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Projeto

 Madeira  Nativa  
Cooperação  Técnico-­‐Científica  UFSC  -­‐  FATMA  
Pesquisa,  Desenvolvimento  &  Inovação  em  Manejo  Florestal  em  SC    

Relatório  2012  –  2015  


Plano  de  trabalho  2015  -­‐  2018  

Alfredo  C.  Fantini  -­‐  UFSC  


Maris  F.  Gaio  -­‐  FATMA  

U n i v e r s i d a d e   F e d e r a l   d e   S a n t a   C a t a r i n a  
F u n d a ç ã o   d o   M e i o   A m b i e n t e   -­‐   F A T M A  

Março  2015  
 
                      2 0 1 5  
2 Projeto Madeira Nativa
 
  informal sobre manejo florestal sustentável para um público
diversificado: técnicos, agricultores, e público em geral.
Nossa estratégia é estabelecer florestas demonstrativas, locais
O Projeto “Bases Ecológicas para o Manejo Sustentável de
onde pesquisa e atividades de formação acontecem
Florestas Secundárias da Mata Atlântica em SC”, agora com nome
simultaneamente.
de fantasia de “Projeto Madeira Nativa” é realizado em
parceria entre a Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC e a
Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina-FATMA desde
2012.

Objetivos  
- Demonstrar o potencial de produção sustentável de madeira para ervas arbustivo arvoretas arbóreo pioneiro arbóreo avançado
conciliar uso e conservação de florestas secundárias da Mata 1-5 5-10 10-15 15-30 30-60
Atlântica, através de geração de conhecimento e tecnologia em Estádio da sucessão e tempo aproximado (anos) desde o abandono da área
manejo florestal e processamento e comercialização da madeira.
Fig. 1. Regeneração natural da floresta após abandono de área agrícola.
- Promover a educação sobre ecologia e manejo de florestas
secundárias para atingir um público amplo, utilizando o local de
execução das pesquisas como base para as atividades de campo em
programas formais e informais de formação de pessoal.
Porque  manejar  as  florestas    
O manejo das florestas secundárias pode ajudar a conciliar geração
Florestas secundárias são formações vegetais resultantes de de renda e conservação dos ecossistemas, com benefícios sociais,
processo de sucessão ecológica iniciado após perturbação do econômicos e ecológicos. As pequenas propriedades agrícolas e o
ecossistema. Em SC, são mais comuns aquelas regeneradas relevo acidentado da região fazem do manejo florestal uma boa
naturalmente após o uso da terra com lavoura ou pastagem opção de uso da terra para os agricultores familiares.
(Figuras 1 e 2).  
Florestas secundárias são predominantes na paisagem, grande
parte em estágio médio e avançado de sucessão, dominadas por
valiosas espécies produtoras de madeira como jacatirão-açu,
Contexto   licurana, cedro, e canelas amarelas, atingindo densidades de até
Conservação e manejo dos ecossistemas permanecem objetivos 300 indivíduos por hectare (DAP > 15 cm).
amplamente divergentes na Mata Atlântica brasileira.
Constrangidos por normas ambientais supostamente elaboradas A madeira dessas espécies é bem aceita no mercado regional,
para proteger as florestas remanescentes, os agricultores não mais alcançando preços mais altos que o de espécies exóticas como
se beneficiam do seu manejo e suprimem as florestas na primeira pínus e eucalipto. O curto ciclo de vida das espécies secundárias
oportunidade. Quando a floresta permanece de pé, as árvores (30 a 40 anos) torna o seu manejo atraente para pequenos
maduras de crescimento rápido permanecem inexploradas, e produtores porque gera rendas em intervalos de tempo
morrem senescentes. relativamente curtos. Nessa idade, a maioria das árvores das
florestas secundárias atingiu a maturidade e completou o seu
Em ambos os casos, é desperdiçado um enorme estoque de papel no processo de sucessão e, se não forem colhidas, morrerão e
madeira hoje existente em milhares de pequenas propriedades em serão igualmente substituídas por outras. Assim, o seu
Santa Catarina e outras regiões da Mata Atlântica, e que poderia aproveitamento é uma estratégia de utilização de um recurso
ajudar os agricultores. Esse paradoxo tem muitas causas, mas três disponível que de outra forma seria perdido.
delas são muito importantes: a) As florestas secundárias não são
vistas como uma boa fonte de madeira no Sul do Brasil ; b) A Os produtores se beneficiam imediatamente da renda obtida pela
exploração comercial da madeira não é mais uma atividade colheita seletiva das árvores maduras. A colheita abre clareiras no
habitual para os pequenos agricultores, c) Conservacionistas têm dossel da floresta, tornando-a mais dinâmica, ou seja, acelerando o
uma visão dos ecossistemas da Mata Atlântica viesada contra o processo de regeneração de espécies pioneiras, e aumenta a taxa de
manejo, principalmente para fins de produção de madeira. crescimento das espécies da floresta madura.

Acreditamos firmemente que uma situação na qual todos ganham Portanto, o manejo das florestas é baseado principalmente na
pode ser promovida por um sistema de manejo florestal racional, regeneração natural das espécies, o que reduz fortemente os
no qual os proprietários de terras se beneficiam diretamente pela custos silviculturais, especialmente o investimento inicial de
produção de madeira e outros produtos não-madeireiros, plantio. A paisagem é mantida como mosaico de florestas
enquanto a cobertura florestal é mantida, fornecendo sucessionais, eliminando o corte raso. A produção de produtos
continuamente os serviços ecossistêmicos que beneficiam a todos. não-madeireiros, como a polpa do palmiteiro (juçara), também é
possível e desejável. As espécies produtoras desses produtos são
Os pilares de nossa iniciativa para atingir esse objetivo são: a) muito beneficiadas pela abertura do dossel da floresta. Mantidas
Pesquisa da ecologia das florestas secundárias e de técnicas de pé, as florestas produzirão também serviços ecossistêmicos de
silviculturais, para fornecer a base científica para orientar a gestão forma permanente, e a comercialização desses serviços é mais uma
dessas florestas; b) Pesquisa de técnicas para maximizar o oportunidade a ser explorada.
aproveitamento da madeira de cada árvore; b) Educação formal e
      Projeto Madeira Nativa   3
 

Histórico  do  Projeto  

a b

Puchalski c d

Figura 2. Fitofisionomia de florestas secundárias. Floresta no local da pesquisa em Massaranduba-SC (A); floresta secundária
dominada por jacatirão-açu e cabuçu, (B), por jacatirão-açu (C), e por licurana e jacatirão-açu (D).

