, antes da sentença final.

Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação


estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consumar-
se, embora declare que o faz para o único fim de argui-la. O juiz ordenará,
todavia, a suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a
irregularidade poderá prejudicar direito da parte.

Princípio do Interesse
Ninguém pode alegar nulidade que só interesse à parte contrária (artigo 565 do
CPP). Esse princípio só se aplica à nulidade relativa, pois a absoluta pode ser
alegada por qualquer pessoa.
Ninguém pode arguir nulidade para a qual tenha concorrido ou dado causa.
Como exceção o Ministério Público pode arguir nulidades que interessem
somente à defesa. Também podemos constatar o referido princípio no art. 572,
III, do CPP: as nulidades previstas no art. 564, inciso III, alíneas d, e, segunda
parte, g e h, e inciso IV, do CPP considerar-se-ão sanadas se a parte, ainda que
tacitamente, tiver aceito os seus efeitos.

Princípio “pas de nullité sans grief”: É o principio pelo qual não se declara
nulidade desde que da preterição da forma legal não haja resultado prejuízo para
uma das partes. É o mesmo princípio do prejuízo, que é princípio geral das
nulidades. Não se pode olvidar quando se trate de atos estruturais ou essenciais,
eventual prejuízo ocasionado a uma das partes é irrelevante para determinar a
nulidade ou não (p. Ex: art. 564, I e II). A sua ocorrência é causa inarredável de
nulidade.

Nulidades em Espécies:
Nulidade Procedimento Comum
Nulidades instrução  debates orais e memoriais
Nulidades de sentença  razões de apelação
Nulidade Procedimento de Júri
Nulidades da instrução na 1ª fase  debates orais e memoriais
Nulidade da pronúncia  no início do plenário
Nulidade durante o plenário  no exato momento que ocorrem

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