O Laboratório de Ecologia e Manejo Florestal da UFSC (LEMEF) Inventários florestais periódicos já realizados permitem obter
iniciou pesquisas sobre florestas secundárias no ano de 2000, com estimativas das taxas de crescimento para esses períodos,
temas principalmente relacionados à biodiversidade e estrutura correspondentes ao crescimento da floresta sem manejo. Em 2014
desses ecossistemas. Também foram realizados estudos para foi instalado um experimento de manejo da floresta para produção
propor uma classificação dessas formações florestais nos seus de madeira, e constitui um marco histórico no estudo da
diferentes estádios sucessionais, que resultaram na proposição dos produtividade de madeira das florestas secundárias da Mata
estádios de ervas, arbustivo, arbóreo inicial, e arbóreo avançado Atlântica. Até então, os estudos tratavam do potencial de
(Figura 1). produção de madeira nesses ecossistemas. Agora, estamos de fato
manejando a floresta e obtendo dados reais de produtividade.
A partir de 2007, as pesquisas passaram a dar ênfase ao potencial
de produção de madeira das florestas secundárias e em 2009 foi A realização do manejo da floresta somente foi possível a partir da
instalada a Floresta Demonstrativa de Manejo Florestal (FDMF) de parceria entre a UFSC e a Fatma, celebrado em 2012 através de
Massaranduba. A área tem 45ha de floresta secundária Termo de Cooperação Técnico-Científica. A colheita das árvores no
relativamente homogênea, com aproximadamente 35 anos (tempo experimento também abriu oportunidade para a tomada de dados
desde o início do processo de sucessão). Os proprietários (Família que somente é possível com as árvores abatidas, como a medição
Bisewski) têm longa tradição no ramo madeireiro e possuem da biomassa e o estoque de carbono. O projeto, assim, poderá
também uma serraria de pequeno porte e todos os equipamentos complementar outros estudos, como o Inventário Florístico
para exploração florestal. Assim, a unidade de pesquisa reúne uma Florestal de SC. Mas, acima de tudo, o experimento gerará dados
rara combinação de condições para a realização de estudos de do crescimento da floresta manejada, tanto das árvores
manejo florestal com fins econômicos. remanescentes quanto da regeneração natural.
4 Projeto Madeira Nativa
 
 

Atividades  realizadas  ou  em  andamento    


A primeira Floresta Demonstrativa de Manejo Florestal (FDMF) produção de madeira. No entanto, este projeto tem por objetivo
está implantada no município de Massaranduba, no Litoral de pôr em prática o manejo da floresta, através de tratamentos
Santa Catarina, e é parte de um dos maiores fragmentos florestais silviculturais e da colheita de árvores produtoras de madeira. Esta
da região. Foram demarcadas 20 parcelas permanentes de abordagem é fundamental para que se possa avaliar o
60x60m, com 40x40m de área útil (Figura 3). As parcelas foram comportamento dos ecossistemas após uma intervenção que
inventariados em 2009, 2012 e 2014 para avaliar a biodiversidade implica a abertura do dossel, prática que muda significativamente
vegetal e a estrutura da floresta (abundância, distribuição as condições ambientais. Nossa hipótese é que essas mudanças são
diamétrica e área basal de adultos e juvenis de espécies arbóreas). proporcionais à intensidade da intervenção: colheitas mais intensas
Todos os indivíduos com DAP ≥ 5cm foram marcados, medidos promovem maior abertura do dossel (clareiras), favorecendo o
(DAP, altura total, altura comercial) e tiveram a espécie crescimento e a regeneração de espécies pioneiras ou secundárias
determinada. Indivíduos da regeneração natural (altura ≥ 50cm) iniciais, enquanto espécies secundárias tardias e climácicas,
também são identificados, marcados e medidos (DAP, altura total) tolerantes à sombra, são favorecidas por clareiras menores. Assim,
em quatro faixas de 2x40m em cada parcela. espera-se que uma combinação de clareiras de diferentes
tamanhos promova, ao mesmo tempo, aumento da produtividade
O três inventários já realizados permitem conhecer a da floresta e manutenção de ecossistemas com grande diversidade
biodiversidade, a estrutura, e o crescimento da floresta secundária de espécies.
sem manejo, ou seja, permitem estimar o seu potencial para

694800 695000 695200 695400

®
*O shape de hidrografia utilizado para a confecção deste mapa foi obtido no endereço http://sig.amvali.org.br/.

**O mapeamento das estradas e cursos d' água no interior da propriedade foi realizado com GPSMAP 76CSx
GARMIM.

***A correção do traçado do rio Jacu-açu e das estradas internas e externas foi realizado utilizando imagens do
levantamento aereofotogramétrico diponibilizado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável
7064400

7064400

(SDS) em http://sigsc.sds.sc.gov.br/home.jsp

Tabela de Atividades
Parcelas
Atividades 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Instalação de parcelas X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Medição estrato arbóreo (2013-2014) X X X X X X X X X X X X X X X
P1 Instalação canos PVC X X X X X X X X X X X X X X
Mapeamento GPS X X X X X X X X X X X X X X X
7064200

7064200

Identificação botânica X X X X X X X X X X X X X X X
P2 Medição regeneração pré-colheita X X X X X X X X X X X X X
! Remedição regeneração pós colheita
Fotos hemisféricas pré-colheita
T
X X X X
T
X
T
X X X
X
X
X
X
X
X
X
X
T
X
Fotos hemisféricas pós-colheita T X X X T T X X X X X X T
Quantificação de danos pós-colheita T X X X T T X X X X X X T

P4 ! Manejo
Limpeza parcelas manejadas
T
T
X
X
X
X
X
X
T
T
T
T
X
X
X
X
X
X
X
X
X
T
X
X
T
T
P3 Digitação dados X X X X X X X X X X X X X

! Parcela Área basal explorada (%)


Ri
oJ
!
Resumo das Áreas 2 31,25
ac
ú- P5 Área total da propriedade 41,94 hectares 3 37,29

7064000

7064000

u 4 28,14
Área total de parcelas 3,2 hectares 7 42,51
P6 20 unidades 8 20,73
Parcelas
! 11 17,25
Comprimento de estradas 3.378,00 metros 12 24,78
P7 Comprimento da hidrografia Desconhecido 18 52,67
19 36,72

P8
Legenda
7063800

7063800

Hidrografia interna Parcela Manejada ! Nascentes


P12
Hidrografia Testemunha ! Patios

! Estradas Internas Propridade


P9
Estradas Externas
P11
P19 Título
7063600

7063600

P10 P18
!
Mapa Topográfico de Locação
! Rio Jacú
-açu Proprietário Matrícula Datum Zona
P20 Clemente Bisewski WGS 84 22 S
Arquivo Data Escala
Mapa Topográfico de Locação Bisewski - A3 Junho/2015 1:4.500
Desenho
Madeireira
7063400

7063400

Heitor Felippe Uller


Bisewski
694800 695000 695200 695400

Figura 3. Mapa da unidade de pesquisa


      Projeto Madeira Nativa   5
 
através da tomada de fotografias hemisféricas antes e após a
colheita. Essa informação é complementar à percentagem de
Para testar essas hipóteses, foi estabelecido um experimento de redução da área basal promovida na colheita, e juntas serão
manejo florestal com diferentes intensidades de colheita de utilizadas para correlacionar o comportamento da estrutura e
árvores, em delineamento casualisado com três repetições. Os dinâmica da floresta após a intervenção.
tratamentos incluem colheitas entre 15 e 60% da área basal da
floresta, além do tratamento testemunha (0% de colheita). Outro estudo em andamento é a avaliação do impacto da queda e
retirada das árvores colhidas sobre as remanescentes. É avaliado o
tipo e intensidade de dano causado sobre indivíduos adultos e
Manejar florestas é sinônimo de manejar a luz solar no sobre regenerantes, além do impacto no solo causado pelo arraste
ecossistema. Colheitas mais intensas implicam maior dos troncos da floresta até a estrada.
abertura do dossel e favorecem o crescimento e regeneração
de espécies pioneiras, de crescimento mais rápido. As áreas da floresta não cobertas pelas parcelas experimentais
Aumentam, portanto, a produtividade da floresta. Colheitas também começaram a ser colhidas. Nelas, a colheita tem regime
menos intensas, que formam clareiras menores, favorecem próprio e visa avaliar outras possibilidades de manejo. A primeira
espécies secundárias tardias e climácicas. Em conjunto, gleba da propriedade a ser colhida nesse regime tem
diferentes intensidades de colheita favorecem a aproximadamente 6ha, excluídas as parcelas. Para a colheita,
manutenção de grande diversidade de espécies.   foram selecionadas cerca de 391 árvores, usando como critérios a
localização dos indivíduos, o uso econômico, a idade e a forma do
tronco. O objetivo é colher árvores maduras de espécies de valor
comercial com boa forma de tronco e bem distribuídas na área.
Todas as árvores colhidas foram medidas (DAP, altura total, altura Entretanto, para evitar uma seleção negativa (high-grading) nas
comercial, e volume) após o seu abate, o que permitiu a obtenção populações das espécies e impacto na estrutura da floresta,
de dados precisos dessas variáveis. O tronco principal foi então também foram selecionadas árvores de espécies menos valiosas e
removido para os estaleiros, onde foi traçado. O aproveitamento de formação indesejável do tronco.
comercial de cada tronco foi avaliado, através do número de toras
produzidas e da medição de cada uma delas (diâmetros, A colheita em áreas fora das parcelas é extremamente útil para se
comprimento, volume, forma). Todas as toras foram identificadas avaliar a atividade de manejo em escala comercial, e com
individualmente para permitir o seu rastreamento. Foi também características mais próximas daquela que os madeireiros praticam
medido o rendimento de madeira de uma amostra de 100 toras, normalmente. A coleta de dados, que inclui variáveis como o
tomando dados do tipo (tábuas, caibros, forro, etc.) e dimensões tempo e o custo de cada operação, passará a ser feita a partir de
das peças produzidas na serraria. A percentagem de abril de 2015. Outro estudo em fase de preparação é a avaliação de
aproveitamento da madeira de cada tora também está sendo um sistema colheita de impacto reduzido, que será comparado
medida, e está sendo planejado estudo para maximizar o com o sistema de colheita atualmente utilizado pelos
aproveitamento da madeira produzida por cada árvore. proprietários.

A oportunidade única da
disponibilidade de árvores derrubadas é Resu mo das v ar iáv ei s e studadas :
aproveitada para fazer a cubagem
• Diversidade, estrutura e dinâmica da floresta antes e após a colheita de madeira:
rigorosa de uma amostra significativa
- biodiversidade
de árvores de diferentes espécies e
- distribuição diamétrica
tamanhos. É medido do diâmetro das - mortalidade, ingresso e recrutamento de regenerantes
toras a 10, 30, 100, 130 e 200 cm, e
subsequentemente a cada metro, até o • Produtividade da floresta com e sem manejo para produção de madeira:
diâmetro de 5cm de todos os galhos e - biomassa, estoque de carbono
ramos. Já foram cubadas até o - volume de toras
momento cerca de 250 árvores. Destas, - volume de madeira serrada
de uma amostra de 50 árvores foram - taxas de incremento corrente e incremento médio anual do volume
também coletados discos do tronco
• Danos causados na colheita e técnicas de impacto reduzido
para análise de características da
madeira, e de ramos finos e folhas. De • Modelos para descrição e predição a partir de variáveis não destrutivas (DAP, altura)
posse de todos os dados, será calculada - volume de biomassa e carbono
a biomassa até 5cm de diâmetro e a - volume de toras, de madeira serrada e de lenha
biomassa total da árvore, além da
quantidade de carbono estocada. • Rendimento industrial
- taxa de aproveitamento do volume das árvores
Equações hipsométricas e volumétricas - partição das toras nos diferentes produtos
estão sendo ajustadas para facilitar - aproveitamento de toras curtas (bolt logs)
futuros trabalhos de inventário de • Resultado econômico da atividade
florestas secundárias, neste ou em - custos e receitas
outro projeto de pesquisa ou de manejo - valor esperado da terra (VET)
florestal.
• Integração com manejo de produtos florestais não-madeireiros
Além da declividade, em cada parcela - estrutura da população e incremento do palmiteiro em floresta manejada
foi medida também a densidade da - produtividade de palmito e de polpa açaí
vegetação (fechamento do dossel)  
6 Projeto Madeira Nativa
 
O manejo de florestas secundárias para a produção de madeira A proposta do projeto é que os resultados das pesquisas cheguem
abre oportunidade para o manejo de muitas espécies que fornecem aos potenciais beneficiários à medida que os trabalhos avancem.
produtos florestais não-madeireiros (PFNMs). Acreditamos que o Por isso, a área experimental também deve ser usada para a
palmiteiro (Euterpe edulis), para a produção de palmito e realização de atividades de formação de pessoal em ecologia e
principalmente para a produção de polpa açaí, é a espécie de maior manejo florestal, através de cursos de curta duração, visitas
potencial para esse fim, e a espécie que mais pode se beneficiar da técnicas, aulas práticas, workshops, etc. A meta é atingir todos os
abertura de clareiras na floresta. Em todas as parcelas da FDMF os públicos: agricultores, técnicos, estudantes e outros interessados.
palmiteiros adultos e regenerantes foram marcados e medidos Todas as atividades de pesquisa têm a participação de estudantes
(DAP, altura). São realizadas medições periódicas para aferição do de graduação e pós-graduação, que realizam seus trabalhos de
incremento e da produtividade de palmito e açaí. conclusão de curso, dissertação ou tese.

Primeiros  resultados   400


400
Nectandra+Licurana+Jacatirão
Um grande volume de dados foi levantado desde o primeiro
350
inventário na área de pesquisa, mas os trabalhos se intensificaram Todas as espécies

a partir de meados de 2013 e principalmente em 2014. Durante o 300

Número de indivíduos / ha
ano de 2015 será finalizada a análise de grande parte desses dados
250
e várias publicações serão lançadas.
200
Os primeiros resultados referem-se ao inventário da floresta, que 149
150
tinha por objetivo conhecer a estrutura do ecossistema com ênfase 114

nas espécies produtoras de madeira. Jacatirão-açu (Miconia 100


Cinnamomifolia), Licurana (Hieronyma alchorneoides) e as canelas
50 26 26
do grupo ferruginoso (dos gêneros Nectandra e Ocotea) são as 6 0,8 8,4 0,5 0,5
espécies mais abundantes (Figura 4), e refletem a situação típica de 0
florestas secundárias em estágio arbóreo pioneiro e arbóreo 20 30 40 50 60

avançado na Floresta Ombrófila Densa da Mata Atlântica. Classes de Diâmetro (cm)


Figura 4. Distribuição diamétrica de indivíduos com DAP ≥ 15cm.
A distribuição diamétrica dessas espécies se aproxima daquela
esperada de acordo com o seu comportamento ecológico.
Jacatirão-açu apresenta distribuição semelhante à normal e com floresta para manejo em regime de colheita por seleção individual
número muito reduzido de indivíduos jovens (Figura 5), o que fica mais evidente quando se observa o número de indivíduos na
indica que a espécie não se regenera sob dossel fechado. Uma classe de diâmetro entre 5 e 15cm, que inclui grande número de
rápida inspeção na floresta é suficiente para verificar que as árvores árvores jovens de espécies de valor comercial, com potencial para
dessa espécie estão maduras ou sobre-maduras, mesmo aquelas rápido crescimento se o dossel da floresta for aberto pela colheita
de pequeno DAP. Esse resultado sugere que essas árvores deveriam de árvores maduras. As clareiras criadas pela colheita beneficiarão
ser colhidas para realizar o seu aproveitamento econômico e também as espécies menos tolerantes à sombra, que necessitam
propiciar as condições para o ingresso de novos indivíduos da dessas aberturas para se regenerarem.
espécie.
O inventário realizado na Gleba 1, fora das parcelas experimentais,
A licurana, por sua vez, também apresenta distribuição semelhante confirma o potencial da floresta para produção de madeira. Em
à normal, mas com maior número de indivíduos em todas as uma área de 7ha, foram selecionadas 391 árvores que produzirão
classes em relação ao jacatirão-açu. Principalmente, apresenta 3
cerca de 360 m de toras (Tabela 2). As 10 principais espécies
grande número de jovens. Como é uma espécie mais tolerante à contribuem com 81% do volume das árvores selecionadas, com
sombra e de ciclo mais longo, essas árvores jovens apresentam destaque para Licurana (44% do volume). Jacatirão-açu e canela-
ainda potencial para crescimento rápido caso parte das árvores de branca também apresentam importantes soma de volume (16%).
grande porte sejam colhidas, promovendo a abertura do dossel.

As canelas foram agrupadas, como é comum na literatura. Como Jacatirão-açu


um grupo, apresentam distribuição diamétrica semelhante ao J- 800
Licurana
invertido, ou seja, há grande número de indivíduos jovens,
Canelas
recrutados mais recentemente. Entretanto, as espécies parecem 600 amarelas
Indivíduos / ha

ter ciclo de vida e taxas de crescimento diferentes. A canela branca


(Nectandra membranacea) tem praticamente todos os indivíduos
400
já senescentes, alguns já praticamente inaproveitáveis para
produção de madeira. Outras, apresentam estrutura populacional
tipicamente inequiânea, reflexo da tolerância à sombra. 200

Os resultados dos inventários confirmam a existência de 0


5-15 20 30 40 50 60
significativo volume de madeira em estoque (DAP ≥ 15cm),
DAP (cm)
formado em grande parte por árvores de grande porte e maduras,
que podem e deveriam ser colhidas (Tabela 1). Mas o potencial da Figura 5.Distribuição diamétrica de três espécies selecionadas.
Tabela 1. Estrutura da floresta e estoque de madeira de floresta secundária de 35 anos em Massaranduba-SC
2 3
Espécies e classes de tamanho Número (n/ha) Área basal (m /ha) Altura comercial (m) Volume (m /ha)
Árvores com DAP ≥ 5cm 1.439 29,4 - -
(todas as espécies)
Troncos (5cm ≤ DAP < 15cm, somente espécies arbóreas)
Jacatirão-açu 3 0,1 - -
Licurana 55 0,5 - -
Canelas amarelas 89 0,6 - -
Subtotal 147 1,2 - -
Outras espécies 604 4,1 - -
Total / Média 751 5,3 - -
Troncos (DAP ≥ 15cm, somente espécies arbóreas)
Jacatirão-açu 31 1,7 10,0 10,3
Licurana 130 7,5 8,1 38,2
Canelas amarelas 82 4,1 8,5 21,3
Subtotal 243 13,2 8,5 69,8
Outras espécies 153 8,3 7,0 34,3
Total / Média 396 21,5 7,8 104,1

 
 
Tabela 2. Dez espécies com maior volume comercial na Gleba 1 (área de 7ha)
Número DAP Altura Área basal Volume
Família Espécie Nome comum 2 3
árvores médio comercial (m /ha) comercial (m )
Phyllanthaceae Hieronyma alchorneoides Licurana 184 35 10 18,4 159
Melastomataceae Miconia cinnamomifolia Jacatirão 38 31 11 3,04 29
Lauraceae Nectandra membranacea Canela-branca 29 35 13 2,84 28
Euphorbiaceae Alchornea triplinervia Tanheiro 29 36 10 2,94 16
Fabaceae Schizolobium parahyba Guarapuvu 8 48 14 1,5 15
Lauraceae Nectandra oppositifolia Canela-garuva 17 33 9 1,5 12
Meliaceae Cabralea canjerana Cangerana 11 41 7,7 1,6 11
Meliaceae Cedrela fissilis Cedro 4 48 13 0,7 7
Lauraceae Ocotea puberula Canela-sebo 5 41 14 0,7 7
Fabaceae Centrolobium sp. Aribá 7 37 11 0,8 7
Demais espécies (26) 59 40 12 7,5 69
Totais 391 40 12 41 360

 
 
  É nossa convicção, entretanto, que uma vez tornado comum o
Uma das grandes inovações deste projeto é que toda a madeira manejo das florestas para esse fim e restabelecido um mercado
colhida na floresta é transportada (com DOF), processada e legal dessas madeiras, os preços tenderiam a crescer.
vendida legalmente no mercado. Essa novidade é absolutamente
fundamental para conhecermos o valor de mercado da madeira Uma gestão eficiente do manejo florestal deve visar também ao
produzida. Essas informações não seriam possíveis de serem máximo aproveitamento do recurso. A cubagem de 24 árvores
obtidas se não houvesse esse procedimento. Ao contrário do que colhidas revelou que apenas 53% do volume da árvore (até 5cm de
parece ser o senso comum, a madeira das espécies das florestas diâmetro) é aproveitado na forma de toras (Figura 6). Entretanto,
secundárias tem boa aceitação no mercado e atinge valores outros 19% do volume poderiam ser aproveitados para produção
expressivos. A madeira serrada de jacatirão-açu, licurana e canela é de madeira de pequenas dimensões, mas que são normalmente
3
comercializada bruta a preços entre R$1.000 e R$1.300 por m . somados aos 28% do volume comercializado como lenha ou
Madeiras mais nobres como canjerana, cedro, canela garuva e cavacos. São toras curtas, com comprimento entre 1 e 2,5m ou de
canela sebo verdadeira atingem preços de até R$3.000. Em se pequeno diâmetro (10 a 25cm) que são desprezados por conta da
tratando de espécies de crescimento rápido, esses valores podem baixa capacidade de processamento, principalmente equipamentos
ser considerados muito bons. Há que se considerar ainda que a obsoletos (Figura 7).
madeira produzida neste projeto concorre com aquela produzida
ilegalmente e que na prática determina o preço de mercado.
8 Projeto Madeira Nativa
 

Figura 6. Distribuição do aproveitamento do volume total das


árvores de diferentes classes de DAP.

  Figura 7. Aproveitamento de tora curta de canjerana.


A riqueza de espécies produtoras de madeiras sugere que uma
grande diversidade de usos potenciais (Figura 9). O volume de
madeira estocado nas propriedades dos agricultores, já pronta para
ser colhida, pode ser surpreendente. Consideremos que na região
da Floresta Ombrófila Densa de SC, originalmente com cerca de As primeiras equações foram ajustadas para estimativa do volume
2 2
29.000km de floresta, restem 12.000km (dados do Inventário total de madeira (até 5cm de diâmetro) e para o volume de
Florístico Florestal de SC – Vibrans (2012). Apenas a título de madeira do fuste (volume de toras). Foram utilizados dados de 187
exercício e de forma conservadora, consideremos que 50% desses árvores (Figura 8), e ajustadas equações para estimativa do volume
remanescentes sejam florestas em estágio de sucessão pelo menos com casca e sem casca (Tabela 3). É também útil ter equações
2
igual ao da área do nosso projeto. Teremos, então, 6.000km de desse tipo para espécies individuais, principalmente aquelas
floresta com madeira estocada, ou 600.000 hectares. Se estes dominantes nas florestas secundárias. Por isso, ajustamos
3
tiverem um estoque de 60m /ha como a floresta de equações para a licurana, e durante os anos de 2015/2016 a
Massaranduba, teremos um volume estocado de 36.000.000 de proposta é termos equações de volume para outras espécies. Outra
3
m de madeira em tora pronta para ser colhida. maneira de estimar volumes de madeira a partir de variáveis não
destrutivas é a utilização de Fator de Forma, que ajusta o
3 3
Supondo, ainda, que cada 3m de troncos em pé rendessem 1m de volume cilíndrico do tronco obtido pela medição de DAP e altura
3
madeira serrada, teríamos 12.000.000 de m de madeira serrada. ao seu valor verdadeiro. Ainda que menos precisa, essa alternativa
3
Ao preço modesto de R$1.000/m , teríamos um valor estocado de pode ser muito útil para estimativas rápidas de volume. O fator de
R$12 bilhões. Essa riqueza está disponível hoje e seu forma para a floresta como um todo e para a licurana foi obtido
aproveitamento imediato seria uma fonte de renda alternativa (Tabela 4) e a meta é obter essa equação para outras espécies
para agricultores e outros proprietários de terra. Mas a individuais.
comercialização legalizada dessa madeira teria ainda outro efeito
desejável: a reestruturação de toda uma cadeia de produção que já
foi uma das mais importantes para a economia do Estado. 32
Modernizada com as novas tecnologias hoje existentes, traria
incentivo também para novos planos de plantações florestais de
espécies nativas. Ao mesmo tempo, seria um desincentivo à
supressão de florestas nativas e à conversão das terras para outro
uso, inaugurando um ciclo de reforço virtuoso em que a vocação
 
florestal da região se realizaria.

Equações de volume e de forma


A estimativa de volume de madeira estocada ou do crescimento
desse volume pode ser muito facilitada e ter seus custos reduzidos
se tivermos equações que permitam obter esses valores a partir da
medição de variáveis das árvores em pé (DAP, altura comercial,
altura total). O mesmo vale para estimativa de biomassa, estoque
de carbono e outros atributos da floresta. Neste projeto, estamos
estimando equações desse tipo, que serão úteis tanto para a
realização de inventários de projetos de manejo florestal como Figura 8. Distribuição diamétrica de 187 árvores cubadas.
para trabalhos de monitoramento e perícia.
      Projeto Madeira Nativa   9
 
Tabela 3. Equações de volume para floresta secundária da Mata Atlântica (Floresta Ombrófila Densa) e para
licura (Hieronyma alchorneoides)
2
Estimativa Modelo R aj
VTCC - Floresta ln(vt) = -10,045586 + 2,349493*ln(dap) + 0,640598*ln(ht) 0,98
VTSC - Floresta ln(vt) = -10,206982 + 2,348857*ln(dap) + 0,634736*ln(ht) 0,98
VFCC – Floresta ln(vf) = -9,285656 + 2,100113*ln(dap) + 0,665269*ln(hf) 0,99
VFSC – Floresta ln(vf) = -9,504432+ 2,140098*ln(dap) + 0,637631*ln(hf) 0,99

VTCC - Licurana ln(vt) = -8,653572+ 2,510792*ln(dap) 0,98


VTSC - Licurana ln(vt) = -9,133975+ 2,590031*ln(dap) 0,98
VFCC – Licurana ln(vf) = -8,846189+ 2,053026*ln(dap) + 0,545081*ln(hf) 0,99
VFSC – Licurana ln(vf) = -9,374095+ 2,174907*ln(dap) + 0,521091*ln(hf) 0,99
3 3
ln = Logaritmo natural; vt = volume total (m ); vf = volume de fuste (m ); dap = diâmetro à altura do peito (cm); ht =
2
altura total (m); hf = altura de fuste (m); R aj = Coeficiente de Determinação Ajustado; VTCC = Volume Total Com Casca;
VTSC = Volume Total Sem Casca; VFCC = Volume de Fuste Com Casca e VFSC = Volume de Fuste Sem Casca.  
 
   
Tabela 4. Equações de fator de forma e fator de casca
para floresta secundária da Mata Atlântica (Floresta  
Ombrófila Densa) e para licura (Hieronyma
alchorneoides)    
Estimativa Valor  
Fator de forma - Floresta 0,80
Fator de casca - Floresta 0,86  
Fator de forma - Licurana 0,80  
Fator de casca - Licurana 0,85
 
  a  
 
 
  b c
 
 
   
 

Figura 9. Madeira de diversas espécies da floresta secundária da Mata Atlântica (a); toras de licurana (b) e canjerana (c) na serraria.
10 Projeto Madeira Nativa
 

PD, Teses e Dissertações concluídos

Formação  de  pessoal   Pós-doutorado


Alexandre Siminski
Jorge Luiz Vivan
A mudança de percepção sobre as possibilidades de manejo das
florestas secundárias como estratégia para promover a sua Mestrado
conservação através do seu uso econômico depende do
conhecimento da ecologia e do impacto das técnicas silviculturais Jean Correia. Modelos Volumétricos para Florestas Secundárias
sobre esses ecossistemas. Por isso, no Projeto Madeira Nativa as do litoral de Santa Catarina. 2015. (Mestrado em Recursos
áreas onde são realizadas as pesquisas são chamadas de Florestas Genéticos Vegetais-UFSC).
Demonstrativas de Manejo Florestal. Nessas FDMF, as técnica Geferson Elias Piazza. Regeneração de espécies madeireiras na
utilizadas nas pesquisas podem ser acompanhadas por diversos Floresta Secundária da Mata Atlântica. 2014. (Mestrado em
públicos e os seus resultados podem ser verificados in loco. A Agroecossistemas-UFSC).
estratégia é envolver o maior número possível de pessoas em
atividades de formação: agricultores e outros proprietários de Hellen Marilin Schmitz. Produção de madeira em florestas
terras, técnicos, estudantes e público em geral interessado no secundárias de SC: ecologicamente viável e socialmente desejável.
tema. 2013. (Mestrado em Agroecossistemas-UFSC).
Cristiano Schuch. Potencialidades da produção de madeira
A FDMF de Massaranduba tem sido visitada por várias turmas de serrada a partir de três espécies da floresta secundária litorânea
alunos de disciplinas de graduação e pós-graduação da UFSC, catarinense em condições de plantio e em área de floresta
UFPR e FURB. A partir do ano passado, passou a integrar o roteiro regenerada naturalmente. 2010. (Mestrado em Recursos Genéticos
de viagem de estudos oferecida pela UFPR a estudantes brasileiros Vegetais-UFSC).
e alemães (Figura 10). Pesquisadores de outras universidades,
inclusive internacionais, também têm visitado o local do projeto. Trabalho de Conclusão de Curso
Uma dessas visitas, por exemplo, originou o início de cooperação Maycon da Silva. Manejo de Florestas Secundárias no Bioma
com a Universidade de Freiburg da Alemanha, através do Professor Mata Atlântica. 2014. (Graduação em Agronomia-UFSC).
Dirk Jaeger, que esteve em Massaranduba no ano passado. Em 2013
e 2014 foram organizadas duas reuniões de trabalho no local, com Pablo Giovani Farias. Diversidade e possibilidades do manejo
participação de professores e alunos da UFSC, UFPR e FURB, da regeneração natural de espécies nativas de floresta plantada e
técnicos da Fatma e do Serviço Florestal Brasileiro, além dos floresta secundária no Norte de SC. 2010. (Graduação em
proprietários da área. Agronomia-UFSC).
Hellen Schmitz. Potencial e restrições da produção de madeira
Os trabalhos de pesquisa são realizados por professores e por
em plantio de espécies florestais nativas. 2009. (Graduação em
alunos de graduação e pós-graduação das instituições envolvidas, e
Agronomia-UFSC) Doutorado
contribuem diretamente para a formação de profissionais
capacitados para manejar florestas secundárias. Desde o início das
Vários artigos científicos e de divulgação resultantes desses
atividades, em 2009, têm sido realizados os seguintes trabalhos
trabalhos foram apresentados em congressos científicos e outros
acadêmicos:
eventos, e estão submetidos a revistas especializadas ou em
preparação para submissão. Nossa expectativa é que vários desses
Teses e Dissertações em andamento
artigos sejam publicados a partir de 2015.
Doutorado
Geferson Elias Piazza. Manejo para produção de madeira
 
acelera dinâmica da regeneração natural de florestas secundárias
da Mata Atlântica. (Doutorado em Agroecossistemas-UFSC).
Pedro Britto. Potential forest wood supply chains for timber
supply from secondary forests in the Brazilian Mata Atlântica.
(Doutorado em Engenharia Florestal – University of Freiburg,
Alemanha).
Mestrado
João Paulo Rodrigues. Manejo para produção de madeira
aumenta incremento do palmiteiro (Euterpe edulis) em florestas
secundárias da Mata Atlântica. (Mestrado em Agroecossistemas-
UFSC).
Daniel Augusto da Silva. Efeito da intensidade de corte sobre a
estrutura remanescente de uma floresta secundária manejada em
Massaranduba - SC. (Mestrado em Engenharia Florestal-FURB)  
Figura 10. Visita técnica de estudantes brasileiros e alemães.
      Projeto Madeira Nativa   11
 

ergonomia e custos das operações. Além disso, será concluída a


Novas  parcerias   coleta de dados para caracterizar e quantificar o impacto da
colheita sobre os indivíduos remanescentes.
O Projeto Madeira Nativa tem por objetivo ampliar o número
de pessoas envolvidas nas atividade de pesquisa e formação de Será também iniciado estudo para avaliação da eficiência de
pessoal. A ideia é maximizar o número de estudos realizados nas diferentes estratégias e técnicas e colheita, com informações sobre
unidades de pesquisa, aproveitando uma oportunidade rara na a derrubada da árvore, e o traçamento e arraste das toras. O
região da Mata Atlântica, onde a floresta secundária é impacto sobre remanescentes e a eficiência econômica dos
efetivamente manejada. sistemas de colheita deverão ser avaliados.

No ano de 2014, houve a aproximação com pesquisadores da O monitoramento das populações de palmiteiro terão
Universidade Federal do Paraná-UFPR e da Universidade de continuidade e experimentos de enriquecimento com essa espécie
Blumenau-FURB, e mais recentemente da Universidade de na floresta manejada serão implantados. O objetivo é a produção
Freiburg, da Alemanha. Todas essas instituições já têm estudantes de polpa açaí. Há espaço, entretanto, para estudo do manejo de
realizando pesquisas em Massaranduba. Também houve visitas de outros produtos não madeireiros.
técnico do Serviço Florestal Brasileiro-Região Sul.
Uma demanda necessária à realização dos objetivos do projeto é o
Em 2015/2016, pretendemos consolidar as parcerias e formalizá-las financiamento das atividades. Para garantir a continuidade dos
através da celebração de acordos de cooperação técnico-científica trabalhos, a prospecção de novas fontes de recursos, de agências
ou outro instrumento adequado aos propósitos do projeto. nacionais e estrangeiras deverá ser uma atividade permanente do
projeto. Mas a parceria com empresas do setor privado também
  será muito bem-vinda.

Atividades  para  2015-­‐2018  


A proposta dos coordenadores do Projeto Madeira Nativa é
que ele seja um projeto permanente. É da natureza de estudos de
Sobre  o  futuro  do  projeto  
As metas do Projeto Madeira Nativa são ambiciosas. Nossa
ecologia e, principalmente, de manejo florestal que os resultados
expectativa é este se torne o maior projeto de PD&I em manejo
sejam obtidos em diferentes escalas temporais, alguns imediatos,
florestal da Mata Atlântica, em termos de volume e qualidade das
outros no médio e longo prazo.
pesquisas, quantidade de pesquisadores e instituições envolvidas, e
atividades de formação de pessoal.
A quantidade de informações já levantadas no projeto é grande e,
como já se disse, deverá resultar em grande número de publicações
Caso se tenha recursos disponíveis, poderá ser implantada nova
para divulgação a partir deste ano. Assim, uma das metas para
unidade de pesquisa em outros municípios onde haja situação
2015/2018 é analisar e sistematizar os resultados já obtidos e
divulgá-los em diferentes veículos para atingir diferentes públicos.     muito adequada para estudos de manejo de floresta secundária.

Ainda que o foco do projeto seja o uso sustentável dos recursos da


Nossa meta é publicar resultados referentes à diversidade e
floresta secundária, os estudos permitirão testar muitas hipótese
estrutura que caracterizam a floresta secundária, tendo como
sobre a ecologia desses ecossistemas, principalmente em relação a
escopo o potencial para manejo. Já há dados suficientes para
sua dinâmica. Assim, os seus resultados serão úteis também para
publicar artigos sobre a produtividade de madeira da floresta (em
propósitos de recuperação e conservação dessas florestas.
toras e madeira serrada). O estoque de biomassa e de carbono
também deverão ter dados prontos para publicação.
Os resultados do projeto podem, assim, ser utilizados para as mais
diversas políticas públicas relacionadas à Mata Atlântica. Por isso,
Mas, a realização de inventários periódicos é que trarão os
seria muito bem-vinda uma maior participação da Fatma, do
resultados mais significativos. Teremos os primeiros dados da
Ibama e também da Epagri, com envolvimento direto de alguns
resposta da floresta às diferentes intensidades de colheita de
dos seus técnicos.
madeira. Para compreender a dinâmica da floresta sob manejo,
serão coletados dados da composição florística e de incremento,
tanto de adultos quanto de regenerantes. Com o aumento das
taxas de incremento da floresta manejada, esperamos ter Agradecimentos
resultados significativos nos próximos três anos. O Projeto Madeira Nativa tem sido financiado por várias
instituições. A FAPESC deu suporte financeiro nos anos 2010 a
O estudo do rendimento industrial da madeira colhida deverá ser 2014. O CNPq concede bolsa de produtividade à A.C.Fantini desde
continuado e aprofundado. Está prevista a avaliação individual das 2013 e concedeu bolsa de pós-doc para A.Siminski e J.L.Vivan. CNPq
principais espécies de interesse para produção de madeira, e CAPES concederam bolsas de mestrado e doutorado para vários
incluindo dados sobre o aproveitamento final de cada da árvore, alunos de pós-gaduação que atuam ou atuaram no projeto como
bem como o volume e o valor dos diferentes produtos. De posse pesquisadores. A participação dos estudantes tem sido
dos dados, o Valor Esperado da Terra (VET) para manejo florestal imprescindível para a realização do projeto.
será calculado e comparado a usos alternativos da terra.
Os pesquisadores da UFSC e da Fatma agradecem particularmente
Será concluída a colheita da Gleba 1, que constitui área de cerca de à família Bisewski, que colocou a área à disposição para a
6 hectares, já descontadas as parcelas experimentais. O realização do projeto e tem se tornado cada vez mais parceira
acompanhamento da colheita permitirá a colheita de dados de nessa iniciativa.
12 Projeto Madeira Nativa
 

Créditos  dos  dados  apresentados  


Figuras 4 e 5, Tabela 1 (Adaptada):
Schuch, C. 2010. Potencialidades da produção de madeira serrada a
partir de três espécies da floresta secundária litorânea catarinense
em condições de plantio e em área de floresta regenerada
naturalmente. Dissertação (Mestrado em Recursos Genéticos
Vegetais) - Universidade Federal de Santa Catarina.

Tabela 2:
Correia, J.; Fantini, A. C.; Piazza, G. E. 2014. Produção de Madeira
em Florestas Secundárias da Mata Atlântica: Resgatando
Conhecimento e Uso de Espécies Nativas. In: X Congresso da
Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção, 2014, Foz do Iguaçu.
Anais do X Congresso da Sociedade Brasileira de Sistemas de
Produção.

Figura 6:
Fantini, A. C.; Correia, J. ; Piazza, G. E. Aproveitamento de Toras
Curtas: importante estratégia para o manejo de florestas
secundárias. In: X Simpósio Florestal Catarinense, 2014,
Curitibanos.

Figura 8, Tabelas 3 e 4:
Correia, J. Modelos Volumétricos para Florestas Secundárias do
litoral de Santa Catarina. 2015. Dissertação (Mestrado em Recursos
Genéticos Vegetais-UFSC) - Universidade Federal de Santa
Catarina.

Vibrans, A. C.; Sevegnani, L.; Gasper, A. L. de; Lingner, D.V. (Eds.)


Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina: Diversidade e
conservação dos remanescentes florestais; v.1. Blumenau: Edifurb,
2012.

Desenhos  
Figura 1: A. C. Fantini
Figura 3: H. F. Uller

Fotografias  
A. C. Fantini (exceto 2-c, de autoria de A. Puchalski).

Contatos  
Alfredo C. Fantini
alfredo.fantini@ufsc.br
(48) 3721 5320
Universidade Federal de Santa Catarina
Departamento de Fitotecnia

Maris F. Gaio
maris.fatima@gmail.com
(48) 3216-1700
Fundação do Meio Ambiente - FATMA

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